UNIVERSIDADE POSITIVO HOSPITALIDADE COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA NA GESTÃO HOTELEIRA: ESTUDO DE CASO NO HOTEL PROMENADE EM CURITIBA - PR CURITIBA - PR 2009 SARA CULTI GIMENEZ HOSPITALIDADE COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA NA GESTÃO HOTELEIRA: ESTUDO DE CASO NO HOTEL PROMENADE EM CURITIBA - PR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo da Escola de Negócios da Universidade Positivo como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo. Orientador: Prof. Dr. Alexsandro Eugenio Pereira Co-orientador: Prof. Dr. Dario Luiz Dias Paixão CURITIBA - PR 2009 AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu orientador por ter entendido os meus questionamentos e minhas angústias e ter auxiliado na construção dessa monografia com suas observações e conhecimento. Registro meus agradecimentos ao Professor Dario Paixão, Coordenador do curso, pela orientação inicial do trabalho e por sua dedicação. Sou grata, também, aos professores do curso de Turismo da Universidade Positivo que propiciaram um ambiente de estudo agradável e estimulante no qual pude adquirir novas formas de ver e compreender o mundo. Expresso meus agradecimentos ao Gerente Geral e colaboradores do Hotel Promenade de Curitiba, por me receberem e prestarem as informações necessárias para esse estudo Por fim, aos colegas e familiares, em especial ao Fernando, agradeço pelos momentos de convívio, compreensão e amizade que tornaram marcantes esses anos de estudo do Turismo e da Hospitalidade. RESUMO Neste trabalho de conclusão do curso de Turismo abordou-se de maneira ampla o tema hospitalidade, com o objetivo de analisar a hospitalidade como estratégia competitiva na gestão hoteleira, visando compreender sua contribuição para a satisfação dos clientes. O problema de pesquisa versou sobre como a hospitalidade é aplicada na estratégia competitiva de um hotel gerando maior satisfação dos clientes. A hipótese do estudo foi que a preocupação com a satisfação dos clientes é o que orienta a prática da hospitalidade no hotel. Neste trabalho foi utilizado o método do estudo de caso no Hotel Promenade, um hotel de médio porte localizado na cidade de Curitiba, que tem como foco de atuação o conceito de hospitalidade. A coleta de dados foi feita durante os meses de julho e agosto de 2009. Os procedimentos da pesquisa envolveram duas etapas: pesquisa bibliográfica e documental; e pesquisa de campo. A pesquisa de campo foi realizada em duas partes. A primeira consistiu na identificação dos hotéis de Curitiba e seleção do que foi o objeto de estudo. A segunda parte foi subdividida em: a) análise dos produtos e serviços disponibilizados pelo hotel, por meio da aplicação de uma matriz de avaliação da hospitalidade em hotéis, desenvolvida pela pesquisadora; e b) realização das entrevistas gestores eram os responsáveis por administração geral, governança, recepção, reservas, A&B e Eventos e comercial. Os resultados indicaram que no Hotel Promenade, entre as atividades que são realizadas para enfatizar a hospitalidade, encontram-se: a) autonomia dos colaboradores para atender necessidades específicas dos hóspedes que fujam à rotina; b) clima de comunicação espontânea entre hóspedes e colaboradores, facilitando a melhoria dos serviços; c) ambiente de troca de informações e opiniões livres entre colaboradores e gestores para permitir um maior entendimento das diretrizes administrativas do hotel. Além disso, observou-se que a prática da hospitalidade está positivamente relacionada à satisfação dos clientes, por meio das experiências vividas pelos hóspedes durante sua estada no hotel, confirmando a hipótese desse estudo. PALAVRAS-CHAVE: Hospitalidade, Hotelaria, Estratégia LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Hotéis avaliados para realização do estudo de caso Quadro 2 – Os tempos/espaços da hospitalidade humana Quadro 3 – Classificação de hotéis Quadro 4 – Doze mandamentos da Carta de Hospitalidade Quadro 5 – Princípios da estratégia Quadro 6 – Características dos serviços Quadro 7 – Diferenças entre produto manufaturado e serviço Quadro 8 – Tipos de posicionamento estratégico Quadro 9 – Atividades de serviços em uma empresa hoteleira 18 35 44 50 52 59 60 62 65 LISTA DE FOTOS, FIGURAS E TABELAS Figura 1 – Interseção entre turismo e hospitalidade Foto 1 – Fachada do hotel Foto 2 – Acomodação para casal Foto 3 – Acomodação tripla Foto 4 – Acomodação Double Foto 5 – Sala em formato U Foto 6 – Restaurante e café-da-manhã Foto 7 – Piscina e churrasqueira Tabela 1 – Freqüência e pontuação de resultados possíveis da 40 70 71 71 71 72 73 73 estratégia de hospitalidade Tabela 2 - Avaliação da Hospitalidade do Hotel Promenade – Hóspedes 80 Ocultos Tabela 3 - Avaliação da Hospitalidade do Hotel Promenade – 82 Pesquisadora 84 LISTA DE ABREVIATURAS ABIH – Associação Brasileira da Indústria Hoteleira A&B – Alimentos e Bebidas EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo OMT – Organização Mundial do Turismo UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí USP – Universidade de São Paulo SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA 1.2 PROBLEMA 1.3 HIPÓTESE 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo Geral 1.4.2 Objetivos Específicos 1.5 JUSTIFICATIVA 1.6 METODOLOGIA 1.6.1 Pesquisa Bibliográfica e Documental 1.6.2 Pesquisa de Campo 1.6.2.1 Pesquisa de Oferta Hoteleira 1.6.2.2 Estudo de Caso 1.6.2.2.1 Entrevistas 1.6.2.2.2 Análise dos Produtos e Serviços Ofertados 10 11 11 11 11 12 12 12 14 16 17 18 20 20 23 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA HOSPITALIDADE 2.2 CONCEITO DE HOSPITALIDADE 2.3 TURISMO: UMA ATIVIDADE HOSPITALEIRA 2.4 HOSPITALIDADE NA HOTELARIA 2.4.1 TIPOS DE HOTÉIS 2.4.2 CARACTERÍSTICAS DA HOSPITALIDADE NA HOTELARIA 2.5 ESTRATÉGIA NA HOTELARIA 2.6 SERVIÇOS NA HOTELARIA 2.7 ESTRATÉGIA NO SETOR DE SERVIÇOS 2.7.1 Definição e Características de Serviços 2.7.2 Estratégia na Prestação de Serviços 2.7.3 Organização, Recursos Humanos e Qualidade em Serviços 27 27 32 36 41 43 46 50 54 56 58 61 63 3. CONTEXTO DO ESTUDO: HOTEL PROMENADE 69 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 HOSPITALIDADE NA PERCEPÇÃO DOS GESTORES DO 76 HOTEL PROMENADE 4.2 AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DA HOSPITALIDADE POR MEIO 76 DA MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE HOSPITALIDADE EM HOTÉIS 4.3 COMENTÁRIOS E AVALIAÇÕES DE HÓSPEDES DO HOTEL 81 PROMENADE 85 5. CONCLUSÃO E PROPOSTAS 90 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93 7. APÊNDICE 98 8. ANEXOS ANEXO 1 – MATRIZ DE AVALIAÇÃO – HARO E CHIQUIM – 2002 ANEXO 2 – MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO – DELIBERAÇÃO 100 100 NORMATIVA 429/2002 ANEXO 3 – CARDÁPIO DO HOTEL PROMENADE 105 114 1. INTRODUÇÃO Neste trabalho de conclusão do curso de Turismo pretende-se abordar de maneira ampla o tema hospitalidade citando algumas notas conceituais, históricas e teórico-práticas. Nesse ambiente contextual, objetiva-se estudar a hospitalidade como ferramenta estratégica no processo de gestão hoteleira. Nota-se um grande interesse dos pesquisadores pelo tema extremamente relevante. Quando se observa a atividade turística e o mercado hoteleiro, imagina-se a necessidade de propor novos projetos, ações e mudanças para que essa prática humana seja verdadeiramente sustentável e os empreendimentos hoteleiros sobrevivam a um mercado que é altamente competitivo. Hospitalidade não é apenas receber, alimentar e dar pouso ao visitante. É uma atividade humana muito mais complexa, intrigante e fascinante, podendo proporcionar ao visitante uma estada segura e confortável. A hospitalidade deve ser marcante na memória do indivíduo como uma experiência única e vivenciada de forma prazerosa. Em sua essência, a hospitalidade é buscar com que o visitante sinta-se em casa, apesar de estar longe da mesma, com a sensação e sentimento de satisfação que lhe é familiar, confortável e confiável como o ambiente de sua casa. É a tendência sócio-cultural do home feeling. Com base nessa concepção, este estudo busca compreender a natureza da hospitalidade e posteriormente atrelá-la à prática de estratégia competitiva na gestão hoteleira, visando melhores serviços aos hóspedes; e como conseqüência deste processo atingir maior satisfação dos clientes. Esta monografia está estruturada em cinco capítulos. Neste capítulo, Introdução, inicia-se pela delimitação do tema, seguida pelo problema, hipótese, objetivos geral e específicos, justificativa e metodologia. No segundo capítulo apresenta-se o referencial teórico subdividido em sete tópicos. O primeiro tópico trata da evolução histórica da hospitalidade. No segundo tópico são apresentados 11 alguns conceitos referentes à hospitalidade. O terceiro tópico aborda a idéia do turismo como uma atividade hospitaleira. Em seguida, no quarto tópico se discorre sobre a hospitalidade na hotelaria dando ênfase aos princípios da prática da hospitalidade. O quinto tópico se refere ao conceito estratégia e sua aplicação na hotelaria, apresentando-se os seus principais aspectos. No sexto tópico são discutidos os serviços na hotelaria, ficando para o último tópico a questão da estratégia no setor de serviços. No terceiro capítulo é feita uma apresentação do hotel onde foi realizado o estudo de caso. O quarto capítulo apresenta os resultados da pesquisa. Por fim, no quinto capítulo são apresentadas a conclusão e propostas resultantes do estudo. Na seqüência são listadas as referências bibliográficas consultadas para o desenvolvimento do trabalho, seguidas pelos apêndices e anexos. 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA O tema desse trabalho é a hospitalidade praticada na hotelaria como uma ferramenta estratégica. 1.2 PROBLEMA Como a hospitalidade é aplicada na estratégia competitiva do Hotel Promenade gerando maior satisfação dos clientes? 1.3 HIPÓTESE A preocupação com a satisfação dos clientes é o que orienta a prática da hospitalidade no Hotel Promenade. 1.4 OBJETIVOS A definição de objetivos é importante para orientar o esforço de pesquisa. Para este estudo são definidos o objetivo geral e quatro objetivos específicos. 12 1.4.1 Objetivo Geral Analisar a hospitalidade como estratégia competitiva na gestão hoteleira, visando compreender sua contribuição para a satisfação dos clientes. 1.4.2 Objetivos Específicos a) Compreender a história, o conceito e as dimensões da hospitalidade. b) Identificar as atividades que são realizadas pelas empresas hoteleiras que enfatizem a hospitalidade. c) Classificar as atividades praticadas pelas empresas hoteleiras segundo as diferentes dimensões de hospitalidade citadas na literatura. d) Indicar os possíveis efeitos da prática da hospitalidade na satisfação dos clientes do Hotel Promenade. 1.5 JUSTIFICATIVA O Brasil é considerado um país com vocações para o turismo e também para os negócios. Isso pode ser afirmado devido à sua riqueza de atrativos naturais e à característica de povo hospitaleiro (SERSON, 2000). Apesar disso, o país ainda não dispõe de uma infra-estrutura de serviços turísticos adequada. Em geral, as capitais dos estados brasileiros são melhor aparelhadas para atender a demanda de turismo. Curitiba, no estado do Paraná, é um exemplo de capital muito demandada por sua capacidade de atrair grandes eventos, sejam eles de cunho científico, negócios, lazer, corporativos entre outros. Isso leva a pensar que sua capacidade de infraestrutura básica e de serviços é entendida como satisfatória por essa demanda. 13 Entretanto, o ramo da atividade hoteleira é um segmento fundamental que compõe os equipamentos necessários para que se possa atender de maneira satisfatória a demanda de negócios e eventos de Curitiba. A hotelaria de Curitiba tem buscado prestar serviços de excelência para seus hóspedes, por meio de treinamento ainda que em número limitado dos seus colaboradores, utilização da tecnologia em seus equipamentos e também como uma ferramenta de trabalho. Entretanto, sabe-se que na prática esta relação não é tão simples, pois os recursos humanos que atuam na hotelaria para a prestação dos serviços necessitam aprimorar-se constantemente. Entende-se que a busca por excelência nos serviços é uma constante, mas na prática esse processo ocorre de forma lenta, havendo a necessidade de uma reformulação no treinamento dos colaboradores. Como resultado, pode-se obter melhor desempenho, porém, respeitando sempre as normas de trabalho e normas do meio ambiente, buscando, com isso, a satisfação e confiança dos clientes, que irá certamente resultar na sustentabilidade dos negócios. Receber ou não receber bem alguém pode parecer uma questão subjetiva. Porém existem elementos que, certamente, farão a diferença no momento de sua estadia. Esses elementos podem ser a comida, o banho, a cama, um pequeno olhar cuidadoso, entre tantos outros. Assim, para sair da subjetividade, o conceito e a prática da hospitalidade na hospedagem devem se aproximar ao máximo. De maneira simplificada, o hotel é uma organização que recebe, acolhe e proporciona alimentação para pessoas. Isto deve ser feito, mas não como uma simples troca de produtos e serviços, e sim, tentando marcar o imaginário desse cliente satisfazendo seus anseios, desejos e necessidades que, muitas vezes, encontram-se esquecidas nos seres humanos. Isso pode acontecer por conta do ritmo estressante do atual contexto social e econômico. Entende-se que para ir ao encontro dessa satisfação, recomenda-se a utilização e a prática do conceito de hospitalidade. A hospitalidade como uma 14 ferramenta estratégica voltada para a satisfação e bem-estar do cliente poderá proporcionar condições para a atividade hoteleira se manter e continuar crescendo com uma identidade mais humanizada, mais simpática, afável e com calor humano. Nesse contexto, o tema proposto é relevante porque mostra que a hospitalidade possui dimensões que vão além de uma simples troca comercial e que uma visão mais ampla desta concepção tornará a empresa hoteleira mais competitiva. O estudo do tema, do ponto de vista teórico, permitirá uma melhor compreensão da relação dos hóspedes com o conceito de hospitalidade. Este estudo, também, vai contribuir para uma visão mais assertiva da hospitalidade evidenciando que na gestão hoteleira deve-se buscar uma relação mais humanizada e focada no cliente e não só na produção do serviço. Sabe-se que há pouca bibliografia que relacione a hospitalidade na hotelaria, como ferramenta estratégica, com a satisfação do cliente. O tema proposto, quando pensado para interesses da academia, poderá contribuir como uma fonte a mais para futuras pesquisas voltadas à gestão hoteleira. Espera-se com este estudo fazer uma contribuição relevante para uma melhor relação entre a academia e o mercado de trabalho. 1.6 METODOLOGIA A abordagem dessa pesquisa foi qualitativa. Godoy (1995a) apresenta um conjunto de características básicas da pesquisa qualitativa: 1º. - Este tipo de pesquisa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador é o instrumento fundamental da pesquisa. A preocupação está na análise por meio do contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente estudado; 15 2º. - A descrição é o principal meio usado para apresentar os resultados. Assim, a pesquisa qualitativa é descritiva, usando principalmente transcrições de entrevistas, anotações de campo, fotografias, e outros tipos de documentos; 3º. - O pesquisador tenta compreender o que está sendo estudado a partir da percepção e compreensão das pessoas envolvidas; e 4º. - Por fim, a pesquisa qualitativa é indutiva e começa com perguntas mais gerais, que vão se focando ao longo do estudo. Conforme Godoy (1995a, p. 63) “quando o estudo é de caráter descritivo e o que se busca é o entendimento do fenômeno como um todo, na sua complexidade, é possível que uma análise qualitativa seja a mais indicada”. Neste trabalho foi utilizado o método do estudo de caso que é “um estudo profundo e exaustivo de indivíduos e instituições em particular, de maneira a permitir o seu amplo e detalhado conhecimento” (MICHALISZYN; TOMASINI: 2008, p. 51). O estudo de caso visa exame minucioso de um ambiente, de um simples sujeito ou ainda de uma situação em particular, e tem propósito fundamental, como tipo de pesquisa, analisar intensamente uma dada unidade social, uma empresa ou grupo de pessoas. Segundo Yin (1989, apud GODOY, 1995b, p. 25) o estudo de caso: É uma forma de fazer pesquisa empírica que investiga fenômenos contemporâneos dentro de seu contexto de vida real, em situações em que as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não estão claramente estabelecidas, onde se utiliza múltiplas fontes de evidência. Essa forma de pesquisa tem sido uma estratégia preferida dos pesquisadores quando procuram responder às questões de como e por que certos fenômenos ocorrem ou, ainda, quando há pouco controle sobre os eventos e, também, quando o foco de interesse é sobre fenômenos atuais onde só poderão ser analisados em contexto de vida real (GODOY, 1995b). 16 Em um estudo de caso, geralmente, o pesquisador faz um levantamento de dados em diferentes momentos, utilizando diversas fontes de informações e tem como técnicas fundamentais de pesquisas a observação e a entrevista. O estudo foi realizado no Hotel Promenade, um hotel de médio porte localizado na cidade de Curitiba, que tem como foco de atuação o conceito de hospitalidade. A coleta de dados foi feita durante os meses de julho e agosto de 2009. Realizaram-se entrevistas escritas, que também foram gravadas, com os gestores responsáveis dos departamentos de governança, alimentos, bebidas e eventos, recepção, administração geral, reservas e comercial do hotel. Essas entrevistas foram agendadas com antecedência pela pesquisadora envolveram duas etapas: e, posteriormente, transcritas por ela. Os procedimentos da pesquisa pesquisa bibliográfica e documental; e pesquisa de campo. 1.6.1 Pesquisa Bibliográfica e Documental Segundo Michaliszyn e Tomasini (2008), a pesquisa bibliográfica e documental é realizada por meio de consulta a referências teóricas encontradas em livros, artigos, documentos, revistas científicas etc. A pesquisa bibliográfica possibilita levantamento de dados históricos, uma maior amplitude e também uma economia de tempo. A pesquisa documental difere da bibliográfica por utilizar material que ainda não tenha recebido tratamento analítico. Suas fontes documentais podem ser: Documentos de primeira mão conservados em arquivos de instituições públicas e privadas (formulários da Embratur, registro de hóspedes) ou pessoais (diários, relatos de viagem). Além desses, temos os documentos de segunda mão: relatórios (de pesquisa, de empresas) e dados estatísticos (DENCKER, 2001, p. 125). 17 As revistas científicas, segundo OMT (2006, p.12), são “publicações em série, ou seja, publicações periódicas editadas em fascículos sucessivos. Incluem, portanto, jornais, revistas, anuários, etc”. São exemplos para esse estudo, a Turismo em Análise (USP), a Estudios y Perspectivas em Turismo (Buenos Aires), a Turismo: visão e ação (UNIVALI) e por fim, a Annals of Tourism Research (em espanhol). Os livros que foram utilizados para essa pesquisa bibliográfica estavam disponibilizados no acervo da biblioteca da Universidade Positivo em Curitiba. Esses livros tratam de temas relacionados a Turismo, Hotelaria, Hospitalidade e Estratégia. Alguns dos autores que foram pesquisados são: Yázigi (2000), Serson (2000), Porter (1999), Mintzberg (2001), Camargo (2004), Castelli (2005), Beni (2006), Cruz (2002), entre outros. Para a OMT (2006, p.13), o livro é: O resultado de um processo de pesquisa efetuada com profundidade sobre um tema específico. É uma fonte estruturada e bem planejada metodologicamente. Constitui-se, fundamentalmente, em um ponto de referência e consulta, o que é de grande ajuda para o pesquisador e para o aprendiz. Os livros podem ser classificados em manuais, monografias, dicionários, etc. Nesta etapa foi realizado um levantamento da literatura sobre turismo e gestão hoteleira. Esta busca teve como foco a hospitalidade e estratégia, buscando a compreensão dos conceitos e sua aplicação na hotelaria. Além disso, informações sobre as atividades do hotel foram obtidas, também, por meio da análise de material impresso, tais como, folhetos de divulgação do hotel, folhetos de orientação para os hóspedes, formulários de sugestões de hóspedes e por meio do site institucional do hotel. 1.6.2 Pesquisa de Campo Esta etapa da pesquisa foi realizada em duas partes. A primeira consistiu na identificação dos hotéis de Curitiba e seleção do que foi o objeto de estudo. A segunda parte foi subdividida em: a) análise dos disponibilizados pelo hotel; e b) realização das entrevistas. produtos e serviços 18 1.6.2.1 Pesquisa de Oferta Hoteleira Foi realizada primeiramente uma pesquisa prévia via internet nos sites institucionais dos hotéis em Curitiba. Buscou-se com esta pesquisa identificar quais deles utilizavam e divulgavam a hospitalidade como diferencial na gestão hoteleira. Nessa etapa, foi realizado um levantamento no qual a pesquisadora acessou 33 endereços eletrônicos de hotéis em Curitiba. A fonte de consulta dos endereços foi o cadastro da ABIH/PR (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira – Seccional Paraná), cruzando-os com a relação de hotéis do Guia 4 Rodas para a limitação do número de estabelecimentos (amostragem). Os sites da INTERNET, que foram acessados entre os dias 13 e 16 de abril de 2009, estão listados no quadro 1. Quadro 1 – Hotéis avaliados para realização do estudo de caso SITES ACESSADOS • www.mercure.com.br • www.deville.com.br • www.hotelnikko.com.br • www.hotelgranville.com.br • www.grupolancaster.com.br • www.caravelle.com.br • www.lizon.com.br • www.hotéismabu.com.br • www.hotelroochelle.com.br • www.hotelparanásuite.com.br • www.hoteldoral.com.br • www.sanjuanhotéis.com.br • www.hotelconfiance.com.br • www.hotelpromenade.com.br • www.hotéiselo.com.br • www.bonapartehotel.com.br • www.hotelcentroeuropeu.com.br Fonte: elaboração própria, 2009 • • • • • • • • • • • • • • • • SITES ACESSADOS www.bourbon.com.br www.bristolhotéis.com.br www.hotelslaviero.com.br www.atlanticahotels.com.br www.altareggia.com.br www.hotelohara.com.br www.victoriavilla.com.br www.hotelbatel.com.br www.crownecuritiba.com.br www.bluetree.com.br www.holidaycwb.com.br www.accorhotels.com.br www.pestana.com www.tivolihotel.com.br www.vernonhotel.com.br www.harborhotéis.com.br Verificava-se por meio das visitas nos ícones disponíveis nos sites dos hotéis informações referentes a serviços, instalações, reservas, eventos, quem somos, fale conosco, entre outros. Em paralelo, anotações eram feitas, a partir das quais, 19 informações relevantes foram percebidas, possibilitando com isso uma seleção dos possíveis hotéis com o perfil para o estudo de caso. Entre os hotéis avaliados, alguns foram selecionados por divulgarem a hospitalidade em seus sites: Hotel Bourbon, Hotel Promenade e Blue Tree Towers Hotel. No caso do Hotel Bourbon, em sua página encontra-se o seguinte texto relacionado à hospitalidade: O aconchego da sua casa com sofisticação cinco estrelas. O Bourbon Curitiba Convention Hotel está situado em região central, com fácil acesso aos pontos turísticos da cidade. O conforto e a praticidade que você precisa estão aqui. O Bourbon Curitiba Convention Hotel conta com 147 apartamentos e 28 suítes equipados com elegância e muito conforto. O hotel oferece ainda apartamentos conjugados, hipoalergênicos e para não-fumantes, além da exclusiva Ala Tower - um espaço reservado, voltado para quem procura atendimento diferenciado, com requinte e qualidade. Essa ala especial dispõe de 28 suítes, sendo uma presidencial com 500 m² de pura sofisticação (http://www.bourbon.com.br/business/curitiba/hospedagem.php? codHotel=11). Para o Blue Tree Towers Hotel, a noção de hospitalidade aparece no ícone de conceito em sua página de INTERNET: Localizado no centro da cidade, a 100 metros da Rua 24 Horas e a 25 minutos do Aeroporto Internacional Afonso Pena, o Blue Tree Towers Curitiba também se destaca por seu estilo, elegância e hospitalidade. Serviços diferenciados e uma infra-estrutura completa para estadas de negócios ou lazer fazem do hotel a opção de hospedagem mais charmosa da bela capital paranaense (http://www.bluetree.com.br/hoteis_e_resorts/conceito.asp? secao=hoteis_e_resorts&pagina=conceito&numhotel=239). O terceiro hotel encontrado foi o Promenade com o seguinte texto inicial em sua página: Temos a satisfação de recebê-lo em nosso hotel! Localizado em região privilegiada no centro de Curitiba, o Hotel Promenade o recepciona com uma infraestrutura preparada para tornar sua estada agradável e especial. Seja seu evento social ou empresarial nosso objetivo é surpreender e encantar a todos os 20 convidados, atendendo as necessidades específicas de cada evento e transformando-o em uma experiência única, especial e de sucesso, contando com infraestrutura, serviços direcionados e pessoal qualificado (http://hotelpromenade.com.br/v2/promenade). Foi realizado contato com alguns administradores destes hotéis identificados, com o objetivo de obter a participação de um deles. Nesse contato foi explicado para o administrador o objetivo do trabalho e sua importância para a academia e o mercado. A escolha do hotel Promenade deu-se em função dos seguintes aspectos: a) O Hotel Promenade é uma empresa independente, não vinculada a uma rede hoteleira, sendo um contexto interessante para verificar como uma empresa deste tipo se posiciona no mercado competitivo de Curitiba. b) Segundo Paixão (2005), o Hotel Promenade é o que mais contrata bacharéis em turismo no mercado de Curitiba, sendo que os seus serviços podem ser mais consistentes com o que é proposto na área de estudos desses profissionais. c) Por fim, segundo Paixão (2005), o gerente geral do Hotel Promenade tem um perfil altamente inovador, o que pode indicar a possibilidade de uso da hospitalidade como estratégia competitiva nesse hotel. 