Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: NOVOS CONTEXTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM The Information Technology And Communication: New Contexts Of Teaching-Learning Eliane de Lourdes FELDEN1 Regiane KLIDZIO2 RESUMO Este artigo apresenta o resultado da pesquisa realizada no Seminário Tecnologias da Informação e Comunicação, desenvolvido no Curso de Pós-Graduação em Docência Universitária, na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões/RS-Brasil. A invasão da informática, no mundo educacional, amplia-se rápida e progressivamente, revelando que, essas tecnologias configuram novos espaços de ensino e aprendizagem. O objetivo deste estudo é ampliar conhecimentos a partir de referenciais teóricos contemporâneos, compreendendo e contextualizando o emprego das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) na educação. O solo epistemológico em que a investigação se apoia está pautado nos estudos de Moraes (2003), Levy (1993, 1999), Maia (2007), Schlemmer (2006), Almeida (2008), Carvalho e Ivanoff (2010), Lemos (2007), Morin (2007), Pimenta e Anastasiou (2002), Oliveira (2008), Rios (2008), Cunha (2005), Castel (2000), Matos (2002) entre outros. O trabalho constitui-se em estudo de caráter bibliográfico, tendo como categoria ensinar e aprender com as TICs, e encontra-se em fase de finalização, cujo objetivo é apresentar o resultado do processo de análise dos referenciais teóricos examinados. A pesquisa revela que o uso pedagógico das TICs, quando estimulada por professores e gestores, tem contribuído, como ferramenta importante nas instituições de ensino, para a construção de aprendizagens. Assim, educar para o século XXI pressupõe trabalhar com as TICs, estabelecendo um processo educativo que valoriza tanto as habilidades sociointelectuais quanto os conteúdos. Diante da relevância de conhecer teorias/práticas rupturantes do predominantemente estabelecido, compreende-se que o presente estudo fortalece a pesquisa educacional, apontando possibilidades para ressignificar as TICS nos espaços educativos. Palavras-chave: Ensinagem. Tecnologias da Informação e Comunicação. Processo Educacional. ABSTRACT This paper presents the results of the research conducted at the Information and Communication Technologies Seminar which took place at the Postgraduate Course in University Teaching of Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões/RS-Brazil. The invasion of computers in the educational world has been expanding rapidly and progressively, revealing that, these technologies are shaping new spaces for teaching and learning. The aim of this study is to expand knowledge from contemporary theorists, contextualizing the understanding and use of 1 Doutoranda em Educação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS integrando a linha de pesquisa: Formação de professores. E-mail para contato: [email protected] 2 Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. E-mail para contato: [email protected] Vivências. Vol.7, N.13: p.44-52, Outubro/2011 44 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 Information and Communication Technologies (ICTs) in education. The epistemological ground where the research lies, has its base on studies by Moraes (2003), Levy (1993, 1999), Maia (2007), Schlemmer (2006), Almeida (2008), Carvalho and Ivanoff (2010), Lemos ( 2007), Morin (2007), Pepper and Anastasiou (2002), Oliveira (2008), Rios (2008), Cunha (2005), Castel (2000), Matos (2002) among others. It is a bibliographic study, categorized by the teaching and learning of ICTs. It is now being finalized, and its goal is to present the outcome of the examined theoretical references. The research reveals that the pedagogical use of ICTs, when stimulated by teachers and administrators, has contributed as an important tool in educational institutions, so as to build learning. Thus, education for the twenty-first century implies working with ICTs, establishing an educational process that emphasizes both socio-intellectual skills and contents. Given the importance of knowing theories / practices resulting from the predominantly established, it is understood that the present study strengthens the educational research, pointing out possibilities to reframe the ICTs in educational spaces. Keywords: Teaching. Information and Communication Technologies. Educational Process. Não estamos na era da informação. Não estamos na era da Internet. Nós estamos na era das conexões. Ser conectado está no cerne de nossa democracia e nossa economia. Quanto maior e melhor forem essas conexões, mais forte serão nossos governos, negócios, ciência, cultura e educação... (David Weinberger) 1. CONTEXTO DO RELATO A universidade, historicamente, é considerada a grande produtora e difusora do conhecimento, por isso ela é vista como o espaço de formação e ferramenta fundamental na preparação dos sujeitos para a sociedade do conhecimento3 que aí está. Nesse sentido, essa instituição, atenta às exigências da contemporaneidade