Pequeno Dicionário dos Escritores/Jornalistas da Paraíba do Século XIX: XIX: de Antonio da Fonseca a Assis Chateaubriand Socorro de Fátima Pacífico Barbosa Organizadora 2009 1 Socorro de Fátima Pacífico Barbosa Barbosa Organizadora Pequeno Dicionário dos Escritores/Jornalistas da Paraíba do Século XIX: XIX: de Antonio da Fonseca a Assis Chateaubriand 2009 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Reitor ROMULO SOARES POLARI Vice-Reitora MARIA VARA CAMPOS MATOS EDITORA UNIVERSITÁRIA Diretor JOSÉ LUIZ DA SILVA Vice-Diretor JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO Supervisor de Editoração ALMIR CORREIA DE VASCONCELLOS JUNIOR P425 Pequeno Dicionário dos Escritores / Jornalistas da Paraíba do do século XIX: de Antonio da Fonseca a Assis Chateaubriand. / Socorro de Fátima Pacífico Barbosa organizadora. – João Pessoa, 2009. Disponível em: http://www.cchla.ufpb.br/jornaisefolhetins/ 145p. ISBN 978-85-7745-338-2 1. Escritores / Jornalistas – Dicionário Biobibliográfico – Sec. XIX. I. Barbosa, Socorro de Fátima Pacífico – Org. UFPB/BC C.D.U. : 070:82(038) 3 Revisão técnica: técnica Fabiana Sena Edição gráfica: Fabiana Sena Socorro de Fátima Pacífico Barbosa Apoio e Financiamento: Financiamento 4 Para Eduardo Martins, historiador da cultura paraibana e da imprensa do século XIX. (in memorian). 5 Introdução Introdução nasceram e/ou trabalharam na Paraíba no século XIX. Nesse sentido, concebemos “imprensa do século XIX”, como aquela Pequeno dicionário dos escritores/jornalistas da movida, sobretudo, pela polêmica, por isso Paraíba do século XIX: de Antonio Borges da optamos por definir as bases temporais a Fonseca a Assis Chateaubriand tem como partir origem os resultados do projeto Jornais e reconhecidos nacionalmente pela atuação folhetins literários da Paraíba do século XIX, controversa, pelas disputas travadas nas pesquisa desenvolvida no estágio de pós- páginas dos periódicos: Antonio Borges da doutoramento, no período de 2005 a 2007, Fonseca e Assis Chateaubriand. na PUC/RS, sob a supervisão da Prof ª Drª. de jornalistas deveria ter uma abrangência e paraibana, um significado próprios ao tempo, o que principalmente, a construída à sombra do significava incluir nesse rol, os homens e Instituto Histórico e Geográfico Paraibano mulheres (IHGP), cujo propósito sempre foi o de “paraibano” preocupação de relatar os fatos heróicos do veículo. O termo deve ser também uso de uma centena o número de jornalistas paraibanos nascidos no século XIX. O exemplo de outros estados e da Capital título, por sua vez, brasileira, uma vida literária e cultural é uma cópia e uma homenagem a outro dicionário produzido produzida, sobretudo, pelos jornais e no Rio Grande do Sul, o Pequeno dicionário da periódicos. forma, faziam levantamento preliminar indicava em mais objetiva demonstrar ter havido na Paraíba, a Dessa desse que produzido em jornais desse estado. Um (SÁ e MARIANO, 2003, p. 12). Mas além dicionário letras compreendido como nascido na Paraíba, ou passado, no sentido de uma história linear” Pequeno de sistemático elaborar “um enredo romanesco, com a este paraibanos, no século XIX, decidimos que o conceito Neste caso aquela que havia sido “apagada” disso, ícones suporte para a divulgação do conhecimento CNPq. Seu objetivo é o de suprir lacunas. historiografia dois Considerando o jornal como o principal Regina Zilberman e financiamento do pela de literatura do Rio Grande do Sul (1999). esperamos reconstituir, Definidos os critérios para a inclusão dos através dessa publicação, parte da memória nomes, a pesquisa teve início com o cultural paraibana do século XIX, através da levantamento dos nomes a partir de vida e da obra de jornalistas escritores que 6 diversas fontes, entre as quais jornais, certos perfis, no que diz respeito a sua almanaques e periódicos paraibanos do participação século XIX. As pesquisas nas obras de principalmente, no suporte jornal. Entre referência e nos arquivos do projeto Jornais e esses destacamos os nomes de Joaquim José folhetins paraibanos do século XIX tentaram, a de Abreu, Maciel Pinheiro, Odilon Nestor despeito de toda a dificuldade causada pela entre outros, que deixam sua condição de prática do anonimato e do uso dos poetas pseudônimos, dar visibilidade à produção literatura paraibana para assumir sua escrita dos homens e mulheres que fizeram o de jornalistas. Assim, sempre que foi jornalismo paraibano da época. Porém, no possível, indicamos a fonte jornalística na que diz respeito à biografia daqueles qual jornalistas esquecidos pela historiografia. trabalho depois transformado em livro, Essa pesquisa, no entanto, pouco revelou quase sempre sob auspício oficial. Nesse uma vez que parte da produção escrita nos sentido, muita vez, a importância de um periódicos do século foi notadamente nome é redimensionada quando deixa de anônima. Mesmo assim, fizemos entradas ser valorizado pela escassa publicação com nomes de jornalistas que constavam bibliográfica. No caso da produção dos como membros do corpo editorial, redator, escritores jornalistas paraibanos, observa-se na esperança de quem possam ampliar o o paradigma brasileiro segundo o qual, para número daqueles que merecem o nome de os jornalista. De grande importância para esta identificada com a alta cultura e o compilação foi o Dicionário literário da Paraíba jornalismo com a cultura de massa” (1994), de Idelette Muzart F. dos Santos, (COSTA, 2005, p. 14). fonte pioneira no âmbito da literatura Dessa forma, o que do ponto de vista da paraibana, que além de obra de referência produção da literatura tornava um autor serviu como base de onde foram retirados “menor”, é compreendido nas condições de alguns verbetes inteiros. Nesse caso, são os produção do tempo, como participando verbetes sem indicação de redator e com a ativamente da vida cultural paraibana. Seja referência do Dicionário literário. Mesmo sem traduzindo folhetins franceses e ingleses, acrescentar dados novos, compreendemos seja escrevendo crônicas anônimas ou que essa nova entrada neste Pequeno dicionário trasladando artigos dos jornais de outras ajuda a redimensionar a importância de províncias, esses jornalistas foram os atores e 7 e foi na cultura romancistas publicado, historiadores, “a paraibana, “menores” primeiramente, literatura da o será os intermediários da literatura (Darnton, 1995), Para corroborar a tese de que não havia tal como era possível escrever e promover essa produção cultural no século XIX e início do arte no século XIX.. Esse é o caso de XX fora dos quadros do jornalismo, foram Antonio da Cruz Cordeiro Júnior, cujas incluídas as mulheres, professoras, em sua atividades jornalísticas cotidianas consistiam maioria, historiadoras, poetas e jornalistas. em traduzir, escrever e produzir a literatura A pesquisa desenvolvida pela professora que era lida pelos leitores paraibanos e de Marta Falcão (2001) sobre as mulheres outros estados. paraibanas historiadoras veio a somar e Os verbetes sem indicação de redator e com enriquecer os quadros dessa publicação, na referência do dicionário foram retirados medida em que sua produção jornalística quase inteiramente na íntegra dessa fonte muitas vezes foi mais marcante do que tão importante. A consulta aos jornais aquela publicada ou divulgada através dos permitiu a livros. Às historiadoras juntaram-se as periódicos que, infelizmente, não puderam professoras, que publicaram em periódicos. merecer um verbete específico, com um Assim, a despeito de ser um espaço pouco razão, predominantemente masculino, não foram portanto, Mariano (2003, p. 88), quando raras as mulheres que utilizaram as páginas afirma que a memória da Paraíba se de suporte democrático e heterogêneo, que restringiu à história das elites e de seus abrigava em suas páginas, sem qualquer instrumentos de poder, entre os quais se descriminação, toda a sorte de gênero e de incluíam apenas alguns jornais e apenas conteúdo. aqueles jornalistas alinhados com uma No campo da imprensa propriamente dita, a concepção de “paraibanidade”, segundo a obra de Eduardo Martins (1976; 1977), que qual, a história da Paraíba era contada a ainda demanda um estudo aprofundado, foi “partir da sua “paz”, da sua “bravura”, da fundamental para recuperar alguns dados e sua ordem de suas relações de família, da nomes sua riqueza e dos cargos que ocupa na paraibana. Embora não se trate de fonte sociedade”. primária, as biografias e informações por ele pelo de sua menos ligar história1. nomes Tem esquecidos pela historiografia oferecidas foram pistas fundamentais na recuperação do quadro geral da imprensa 1Nesse sentido, foi fundamental o trabalho de levantamento de fontes feito pelas bolsistas de Iniciação Científica voluntárias, Priscila Carvalho de Almeida e Luciane Ornilo, que vieram a redigir verbetes também. paraibana do século XIX. Por isso, a existência de jornalistas desconhecidos ou 8 pouco referidos pela historiografia. Esse é o histórica nem para a literatura, nem para a caso de José dos Anjos, mulato, pobre, que cultura em geral. Primeiramente, porque ao como tantos da sua época foi obrigado a descartar a materialidade do texto, que são migrar para a região Norte, em busca de seus suportes e veículos, essa “abstração” melhores condições de vida e acabou sendo não considera o fato fundamental de que as assassinado. A rigor, temos que, dos formas que fazem com que os textos sejam jornalistas nascidos no século XIX, de lidos também participam da construção de Antonio Borges da Fonseca, o mais antigo, seu a Assis Chateaubriand, o mais poderoso, Segundo, porque estabeleceu, a posteriori, todos cumpriram alguma espécie de êxodo, uma definição e uma concepção da no seu percurso profissional. Porém, se literatura que simplificaram em muito