1.6.2.2 Estudo de Caso Nessa fase a pesquisa foi dividida em duas partes, sendo uma de natureza qualitativa, por meio de entrevistas, e outra de natureza quantitativa com base na análise dos produtos e serviços do hotel. 1.6.2.2.1 Entrevistas As informações necessárias para a realização do estudo foram obtidas por meio de entrevistas pré-agendadas com os gestores da unidade hoteleira. Estes gestores eram os responsáveis por administração geral, governança, recepção, reservas, A&B e Eventos e comercial. 21 Conforme Michaliszyn e Tomasini (2008), a entrevista é um contato direto entre pesquisador e entrevistado, podendo ser dirigida ou livre. A dirigida utiliza um roteiro preestabelecido. A livre, também chamada de não-dirigida não utiliza instrumento para registro, sendo que a pessoa entrevistada é conduzida pelo pesquisador a manifestar-se espontaneamente sobre o tema de pesquisa. Nessa pesquisa, as entrevistas foram dirigidas, seguindo um roteiro de tópicos pré-selecionados visando identificar as ações realizadas com foco na hospitalidade. Além disso, foi abordada a relação dessas ações com os resultados em termos de satisfação do cliente. As entrevistas foram gravadas e seu conteúdo foi transcrito para análise e interpretação. Os tópicos que constaram do roteiro de entrevista, com suas justificativas foram: a) Quais os serviços (dentro do seu departamento) que os hóspedes mais solicitam? Esta pergunta justificou-se, pois se pretendeu listar os serviços mais solicitados pelos hóspedes em cada departamento, para que posteriormente se pudesse verificar a hospitalidade nos mesmos. b) Você percebe que este hotel preocupa-se com a hospitalidade hoteleira? ( ) sim ( ) não Por quê: Buscou-se com esta pergunta verificar o conhecimento e/ou comprometimento dos colaboradores no que se refere as suas tarefas diárias, tendo em vista a proposta da hospitalidade. c) Em sua opinião, como a hospitalidade está inserida nos serviços do seu departamento? 22 Por meio desta pergunta foi possível verificar a sensibilidade dos colaboradores a respeito da importância da prática da hospitalidade. d) Os colaboradores do seu departamento enfrentam dificuldades para a prática da hospitalidade na execução de suas tarefas? ( ) sim ( ) não Quais: Essa pergunta foi importante para revelar os fatores que dificultam a prática da hospitalidade na hotelaria. e) No seu departamento, você entende que a hospitalidade é importante na gestão hoteleira? ( ) sim ( ) não Por quê: Julgou-se esta pergunta relevante, pois permitiu saber como os gestores consideram a hospitalidade no momento da elaboração das estratégias do hotel. f) Há alguma forma de avaliação da percepção do cliente sobre a hospitalidade praticada pelo hotel? ( ) sim ( ) não Qual: Entendeu-se a necessidade da pergunta para a verificação da importância do conceito de hospitalidade na gestão do hotel. g) Você acredita que a hospitalidade nesse hotel é entendida como um diferencial competitivo pelos colaboradores? ( ) sim ( ) não Por quê: 23 Esperou-se com esta pergunta verificar se há uma comunicação da gerência geral com os demais departamentos e colaboradores, a respeito da estratégia do hotel com relação à hospitalidade. h) Em sua opinião, quais desses itens podem demonstrar os possíveis resultados que a estratégia de hospitalidade pode trazer para o hotel? Escolha três itens, colocando-os em ordem de prioridade. h1) Sustentabilidade do hotel ( ) h2) Satisfação dos clientes ( ) h3) Responsabilidade Social ( ) h4) Produtividade ( ) h5) Resultados Financeiros ( ) h6) Fortalecimento da imagem ( ) Com esta pergunta objetivou-se verificar se uma estratégia competitiva focada na hospitalidade como diferencial na gestão é relevante, aumentando a satisfação dos hóspedes. Este roteiro de entrevista foi testado com cinco pessoas que trabalham em hotéis. Essas pessoas estavam envolvidas em diferentes setores da hotelaria, tais como, governança, A&B, recepção, reservas, entre outros. No geral, as pessoas não tiveram dificuldades em responder às questões. Não houve, também, nenhuma sugestão de mudança por parte dos entrevistados. 1.6.2.2.2 Análise dos Produtos e Serviços Ofertados A análise dos produtos e serviços ofertados pelo hotel foi feita por meio de uma abordagem quantitativa. Pesquisa quantitativa é baseada na análise de dados e fontes de informação numéricas. Os resultados alcançados por meio da análise quantitativa devem explicar o comportamento da população que se quer estudar. (OMT, 2006). Nesta etapa foram usados dois modos de levantamento de dados: avaliação pela pesquisadora e utilização do método do hóspede oculto. 24 Com base em uma matriz de serviços que normalmente são oferecidos pelos hotéis, foram identificados os serviços que o hotel estudado oferece. Esta matriz foi elaborada, adaptando-se duas matrizes encontradas na literatura. A primeira matriz foi desenvolvida por Haro e Chiquim (2002). A segunda matriz consta da Deliberação Normativa 429/2002 (EMBRATUR, 2002). As duas matrizes são apresentadas nos anexos 1 e 2. Inicialmente, a matriz foi elaborada com uma relação de 40 itens que descreviam atributos do serviço de hotelaria que eram avaliados em uma escala de 4 pontos equivalentes aos seguintes conceitos: 1 – Ruim 2 – Regular 3 – Bom 4 – Excelente O critério de escolha dos itens que compuseram a matriz elaborada foi o de consistência com os grupos de itens mais relacionados à vivência e percepção da hospitalidade no serviço hoteleiro. Dessa forma, os itens que a compõem procuram mensurar confiabilidade, rapidez e qualidade no atendimento, sentimento de segurança, diversidade de produtos, disponibilidade de informações e infra-estrutura adequada às necessidades dos hóspedes. Esses aspectos são importantes para a prática da hospitalidade e estão associados às noções de segurança, conforto fisiológico e psíquico do hóspede (GRINOVER, 2002) e à idéia de que a hospitalidade é uma ação de acolhimento de forma ampla com base em serviços, atitudes e estrutura (CRUZ, 2002). Esta matriz foi utilizada pela pesquisadora para avaliar os serviços deste hotel, buscando identificar aspectos da hospitalidade presentes nos mesmos. Outra avaliação foi feita por um casal que se hospedou no hotel, sem revelar sua intenção de avaliar os serviços e produtos do hotel (hóspedes ocultos). Essas pessoas foram 25 instruídas a observar e listar os aspectos que foram considerados por elas como característicos da hospitalidade. O casal foi instruído a solicitar alguns serviços do hotel para verificar a qualidade e presteza do atendimento. Depois, os hóspedes ocultos utilizaram a mesma matriz aplicada pela pesquisadora para fazer sua avaliação dos serviços. A utilização do método do hóspede oculto foi precedida de um pedido de autorização para o Gerente-geral do hotel Promenade que não se opôs à sua realização. O casal de hóspedes se hospedou no hotel durante um dia completo, integralizando uma diária. O casal, previamente instruído, avaliou os produtos e serviços do estabelecimento sem que ninguém soubesse quem eram os “clientes avaliadores” e nem o dia da aplicação. Após a estadia, os avaliadores atribuíram notas para cada um dos itens que compõem a Matriz de Avaliação de Hospitalidade em Hotéis. Esta avaliação ocorreu na última semana de julho de 2009. No momento do preenchimento da matriz observou-se que, para uma melhor análise dos resultados, era necessário ampliar a escala de avaliação incluindo o item “Ótimo” entre os itens “Bom” e “Excelente”. Ainda, percebeu-se que os itens seriam melhor analisados se fossem divididos em quatro grupos: recepção e reserva; infraestrutura e serviços; alimentação; e atendimento-pessoas. Os quatro grupos permitem a avaliação da prática da hospitalidade nas fases que integram o processo de hospedagem: reserva, entrada no hotel, permanência, uso da infra-estrutura e serviços e interação do hóspede com os funcionários. A versão final da matriz elaborada para esse estudo encontra-se no apêndice 1. A análise das informações obtidas com as entrevistas baseou-se na interpretação da pesquisadora, seguindo um plano de análise definido antecipadamente. Para a análise dos dados foram utilizadas categorias analíticas, para melhor descrição de resultados. Estas categorias incluíram as práticas da 26 hospitalidade, impactos na satisfação dos clientes do hotel e dificuldades de aplicação do conceito de hospitalidade nos serviços. 27 2. REFERENCIAL TEÓRICO A seguir, neste capítulo da monografia, é feita uma revisão teórica dos aspectos conceituais da hospitalidade, do turismo e de estratégias. Inicialmente, o capítulo trata da evolução histórica da hospitalidade. Em seguida é abordado o conceito de hospitalidade, para, na seção seguinte, tratar do turismo como uma atividade hospitaleira. As próximas três seções discutem a prática da hospitalidade na hotelaria, estratégia e serviços na hotelaria. Por fim, a última seção aborda estratégia no setor de serviços. 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA HOSPITALIDADE Desde as antigas civilizações pode-se falar em hospitalidade como sendo gestos resultantes da concepção filosófica ou religiosa de cada povo. É sabido por meio da literatura, que até a Idade Média, o hábito de acolher as pessoas não representava nenhum ônus a elas. Em Roma, era tido como dever social, na Grécia como dever mítico/religioso e no Renascimento, também como dever social (AGUIAR; MARTINS; CARDOSO, 2003). A palavra hospitalidade deriva de hospice (asilo, albergue), uma antiga palavra francesa que significa “dar ajuda/abrigo aos viajantes” (WALKER, 2002, p. 4). Segundo Peyer (1998, p. 437), Nas culturas primitivas os grupos sociais que viviam sem contato com o mundo exterior e que hostilizavam – ou matavam – os estrangeiros, desenvolveram progressivamente, tanto por motivos mágicos e religiosos como utilitários, uma primeira forma de hospitalidade: a acolhida amigável. As civilizações que ainda desconheciam o uso do dinheiro davam abrigo, proteção e alimentação por períodos de até três dias. Essa hospitalidade criava uma ligação entre o hospedeiro e o visitante, inclusive a relação deste com o mundo. Caso esse visitante viesse a falecer, o anfitrião seria seu herdeiro. Essa hospitalidade ocorria desde a pré-história, mas com algumas variantes que deram lugar a diversas combinações (PEYER,1998). 28 Na Europa estabeleceu-se desde os tempos mais remotos uma distinção entre uma hospitalidade fundamental, irrestrita e uma hospitalidade amigável, sujeitas a certas regras. A hospitalidade fundamental supunha abrigo, água, fogo e forragem para a montaria, mas excluía a alimentação. Já, a hospitalidade amigável incluía uma acolhida segundo as regras com refeições, bebidas e outros agrados como uma mulher para passar a noite e presentes de despedida (PEYER, 1998). A hospitalidade privada tornava-se cada vez mais insuficiente por conta do incremento das viagens, dando espaço a novas formas de hospitalidade. Ainda, segundo Peyer (1998), a hospitalidade primitiva predominava no início da Idade Média, porém, nos séculos seguintes foi sendo substituída por serviços pagos. No final da época medieval com o aparecimento dos hotéis, surgiram novas formas de hospedagem pública, mediante pagamento. Mais tarde, com a queda do Império Romano a hospitalidade arcaica recupera sua importância. Hospedeiro e visitante tornaram-se intimamente ligados, a ponto de haver obrigatoriedade de vingar as ofensas praticadas uns contra os outros. Entretanto, a hospitalidade completa, a título de amizade era para a nobreza, já a hospitalidade primitiva destinava-se para os mercadores, peregrinos e outros viajantes. No século XVIII, para convidar alguém à sua casa, bastava que ela tivesse recebido na escola, princípios de cultura aperfeiçoada nos salões, sendo uma pessoa gentil e de boa aparência, modos mundanos e conversa espirituosa. Com todos esses quesitos, não se exigia nada mais para admiti-la à mesa (BIDON, 1998). González (2002) comenta que o Correio da UNESCO em seu número de abril de 1990 dedicou-se ao tema da hospitalidade, oferecendo exemplos praticados por diversos povos. Seu editorial relatou que, na Grécia Antiga, os estrangeiros eram recebidos como enviados dos deuses e que, entre os beduínos do deserto eram tratados como protegidos do anfitrião e do seu clã. Também foi abordado o respeito dos índios pelos viajantes, pois esses compartilhavam o pão e ofereciam um leito para passar a noite, acreditando ser um dever sagrado. Ainda segundo a autora, a tradição persa expressa o conceito que diz, “o convidado se transforma na burrica 29 do dono da casa, aludindo ao fato que ele perde sua independência, aceitando com humildade as honrarias que lhe forem dedicadas’’. Sendo, posteriormente dever do convidado, retribuir a gentileza, convidando o anfitrião para uma visita em sua casa. Yasoshima e Oliveira (2002) comentam que “aqueles que recebiam deviam dar de beber aos hóspedes, oferecer-lhes sal e lavar-lhes os pés, mesmo antes de perguntar-lhes o nome e saber o motivo da viagem” (p. 21). Em se tratando de hospitalidade pública, designavam-se pelo Estado cidadãos chamados de proxenos, que sua tarefa era receber e orientar os estrangeiros, caso acontecessem complicações, e ajudá-los a regressar às suas cidades de origem. Pires (2001) descreve uma situação que hoje nos parece ser inaceitável: adversários políticos praticando a concepção da hospitalidade, dando hospedagem em sua moradia, sem questionamentos, a inimigos políticos, levando em consideração apenas o princípio da hospitalidade. Para exemplificar esse fato, segue o diálogo do Anfitrião (Barão): Prendê-lo? Em minha casa?Depois de ter-lhe concedido agasalho que me pediu? Seria uma vileza, uma falsa fé! Aquele homem não era aqui meu adversário político, nem tenho nada que ver se é chefe revolucionário. Aqui dentro ele era simplesmente meu hóspede. (PIRES, 2001, p. 139). No seu livro, Walker (2002) descreve uma breve história da hospitalidade. De forma resumida, seguem alguns tópicos abaixo: a) A hospitalidade é mencionada no Código Hamurabi (1700 a.C), em especial no que diz respeito às tavernas que eram também casas de prazer, com reputação longe de ser respeitada. O proprietário da taverna era obrigado a denunciar as pessoas que planejassem crimes nas suas dependências. Se não o fizesse seria condenado à morte. 30 b) Com o crescimento do comércio e das viagens, se fez necessário lugar para passar a noite, pois, a única opção de hospitalidade era a dos habitantes das regiões por onde passavam. c) Nos Impérios Grego e Romano havia estalagens e tavernas em toda parte. Os romanos tinham hospedagem mais requintadas e equipadas em suas estradas, sendo distante uma das outras 40 km. Estas serviam como casa dos oficiais e mensageiros do governo. Contudo, só podiam ser usadas diante de um documento especial com autorização. O indivíduo que portasse esse documente, era visto como pessoa de status. d) Senhores abastados de terra construíam essas estalagens e colocavam os escravos domésticos para administrar. Já nas regiões urbanas, as tavernas e pousadas de clientelas menos abastadas, eram administradas por gladiadores aposentados e homens livres. Estes estalajadeiros não tinham uma boa reputação, não prestavam serviços militares, nem juramento etc. Estes estabelecimentos eram tidos como antro de vício e eram freqüentados pelos aristocratas degenerados. Nesse período as classes mais altas viviam suas aventuras nos banhos públicos. e) Na Pérsia, as viagens em grandes caravanas paravam perto dos Khans, que são a combinação de estábulos, lugares de pouso e fortalezas, onde esses viajantes ficavam protegidos do tempo. No Império Romano, com o aumento das viagens, as estalagens e tavernas passaram a receber mercadores, estudiosos e autores nas dependências. Os hóspedes dormiam sobre os fenos, aquecidos pelos animais. 31 f) Após a queda do Império Romano, a hospitalidade pública tornou-se exclusiva das ordens religiosas. Nessa época quem mais viajava eram pessoas ligadas à corte e à Igreja. g) Na Idade Média, séc. Vlll, Carlos Magno construiu pousadas para peregrinos no continente europeu, para proteção e abrigo. Nestas pousadas tinha anúncio na porta dizendo: pão grátis, barbeiro, sapateiro, cestas com amêndoas etc. Estas acomodações (mosteiros) eram as mais freqüentadas. Os monges tiravam seus recursos do próprio solo, a cozinha era mais limpa, mais organizada etc. Por outro lado, nas residências privadas o cardápio era limitado oferecendo pão, carne, peixe ou frango. h) Os anfitriões estabeleciam regras ao seu modo, por exemplo: tempo certo para comer, animado e disposto, lugar agradável, limpo e seguro, bebidas em abundância, música e canções alegres, ambiente iluminado, prece ao jantar e os homens deviam comer com calma, entre outros. i) Já no séc. XlX, as cozinhas eram medonhas, com suprimento pelo chão, sem refrigeração, cães e crianças brincando no chão da cozinha e, com isso, as doenças se espalhavam entre ricos e pobres. Surgem as casas de chá e café, tornando-se lugares mais sociáveis. j) Na hospitalidade na estrada, com as viagens de carruagem na zona rural, os viajantes com posses ficavam nos salões ou em seus aposentos para a refeição, já os outros na cozinha. Os ricos podiam escolher e ver o que iriam comer, já os pobres não. k) No séc.XIX, a hospitalidade recebe inovações tais como, mulheres trabalhando, melhor método de conservação para os alimentos etc. 32 Silveira (2007) comenta sobre a hospitalidade contemporânea, dando como exemplo um ritual no qual “em tribos africanas a hospitalidade é permeada por ritos e símbolos exóticos para os ocidentais: os estrangeiros, os visitantes, são recebidos com uma saraivada de cuspidas” (p. 133). Ainda, segundo o autor há formas brasileiras típicas de receber: a hospitalidade tipo tupiniquim. No Brasil, “o ato de receber é uma festa, um receber com muita comida, com mesa posta, enfeitada, com cafezinho, pão de queijo e outros quitutes regionais” (p. 138). Araújo (1993) comenta que “os afazeres da vida moderna, a racionalização do uso do tempo diário de cada um, o avanço tecnológico das comunicações e o culto à privacidade modificaram o caráter e os hábitos tradicionais de visitar parentes e amigos”. Segundo a autora, no Rio de Janeiro, antigamente esse comportamento era visto como algo próximo de dever de solidariedade e cortesia por um lado, e por outro, pelo prazer do convívio social (p. 254). Segalen (2002) diz que “ritos de evitação, ritos de apresentação, guardar a distância conveniente, tudo isso irá permitir aos autores que somos de um teatro social permanente manter as aparências, afirmando o nosso próprio estatuto e marcando, ao mesmo tempo, a deferência em relação ao outro” (p. 113). Como se pode perceber, a hospitalidade é um fenômeno antigo na história da humanidade. Para melhor compreendê-lo é preciso analisar alguns conceitos que são usados para descrevê-lo. 2.2 CONCEITO DE HOSPITALIDADE A hospitalidade é uma atividade humana que é discutida por diferentes autores e com diversos conceitos, tais como: confortabilidade, receptividade, sociabilidade, cordialidade, entre outros (PAULA, 2002; CAMARGO, 2002; WALKER, 2002). Segundo Paula (2002) “há também os que preferem não adotar nenhum, pois, acreditam que o termo encerra um significado maior do que qualquer palavra possa expressar’’ (p. 70). A hospitalidade integra nas pessoas o seu modo de agir, de pensar e de se expressar, sendo intrínseca ao indivíduo. 