Pró-Reitoria de Graduação Curso de Enfermagem Trabalho de Conclusão de Curso REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A MUSICOTERAPIA: Um Estudo sobre a influência da musicoterapia em saúde mental Autor: Luciana Aparecida Soares Dalila Sousa Salles Orientadora: Msc. Fernanda M. C. Fernandes Brasília - DF 2013 LUCIANA APARECIDA SOARES DALILA SOUSA SALLES REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A MUSICOTERAPIA: Um Estudo sobre a influência da musicoterapia em saúde mental Monografia apresentada ao Curso de Enfermagem da Universidade Católica de Brasília – UCB, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Fernandes Brasília – DF 2013 Msc. Fernanda M. C. Monografia de autoria de Luciana Aparecida Soares e Dalila Sousa Salles, intitulada “REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A MUSICOTERAPIA: Um Estudo sobre a influência da musicoterapia em saúde mental”, apresentada como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, em 02/12/2013, defendida e/ou aprovada pela Banca Examinadora abaixo assinada: _______________________________________________ Prof.ª Msc. Fernanda M. C. Fernandes Orientador _______________________________________________ Prof. ____________________ Membro da Banca _______________________________________________ Prof. ____________________ Membro da Banca Brasília – DF 2013 Dedico este ao meu pai Antônio Estevam (in memoriam), pois mesmo que ele não possa partilhar deste momento junto a mim, acompanhou minha luta no começo do curso e pediu, antes de partir, que eu não desistisse. E sua paixão era a música, que tudo tem a ver com meu tema. (Luciana Aparecida Soares) Dedico este à minha família, especialmente meus pais Sérgio Salles e Maria Valderês Salles, minha irmã Carolina Salles, que sempre me deram força, coragem e constante apoio para seguir na busca por meus objetivos. (Dalila Sousa Salles) AGRADECIMENTO Agradeço a DEUS e à minha família, minha querida mãe Laura com infindáveis orações e aos meus quatorze irmãos, pelo apoio em todos os momentos e decisões que permearam a minha vida. Meu noivo Diego Jordão, pelo companheirismo, compreensão nos momentos em que estive ausente, e o incentivo para que eu continuasse, e claro, por muito amor dedicado a mim. Aos professores do curso de Enfermagem da UCB que conduziram com brilhantismo e dedicação o curso, em especial à Msc. Fernanda Monteiro de Castro Fernandes que nos orientou nesse trabalho. Deixo, também, meus agradecimentos à inestimável Ana Cristina Rodrigues, analista de planejamento educacional do curso, por sua disponibilidade e presteza de sempre. Minhas queridas, Luiza Helena, Nayane Martins e Clarissa Araújo, pela amizade, cumplicidade, risadas, alegrias e por partilhar comigo o amor pela Enfermagem. À minha amiga e companheira, Dalila Sousa Salles, por dividir comigo as angústias, subtrair a tristeza, somar os sonhos e multiplicar o conhecimento. Quando assumimos este trabalho sabíamos que não seria fácil, mas acreditamos e se concretizou. Por fim, a todos que, de alguma forma, colaboraram para a realização deste trabalho. (Luciana Aparecida Soares) AGRADECIMENTO Agradeço a DEUS por sempre iluminar meus caminhos e por fazer com que mais esse sonho se realize. À Minha família que é a base da minha vida, sinônimo de amor, compreensão e dedicação e à minha amiga Luciana Soares que esteve junto comigo na realização deste trabalho, por podermos compartilhar a convivência, as alegrias, as frustações e por tudo que aprendemos. Um agradecimento especial à nossa orientadora Prof.ª Msc. Fernanda Monteiro de Castro Fernandes por seus esforços e paciência durante o percurso do trabalho. (Dalila Sousa Salles) “A música expressa o que não pode ser colocado em palavras e que não pode permanecer em silêncio”. Victor Hugo RESUMO SOARES, Luciana Aparecida; SALLES, Dalila Sousa. REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A MUSICOTERAPIA: Um Estudo sobre a influência da musicoterapia em saúde mental. 2013. 40 fls. Graduação em Enfermagem – Universidade Católica de Brasília. Trata-se de uma revisão integrativa, onde foram pesquisados artigos com os descritores: “musicoterapia”, “saúde mental”, “psiquiatria”, “transtorno mental”, “musicoterapia e tratamento”, em base de dados como: LILACS, SCIELO, BIREME e Google Acadêmico, publicados a partir do ano de 2006, em português, com o objetivo de conhecer o uso da musicoterapia em saúde mental. Após a busca foram captados seis artigos que correlacionavam com o tema central desta revisão. A partir desta seleção foram determinados os aspectos mais relevantes, e a partir destes aspectos foi desenvolvida a discussão dos resultados obtidos, o que tornou possível se chegar às conclusões acerca das vantagens que a musicoterapia pode proporcionar aos profissionais de enfermagem quando da sua inserção não invasiva nos tratamentos de pacientes com transtornos mentais. Os aspectos relevantes estudados foram: Metodologia Adotada; Integração com outro tratamento; Credibilidade e Aceitação; Divulgação e Conhecimento e Falta de Conhecimento. Palavras-Chave: Revisão Integrativa. Musicoterapia. Tratamento. Enfermagem. Saúde Mental. ABSTRACT SOARES, Luciana A., SALLES, Dalila S. INTEGRATION REVISION ON THE THERAPY WITH MUSIC: A Study on the therapy influence with music in mental health. 2013. 40 pages. Graduation in Brasília's Catholic Nursing – University. It is an integration revision, where they were searched goods with the filters: “Therapy with music”, “mental health”, “psychiatry”, “mental upset”, “therapy with music and treatment”, in database as: LiLACS, SCIELO, BIREME and Google Academic with the goal of knowing the therapy use with music in mental health. After the search were captivated six goods that correlated with the central theme of this revision. To leave of this selection were determined the most important aspects, and to leave of these aspects was developed the discussion of the obtained results, what turned possible if arrive to the conclusions concerning the advantages that the therapy with music can provide to the nursing professionals when of its not invasive insert in the patients' treatments with mental upsets. The studied important aspects were: Adopted methodology; Integration with other treatment; Credibility and acceptance; Divulging and knowledge Knowledge and lack. Key Words: Integration revision. Therapy with Music. Treatment. Nursing. Mental health. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Metodologias Adotadas .......................................................................... 28 Gráfico 2 – Integração com outros tratamentos ........................................................ 