o Borges da Fonseca e Assis Chateaubriand se sentido amplo e a multiplicidade de gêneros tornaram célebres, principalmente pela sua que este conceito tinha no século XIX atuação paraibanos, (ABREU, 2003). Esse redimensionamento restaurados que foram por estudos alheios do jornal como suporte mais importante e ao saber histórico desse estado, o mesmo mais lido dessa época, que favorecia a partir não se pode afirmar de mais de uma dezena de sua materialidade uma maior circulação, de jornalistas, cuja existência foi apagada a circulação da cultura letrada pode explicar pela história e pela história da literatura o sucesso de Augusto dos Anjos, teve suas paraibana. poesias publicadas primeiramente nessa A perspectiva de que a literatura válida e fonte. Ao coligir seus poemas em livros – relevante era a que circulava através do mesmo que populares – os historiadores suporte livro não é uma prerrogativa da desconsideraram as práticas de leitura historiografia literária paraibana. Entretanto, próprias às condições de produção em que durante pelo menos um século, o jornal foi foram forjadas. considerado uma fonte “menor”, ou no Principalmente, porque o jornal é, para a mínimo, uma fonte previsível, na qual os história cultural e da literatura, o lugar por pesquisadores buscavam, como em um excelência túmulo tautológico, os grandes escritores e heterogeneidade de vozes (POBLETE, as 2006), que amplia – se não nos deixarmos fora grandes dos obras. limites Trata-se de uma significado abordagem comum à historiografia que não envolver garante uma perspectiva verdadeiramente hierarquia 9 da pela de (MCKENZIE, multiplicidade catalogação, certas 2004). e fixação da e construções CHARTIER, Roger. A história cultural. Entre práticas e representações. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro: Bertrand. 1990. historiográficas – a possibilidade de se identificar de forma mais “verossímil”, o modo como aquele passado, ou “realidade COSTA, Cristiane. Pena de aluguel: escritores jornalistas no Brasil 1904@2004. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. social [foi] construída, pensada, dada a ler” (CHARTIER, 1990, p. 17). DARNTON, Robert. O Beijo de Lamourette. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. O caráter plural do periódico transformou a MCKENZIE, D. F. Bibliography and the sociology of texts. In: Bibliography and the sociology of texts. Cambridge: Cambridge University Press, 2004. equipe que trabalhou nesse dicionário em multidisciplinar, envolvendo geógrafas, historiadores e educadores. Agradecemos, MARTINS, Eduardo. Primeiro jornal paraibano: apontamentos históricos. João Pessoa: A União, 1976. portanto, àqueles que redigiram os verbetes. Todos tiveram liberdade na utilização das referências bibliográficas, ______. A União: jornal e história da Paraíba. João Pessoa, 1977. mas algumas obras serviram também de base para ______. A tipografia do beco da Misericórdia. João Pessoa: SEC, 1978. estabelecer a redação final e foram citadas abaixo dos verbetes. POBLETE, Juan (Org.) Revista Iberoamerciana. v. LXXII, n. 214, enero/marzo. 2006. Esperamos, com esse dicionário, contribuir para o interesse de jovens pesquisadores, ______. La revista, el periodico y sus lectores en el Chile decimonónico. In: Revista Iberoamerciana. v. LXXII, n. 214, p. 49-59, enero/marzo. 2006. pelo conhecimento da história cultural paraibana do século XIX, principalmente aquela que circulou nos periódicos. ZILBERMAN, Regina et al. Pequeno dicionário da literatura do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Novo Século, 1999. Socorro de Fátima Pacífico Barbosa Os Autores Antonio Carlos Ferreira Pinheiro Referências Carmelo Ribeiro do Nascimento Filho ABREU, Márcia. Letras, Belas-letras, Boas Letras. In: BOLOGNINI, Carmem Zink (Org.) História da literatura: o discurso fundador. Campinas: Mercado de Letras, ALB, Fapesp, 2003. (Coleção Histórias de Leitura). Luciane Ornilo Doralice Sátyro Maia Fabiana Sena Favianni da Silva Maria Simone Moraes Soares Nirvana Lígia Albino Rafael de Sá 10 Socorro de Fátima Pacífico Barbosa Abreviaturas ACFP - Antonio Carlos Ferreira Pinheiro CRNF - Carmelo Ribeiro do Nascimento Filho DSM - Doralice Sátyro Maia FSe - Fabiana Sena FS - Favianni da Silva LO - Luciane Ornilo MSMS - Maria Simone Moraes Soares NLARS - Nirvana Lígia Albino Rafael de Sá SFPB - Socorro de Fátima Pacífico Barbosa 11 Relação dos Verbetes BEZERRA, Alcides BEZERRA, Ildefonso BEZERRA, José BONAVIDES, Aluísio Fernandes BORBA, José de BOTELHO, Leônidas de Lima BRAGA, João Joaquim da Silva BRITO, Eugênio Toscano de BRITO, Felizardo Toscano de ABIAHY, Baronesa do ABREU, Joaquim José de ACHILES dos Santos, Artur ADAUTO Aurélio de Miranda Henriques (Dom). ALBUQUERQUE, Diogo Velho Cavalcanti de ALBUQUERQUE, Otacílio Camelo ALBUQUERQUE, Salvador Henrique de ALMEIDA, Alonso de ALMEIDA, Horácio de ALMEIDA, José Américo de AMÉRICO, Pedro AMSTEIM, Catarina de Moura ANDRADE, Jader ANÍSIO, Monsenhor Pedro ANJOS, Aprígio Rodrigues de Carvalho dos ANJOS, Augusto de Carvalho Rodrigues dos ANJOS, José dos ANJOS, Manuel dos AQUILES, Arthur ARAÚJO, Eduardo Marcos de ARAÚJO, Fernando Coelho de ARAÚJO, José Peregrino de ARAÚJO, José Pereira de ARAUZ, Ignácio AZEVEDO, Francisco João de AZEVEDO, J. Soares de C. O. CABRAL, Nelson Lustosa CALDAS, Analice CALDAS, Diógenes CÂMARA, Epaminondas CAMILLO, Antonio CAMPOS, Afonso Rodrigues de Souza CAMPOS, Gervázio R. Pereira CARDOSO VIEIRA CARLOS JÚNIOR, José CARLOS, Manoel CARVALHO, Álvaro Pereira de CARVALHO, José Rodrigues de CARVALHO, Tancredo de CASTRO, Oscar de Oliveira CASTRO JÚNIOR, Joaquim Garcia CASTRO PINTO, João Pereira de CAVALCANTI, João Alcides Bezerra CAVALCANTE, Leonarda Merandolina B. Baronesa do Abiahy CAVALCANTI, Manoel Tavares CELSO, Afonso CÉSAR, Eliseu Elias CHATEAUBRIAND, Francisco de Assis CIRNE, Arthur COELHO, Artur (Artur Roberto Coelho de Sousa) COELHO LISBOA COELHO, José Gomes COELHO, Juvenal COELHO, Moisés CORDEIRO SÊNIOR, Antônio da Cruz. CORDEIRO JÚNIOR, Antonio da Cruz CORREIA, Pe. Lindolfo BALTAR, Alcides Ferreira BAPTISTA, João Antonio BARBOSA, Florentino. (Pe.) BARONESA DO ABIAHY BARRETO, Antônio Gomes de Arruda BARRETO, Ezilda Milanez BARRETO, João da Silva Guimarães BARRETO, Jonathas de Mello BARROS Analice de Caldas BARROSO, Francisco Joaquim Pereira BASTO, Job Paciente BELLI, Nicola de BENVINDO, Antônio BELMONT, Augusto 12 LUNA, Mauro LUSTOSA, Nelson COSTA, Delfino Ferreira da Costa COSTA JÚNIOR, José da COSTA, José Rodrigues da COSTA, Silvestre COSTA, Silvino Olavo Cândido Martins da COUTINHO, Odilon (Padre) CRISTO REI, João de CUNHA, Ambrosina Magalhães Carneiro CUNHA, Francisca de Ascenção CUNHA, Olivina Olívia Carneiro da CUNHA, Silvino Elvídio Carneiro da MACHADO, Maximiano Lopes MACHADO FILHO, Maximiano Lopes MACHADO, Raul Campelo MADRUGA, Manoel MAIA, Benedito MARINHO, Hilton Moreno MARIZ, Celso Marques MARIZ, Romeu MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano de MEIRA, Padre MELLO, Antônio Alfredo da Gama e MELLO, Benjamin Franklin d’Oliveira e MELO, Francisco Aurélio Figueiredo MELO, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de MELO, JOSÉ BATISTA DE MELO, Manuel Cavalcanti Ferreira de MELLO, Pedro Américo Figueiredo MENEZES, Antônio de Aguiar Botto de MOURA, Catarina MONTENEGRO, Olívio Bezerra MOURA, Francisca MOURA, Francisco Coutinho de Lima DANTAS, Pedro Anízio Bezerra. (Monsenhor) D’OLIVEIRA, Severino Peryllo FALCÃO, Américo Augusto de Souza FERNANDES, Carlos Dias Augusto Furtado de Mendonça FIGUEIREDO, Maximiniano de FILGUEIRAS, Caetano Alves de Sousa FONSECA, Antônio Borges da FREIRE, Antônio FREIRE, Mathias, Cônego GAMA E MELLO, Antônio Alfredo da GAMBARRA, Genésio Gomes GALVÃO, Enéas de Arrochelas GUEDES, Lylia GUIMARÃES SOBRINHO, Sinésio Pessoa NACRE, Mardokeu NEVES JÚNIOR, Theodomiro Ferreira. NEVES, Alfredo Jader de Carvalho NEVES Padre Lindolfo José Correia das NÓBREGA, João Norberto da NOVAES, José Ferreira de HOLLANDA, Antonio. Camillo HENRIQUES, Adauto Aurélio de Miranda HENRIQUES, Padre Leonardo Antunes Meira OLAVO, Silvino OLIVEIRA, Mateus Augusto OLIVEIRA, Peryllo de OLIVEIRA, Rafael Correia de OTAVIANO de Moura Lima, Manuel PE JOFFILY, Irineu Ceciliano Pereira LEAL Ramos, José LEITÃO JÚNIOR, Cândido Firmino de Melo LEITÃO, Tranquilino Graciano de Melo LIMA, Albertina Correia LISBOA, João Coelho Gonçalves LOBO, Aristides LOPES, Silvino LUCENA, Severino Albuquerque PATRÍCIO, Simão PEDROSA, Pedro da Cunha PESSOA, Antonio Elias PESSOA, Benjamim Falcão PESSOA JÚNIOR, João Ribeiro da Veiga PESSOA, Olavo Otaviano Pinto PINHEIRO, Luiz Pereira Maciel PINTO, Irineu Ferreira 13 PINTO, João Pereira de Castro PINTO, Joel PINTO, Luiz PIRAGIBE, Aderbal PIRES, Pe. Heliodo de Souza PIRES, Rodolfo PORTO, Carlos Eugênio RABELO, Francisco José RAMOS, José Leal RÉGIS, Edson RETUMBA FILHO, Francisco Soares da Silva RIBEIRO, Beatriz RIBEIRO, Hortêncio de Sousa RIBEIRO, Odilon Nestor de Barros RODRIGUEZ, Walfredo SANTOS NETO, Antônio Bernardino dos SANTOS, Antônio Bernardino SANTOS, Arthur Aquiles dos SERRA SOBRINHO, Joaquim Maria SILVA, Antônio Joaquim Pereira da SILVA, Beatriz Ribeiro da SILVA, Joaquim José Henrique da SILVA, José Coutinho da. (Padre Zé Coutinho) SILVA, Tito Henrique SILVEIRA, Isabel Iracema Feijó da SILVEIRA, Josué Gomes da SOARES, Epitácio SOARES, Orris Eugênio SOUZA, Braz Florentino Henriques de TAVARES, João Lyra TEJO, William TOLEDO, Severino Carvalho de VASCONCELOS, Albino Gonçalves Meira VASCONCELOS, Olinto José Meira VIDAL FILHO VIDAL, Ademar Victor de Menezes VIEIRA, Eudésia VIEIRA, José de Araújo VIEIRA, Manoel Pedro Cardoso 14 1892; “Ritmos”, em 10 de abril de 1892; A “Threnos”, em 21 de junho de 1892. Neste período, o jornal O Estado da Paraíba se constituía como grande