33 Cruz (2002) afirma que a hospitalidade não está restrita à oferta de abrigo e alimento a visitantes, e sim ao ato de acolher de forma ampla. Isto significa que devemos considerar um conjunto de estruturas, serviços e atitudes que propiciarão bem-estar ao hóspede. Segundo Camargo (2002, p. 5), “a hospitalidade como dever, como virtude e como direito, está presente no pensamento mítico, religioso e científico dos mais diferentes povos”. Para ele, no plano filosófico, Jacques Derrida traz uma discussão importante envolvendo a migração de pessoas dos países pobres para os ricos. Camargo (2002, p. 6) comenta que, para Derrida, a hospitalidade é a bandeira de uma verdadeira cruzada contra a intolerância e o racismo, bem como a base do que ele chama democracia total. Derrida (apud CAMARGO, 2002, p. 6-7) desenvolve uma noção de hospitalidade incondicional, que significa estar aberto ao outro de maneira incondicional, reconhecendo os conflitos que podem ser, gradualmente, transformados em uma experiência de abertura. Lanna (2000) comenta sobre Marcel Mauss e seu Ensaio sobre a Dádiva. Nesta obra, segundo Lanna, Mauss demonstra que o ato de receber alguém, torna a pessoa, além de anfitriã, um hóspede em potencial daquele que é recebido. Isto quer dizer que, segundo Lanna, “dar e receber” não é apenas uma troca material, mas também “uma troca espiritual, uma comunicação entre almas” (p. 176). Ainda, segundo Lanna, para Mauss a dádiva está incluída nas relações de compra e venda na sociedade capitalista, o que permite considerar a hospitalidade na hotelaria como um recurso de gestão. As idéias de Mauss levam à visão sociológica da hospitalidade, a qual busca transformar as antigas formas de estilos servis de trabalho em profissões modernas, por exemplo, mordomos, cozinheiros, governantas etc (CAMARGO, 2002). Para Grinover (2002, p. 25), o estudo da hospitalidade implica um amplo e complexo contexto sociocultural, a partir do momento em que se criam ou implementam relações já estabelecidas. Hóspede e receptor efetivam trocas de bens 34 e serviços materiais ou simbólicos, levando a uma reflexão sobre a indústria da hospitalidade. Esta pode se manifestar em produtos (tangível) ou se caracterizar como serviço (intangível). Ainda segundo Grinover (2002), hospitalidade pode ser vista como segurança, conforto fisiológico e psíquico do hóspede, por meio de estruturas físicas e culturais. Dessa forma, Goudbout (apud GRINOVER, 2002, p. 29) define hospitalidade como um dom do espaço, espaço da habitação, espaço para percorrer a pé ou para contemplação, sendo suas qualidades a superfície, a acessibilidade, o conforto, a estética e a historicidade. Cruz (2002), na tentativa de sistematização do conhecimento acerca do conceito de hospitalidade, identificou diferentes dimensões inerentes ao fenômeno da hospitalidade, que foram denominadas “naturezas da hospitalidade humana”. Assim, a hospitalidade pode ser um fenômeno sociocultural, profissional, político e espacial. A hospitalidade, do ponto de vista sociocultural, pode ser entendida a partir de um indivíduo ou coletividade. Esses podem ter maior ou menor pré-disposição a receber alguém, ou seja, o ato de receber é culturalmente construído. A hospitalidade pode ser voluntária ou involuntária. Quando de forma remunerada, esta assume uma natureza profissional. A hospitalidade profissional é preparada, treinada e planejada e se refere a serviços criados para atender hóspedes. A hospitalidade profissional apresenta algumas características: - é a combinação complexa de benefícios e aspectos tangíveis e intangíveis; - envolve a interação satisfatória entre serviço e prestador, consumidor e hóspede; - oferece ao hóspede segurança, conforto psicológico e fisiológico, com alimentação, bebida e acomodação; e - pode ser lucrativa ou não (COOPER et al, 2001, apud CRUZ, 2002). 35 A hospitalidade, segundo sua natureza política, é voltada a um fim préestabelecido, que envolve ações da iniciativa privada e do setor público. No setor público a hospitalidade deve ser pensada nas relações de infra-estrutura, envolvendo o planejamento urbano e os impactos do turismo na comunidade local. Na iniciativa privada, a hospitalidade se manifesta na forma como as empresas recebem os turistas. Por fim, na dimensão espacial, a hospitalidade refere-se à análise em espaços urbanos e rurais. O conceito de hospitalidade tem sido alvo atualmente de muitos estudos (CASTELLI, 2005; LASHLEY; MORRISON, 2004; CHON; SPARROWE, 2003), não se limitando apenas para empresas que prestam serviços de alimentação, bebidas e hospedagem, mas também está sendo fortemente discutida sua ligação com o turismo. Inclusive, a hospitalidade não se prende ao turismo, sendo ela maior que o mesmo, na opinião de Lohmann e Panosso Netto (2008, p. 67). Camargo (2004) apresentou dois eixos teóricos para o entendimento da hospitalidade. O primeiro trata dos tempos sociais da hospitalidade que engloba: receber/acolher, hospedar, alimentar e entreter pessoas. O segundo aborda os espaços sociais onde acontece a hospitalidade, sendo: doméstico, público, comercial e virtual. O quadro 2 exibe os tempos/espaços da hospitalidade humana. Quadro 2 - Os tempos/espaços da hospitalidade humana. RECEPCIONAR DOMÉSTICA Receber pessoas em casa, de forma intencional ou casual. PÚBLICA A recepção em espaços e órgãos públicos de livre acesso. COMERCIAL Os serviços profissionais de recepção. VIRTUAL Folhetos, cartazes, folders, HOSPEDAR Fornecer pouso e abrigo em casa para pessoas. A hospedagem proporcionada pela cidade e pelo país, incluindo hospitais, casas de saúde, presídios... Hotéis. Sites e hospedeiros de ALIMENTAR Receber em casa para refeições e banquetes. A gastronomia local. ENTRETER Receber para recepções e festas. A restauração. Eventos e espetáculos. Espaços privados de lazer. Jogos e entretenimento Programas na mídia e sites de Espaços públicos de lazer e eventos. 36 internet, telefone, e-mail. Fonte: Camargo, 2004. sites. gastronomia na mídia. Guerrier (2001) aponta que a “indústria” da hospitalidade envolve diversos tipos de organizações que sirvam alimentos e bebidas e ofereçam hospedagem a pessoas longe de suas moradias. A autora faz uma comparação entre a hospitalidade comercial, ou profissional, e natural indicando que: - hospitalidade refere-se a suprir as necessidades humanas básicas de comida, bebida e um lugar para dormir; - sentimos ter o dever de oferecer hospitalidade aos que fazem parte do nosso círculo, a pessoas que precisam de ajuda e aos nossos amigos; - hospitalidade é uma troca para mútuo benefício: hóspedes e anfitriões têm responsabilidades; - hóspedes ficam excluídos da área privativa ‘dos fundos’, onde os membros da casa podem relaxar e se comportar de maneira natural (GUERRIER, 2001, p. 80). A hospitalidade aplicada em uma empresa hoteleira pode gerar vantagem competitiva, segundo Guerrier (2001), se o hotel proporcionar aos clientes o que eles desejam, com diferencial nos serviços prestados, e que sejam marcantes para os hóspedes. Para tanto, ainda segundo a autora, deve-se também utilizar as novas tecnologias de forma adequada, para se obter serviços com maior qualidade. 2.3 TURISMO: UMA ATIVIDADE HOSPITALEIRA O fenômeno do turismo envolve deslocamento e permanência de pessoas, que estão temporariamente em locais que não são de sua residência habitual. Esse fato nos revela a necessidade de ter um conjunto de estruturas e serviços que fiquem a disposição dessas pessoas, para proporcionar a elas bem-estar por meio da segurança, alimentação, hospedagem etc. Sabe-se que o desenvolvimento que o turismo apresenta hoje é conseqüência da evolução ocorrida na história da humanidade, através de suas experiências no decorrer do tempo. 37 As bases do turismo moderno estabeleceram-se entre o século XVI e meados do século XIX. Também nesse período, originou-se o que foi denominado de Grand Tour, do qual mais tarde deriva-se o termo turismo (ACERENZA, 2002). Segundo o mesmo autor: Todos os estudiosos do fenômeno são unânimes em afirmar que o ano mais memorável na história do turismo é 1841, quando, por rara coincidência, Thomas Cook e Henry Wells começam suas atividades nesta área (p. 71). Em 1841 na Inglaterra, um pastor batista chamado Thomas Cook promove uma viagem de trem entre Leicester e Loughborough, como objetivo de campanha contra o consumo de álcool. Thomas Cook arrendou um trem para realizar sua viagem que acabou sendo um grande sucesso dado a atração que causou na população. Considera-se esse o fato do início da atividade de turismo organizado (ANSARAH, 2001, p.17). Turismo pode ser entendido como uma atividade multifacetada e multidimensional, que está em constante relacionamento com pessoas e suas diversas atividades. Entretanto, quando se busca conceituar o turismo, encontramse controvérsias segundo autores e pesquisadores desse fenômeno. Segundo a Organização Mundial do Turismo (2001) “turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras’’. Já McIntosh (1999, apud IGNARRA, 1999, p. 24) definiu o turismo como sendo ”a ciência, a arte e atividade de atrair e transportar visitantes, alojá-los e, cortesmente, satisfazer suas necessidades e desejos’’. De La Torre (1992, apud BARRETTO, 1999, p. 13) considera o turismo como: Um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural. 38 Para Beni (2006), uma melhor visão do turismo distingue-se em três linhas teóricas. A primeira é chamada linha da produção relacionada à diversidade de empresas que atuam no setor, operando na transformação de matéria-prima em produto acabado ou oferecendo bens e serviços já existentes. A segunda é a linha da distribuição do produto ao consumidor, é a relação econômica considerando a oferta, ou seja, a troca dos bens e serviços. Por fim, na terceira linha, que é considerada a partir da demanda, estão envolvidas as condicionantes da viagem, tais como, as motivações, necessidades e natureza da viagem. Portanto, segundo Beni (2006, p. 39): A conceituação do turismo não pode ficar limitada a uma simples definição, pois que este fenômeno ocorre em distintos campos de estudo, em que é explicado conforme diferentes correntes de pensamento, e verificado em contextos vários da realidade social. Diante deste contexto, que é rico e complexo nas questões relacionadas aos comportamentos dos seres humanos e suas evoluções, adquiridas e conquistadas por meio dos seus conhecimentos, suas experiências ao longo de sua existência e de seus deslocamentos, encontra-se um novo cenário. Esse cenário pode ser entendido como a relação que se forma em um espaço (lugar) em um determinado tempo, onde esses viajantes interagem com a comunidade local. Considerando este ambiente como sendo o mercado turístico, encontra-se a relação existente entre a oferta e demanda, ou seja, a troca de produtos, bens e serviços por valores. Entende-se por demanda turística: A quantidade de bens e serviços que um consumidor/turista está apto e disposto a adquirir por determinado preço, com determinada qualidade, por determinado período de tempo e em determinado local (LEMOS, 1999, p. 73). A demanda turística está relacionada aos produtos turísticos ofertados. Ansarah (2001, p. 21) explica que o produto turístico é “uma mistura de elementos tangíveis e intangíveis, centralizados numa atividade específica e numa determinada destinação”. Nos produtos turísticos estão presentes diferentes combinações de atividades e serviços, tais como: hotelaria, bares e restaurantes, atrativos e 39 transportes, entre outros. Essas combinações existem para atender as necessidades e desejos de um visitante. Ainda, segundo Lemos (1999, p. 119), a oferta turística ‘’é a quantidade de bens e de serviços que uma empresa (ou conjunto de empresas) está apta e disposta a produzir e colocar no mercado por determinado preço, determinada qualidade, determinado local e determinado período de tempo’’. Ao se pensar o turismo hoje, ele é tido por alguns pesquisadores como um fenômeno recente e reflexo das mudanças de comportamento que foram conquistadas pela classe trabalhadora, aumento da acumulação da concentração urbana, aumento da renda per capita e do poder aquisitivo, e também do progresso da tecnologia, entre outros fatores que são tidos como desencadeadores do turismo. É entendido, também, como uma atividade humana que proporciona ao indivíduo a idéia de escape, de fuga do seu cotidiano, proporcionando-lhe oportunidade de lazer, entretenimento, conhecimento e interação de novas culturas, novas diversões, novos sabores, novos valores etc. Wada (2003) apresenta uma reflexão sobre a relação entre turismo e hospitalidade. Para ela, as duas áreas não são antagônicas e deve haver cooperação nos estudos dos dois fenômenos. A autora demonstra que há uma interseção entre turismo e hospitalidade, sendo que a hospitalidade pode contribuir para melhor entendimento do futuro anfitrião, identificando suas tendências e comparando-as com as dos viajantes. Essa relação é ilustrada na figura 1. 40 Busca entender Viajante e Anfitrião • Tradições • Relacionamentos • Expectativas • Necessidades • Desejos • Soluções • • • Figura 1 – Interseção entre turismo e hospitalidade Fonte: WADA, 2003 – Adaptado pela autora. Para Cruz (2002, p. 44): A hospitalidade no turismo tem componentes de espontaneidade e de artificialidade que freqüentemente se combinam. Por meio de estratégias privadas e de políticas públicas, os lugares podem preparar-se para serem hospitaleiros, forjando, por exemplo, uma hospitalidade profissional, centrada na oferta de estruturas e na prestação de serviços voltados exclusiva ou quase exclusivamente para o atendimento do turista. Dias (2002, p. 98-99) explica que a hospitalidade envolve diversos aspectos e que: A noção de hospitalidade provém da palavra latina hospitalitas-atis e traduz-se como: o ato de acolher, hospedar; a qualidade do hospitaleiro; boa acolhida; recepção; tratamento afável, cortês, amabilidade: gentileza. Já a palavra hospes-itus se traduz por hóspede, forasteiro, estrangeiro, aquele que recebe ou que é acolhido com hospitalidade; o indivíduo que se acomoda ou se acolhe provisoriamente em casa alheia, hotel ou outro meio de hospedagem; estranho. 41 Ainda para a mesma autora, na prática a hospitalidade é semelhante à qualidade, pois é uma experiência sentida pelo hóspede e surge de fatores sociais no contato deste com outras pessoas, tais como, outros hóspedes, moradores, funcionários entre outros (DIAS, 2002, p. 126). Para muitos autores o turismo é acompanhado de um desejo do turista de sentir-se em casa quando viajando (CAMARGO; DIAS, 2003; CASTELLI, 2005; CRUZ, 2002). De forma mais clara, para Cruz (2002, p. 44) sentir-se em casa significa: Ter no lugar em que se é estrangeiro (palavra que tem o intuito de designar alguém que não pertence ao lugar, que não é residente) a mesma sensação de acolhimento que se tem na própria casa, o que significa, em primeiro plano, segurança, mas também conforto e bem estar de forma geral. Nota-se diante deste fenômeno que é o turismo, a importância de se falar sobre hospedagem e hospitalidade, pois estão intimamente relacionadas com a atividade turística. Acredita-se que a hospitalidade, quando pensada para o turismo, tem maior relevância quando vislumbrada pelo viés da antropologia, filosofia, sociologia, psicologia e história, pois, cria-se uma condição mais próxima observada como o ideal de acolhimento ao visitante. 2.4 HOSPITALIDADE NA HOTELARIA As pessoas em viagem, desde os tempos mais remotos, necessitavam de lugares nos quais lhes fossem fornecidos alimentação e pouso para abrigarem-se de forma segura. Segundo De La Torre (2001, p. 19), “a indústria hoteleira nasce propriamente no século XIX, e considera-se o Hotel Tremont House, construído em Boston, Mass, em 1819, como “Adão e Eva” da indústria moderna”. O mesmo autor (p. 29) define hotel como sendo “uma instituição de caráter público que oferece ao viajante alojamento, alimentação e bebida, bem como entretenimento, e que opera com a finalidade de obter lucros”. Serson (2000, p. 38) comenta que o “setor hoteleiro teve a oportunidade de amplo crescimento principalmente após a Primeira Guerra Mundial, num contexto 42 em que a Revolução Industrial já se encontrava consolidada”. Sabe-se que nesse período já havia certo desenvolvimento no setor de transporte e uma evolução nas condições de vida dos assalariados. Para De La Torre (2001, p. 19): Paralelamente ao avanço dos meios de comunicação e de transporte, como as ferrovias e barcos a vapor, que facilitaram o transporte em massa de passageiros, surgiu a necessidade de dispor de um número maior de alojamentos, razão pela qual se incrementou a construção de vários hotéis próximos às estações ferroviárias. Para tratar sobre a “indústria” da hospitalidade, se faz necessário um entendimento e conhecimento de algumas definições do que vem a ser um hotel, pois são várias, que se diferenciam entre si. Para Klein (1980, apud SERSON, 2000, p. 40) o hotel é “uma edificação que, mediante pagamento de diárias, oferece alojamento à clientela de maneira indiscriminada”. Já a legislação portuguesa o define de forma mais ampliada, como sendo um “estabelecimento que tem por finalidade proporcionar alojamento, contra uma dada remuneração, com ou sem o fornecimento de refeições e outros serviços acessórios” (Portugal, Decreto Lei n 49.3990, apud SERSON, 2000, p. 40). No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Turismo, o hotel é definido como sendo: Estabelecimento comercial de hospedagem que oferece aposentos mobiliados com banheiros privativos, para ocupação eminentemente temporária, oferecendo serviço completo de alimentação, além das outras atividades inerentes à operação hoteleira (KLEIN, 1980 apud SERSON, 2000, P. 41). Dias (2002, p. 99) comenta que a palavra hotel tem origem francesa e que: ... a palavra hôtel designava os edifícios, públicos ou privados, que fossem suntuosos e importantes em relação aos demais da localidade. Assim, até hoje, pode-se observar, na França, a utilização do nome hôtel não só para designar um meio de hospedagem, mas também para identificar edifícios que se destaquem, pelo porte, estilo arquitetônico ou quaisquer outras características, como por exemplo: Hôtel des Invallides, que, desde 1670, abrigava oficiais e soldados inválidos da Pátria; Hôtel des Postes, correio; Hôtel des Finances, espécie de instituição financeira; Hôtel des Monnaies, onde era cunhada a moeda circulante; Hôtel de Ville, prefeitura; e Hôtel-de- 43 Dieu, ou Casa de Deus, que foi fundado como hospital, em 1443, e abria suas portas para socorrer enfermos, em sua maioria carentes. Considerando que os hotéis podem ter diferentes estruturas e finalidades, a partir do conceito de hotel é importante discutir os tipos de hotéis e sua classificação. 2.4.1 Tipos de Hotéis Verifica-se que as pessoas atualmente estão encontrando uma grande oferta de hotéis disponíveis no mercado, chegando, muitas vezes, a ficar em dúvida na escolha, tentando saber qual poderá ser a melhor opção. Alguns desses hotéis se diferenciam na alimentação, pois podem oferecer apenas pernoite, que é considerado como o tipo europeu, não inclui alimentação. Outros oferecem apenas o café da manhã simples com pão, manteiga, geléia e café, este é do tipo continental. O tipo americano modificado inclui meia-pensão na qual o hóspede poderá escolher entre café da manhã, almoço ou jantar. Por fim, os hotéis do tipo americano que inclui pensão completa, ou seja, as três alimentações (DE LA TORRE, 2001, p. 29). Sabe-se que essa diversidade nos meios de hospedagem veio a contribuir para o mercado hoteleiro no sentido de atender uma demanda que busca por melhor serviço, melhor infraestrutura, melhoria no atendimento entre outros. Segundo De La Torre (2001, p. 30), existem várias maneiras de se classificar um hotel e, para isso, utilizam-se os critérios e classificações apresentados no Quadro 3. 44 Quadro 3 - Classificação de Hotéis. CRITÉRIO DIMENSÃO TIPO DE CLIENTELA QUALIDADE DOS SERVIÇOS LOCALIZAÇÃO OU RELAÇÃO COM OUTROS SERVIÇOS ATUAÇÃO ORGANIZAÇÃO PROXIMIDADE A TERMINAIS DE EMPRESAS DE CLASSIFICAÇÃO Pequeno Médio Grande Comerciais DESCRIÇÃO Até 40 apartamentos De 40 a 200 apartamentos Mais de 200 apartamentos São para viajantes em trânsito, geralmente viagem de negócios Para férias São aqueles localizados em áreas de recreação Para convenções São os que hospedam grupos de comerciantes ou profissionais para convenções, geralmente localizam-se em centros urbanos ou centros de férias Para moradores São aqueles nos quais as pessoas não desejam ficar em casa, optando por morar temporariamente ou permanentemente nesses hotéis Sistema de palavras É quando se considera o hotel descritas de luxo como o de ótima categoria, seguindo em ordem decrescente, primeira superior, de primeira, turista superior e turista Sistema de letras A categoria ótima é a AA, seguindo uma ordem decrescente A, B, C e D Sistema de estrelas A categoria ótima é a de cinco estrelas, decrescendo até uma estrela Metropolitano Situado nas cidades, em zonas urbanas podendo estar próximo de cinemas, museus, teatros, lugares históricos etc Hotel Cassino Além de alojamento e alimentação proporcionam jogos de azar Hotel de Destino Turístico Situam-se longe das metrópoles e inclui complexo de instalações recreativas Permanentes Ficam abertos o ano todo De estação Ficam abertos apenas em determinadas épocas do ano Independente É um hotel que não pertence a grupo hoteleiro Rede É um hotel que faz parte de um grupo hoteleiro Terminais terrestres Localizado próximo a estações rodoviárias Terminais aéreos Localizado próximo a aeroportos 45 TRANSPORTE Terminais Localizado próximo a portos marítimos/fluviais/lacustres de navegação Rodovias Localizados à margem de estradas Fonte: DE LA TORRE, 2001, p. 30, adaptado pela autora. Sabe-se que num passado recente a classificação dos hotéis era simbolizada por estrelas. Segundo Serson (2000) a sua categorização obedecia a critérios de referência aos quais eram atribuídos quantidades de pontos. Para essa categorização os dados referenciais eram distribuídos em três grupos: • Grupo 1: O aspecto infra estrutural em termos de construção: áreas de estar, de refeições (restaurantes, áreas dos U.Hs. e outros). • Grupo 2: Os equipamentos e as instalações: elevadores, geradores, sauna, piscina, área de esportes. • Grupo 3: Os serviços do hotel: alimentação, limpeza e arrumação e outros (SERSON, 2000, p. 41). Com o resultado da soma dos pontos os hotéis eram classificados como sendo de uma, duas ou até cinco estrelas, passando por verificações do Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR). Atualmente a classificação é elaborada por meio de guias da área turística ou de viagens. Essa avaliação é feita por meio de formulários específicos e critériospadrão de comparação. Os avaliadores, que são repórteres especializados, utilizam esses critérios ao hospedarem-se nos hotéis sem identificarem-se, nos quais realizam todas as observações e posteriormente julgam qual a categoria que pode e deve ser enquadrado o hotel (SERSON, 2000, p. 42). Para o mesmo autor: O método que prevalece hoje, o da Autoclassificação, pressupõe o preenchimento, pelo próprio estabelecimento, de um manual de cadastro e qualificações de hotéis. Ele dimensiona e avalia qual a sua categoria: Super Luxo, Luxo, Superior, Econômico, Turístico, ou simples (p. 44). Segundo a Deliberação Normativa n° 429, de 23 de abril de 2002 da EMBRATUR, a classificação tem por objetivo atender as expectativas dos hóspedes, em relação aos meios de hospedagem, destinando-se a avaliar a observância dos seguintes aspectos: 46 a) de aplicação ao meio de hospedagem como um todo: Posturas legais; Segurança; Saúde; Higiene; Conservação/Manutenção; Atendimento ao Hóspede. b) destinados a avaliar os diferentes setores do meio de hospedagem: Portaria/Recepção; Acessos e Circulações; Setor Habitacional; Áreas Sociais; Comunicações; Alimentos e Bebidas; Lazer; Convenções/Escritório Virtual; Serviços Adicionais; Cuidados com o meio ambiente. Além disso, a norma prevê que serão verificados, para cada item, serviços prestados pelo estabelecimento, os sistemas de gestão adotados, as instalações e equipamentos disponíveis e as áreas e aspectos construtivos existentes no meio de hospedagem. O objetivo final é indicar o nível de conforto e atendimento oferecidos aos turistas. Neste contexto, a gestão hoteleira deve estar voltada a buscar estratégias que enfatizem a hospitalidade nos serviços. Assim, diante das contribuições descritas acima, acredita-se poder avançar para a relação da hospitalidade na hotelaria. 