29 Gráfico 3 – Credibilidade e Aceitação ....................................................................... 30 Gráfico 4 – Divulgação e Conhecimento ................................................................... 32 Gráfico 5 – Falta de Conhecimento ........................................................................... 34 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Ano de publicação, autor, título e local de publicação, objetivos e resultados .................................................................................................................. 24 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 16 1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 16 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 17 3 METODOLOGIA..................................................................................................... 21 3.1 ANÁLISE DE DADOS....................................................................................... 23 3.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 25 3.2.1 Metodologia Adotada............................................................................... 28 3.2.2 Integração com outro Tratamento ........................................................... 29 3.2.3 Credibilidade e Aceitação ........................................................................ 30 3.2.4 Divulgação e Conhecimento .................................................................... 31 3.2.5 Falta de Conhecimento ........................................................................... 34 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 36 5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 38 14 1. INTRODUÇAO Saúde mental é um termo usado para descrever um nível de qualidade de vida emocional ou a ausência de uma doença mental. Na perspectiva da psicologia positiva, a saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica. A Organização Mundial de Saúde afirma que não existe definição "oficial" de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjetivos, e teorias relacionadas concorrentes afetam o modo como a "saúde mental" é definida. Alguns itens são necessários para que se possam identificar quais são os reais critérios de saúde mental, neles estão contidos: atitudes positivas em relação a si próprio, crescimento, desenvolvimento e auto-realização, integração e resposta emocional, autonomia e autodeterminação, percepção apurada da realidade, domínio ambiental e competência social (OLIVEIRA, 2010). Musicoterapia é o uso da música como instrumento de saúde, mostrando que é possível desenvolver potenciais, reabilitar e prevenir doenças através dos sons. O efeito desse tipo de terapia vai além do uso da música como tranquilizante ou como ferramenta para alegrar o paciente. Estudos garantem que o tratamento fortalece emocionalmente o paciente, ajudando-o a lidar melhor com os sintomas da doença (ANDRADE; PEDRÃO, 2005). O profissional responsável por conduzir o processo musicoterápico é chamado musicoterapeuta. A formação desse profissional é feita em cursos de graduação em musicoterapia ou como especialização para profissionais da área de música ou saúde (músicos, professores de música, médicos ou psicólogos). Em alguns países a musicoterapia também pode ser parte de uma formação em arteterapia, que envolve, além da música, técnicas de artes plásticas e dança. A formação do musicoterapeuta inclui teoria musical, canto, percussão, prática em ao menos um instrumento harmônico (piano ou violão) e instrumentos melódicos (principalmente flauta – doce) (RUUD; EVEN,1990). Quando Bruscia (2000) conecta a musicoterapia com outras disciplinas paramos para pensar quem somos nós, musicoterapeutas. Porém, no sentido de sistematizá-la ele revela: “Como uma arte, a musicoterapia é organizada pela ciência e enfocada pelo processo interpessoal. Como uma ciência, ela é animada pela arte e humanizada pela relação terapeuta-cliente. Como um processo interpessoal, ela é 15 motivada e preenchida pela arte e guiada pela ciência. (p12). Se refletirmos sobre suas colocações (Ibidem, p.4), com as quais relaciona” música” com “terapia” evidenciam-se muitas disciplinas como: psicomusilologia, psicologia, psicoterapia, serviço social, sociologia da música, etnomusicologia, tradições de cura, recreação terapêutica, aconselhamento pastoral, música sacra, entretenimento, filosofia da música, teoria clinica, arteterapias, artes, educação especial, biologia da música, especialidades médicas, psicoacústica e fonoaudiologia. Na Enfermagem, sua utilização com finalidade terapêutica se iniciou com Florence Nightingale, seguida, anos mais tarde, por Isa Maud Ilsen e Harryet Seymor no cuidado aos feridos das I e II Guerras Mundiais. Tendo em vista, principalmente, a redução do estresse e ansiedade, passou a ser utilizada em diversas situações clínicas e no controle da dor sua utilização também tem sido apontada (SÃO MATEUS, 1998). Para Boenheim (1966) a terapia que utiliza arte pode produzir resultados objetivos tais como a produção de um quadro o qual representa sentimentos internos que podem ser interpretados. Uma situação correspondente pode ocorrer em processo de musicoterapia: composições musicais criadas por pacientes. Liederman (1967) propõe uma dinâmica de grupo que chama de “terapia de grupo com utilização de técnicas de música e ritmo”, em geriatria. Este autor acredita que os ritmos do corpo são formas naturais de expressão do ser humano e, como tal, são respostas primitivas à música exigindo menor esforço intelectual consciente do que outras formas de expressão tais quais cantar e falar. A utilização da música, como um complemento à assistência de enfermagem psiquiátrica, facilita a relação com o cliente, servindo primeiramente para iniciar a interação com o mesmo. Ela também traz sensação de bem-estar, lembranças de acontecimentos do passado e do cotidiano, lembranças associadas ao sofrimento psíquico, à cultura religiosa e às pessoas a quem o cliente teve ou tem afeição (TEIXEIRA, 1999). O campo de atuação da musicoterapia é muito grande, podendo beneficiar desde crianças a idosos. Existem trabalhos clínicos sendo realizados em várias áreas, como: Deficiência Mental (retardo, síndromes genética, área psiquiátrica, autismo infantil, problemas neurológicos), Deficiência Física (Paralisia, Cerebral, Amputações, Distrofia Muscular Progressiva), Deficiência Sensorial (surdez, cegueira); Síndromes genéticas (Down, Turner, Rett), anóxia perinatal, lesões 16 cerebrais e distúrbio obsessivo compulsivo; nas áreas sociais (com crianças e adolescentes carentes ou de