e à sua missão formadora, desenvolve seu trabalho com responsabilidade social, pois acredita que os benefícios da formação são evidentes, ampliando significativamente a motivação e a automotivação dos sujeitos que aspiram ampliar suas aprendizagens. Com o desejo de construir novos conhecimentos, ao mesmo tempo em que se constata que a formação contínua é uma necessidade que se impõe como prática social, buscou-se, na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI/Santo Ângelo, mais especificamente no curso de Especialização em Docência Universitária, um espaço para fortalecer nossos referenciais, no intuito de, gradativamente, ir constituindo saberes para desempenhar a função de docente no Ensino Superior. Sabe-se que a atividade docente vem sofrendo profundas mudanças em decorrência de transformações nas concepções de escola, de processo de ensinoaprendizagem e nas diferentes formas de construção do saber. Poder-se-ia citar que o avanço tecnológico, que configura hoje a sociedade virtual e os meios de informação e comunicação, 3 Uma sociedade em que, para se desenvolver, é preciso um nível progressivamente mais alto de conhecimento, necessita da auto-aprendizagem ao longo de toda a vida, pois não cabe pensar na figura do sujeito escolarizado para sempre. Na sociedade do conhecimento, as pessoas livres e emancipadas precisam ter acesso permanente à informação com a máxima disponibilidade. [...] A escola comportou-se como o que hoje chamamos de rede sui generis de difusão de um conhecimento considerado valioso por uma sociedade que mudou muito (GIMENO SACRISTÁN, 2007, p. 111) Vivências. Vol.7, N.13: p.44-52, Outubro/2011 45 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 exerce influência nas instituições de ensino, tornando-se um desafio. Nessa perspectiva, Ivanoff e Carvalho (2010) fazem uma provocação: O grande desafio não é meramente ensinar ou aprender, mas ensinar e aprender com Tecnologias da Informação e Comunicação. O curso de especialização oferece uma arquitetura curricular notável, destacando-se as Tecnologias da Informação e da Comunicação, cuja área do conhecimento é relevante no processo de formação de professores. Com este artigo, intenciona-se relatar a respeito das inúmeras atividades desenvolvidas, das aprendizagens construídas e dos referenciais teóricos estudados, os quais oportunizaram a contextualização do emprego das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) na educação. Nesse sentido, abordam-se aspectos que foram desenvolvidos em aula e são considerados importantes e necessários para a prática docente. 2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES, ANÁLISE E DISCUSSÃO Uma das importantes obras estudadas foi “Tecnologias que Educam: ensinar e aprender com as tecnologias da informação e comunicação”, traduzindo-se em referencial extremamente relevante nesse processo. A universidade vem sendo desafiada a formar bons profissionais com uma base epistemológica que sustente uma visão de ensino e aprendizagem na contemporaneidade, perpassando pela construção de conhecimentos em torno da articulação das tecnologias com a educação. Ler e refletir sobre as tecnologias que educam apontou caminhos para que fizéssemos dos blogs, das listas de discussões, dos chats e das escritas colaborativas, verdadeiros recursos pedagógicos que promovam aprendizagens significativas nos alunos. A obra de Carvalho e Ivanoff (2010) apresenta importantes indicadores para o trabalho docente, com o apoio das TICs. Há uma ideia de que, quando temos as tecnologias à disposição e dela fazemos uso, o trabalho de ensinar e aprender potencializa-se. Outra questão importante é de que todo programa educacional, com o uso das TICs, deve considerar: o desempenho pretendido do aluno, o conteúdo abordado e a categoria em que se enquadra (curso, encontro, estudo de caso, elearning, período em que vai ser administrado, público alvo). São pressupostos importantes para que, num futuro próximo, possamos ser docentes de cursos presenciais e/ou à distância e fazer uso adequado das TICs em ambas as situações. Ou seja, os programas educacionais estão sujeitos a circunstâncias e ao agir de professores e alunos. Compreende-se que incorporar as TICs às práticas docentes implica refletir nas metodologias que usamos para colaborar com o desenvolvimento integral do aluno, pensando na concepção de ensinar e aprender como processos ativos e colaborativos. Ao longo da obra, são enfatizadas algumas práticas para ensinar e aprender com Tecnologias da Informação e Comunicação: “Utilização de bases de dados e informações, comunicação e interação e construção de conteúdos” (CARVALHO e IVANOFF, 2010, p. 8). [...]