2.4.2 Características da Hospitalidade na Hotelaria Por meio de levantamento da literatura, pode-se dizer que a hospitalidade comercial tem raízes antigas com o surgimento das viagens, nas quais os viajantes necessitavam de alimentos, bebidas, abrigo e repouso. Entretanto, sabe-se que o desaparecimento das peregrinações ocorrido após a Reforma, contribuiu para o declínio das modalidades mais antigas da hospitalidade. Segundo Zeldin (1994, apud Ramos, 2003, p. 28): O declínio da hospitalidade foi observado pela primeira vez na Inglaterra do século XVI, quando os bispos foram acusados de limitála a amigos e parentes. Assim que os ricos designaram esmoleres 47 para fazer suas obras de caridade por eles, perderam o contato direto com os visitantes; assim que as aflições foram tratadas com impessoalidade pelos servidores, a hospitalidade nunca voltou a ser a mesma (...). A hospitalidade franca foi substituída pela indústria da hospitalidade, sobrevivendo apenas em regiões remotas e pobres (...) O pedinte que vendia mercadorias invulgares, o vagabundo que contava histórias espantosas, o estranho que trazia novidades interessantes já não se fazem necessários na era da televisão e dos supermercados. Essa passagem na história da hospitalidade é também compartilhada e estudada por outros pesquisadores (DE LA TORRE, 2001; CASTELLI, 2006; DUARTE, 1996). Clark (1983 apud WALTON, 2004, p. 81) aborda essa questão mencionando que: De meados do século XVI em diante, o crescimento acelerado da população (com um hiato no final do século XVII), a expansão do comércio interno, o aumento do interesse estatal na manutenção da ordem e da produtividade do trabalho, somados à preocupação religiosa de ordenar a moralidade do comportamento público, combinaram-se para tornar o negócio da hospitalidade cada vez mais importante e perceptível. Dias (2002) comenta que os países anglo-saxões são os que mais vêm estudando o fenômeno da hospitalidade e que publicações recentes definem essa “indústria” especialmente como as “atividades ligadas ao aspecto mais comercial, que envolve o fornecimento de comida e/ou bebida e/ ou acomodação num contexto de serviços” (p. 102). A mesma autora relata, também, que a escola norte- americana de hotelaria tem como principais pontos os aspectos funcionais dos serviços e os equipamentos. E que mais recentemente tem se preocupado com questões do management, envolvendo técnicas de gestão com administração moderna. Já a hotelaria européia vem-se aprimorando com técnicas profissionais, de cozinha, de serviços e de recepção, buscando sempre o melhor atendimento ao hóspede. Segundo Dias (2002, p. 105), a esse respeito Cesar Ritz, o fundador do Hotel Paris Ritz, afirmava que: O aspecto mais deplorável da hotelaria americana era o serviço nos apartamentos e o Ritz deveria se esforçar para obter, nesse setor, um nível tão perfeito quanto possível, dia e noite, sem interrupção. 48 Nos serviços puramente funcionais, por outro lado, os americanos não apreciam as concepções démodés da velha Europa. Por essa razão, devemos nos dedicar resolutamente à modernização das Salles de bains. Essa questão se aproxima da discussão de estilo de hospitalidade comentada por Camargo (2003). Para este autor existe um desafio de se criar um estilo de hospitalidade seja para os meios de hospedagens, para as cidades e, até mesmo, regiões ou países. Nesse sentido, Pimenta (2005, p.154-155) observa que há necessidade de valorizar mais a sensibilidade que a técnica na hospedagem. Ela aponta que a prática da hospitalidade exige alguns cuidados: • As pessoas devem estar atentas aos detalhes, procurando fazer com que os serviços sejam perfeitos e pessoais... • Os hotéis devem traduzir um estilo de vida que fuja dos padrões impessoais das redes internacionais... • O melhor para o hóspede é a presteza, a escuta atenta, o bom humor, o encaminhamento da solução, a discrição, a organização e limpeza, a rapidez no atendimento, a clareza e objetividade nas determinações... • Os gerentes de hotéis devem ser criativos... • A segurança e adequado funcionamento do prédio e suas instalações, bem como a segurança individual do hóspede, devem ser uma preocupação de cada membro da equipe do hotel... Abreu (2003, p. 30) lembra um fator importante para a hospitalidade na hotelaria. Ele diz que a maneira usada por uma organização para se estruturar e se comunicar com o mercado é fundamental para a qualidade dos serviços. Isso acontece porque a estrutura e a comunicação definem “a identidade, o perfil, a personalidade e a cultura da organização, o que se refletirá diretamente na imagem que o cliente abstrairá dela”. Castelli (2006) faz uma análise sobre o conceito de hospitalidade e diz que, quando analisado em uma linha de tempo, o conceito de hospitalidade “foi sendo dessacralizado, tornando-se um negócio rentável na sociedade contemporânea, pouco restando daquela virtude altamente apreciada no passado longínquo”. O autor comenta ainda sobre o cotidiano das pessoas, dizendo que atos de terrorismo, 49 questões de segurança, assaltos e seqüestros podem colocar destinos turísticos em desvantagem, pois cada vez mais a prática da hospitalidade torna-se difícil. Esse mesmo aspecto é mencionado por Neves e Alexandre (2006) ao descreverem o novo cenário global, com sua dualidade, que tem um clima favorável ao desenvolvimento do turismo, respeitando o patrimônio histórico e natural da humanidade e, ao mesmo tempo, sendo marcado por guerras e conflitos de diferentes naturezas. . Contudo, segundo Castelli (2006), a hospitalidade não deve ser negligenciada e, para exemplificar, ele cita quatro princípios básicos da hospitalidade, que segundo Cuillé (1992) são necessários para uma boa acolhida. Os princípios são: a) a segurança, que ao ser acolhido, o indivíduo almeja abrigo seguro para repousar; b) a conviviabilidade, que é um tratamento com amabilidade e cordialidade para sentir-se como se estivesse em sua própria casa; c) o cuidado ininterrupto, que é fazer com que, desde a sua chegada (checkin) até sua saída (check-out), o visitante receba toda atenção; e d) por fim, a coerência, que é fazer com que ambientes e serviços sejam coerentes durante toda a sua estada. Para Castelli (2005, p. 193), “no hotel, é possível identificar inúmeros setores ou locais nos quais a prática da hospitalidade se materializa, constituindo-se num ponto crítico para a qualidade dos bens e serviços oferecidos”. Castelli comenta que para encantar os hóspedes, os hotéis devem prestar serviços com excelência. Para ele “essa excelência pode constituir-se numa espécie de carta de hospitalidade, a ser posta em prática por todos os colaboradores”. Essa carta deve observar o que ele chama de “doze mandamentos”, que seguem apresentados no quadro 4. 50 Quadro 4 – Doze mandamentos da Carta de Hospitalidade. 1º. Manter a limpeza e a higiene em todos os ambientes do hotel. 2º. Manter uma boa postura e aparência pessoal (higiene e uniforme) de todos os colaboradores do hotel. 3º. Fazer o viajante sentir-se bem-vindo, com um olhar nos olhos, com um sorriso discreto e com uma saudação adequada (bom-dia; boa-tarde; boa-noite). 4º. Chamar o cliente por senhor ou senhora. Se for um cliente habitual, demonstrar que foi reconhecido, chamando-o pelo nome/sobrenome, dando-lhe um tratamento personalizado. 5º. Tratar o cliente com espírito de serviço, ou seja, com simpatia, amabilidade, alegria, emoção, entusiasmo, rapidez, objetividade e presteza. 6º. Reconhecer e antecipar as necessidades, os desejos e as expectativas dos clientes. 7º. Cumprir com a promessa de serviço no que diz respeito à oferta de bens e serviços, preços e prazos. 8º. Cultivar o espírito de equipe, por intermédio de um ambiente de colaboração com os colegas de todos os setores. 9º. Saber ouvir a voz dos clientes. 10º. Saber recuperar-se dos erros inevitáveis, com tranqüilidade e agilidade. 11º. Estar bem informado para bem informar. 12º. Finalizar todo o atendimento do cliente com chave de ouro. Fonte: Castelli (2005), adaptado pela autora. A Carta da Hospitalidade proposta por Castelli (2005) ressalta a necessidade de prestar um serviço com excelência na hotelaria. A esse respeito, Serson (2000, p. 46) afirma que “a preocupação com a excelência dos serviços de uma empresa (....) nos leva de imediato, à abordagem de aspectos intimamente relacionados à questão do planejamento estratégico e à estratégia competitiva da empresa”. Assim, no próximo tópico se discute o tema da estratégia em hotelaria. 2.5 ESTRATÉGIA NA HOTELARIA O conceito de estratégia passou por várias fases e significados, desde ações e manobras militares até ser uma disciplina do conhecimento administrativo (CAMARGOS; DIAS, 2003). Mintzberg (2001) apresenta cinco definições para estratégia. A estratégia pode ser um plano, ou seja, um curso de ação consciente para uma organização. A estratégia pode ser um pretexto quando a empresa usa alguma manobra para ludibriar a concorrência. A estratégia pode ser um padrão que é notado em um conjunto de ações tomadas na empresa em nível empresarial e gerencial. A estratégia enquanto posição significa uma forma de posicionar a 51 empresa em seu ambiente. Por fim, a estratégia é uma perspectiva que surge de visões internas dos principais executivos de uma empresa. Segundo Castor (2006, p. 30) a definição mais precisa de estratégia empresarial é a de Chandler (1998) para quem: A estratégia pode ser definida como a determinação das metas e objetivos básico a longo prazo de uma empresa bem como da adoção de cursos de ação e a alocação dos recursos necessários à consecução dessas metas. Assim, entende-se que a estratégia estuda a situação na qual a empresa se encontra, e posteriormente estabelece objetivos a serem alcançados, determina os caminhos a serem seguidos e aplica os recursos necessários para realizar as intenções planejadas. Segundo Gimenez (1998), para a escolha de uma estratégia faz-se necessário uma avaliação do ambiente competitivo. Este aspecto se torna mais relevante no contexto atual, pois, como lembram Hocayen-da-Silva e Teixeira (2008, p. 174): Observa-se atualmente no contexto competitivo das empresas do setor hoteleiro um cenário caracterizado por rápidas mudanças ambientais, decorrentes do elevado grau de exigência dos clientes, do grande número de concorrentes e do surgimento de inovações no setor, que, conseqüentemente, modificam constantemente a prestação de serviços. Essas mudanças ocorrem em nível político, social, econômico,cultural e tecnológico e exigem que empresas hoteleiras adotem posturas estratégicas objetivando conquistar vantagens competitivas que garantam sustentabilidade da posição superior no mercado em relação aos concorrentes. A formulação da estratégia de uma empresa deve observar um conjunto de princípios na opinião de Fahey (1999). O quadro 5 sintetiza os princípios apresentados pelo autor. 52 Quadro 5 – Princípios da estratégia. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. A estratégia lida com a interface empresa e mercado A estratégia define escopo, postura e metas para a empresa A estratégia cria ou alavanca mudanças no ambiente A escolha da estratégia depende das condições ambientais e organizacionais As estratégias existem nas mentes dos administradores A estratégia se relaciona á superação da concorrência de forma rápida e antecipada A intenção da estratégia é atrair, conquistar e manter os clientes mais do que os concorrentes 8. A estratégia deve envolver ações empreendedoras para ser diferente dos concorrentes 9. A estratégia precisa se renovar sempre Fonte: Fahey (1999, p. 20), adaptado pela autora. As estratégias empresariais, segundo Porter (1999), são de três tipos: liderança de custo, diferenciação e foco. As estratégias genéricas variam na ênfase dada a duas dimensões: diferenciação x liderança de custo (vantagem estratégica); e indústria em geral x segmento particular (objetivo estratégico). Assim, as estratégias podem ser descritas da seguinte forma: 1º. - A estratégia de liderança de custo se dá através da ação de empresas que procuram aumentar sua participação no mercado buscando menores custos em relação a seus concorrentes; 2º. - Diferenciação é a busca de uma vantagem competitiva através do fornecimento de produtos ou serviços que são vistos como únicos em alguma(s) qualidade(s) desejada(s) pelo consumidor; e 3º. - Finalmente, a estratégia de foco está baseada em dirigir os esforços da empresa para atender necessidades de um nicho específico de mercado, definido seja em termos geográficos ou em termos de tipo de consumidor. A estratégia de foco implica na possibilidade de aplicar uma abordagem de liderança de custo ou de diferenciação ao segmento de mercado escolhido. A essência da estratégia, para Porter, se refere a quatro aspectos: 53 a) É colocar as pessoas de uma organização atuando sempre no mesmo sentido; b) É diferente de melhorias operacionais; c) É escolher ser diferente, propondo valores especiais para o mercado; e d) É buscar e efetivar vantagem competitiva. Considerando que o mercado hoteleiro no Brasil está em constante movimentação competitiva, acredita-se que uma forma das empresas buscarem um bom posicionamento é trabalhar com o capital humano o conceito da hospitalidade. Desta forma, aplicando o conceito da hospitalidade, como uma estratégia competitiva, o hotel terá uma maior satisfação de seus clientes e, em conseqüência, maior rentabilidade. A estratégia de uma empresa se refere, segundo Fahey (1999, p. 21), à determinação de seu escopo de atuação. O escopo trata de três aspectos gerais: 1. Que produtos (ou grupo de produtos) a empresa quer oferecer ao mercado? 2. Que clientes – ou, mais especificamente, a que necessidades dos clientes – a empresa quer servir? 3. Que recursos, competências e tecnologias a empresa possui ou é capaz de desenvolver para atender aos seus segmentos produtocliente? Essas questões citadas acima, quando relacionadas a um hotel, devem se alinhar de forma sistemática e cuidadosa, buscando criar oportunidades para o negócio. Em um hotel, quando suas operações de serviços são executadas com padrões de qualidade e, também, com características hospitaleiras, resultará em vantagem competitiva. 54 2.6 SERVIÇOS NA HOTELARIA A hotelaria é aceita como uma atividade econômica que está intrinsecamente relacionada com o turismo e, conseqüentemente, com turistas (hóspedes). Para alguns pesquisadores (SERSON, 2000; CASTELLI, 2006), mas em especial para Yázigi (2000), a hotelaria é a arte de agradar. Nos dias de hoje, sabe-se que pesquisas e reflexões são feitas em relação a comportamentos e sentimentos de indivíduos, que quando longe de suas casas, sentem-se, no mínimo, desprotegidos e, também, como se estivessem sem identidade. Nesse contexto, as empresas hoteleiras propõem-se a oferecer um ambiente afável, acolhedor, seguro e, também, dispor de alimentação, bebida, pouso e higiene, de forma que venha satisfazer as necessidades básicas e fundamentais para esses viajantes. Indivíduos quando longe de suas casas dependem da funcionalidade de coisas banais, como também das extraordinárias, tais como, ser chamado na hora certa, poder deixar e receber recados, serviços de higiene, alimentação, arrumação e, sobretudo, poder usufruir de todos os equipamentos disponíveis como televisão, ar condicionado, abajur entre outros. Deve-se prestar esses serviços sendo gentil, buscando passar a imagem e a impressão de que é um prazer ser útil em poder servi-los. Entende-se por isso a prática do conceito de hospitalidade. Para Castelli (2006), a comunicação da hospitalidade ocorre por diferentes maneiras, podendo-se distinguir na análise da comunicação: a escrita, a corporal, a verbal e a visual. Logo, a comunicação se processa pelas palavras, símbolos, experiências, estímulos, vontades e emoções. Segundo o mesmo autor: De forma análoga, na hotelaria, os traços arquitetônicos, os jardins, a sinalização, os uniformes, a expressão corporal do quadro funcional, a limpeza, o material promocional, a decoração e até a música ambiental constituem a forma de comunicar a hospitalidade (CASTELLI, 2006, p. 3) 55 Outra questão também levantada por Castelli (2006) é com relação a como materializar ou exteriorizar a hospitalidade e quais gestos e sinais mostram que a pessoa foi aceita. Para o autor, gestos simples como um aperto de mão, um sorriso ou, ainda, um simples movimento com a cabeça poderão sinalizar o que se passa na alma das pessoas. Albrecht, citado por Serson (2000), comenta que tendo em vista o grande número de empresas prestadoras de serviços, poderia-se pressupor que dentre elas, a maioria estaria atenta à questão dos serviços prestados. Todavia, esse pressuposto não é a realidade, pois as empresas prestadoras de serviços na sua maioria realizam suas operações de serviços tendo como norma básica a mediocridade. Ademais, o autor comenta que essas empresas sobrevivem dando pouca ou nenhuma atenção para as experiências e expectativas dos clientes, deixando a qualidade dos serviços a mercê do acaso, obtendo, com isso, uma qualidade medíocre nos serviços. Por sua vez Serson (2000, p. 72) compartilha com Albrecht a esse respeito, mas avança dizendo que “há empresas nas quais não só a qualidade do serviço prestado se apresenta como nula, como o aspecto da hospitalidade é totalmente ignorado”. Karl Albrecht após estudar por meio de pesquisas os motivos que provocam a insatisfação dos clientes em empresas prestadoras de serviços, pode identificar sete categorias distintas de fatores que resultam na insatisfação, as quais denominou de os Sete Pecados em Serviços. São eles, a apatia, a dispensa, a frieza, a condescendência, o automatismo, o livro de regras e o passeio. Os fatores podem ser assim resumidos: a) A apatia significa demonstrar pouco caso pelo cliente, dando-lhe pouca importância; 56 b) A dispensa está relacionada à tentativa de livrar-se do cliente, passando a impressão de desprezo de suas necessidades, desejos e problemas, com um comportamento padronizado; c) A frieza é demonstrada por meio de um comportamento ríspido, passando a idéia de que o cliente é um estorvo; d) A condescendência é tratar o cliente com paternalismo; e) O automatismo significa usar para todos os clientes a mesma atitude programada sem considerar as diferenças dos indivíduos; f) Adotar o “livro de regras” é colocar normas acima de satisfação, bom atendimento e hospitalidade; e g) O “passeio” é fazer com que o cliente se desloque pela empresa, passando por vários funcionários, para obter informações (SERSON, 2000, P. 76-79). Em síntese, a qualidade na hotelaria significa “o coração” do negócio. Todo o funcionamento de um hotel deve estar em sintonia com o espírito da hospitalidade. Ou seja, conforme Yázigi (2000, p. 41) “sem qualquer dúvida, o melhor que se pode dar a um cliente é simplesmente tudo aquilo pelo que ele está pagando, isto é, toda classe de serviços oferecidos pelo estabelecimento. Oferecer com excelência; deixálo de boca aberta”. 2.7 ESTRATÉGIA NO SETOR DE SERVIÇOS Observa-se que está ocorrendo uma forte mudança na estrutura e na concepção do setor de serviços. Nota-se que empresas têm buscado observar seus consumidores, ou melhor, seu público-alvo por diversos ângulos e maneiras para, posteriormente, inovar e passar uma imagem mais criativa de seus serviços. Nota-se ainda que elas também têm considerado os clientes como fonte de informação e 57 melhoria para os serviços prestados por meio da interação entre clientes e funcionários. Sabe-se que hoje a mudança de comportamento do consumidor está cada vez mais acelerada e voltada à qualidade. Entende-se que para as empresas, sejam elas de produtos permanecerem no manufaturados mercado e ou de agregarem serviços, novos para acompanharem, clientes, é indicado estrategicamente que tenham uma postura competitiva. Isto se justifica, pois, segundo Fahey (1999, p. 27), “a postura diz respeito a como a empresa se diferencia dos concorrentes atuais e futuros, segundo a percepção e a compreensão dos clientes”. Verifica-se que as empresas vêm passando por vários desafios atualmente para permanecerem no mercado de forma estável e lucrativa. Conforme Fahey (1999, p. 15): A gestão estratégica é o nome do desafio mais importante, árduo e abrangente com que se defronta qualquer organização privada ou pública: de que maneira estabelecer as bases para o êxito de amanhã e ao mesmo tempo competir para vencer nos mercados de hoje. Observa-se, por meio de uma visão mercadológica, a importância de uma postura estratégica que busque a diferenciação de produtos e serviços para disponibilizar ao mercado. Além disso, os consumidores no momento de adquirirem produtos ou serviços buscam benefícios, caso contrário, irão recorrer aos concorrentes. Segundo Normann (1993), nos anos de 1960 e 1970, das 100 maiores empresas no mundo, apenas 56 eram de serviços, 08 eram de serviços com algum produto tangível como parte do serviço e, por fim, a terça parte restante eram empresas de alta tecnologia. O mesmo autor esperava que a chamada “onda de serviços” como fenômeno acontecerá quando se considerar que entre 80 a 85% dos produtos de tecnologia de informação forem para o setor de serviços e o restante para o setor industrial. Para esse autor, 58 Está ocorrendo forte mudança na estrutura do setor de serviços. A maneira básica pela qual os serviços são concebidos – como em relação ao conteúdo e ao processo de produção – está mudando radicalmente. As empresas têm que observar os consumidores de maneiras diferentes. A nova empresa criativa de serviços deve considerar o consumidor como parte de sua força de trabalho – ela vende também conhecimento, organização e administração (p. 23). Um exemplo deste tipo de mudança pode ser visto na prática dos hotéis no momento do café-da-manhã, quando os hóspedes devem se servir diretamente no Buffet. No passado, esses hóspedes eram servidos por garçons que traziam à mesa somente o pedido do hóspede. Segundo Normann (1993, p. 26), “a importância crítica de intangíveis na equação de serviços tem contribuído para os serviços serem visualizados mais como arte do que como ciência”. Atualmente, os negócios referentes a serviços ainda possuem pouco status, pois existem indivíduos que não dão o devido valor às pessoas que executam determinados serviços. Infelizmente, para algumas pessoas existem serviços que são considerados como de baixo status. Esses serviços tendem a ser aqueles nos quais os indivíduos desempenham funções como na limpeza, na cozinha, cuidar de crianças, entre outros. Tradicionalmente executados por pessoas de pouca educação formal ou que faziam parte da economia informal. No entanto, os serviços na atualidade estão sendo, cada vez mais, um fator primordial para o sucesso das empresas. 2.7.1 Definição e Características de Serviços Para abordar assuntos referentes aos temas serviços e estratégia e, posteriormente aprofundar sua análise, com mais subsídios, é necessária uma definição do significado do termo serviços. Para Lara (2001, p. 17) serviço é: Toda atividade ou benefício, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resulta na posse de algum bem. A prestação de um serviço pode ou não estar ligada a um produto físico. O ato de alugar um apartamento de hotel envolve a compra de um serviço. 