rua); em geriatria; em distúrbios infantis de aprendizagem, comportamento e com gestantes na estimulação precoce (LEITE et al., 2000). Talina (2003), afirma que a música possui fatores culturais que são capazes de religar o indivíduo adoecido aos valores culturais de seu meio e, portanto, a si mesmo, reconstruindo a sua história. Em função disso, a música pode ser utilizada como importante instrumento no tratamento de idosos com transtornos mentais, especialmente, a demência. Visto isso, percebemos que a música representa especial alternativa para o tratamento de doentes mentais devido à sua capacidade de reconstruir identidades, integrar pessoas, através de seu poder de inserção social e reduzir a ansiedade, proporcionando a construção de auto-estima e identidades positivas, além de funcionar como importante meio de comunicação. Qualquer pessoa é susceptível de ser tratada com musicoterapia. As mais indicadas são aquelas pessoas virgens de conhecimentos musicais, em que há maior facilidade para se introduzir no contexto não verbal. Particularmente são indicados no autismo e na esquizofrenia, onde a musicoterapia pode ser a primeira técnica de aproximação. O paciente com conhecimentos musicais prévios pode entrar em confronto com o supervisor, e é difícil romper com as defesas musicais ao pretender trabalhar com seus aspectos mais regressivos (TALINA, 2003). Após a revisão da literatura realizada sobre a utilização da música em clientes psiquiátricos, observa-se que ela tem grande poder de atuação nas suas emoções e comportamentos. Por isso, o simples fato de colocar uma música para ouvir no ambiente de trabalho deve ser avaliado, pois deverá ser agradável não só ao ouvido do profissional, mas também do paciente (ANDRADE; PEDRÃO, 2005). A escolha do tema está ligada ao gosto que temos pela música. A saúde mental é um tema crescente, mas pouco abordado em pesquisas. O tema musicoterapia nos prendeu a atenção por sua possibilidade de influenciar na melhora do quadro de um paciente, através de uma terapêutica, e, em saúde mental é uma alternativa como prática preventiva e para o tratamento não invasivo naqueles com doenças mentais. 17 1.2 JUSTIFICATIVA Segundo Andrade (2005), o objetivo primário da musicoterapia é possibilitar aos pacientes a abertura de canais de comunicação e/ou à reabilitação de necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. Portanto justifica-se o estudo em enfermagem com o uso da musicoterapia que contribui no tratamento e reabilitação psicossocial, já que as características conferem como uma função para que o indivíduo alcance uma melhor qualidade de vida, uma melhor organização intra e/ou interpessoal. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Identificar a influência da musicoterapia em saúde mental por meio de revisão integrativa. 1.3.2 Objetivos Específicos Realizar uma revisão integrativa de artigos sobre musicoterapia; Analisar as vantagens e desvantagens da musicoterapia como meio de ambientação não invasivo; Analisar a contribuição da musicoterapia para as atividades dos profissionais de enfermagem. 2. REVISÃO DE LITERATURA O ano de 1978 costuma ser identificado como o de início efetivo do movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país. O movimento dos Trabalhadores em saúde Mental (MTSM), movimento plural formado por trabalhadores integrantes dos movimentos sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas, surge neste ano. É sobretudo este Movimento, através de variados campos de luta, que passa a protagonizar e a construir a partir deste período a denúncia da violência dos manicômios, da mercantilização da loucura, da hegemonia de uma rede privada de assistência e a construir coletivamente uma crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais. A experiência 18 italiana de desinstitucionalização em psiquiatria e sua crítica radical ao manicômio é inspiradora, e revela a possibilidade de ruptura com os antigos paradigmas, como, por exemplo, na Colônia Juliano Moreira, enorme asilo com mais de 2.000 (dois mil) internos no início dos anos 80, no Rio de Janeiro. Passam a surgir as primeiras propostas e ações para a reorientação da assistência. O II congresso Nacional do MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o lema “Por uma sociedade sem manicômios”. Neste mesmo ano, é realizada a I Conferência Nacional de Saúde Mental no Rio de Janeiro (BRASIL, 2005). Também no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. É o início das lutas do movimento da Reforma Psiquiátrica nos campos legislativo e normativo (BRASIL, 2005). A partir do ano de 1992, os movimentos sociais, inspirados pelo Projeto de Lei Paulo Delgado, conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental (BRASIL, 2005). É somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, que a Lei Paulo Delgado é sancionada no país. A aprovação, no entanto, é de um substitutivo do Projeto de Lei original, que traz modificações importantes no texto normativo. Assim, a Lei Federal 10.216 redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios (BRASIL, 2005). A implantação de políticas de saúde mental deve ser considerada como prioridade de saúde pública no País e os estados e municípios devem desenvolver uma política de saúde mental no contexto do SUS (BRASIL, 2002). As políticas de saúde mental devem ter como pressupostos básicos a inclusão social e reabilitação da sociedade para conviver com a diferença. É de fundamental importância a integração dessa política com outras políticas sociais, como educação, trabalho, lazer, cultura, esporte, habitação e habilitação profissional, visando garantir o exercício pleno da cidadania (BRASIL, 2002). 