divulgador da literatura, com publicações sistemáticas de Coelho Neto, Eça de Queiroz, Luiz ABIAHY, Baronesa do – Guimarães Junior. Ver CAVALCANTE, Leonarda Merandolina. Em 1903, com cerca de sessenta anos, publicou ABREU, Joaquim José de – (* 1840 – Portugal). Guarda-livros, em prosa e verso. Horácio de Almeida lhe atribui as seguintes publicações: Carta aberta 30 anos. Nessa, se casou, defendeu com ao Exmº. Sr. D. Adauto, Bispo da Paraíba, s/ed, Participou 1899; Carta aberta às paraibanas, 1899; Da ativamente da vida literária e jornalística da Paraíba, principalmente através Manoel queimada pela inquisição. O livro é escrito província da Paraíba, quando tinha cerca de abolicionismo. de homenagem à Branca Dias, paraibana ou menos em 1840, chegando à antiga o tipografia Henrique de Sá o Livro de Branca, em abolicionista, poeta e jornalista. Nasceu em Portugal mais afinco pela praia ao monte, Paraíba: Torre Eiffel, 1909; da Folha soltas, Paraíba: Imprensa Oficial, 1904. publicação de sua prosa poética, crônicas, Redatora: SFPB poesias e contos, além da transcrição dos escritos de Heine, durante todo o ano de Referência: 1895, na Gazeta do Comércio. Segundo ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. descrição de Liberato Bittencourt, o jornalista era médio na estatura e bastante BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil; vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. afável. Seu grau de generosidade teria o levado à pobreza na sua velhice, vivendo-a ACHILES dos Santos, Artur – (* em “verdadeira penúria”. Como homem de 20.06.1864, Pedra de Fogo-PB – + letras, conhecia o português e dominava o 29.11.1916, Recife-PE). Jornalista, político e inglês e francês. No ano de 1891, publicou filósofo. Após a conclusão do curso de sistematicamente sua prosa poética no humanidade no Liceu Paraibano, dedica-se jornal O Estado da Paraíba. Entre essas à imprensa ao lado de seu pai, Antônio citamos “Sem Ventura”, de 06 de setembro Bernardino dos Santos, como redator do de 1891, “Nostalgia”, em 31 de maio de 15 jornal A Paraíba. Quando oficial de gabinete ressentimento com o que chamou de do governo Gama Rosa, dirige O Comércio e ingratidão os seus “coestaduanos”. Revela- A Voz do Povo, iniciando sua longa se um homem guiado pela organização caminhada na vida jornalística, também moral, sempre a favor das camadas registrada nos jornais: O Paraibano, Gazeta da inferiores da sociedade. Segundo seu ponto Manhã, Gazeta da Paraíba e Liberal Paraibano. de vista, “todos os seus atos na vida pública Revela-se oposicionista ferrenho do poder, obedeceram ao desejo consciencioso de ser principalmente do governo de Venâncio útil aos outros e, sobretudo, à Paraíba”. Neiva e Álvaro Machado, denunciando-lhes Redatora: SFPB as corrupções administrativas através d’O Referências: Comércio e A Voz do Povo, jornal que lhe serve de tribuna de novembro de 1889 até o CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955; primeiro decênio do século passado. Em Revista da APL, n. 09. 1904, forças repressoras do poder invadem http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira07.htm O Combate, bem como O Comércio, ADAUTO depredando máquinas, móveis e arquivos, Aurélio de Miranda Henriques (Dom) – (* 30.08.1855, Areia- obrigando-o a procurar uma tipografia do PB – + 15.08.1935, João Pessoa-PB). Recife para imprimir seu jornal que, depois Nasceu no dia 30 de agosto de 1855, na de dois anos, volta à circulação. Edita em cidade de Areia, no Estado da Paraíba, onde seu jornal as primeiras poesias de Augusto dos Anjos, a pedido de seu filho, Santo Neto, amigo do poeta. também fez seus Estudou também primeiros no estudos. Seminário de Olinda/PB, transferindo-se depois para a Com o pseudônimo de Rostand participa Europa a fim de fazer os estudos do círculo literário do Café Chique. Mantém superiores: de Filosofia no São Sulpício, em uma coluna denominada Estrada do Carro. Paris Foi diretor do Arquivo Público, onde segundo Oscar Castro encontrou antes de morrer, escreve Teologia na Universidade Gregoriana, em Roma, doutorando-se em a Direito Canônico. Ordenou-se sacerdote no enfermidade que iria levá-lo à morte. Nove anos e dia 18 de setembro de 1880. De volta ao um Brasil, passa a exercer as funções de Diretor testamento poético, onde restaura um Espiritual e Professor no Seminário de pouco dos valores e das condutas que teve Olinda e as de Cônego efetivo da Sé de em vida. Nele, fica evidente o seu 1881 até 1893. Em 1892 é criada a Diocese 16 da Paraíba e Dom Adauto é nomeado seu fim. Fundou na Paraíba o jornal A Imprensa. 1º Bispo pelo Papa Leão XIII em 2 de Referência: janeiro de 1894. Estando em Roma nessa ocasião, foi sagrado a 7 de janeiro na capela http://www2.uol.com.br/omossoroense/2 60803/nhistoria.htm do colégio Pio Latino Americano, tomando ALBUQUERQUE, posse da Diocese em 4 de março do mesmo Cavalcanti de – (* 09.11.1829, Gurinhém- ano. Em 6 de fevereiro de 1914 a Diocese PB – + 14.06.1899, Juiz de Fora-MG). Era da Paraíba é elevada à categoria de filho de Diogo Velho Cavalcanti de Arcebispado por decreto consistorial de Pio Albuquerque e de Ângela Sofia Cavalcanti X, e Dom Adauto é promovido por esse de Albuquerque. Exerceu a promotoria mesmo ato a Arcebispo Metropolitano. pública em Areia, onde participou da vida Governou a Província da Paraíba por 41 política anos, que foi de 1894 a 1935. Foi durante a Conservador, pelo qual foi eleito para a visita pastoral que Dom Adauto fez a Assembléia Provincial no biênio 1854-55, Mossoró em 30 de janeiro 1900, que surgiu sendo reeleito para outro biênio. Elegeu-se a idéia da fundação do Diocesano. Durante também como representante da Paraíba na o tempo que durou a visita, Dom Adauto Câmara dos Deputados para a legislatura de em conversa com os paroquianos, sentiu 1857-1860, época em que foi morar no Rio que povo de Janeiro. Diogo Velho foi Membro do mossoroense era a criação de uma “casa de Gabinete presidido pelo Visconde de educação Itaboraí, a maior aspiração moldada nos do princípios como Diogo membro defensor da do Velho Partido abolição da evangélicos”. Foi pensando em atender a escravatura; Presidente da Província do essa necessidade que o Bispo reuniu os Piauí (1859); Presidente do Ceará (1868); cidadãos de maior projeção da cidade, para Presidente de Pernambuco (1870); Ministro discutir a possibilidade da instalação de um da Agricultura, Comércio e Obras Públicas; educandário, já no ano seguinte, que Ministro da Justiça; Diretor do Ministério preenchesse mais dos Estrangeiros; Deputado Provincial; indispensáveis à formação intelectual dos Deputado Geral; Senador Vitalício pelo jovens, dentro dos princípios cristãos. Estado do Rio Grande do Norte e Membro Aceita a idéia da criação do educandário, os do Conselho do Estado. Representou o presentes se comprometeram a adquirir Brasil na Exposição Universal de Paris, prédio e mobiliário que se adaptasse a tal como Comissário Geral. Marcou a sua os requisitos 17 presença na Paraíba pela construção da Paraibano. Em 09/01/1892, o jornal A Estrada de Ferro Conde D’Eu, que ligava Verdade, da cidade de Areia publica o Cabedelo a Alagoa Grande e pela extensão seguinte da linha telegráfica de Recife a João Pessoa. participa aos pais de família que no dia 12 Mesmo do corrente abrir-se-ão as aulas do seu após a República, Diogo anúncio: “Otacílio estabelecimento”. Em Camelo permaneceu em Paris, sempre leal ao modesto outro Imperador, só retornando ao Brasil após a número foi publicada outra nota: “Ensino morte do soberano. Além de relatórios e particular. Sob a direção do abaixo assinado pareceres, elaborou um trabalho intitulado acha-se aberto nesta cidade, na Rua Direita Notice generale sur les principales lois promulgués nº 17, um estabelecimento de instrução au Brésil de 1891 a 1894, uma monografia primária e secundária”. Sua carreira como apresentando um resumo histórico dos professor de Álgebra, do Liceu, tendo antes primeiros anos do Brasil República. Redigiu exercido as cadeiras de História Natural, Alva, a primeira revista literária da Paraíba, Física e Química e Higiene da Escola publicada no Rio de Janeiro. Redatora: Normal, durou mais de 30 anos, gozando SFPB de prestígio consideração entre os alunos. Referências: Sua carreira de jornalista tem início, aos http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira13.htm; dezoito anos, como redator e diretor do BARBOSA, Socorro de http://www.revistafenix.pro.br homens de letras da época, ele era também jornal A Verdade. Como era comum aos F. ator e autor de teatro. Em 1893 viaja para o Revista do IHGP, n. 10. Rio de Janeiro a fim de iniciar seu curso de ALBUQUERQUE, Otacílio Camelo – (* medicina. Sua ida ao Rio de Janeiro foi a 21/02/1874, Areia-PB – + 27.12.1954, Rio saída que encontrou para conciliar trabalho de Janeiro-RJ). Era filho de João Aureliano com estudo. Para ele, só na capital poderia Camelo de Albuquerque e Mariana Borges ter oportunidade. A passagem foi comprada da Fonseca. Sobrinho de Francisco Xavier com a ajuda de todos os parentes pobres. Júnior, jornalista, educador e autor do livro No Rio, passou a lecionar no Colégio Lições de Língua Materna (1906), foi no Abílio, onde dispunha de casa, comida e um colégio do tio, o Culto às Letras que iniciou ordenado tão pequeno que mal chegava com 17 anos a docência, primeiro em Areia, para as passagens de bonde. Além de aluno depois na Capital, no Colégio Paraibano, de antes de concluir os preparatórios do Liceu 18 medicina e professor, Otacílio e Albuquerque também escrevia peças de biógrafos, foi o pioneiro na idéia do voto teatro nas horas vagas, o que lhe garantia secreto, que divulgou na Câmara Federal, na algum extra. Suas peças – aquelas escritas imprensa da