59 Ainda segundo a mesma autora, os serviços possuem quatro características principais e que precisam ser atentamente observadas. São elas a intangibilidade, a inseparabilidade, a variabilidade e a perecibilidade. O quadro 6 sintetiza as características citadas e exemplifica cada uma delas. Quadro 6 – Características dos serviços. CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO Intangibilidade Os serviços não podem ser experimentados através dos sentidos da visão, paladar, tato, audição e olfato antes de seres comprados Inseparabilidade Os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente, e são inseparáveis daqueles que os fornecem, sejam pessoas ou máquinas Variabilidade A qualidade do serviço prestado depende de quem, quando, onde e como é proporcionado EXEMPLOS Alugar um apartamento de hotel não garante o conforto de forma antecipada Pedir um lanche ao room service Na recepção, a satisfação do hóspede dependerá da forma como o funcionário o recebe, sendo simpático, eficiente e agradável. Outro funcionário poderá não oferecer a mesma qualidade no atendimento Perecibilidade O serviço não pode ser estocado O hotel passar uma noite sem ter para que sejam realizadas vendido a ocupação de um vendas futuras apartamento Fonte: Elaboração própria, 2009. Normann (1993, p. 31) indica as diferenças típicas entre produtos manufaturados e serviços que complementam as características apresentadas por Lara (2001). O quadro 7 apresenta uma versão resumida dos aspectos mencionados. 60 Quadro 7 - Diferenças entre produto manufaturado e serviço. PRODUTO MANUFATURADO SERVIÇO É concreto É intangível Posse é transferida com a compra Geralmente posse não é transferida Pode ser revendido Não pode ser revendido Pode ser demonstrado Pode ser estocado Normalmente não pode ser demonstrado com eficácia (não existe antes da compra) Não pode ser estocado Consumo depende da produção Produção e consumo geralmente coincidem Produção, venda e consumo em locais Produção, consumo e venda, em geral, no diversos mesmo local Pode ser transportado Não pode ser transportado Vendedor fabrica É possível contato empresa e cliente Pode ser exportado Comprador participa da produção indireto entre Contato direto é necessário quase sempre Não pode ser exportado Fonte: Normann (1993, p. 31), adaptado pela autora. De maneira geral, sabe-se que em todas as áreas e segmentos, os serviços são extremamente relevantes. Entretanto, na atividade hoteleira são tidos como essenciais, pois atualmente muitas empresas hoteleiras buscam pela excelência na prestação de seus serviços. Constata-se que na hotelaria os clientes (hóspedes) e os funcionários (colaboradores) o tempo todo estão interagindo no que diz respeito aos serviços. Nesse momento, acredita-se que os prestadores dos serviços precisam trabalhar eficazmente para criar um valor a mais a cada contato realizado com os hóspedes. Entende-se que com esse processo, o diferencial do hotel ficará evidente para os hóspedes e, conseqüentemente, marcará essa imagem em sua memória. Essa ação, conforme indicado por diversos autores (CASTELLI, 2005; GUERRIER, 2001; TORRE, 2001), pode ser entendida como uma das estratégias de diferenciação 61 dentro da hotelaria, resultando, assim, em maior satisfação dos clientes e maior lucratividade para o empreendimento. Segundo Lara (2001, p. 19), a cadeia de lucro de serviços que vincula os lucros das empresas à satisfação do empregado e do cliente, apresentada por Kotler (1999) em seu livro ‘Princípios de Marketing’, demonstra a necessidade de prestar serviços com qualidade. Essa cadeia consiste em cinco vínculos: • Lucros e crescimento de serviços saudáveis: Desempenho de alta qualidade da empresa de serviços, o que resulta em... • Consumidores satisfeitos e leais: Consumidores satisfeitos que se mantêm leais, repetem a compra e indicam outros consumidores, o que resulta em... • Maior valor de serviço: Criação de valor mais eficiente e eficaz e prestação de serviços, o que resulta em... • Empregados de serviços satisfeitos e produtivos: Funcionários mais satisfeitos, leais e que trabalham duro, o que resulta em... • Qualidade de serviço interno: Seleção e treinamento de alto nível dos empregados; um ambiente de trabalho de qualidade e forte apoio aos que lidam com os clientes (p.19). Diante desse contexto é notável a importância dos serviços na hotelaria e o quanto é complexa sua relação com os clientes. Logo, para uma empresa hoteleira obter sucesso no seu empreendimento ela deve treinar e motivar incansavelmente seus colaboradores, para que estes possam proporcionar um excelente atendimento ao hóspede. Em síntese, todos os colaboradores devem estar orientados para satisfazer interesses e desejos dos hóspedes, buscando atingir o seu conceito de satisfação. 2.7.2 Estratégia na Prestação de Serviços Sabe-se que parte dos usuários de hotéis não consegue dizer por que preferem um determinado hotel em detrimento de outro. Dessa forma, segundo Lara (2001, p. 41), uma empresa deve estar atenta para o posicionamento de mercado que significa, “o esforço de uma empresa em conseguir que um produto/serviço ocupe um lugar claro, distinto e desejável na mente dos clientes em relação à sua concorrência”. 62 A autora cita Porter dizendo que ele menciona que uma empresa deve concentrar-se em três estratégias sendo elas a de diferenciar produtos, ser líder em preço baixo ou atender a um nicho de mercado. Já para Kotler, as empresas devem sugerir ao mercado um benefício único ou razão concreta para a compra tais como, a melhor qualidade, o melhor desempenho, a maior confiabilidade, a maior segurança, a maior velocidade, o melhor valor pelo preço pago, o menor preço, o maior prestígio, o melhor estilo ou projeto, a maior facilidade de uso e a maior conveniência (LARA, 2001, p. 41- 42). A busca de um posicionamento estratégico no setor de serviços, em especial na hotelaria, pode ser orientada por diferentes critérios. Os critérios estão associados aos tipos e fontes de benefícios que o cliente espera do serviço prestado. Lara (2001) descreve sete posicionamentos que as empresas hoteleiras devem considerar. No quadro 8, a seguir, apresenta-se um resumo de cada posicionamento proposto pela autora. Quadro 8 – Tipos de posicionamento estratégico. POSICIONAMENTO 1. Por atributo DESCRIÇÃO Utilização de algum atributo físico ou aspecto. Exemplo: ter a maior piscina no setor 2. Por benefício Promessa de um benefício concreto. Exemplo: melhor vista panorâmica 3. Por uso/aplicação Ser o melhor para alguma finalidade. Exemplo: melhor estrutura para eventos 4. Por usuário Ser focado em um segmento de clientes. Exemplo: especializado em executivos de grandes empresas 5. Contra concorrente Ser diferente ou melhor que a concorrência. Exemplo: único com serviço de fitness gratuito 6. Por categoria Ser líder de uma categoria. Exemplo; o melhor resort 7. Por preço/qualidade Usar diversas formas de preço/qualidade. Exemplo: Hospedagem com ou sem café da manhã Fonte: Lara (2001, p. 42-43), adaptado pela autora. A escolha do principal critério que orienta o posicionamento estratégico deve ser feita com base em uma análise de mercado, identificando as preferências dos clientes e as práticas dos concorrentes. 63 2.7.3 Organização, Recursos Humanos e Qualidade em Serviços Considera-se que as organizações de serviços são mais sensíveis com questões relacionadas à qualidade em sua esfera administrativa do que provavelmente qualquer outro tipo de organização. Esse fato explica-se quando se busca entender que serviço é um processo social e a administração pode ser entendida como a habilidade de dirigir processos sociais (NORMANN, 1993). Os serviços acontecem quando há uma interação entre cliente e prestador de serviços. As empresas de serviços, em geral, dependem dos indivíduos para impactarem positiva ou negativamente a percepção dos clientes sobre a qualidade do serviço. Isto quer dizer que é necessário haver uma preocupação constante com a variação de comportamentos dos colaboradores para evitar momentos desagradáveis para os clientes. Neste contexto, espera-se que o desenvolvimento de recursos humanos seja um assunto estratégico para a administração em organizações de serviços. Entretanto, segundo Normann (1993, p. 78), “infelizmente tanto na área industrial como na de serviços, existe provavelmente maior proporção de empresas que dão atenção inadequada ao desenvolvimento de recursos humanos e a sua reconhecida natureza estratégica”. Paixão (2005) comenta que é fundamental que se pense os recursos humanos como estratégicos para o desenvolvimento das empresas turísticas. Para este autor, devido à globalização, o ambiente das empresas turísticas se tornou ainda mais competitivo, fazendo com que elas demandem pessoas muito bem qualificadas para poderem prestar serviços com qualidade. Na mesma direção, Miranda (2008, p. 9) afirma que a administração de recursos humanos “passa a ser mais valorizada no tocante à gestão estratégica da empresa. Seu desafio está na promoção do encontro de interesses dos colaboradores, patrões e clientes e faz parte do processo de transformação e mudança da empresa”. Especificamente, olhando para a hotelaria, o autor afirma, 64 ainda, que o setor de recursos humanos deve salientar o treinamento dos seus colaboradores direcionando-os às questões relacionadas com hospitalidade. Portanto, atualmente, as empresas de serviços estão buscando elaborar estratégias voltadas ao desenvolvimento de recursos humanos. Verifica-se que o mercado já entendeu a importância desse recurso como um componente diferencial na sua dinâmica operacional e no planejamento de suas estratégias. Contudo, não se deve negligenciar a tecnologia, os novos equipamentos, a infraestrutura, entre outros, apenas, evidencia-se o papel chave e fundamental das pessoas em todo o processo de sua aplicabilidade. Para Beni (2006, p. 211): O moderno executivo hoteleiro deve dominar a prática operacional, sem se descuidar da gestão administrativa, conhecendo em detalhes e em profundidade as diferentes habilidades e competências do pessoal empregado. Beni (2006) propõe uma estrutura simplificada para uma empresa hoteleira, ressaltando que esta se diferencia bastante de estabelecimentos comerciais ou industriais, pois é uma atividade prestadora de serviços. Ele divide a estrutura em seis grandes áreas: administração, hospedagem, alimentação e bebidas, recursos humanos, comercial e serviços complementares. Além disso, o autor apresenta também um inventário das tarefas e atividades de cada uma das áreas. Especificamente, em relação aos serviços, as atividades mencionadas são apresentadas no quadro 9. Pressupõe-se, que o perfil do consumidor está a todo o momento em constante mudança em conseqüência da facilidade de informações obtidas por meio do mundo virtual e também pela força da globalização. Considerando-se esse fato, entre tantos outros, sabe-se que se faz necessário uma releitura desse contexto de mercado, para que se possa perceber quais as necessidades, anseios, vontades e desejos dos consumidores de serviços do mundo moderno. 65 Quadro 9 – Atividades de serviços em uma empresa hoteleira. ALOJAMENTO RESTAURANTE Recepção Salões de refeições Portaria Sala de desjejum Serviço nos andares Serviço nos andares Ambientes sociais (sala de Grill room leitura, de jogos, salão de Bar conferências, etc) Restaurantes e serviços de alimentação ao ar livre Serviços de bufê SERVIÇOS ACESSÓRIOS Central telefônica Telecomunicações Lavanderia Transportes Lazer e atividades desportivas Entretenimento e recreação Vestuários Acervos Locação de espaços Fonte: elaboração própria, 2009. Percebe-se, portanto, que inovações elaboradas e implementadas com critério e com cuidado são indicadas, pois, desta forma as chances de sucesso serão maiores, garantindo serviços com qualidade e maior expressividade em um mercado altamente competitivo. Denton (1990, apud PIMENTA, 2005, p. 86), menciona que para a construção de um sistema de qualidade necessita-se compreender e medir precisamente os desejos dos clientes e ressalta que a solução de eventuais problemas estaria na sua formulação. Além disso, ainda segundo o autor, elementos da gestão de pessoas articulam para a construção de um sistema de qualidade, apresentado por ele da seguinte forma: a) Implementar o treinamento considerando o perfil e o conhecimento necessários para o prestador do serviço; b) Desenvolver a motivação para prestar serviços com qualidade; c) Melhorar o conhecimento sobre o serviço, promovendo a inovação; 66 d) Mudança cultural e de percepção: filosofia de qualidade; e e) Fazer auto-avaliação. Para tanto, em se tratando de serviços, sabe-se que a padronização vem a ser um fator essencial de qualidade no momento da prestação do mesmo. Dessa forma, espera-se que quando existe uma padronização nos serviços os clientes no momento do seu uso e de seu pagamento, estarão cientes do que estão pagando. Por sua vez, verifica-se, que os funcionários também no momento de sua execução ou prestação saberão o que se espera deles. Contudo, comenta-se também, que os gerentes atuarão de forma mais precisa e objetiva em função das expectativas e metas estabelecidas nos padrões. Desta forma, para demonstrar a importância da padronização, Denton (1990, apud PIMENTA, 2005, p.87), diz que “a definição de padrões compreende três partes, sendo elas a finalidade, a descrição e a medição”. Para o autor a finalidade é o porquê e para que se defina um padrão. Já a descrição é o que se espera, podendo ser uma ação, um comportamento, um intervalo de tempo etc. Por fim, a medição é o quanto é aceitável o tempo de espera para um determinado atendimento. Normann (1993, p. 33) comenta que as empresas de serviços estão sempre enfrentando o “momento da verdade” que é quando é criada a qualidade de uma prestação de serviço. Para ele, há empresas cujo serviço é prestado por indivíduos ou grupos de forma quase independente ou autônoma. Isto pode ser um fator-chave na definição da qualidade e desempenho econômico da empresa. Por exemplo, na recepção de um hotel, o comportamento dos atendentes pode passar uma imagem positiva, quando o hóspede se sente bem atendido, aumentando a percepção de qualidade. Por outro lado, se o comportamento não é adequado, o hóspede pode ter uma percepção de baixa qualidade. Em suma, pode-se concluir que os principais itens que devem ser observados na estratégia no setor de serviços são: 67 a) Entender o contexto social atual para perceber o que os indivíduos gostariam de encontrar no momento de uso de um determinado serviço; b) Escolher o posicionamento estratégico que garanta à empresa um diferencial competitivo; c) Criar uma infraestrutura de instalações e equipamentos adequada aos serviços ofertados; d) Manter uma equipe de colaboradores capacitada e motivada para prestar os serviços com qualidade; e) Avaliar constantemente a satisfação dos hóspedes com os serviços recebidos; f) Efetuar ajustes, melhorias e inovações quando forem percebidas insatisfações junto aos clientes; e g) Acompanhar as transformações de mercado para manter a empresa atualizada. Considerando a literatura pesquisada, acredita-se que para a atividade hoteleira continuar sendo um elemento significativo na economia brasileira e, também, buscar ir ao encontro dos desejos de hóspedes, é preciso um olhar 68 estratégico na relação entre hóspede e os serviços, focado na humanização dos serviços, por meio de colaboradores que sejam treinados e qualificados com o espírito da hospitalidade. Dessa forma, no próximo capítulo é feita uma descrição do hotel que foi objeto de estudo, para em seguida se demonstrar os resultados da pesquisa no quarto capítulo. 69 3. CONTEXTO DO ESTUDO: HOTEL PROMENADE Considerando-se a complexidade do fenômeno da hospitalidade e sua importância estratégica para a atividade hoteleira, a avaliação constante de sua efetiva presença no serviço hoteleiro é uma tarefa que se impõe aos gestores das empresas hoteleiras. Neste capítulo são relacionadas e apresentadas características e serviços do hotel em questão, uma breve descrição de sua infraestrutura e localização e, também, da sua composição administrativa. O hotel Promenade é uma empresa hoteleira independente, não vinculada a uma rede hoteleira e de gestão familiar. Verificou-se que o hotel é de médio porte, segundo o critério de número de UHs, tendo em seu quadro de funcionários 42 colaboradores. O mesmo pode ser classificado entre três e quatro estrelas, conforme a antiga classificação da EMBRATUR. Percebeu-se que o hotel Promenade possui uma equipe de colaboradores muito atenciosos e preocupados com o bem-estar dos hóspedes, fruto de uma das características da gestão verificada nesse hotel. Seu surgimento deu-se no ano de 1992. Atualmente é de propriedade da Senhora Lígia Chagas Baehl, tendo como gestor o gerente-geral Senhor Nelson Eberspächer. Sua estrutura administrativa é composta por um gerente-geral e mais cinco áreas de atuação, sendo elas: Comercial, A&B e Eventos, Governança, Reserva e Recepção. Cada área possui uma pessoa diretamente responsável pelo setor e, também, pelos seus respectivos colaboradores. O Hotel Promenade está localizado no centro de Curitiba, no número 976 da Rua Mariano Torres. O hotel dista doze quilômetros do Aeroporto Internacional Afonso Pena e duzentos metros da Estação Rodoferroviária de Curitiba. A sua fachada pode ser visualizada na foto 1 70 Foto 1; Fachada do Hotel Promenade Fonte: arquivos do hotel O Promenade conta com 82 habitações e 190 leitos. O hotel dispõe das seguintes acomodações: Single, Double e Triplo, com café da manhã incluso na diária. O hotel possui, ainda, tarifas especiais para grupos e não cobra taxa de turismo. A tarifa balcão e reserva on line possuem uma pequena diferença de valores, sendo que on line o valor é menor. As fotos 2, 3 e 4 ilustram os tipos de acomodação ofertados pelo hotel. 71 Foto 2 : Acomodação - Casal Fonte: arquivos do hotel Foto 3: Acomodação Tripla Fonte: arquivos do hotel O hotel disponibiliza Foto 4: Acomodação Double Fonte: arquivos do hotel em seus equipamentos: • TV a cabo; • Frigobar; • Janela com isolamento acústico; • Ar condicionado • Telefone; • Kits de higiene pessoal; • Camas Box-spring tamanho queen size; • INTERNET wireless; e • Fechadura eletrônica. apartamentos os seguintes 72 Observou-se que o hotel Promenade possui vários espaços para eventos e reuniões. Suas salas são bem aconchegantes e modernas e se adaptam facilmente às necessidades de seus hóspedes e clientes de eventos. Notou-se que em suas salas existe a possibilidade de vários tipos de formação e disposição das mesas, podendo dispô-las em tipo coquetel, auditório, banquete, espinha de peixe, escolar e em U1. Contando com oito salas, das quais sete acomodam até 150 pessoas e uma com capacidade para 300 pessoas, o hotel tem sediado eventos de pequeno e médio porte, de natureza comercial, social e científica. A foto 5 demonstra uma das salas disposta no formato U. Foto 5: Sala em formato U Fonte: arquivos do hotel 1 U: mesas e cadeiras distribuídas no formato de U, permitindo uma utilização mais racional do espaço; Coquetel: mesas redondas para número pequeno de participantes; Auditório: disposição das cadeiras em filas paralelas que permite um número maior de pessoas no espaço; Banquete: uma mesa longa com cadeiras ao seu redor, facilitando a interação do grupo; Espinha de peixe: filas diagonais de cadeiras e mesas, com a vantagem de agrupar grande número de participantes, mantendo integração e comunicação entre todos; Escolar: cadeiras e mesas dispostas em fileiras uma atrás da outra. 73 Observou-se que os serviços do hotel incluem ainda: • Restaurante e cozinha internacional; • Café da manhã com sistema Buffet; • Room service durante 24 horas; • Business Center; • Estacionamento para 50 vagas; • Serviço de emergência médica 24 horas; • Área de lazer com piscina e churrasqueira na cobertura; e • Lavanderia terceirizada. Foto 6: Restaurante e Café da Manhã Fonte: arquivos do hotel Foto 7: Piscina e Churrasqueira Fonte: arquivos do hotel Acredita-se ser importante e relevante mencionar a respeito deste hotel os serviços que são ofertados e prestados por ele, pois se observou que, nos serviços prestados e em cada área, os mesmos são realizados com pequenas particularidades. Por exemplo, no setor de governança, as camareiras buscam saber com antecedência o nome do hóspede que ocupará o quarto, pois, segundo elas, se por acaso vierem a encontrar-se com o hóspede, o cumprimento será feito pelo seu nome e resultará numa relação de experiência simpática e hospitaleira. Ainda no setor de governança, a preocupação com a presteza e agilidade em atender aos hóspedes é também uma característica deste setor que merece ser mencionada. Outra característica entendida também como peculiar no serviço deste hotel é com relação ao seu cardápio, pois notou-se que o mesmo permite flexibilidade aos 74 hóspedes no momento da escolha de seus pedidos. Fato que revela a política de hospitalidade deste hotel também inserida na área de alimentos e bebidas. Verificou-se, também, no cardápio a existência de um prato exclusivo deste hotel, que foi desenvolvido pelo maitre e leva o nome de Brasileirinho. Segundo o responsável da área, esse prato é um dos mais pedidos pelos hóspedes. Essa peculiaridade é entendida como um diferencial e, também, como uma atitude hospitaleira segundo o gerente-geral do hotel Promenade. O cardápio do hotel é composto por entradas, sopas e cremes, massas, peixe, frango, carne, saladas, pizzas, sobremesas e bebidas em geral. O serviço da copa é 24 horas. Percebe-se entre tantos outros serviços disponibilizados pelo hotel que o café da manhã é um dos que possuem um cuidado todo especial. Fato constatado e verificado segundo comentário de hóspedes por meio do guest comment e também on-line. Nota-se que o café da manhã é servido com variedade, limpeza, higiene e agradável disposição dos alimentos, aumentando a sensação de bem-estar e satisfação. A recepção do hotel também é um setor que apresenta um clima bastante descontraído, atencioso com os hóspedes, sempre perguntando se precisam de alguma coisa ou de serviço de taxi. O hotel trabalha em parceria com uma única empresa prestadora dos serviços de táxi, o que traz segurança aos hóspedes e, também, para o hotel, pois o mesmo preocupa-se com sua imagem e com a segurança de seus hóspedes. Observa-se, de maneira geral, que a equipe de colaboradores do hotel Promenade realmente é envolvida e comprometida com suas tarefas e obrigações do dia-a-dia, realizando suas tarefas e obrigações de forma cooperada e coletiva. Considerou-se, neste estudo, que essas pessoas buscam realizar seu trabalho de maneira correta, buscando sempre acertar logo no primeiro momento, pois sabem que assim estarão contribuindo para o melhor atendimento e, conseqüentemente, para a satisfação dos hóspedes. 75 Segundo Paixão (2005), o gerente-geral do hotel Promenade possui um perfil inovador, pois procurou adotar o uso da hospitalidade como estratégia competitiva nos hotéis pelos quais passou. É reconhecido pelo trade turístico curitibano como o gerente-geral que conquistou o prêmio de Melhor Hotel do Ano de 1995 do Guia 4 Rodas. Ainda segundo o mesmo autor, o Hotel Promenade é o que mais contrata bacharéis em turismo no mercado de Curitiba, gerando a hipótese de que seus serviços podem ser mais consistentes com o que é proposto na área de estudos desses profissionais. Isto se deve ao fato de que, com profissionais formados em cursos superiores da área de turismo e hotelaria, o hotel contará com profissionais mais capacitados. Dessa forma, poderá prestar serviços de melhor qualidade, enfatizando a prática da hospitalidade que é abordada nos currículos dos cursos superiores da área. Assim, tendo descrito o hotel Promenade e suas características, no próximo capítulo serão relatados os resultados obtidos com as entrevistas e a avaliação da matriz desenvolvida para esse estudo. 