19 A música nos afeta emocionalmente “porque cria ambientes de humor aos quais reagimos em um nível subconsciente e não verbal” (McCLELLAN, 1994, p.143). Quando ouvimos música, ocorre um processo no qual os sons são captados pelos ouvidos, convertidos em impulsos e percorrem os nervos auditivos até o tálamo, que é a estação central das emoções, sensações e sentimentos (ibid.). O neurologista Damásio, na obra “O erro de Descartes”, trouxe uma visão inovadora sobre os sentimentos e as emoções como uma percepção direta de nossos estados corporais, constituindo um elo entre o corpo e a consciência. Segundo o autor “a emoção humana, em seu refinamento, é desencadeada até mesmo por uma música [...], cujo poder nunca devemos subestimar” (DAMÁSIO, 2000, p. 56). Observando o campo internacional da musicoterapia parece haver tantas definições quanto musicoterapeutas, para uma ideia geral ver BRUSCIA (2000). A musicoterapia é freqüentemente definida de acordo com o grupo específico de tratamento, grupo etário ou filosofia terapêutica específica do terapeuta que se incumbe da definição (RUUD, 1990, p. 13). Dentre as diversas definições surgidas de musicoterapia a mais utilizada é apresentada pela National Association for Music Therapy (NAMT): 'Musicoterapia é a utilização da música para alcançar objetivos terapêuticos: recuperação, manutenção e melhoria da saúde física e mental' (NAMT 1980 apud BRUSCIA, 2000, p. 20). A música é benéfica em várias situações. Entretanto, não deve ser utilizada de forma indiscriminada como se fosse uma farmacopeia musical, evitando, assim, colocar em risco a saúde física e/ou mental do paciente. (BLAKING, 1997, p.3). Na Enfermagem, a música é utilizada como intervenção complementar para alívio da dor e outros diagnósticos, como por exemplo, da angústia espiritual, de distúrbio do sono, de desesperança, de risco para solidão, de isolamento social e de estresse (PUGGINA, 2008). Desde sua origem, a música vem sendo utilizada para tratar pessoas com o comportamento desviado da normalidade. No século XIX, Pinel instituiu o uso da música nos sanatórios (ANDREOLLA; PIASENSK, 2009). A Musicoterapia construiu sua base teórica a partir de conhecimentos biológicos e psicológicos, recorrendo a um enfoque multiprofissional. O caráter transdisciplinar da Musicoterapia fez com que ela tomasse corpo através da 20 combinação das disciplinas nas áreas da Música e da Terapia, “passando suas bases científicas a serem reforçadas pela neurologia” (LEINIG, 2008, p. 412). Na musicoterapia inter-ativa, o musicoterapeuta e o paciente estão ativamente envolvidos no processo de fazer música (ibid). A leitura musicoterápica é definida como “a compreensão do paciente através do musical que ele expressa e como ele expressa. Isto em relação aos parâmetros musicais, à escolha dos instrumentos e à forma de tocar os mesmos, enfim, em relação ao setting musicoterápico” (BARCELLOS, 1994, p. 3). Pelo fato de a música atuar no sistema nervoso central, ela pode provocar efeitos sedantes ou estimulantes, dependendo se ouvinte gosta da música e está em um ambiente pessoal e adequado (POCH BLASCO, 1999). ISO significa igual. Pelo Princípio de ISO, Altshuler comprovou que a utilização de música idêntica ao estado de ânimo do paciente e seu tempo mental (hiperativo ou hipoativo) era útil para facilitar a resposta mental e emocional do paciente. Os pacientes depressivos estabeleciam melhor contato com a música de andamento lento, assim como os pacientes em estado de euforia com a música de andamento mais rápido. Este princípio aplica-se não apenas para doentes mentais, mas também para pessoas normais em estado de depressão, alegria etc. (ibid.). O princípio de ISO “significa simplesmente que a qualidade de humor da música deve ser igual ao humor ou à emoção da pessoa para quem estiver sendo tocada” (McCLELLAN, 1994, p.161). A área de Saúde Mental apresenta uma dimensão aberta para a atuação do musicoterapeuta. No Brasil, busca-se uma nova abordagem quanto ao indivíduo e o tratamento psiquiátrico, grandes mudanças caminham para uma renovação, momento em que deve o musicoterapeuta buscar sua inclusão em uma equipe interdisciplinar para o atendimento desses pacientes psiquiátricos (ZANINI, 2005). A musicoterapia nesta área de saúde mental atua junto aos pacientes com transtornos esquizofrênicos, obsessivos, de humor, dependência química, etilistas, dentre outros pacientes psiquiátricos. O profissional pode atuar de forma preventiva, evitando os problemas de saúde mental e stress no indivíduo, através do relaxamento e outras técnicas da musicoterapia. Deve utilizar-se de elementos da música, intervir no âmbito físico, mental, psicológico e espiritual do paciente, bem como nas relações sociais, familiares, culturais e históricas (ZANINI, 2005). 21 22 3. METODOLOGIA Para realização desse estudo adotou-se a Revisão Integrativa, fundamentada nos propósitos da Prática Baseada em Evidências (PBE) que visa à utilização de resultados constatados em pesquisa junto à assistência de saúde, reforçando a importância da conexão entre pesquisas e prática clínica (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). Para Mendes (2008, p. 759), a revisão integrativa é um método de revisão de literatura que proporciona a incorporação das evidências na prática clínica. Tendo como objetivo reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um determinado tema. A Revisão Integrativa possibilita a súmula de múltiplos periódicos sobre determinado assunto possibilitando assim conclusões gerais sobre uma determinada área de estudo, além de apontar irregularidades do conhecimento que podem ser abordadas em estudos posteriores. O objetivo inicial dessa abordagem é obter um profundo entendimento de um determinado fenômeno com base em pesquisas pregressas, para que o processo ocorra de forma eficaz é necessário seguir padrões metodológicos, apresentar os resultados de forma clara para que ao término da leitura possam-se identificar as características principais pertinentes a cada estudo avaliado. Em meio aos métodos de revisão bibliográficos mais utilizados, a Revisão Integrativa se configura como o mais amplo, tendo como vantagem a inclusão de pesquisas de âmbito experimental e quase experimental possibilitando assim uma compreensão completa sobre o fenômeno de interesse. Mendes (2008), afirma que: A Revisão integrativa tem o potencial de construir conhecimento em enfermagem, produzindo, um saber fundamentado e uniforme para os enfermeiros realizarem uma prática clínica de qualidade. [...] proporcionando aos profissionais de saúde dados relevantes de um determinado assunto, em diferentes lugares e momentos, mantendo-os atualizados e facilitando as mudanças na prática clínica como consequência da pesquisa. No geral, para a construção da revisão integrativa é preciso percorrer seis etapas distintas, similares aos estágios de desenvolvimento de convencional (MENDES, 2008). A seguir as etapas para desenvolvimento desse estudo: pesquisa 23 Primeira etapa: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a elaboração da revisão integrativa No primeiro momento foi definida como foco da revisão a musicoterapia em saúde mental. E assim elaborada uma questão norteadora: Quais são os impactos da musicoterapia em saúde mental? Segunda etapa: estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ amostragem ou busca na literatura Critérios de inclusão: Artigos sobre musicoterapia com enfoque na saúde mental Artigos em língua portuguesa Produções literárias a partir de 2006 Critérios de exclusão: Artigos sobre musicoterapia com enfoque em outras