Paraíba e do Rio. Sua paixão em Areia e as do Rio de Janeiro – foram pela imprensa, se revelava de vários modos, encenadas na capital federal com sucesso. inclusive na assinatura de O Jornal, folha do Ainda na condição de estudante, volta para Rio, do seu amigo Assis Chateaubriand. Areia, em 1897, a fim de casar com Data de 1926 a sua participação ativa nos Zulmira Ribeiro dos Santos Coelho. Depois jornais paraibanos. Vários artigos foram de formado, volta à terra natal onde é escritos em O Jornal, onde foi redator-chefe recebido com festas e foguetório. Na guerra de 1926 a 1927, da capital paraibana. Após travada entre os Cunha Lima e os Simeão o seu fechamento do jornal vai escrever na Leal, Álvaro Machado, então governador da imprensa do Recife, no Diário da Manhã e Paraíba, o escolhe para prefeito de Areia Jornal do Recife, entre 1928 e 1929. (1904 a 1908) por não pertencer a nenhum No fim da vida, viúvo, residiu no Paraíba- dos dois grupos. Participando depois de Hotel, indo algumas vezes ao Rio de Janeiro várias disputas até ser eleito deputado para visitar os filhos. Em 1953 passa a federal, em 1913, quando mandou arrancar residir naquela cidade, no bairro de a placa de médico da sua porta e fugiu da Copacabana, casa de uma filha. Era leitor de clínica. Foi também deputado estadual. jornais, pela manhã o Diário de Notícias e à Entre outras atividades, era poeta e tarde O Globo. Morreu em 27 de dezembro costumava fazer sonetos corretos, com os de 1954. Em sua homenagem, Ruy Carneiro quais premiava os inimigos. Eça de Queiroz deu-lhe o nome de um grupo escolar. Foi e seus romances foram suas leituras sócio correspondente do Instituto Histórico preferidas até o fim da vida. Depois do e Geográfico Paraibano – IHGP. Publicou rompimento político com Epitácio Pessoa, Impaludismo no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: passou a utilizar a seção de sátira de O Is.n.I, 1901. Redatora: SFPB Jornal, Referências: Carvalho, que dirigia com Rodrigues de para atacar seus inimigos, ALMEIDA, Horácio. Brejo de Memórias de um município, 1958 utilizando-se do pseudônimo de Biête do Areia. PINTO, Luiz. Octacílio de Albuquerque. Época. Vida. Obra. Rio de Janeiro: Minerva, 1966. macaco. Contra José Américo de Almeida, utilizou o Correio da Manhã, folha de propriedade de Ruy Carneiro. Segundo seus 19 ALBUQUERQUE, Salvador Henrique Lucena, Edgard Dantas e Mardokeu Nacre. de – (* 1813, João Pessoa-PB – + 1880, Participou ativamente da animação cultural Olinda-PE). Colaborou na imprensa da da imprensa paraibana no alvorecer na arte Paraíba, na redação da revista Alva e em moderna. Em 1922, casa-se e volta à vida periódicos de Pernambuco. Autor do Breve dos engenhos, mas sem abandonar os Compêndio de Gramática Portuguesa, Novas estudos. Matricula-se na Faculdade de Cartas, Breve Compêndio de Doutrina Cristã, Direito do Recife, concluindo-o em 1930, Compêndio de Geografia Universal, Noções de quando se transfere para a capital, onde Geografia, Resumo de Aritmética, Resumo das exerce a advocacia até 1947. Na década de Quatro Operações e Bosquejo Histórico da 50, retorna a João Pessoa e torna-se um Paraíba. revolucionário da vida intelectual, fundando Referência: várias revistas como Reação, da Academia ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. Paraibana de Letras. Dirigiu O Estado da Paraíba. É pioneiro na história dos livros na Paraíba, ao publicar a obra de referência MARTINS, Eduardo. Primeiro jornal paraibano: apontamentos históricos. João Pessoa: A União, 1976. obrigatória aos estudiosos da leitura Contribuição para uma bibliografia paraibana, em ALMEIDA, Alonso de – Diretor de A que apresenta as publicações dos paraibanos Gazeta Paraibana. e da Paraíba por quase dois séculos. Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico ALMEIDA, Horácio de – (* 21.10.1896, Paraibano (IHGP) e da Academia Paraibana Areia-PB – + 05.06.1983, Rio de Janeiro- de Letras. Em 1958 escreve Brejo de Areia, RJ) Estuda as primeiras letras na terra natal, obra memorialista, uma mistura de história onde permanece até os vinte e dois anos, e ficção, que marca sua volta às letras. Sua dedicando-se aos trabalhos do engenho do pai, Rufino Augusto de Almeida, produção é vasta e centra-se principalmente e em livros sobre a história da Paraíba e convivendo com a riqueza da tradição oral dicionários. História da Paraíba. 2 volumes, que lhe dá sensibilidade para as pesquisas João Pessoa: EDUFPB, 1978; Dicionário do Romanceiro popular e da Literatura de popular paraibano. João Pessoa: EDUFPB, Folheto. Inicia-se na arte literária, na época 1979; Dicionário de termos eróticos e afins. do curso secundário no Liceu Paraibano, 2.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, participando da criação da revista Era Nova 1981; Catálogo de dicionários portugueses e ao lado de Sinésio Guimarães, Severino 20 brasileiros. Rio de Janeiro: Companhia Nova, que fez época no Estado, no Brasileira 1983. Governo de Sólon de Lucena. Apareceu, Biografou Augusto dos Anjos e Pedro então, o cronista impregnado dos puristas Américo. da língua, influenciado pelos clássicos Referência: portugueses e por Ruy Barbosa, entre os SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. nacionais. José Américo publica também de ALMEIDA, Artes José Gráficas, 1922, que firma-se em sua carreira de (*10.01.1887, Areia-PB – + 10.03.1980, escritor intervindo na produção intelectual João Pessoa-PB). Filho de Inácio Augusto paraibana, com publicações em quase todos de Almeida e Josefa Leal de Almeida. Ele os cem números dessa revista, até 1926. A deixa o engenho onde nascera a convite do revista Era Nova possuía uma separata, seu tio padre, Odilon Benvindo de Almeida, intitulada de “Novela”, que era reservada que o leva, após a morte de seu pai para o aos novos escritores e poetas paraibanos, seminário. A educação recebida garante-lhe estimulados, assim, a manifestar o seu vaga para o preparatório realizado pelo talento literário. E é através desse projeto Liceu Paraibano, para ingresso na Faculdade editorial que o escritor publica seu primeiro de Direito do Recife, onde se torna bacharel livro, Reflexões de uma cabra, em 1922. Ele em 1908. Ser homem de letras sempre foi mesmo não atribuía maior valor a esse seu desejo, quando indagado sobre o que trabalho de estréia na ficção. Escreveu às queria ser quando crescesse. A vocação para pressas, jornalista vem à tona em 1907, ao editar, em produções feitas primeiramente para os Areia, com Simão Patrício e Eduardo folhetins dos jornais, para atender ao Medeiros, o jornal Correio da Serra. E fez pedido do suplemento literário. Essa novela poesia, sendo desse tempo alguns sonetos conta a história do ex-seminarista Zé divulgados Paraíba. Fernandes que rompeu o noivado com Escreveu em jornais do interior e da Maria Anunciada, deixando o sertão onde Capital. vivia, por causa da seca, quando migrou Almanaque da de com o surgimento da revista Era Nova, em – no Américo nos jornais A Imprensa e O Norte e, mas é como era característica das tarde, para a Capital do Estado. Aqui encontrou escrevendo artigos literários na A União e vários colegas de seminário, que também como assíduo colaborador da revista Era haviam deixado a batina. Depois viajou para Retomou essa atividade mais 21 São Paulo, lá se casou com outra moça, e Modernismo brasileiro, inaugurando o ciclo nasceu o primeiro filho do casal, Amaril. O do “romance nordestino” dos anos 30. O menino adoeceu de gastrenterite e só se enredo baseia-se no êxodo da seca de 1898, curou com leite de cabra, a “tal cabra, que descrito como "(...) Uma ressurreição de passou a heroína da novela” e para cujo cemitérios antigos - esqueletos redivivos, animal a mãe agradecida arranja um com o aspecto e o fedor das covas podres companheiro, pedindo ao marido que lhe (...)". Obra-prima do romance regionalista compre um bode do seu sertão. Segundo moderno, hoje com trinta e duas edições em Joacil Pereira de Brito “essa primeira obra língua portuguesa, edição crítica e versões do ficcionista, feita em poucos dias, era em espanhol, francês, inglês e esperanto. apenas um esboço do talento americista que Sua obra, com dezessete títulos, abriga se manifestaria com toda força no ensaio A ainda ensaios, oratória, crônica, memórias e Paraíba e seus Problemas (1923) e no romance poesia. A história se passa entre 1898 e A Bagaceira (1928), saudado por Tristão de 1915, os dois períodos de seca. Athayde, artigo de A vocação de escritor jornalista se mostrará “Romancista ao mais uma vez em 1957, com a publicação Norte”. Ainda segundo o historiador, essa na revista O Cruzeiro, da série de crônicas sua primeira produção literária apresenta Sem me rir, sem chorar. Segundo Deusdedit um tanto de humor que, “filosoficamente é Leitão esse é o título que José Américo o exagero conjugado com a malícia, desejara há muito tempo dar a uma de suas produzindo uma percepção a um só tempo obras. A revista Era Nova, de 01 de junho aumentativa e pejorativa da realidade”. Por de 1922, anunciava-o como sendo de um outro lado, empregou largamente a ironia e livro de crônicas. Como naquela época as a sátira. Para ele, o humor de José Américo revistas e periódicos, ao mesmo tempo em “revela-se, por sinal, na duplicidade e no que divulgavam as obras de ficção também contraste, no impacto e na contrafação se encarregavam de divulgá-las e propagá- presentes desde os seus primeiros escritos”. las, principalmente no que diz respeito à Após a publicação de A Paraíba e seus participação do leitor, em 01 de julho de problemas (1923), José Américo de Almeida 1922 a revista Era Nova exibia o interesse volta à ficção, com o conhecidíssimo do público pelo surgimento da obra. romance A Bagaceira, em 1928, que