76 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo pretende-se descrever os resultados obtidos com as entrevistas e as avaliações feitas pela pesquisadora e pelos hóspedes ocultos. Inicialmente são apresentados os dados obtidos com as entrevistas. Em seguida, demonstra-se a avaliação feita por meio da Matriz de Avaliação da Hospitalidade em Hotéis. De forma complementar à análise por meio da matriz, serão apresentados, também, comentários registrados por hóspedes nos formulários de guest comment, bem como os dados obtidos no site www.hotel-curitiba.com.br que registra opiniões e notas atribuídas pelos hóspedes a diversos hotéis de Curitiba. Por fim, o capítulo se encerra com considerações sobre os resultados obtidos e sua relação com aspectos tratados na literatura estudada. 4.1 Hospitalidade na percepção dos gestores do Hotel Promenade. As entrevistas foram realizadas em seis áreas do hotel, sendo Recepção, Governança, A&B e Eventos, Comercial, Reserva e Gerência-geral. Todos os entrevistados eram os responsáveis de cada área. O teor das entrevistas estava focado em serviços, hospitalidade e estratégia. Buscou-se verificar se havia a percepção dos colaboradores sobre a relação entre serviços, estratégia e hospitalidade nas ações desenvolvidas em cada setor do hotel. Com relação ao primeiro questionamento, que era sobre quais serviços os hóspedes mais solicitavam em suas respectivas áreas, pode-se perceber que a maioria das solicitações era por serviços que deixariam os hóspedes com a sensação do conforto similar a de suas casas. Por exemplo, pedidos de mais um travesseiro, cama de casal sendo hóspede individual, televisão com vários canais, INTERNET rápida, check in e check out ágeis, bom café da manhã, privacidade, entre outros. O Gerente-geral comentou que “hóspedes buscam conforto como se estivessem em sua casa, buscam um bom café da manhã, o café-da-manhã é um 77 momento alto da hospedagem”. De igual forma, o responsável pelo Comercial manifestou-se da seguinte forma: “os clientes solicitam por atendimento diferenciado, ou seja, pessoas. Cama todo mundo tem, telefone todo mundo tem, INTERNET e frigobar todo mundo tem, agora atendimento é fundamental”. No que diz respeito à percepção dos colaboradores em relação ao hotel, sobre a preocupação com a hospitalidade hoteleira, houve respostas bem significativas para o entendimento deste estudo. Em sua totalidade as respostas foram positivas. São reproduzidas a seguir, quatro das respostas dadas durante a entrevista com relação ao assunto abordado acima: Sim, porque essa é uma das nossas prioridades (Gerente-geral). Sim, buscamos demais por isso. Tentamos proporcionar atendimento individualizado (Comercial). Sim, porque é o perfil da empresa atender o hóspede da melhor maneira possível, como se ele estivesse em sua casa, tentamos deixá-lo à vontade (A&B e Eventos). Sim, porque sem dúvida não é uma questão apenas do funcionário e sim também do gestor, pois o mesmo faz questão de tratar a todos com muita gentileza, preocupação, educação, cordialidade, etc (Reserva). A inserção da hospitalidade em cada setor foi, de maneira geral, descrita pelos gestores como uma preocupação com o atendimento das necessidades dos hóspedes, tentando realizá-las da melhor forma possível, sendo gentil, ágil e atencioso. Essa preocupação pode ser percebida nas seguintes afirmações dos entrevistados: Por meio de apartamentos bem limpos, por atendimentos solicitados e realizados em tempo satisfatório, e também pelo cumprimento ao hóspede sempre que por ele passar (Governança). Acho que está inserida quando atendemos a um pedido do hóspede, tentamos fazer o que eles desejam. Aqui no hotel Promenade temos a flexibilidade para mudar o cardápio e atender o cliente. O tempo de espera também é uma maneira de mostrar hospitalidade (A&B). 78 Tentando atender aos pedidos dos hóspedes, também fazer o máximo para chamá-los pelo nome, cumprimentá-los de forma mais amigável, porém, percebendo se há ou não abertura para tanto. O hóspede de maneira geral sempre demonstra pela forma que ele tem de se comunicar (Recepção). Outro aspecto levantado na pesquisa se referiu às dificuldades enfrentadas para colocar em prática a hospitalidade na execução das tarefas pelos colaboradores. De maneira geral, os gestores afirmaram que os colaboradores não têm dificuldades para prestar um serviço hospitaleiro. Por exemplo, a responsável pela Governança afirmou o que segue: “Não, o que chega acontecer aqui é quando o hóspede põe a etiqueta na porta de não incomodar, as camareiras vão embora, trocando o turno e ficam preocupadas com a limpeza do quarto, cada uma delas quer garantir a qualidade do seu serviço”. Os entrevistados foram indagados sobre a importância da hospitalidade na gestão do hotel. A totalidade das respostas foi positiva, sendo que os principais aspectos mencionados sobre essa questão foram sua relação com a imagem do hotel, lucratividade e satisfação do hóspede. Por exemplo: para o responsável por A&B e Eventos “os hóspedes do hotel Promenade sentem-se como em suas casas, ficam à vontade”. Por outro lado, o responsável pelo setor Comercial do hotel apontou para o fato de que “a hospitalidade tem que existir por completo, precisa estar em todas as áreas do hotel”. A percepção do cliente sobre a hospitalidade no hotel é avaliada tanto de forma sistematizada, por meio do guest comment, como pelas observações e comentários dos hóspedes que são compartilhados entre os gestores para subsidiar as decisões no dia-a-dia do hotel. Esta preocupação com o acompanhamento da qualidade dos serviços é demonstrada claramente na resposta que o Gerente-geral deu à questão: 79 Temos o nosso guest comment, o nosso site, mas, o que mais nos dá noção da dimensão da prática da hospitalidade em nosso hotel é no decorrer do nosso dia-dia, a nossa política de interação com os hóspedes é bastante acentuada. Fica mais fácil a verificação da satisfação ou não satisfação dos hóspedes. Da mesma forma, a responsável pela Governança enfatizou a proximidade com os hóspedes, ao comentar que “os hóspedes podem deixar por escrito no guest comment, mas o que mais acontece com as camareiras são os comentários diretamente a elas, os clientes falam com elas, agradecem ou pedem algo”. O entendimento do papel da hospitalidade como diferencial competitivo pelos colaboradores foi um item abordado nas entrevistas. Nesse aspecto, também, houve a concordância de todos os entrevistados, evidenciando que a hospitalidade é vista como um fator estratégico para a gestão do hotel. Isso pode ser percebido nas colocações do responsável por A&B e Eventos e do Gerente-geral: Acredito ser a política maior do hotel, e é percebida pelo comportamento e atitudes que o nosso gerente tem com a gente e também com os hóspedes. Já aconteceu de hóspedes comentarem com a gente esse nosso comportamento agradável e flexível nos pedidos feitos (A&B e Eventos). Aqui os nossos hóspedes e os nossos colaboradores têm liberdade de se manifestarem livremente. A política adotada pelo hotel é esse contato direto. No café-da-manhã, na recepção, no restaurante, onde estiver o nosso hóspede sente-se a vontade para trocar opiniões a respeito do nosso hotel. Eu acredito que nesse momento essas opiniões são na maioria verdadeiras e merecem serem ouvidas. Desse modo, consigo perceber também o grau de entendimento dos nossos colaboradores com relação a nossa política administrativa (Gerente-Geral). Por fim, a última questão abordada na entrevista versou sobre quais os principais resultados que a estratégia de hospitalidade pode trazer para o hotel. Neste item, os entrevistados tiveram que indicar, em ordem de prioridade, os três aspectos mais relevantes. O resultado mais citado pelos gestores foi a satisfação dos clientes. Essa foi apontada como a mais importante por quatro respondentes e a segunda mais importante pelos outros dois respondentes. Em segundo lugar, apareceu o 80 fortalecimento da imagem da empresa que foi apontado por cinco gestores. Um deles indicou este resultado como o mais importante, os outros quatro apontaram-no como o segundo mais importante. Por fim, a sustentabilidade do hotel foi indicada como a mais importante por um dos gestores e como a terceira mais importante por dois dos respondentes. É interessante observar que, na percepção dos gestores deste hotel, a estratégia da hospitalidade não está diretamente relacionada à responsabilidade social, à produtividade e aos resultados financeiros do hotel. Em especial, para os entrevistados, os resultados financeiros são vistos como conseqüência do trabalho, da satisfação dos clientes e da imagem deste hotel. A tabela 1 demonstra a freqüência de respostas para cada uma das alternativas apresentadas para os entrevistados. A produtividade não foi indicada por nenhum dos entrevistados e, dessa forma, não foi incluída na tabela 1. Com o objetivo de calcular a participação percentual de cada alternativa nas respostas obtidas, foram atribuídos pontos para cada resposta, observando a seguinte escala: a) 1ª, alternativa: 3 pontos; b) 2ª. alternativa; 2 pontos; e c) 3ª. alternativa: 1 ponto. Tabela 1 – Freqüência e pontuação de resultados possíveis da estratégia de hospitalidade Resultados Sustentabilidade do Hotel Satisfação dos Clientes Responsabilidade Social Resultados Financeiros Fortalecimento da Imagem Primeira N Pontos 1 3 PRIORIDADE Segunda Terceira N Pontos N Pontos 2 2 4 2 1 12 3 4 4 8 Total de Pontos 5 % 13,9 16 44,4 1 1 1 2,8 3 3 3 8,3 11 30,6 Total Geral 36 100 Observação: N = número de entrevistados que indicaram o resultado; Pontos = número de entrevistados multiplicado pelos pontos atribuídos a cada alternativa (1ª. = 3 pontos, 2ª. = 2 pontos. 3ª. = 1 pontos). 81 Fonte: pesquisa de campo, 2009. Como evidenciado na tabela 1, a satisfação dos clientes é o resultado potencial mais valorizado pelos gestores deste hotel, obtendo 44,4% da pontuação total, demonstrando que a hipótese deste estudo pode ser confirmada. Ou seja, a preocupação com a satisfação dos clientes é o que orienta a prática da hospitalidade no hotel Promenade de Curitiba. 4.2 Avaliação da prática da hospitalidade por meio da Matriz de Avaliação da Hospitalidade em Hotéis. A Matriz de Avaliação da Hospitalidade em Hotéis foi aplicada pela autora da monografia e por um casal que se hospedou no hotel Promenade, usando-se o método do Hóspede Oculto conforme descrito no item 1.6 Metodologia. O desenho da Matriz proposta foi baseado nos itens constantes em outras duas matrizes encontradas na literatura. A Matriz final compõe-se de 40 itens. Desses, seis itens são dedicados às atividades de reserva e recepção, 18 itens referem-se a fatores de infra-estrutura e serviços, cinco itens destinam-se à avaliação dos serviços de alimentação e 11 itens para questões de atendimento e pessoas. O resultado da aplicação da matriz é feito pela soma das notas atribuídas a cada item. Assim, no conjunto RESERVA/RECEÇÃO a pontuação máxima corresponde a 30. Para o conjunto INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS esta pontuação pode chegar a 90. Em ALIMENTAÇÃO, composta por 5 itens, a pontuação máxima é de 25. Por fim, para o grupo ATENDIMENTO-PESSOAS, o resultado pode atingir 55. A pontuação máxima para a matriz é 200. A avaliação feita pelos hóspedes ocultos é demonstrada na tabela 2. A pontuação atribuída pelos hóspedes ocultos atingiu um total de 115 pontos, correspondendo a 57,5% da pontuação máxima (200). No que diz respeito aos quatro grupos que compõem a matriz, a avaliação do hotel ficou entre 56% para o 82 grupo de Alimentação e 60% para o grupo de Atendimento-Pessoas. Os dois grupos restantes – Reserva/Recepção e Infraestrutura e Serviços tiveram uma avaliação de 56,7%. Tabela 2 – Avaliação da Hospitalidade do Hotel Promenade – Hóspedes Ocultos. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DA HOSPITALIDADE EM HOTÉIS ATRIBUTOS DO SERVIÇO RESERVA/RECEPÇÃO 01. Qualidade no atendimento no setor de reservas (rapidez, confiabilidade de informações, cordialidade) 02. Qualidade do check-in (rapidez, sistema informatizado, cordialidade) 03. Qualidade do check-out (rapidez, cordialidade, confiabilidade das contas) 04. Acesso ao hotel perfeitamente sinalizado 05. Sistema de envio/recebimento de mensagens e correspondências 06. Serviço de guarda de bagagem INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS 07. Decoração apropriada e agradável nas áreas sociais 08. Grau de limpeza dos apartamentos, das áreas sociais e comuns 09. Apartamentos funcionais e confortáveis (espaço, banheiro, camas, travesseiros e enxoval) 10. Conjunto de acessórios (sabonetes, xampus, cremes) 11. Acesso à internet nos apartamentos 12. Segurança do apartamento (travas, cofre, telefones de emergências, rota de fuga estabelecida) 13. Qualidade ambiental do apartamento (climatização, odores, proteção contra raios solares, desinsetização). 14. Qualidade do sistema de telefonia (rapidez, fácil acesso) 15. Programa de fidelidade para os clientes 16. Sinalização interna 17. Serviços de lavanderia 18. Local para estacionamento de veículos 19. Infra-estrutura para portadores de deficiências e necessidades especiais 20. Ausência de ruídos tanto externos como internos 21. Uso de sistemas informatizados (reservas, check-in/out) 22. Disponibilidade de informações do hotel via internet 23. Área de lazer adequada ao estilo do hotel (piscinas, fitness center, salas de jogos, descanso, spa, quadras). 24. Uso de sistemas de segurança ALIMENTAÇÃO 25. Qualidade do room-service (presteza, qualidade da comida, variedade, agilidade, apresentação e retirada dos pratos) 26. Qualidade do restaurante (atende solicitações especiais dos NOTA 1 2 3 4 5 17 (56,7%) X X X X X X 51 (56,7%) X X X X X X X X X X X X X X X X X X 14 (56,0%) X X 83 clientes) 27. Qualidade do restaurante (oferece pratos típicos e caseiros) 28. Qualidade do bar/lanchonete (atendimento e instalações) 29. Qualidade do café-da-manhã (atendimento, produtos, apresentação, variedades) ATENDIMENTO – PESSOAS 30. Recepcionistas com aparência profissional e cuidada transmitindo confiança 31. Recepcionistas prestam atenção individualizada a cada cliente de acordo com suas necessidades específicas 32. Recepcionistas atualizados quanto às informações da cidade, festas típicas e tradições 33. Mensageiros comunicativos 34. Qualidade do restaurante (atendimento, aparência profissional e conhecimento dos garçons) 35. As solicitações são atendidas bem e na primeira vez 36. Comunicação com os clientes (durante e após a estada) 37. Qualidade das informações disponíveis aos hóspedes (folders informativos, jornais internos, avisos visuais) 38. Silêncio durante a limpeza 39. Grau de envolvimento dos funcionários para resolução de problemas e melhoria dos serviços 40. Funcionários com domínio de uma segunda língua PONTUAÇÃO GERAL X X X 33 (60%) X X X X X X X X X X X 115 (57,5%) Fonte: Pesquisa de campo Pode-se dizer que essa avaliação indica que, para os hóspedes ocultos, o hotel está entre as categorias de regular e bom, visto que sua pontuação equivale a uma nota de 2,8 na escala de 1 a 5, ou seja, 56,7% de 5 pontos. Na percepção da pesquisadora, a avaliação da prática da hospitalidade no Hotel Promenade foi um pouco superior que a dos hóspedes ocultos. A pontuação atribuída atingiu um total de 140 pontos, correspondendo a 70% da máxima (200). No que diz respeito aos quatro grupos que compõem a matriz, a avaliação do hotel ficou entre 67,3% para o grupo de Atendimento- Pessoas e 76% para o grupo de Alimentação. Os dois grupos restantes – Reserva/Recepção e Infraestrutura e Serviços tiveram uma avaliação de 70%. 84 Tabela 3 – Avaliação da Hospitalidade do Hotel Promenade – Pesquisadora. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DA HOSPITALIDADE EM HOTÉIS – HÓSPEDES OCULTOS NOTA ATRIBUTOS DO SERVIÇO 1 2 3 4 RESERVA/RECEPÇÃO 21 (70,0%) 01. Qualidade no atendimento no setor de reservas (rapidez, X confiabilidade de informações, cordialidade) 02. Qualidade do check-in (rapidez, sistema informatizado, X cordialidade) 03. Qualidade do check-out (rapidez, cordialidade, confiabilidade das contas) 04. Acesso ao hotel perfeitamente sinalizado X 05. Sistema de envio/recebimento de mensagens e correspondências X 06. Serviço de guarda de bagagem X INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS 63 (70,0%) 07. Decoração apropriada e agradável nas áreas sociais X 08. Grau de limpeza dos apartamentos, das áreas sociais e comuns X 09. Apartamentos funcionais e confortáveis (espaço, banheiro, camas, X travesseiros e enxoval) 10. Conjunto de acessórios (sabonetes, xampus, cremes) 11. Acesso à internet nos apartamentos X 12. Segurança do apartamento (travas, cofre, telefones de X emergências, rota de fuga estabelecida) 13. Qualidade ambiental do apartamento (climatização, odores, X proteção contra raios solares, desinsetização). 14. Qualidade do sistema de telefonia (rapidez, fácil acesso) 15. Programa de fidelidade para os clientes X 16. Sinalização interna X 17. Serviços de lavanderia 18. Local para estacionamento de veículos X 19. Infra-estrutura para portadores de deficiências e necessidades X especiais 20. Ausência de ruídos tanto externos como internos X 21. Uso de sistemas informatizados (reservas, check-in/out) X 22. Disponibilidade de informações do hotel via internet X 23. Área de lazer adequada ao estilo do hotel (piscinas, fitness center, salas de jogos, descanso, spa, quadras). 24. Uso de sistemas de segurança X ALIMENTAÇÃO 19 (76,0%) 25. Qualidade do room-service (presteza, qualidade da comida, X variedade, agilidade, apresentação e retirada dos pratos) 26. Qualidade do restaurante (atende solicitações especiais dos X clientes) 27. Qualidade do restaurante (oferece pratos típicos e caseiros) X 28. Qualidade do bar/lanchonete (atendimento e instalações) X 29. Qualidade do café-da-manhã (atendimento, produtos, apresentação, variedades) ATENDIMENTO – PESSOAS 37 (67,3%) 30. Recepcionistas com aparência profissional e cuidada transmitindo X 5 X X X X X X 85 confiança 31. Recepcionistas prestam atenção individualizada a cada cliente de acordo com suas necessidades específicas 32. Recepcionistas atualizados quanto às informações da cidade, festas típicas e tradições 33. Mensageiros comunicativos 34. Qualidade do restaurante (atendimento, aparência profissional e conhecimento dos garçons) 35. As solicitações são atendidas bem e na primeira vez 36. Comunicação com os clientes (durante e após a estada) 37. Qualidade das informações disponíveis aos hóspedes (folders informativos, jornais internos, avisos visuais) 38. Silêncio durante a limpeza 39. Grau de envolvimento dos funcionários para resolução de problemas e melhoria dos serviços 40. Funcionários com domínio de uma segunda língua PONTUAÇÃO GERAL X X X X X X X X X X 140 (70,0%) Fonte: Pesquisa de campo Essa avaliação indica que, para a pesquisadora, o hotel está entre as categorias de bom e ótimo, visto que sua pontuação equivale a uma nota de 3,5 na escala de 1 a 5, ou seja, 70% de 5 pontos. 4.3 Comentários e avaliações de hóspedes do Hotel Promenade Para demonstrar a preocupação existente no Hotel Promenade com a prática da hospitalidade, são apresentadas nesta seção informações obtidas por meio da leitura dos guest comments e no site www.hotel-curitiba.com.br. Em uma amostra de cerca de 30 formulários preenchidos, pode-se observar uma avaliação sempre positiva dos serviços prestados pelo hotel. Os diferentes setores constantes no formulário tiveram avaliações freqüentemente positivas. Por exemplo, uma senhora que se hospedou no apartamento 704 no dia 01/06/2009, registrou o seguinte depoimento: Fui bem recebida e atendida. Gostaria de agradecer o atendimento de todos, pois como profissional que trabalho com pessoas, percebi a atuação dos funcionários com os hóspedes. 86 Outro hóspede que esteve no apartamento 1005 no dia 27/05/2009 disse que “no momento só tenho a parabenizar a equipe pela atenção prestada desde a reserva e hospedagem. Nota 1000. As avaliações provenientes de 97 hóspedes registradas no site http://www.hotel-curitiba.com.br sobre o Hotel Promenade resultaram em uma nota média de 8,5. Os itens de avaliação são: quartos (8,1); serviços (8,3); custo/benefício (7,9); limpeza (9,0); e localização (9,0). Além disso, 99% dos hóspedes o indicariam a um amigo. Para ilustrar a satisfação geral dos hóspedes, apresentam-se alguns comentários registrados no site http://www.hotel-curitiba.com.br, acessado em 25/08/2009: Adorei o hotel, a cidade e tudo, chegamos fora do horário, e não houve problema algum. O serviço foi prestado corretamente, restaurante muito bom, com ótimos profissionais e com certeza no meu próximo retorno à Curitiba, ficarei hospedada no mesmo hotel. (Hóspede LL, agosto/2009). Como todos sabem a primeira impressão é que conta, pois então. Deu para notar alguns pontos bastante positivos sem excluir os negativos, né? A cortesia da casa e a habilidade dos recepcionistas surpreenderam-me bastante. Os quartos são confortáveis e acolhedores. A internet não era a das melhores, mas deu para eu poder me comunicar com o meu pessoal (mas podem melhorar). Este é o resumo que eu achei razoável. (Hóspede ARFS, julho/2009) Os funcionários são muito prestativos e atenciosos, os serviços são prestados com muita agilidade e educação. Fomos muito bem recebidos, e recomendaria com certeza o hotel, fica próximo a tudo e foi muito fácil de encontrá-lo, fomos de carro e foi super fácil achar o hotel. (Hóspede SCM, julho/2009) De maneira geral, os comentários e avaliações feitas pelos hóspedes nas diversas oportunidades parecem confirmar os depoimentos dos gestores com relação à prática da hospitalidade como um diferencial na gestão do Hotel 87 Promenade. Esses resultados, de fato, revelam que a hospitalidade praticada na hotelaria pode ser associada a uma maior satisfação dos clientes. Sabe-se que a hospitalidade pode ser vivenciada em diferentes aspectos do serviço prestado pelos hotéis. Dessa forma, os resultados deste estudo podem ser relacionados a algumas idéias discutidas no capítulo 2. Em primeiro lugar, conforme Pimenta (2005) apontou, os resultados obtidos confirmam que, na prática da hospitalidade, deve-se valorizar mais a sensibilidade do que a técnica. Isso ocorre porque neste hotel os colaboradores buscam exercer suas tarefas de forma prazerosa, tendo um olhar apurado e individualizado para as necessidades de cada hóspede. Ainda, conforme Pimenta (2005), as informações coletadas revelam momentos que mostraram que a prática da hospitalidade está baseada na construção de um diferencial competitivo para o Hotel Promenade. Pode-se perceber nas entrevistas com os gestores que há uma preocupação constante em proporcionar aos clientes o que desejam de uma forma diferenciada, com o objetivo de gerar vantagem competitiva para o hotel, de forma consistente com o que Guerrier (2001) apontou. A adoção de uma postura estratégica focada na obtenção de vantagem competitiva que garanta a sustentabilidade do hotel frente aos seus concorrentes é um fator relevante comentado por Hocayen-da-Silva e Teixeira (2008). Na mesma direção, as entrevistas com os gestores revelaram que no hotel Promenade está presente um fator importante para a hospitalidade na hotelaria, citado por Abreu (2003), que é a criação de um perfil e identidade para o hotel que reforçam a imagem de qualidade nos serviços. Pode-se observar que a gestão do hotel Promenade vai ao encontro dos quatro princípios básicos da hospitalidade, segundo Cuillé (1992, apud CASTELLI, 2006): segurança, conviviabilidade, cuidado ininterrupto e coerência durante a estada do hóspede. 