especialidades Artigos em língua estrangeira Produções literárias anteriores ao ano de 2006 Terceira etapa: definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/categorização dos estudos Esta etapa consiste na definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados, utilizando um instrumento para reunir e sintetizar as informações-chave (MENDES et al., 2008). O revisor tem como objetivo nesta etapa, organizar e sumarizar as informações de maneira concisa, formando um banco de dados de fácil acesso e manejo. Geralmente as informações devem abranger a amostra do estudo (sujeitos), os objetivos, a metodologia empregada, resultados e as principais conclusões de cada estudo (MENDES at al, 2008). Quarta etapa: avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa 24 Esta etapa é equivalente à análise dos dados em uma pesquisa convencional, na qual há o emprego de ferramentas apropriadas. Para garantir a validade da revisão, os estudos selecionados devem ser analisados detalhadamente. A análise deve ser realizada de forma crítica, procurando explicações para os resultados diferentes ou conflitantes nos diferentes estudos (MENDES at al., 2008). Quinta etapa: interpretação dos resultados Esta etapa corresponde à fase de discussão dos principais resultados na pesquisa convencional. O revisor fundamentado nos resultados da avaliação crítica dos estudos incluídos realiza a comparação com o conhecimento teórico, a identificação de conclusões e implicações resultantes da revisão integrativa (MENDES at al., 2008). Sexta etapa: apresentação da revisão/síntese do conhecimento O objetivo da revisão integrativa é proporcionar a construção a partir de dados já existentes, do conhecimento em enfermagem, com a produção de um novo resultado, que expressa o entendimento uniforme, que sirvam de base para que enfermeiros realizem uma prática clínica de qualidade. Assim, os dados obtidos na análise dos artigos selecionados nesta revisão integrativa, serão tabulados, conforme algumas características e posteriormente analisando visando à construção de um entendimento uniforme e que proporcione uma vantagem para o profissional de enfermagem acerca do tratamento de portadores de transtornos mentais. 3.1 ANÁLISE DOS DADOS A partir dos 6 (seis) artigos selecionados conforme critério determinado na metodologia desta pesquisa foi confeccionado um quadro sinótico, contendo o ano de publicação, autores, títulos e local de publicação, objetivos e resultados. 25 Quadro 1 - Ano de publicação, autor, título e local de publicação, objetivos e resultados. Ano Autores 2006 PASSONI, T. R. Local da Publicação Título Objetivos Resultados Goiânia - GO O Transtorno Bipolar sob a ótica da Musicoterapia Enfatizar a importância de uma visão integrada ao paciente portador de Transtorno Bipolar. A musicoterapia pode abrir a possibilidade de contato (não invasivo), auxiliando o tratamento do paciente com transtorno bipolar. Goiânia - GO Credibilidade e efeitos da música como modalidade terapêutica em saúde Analisar a percepção dos profissionais musicoterapeutas sobre a credibilidade e aceitação da musicoterapia por seus clientes. A identificação das categorias que evidenciaram o significado da musicoterapia, seus efeitos, credibilidade e aceitação, junto aos clientes que procuram os serviços de saúde. São Leopoldo - RS A Musicoterapia no Hospital Psiquiátrico São Pedro Apresentar a estruturação do trabalho que atualmente é desenvolvido pela Musicoterapia, no HPSP. A utilização da musicoterapia com outras terapias visando à melhora do paciente, sem ocupar o lugar de outras especialidades. Curitiba - PR Homem, Música e Musicoterapia Discutir o desenvolvimento da forma de se pensar o homem e a música, na cultura ocidental, desde a antiguidade grega até a contemporaneidade. A ação musicoterapêutica modifica a condição humana, e também estimula o trabalho humanizado. Santa Maria - RS Cuidado de enfermagem por meio de acordes musicais: significados e sentimentos vivenciados Desenvolver a arte do cuidado de enfermagem por meio da música, bem como compreender o significado dessa alternativa de cuidado para o bem-estar e conforto do paciente durante a sua internação hospitalar. Foi possível perceber a importância do cuidado interativo e criativo por meio da música, proporcionando bem-estar e conforto tanto para pacientes e acompanhantes, quanto para os profissionais de saúde. Florianópolis - SC Musicoterapia Comunitária – Contribuição para a Saúde Mental da Comunidade Refletir sobre a inserção da Musicoterapia como estratégia de promoção de saúde mental. A investigação permitiu afirmar que a Musicoterapia é um campo de ação indispensável aos programas de educação e promoção de saúde mental, em qualquer espaço em que ela aconteça. FONSECA, K. C. BARBOSA, M. A. SILVA, D. G. 2006 FONSECA, K. V. SIQUEIRA, K. M. SOUZA, M. A ANDREOLLA, L. E. F. 2009 PIASENSK, V. M. CUNHA, R. 2010 ARRUDA, M. SILVA, S. M. BACKES, D. S. 2011 SASSO, J. S. PEREIRA, S. B. PEIXOTO, M. C. M. 2013 TEIXEIRA, C. M. S. Fonte: Dados da pesquisa 26 3.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para Passoni (2006), a musicoterapia pode ser integrada ao tratamento de transtornos mentais (no caso do artigo, transtorno bipolar), pois, possui, entre outros, aspectos transdisciplinares que possibilitam a sua integração no tratamento, pois se trata de uma abordagem não invasiva, proporcionando mudança de comportamento. Segundo a autora: A musicoterapia pode oferecer auxílio ao portador do Transtorno bipolar no que diz respeito à comunicação, socialização e auto expressão, pois se utiliza de uma abordagem não invasiva possibilitada pela música, que acaba por fortalecer estas habilidades, podendo proporcionar uma mudança de comportamento de efeito, isto é, a pessoa que experiencia um processo musicoterápico pode ser beneficiada no que diz respeito à fase de readaptação e reabilitação no decorrer do curso do transtorno (PASSONI, 2006). Outra conclusão importante do trabalho de Passoni (2006) é a possibilidade que a musicoterapia proporciona, por ser uma terapia não invasiva, de se abrir um canal de comunicação com o paciente, às vezes impossível, em virtude do tipo de transtorno mental. O artigo de Fonseca et al. (2006), teve como objetivo a análise da percepção dos profissionais de musicoterapia sobre a credibilidade e aceitação desta pelos pacientes. Fonseca et al. (2006), constata que os estudos realizados acerca da musicoterapia têm alcançado resultados importantes no que se refere à sua importância na sua conjugação com outras terapias, enfatizando assim a importância de se aumentar os investimentos visando à implantação da musicoterapia nos serviços de saúde em geral. Fonseca et al. (2006) afirma que a música aplicada como terapia em saúde pode possibilitar uma assistência diferenciada ao paciente, proporcionando a “recomposição do ser humano como um ser integral”, colaborando assim, no processo de reabilitação de várias patologias inclusive os transtornos mentais. Em conclusão Fonseca et al. (2006), verifica que é possível constatar aspectos importantes relacionados à utilização da musicoterapia nos tratamentos, pois, esta pode proporcionar sensações de conforto, paz, tranquilidade, confiança e amizade para com os profissionais de saúde. 