se Esse interesse, como era corrente, também tornou o marco inicial da segunda fase do foi reproduzido em notas pelo jornal O repercussão em consagrador nacional 22 Norte. Mais uma vez a Era Nova, n.30, no quatro crônicas de José Américo, ex- dia 15 de julho do mesmo ano, pedia aos deputado, leitores que aguardassem o Sem me rir, sem governador, ex-tudo politicamente falando chorar, em anúncio em um canto de página. – um homem a quem o Brasil sempre Na seção Livros e Revistas, contudo, vê-se a encontra à mão para servi-lo. É o romance informação de que a impressão do livro pela da vida, aos pedaços, neste Brasil que é uma Imprensa “muito pilhéria, como ele próprio o classificou em adiantada”. A revista esperava lançá-lo “por carta que dirigiu ao Deputado Pereira Diniz. todo o fim de agosto ou princípio de ‘São setembro”, daquele ano, ao mesmo tempo memórias por seu tom anedótico. Virão que indicava ser a obra uma coletânea de depois, no mesmo tom, perfis, história crítica. Os meses se passaram até que, em política, costumes, tudo que testemunhei 24 de dezembro de 1922, é noticiado o nos vários planos da minha vida”. Aquelas adiantamento da composição pela Imprensa que foram anunciadas apenas com o Oficial, daquele que seria o primeiro livro número editado pela nova empresa. A despeito de ampliadas e deram lugar à publicação de nunca ter saído a obra tão anunciada, José vinte e cinco, sendo a última delas publicada Américo guardou o título para tornar a usá- apenas em 28 de dezembro de 1957, sem a lo na década de 50, na série de crônicas que regularidade semanal da revista. A série de publicaria em O Cruzeiro. crônicas se transformaria em livro póstumo, Assim, no dia 29 de junho de 1957, a publicado pela fundação que leva o seu famosa revista O Cruzeiro, do também nome, apenas em 1984. paraibano Assis Chateaubriand, que naquele Escreveu em todos os gêneros literários. momento se consagrava por publicar e Revelou-se “nessas múltiplas facetas o congregar e jornalista e panfletário, o ensaísta de fôlego jornalistas brasileiros, divulgou a primeira e o cronista amemo”, o sociólogo e crônica da série intitulada Sem me rir, sem ficcionista que dominou a novela e criou o chorar, escrita por José Américo de Almeida. moderno romance nordestino de sabor Com o título de “Homem de Letras”, a regional. revista assim se referiu à matéria que Publicou: Reflexões de uma Cabra (1922); A começava Cruzeiro Paraíba e seus Problemas (1923); A Bagaceira apresenta, a partir de hoje, uma série de (1928). O Ministério da Viação (1934), Coiteiros Oficial, os a se melhores publicar: achava escritores “O 23 ex-senador, episódios de ex-ministro, destacados quatro de crônicas, ex- minhas foram (1934), O Boqueirão(1935), As Secas do Direito do Recife, de onde saiu formada e Nordeste (1935), Entrevistas e Discursos (1945), laureada, em 1912, obtendo também o Ocasos de Sangue (1954), Discursos do seu Tempo prêmio de viagem à Europa. Como (1965 e 66), A Palavra e o Tempo (1965), Ad quartanista de Direito, advogou no crime, Imoratalitatem (1968), Eu e Eles (1970), Quarto na cidade de Pau d’alho, em Pernambuco. Minguante (1975), Antes que me Esqueça (1978) Em 1913, no Governo Castro Pinto, fez e Sem Rir sem Chorar (1984), livro póstumo conferência públicas, no Teatro Santa Rosa, que reuniu crônicas publicadas na revista O sobre “Direitos da Mulher” e escreveu, no Cruzeiro. Ainda se poderia acrescentar Jornal A União, crônica assinada com o trabalhos jornalísticos e poesias diversas pseudônimo de Paraguaçu. Na Escola publicadas na revista Era Nova e em Normal matutinos de João Pessoa. Redatoras: FSe professora, e SFPB. Desenho, Francês, e História da Civilização, Referências: sendo, em 1917, nomeada professora AGUIAR, Wellington. Apresentação. In: Sem rir, sem chorar. João Pessoa: Fundação Casa de José Américo, 1984. efetiva da cadeira de Português. Redator: SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A União – 1994. Referências: PEREIRA, Joacil de Britto. José Américo de Almeida: a saga de uma vida. Brasília: Instituto Nacional do Livro: Senado Federal, 1987. A União, João Pessoa de 1930/1940. desta Capital ensinou as cadeiras de como Português, FS Revista Manaíra João Pessoa, junho de 1940. N. 08 pág. 03 A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940. AMÉRICO, Pedro – Ver MELLO, Pedro Revista IHGP, João Pessoa, A UNIÃO, Imprensa Oficial, 1910/1940. Américo Figueiredo. ANDRADE, Jader – Redator de O AMSTEIM, Catarina de Moura – (* Combate, que foi incendiado em 28 de julho 20.12.1882, Paraíba). Foram seus pais de 1904. Misael ANÍSIO, Monsenhor Pedro. Ver do Rêgo Moura e Francisca Rodrigues Chaves Moura. Fez seus estudos primários e secundários na Escola Normal ANJOS, Aprígio Rodrigues de Carvalho Oficial, onde recebeu o diploma de dos – (* Sapé). Colaborou nos jornais de professora normalista, em 1902. Feito o sua época. curso de preparatórios no Liceu Paraibano, ANJOS, Augusto de Carvalho Rodrigues matriculou-se em 1908, na Faculdade de 24 dos – (* 20.04.1884, Espírito Santo-PB - + professor interino e também no Colégio 12.11.1914, Leopoldina-MG). Publicou seu Pedro II. Sua estadia no Rio foi precária. primeiro trabalho literário “Saudade”, no Em 1912, publica em uma edição particular Almanaque do Estado da Paraíba, em 1900 e, o seu único livro de poesias Eu, que teve em 1901, inicia uma colaboração regular no “acolhida jornal O Comércio, dirigido por Arthur segundo Andrade Muricy. Ao tentar rastrear Aquiles. Sua formação foi autodidata e os “complexos caminhos da formação de pouco sabe-se dela. Em 1903, ingressa na uma mentalidade”, Zenir Campos Reis tem Faculdade ali que se voltar para a suas publicações concluindo o curso vago, em 1907, sem dispersas, sobretudo nos periódicos, a que o obrigatoriedade de freqüência. Seus poemas historiador chama de “elemento fluido”. usualmente e No exaustivo levantamento empreendido periódicos eram imitados e por isso foi lido por ZCR, este enumera apenas oito poemas e recitado antes mesmo de ter seu único do livro Eu, que não foram publicados em livro editado. Sua participação em jornais periódicos. Entre os títulos em que não se restringe à publicação de poesias, publicou estão Almanaque do Estado da mas também incluem crônicas, como a que Paraíba, O Comércio, A União, Terra Natal, O publica em O Comércio, de 07 de novembro Norte, e Era Nova, todos paraibanos; Fon-Fon de 1905, “Crônica paudarquense”. ! e A Época, no Rio de Janeiro e por fim a de Direito publicados do Recife, em jornais Esse desigual, porém marcante”, jornal, no qual Augusto dos Anjos colabora Gazeta desde 1901, publica como era comum à periódicos o lugar de principal suporte por época poesias de outros autores entre os onde foi difundida, divulgada e promovida a quais Cruz e Souza, Guerra Junqueiro, leitura literária no século XIX e início do Antonio Quental, XX, talvez se possa compreender a Raimundo Correia, Alberto de Oliveira, repercussão de sua obra, a partir de suas entre outros. Em 1909, passa a colaborar condições de leitura pelos leitores populares regularmente no Diário Oficial do Estado, A e de sua produção, demandando várias União. Casa-se com Ester Fialho em 1910, edições, muitas das quais, julgam os críticos nesse mesmo ano, após romper com o eivadas de erro devido a sua destinação governador, que lhe nega afastamento, parte popular. Nobre, Antero de para o Rio de Janeiro. Leciona Geografia na Leopoldina. Restaurando aos Em 1914, é nomeado diretor do grupo Escola Normal do Rio de Janeiro, como escolar Ribeira Junqueira, em Leopoldina, 25 Minas Gerais, onde também publica no do jornal O Conservador, dirigido por jornal Gazeta de Leopoldina. Ali veio a falecer Caetano Filgueiras, onde aprendeu o ofício de tuberculose, doença sem cura à época. A de tipógrafo. Colaborou na União Tipográfica notícia discreta e n´O Artista, este de propriedade do Centro repercussão e os estudos mais significativos Artístico. Revelando desde criança vocação sobre sua obra só começaram a surgir a para a poesia, chegou a ser um “dos mais partir da segunda edição de Eu, entre os populares poetas da sua terra”. Tanto na quais os de Gilberto Freyre e o de Tasso da Paraíba, como em Manaus e Belém, onde Silveira. Surpreendente, contudo, foi e é a também residiu, exerceu o jornalismo. repercussão de sua obra entre os leitores de Regressou à Paraíba em 1898. não podendo todo o país, de várias gerações e segmentos mais acomodar-se nela, voltou ao Pará onde sociais. Contudo, é notável a repercussão de foi assassinado no dia 02 de junho de 1901. seu suas poesias estão esparsas em jornais e de único sua livro morte de teve poesias, que é revistas do extremo norte. sistematicamente editado, com mais de quarenta edições, e estudado, sob vários ANJOS, Manuel dos – (* 12.02.1889, João ângulos e diversas correntes entre as quais a Pessoa-PB – + 24.10.1954, João Pessoa- psicanálise. Redatora: SFPB PB). Poeta e autodidata, Manuel dos Anjos Referências: Pereira CORREIA, Francisco J. G(Chico Viana). O evangelho da podridão: culpa e melancolia em Augusto dos Anjos. João Pessoa: EdUFPb, 1994. Sua carreira de jornalista tem início após o curso de humanidades no Liceu Paraibano, ao lado do seu pai, Antonio Bernardino dos Santos, como redator do jornal A Paraíba. Também dirigiu O Comércio e A Voz do Povo. Sua participação também é registrada nos ANJOS, José dos – (* 1874, Paraíba – + jornais O Paraibano, onde em 14/09/1892 1901, Belém-PA). Filho de Plácida dos antes poemas de Fogo-PB – + 29.11.1916, Recife-PE). SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. paupérrimo, primeiros AQUILES, Arthur – (* 20.06.1864, Pedras REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977. Mulato seus publicados em A União. MURICY, Andrade. Panorama do movimento simbolista brasileiro. 