. Ao explicitar cada uma delas, os autores esclarecem: Para a prática específica de utilização de bases de dados e informações, exploramos e analisamos mensagens eletrônicas ou e-mails, buscadores de Internet, computadores pessoais, imagens, mapas, vídeos, arquivos, dicionários, tradutores e bibliotecas virtuais (CARVALHO e IVANOFF, 2010, p. 9). Para os pesquisadores, essas práticas estão tornando-se cada vez mais utilizadas e favorecem o avanço do processo de ensinar e aprender, pois são atividades complexas que demandam atenção, traduzindo-se em prática com tecnologias de informação. Sobre a prática específica de comunicação e interação, os pesquisadores assim se manifestam: Vivências. Vol.7, N.13: p.44-52, Outubro/2011 46 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 Essa prática está principalmente relacionada com a área direta do navegador. Refere-se ao processo de ensinar e aprender com comunicação, com tecnologias de comunicação. Para essa prática destacam-se novamente os e-mails, as salas de batepapo, os grupos e comunidades virtuais, os fóruns de discussão, as mensagens instantâneas, as reuniões e videoconferências, o relacionamento na rede, a TV e os blogs (CARVALHO e IVANOFF, 2010, p. 9-10). Ao comentar essa prática, os autores explicam que os e-mails são concebidos como prática de utilização de base de dados e informações, como também de comunicação e interação. Apontam que esses recursos de mensagens eletrônicas aproximam professores e alunos, envolvendo-os mutuamente em processo de comunicação e informação, permitindo consequentemente a continuidade de ações que colaboram com o processo de ensinar e aprender, traduzindo-se como recurso importante na construção de aprendizagens. A terceira prática examinada é a de construção de conteúdos e consiste no seguinte: Nessa prática, exploramos documentos, apresentações e slides, planilhas eletrônicas, páginas eletrônicas, construção colaborativa e enciclopédias [...]. Refere-se ao processo de ensinar com informação e comunicação, com Tecnologias da Informação e Comunicação (CARVALHO e IVANOFF, 2010, p. 11). Segundo os autores, esse procedimento de construção de conteúdo tem-se revelado presente na ação educativa e por isso deve ser destacado. São práticas que fomentam a autonomia do aluno sem a participação direta ou presencial do professor, em que conhecimentos são construídos pelos estudos, pesquisas, análises, observação e experimentação, tudo desenvolvido pelo próprio aluno na interatividade. Essas práticas são apresentadas como ferramentas de experiência importantes no processo de ensinagem4. Tivemos, ainda, a oportunidade de conhecer e trabalhar dentro do ambiente TelEduc, ambiente virtual de aprendizagem, o qual foi construído de forma participativa em que todas as suas ferramentas foram idealizadas, projetadas e depuradas segundo necessidades relatadas por seus usuários. Vimos que, desde a promulgação da Lei 9394/965 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem discutido a modalidade de EaD6. Assim, Pesquisadores do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) desenvolveram o TelEduc que é um ambiente para a criação, participação e administração de cursos na web. De forma a ampliar ainda mais o uso do TelEduc, lançado como software livre em 2001, a Pró-Reitoria 4 A expressão ensinagem foi inicialmente explicitada no texto de ANASTASIOU, L.G.C., resultante da pesquisa de doutorado: Metodologia do Ensino superior: da prática docente a uma possível teoria pedagógica. Curitiba: IBPEX, 1998, 193-201. Termo adotado para significar uma situação de ensino da qual necessariamente decorra a aprendizagem, sendo a parceria entre professores e alunos a condição fundamental para o enfrentamento do conhecimento, necessário à formação do aluno durante o cursar da graduação (ANASTASIOU; ALVES, 2007, p. 20). 5 LDB 9394\96 - Art. 80 - O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino à distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. 6 No final de 2007, o Ministério da Educação iniciou a regulação do setor (oferecimento de cursos na modalidade à distância), quando definiu os instrumentos para credenciamento institucional, de pólos e autorização de cursos na modalidade de educação à distância, que até então não tinham instrumentos específicos (PEREIRA, 2010, p. 22). Vivências. Vol.7, N.13: p.44-52, Outubro/2011 47 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 da Unicamp, juntamente com o Nied, o Centro de Computação (CCUEC) e a Equipe de Educação à Distância (Ead) – CCUEC, criou o ensino aberto, ou seja, um ambiente de apoio ao ensinoaprendizagem que utiliza o TelEduc. Esse ambiente foi colocado à disposição dos docentes e alunos de graduação, via web, permitindo o planejamento de aulas, a disponibilização prévia de conteúdos e, fundamentalmente, formas de interação direta professor-aluno e dos alunos entre si. Esse ensino aberto oferecido na Unicamp é uma modalidade de uso do TelEduc que apoia o ensino presencial. Além disso, conheceram-se os vários estados brasileiros que vêm utilizando o TelEduc como ambiente educativo. São eles: Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Rondônia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Consta também que, no Chile, algumas instituições fazem uso do TelEduc. Fica assim evidente que a rede mundial de computadores