27 Andreolla e Piasensk (2009), realizam uma abordagem sobre a utilização da musicoterapia em pacientes com transtornos mentais no Hospital Psiquiátrico São Pedro, relatando a inserção de sessões musicoterápicas nas várias unidades da entidade, enfatizando a visão do profissional de musicoterapia e dos demais envolvidos (médicos, enfermeiros, etc.), no processo de inserção desta terapia com o objetivo de desenvolver a sociabilização, a autonomia, os limites, a linguagem, a organização e a memória dos pacientes, por meio da utilização de canções, ritmos, cirandas, improvisações, composições e estórias musicadas. O artigo de Andreolla e Piasensk (2009), tem um aspecto importante, pois no seu referencial teórico, traz um retrospecto histórico acerca da musicoterapia. Cunha et al. (2010), em seu artigo intitulado “Homem, Música e Musicoterapia”, apresenta uma visão histórica acerca do desenvolvimento da musicoterapia ao longo do tempo, fazendo uma relação dos conceitos acerca do tema e sua importância para a cultura e sua recorrente aproximação ao contexto médico. A definição de Cunha et al. (2010) para a musicoterapia é a mais completa, apesar de também abrangente, para o tema: A musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda o ser humano, suas manifestações sonoras e os fenômenos que decorrem nas interações entre pessoas, ritmos, melodias, e harmonias. Os processos que se estabelecem a partir do encontro entre as pessoas e suas musicalidades, permitem o desenvolvimento de vínculos significativos que levam à construção de canais de comunicação, de redes de convivência e das possibilidades de ação terapêutica. Entende-se, por essa perspectiva, que o musicoterapeuta trabalha diretamente com a essência humana. Ao desenvolver ações musicoterapêuticas, o profissional busca a expressão do sensível, a manifestação da criatividade, a compreensão afetiva que as pessoas têm da realidade. A atividade criativa musical alicerça as interações que ocorrem no decorrer desse processo e essa manifestação expressiva tende a abrir espaços para tipos diferenciados de comunicação, como por exemplo: da pessoa consigo mesma, com o musicoterapeuta e com o meio social. Para desencadear essa dinâmica de percepção de si e do outro, cabe ao profissional musicoterapeuta conhecer os elementos que compõem a base de sua ação: o homem e a música. No ambiente musicoterapêutico as pessoas comunicam mensagens corporais, afetivas, lógico cognitivas, sociorrelacionais e musicais. O profissional recebe as manifestações das pessoas com quem interage musicalmente. Esse tempo e espaço de escuta será o ponto de partida para o direcionamento da possibilidade comunicativa das pessoas. O acolhimento da musicalidade, forma de pensar e agir do outro faz parte da ação musicoterapêutica, porém, conhecer as características dessa manifestação, saber para onde direcioná-la e ser capaz de realizar a leitura do desenvolvimento comunicacional das pessoas, são atributos básicos dessa ação (CUNHA et al., 2010). 28 Assim, conforme o entendimento de Cunha et al. (2010), que transcende a questão técnica abordada nesta pesquisa, a musicoterapia é importante para o homem como um todo, não só nos tratamentos dos transtornos mentais, e sim em todo o processo de evolução, tanto da capacidade humana, quanto do surgimento da musicoterapia como possibilidade real e terapêutica de melhorar a condição degrada por alguma patologia. Para Backes et al. (2011), a musicoterapia é um auxiliar importante aos cuidados aos pacientes. O artigo de Backes et al. (2011), procura abordar a musicoterapia como meio importante que o profissional de enfermagem pode se utilizar para proporcionar bem-estar e conforto aos pacientes principalmente durante a internação hospitalar. Peixoto e Teixeira (2013), realizaram uma reflexão acerca da introdução da musicoterapia como estratégia visando à melhora no estado dos pacientes acometidos de algum transtorno mental. Os autores abordaram o tema, fazendo um paralelo com as diretrizes da Conferência Nacional de Saúde Mental. Como resultados de sua pesquisa, Peixoto e Teixeira (2013), defenderam a inclusão da musicoterapia nos programas do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da promoção de práticas inclusivas e não invasivas no tratamento de pacientes com transtornos mentais, conforme preceitua a Política Nacional de Promoção da Saúde do Governo Federal. Salientam, os autores Peixoto e Teixeira (2013), que a musicoterapia não pretende resolver os problemas enfrentados pelos pacientes, porém, aplicar sua percepção e fortalecer os recursos psicossociais disponíveis. Neste contexto e com a finalidade de realizar a revisão integrativa acerca dos artigos pesquisados nesta monografia, sugeriram-se alguns temas centrais, que são considerados importantes para se analisar (integrativamente) as ideias desenvolvidas pelos autores. São eles: Metodologia Adotada; Integração com outro tratamento; Credibilidade e Aceitação; Divulgação e Conhecimento e Falta de Conhecimento. A seguir passa-se a abordar cada tema central e as posições que cada artigo apresentou acerca deste. 29 3.2.1 Metodologia adotada Na análise dos artigos selecionados foi constatado que todos se utilizam da abordagem qualitativa (Gráfico 1). Segundo Neves (1996), a abordagem qualitativa busca descrever significados que são socialmente construídos, e por isso é definida como subjetiva, pois é necessária a interpretação dos fenômenos para que seja bem sucedida. Assim, os efeitos da musicoterapia no tratamento de transtornos mentais podem ser considerados como uma observação qualitativa do comportamento dos sujeitos envolvidos quando da inserção não invasiva da música como forma auxiliar nos tratamentos convencionais. Gráfico 1 – Metodologias Adotadas Metodologias Adotadas 100% Pesquisa Qualitativa Outras Metodologias 0% Fonte: Dados da Pesquisa Para Neves (1996), a abordagem qualitativa se dá com a interação entre a observação e a construção dos conceitos, e também entre a percepção e a explicação. 