2.ed. Brasília: CFC e INL,1973, V.2. Anjos. teve publica um elogio a Pardal Mallet. Este de jornal foi empastelado, como se usava concluir seu curso primário na escola do chamar na época, à intervenção do governo Prof. Alves Branco, foi levado às oficinas 26 com a depredação das oficinas e a detenção clerical, criticando a Igreja e o papel que dos diretores e empregados. O jornal, desempenhava nos assuntos da cidade, no crítico ferrenho do governo de Álvaro jornal católico A Imprensa. Já no século XX, Lopes Machado, era impresso na Tipografia em 28 de julho de 1904, de José Rodrigues da Costa. Juntamente empastelamento nos jornais O Combate, com Antonio jornal da mocidade republicana e O Bernardino assina o manifesto de 04 de Comércio. Ao lado de Coriolano de Medeiros, novembro de 1892, que informa aos Celso assinantes e leitores do jornal O Paraibano, a Rodrigues de Carvalho criou o periódico ação arbitrária de Álvaro Machado. A ação independente Jornal do Comércio, que teve comandada por Antonio Baltar repercutiu vida breve. No Recife, participava das rodas em todo o Brasil, principalmente na capital, literárias do Café Chic. Sob o pseudônimo onde o assunto foi discutido pelos jornais O de Rostand, manteve uma coluna chamada País e Cidade do Rio. A Arthur Aquiles e de “Estrada do carro”, que se dedicava a Eugenio Toscano foi concedido um hábeas vários corpus preventivo, para defendê-los das literatura e religião. Redatora: SFPB Eugenio Toscano e ameaças explícitas a sua pena oposicionista. assinar a coluna “Calúnia Oficial”. Também Paraibano e na Gazeta da Paraíba, jornal à ARAÚJO, trabalharam os jornalistas Eugênio Toscano, Colaborador Júnior, Eduardo de O Marcos Sorriso, de que – foi substituído em 1887 pelo Arauto Paraibano. Afonso Almeida e Eduardo Marques. Participou do Clube Literário Recreativo Devido ao uso do anonimato e de (1880), fundado com o propósito e pseudônimos fica difícil identificar, entre a que arte, Gazeta da Paraíba 700 exemplares ao dia. Nele, também literária política, José O Paraibano. época de grande circulação, com tiragem de produção como, e SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. trabalhou na Gazeta da Manhã, no Liberal Cordeiro assuntos Barreto MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da Misericórdia. João Pessoa: SEC, 1978. Oficial. Ao voltar a publicar ele passa a Bernardino, Rocha Referências: O governo do estado utilizava o Correio Antônio Mariz, sofre novo promover a educação popular. Em 1883, o circulou clube inaugura a sua biblioteca que é doada, abundantemente naquele jornal, a produção por falta de recursos, à Loja Maçônica do jornalista. Também foi considerado anti- Lealdade e Perseverança. 27 Referência: SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A União – 1994. ARAÚJO, Fernando Coelho de – Colaborador de A Gazeta Paraibana. ARAÚJO, José Peregrino de – Redator de O Liberal Paraibano, que veio substituir A União Liberal, em 1879 e circulou até 1879. ARAÚJO, José Pereira de – Redator de O Liberal Paraibano, jornal do Partido Liberal. ARAUZ, Ignácio – Colaborador, na crítica política, de O Sorriso, que foi substituído em 1887 pelo Arauto Paraibano. AZEVEDO, Francisco João de – (04.03.1814, Paraíba – ) AZEVEDO, J. Soares de – Colaboração assídua em A Imprensa, 1987. 28 tanto por alunos paraibanos quanto por B aqueles que residiam no vizinho Estado do Rio Grande do Norte. Em decorrência da seca que assolou o Estado, no ano de 1898, Antônio Gomes viu-se obrigado a fechar o BALTAR, Alcides Ferreira – (* seu educandário e emigrar para o Rio 12.10.1877, Espírito Santo - + 1918). Desde Grande a juventude Alcides revela-se poeta, lírico e Mossoró, em 1900. Antônio Gomes era satírico, publicando seus textos em revistas autodidata e poliglota. Além de professor, e jornais, ganhou notoriedade com o poema era poeta satírico, jornalista polêmico e Tamar. combativo. Foi advogado e promotor sem do Norte, instalando-se em ser bacharel. Foi deputado provincial por BAPTISTA, João Antonio – Redator de duas legislaturas (1901/1904 e 1908/1911), Jornal da Parahyba, que circulou de 1862 a faleceu 1890. no exercício do mandato. Republicano, ao lado de Epitácio Pessoa, BARBOSA, Florentino (Pe.) – Diretor de Castro Pinto e Argemiro de Souza, prestou A Imprensa, 1987. relevantes serviços jornalísticos a sua terra. BARONESA DO ABIAHY – Foi redator do Jornal O Estado da Paraíba; Ver redator-chefe CAVALCANTE, Leonarda Merandolina B. de O Mossoroense e colaborador de O Combate e O Eco. Também BARRETO, Antônio Gomes de Arruda dedicava-se à poesia satírica, arma utilizada – (* 1856, Pedra Lavrada-PB, – + 1909, para atacar os adversários políticos do seu João Pessoa-PB). Era filho de Antônio tempo. Entretanto, segundo Oscar de Gomes Barreto e de Ana de Arruda Castro, seus versos eram cheios de um Câmara. Homem inteligente e de caráter humor sadio, que não chegavam a provocar nobre, magistério, ódios ou melindres justificados. Publicou especialmente, à educação dos jovens também em O Comércio. Era tenente-coronel sertanejos. Em 1875, seguiu para Catolé do da Guarda Nacional, membro do Instituto Rocha, fixando-se, aí, onde formou a sua Histórico e Geográfico Paraibano. Publicou família. Em 1897, fundou o Colégio Sete de em jornais muitas poesias, usando sempre Setembro em Brejo do Cruz, primando pela os pseudônimos Pincelle e F. Santarém. qualidade, o seu Colégio era procurado Também escreveu uma gramática latina Da dedicou-se ao 29 arte latina e Um tratado de Direito, Alegações cotidiano de uma família, tratando o sexo finais. como elemento corruptor da moral. A Referências: concepção BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil; vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. delineada na descrição de ambiente, no aparentemente naturalista relato de cenas eróticas, no questionamento sobre a autopunição e na caracterização de CASTRO, Oscar Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: 1955. tipos humanos, não é fruto do ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro. Livraria Editora Cátedra. 1984. determinismo biológico dessa corrente http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira09.htm justificar a conservação dos padrões éticos – BARRETO, (* religiosos. Outras obras: A sombra de 29.02.1898, Guarabira-PB – + 19.01.1986, gameleira (1961), Nos Arcanos do Império Areia-PB). De família religiosa, com tio (1981), O meu mundo é assim (1983). Redator: padre e pais conservadores, recebe uma FS educação rigorosa, estudando no Colégio Referência: das Neves em João Pessoa, onde conclui o SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. A UNIÃO João Pessoa 1994. Ezilda Milanez – literária antes funciona como pretexto para sociais curso normal. Sonha, desde a juventude, escrever um livro, mas a consciência da falta dogmas Eutiquiano, faz os estudos primários na sua magistério, às obras beneficentes da casa de cidade natal. Quando ginasiano edita e São Francisco e à leitura de clássicos da dirige os jornais estudantis A Época (1912) e literatura Universal. Colaboradora do jornal O Chique (1913 a 1917) e, no período de O Areiense, escreve artigo como “Nossos caminho dos Filho de Eutiquiano Barreto e de Clara Transferindo-se para Areia, dedica-se ao “O valorização (* 01.06.1897, Paraíba – + Teresópolis-RJ). critica atrasam, por vinte anos, este projeto. irracionais”, a BARRETO, João da Silva Guimarães – de amadurecimento literário e o receio da irmãos e 1915 a 1929, colabora em diversos órgãos da da imprensa nordestina. Advogado de fama, Fraternidade e sua Verdade”, evidenciando formado pela Faculdade de Direito do uma temática voltada para religioso e os Recife, professor, e jornalista, transfere-se, bons costumes, com profunda intenção como Fiscal do Consumo para São Paulo e, moralizante. E “A luz brilhava nas trevas” posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde (1940), seu primeiro romance, descreve o vive até a sua morte. Bibliófilo, chegou a 30 colecionar uma biblioteca de cerca de em 1911, aos 20 anos de idade. Sua primeira 20.000 exemplares, que foram doados à função pública foi como professora de UFPB. Esse acervo primeiramente deu primeiras letras na fazenda experimental de origem à Fundação Paraibana do Livro e Espírito Santo. Contudo, sua maior paixão funcionava em um prédio da Biblioteca foi o ensino profissional onde, em 1923, aos Central daquela universidade. 