88 Na hotelaria, segundo Castelli (2006), a comunicação da hospitalidade pode ocorrer por diferentes maneiras. Isso pode ser observado nesse estudo, pois o hotel Promenade oferece uma sinalização de fácil compreensão, colaboradores com uniformes adequados e bem cuidados, a expressão corporal e postura dos colaboradores comunicava gentileza e atenção e ambientes decorados de forma agradável e mantidos limpos constantemente. Ainda, as práticas relatadas pelos entrevistados e percebidas pelos hóspedes e registradas nos formulários de guest comment demonstram que muitos dos mandamentos da Carta de Hospitalidade proposta por Castelli (2005) são observados no caso estudado. Por exemplo, os funcionários do hotel Promenade procuram fazer com que os hóspedes sintam-se bem-vindos, tratando-os com simpatia, amabilidade, rapidez e presteza. Estão atentos para as necessidades dos clientes, procurando ouvir a sua voz, e buscando ser ágeis no atendimento ou em pedidos especiais. As informações coletadas junto aos gestores permitem dizer que a administração do Hotel Promenade procura obter um alinhamento dos colaboradores com a estratégia competitiva definida para o hotel. Ou seja, conforme propôs Porter (1999) há uma preocupação com que os colaboradores atuem sempre no mesmo sentido, buscando sempre proporcionar satisfação aos hóspedes. Assim, a estratégia adotada pelo gestor do Hotel Promenade pode ser descrita como uma estratégia de diferenciação conforme Porter (1999). Ou seja, a estratégia deste hotel enfatiza a busca de uma vantagem competitiva por meio do fornecimento de produtos ou serviços que são vistos como únicos em uma qualidade desejada pelo consumidor, que nesse caso é a hospitalidade. Conforme indicaram Castelli(2005). Guerrier (2001) e De La Torre (2001), na hotelaria há uma interação constante entre hóspedes e colaboradores. Na execução dos serviços, em uma estratégia de diferenciação, os colaboradores devem trabalhar com o conceito de bem receber em mente, criando um valor adicional em cada contato com os hóspedes. 89 Seguindo as idéias de Fahey (1999), pode-se descrever o escopo de atuação do Hotel Promenade como sendo a oferta de serviços de hospedagem e alimentação, marcados pela atuação dos colaboradores em sintonia com as necessidades e expectativas dos hóspedes. Esses serviços são prestados por pessoas capacitadas e motivadas a receber com qualidade, resultando na satisfação dos hóspedes. Pode-se perceber nas práticas do Hotel Promenade a preocupação estratégica em criar um ambiente e uma vivência agradáveis para os hóspedes, refletindo o comentário de Yázigi (2000) que conceitua a hotelaria como a arte de agradar. Nessa mesma direção, Lara (2001) comentou sobre a importância de uma empresa em estabelecer um lugar desejável na mente dos clientes, diferenciando-se de sua concorrência. Essa preocupação foi percebida no Hotel Promenade durante a permanência da pesquisadora no hotel e por comentários da gestora do departamento de reservas. Da mesma forma, esta busca da diferenciação é coerente com a percepção da hospitalidade enquanto dádiva presente nas relações comerciais, segundo Mauss (apud Lanna, 2000). Ainda, segundo Lanna, para Mauss a dádiva está incluída nas relações de compra e venda na sociedade capitalista, o que permite considerar a hospitalidade na hotelaria como um recurso de gestão Foi observado, também, que no Hotel Promenade há uma valorização muito grande de seus recursos humanos e isto está relacionado à estratégia da empresa com a conscientização dos mesmos sobre a importância da prática do conceito da hospitalidade. Esse resultado vai ao encontro do que foi proposto por Miranda (2008). Da mesma forma, as ações dos colaboradores no dia-a-dia da empresa resultam em “momentos da verdade” que segundo Normann (2003) é quando é criada a qualidade de uma prestação de serviço. 90 5. CONCLUSÃO E PROPOSTAS O problema de pesquisa que essa monografia buscou responder está relacionado à forma como a hospitalidade é aplicada na estratégia competitiva de um hotel gerando maior satisfação dos clientes. Para responder a esta pergunta foi realizado um estudo de caso em um hotel localizado na cidade de Curitiba. Retomando o objetivo geral do estudo - analisar a hospitalidade como estratégia competitiva na gestão hoteleira, visando compreender sua contribuição para a satisfação dos clientes – pode-se dizer que no Hotel Promenade a hospitalidade é praticada na sua gestão estratégica. Essa prática está presente no momento em que há interação entre os colaboradores e os hóspedes durante a execução dos serviços de hospedagem. A hospitalidade, a todo momento, parece estar presente nas ações dos colaboradores do hotel, no sentido de manter a limpeza do hotel, a segurança dos hóspedes e o desejo de transmitir aos hóspedes a sensação de estarem à vontade como em suas casas. Além disso, a hospitalidade está presente também na estratégia do hotel no sentido dado por Porter, isto é, há uma preocupação do gerente-geral em conscientizar os colaboradores da importância da hospitalidade para atuarem sempre no mesmo sentido, buscando ser diferentes e usando a hospitalidade como um valor especial para o mercado, de forma a tê-la como uma vantagem competitiva. Em relação aos objetivos específicos, o estudo realizado permitiu conhecer a evolução histórica e as dimensões da hospitalidade, por meio da revisão da literatura que foi apresentada no capítulo 2. Em segundo lugar, o estudo do Hotel Promenade mostrou que, entre as atividades que são realizadas pelas empresas hoteleiras para enfatizar a hospitalidade, encontram-se: a) autonomia dos colaboradores para atender necessidades específicas dos hóspedes que fujam à rotina; b) clima de comunicação espontânea entre hóspedes e colaboradores, facilitando a melhoria dos serviços; c) ambiente de troca de informações e opiniões livres entre colaboradores e gestores para permitir um maior entendimento das diretrizes administrativas do hotel. Em terceiro lugar, as atividades relacionadas à prática da 91 hospitalidade no hotel foram classificadas em quatro grupos que compõem a Matriz de Avaliação da Hospitalidade em Hotéis. Estes grupos são: Reserva/Recepção, Infra-estrutura e Serviços, Alimentação e Atendimento-Pessoas. Por fim, observou-se que a prática da hospitalidade está positivamente relacionada à satisfação dos clientes, por meio das experiências vividas pelos hóspedes durante sua estada no hotel. Assim, pode-se concluir que a hipótese do estudo se confirmou. A preocupação com a satisfação dos clientes é o principal resultado que orienta a prática da hospitalidade no hotel. É por fazer toda a diferença em uma empresa, que a hospitalidade se torna cada dia mais evidente e está sendo implantada em inúmeras organizações hoteleiras. Portanto, seguem algumas propostas para novos estudos e para a avaliação da hospitalidade como fator estratégico nos empreendimentos: 1) que outros grupos de pesquisadores ou profissionais da hotelaria testem e realizem possíveis correções na Matriz desenvolvida de acordo com a sua realidade de mercado; 2) que empresas hoteleiras criem outros indicadores de hospitalidade para, por exemplo, contratar colaboradores e definir serviços mais apropriados ao que se comunica aos seus hóspedes; 3) que os gestores dos hotéis utilizem matrizes, como esta gerada a partir deste estudo, por variados meios (entre eles o de ‘hóspede oculto’) para oferecer feedback de forma contínua aos seus colaboradores; 92 4) que outros estudos possam explorar de forma mais abrangente a relação da hospitalidade com a estratégia competitiva em empreendimentos hoteleiros, por meio de abordagens quantitativas em amostras maiores; 5) que se procure avaliar a percepção que os colaboradores dos hotéis têm da importância da hospitalidade e como eles poderiam contribuir para que a hospitalidade aconteça de forma mais autêntica; e 6) que se avalie a possibilidade do uso da matriz desenvolvida neste estudo evoluir para permitir que a hospitalidade não fique perceptível apenas por meio da prestação de serviços, mas que vá além e torne-se uma dimensão de espaço e de sensações. 93 6. 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Qualidade do check-out (rapidez, cordialidade, confiabilidade das contas) 04. Acesso ao hotel perfeitamente sinalizado 05. Sistema de envio/recebimento de mensagens e correspondências 06. Serviço de guarda de bagagem INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS 07. Decoração apropriada e agradável nas áreas sociais 08. Grau de limpeza dos apartamentos, das áreas sociais e comuns 09. Apartamentos funcionais e confortáveis (espaço, banheiro, camas, travesseiros e enxoval) 10. Conjunto de acessórios (sabonetes, xampus, cremes) 11. Acesso à internet nos apartamentos 12. Segurança do apartamento (travas, cofre, telefones de emergências, rota de fuga estabelecida) 13. Qualidade ambiental do apartamento (climatização, odores, proteção contra raios solares, desinsetização). 14. Qualidade do sistema de telefonia (rapidez, fácil acesso) 15. Programa de fidelidade para os clientes 16. Sinalização interna 17. Serviços de lavanderia 18. Local para estacionamento de veículos 19. Infra-estrutura para portadores de deficiências e necessidades especiais 20. Ausência de ruídos tanto externos como internos 21. Uso de sistemas informatizados (reservas, check-in/out) 22. Disponibilidade de informações do hotel via internet 23. Área de lazer adequada ao estilo do hotel (piscinas, fitness center, salas de jogos, descanso, spa, quadras). 24. Uso de sistemas de segurança ALIMENTAÇÃO 25. Qualidade do room-service (presteza, qualidade da comida, variedade, agilidade, apresentação e retirada dos pratos) 26. Qualidade do restaurante (atende solicitações especiais dos clientes) 27. Qualidade do restaurante (oferece pratos típicos e caseiros) 28. Qualidade do bar/lanchonete (atendimento e instalações) 1 NOTA 2 3 4 5 99 29. Qualidade do café-da-manhã (atendimento, produtos, apresentação, variedades) ATENDIMENTO – PESSOAS 30. Recepcionistas com aparência profissional e cuidada transmitindo confiança 31. Recepcionistas prestam atenção individualizada a cada cliente de acordo com suas necessidades específicas 32. Recepcionistas atualizados quanto às informações da cidade, festas típicas e tradições 33. Mensageiros comunicativos 34. Qualidade do restaurante (atendimento, aparência profissional e conhecimento dos garçons) 35. As solicitações são atendidas bem e na primeira vez 36. Comunicação com os clientes (durante e após a estada) 37. Qualidade das informações disponíveis aos hóspedes (folders informativos, jornais internos, avisos visuais) 38. Silêncio durante a limpeza 39. Grau de envolvimento dos funcionários para resolução de problemas e melhoria dos serviços 40. Funcionários com domínio de uma segunda língua PONTUAÇÃO GERAL 100 8. ANEXOS ANEXO 1 MATRIZ DE AVALIAÇÃO – HARO E CHIQUIM – 2002 Cada requisito deverá ser avaliado dentro de uma escala de 5 pontos: 1 (o hotel não atende a este requisito em sua totalidade), 2(o hotel atende em algumas situacões a este requisito), 3(o hotel atende na maior parte das vezes este requisito), 4(o hotel atende sempre este requisito) e NA(não se aplica a este hotel). REQUISITOS peso = 1,5 AVALIAÇÃO peso = 1 1. Qualidade no atendimento no setor de reservas (rapidez, confiabilidade de informações, cordialidade) 2. Qualidade do check-in (rapidez sistema informatizado, cordialidade) 3. Qualidade do check-out (rapidez, cordialidade, confiabilidade das contas) 4. Recepcionistas falando mais que uma língua 5. Recepcionistas com aparência profissional e cuidada 6. Comportamento de recepcionistas transmite confiança 7. Recepcionistas prestam atenção individualizada a cada cliente de acordo com suas necessidades específicas 8. Recepcionistas atualizados quanto às informações da cidade 9. Recepcionistas conhecem bem festas típicas e tradições 10. Mensageiros comunicativos e sabendo vender o hotel 11. Decoração apropriada e agradável nas áreas sociais 12. Ótimo grau de limpeza das áreas sociais e comuns 13. Apartamentos funcionais e confortáveis 14. Camas e travesseiros confortáveis e adequados 15. Ótimo grau de limpeza dos apartamentos 1 2 3 4 NA 101 16. Enxoval em bom estado e confortável 17. Boa iluminação do apartamento e banheiro 18. Banheiros funcionais e confortáveis 19. Duchas que proporcionem bom banho 20. Bom conjunto de Amenities (sabonetes, xampus, cremes) 21. Acesso a INTERNET nos apartamentos 22. Proteção dos apartamentos contra ruídos 23. Segurança do apartamento (travas, cofre, telefones de emergências, rota de fuga estabelecida) 24. Qualidade ambiental do apartamento (climatização, odores, proteção contra raios solares). 25. Equipamentos auxiliares funcionando perfeitamente (TV, secador de cabelos, rádio,) 26. Disponibilidade de TV por assinatura nos apartamentos 27. Qualidade do sistema de telefonia (rapidez, fácil acesso, tarifador confiável) 28. Serviço de Atendimento ao hóspede centralizado 29. Qualidade do room-service (presteza, qualidade da comida, variedade, agilidade, apresentação e retirada dos pratos) 30. Qualidade do restaurante (garçons oferecem bebidas e retiram os pratos em tempo razoável ) 31. Qualidade do restaurante (garçons apresentam aparência profissional e cuidada) 32. Qualidade do restaurante (garçons possuem conhecimentos suficientes para responder às perguntas) 33. Qualidade do restaurante (atende solicitações especiais dos clientes) 34. Qualidade do restaurante (horários convenientes para clientes) 35. Qualidade do restaurante (clientes são acomodados nas mesas em tempo razoável) 102 36. Qualidade do restaurante (relação qualidade preço) 37. Qualidade do restaurante (apresentação, qualidade, e variedade dos alimentos) 38. Qualidade do restaurante (oferece pratos típicos e caseiros) 39. Área de cozinha convenientemente higienizada e adequada às necessidades 40. Armazenamento adequado de produtos alimentícios (câmaras frias áreas de estoque frízeres) 41. Qualidade do bar/lanchonete (atendimento) 42. Qualidade do bar/lanchonete (instalações) 43. Qualidade do bar/lanchonete (produto, preço) 44. Qualidade do bar/lanchonete (horário de funcionamento) 45. Qualidade do café da manhã (atendimento) 46. Qualidade do café da manhã (produtos, apresentação, variedades) 47. Qualidade do café da manhã (horários) 48. Manutenção geral do hotel 49. Grau de motivação dos funcionários 50. Medição da satisfação dos clientes 51. As solicitações são atendidas bem e na primeira vez 52. Qualidade do banco de dados dos clientes (cadastro atualizado informações úteis e utilizadas) 53. Comunicação com os clientes (durante e após a estada) 54. Possuir um programa eficaz de fidelidade para os clientes 55. As ações comunicativas refletem a realidade 56. Qualidade das informações disponíveis aos hóspedes (folders informativos, jornais internos, avisos visuais) 57. Material de expediente visualmente atrativo 103 58. Sinalização interna adequada 59. Hotel goza de boa imagem junto às agências de viagens 60. Hotel goza de boa imagem na região 61. Serviços de lavanderia eficazes 62. Programa de Gestão Ambiental 63. Local para estacionamento de veículos adequado 64. Acesso ao hotel perfeitamente sinalizado 65. Localização do hotel 66. Conservação e limpeza das fachadas e áreas exteriores 67. Entorno atrativo 68. Oferta gastronômica próxima 69. Oferta de compras próxima 70. Oferta de entretenimento/diversão próxima 71. Infraestrutura adequada a portadores de deficiências e necessidades empecias 72. Ausência de ruídos tanto externos como internos 73. Silencio durante a limpeza 74. Relação qualidade preço (diária) 75. Tarifas competitivas em relação à concorrência 76. Grau de envolvimento dos funcionários para resolução de problemas e melhoria dos serviços 77. Grau de inovação do hotel quanto aos serviços oferecidos 78. Uso de sistemas informatizados (reservas, check-in/out, financeiro) 79. Disponibilidade de informações do hotel via internet 80. Receber e confirmar reservas online via Internet 81. Facilidades de pagamentos 82 Possuir ares de eventos compatíveis com porte do hotel 83. Salas de eventos equipadas 84. Suporte de eventos adequados 85. Área de lazer adequada ao estilo do hotel (piscinas, fitness center, salas de jogos, descanso, SPA, quadras). 86. Disponibilidade de equipe de lazer 104 adulto/infantil 87. Disponibilidade de Business center. 88. Disponibilidade de Lojas de Conveniência 89. Desinsetização adequada e eficaz 90. Uso adequado de sistemas de segurança 105 ANEXO 2 MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO - Deliberação Normativa 429/2002 1 ITENS GERAIS 1.1 1.1.1 POSTURAS LEGAIS Posturas municipais, estaduais e federais aplicáveis, comprovadas pelos registros, inscrições e documentações exigidos, especialmente com referência a “Habite-se”, “Alvará de Localização e Funcionamento”, registro como empresa hoteleira e prova de regularidade perante as autoridades ambientais, sanitárias e concessionárias de serviços públicos Legislação quanto à proteção contra incêndio, dispondo de equipamentos e instalações exigidos pelas autoridades competentes e prevendo rotas de fuga, iluminação de emergência e providências em situações de pânico Elevadores para passageiros e para carga/serviço em prédio de quatro ou mais pavimentos, inclusive o térreo, ou conforme as posturas municipais 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 Exigências da EMBRATUR, constantes da legislação de turismo, referentes a: a) registro do hóspede, por intermédio de Ficha Nacional de Registro de Hóspedes – FNRH b) fornecimento mensal do Boletim de Ocupação Hoteleira -BOH, preenchido c) fornecimento de Cartão do Estabelecimento com o nome do hóspede e período de hospedagem d) placa de classificação fixada no local determinado pela ABIH/EMBRATUR e) divulgação e explicitação dos compromissos recíprocos para com o hóspede através de: e.1) Regulamento Interno, com direitos e deveres do hóspede e.2) Serviços e preços oferecidos, incluídos, ou não, na diária, divulgados na forma da legislação f) Meios para pesquisar opiniões e reclamações dos hóspedes e solucioná-las Facilidades construtivas, de instalações e de uso, para pessoas com necessidades especiais, de acordo com a NBR 9050 1994, em prédio com projeto de arquitetura aprovado pela Prefeitura Municipal, como meio de hospedagem, após 12 de agosto de 1987. NOTA: No caso de projetos anteriores, o meio de hospedagem deverá dispor de sistema especial de atendimento. 1.2 SEGURANÇA 1.2.1 1.2.2 Meios para controle do uso dos cofres Circuito interno de TV ou equipamento de 1 2 3 4 5 5 SL X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 1 2 3 4 5 X X X X 5 SL X X 106 1.2.3 1.2.4 1.2.5 1.2.6 1.2.7 1.2.8 1.2.9 segurança Gerador de emergência com partida automática Rotas de fuga sinalizadas nas áreas sociais e restaurantes Serviço de segurança no estabelecimento, por intermédio de: a) pessoal com formação adequada, próprio ou contratado, e com dedicação exclusiva b) porteiro (admite-se acúmulo de funções) Preparo para lidar com situações de incêndio e pânico (assalto, explosão, inundação e outros) a) com equipes predeterminadas, com treinamento específico (Brigadas) b) com treinamento geral do pessoal Cobertura contra roubos, furtos e responsabilidade civil Disponibilização de serviços qualificados de segurança particular Sistema eletrônico de detecção da presença do hóspede em todas as áreas do Meio de Hospedagem 1.3 SAÚDE / HIGIENE 1.3.1 1.3.2 1.3.3 1.3.4 1.3.5 1.3.7 Serviço de atendimento médico de urgência Tratamento de resíduos Imunização permanente contra insetos e roedores Higiene do ambiente, das pessoas e dos serviços Higienização do alimento “in natura” antes do armazenamento Higienização adequada de equipamentos (roupas de cama / mesa / banho; louças e talheres; sanitários) Tratamento de água 1.4 CONSERVAÇÃO / MANUTENÇÃO 1.4.1 Todas as áreas, equipamentos e instalações em condições adequadas de conservação/manutenção 1.3.6 1.5 ATENDIMENTO AO HÓSPEDE 1.5.1 Instalações e equipamentos com nível de sistemas capazes de assegurar maior comodidade aos hóspedes Abertura de cama Disponibilização gratuita em 100% das unidades de cesta de frutas e/ou outras cortesias especiais Roupa lavada e passada no mesmo dia Procedimento para atendimento especial para autoridades e personalidades Facilidades de atendimento para minorias especiais (fumantes, idosos, pessoas portadoras de deficiências físicas e/ou com necessidades especiais, alimentação especial, etc.) Detalhes especiais de cordialidade no 1.5.2 1.5.3 1.5.4 1.5.5 1.5.6 1.5.7 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 1 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 5 SL X X X X X X X X X X X X X X X X X 1 X 1 2 2 X 2 3 3 X 3 4 5 4 X 4 5 X 5 5 SL X X 5 SL X X X X X X X X X X X X X X X X 107 X 1.5.26 1.5.27 1.5.28 atendimento Estabelecimento de critérios para qualificação dos funcionários bi e trilingües Estabelecimento de critérios para qualificação dos funcionários que interagem com o público Treinamento e orientação do pessoal Presteza e cortesia Serviço de despertador a) programável pelo próprio hóspede b) executado pelo meio de hospedagem Monitoramento das expectativas e impressões do hóspede, incluindo meios para pesquisar opiniões, reclamações e solucioná-las Identificação adequada para os fornecedores de serviços Apresentação, vestimenta e identificação adequadas para os empregados Serviços de reserva: a) no período de 24 horas com atendimento trilingue b) no período de 24 horas com atendimento bilíngüe c) no período de 12 horas d) no período de 08 horas Serviços de recepção: a) no período de 24 horas b) no período de 16 horas c) no período de 12 horas Serviços de mensageiro no período de 24 horas Disponibilização de Serviços de limpeza: Serviços de arrumação diário Serviços de manutenção Serviços de telefonia: a) no período de 24 horas com atendimento trilingue por turno b) com uma telefonista bilíngüe por turno Serviço de refeições leves e bebidas nas Unidades Habitacionais (“room service”) no período de 24 horas Serviço de manobra e estacionamento de veículos por funcionário habilitado no período de 24 horas Sistema de visualização e fechamento de conta diretamente na UH Serviço de mordomo Disponibilização de carros de luxo para locação Serviço de locação de helicóptero 2 ITENS ESPECÍFICOS 1 2.1 2.1.1 PORTARIA / RECEPÇÃO Área ou local específico para o serviço de portaria / recepção / “lobby” Local ou espaço para guarda de bagagem a) fechado b) não necessariamente fechado Local adequado para guarda de correspondência 1.5.8 1.5.9 1.5.10 1.5.11 1.5.12 1.5.13 1.5.14 1.5.15 1.5.16 1.5.17 1.5.18 1.5.19 1.5.20 1.5.21 1.5.22 1.5.23 1.5.24 1.5.25 2.1.2 2.1.3 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 2 X X 3 X X X 4 X 5 X 5 SL X X X X X X X 108 2.1.4 2.1.5 2.1.6 2.1.7 2.1.8 2.1.9 2.1.10 e mensagens Sistema adequado de envio / recebimento de mensagens Serviço de guarda de bagagem Política própria, definida para “check-in / checkout”, que estabeleça orientação específica para impedir: a) qualquer forma de discriminação (racial, religiosa e outras) b) uso do estabelecimento para exploração sexual, de menores, e outras atividades ilegais Sistemas integrados de controle, permitindo eficácia no “checkin / check-out” Pessoal apto a