30 3.2.2 Integração com outro tratamento Dos seis artigos analisados, cinco apresentaram resultados acerca da integração da musicoterapia com outros tipos de tratamentos, o que representa 83 % de toda a amostra utilizada, representada pelo Gráfico 2 abaixo. Gráfico 2 – Integração com outro tratamento Integração com outro tratamento 17% Sim Não 83% Fonte: Dados da Pesquisa A integração com outros tratamentos pode ser considerada uma das principais vantagens da musicoterapia, pois sendo uma terapia não invasiva, ela auxilia no tratamento de transtorno mental, fazendo com que os efeitos das inserções invasivas da maioria dos tratamentos sejam atenuados. Segundo Peixoto e Teixeira (2013), a abordagem da musicoterapia oferece às pessoas a capacidade de compreender suas condições de superação e enfretamento das crises ou conflitos. Na pesquisa realizada por Backes et al. (2011), foi constatado que as sessões de música proporcionaram bem-estar e conforto tanto para os pacientes e acompanhantes quanto para os profissionais de saúde, propiciando um ambiente interativo e criativo. Para Andreolla e Piasensk (2009), a utilização da musicoterapia paralelamente com outras terapias, não ocupou o lugar das outras terapias e foi 31 perfeitamente acolhido tanto pelos pacientes quanto pelos profissionais de saúde envolvidos. Fonseca et al. (2006), por meio de sua pesquisa constatou que a influência da música é positiva no ambiente e contribui de forma eficaz para que as relações interpessoais estabelecidas entre profissionais e pacientes se desenvolvam de forma mais saudável. Os autores ainda enfatizaram que a musicoterapia pode ser um importante instrumento na promoção de intervenções mais humanizadas em saúde, inclusive no que diz respeito à assistência de enfermagem. No artigo de Passoni (2006), a autora constata que a musicoterapia pode oferecer auxílio ao portador de transtorno mental, nas áreas de comunicação, socialização e auto-expressão, pois adota uma abordagem não invasiva, o que possibilita, por meio da música, o fortalecimento destas habilidades, proporcionando uma mudança no comportamento, beneficiando seu tratamento e sua readaptação. 3.2.3 Credibilidade e aceitação A partir dos artigos analisados, dois apresentaram resultados onde foi enfatizado a credibilidade e aceitação da musicoterapia com outros tipos de tratamentos, o que representa apenas 33 % da amostra utilizada, segundo o Gráfico 3 abaixo. Gráfico 3 – Credibilidade e Aceitação Credibilidade e Aceitação 33% Sim Não 67% Fonte: Dados da Pesquisa 32 A credibilidade e aceitação da musicoterapia são características importantes deste tipo de terapia, pois, essas características reforçam a importância da sua inserção com outros tratamentos, visando à melhora dos pacientes. Fonseca et al. (2006) ressalta que a musicoterapia está sendo aceita a cada dia tanto pelos profissionais de saúde, quanto pelos próprios pacientes, visando uma assistência diferenciada, proporcionando a recomposição do ser humano como um ser integral. O que dá credibilidade ao tratamento que usa a musicoterapia é a forma eficaz desta para as relações interpessoais (paciente x profissional de saúde), o que as tornam mais saudáveis, pois, a música tem a capacidade de modificar atitudes e comportamentos, estimulando as relações interpessoais (FONSECA et al., 2006). Portanto, na concepção de Fonseca et al. (2006), a credibilidade e aceitação são importantes para a inserção da musicoterapia, porque transmite confiabilidade aos profissionais de saúde (como os enfermeiros), fazendo com que a inserção destas terapias paralelamente aos tratamentos convencionais seja a mais tranquila e eficaz possível. Outro autor, que enfatiza a importância da credibilidade e aceitação da musicoterapia é Peixoto e Teixeira (2013), ao aproximar os conceitos da terapia alternativa às diretrizes da Conferência Nacional de Saúde Mental, que por si só, já é uma forma de dar credibilidade e tornar mais fácil a aceitação pelos profissionais e pacientes, pois trata-se de um órgão governamental ligado à política nacional de saúde. O próprio fato da musicoterapia ter sido reconhecida como uma profissão de nível superior pelo Ministério da Educação e ter sido registrada na Classificação Brasileira de Ocupações, já é um aspecto importante no tocante a dar mais credibilidade e ao mesmo tempo aumentar a aceitação das interações musicoterápicas. 3.2.4 Divulgação e Conhecimento A partir dos artigos analisados, quatro apresentaram resultados onde foi enfatizada a importância tanto de se divulgar a musicoterapia na área médica e também a importância de se ter um conhecimento mais aprofundado sobre esta forma de terapia. Assim 67% dos artigos tiveram como resultados de seu 33 desenvolvimento a ênfase com a divulgação e o conhecimento acerca do tema (Gráfico 4). Gráfico 4 – Divulgação e Conhecimento Divulgação e Conhecimento 33% Sim Não 67% Fonte: Dados da Pesquisa Passoni (2006), defende que o profissional de enfermagem (ou mesmo outro profissional da área médica) necessita deter o maior conhecimento possível sobre a musicoterapia, pois, quando da sua inserção no tratamento de outras patologias, como os transtornos mentais, o profissional saberá por meio do conhecimento, como definir e reconhecer as principais características, sintomas, classificações, etiologia, etc., acerca do tratamento proposto. O “pensar musicoterápico” só poderá ser colocado como forma alternativa de tratamento, partindo-se do princípio do grau de conhecimento do profissional de saúde, e esse conhecimento se dá, com a qualidade e a quantidade da divulgação realizada acerca da musicoterapia, por meio de artigos, pesquisas, seminários, publicações, e etc. (PASSONI, 2006). Uma das conclusões que Passoni (2006), chega no seu artigo é que os musicoterapeutas devem divulgar mais o seu trabalho junto aos psiquiatras e demais profissionais, fazendo com que o paciente tenha a opção de escolher se quer ser atendido pelo musicoterapeuta. 