“A lenda do arqueiro – 3ª Parte” Carlos Eduardo Paulino Itaynara Cristina Cunha Justo “Vários observadores viram Li Ning, tornar-se campeão de uma das 18 províncias da China, entre esses assistentes estava um enviado do imperador, que ficou impressionado com seu desempenho e o convidou para, imediatamente, dirigir-se ao Palácio Imperial, na Cidade Proibida, onde tornarse-ia uma arqueiro imperial. Li Ning aceitou o novo desafio, mas para isso, precisava passar por uma prova ao qual o mandarim lhe atribuiria. Ao chegar a Pequim, o mesmo foi recebido por um chefe arqueiro das muralhas da Cidade Proibida, que lhe deu comida e pouso, pedindo que se apresentasse a ele no meio da noite. Isso foi feito. Após se restaurar, seu anfitrião pediu que atirasse em alvos em árvores, a noite era de lua nova, com as fogueiras iluminando bem os alvos, Li Ning acertou os mesmos com facilidade, porém o arqueiro chefe pediu que apagassem as fogueiras e em seguida fez seus disparos, ao verificar os alvos Li Ning, percebeu que cada uma de suas flechas estavam divididas ao meio pelas fechas do arqueiro imperial. Foi assombroso. Em seguida o chefe arqueiro pediu-lhe que repetisse a tarefa. Em vão, sequer suas flechas atingiram as árvores. Um vexame. Nova tarefa. O arqueiro imperial pediu que Li Ning, atirasse uma flecha no escuro, em um átimo, o primeiro fez um disparo. Ao verificar as duas flechas, Li Ning, estarrecido, percebeu que a flecha do arqueiro imperial havia cortado a sua ao meio, ambas repousavam no chão, formando uma figura com quatro ângulos retos. Isso era impossível! O mestre arqueiro dirigiu-se a Ning e despediu-se dizendo que ele não estava pronto. Dizendo, ainda, que o arco e a flecha são uma vocação, não uma profissão ou um jogo de exibição, mas que ele tinha talento e disciplina, para que voltasse ao seu lar, e que tentasse enxergar a noite. Quando fosse capaz, que voltasse. Bem de vida, famoso, graças ao arco e a flecha, Li Ning, voltou para sua casa, reformou-a, mudou seu visual, usava roupas melhores, não precisava mais trabalhar nos arrozais, atraía a atenção de várias mulheres, mas nada disso o encantava. Trocou o dia pela noite. Começou a aguçar seu olhar. Olhava para os rios e os lagos da região, até que fosse capaz de distinguir os peixes. Olhou para o gramado, com tanta força de vontade, até que conseguiu, na noite mais escura, reconhecer os insetos, junto, aprimorou a audição. Era capaz de distinguir cada som de cada inseto, o farfalhar das folhas, o vento se formando a distâncias muito grandes. Adquiriu as habilidades de enxergar bem e ouvir bem. Isso lhe custou 5 anos. Quando percebeu que estava pronto, viajou para Pequim. Ao chegar, ainda, pela noite, aliás, noite de Lua Nova, a mais escura do ano, pediu para que o mestre arqueiro fizesse vários disparos aleatórios, em seguida, numa fração de tempo, fez disparos tão rápidos que sequer o arqueiro imperial conseguia contar, ao verificar seus disparos, cada uma das flechas formava, no chão, uma “flor” de flechas com oito “pétalas”. Aqueles eram disparos impossíveis. Jamais vistos na China Imperial! O mestre imperial o empregou imediatamente, com bom salário, e com cargo de chefia. Prepararia dali em diante, todos os jovens atiradores que defenderiam as muralhas do Palácio Imperial. Gozaria de grande prestígio. No mesmo nível dos Mandarins. Li Ning pediu-lhe para participar do Grande Torneio Imperial. Claro que foi aceito.” Continuaremos com o caráter do povo chinês, na próxima semana. Até lá.