atinge, a cada dia, uma grande parcela da população em todo o mundo, interferindo na maneira como as instituições de ensino, alunos e professores trabalham e até mesmo aprendem. Acredita-se que essa característica do TelEduc, que permite uma certa independência de espaço e tempo, é que desperta interesse nas comunidades acadêmicas e faz dele uma ferramenta relevante no processo ensino-aprendizagem. Realmente é um verdadeiro ambiente virtual de aprendizagem, pois proporciona a interação, transformando a forma de organizar o trabalho escolar, mudando os espaços e tempos de ensinar e aprender. Os ambientes virtuais de aprendizagem despontam como possibilidade para que esse processo de ensino-aprendizagem se articule. Enquanto educadoras, acreditamos que é na interação entre professor e aluno, mediados pelo objeto de estudo, que se constrói o conhecimento. Nessa lógica, ter conhecido e aprendido a trabalhar e interagir pelo Teleduc foi uma experiência inovadora no processo de formação docente. Outra importante atividade desenvolvida foi a trajetória na utilização da base de dados na web. Isso melhorou a qualidade de busca por novos conhecimentos na internet, proporcionando acesso a inúmeras publicações e produções acadêmicas que certamente enriquecem nossas pesquisas. Destacamos, aqui, entre outros, o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. A tecnologia da informação e comunicação, como campo de conhecimento, ao longo do curso de pós-graduação, oportunizou momentos relevantes ao criar verdadeiros espaços de cooperação e possibilitar novas aprendizagens. Nesse sentido, Freire (1987) é lembrado por afirmar que o ato de educar principia quando o professor se pergunta em torno do que vai dialogar com os alunos. O que ele necessita fazer é propor aos alunos, como problemas, situações concretas que, por sua vez, o desafiem, exigindo assim respostas não só no âmbito intelectual, mas também no âmbito da ação (FREIRE, 1987). Acredita-se que o aluno constrói seu conhecimento e aprende a partir de sua ação, quando se apropria das significações dos conteúdos explicitados pelo professor que pauta sua prática na reflexão, na descoberta, no questionamento. Mesmo com a realização das leituras feitas ao longo da disciplina, no Seminário Tecnologias da Informação e Comunicação, desenvolvido no Curso de Pós-Graduação em Docência Universitária, o coordenador desse campo de conhecimento, no final de nossas aulas, faz uma provocação acadêmica: construir uma proposta de ementa a partir da concepção de uma disciplina (objetivos, conteúdos, metodologia, ferramentas, sistema de avaliação e bibliografia) baseada no uso das TICs. Assim, conscientes de que nos apropriamos de muitos saberes que envolvem as novas tecnologias e a educação e de que as tecnologias oportunizam a construção de modos criativos de conhecimento, faremos um ensaio indicando alguns aspectos importantes de uma disciplina a ser oferecida em curso de licenciatura na graduação. 2.1 Objetivos Vivências. Vol.7, N.13: p.44-52, Outubro/2011 48 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 1. Apresentar o contexto das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na educação, quanto às suas concepções e modalidades, analisando, especialmente, os serviços e ferramentas disponíveis no ambiente web. 2. Analisar a integração das novas tecnologias no campo educacional, discutindo as possibilidades e desafios de envolvê-las no processo ensino-aprendizagem. 3. Examinar, à luz de vários teóricos, conceitos fundantes em torno das TICs, educação presencial, educação à distância e ferramentas disponíveis na contemporaneidade, como suporte às atividades docentes e discentes. 2.2 Conteúdos As novas Tecnologias da Comunicação e Informação no campo da educação; Sociedade-inclusão digital e formação de professores; A escola, a universidade e as novas tecnologias; O trabalho do professor e as novas tecnologias; A internet como espaço de comunicação; As tecnologias como apoio para os cursos presenciais; As tecnologias como suporte para cursos de EaD; A EaD: possibilidade educativa para a contemporaneidade; Desafios da Educação à Distância na formação de professores; O emprego das TICs e suas implicações políticas e teóricas. 2.3 Metodologias Leitura e debate: obras, artigos, teses e dissertações que tratam do tema em estudo. Incentivo ao Ensino com Pesquisa. Experimentação supervisionada das TICs: Correio; Fórum; Chats; E-mails; Entrevistas com docentes e discentes a respeito do uso das TICs. 2.4 Ferramentas Teleduc Moodle7 2.5 Sistema de avaliação A avaliação será formativa, considerando a participação dos alunos nas aulas e seminários, seu envolvimento nas atividades propostas e produção textual, ao longo da disciplina e das aprendizagens construídas. 2.6 Proposta de bibliografia para disciplina na graduação ALMEIDA, M. C. A. As Tecnologias da Informação e Comunicação, os novos contextos de ensinoaprendizagem e a identidade dos professores. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. v. 89, n. 7 O Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) é um ambiente de aprendizagem à distância que foi desenvolvido pelo australiano Martin Dougiamas em 1999. O Moodle é um software livre de apoio à aprendizagem. Essa característica de ser um software livre possibilita o surgimento de novos recursos a cada dia, a partir das necessidades que emergem durante as práticas pedagógicas realizadas no ambiente. Para maiores detalhes, acesse http://www.moodle.org. Vivências. Vol.7, N.13: p.44-52, Outubro/2011 49 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 221, p. 3-46, jan/abr, 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Disponível em: <http://www.portal.mec.gov.br>. Acesso: 21 abr. 2010. BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília, 1996. BRASIL. Sociedade da Informação no Brasil: livro verde. Organizado por Tadão Takahashi. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. CARVALHO, F. C. A.; IVANOFF, G. B. Tecnologias que Educam: ensinar e aprender com as tecnologias da informação e comunicação. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. LEMOS, A. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 3. ed. 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CONSIDERAÇÕES FINAIS É possível afirmar que a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões URI, atenta ao seu compromisso social, assume, de forma responsável, sua missão formadora, criando esse espaço de aprendizagem que permite a nós alunos em formação docente conceber as tecnologias como importante processo interativo. Na verdade, é um processo de mudança gradativo que se instala, exigindo do professor maior preocupação com a docência em si e com a pesquisa, aprendendo a trabalhar em cenário presencial e não presencial. Assim, a educação, no escopo da ciência e da tecnologia, tem um lugar de destaque nas transformações da sociedade e na formação dos sujeitos que atuam nela. A adesão a essas tecnologias não deve acontecer de forma incondicional como se fossem solucionar todos os problemas educacionais. Precisamos explorar as potencialidades dos recursos computacionais nas situações de ensino-aprendizagem e evitar o deslumbramento que tende a levar ao uso mais ou menos indiscriminado da tecnologia por si e em si, ou seja, mais por suas virtualidades técnicas do que por suas virtudes pedagógicas. (BELLONI, p. 73, 2003). Partindo do pressuposto de que o professor é sujeito/agente de transformação e participante da criação do cidadão, os cursos de formação de professores estão, decisivamente, envolvidos na busca da qualificação tecnológica desses educadores, apontando pressupostos que merecem Vivências. Vol.7, N.13: p.44-52, Outubro/2011 50 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 reflexão em torno das TICs: nem um otimismo que só vê maravilhas, nem um pessimismo que afasta. A construção de uma educação mais justa e adequada, com certeza, passa pela formação de professores que contemplam as novas tecnologias. Desse modo, formar docentes, no espaço da universidade, pressupõe prepará-los para o trabalho presencial e não presencial, introduzindo, nos currículos, considerações sobre as TICs. Nesse sentido, os novos contextos de ensino e aprendizagem e a construção da identidade dos professores estão atravessados pelas TICs, como nos apresenta Almeida (2008): Não se trata efetivamente do mesmo ofício, dos mesmos alunos, nem dos mesmos professores. Uma outra realidade educativa é definida, já não sendo possível qualquer forma alternativa de pensar e dizer da educação e do exercício da profissão docente desvinculados das TIC (p. 43). Temos, então, uma nova razão educativa que se manifesta pelos trilhos das TICs. Com segurança, podemos afirmar que, ao participar dessa Especialização em Docência Universitária, estamos nos constituindo professores inovadores, capazes de orientar o processo de aprendizagem na lógica própria da sociedade do conhecimento. Mediante a utilização das TICs, buscam-se modificar posições conservadoras ainda muito presentes em nosso meio educativo. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, M. C. A. As Tecnologias da Informação e Comunicação, os novos contextos de ensinoaprendizagem e a identidade dos professores. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. v. 89, n. 221, p. 3-46, jan/abr, 2008. ANASTASIOU, L. G. C. (Org); ALVES, L. P. Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 7. ed. Joinville: UNIVILLE, 2007. BELLONI, M. L. Educação à Distância. 3. ed. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2003. CARVALHO, F. C. A.; IVANOFF, G. B. Tecnologias que Educam: ensinar e aprender com as tecnologias da informação e comunicação. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. CASTELLS, Ml. A Sociedade em Rede: a era da informação; economia, sociedade e cultura. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. CUNHA, M. I. O Professor Universitário: na transição de paradigmas. 2. ed. 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