34 Cunha et al. (2010), desenvolve em seu artigo um panorama cronológico dos conceitos da musicoterapia, o que reflete a preocupação do pesquisador de aprofundar e divulgar o conhecimento acerca do assunto, pois, sob uma ótica diferente, busca “compartilhar fatos, visões do mundo, pensamentos e emoções”, acerca do conhecimento humano sobre a musicoterapia, o que de forma acadêmica e aperfeiçoada é uma fonte importante no contexto da formação do profissional de saúde que pretende utilizar a musicoterapia no seu dia-a-dia de trabalho. A musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda o ser humano, suas manifestações sonoras e os fenômenos que decorrem nas interações entre pessoas, ritmos, melodias, e harmonias. Os professores que se estabelecem a partir do encontro entre as pessoas e suas musicalidades permitem o desenvolvimento de vínculos significativos que levam à construção de canais de comunicação, de redes de convivência e das possibilidades de ação terapêutica (CUNHA et al., 2010). Por meio do pensamento de Cunha et al. (2010), observa-se a importância que o conhecimento tem na introdução da musicoterapia nos tratamentos relacionados à saúde mental do paciente. Para Peixoto e Teixeira (2013), destaca que as políticas públicas acerca da introdução da musicoterapia “comunitária” só serão eficazes se realizadas com um planejamento de comunicação adequado, que atinjam os anseios da comunidade envolvida no contexto dos portadores de algum transtorno mental. Para que a musicoterapia se integre às estratégias de promoção da saúde mental, é necessária a utilização de uma metodologia específica, que incentivem a busca de conhecimento pelos profissionais envolvidos, de forma a descobrirem os benefícios da terapia alternativa para a comunidade (PEIXOTO; TEIXEIRA, 2013). A pesquisa qualitativa realizada por Fonseca et al. (2006), concluiu que uma parte dos profissionais musicoterapeutas acredita que a terapia com a música necessita ser divulgada com maior consistência, permitindo que a população entenda sua verdade importância. Fonseca et. al. (2006), enfatiza que a maior divulgação da musicoterapia no meio profissional e acadêmico, torna possível o conhecimento acerca da terapia musicoterápica por parte da população. 35 3.2.5 Falta de conhecimento Do mesmo modo que é importante se analisar o conhecimento acerca da musicoterapia e sua influência no tratamento dos transtornos mentais, também se torna necessário medir a “falta de conhecimento” acerca do assunto, pois este aspecto pode apontar para a necessidade de melhora na formação do profissional de saúde como um todo. Assim, com respeito à amostra coletada de artigos pesquisados, verificou-se que 33% dos artigos (dois), apresentavam em algum tópico, a preocupação com a falta de conhecimento acerca do assunto (Gráfico 5). Gráfico 5 – Falta de Conhecimento Falta de Conhecimento 33% Sim Não 67% Fonte: Dados da Pesquisa O artigo de Peixoto e Teixeira (2013), demonstra a preocupação com a chamada dimensão cultural da comunidade, que devido às poucas perspectivas de inserção socioeconômica, os mecanismos ideológicos ficam fragilizados e por consequência, dificultam a percepção das alternativas de mudança. Pode-se considerar essa constatação dos autores como verdadeira “falta de conhecimento”, não só sobre a musicoterapia, devido à própria condição cultural da comunidade. 36 Peixoto e Teixeira (2013), ainda enfatizam que somente uma minoria da população desfruta dos direitos plenos de cidadania, e que a maioria é incapaz de descrever quais situações beneficiam sua própria saúde. Já para Fonseca et al. (2006), apesar da musicoterapia propiciar resultados importantes para a assistência à saúde, ela ainda é contestada por parte da população, relativamente às suas ações terapêuticas, o que reflete a falta de conhecimento além também desses fatores propiciarem os baixos investimentos na implantação desta modalidade de terapia nos serviços de saúde em geral. Fonseca et al. (2006), ressalta que a falta de conhecimento da forma como a música age no organismo pode dificultar a ação dos musicoterapeutas. Assim, são necessárias ações, por parte dos profissionais da musicoterapia e da saúde, com a finalidade de se difundir os conhecimentos acerca da musicoterapia e principalmente suas vantagens nos tratamentos de pacientes com transtornos mentais. 37 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A revisão integrativa realizada nesta pesquisa, propiciou a identificação dos impactos da musicoterapia em pacientes com transtornos mentais, sob vários aspectos importantes, tendo em vista as abordagens realizadas nos artigos selecionados como amostra. Os principais aspectos enfatizados na revisão integrativa foram: Integração com outros tratamentos, Credibilidade e Aceitação, Divulgação e Conhecimento e Falta de Conhecimento. No aspecto Integração com outros tratamentos, a qual pode ser considerada como principal vantagem da musicoterapia, evidenciou-se que esta é uma terapia não invasiva, que auxilia o tratamento de pacientes acometidos por transtorno mental, fazendo com que os efeitos das inserções invasivas da maioria dos tratamentos sejam atenuados. Quanto à Credibilidade e Aceitação, a pesquisa realizada reforçou a importância da sua inserção com outros tratamentos, visando à melhora dos pacientes. No que diz respeito à Divulgação e Conhecimento, ficou evidenciado, por meio da análise da amostra coletada, que é importante divulgar a musicoterapia e ainda propiciar o aumento de conhecimento acerca do assunto de forma que as suas inserções nos tratamentos de transtornos mentais sejam o mais eficientes possível. No aspecto Falta de Conhecimento, a análise das informações contidas nos artigos revisados, trouxe certa preocupação, pois esse aspecto pode dificultar a inserção da musicoterapia como alternativa que viabilize e também aumente o sucesso dos tratamentos de pacientes com transtornos mentais, devido a já conhecida dificuldade em se lidar com essa patologia. Conclui-se, portanto, que a inserção da musicoterapia paralelamente aos tratamentos contribui para a reabilitação psicossocial, já que as características conferem como uma função para que o indivíduo alcance uma melhor qualidade de vida, uma melhor organização intra e/ou interpessoal. Assim, torna-se necessário um fortalecimento das condições tanto de aprendizado como de aplicação das técnicas de musicoterapia no dia-a-dia do 38 profissional de enfermagem, pois, segundo a revisão integrativa realizada nesta pesquisa, demonstrou-se que a musicoterapia propicia mais vantagens do que desvantagens no tocante ao tratamento de pacientes com transtornos mentais. 39 5 REFERÊNCIAS ANDRADE, Rubia Laine de Paula; PEDRÃO, Luiz Jorge. Algumas considerações sobre a utilização de modalidades terapêuticas não tradicionais pelo enfermeiro na assistência de enfermagem psiquiátrica. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.13 nº. 5 Ribeirão Preto Sep./Oct. 2005. ANDREOLLA, Leonice Elise Fest; PIASENSK. A musicoterapia no Hospital Psiquiátrico São Pedro. Revista Eletrônica do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Protestantismo da Escola Superior de Teologia – EST. 2009. Disponível em http://www3.est.edu.br/nepp acessado em 4 de novembro de 2013. 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