prestar informações e serviços de interesse do hóspede, com presteza, eficiência e cordialidade: a) sob supervisão permanente de gerente ou supervisor capacitado b) falando fluentemente (mínimo de uma pessoa em cada turno) na portaria e na recepção, pelo menos: b1) Português e mais três línguas estrangeiras b2) Português e mais duas línguas estrangeiras b3) Português e mais uma língua estrangeira Informações e folhetos turísticos Ambientação / conforto / decoração compatíveis com a categoria 2.2 ACESSOS E CIRCULAÇÕES 2.2.1 Áreas adequadas e específicas para acesso e circulação fáceis e desimpedidos nas dependências do estabelecimento, inclusive para pessoas portadoras de deficiência física e/ou com necessidades especiais Entrada de serviço independente Identificação do acesso/circulação para orientação dos banhistas Sistema de sinalização interno que permita fácil acesso e circulação por todo o estabelecimento Ambientação / conforto / decoração compatíveis com a categoria 2.2.2 2.2.3 2.2.4 2.2.5 2.3 SETOR HABITACIONAL 2.3.1 Todas as salas e quartos das UH com Iluminação e ventilação de acordo com as normas vigentes para edificações Todas as UH deverão ter banheiros privativos com ventilação direta para o exterior ou através de duto Facilidades de informatização / mecanização, nas UH Quarto de dormir com menor dimensão igual ou superior a 2,50m e área média, igual ou superior a a) 18,00 m2 (100% das UH) b) 16,00m2 (em no mínimo 90% das UH) 2.3.2 2.3.3 2.3.4 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 1 X X 1 X X X X X X X X X X X 2 3 4 5 5 SL X X X 2 X X X X X X X X X X X X X X X X 3 X X X 4 X X X 5 X X 5 SL X X X X X X X 109 c) 14,00m2 (em no mínimo 80% das UH) 2.3.5 2.3.6 2.3.7 2.3.8 2.3.9 2.3.10 2.3.11 2.3.12 2.3.13 2.3.14 2.3.15 2.3.16 2.3.17 2.3.18 2.3.19 2.3.20 2.3.21 2.3.22 2.3.23 2.3.24 2.3.25 2.3.26 2.3.27 d) 12,00m2 (em no mínimo 70% das UH) e) 10,00m2 ( em no mínimo 65% das UH) f) 9,00m2( em no mínimo 65% das UH) Banheiro com área média igual ou superior a (em no mínimo): a) 5,00m2 (100% das UH) b) 4,00m2(em no mínimo 90% das UH) c) 3,30m2(em no mínimo 80% das UH) d) 3,00m2(em no mínimo 70% das UH) e) 2,30m2 ( em no mínimo 65% das UH) f) 1,80m2 ( em no mínimo 65% das UH) UH do tipo suíte com sala de estar de área média, igual ou superior a: a) 12 m2 b) 11,00m2 c) 10,00m2 d) 9,00m2 e) 8,00m2 UH do tipo suíte e/ou unidades conversíveis em suíte Portas duplas de comunicação entre UH conjugáveis ou sistema que só possibilite sua abertura, quando por iniciativa dos ocupantes de ambas as Uh's Tranca interna nas UH Rouparias auxiliares no setor habitacional Local específico para material de limpeza Climatização adequada em 100% das UH TV a cores , equipamento de vídeo cassete e DVD em 100% das UH, com TV por assinatura a cabo ou por antena parabólicA TV a cores em 100% das UH, com TV por assinatura a cabo ou por antena parabólica TV em 100% das UH Mini refrigerador em 100% das UH Água potável disponível na UH Café da manhã no quarto Armário, “closet” ou local específico para a guarda de roupa em 100% das UH Mesa de cabeceira simples para cada leito ou dupla entre dois leitos, ou equipamento similar, em 100% das UH Lâmpada de leitura junto às cabeceiras em 100% das UH Sonorização ou rádio controlada pelo hóspede a) em 100% das UH b) em 80% das UH Comando de aparelhos de som, ar condicionado, luz e TV em 100% das UH Ramais telefônicos em 100% das UH Porta malas em: a) 100% das UH b) 50% das UH Cortina ou similar em 100% das UH Vedação opaca nas janelas em 100% das UH X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 110 2.3.28 2.3.29 2.3.30 2.3.31 2.3.32 2.3.33 2.3.34 2.3.35 2.3.36 2.3.37 2.3.38 2.3.39 2.3.40 2.3.41 2.3.42 2.3.43 2.3.44 2.3.45 2.3.46 2.3.47 2.3.48 2.3.49 2.3.50 Mesa de refeições com um assento por leito em 100% das UH Mesa de trabalho com iluminação própria e ponto de energia e telefone, possibilitando o uso de aparelhos eletrônicos pessoais Espelho de corpo inteiro em 100% das UH Cofres para guarda de valores para a) 100% das UH b) 60 % das UH Camas com dimensões superiores às normais e travesseiros antialérgicos Acessórios básicos em 100% das UH (sabonete, dois copos, cesta de papéis do banheiro) Água quente em 100% das UH: a) em todas as instalações b) no chuveiro e lavatório c) no chuveiro Lavatório com bancada e espelho, em 100% das UH Bidê ou ducha manual em 100% das UH Índice de iluminação suficiente para uso do espelho do banheiro, em 100% das UH Tomada a meia altura para barbeador em 100% das UH Indicação de voltagem das tomadas em 100% das UH Extensão telefônica em 100% dos banheiros das UH Box de chuveiro com área igual ou superior a 0,80 m2 em 100% das UH Banheira em 30% das Suítes Vedação para o box em 100% das UH Suporte ou apoio para produtos de banho, no box, em 90% das UH Acessórios complementares composto por 5 amenidades a) em 100% das UH b) disponibilizados para uso do hóspede Outros acessórios em 100% das UH (touca de banho, escova e pasta de dentes, shampoo, creme condicionador, creme hidratante, secador de cabelos, roupão, espelho com lente de aumento, lixa, cotonete, espuma de banho, sais de banho, etc.) a) mínimo de oito b) mínimo de seis c) mínimo de quatro Revestimentos, pisos, forrações, mobiliários e decoração com equipamentos de 1ª linha Limpeza diária Freqüência de troca de roupas de cama a cada mudança de hóspede e: a) diariamente se desejado pelo hóspede b) em dias alternados se desejado pelo hóspede c) duas vezes por semana se desejado pelo hóspede Freqüência de troca de roupas de banho a cada X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 111 2.3.51 2.3.52 2.3.53 2.3.54 mudança de hóspede e: a) diariamente se desejado pelo hóspede b) em dias alternados se desejado pelo hóspede c) duas vezes por semana se desejado pelo hóspede Serviço “Não perturbe”, “Arrumar o quarto” Detalhes especiais de cordialidade Computador com acesso veloz à internet em 100% das UH's Ambientação / conforto / decoração compatíveis com a categoria 2.4 ÁREAS SOCIAIS 2.4.1 Relação de áreas sociais/estar por UH (não incluída a circulação) de: a) 2,50m2 b) 2,00m2 c) 1,50m2 d) 1,00m2 e) 0,50m2 Banheiros sociais, masculino e feminino, separados entre si, com ventilação natural ou forçada, com compartimento especial, adaptado para pessoas com necessidades especiais, respeitando as normas e leis em vigor Estacionamento com número de vagas igual ou superior a 10% do número total de UH com local apropriado para embarque/desembarque de pessoas com deficiência física e/ou necessidades especiais, devidamente sinalizado prevendo manobreiro Climatização adequada nas áreas sociais Revestimentos, pisos, forrações, mobiliários e decoração com materiais de 1ª linha Tratamento paisagístico Heliponto Musica ao vivo em pelo menos um dos ambientes sociais Ambientação / conforto / decoração compatíveis com a categoria 2.4.2 2.4.3 2.4.4 2.4.5 2.4.6 2.4.7 2.4.8 2.4.9 2.5 COMUNICAÇÕES 2.5.1 2.5.2 Equipamento telefônico nas áreas sociais Local apropriado para ligações telefônicas nas áreas sociais, com privacidade Central telefônica, com ramais em todos os setores Serviço telefônico eficaz, com equipamento apropriado Equipamento para fax 2.5.3 2.5.4 2.5.5 2.6 ALIMENTOS E BEBIDAS 2.6.1 Área de restaurante compatível com a quanTidade de UH, com ambientes distintos e acessíveis para pessoas em cadeiras de rodas X X X X X X X X X X X X X 1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 5 SL X X X X X X X X X X 1 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 4 5 5 SL 3 4 5 X X 2 3 X X 5 SL X X 1 2 X X 112 a) de no mínimo 1,00m2 por lugar X 2.6.2 2.6.3 2.6.4 2.6.5 2.6.6 2.6.7 2.6.8 2.6.9 2.6.10 2.6.11 2.6.12 2.6.13 2.6.14 2.6.15 2.6.16 2.6.17 2.6.18 b) de no mínimo 0,80m2 por lugar Ambiente para café da manhã / refeições leves Ambiente de bar Mínimo de dois Mínimo de um Copa central para o preparo de lanches e café da manhã Despensa para abastecimento diário da cozinha Climatização adequada nos restaurantes, bares e outros Aparador, carrinho, gueridon ou similar Toalhas e guardanapos de tecido Baixelas e talheres de prata, inox, ou material equivalente Pratos de porcelana ou equivalente de 1ª linha Copos tipo cristal Câmaras frigoríficas ou equipamento similar Sistema de exaustão mecânica no ambiente Telas nas áreas de serviço com aberturas para o exterior Critérios específicos de qualificação do cozinheiro Critérios específicos de qualificação do “bar man” Serviço de alimentação, com qualidade e em níveis compatíveiscom a categoria do estabelecimento: a) atendimento 24 horas em restaurante de padrão internacional com cardápio trlingüe b) almoço e jantar, de padrão internacional, no restaurante principal c) almoço e jantar no restaurante principal d) café da manhã e nas refeições leves eventualmente oferecidas Ambientação / conforto / decoração compatíveis com a categoriA 2.7 LAZER 2.7.1 2.7.2 2.7.3 2.7.4 Sala de ginástica / musculação com instrutor Sauna seca ou a vapor, com sala de repouso Equipamentos de ginástica Ambiente reservado para leitura, visitas, jogos e outros Piscina externa e piscina coberta climatizada Ambientação / conforto / decoração compatíveis com a categoria 2.7.5 2.7.6 2.8 REUNIÕES / ESCRITÓRIO VIRTUAL 2.8.1 2.8.2 2.8. 3 2.8.4 Ambiente adequado para reuniões/escritório virtual Equipamentos para reuniões/escritório virtual Qualidade dos serviços prestados (“coffee break” e outros) Ambientação / conforto / decoração compatíveis com a categoria X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 1 1 2 2 3 3 4 5 X X X X 5 SL X X X X X X X 4 5 X X X X X X 5 SL X X X X X X 113 2.9 SERVIÇOS ADICIONAIS 1 2 3 4 5 5 SL 2.9.1 2.9.2 2.9.3 2.9.4 2.9.5 2.9.6 Ambientes, instalações e/ou equipamentos adequados destinados a salão de beleza, “babysitter”, venda de jornais e revistas, “drugstore”, loja de conveniência, locação de automóveis, reserva em espetáculos, agência de turismo, câmbio, transporte especial e outros a) mínimo de seis b) mínimo de três Critérios específicos de qualificação dos concessionários Divulgação dos serviços disponibilizados Ambiente, instalações e equipamentos adequados para eventos e banquetes Serviço de apoio disponível para eventos e banquetes Sala VIP com equipamentos para atender ao hóspede executivo (microcomputador, FAX, copiadora, TV, mini sala de reuniões, área de estar e outros) 2.10 AÇÕES AMBIENTAIS 2.10.1 Manter um programa interno de treinamento de funcionários para a redução de consumo de energia elétrica, consumo de água e redução de produção de resíduos sólidos Manter um programa interno de separação de resíduos sólidos Manter um local adequado para armazenamento de resíduos sólidos separados Manter local independente e vedado para armazenamento de resíduos sólidos contaminantes Dispor de critérios específicos para destinação adequada dos resíduos sólidos Manter monitoramento específico sobre o consumo de energia elétrica Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição de produtos e equipamentos que apresentem eficiência energética e redução de consumo Manter monitoramento específico sobre o consumo de água Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição e uso de equipamentos e complementos que promovam a redução do consumo de água Manter registros específicos e local adequado para armazenamento de produtos nocivos e poluentes Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição e uso de produtos biodegradáveis Manter critérios de qualificação de fornecedores levando em consideração as ações ambientais por estes realizadas 2.10.2 2.10.3 2.10.4 2.10.5 2.10.6 2.10.7 2.10.8 2.10.9 2.10.10 2.10.11 2.10.12 X X X 1 X X X X X X X X X X 2 3 4 5 X X X X 5 SL X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 114 2.10.13 Ter um certificado expedido por organismo especializado quanto a efetividade de adequação ambiental da operação X ANEXO 3 CARDÁPIO DO HOTEL PROMENADE Entradas Nicoise de Atum (cebola, azeitonas, batata e atum) ............................................................... R$ 9,00 Salada Mista Especial (folhas verdes, palmito, tomate, cenoura e rolinhos de queijo e presunto) .. R$ 9,00 Salada Verde (alface, tomate e brócolis)................................................................................ R$ 6,00 Sopas e Cremes Creme de Palmito (creme de palmito com parmesão, torradas e manteiga)............................... R$ 10,00 Canja Brasileira (canja de frango, arroz, legumes com parmesão, torradas e manteiga) ........ R$ 9,00 Creme de Ervilha (ervilha, caldo de carne, bacon, batata e condimentos).................. R$ 9,00 Sopa de Cebola (cebola, caldo de carne, torradas e manteiga)....................................... R$ 9,00 Massas Spaghetti (molhos: ao sugo,bolonhesa, pomodoro, catupiry e alho e óleo).............. R$ 12,00 Talharim (molhos : ao sugo, bolonhesa, pomodoro, catupiry e alho e óleo)............. R$ 12,00 Lasanha (bolonhesa e quatro queijos)................................................................. R$ 12,00 Peixe Linguado (filé de linguado grelhado, cenoura, brócolis, batata sauteé e arroz branco) (molhos: catupiry, muniere e finas ervas) ................................................... R$ 29,00 Salmão 115 (Filé de salmão grelhado ao molho de alcaparras, legumes a vapor e arroz ao curry)................................................................................................ R$ 29,00 Frango Frango Promenade (frango grelhado, cenoura, brócolis, batata sauteé e arroz branco) (Molhos: madeira, catupity, mostarda e alho e óleo) ................................... R$ 16,00 Frango à Parmegianna (a milanesa com queijo, presunto, molho ao sugo, fritas e arroz branco).... R$ 16,00 Frango à Francesa (empanado com presunto, palmito, cebola, batata palha e arroz ao curry)... R$ 16,00 Frango a La Mama (peito grelhado na manteiga, acompanha espaguete ao molho de brócolis). R$ 16,00 Frango ao Curry (peito de frango grelhado com legumes e arroz branco) ...................... R$ 16,00 Carnes Filét Promenade (filé mignon grelhado, cenoura, brócolis, batata sauteé e arroz branco) (molhos: catupiry, madeira, mostarda e alho e óleo) .............................. R$ 18,50 Filét Parmegianna (a milanesa com queijo, presunto, molho sugo, fritas e arroz branco)......... R$ 19,00 Filét da casa (filé grelhado na manteiga, arroz, fritas e ovo / feijão opcional) .................. R$ 18,00 Picanha (picanha grelhada com fritas, farofa e arroz branco) ................................ R$ 18,50 Osvaldo Aranha (filé mignon grelhado, alto e mal passado, na manteiga e alho, arroz branco e brócolis frito).............................................................................................. R$ 18,50 Sobremesas Mousse: maracujá ou chocolate.................................................... R$ 4,00 Salada de frutas .......................................................................................... R$ 4,00 Frutas da época ............................................................................... R$ 4,00 116 Pudim de leite ............................................................................................ 4,00 R$ Pizzas Pizza brotinho napolitana/small pizza ..............,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.. R$ 9,00 Pizza brotinho calabresa ............................................................................ R$ 9,00 Pizza brotinho frango com catupiry ................................................................ R$ 10,00 Pizza brotinho portuguesa .....................................,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,. R$ 9,00 Pizza grande napolitana ............................................................................... R$ 13,00 Pizza grande calabresa .............................................................................. R$ 13,00 Pizza grande frango com catupiry ............................................................... R$ 16,00 Pizza grande portuguesa ........................................................................... R$ 15,00 Serviço de copa 24 horas Copo de leite/ milk ........................................................................................ R$ 1,50 Suco de laranja/ orange juice ............................................................ R$ 3,50 Vitamina / fruits shake .........................................................…........... R$ 4,00 Chocolate quente ou frio/hot or cold chocolate .......................................... R$ 3,50 Café, leite e torradas/ coffee with milk and toast …………………......…… R$ 4,00 Chá ou café completo/breakfast with tea or coffee……..…………………… R$ 12,00 Marumbi /café, leite ou chá, queijo, presunto, torradas, biscoito, pão fatiado, broa, mamão e suco de laranja/ coffee, milk, or tea cheese, ham, toast, biscuit, bread, papaya and orange juice................................................................................. R$ 9,00 Brasileirinho / filé grelhado, arroz, fritas e ovo – feijão opcional/ grilled steak, rice, chips, fried egg – beans optional ................................................................. R$ 12,00 Suprema de frango com fritas/grilled chicken breast with fries … R$ 9,00 Americano especial/ bread, ham, cheese, steak and egg……………..… R$ 8,50 117 Misto quente ou frio/ hot ou cold cheese and ham sandwuich................... R$ 4,50 Omelete a sua escolha com fritas/omelet of choice with chips ….. R$ 6,00 Cheese frango/ chicken breast with cheese, lettuce and tomatoes. R$ 5,50 Cheese salada/ hamburger wirth cheese, lettuce and tomatoes …... R$ 5,50 Cheese mignon ..…………………………................................................... R$ 7,50 Bar Vinho Branco Nacional Miolo Seleção ................................................................................. R$ 28,00 Salton Classic Chardonnay ............................................................. R$ 21,00 Miolo Seleção ½ .............................................................................. R$ 18,00 Vinho Tinto Nacional Valduga Arte Elegance Cabernet................................................................R$ 30,00 Salton Classic Cabernet Sauvignon ...........................................................R$ 21,00 Salton Classic Cabernet Sauvignon ½ .......................................................R$ 16,00 Miolo Seleção ............................................................................................R$ 28,00 Miolo Seleção ½ ........................................................................................R$ 18,00 Vinho Tinto Importado Santa Helena (Chileno)............................................................................... R$ 32,00 Santa Helena ½( Chileno)........................................................................... R$ 22,00 Trapiche Malbec (Argentino) ..................................................................... R$ 30,00 Trapiche Malbec ½ (Argentino) ................................................................ R$ 20,00 Espumantes Chandon Brut ............................................................................................. R$ 66,00 Salton Moscatel ..........................................................................................R$ 32,00 Vinho em Taça 118 Do Avô (Tinto Seco) .......................................................................... R$ 3,00 Bar Whiskys Importados Ballantines ......................................................................................... Chivas Regal......................................................................................... R$ 14,00 R$ 14,00 Jack Daniel’s................................................................................................ R$ 14,00 Johnie Walker Black …………………………………………………….. R$ 14,00 Johnie Walker Red …………………………………………….…… R$ 10,00 Whiskys Nacionais Bell’s ……………………………………………………………………… R$ 8,00 Passaport ............................................................................................ R$ 8,00 Conhaques Importados Fundador ....................................................................................................... R$ 10,00 Napoleão ....................................................................................................... R$ 13,00 Conhaque Nacional Domeq............................................................................................................ R$ 7,00 Cachaça Porto Morretes Envelhecida ........................................................................... R$ 3,00 Porto Morretes Branca................................................................................... R$ 2,00 Cervejas Original............................................................................................................ R$ 4,00 Skol............................................................................................................... R$ 4,00 Bohemia Long Neck........................................................................................ R$ 4,00 Água, Refrigerante e Sucos 119 Água Mineral (com ou sem gás).................................................................... R$ 2,00 Refrigerantes.................................................................................................. R$ 2,00 Suco Natural................................................................................................... R$ 3,50 Limonada Suíça ........................................................................................ R$ 3,50 Petiscos Azeitona.......................................................................................................... R$ 7,00 Calabreza........................................................................................................ R$ 7,00 Mista(azeitonas, pepino, queijo,presunto e peito de chester)........................ R$ 9,00 Filét Aperitivo ao Molho Madeira................................................................... R$ 14,00 Frango à passarinho...................................................................................... R$ 9,00 Licores Importados Amarula........................................................................................................... R$ 9,00 Frangélico....................................................................................................... R$ 9,00 Licores Nacionais Cointreau........................................................................................................ R$ 6,00 Strega............................................................................................................. R$ 6,00 Aperitivos Caipirinha........................................................................................................ R$ 4,00 Caipiroska....................................................................................................... R$ 5,00 Campari.......................................................................................................... R$ 5,00 Gin.................................................................................................................. R$ 5,00 Martini............................................................................................................. R$ 4,00 Run............................................................................................................... R$ 4,00 120 Smirnoff........................................................................................................... 5,00 R$ St. Raphael……………………………………………………………… R$ 4,00 Underberg………………… R$ 4,00