32 anos de idade, é aprovada em concurso Referência: de âmbito nacional, a nível federal, para a SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. cadeira de Português, nível médio, no então BARRETO, Jonathas de Mello – (* também lecionou em outras escolas, deu 09.03.1857, Paraíba). Alistou-se no exército aulas na Academia de Comercio Epitácio em 1879; 1º tenente de artilharia em 1889; Pessoa entre os anos de 1930 e 1940, capitão, em 1890; coronel em 1913. Tem o ensinando curso de artilharia e foi professor de inglês disciplinas, por pouco tempo, também da Escola Militar. Publicou vários artigos no exerceu Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, muito Assembléia Legislativa. Como professora, dos quais traduções. fez parte da primeira diretoria da sociedade Referência: dos professores primários. Em 1930, Liceu Industrial, Aprendizes antiga Artífices. Analice taquigrafia, a função Escola de entre de Caldas outras taquigrafa na participou ativamente das manifestações em BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil. vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. prol da Aliança Liberal, idealizando a chamada Campanha dos Mil Reis Liberal, BARROS Analice de Caldas – (* onde 30.11.1891, + conclamados a ajudar o Governo do Estado 15.02.1945, Lagoa Seca-MG). Filha de para adquirir munição destinada a sustentar Manoel Paulino Correia de Barros e Ana a luta de Princesa. Analice Caldas também Salvina de Caldas Barros. Inteligente, logo não se deixou prender-se somente ao cedo se destacou no aprendizado das magistério, indo buscar na literatura outros primeiras curso pendores para seu espírito. Cultora das primário, transferiu-se para João Pessoa em letras colaborou em revista e jornais de busca de melhores trunfos, onde se nossa cidade, numa linguagem sutil e matriculou na Escola Normal Oficial do interessante. No ano de 1921, iniciou a Alagoa letras. Nova-PB Concluído – o Estado, recebendo o diploma de professora 31 todos os paraibanos eram colaboração nas edições iniciais de O Paraibana Pelo Progresso Feminino que Educador, dos exerce uma incontestável liderança em prol professores primários; em 1922, em O da emancipação da mulher. Em 1936 foi Progresso, de Alagoa Nova, ao lado de Eudes admitida como sócia efetiva do Instituto Barros e João Guimarães, editado por Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP). comemoração Proferia órgão Independência de ao e em divulgação centenário freqüentemente palestras em Agrícola, associações culturais e clubes de serviço, fundado por Diógenes Caldas. No ano de como o Rotary Club da Paraíba, o IHGP. 1923, escrevia para a revista Era Nova onde Sabemos que ela deixou pelo menos um tinha uma coluna chamada “Álbum de estudo inédito, impedida de publicar em Mlle”, de virtude do trágico acidente que lhe tirou a culturais, vida, quando voltava do Rio de Janeiro. artísticos, políticos e sociais do Estado. Nessa viagem, trazia consigo os originais Nessa mesma época, Analice participou da desse livro que tencionava editar sobre a Folha, publicada em Alagoa Nova, onde genealogia de sua família, cujas pesquisas divulgou as idéias feministas ao lado de haviam sido realizadas no Arquivo Nacional Marieta Bezerra, Flaviana Costa, Elisa do Rio de Janeiro. Na verdade, ela buscava Cunha, e Jane Ribeiro. Ainda como novos dados para ultimar uma pesquisa jornalista, colaborou em jornais e revistas da sobre Paraíba e de outros Estados, a exemplo das Apontamentos para a História da antiga vila de revistas, Ilustração, Flor de Liz, com artigos e Alagoa Nova. Trabalho esse, apresentado por poesias e nos jornais A União e A Imprensa, duas horas em forma de conferência no onde a Associação Paraibana pelo Progresso instituto Histórico e Geográfico, em 9 de Feminino manteve a “Página Feminina” até julho de 1939, na posse da advogada Lylia 1939, uma coluna quinzenal de divulgação Guedes. Ao falecer em 1945, aos 54 anos de das idéias da APPF. Além desses, colaborou idade, ainda fazia parte do quadro de nos jornais O Jornal do Comercio e no professores Aprendiz, órgão de publicação oficial da deixando um legado de mais trinta anos de Escola Industrial de João Pessoa. Em 1933, experiência como educadora. Boa parte juntou-se ao grupo idealista juntamente desse tempo foi dedicado ao ensino com Albertina Correia Lima, Lylia Guedes profissional, numa demonstração de que entre outras e fundam a Associação não se cansava em exercer a profissão que continha personalidades dos Paraíba da depoimentos meios 32 a sua terra dessa natal, Escola intitulado Industrial, lhe elevou o espírito e a projetou no seio da Portugal, na cidade do Porto, colaborou no sociedade letrada de sua época. Sua Diário Mercantil, no jornal Nacional e redigiu e memória é lembrada, em projeto de lei que fundou com Luiz Pereira Ferraz as Distrações de 1948, apresentado pelo vereador Mário Literárias. Voltando ao Brasil, deixa os Antônio da Gama e Melo, denominado estudos de lado para se dedicar ao Profa Analice Caldas, a uma das ruas da jornalismo, desempenhando a função de cidade de João Pessoa. Na homenagem de redator em vários periódicos da Paraíba, sua cidade natal, seu nome foi dado a onde também foi diretor da Gazeta do Biblioteca Municipal, poucos depois de sua Comércio e Redator de A Philipeia, revista morte. literária, Na frontispício capital, de um é lembrada grupo no comercial, agrícola, política, escolar, religiosa, científica, artística, industrial e homenagem da Secretaria Educação, na humorística. Também redigiu para jornais época que seu primo, o Cônego Eurivaldo do Amazonas e de Pernambuco. Após se Tavares Caldas, era secretário de educação fixar em João Pessoa torna-se conhecido de João Pessoa. Redator: FS por sua atuação na imprensa e nas artes cênicas, tendo escrito vários dramas e Referências: comédias, entre as quais tiveram grande SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. prestígio Depois da lua-de-mel e O Queimado Sr. SILVA, Favianni da. A Eva do século XX: Analice Caldas e outras educadoras - 1891/1945 / Favianni da Silva. – João Pessoa, 2007. Bittencourt. No campo das artes cênicas, Praxedes, segundo afirma Liberato chegou a ser diretor do Teatro Santa Rosa. Segundo o ilustre biógrafo, em 1914, SOUSA, Evandro Mangueira de. Analice Caldas: Educadora e Cidadã (1911-1945). Coluna Brasil 500 Anos, IN: O Norte, João Pessoa, 07 de março de 1999. Francisco Barroso teria pronto e inédito o romance de costumes A princesinha. Foi TAVARES, Eurivaldo Caldas. Duas Vidas a Serviço da Paraíba. Diógenes e Analice Caldas João Pessoa A União Cia Editora – 1976. sócio fundador do Instituto Histórico e A União, João Pessoa de 1930/1940. Referência: A Imprensa, João Pessoa 1928/1940. BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil. vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. Geográfico Paraibano - IHGP. BARROSO, Francisco Joaquim Pereira – (* 10.04.1856, Mamanguape-PB – + BASTO, Job Paciente – Proprietário de O 10.1929, Mamanguapense, de 1863. João Pessoa-PB). Teatrólogo, jornalista e romancista. Indo estudar em 33 BELLI, Nicola de – Redator de O Boêmio, Estadual na legislatura 1920-1923, e Diretor do Clube Recreativo Plana Boêmia. do Arquivo Nacional de 1922 até 1938, quando faleceu. BENVINDO, Antônio (* Areia-PB – + 28.09.1951, João Pessoa-PB). Jornalista e Dedicou-se aos estudos e à pesquisa, professor, publica em 1923 Sady Castor, uma intensificando a sua produção científica e novela passional. literária. Alcides Bezerra foi jornalista, crítico, historiador, folclorista, novelista, e, Referência: acima SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. de tudo, filósofo com nítida influência de Bérgson e Spencer. Presidiu a Academia Carioca de Letras e a BELMONT, Augusto – Colaborador de Sociedade dos Amigos de Alberto Torres; O Comércio. Órgão das classes conservadoras era membro dos Institutos Históricos de do Estado da Paraíba. Incendiado em 28 de São Paulo, Pará e Ceará; da Sociedade julho de 1904. Brasileira de Geografia, da Sociedade BEZERRA, Brasileira de Filosofia e da Sociedade Alcides – (* 24.01.1891, Capistrano de Abreu. Ingressou no Instituto Paraíba – + 29.05.1938, Rio de Janeiro-RJ). Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP) a Era filho de João Perdigão Bezerra Cavalcanti, nascido em Bananeiras, 24 de maio de 1914. Foi prefaciador de e documentos importantes editados pelo Phelonilla Clara Bezerra Cavalcanti, nascida Arquivo Nacional sobre D. Pedro II, na capital do Estado, pertencente à família Francisco de Lima e Silva e a Imperatriz Carneiro da Cunha. Fez o Curso de Leopodina, além de ter publicado por esta Humanidades no Liceu Paraibano entre repartição várias biografias. Além disso, sua 1903 e 1907, matriculando-se em seguida na vasta produção inclui crítica, romance e Faculdade de Direito do Recife, onde se história. Ensaios de Crítica e Filosofia. Paraíba: bacharelou em 1911. Quando volta, ingressa Imprensa Oficial, 1919; Maria da Glória na vida jornalística da Paraíba. (novela). Paraíba: Edição Filipéia, 1922; A Exerceu os seguintes cargos públicos: Paraíba na Confederação do Equador. Rio de Procurador da República, Promotor Público Janeiro: adjunto da Capital, Promotor Público de Arquivo Nacional, 1925; Os Historiadores do Brasil do Século XIX. Rio de Catolé do Rocha, Inspetor Geral do Ensino, Janeiro: Secretário da Imprensa Oficial, Deputado Conferências. 34 Arquivo Rio Nacional, de Janeiro: 1927; Arquivo Nacional, 1928; Ensaio Biográfico de Marcílio Bananeiras de 1833 a 1916, substituído por Dias. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, Era Nova. 1928; A Evolução Científica do Direito. Rio de BONAVIDES, Aluísio Fernandes – Janeiro, Ed. Biblos, 1933; A Filosofia na Fase Nasceu em Patos, 1889, filho de Fenelon Colonial. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, Bonavides 1935; Sílvio Romero, o Pensador e o Sociólogo. Hermínia Fernandes Bonavides. Fez as primeiras letras na cidade Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1935; natal. Ainda menino, transferiu-se para Achegas da História da Filosofia. Rio de Fortaleza, onde passaram a residir sua mãe, Janeiro: Arquivo Nacional, 1936; Biografia viúva, e seus irmãos. Concluídos os estudos Histórica do I Reinado a Maioridade. Rio de secundários, Janeiro, 1936; Vicente Licínio Cardoso - sua matriculou-se no Liceu Cearense. Ingressou no jornalismo, atuando concepção da vida e da arte. Rio de Janeiro: em vários jornais de Fortaleza. Entre suas Imprensa Nacional, 1936; O Visconde Cairu atividades jornalísticas destaca-se o exercício – vida e obra. Rio de Janeiro: Arquivo dos cargos de Redator-Secretário do Correio Nacional, 1937 e O Visconde de Taunay – vida do Ceará; Redator-Secretário do jornal e obra. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, Unitário; Redator do jornal O Povo e Diretor- 1937. Redatora: SFPB Secretário de O Democrata, todos da capital Referências: cearense. ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. Livro do http://ihgp.net/memorial2.htm e Foi durante vários anos correspondente do jornal O Globo e outros jornais IHGP. naquela universitário, capital. lecionou na Professor Escola de Administração do Ceará. Foi um dos SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. fundadores da Associação Profissional dos BEZERRA, Ildefonso – Poeta e prosador. participado de sua primeira diretoria, como É redator do jornal O Parafuso, em 1905. membro do Conselho Fiscal. Foi Secretário Jornalistas do Ceará, criada em 1944, tendo do Governo, na Administração Faustino de Referências: Albuquerque. Durante algum tempo dirigiu SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. a revista Panorama, de sua propriedade. BEZERRA, José – Redator-secretário de deputado Paes de Andrade, ao tempo em O Farol, semanário que circulou em que este Presidiu a Câmara dos Deputados. Fixando residência em Brasília, assessorou o 35 BORBA, José de. Colaborador de O Janeiro, onde se diplomou em Medicina, no Comércio. Órgão das classes conservadoras ano de 1879, defendendo tese sobre o do Estado da Paraíba, incendiado em 28 de beribéri, voltando a residir na Paraíba, julho de 1904. dedicou-se à medicina, ao magistério e ao jornalismo. Foi nomeado Inspetor da Saúde BOTELHO, Leônidas de Lima – (* Pública e do Porto; exerceu as funções de 20.06.1895, João Pessoa-PB). Diplomado Vacinador Provincial, Diretor do Serviço em ciências e letras, torna-se poeta e Médico da Santa Casa de Misericórdia, colabora com as revistas Cidade Mauricéia e Cirurgião-Mor da Província; Médico Legista Jornal Pequeno (Recife), Mocidade Acadêmica da Polícia da Estrada de Ferro Conde D’Eu. (Juiz de Fora) e Manaíra. Era sócio correspondente da Sociedade de Referência: Medicina Cirúrgica do Rio de Janeiro; SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Professor de Trigonometria, Pedagogia, Ciências Físicas e Naturais, Geografia, Álgebra, Biologia e História Natural. Foi, BRAGA, João Joaquim da Silva – Editor também, Diretor da Instrução Pública, de O Liberal, de 1877. Diretor da Escola Normal e do Lyceu. Era BRITO, Eugênio Toscano de – (* considerado o terror dos estudantes que 10.10.1850, João Pessoa-PB – + 31.01.1903, não gostavam de estudar. A sua participação João Pessoa-PB). Filho do Comendador em bancas de exames era um sucesso pelo Felizardo Toscano de Brito e D. Eugênia número de reprovações. Era o carrasco da Accioli Toscano de Brito. Ainda acadêmico mocidade que não gostava de estudar, fez parte de uma revista mensal de ciências, possuindo letras e artes, denominada A Idéia, cujo matérias que lecionava no Lyceu, álgebra, primeiro número apareceu no Rio de latim, inglês e geografia, além de outras em Janeiro em 1 de julho de 1874. O seu que se considerava preparado. Revelou-se grande campo de ação foi a imprensa, competente em pedagogia. Filho do chefe adaptando à Paraíba os primeiros moldes de do partido Liberal foi, entretanto, Eugenio, jornal moderno, criando e dirigindo a mau político, não obstante ser excelente Gazeta da Parahyba. Casado com D. Josefina cidadão. Segundo Martins, desde que não Roy Toscano de Brito. Fez o curso primário podia aceitar fatos consumados, não se e os preparatórios na Parahyba, capital do alinhava em conchavos, não conhecia ardis Estado, seguindo, depois, para o Rio de 36 sólido conhecimento nas para fazer eleitores, ficou Referências: reputado BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil. pernicioso à política, condenou-se desde logo, por sua sinceridade, a não atingir altos CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955. cargos, mau grado sua competência, seu amor à terra natal e a sua honestidade. Teve, MARTINS, Eduardo. A tipografia do Beco da Misericórdia, 1978; portanto, que clinicar, fonte que lhe LELIS, João. Maiores e menores M, JRC. Dr. Eugenio de Brito. Almanach do Estado da Parahyba, 1914. ofereceu sólidas amizades e simpatias”. Participou de Idéia, revista literária e de O Paraibano. Fundador de A Gazeta da Paraíba, ;http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira15.htm jornal que, sob a sua orientação, passou a ter uma imagem mais moderna, inovando a BRITO, Felizardo Toscano de – (* 1814, linha mais Mamanguape-PB – + 29.11.1876, Paraíba). independente, abordando temas polêmicos, Desde cedo passou a residir na Capital da revolucionando toda a técnica conservadora província, dando início a uma carreira que o da época, o que não agradou aos chefes projetaria como vulto de maior expressão políticos, que preferiam o regime antigo, a na vida pública da Paraíba. Mesmo antes de orientação oficial. A Gazeta estava no conquistar o seu título de Bacharel em apogeu, quando foi proclamada a República. Direito, na Faculdade de Direito de Olinda, A partir da dissidência com o governador em Venâncio Neiva, em 1891, fundou um partidária outro jornal, O Paraibano. Nas Revistas do Municipal de João Pessoa. Também nesse Instituto Histórico, encontram-se artigos da ano, foi aprovado em concurso público para autoria de Eugênio Toscano. Redatora: professor de retórica e poética do Liceu SFPB Paraibano. Segundo Leitão, “de toda a sua editorial que tornou 1838, atividade como ia adquirindo membro como da projeção Câmara homem destacada atuação na imprensa política da público o que mais caracterizou o seu província e dentro dessa orientação fundou admirável espírito empreendedor foi a sua o Argos Paraibano, periódico que funcionou passagem por duas vezes pela presidência de 1850 a 1854. Com o desaparecimento da província. Por duas vezes, como vice- desse jornal passou, em 1855, a organizar O presidente, teve a oportunidade de revelar a Comércio. Em 1859, voltava às lides da sua segura e eficiente orientação de bom e esclarecido administrador”. já imprensa paraibana com a fundação d´O Teve, ainda, 37 Despertador, foi esse jornal um dos melhore BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil. de quantos apareceram na província durante LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda – 1832-1853. João Pessoa: A União, 1977. o regime monárquico. Redator: SFPB Referências: 38 colaborar na imprensa carioca. Assumiu a C sua Cadeira na Academia Paraibana de Letras, em 09 de dezembro de 1967, sendo recepcionado pelo acadêmico Luís Pinto. O Conselho Estadual de Cultura da Paraíba C. O. – Colaborou como órgão republicano prestou-lhe uma homenagem póstuma, e noticioso de Areia O Libertador, em 1895, cabendo ao escritor Osias Gomes fazer o sempre sob essas iniciais. elogio a sua personalidade. Publicou: Paisagens do Nordeste, 1962; Garganta do CABRAL, Nelson Lustosa – (* 1900, esqueleto, 1965 e Uma cruz para Kennedy, 1966; Patos-PB – + 19.07.1981, Rio de Janeiro- Peitudo, In Revista da APL, 08. RJ). Filho de Francisco Lustoza Cabral e D. Maria Dolores Lustoza Cabral (D. Nenê). Referência: Deixou viúva a senhora Emerenciana ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. Barbosa Lustoza Cabral, com os filhos: Nelson, Moacir, Nilse, Milva e Lélia. http://www2.aplpb.com.br/academicos/ne Estudou na Escola Pública, de Patos, com o lsonl.htm; Pe. José Vieira e os professores José Calazans e Torres: fez os preparatórios no CALDAS, Analice – Ver BARROS, Lyceu e formou-se em Direito pela Analice Caldas. faculdade do Recife, em 1921. Bacharel, CALDAS, Diógenes – (* 06.04.1886, retornou à cidade natal, a fim de rever os pais e amigos, tendo uma Bananeiras-PB – + 31.12.1972, Rio de recepção Janeiro-RJ). Era filho do Desembargador carinhosa, ao som da banda de música local, Trajano Américo de Caldas Brandão e de o que muito lhe sensibilizou. Antes da Aurélia Emília de Vasconcelos Caldas; formatura, na capital do estado, escreveu Iniciou seus estudos em Cabaceiras e nos jornais A União e O Norte; trabalhou, concluiu o 1º grau em Areia; fez o curso também, como datilógrafo na Assembléia secundário no Colégio Diocesano Pio X, na Legislativa, com o apoio dos jornalistas capital do Estado; Em 1904, iniciou seu Oscar Soares, Celso Mariz e Carlos Dias curso preparatório no Liceu Paraibano para Fernandes; foi Diretor de A União e editor o ingresso na Faculdade de Direito do do Almanaque da Paraíba. Deixando A União, Recife, onde se tornou Bacharel em 1911. segue para o Rio de Janeiro, passando a 39 Neste mesmo ano casou-se, no dia 1º de Comissão Executiva dos Produtos da maio, com Maria Beatriz de Andrade Mandioca; Membro da Junta de Controle da Pedrosa, união da qual nasceram seus 11 Fundação Brasil-Central; Diretor do Serviço filhos. Fundou e fez circular o jornal A Voz Nacional da Economia Rural do Ministério da Mocidade, onde escrevia e fazia versos. da Agricultura. Redatora: LO Antes de se tornar o Redator de A União, Referência: foi colaborador em revistas especializadas e autor de monografias sobre as condições TAVARES, Eurivaldo. Diógenes Caldas – um missionário do bem comum, João Pessoa, 1986. econômicas e produtivas de municípios CÂMARA, Epaminondas – (* 04.06.1900, paraibanos. Fez parte do corpo cênico e Esperança-PB – + 28.04.1958). Filho de produziu o drama Falso Mendigo, muito Horácio de Arruda Câmara e D. Idalgina elogiado pela crítica. Diógenes faleceu no Sobreira Câmara, casado com a prima Rio de Janeiro em 31 de dezembro de 1972. Isaura Gameiro, não deixou descendentes. Ao longo de sua vida, Diógenes Caldas Não exerceu os seguintes cargos: Diretor da Aprendeu as primeiras letras em Esperança Biblioteca Pública do Estado; Inspetor com a professora Maria Sobreira, depois, Agrícola do 7º Distrito; Administrador do com o deslocamento da família para Campo de Demonstração de Cruz do Taperoá, antiga Batalhão, passou a receber Espírito Santo; Delegado do Serviço de alguns Combate à Lagarta; Superintendente da Minervino Construção do Patronato Agrícola “Vidal Cavalcanti, indo para Campina Grande, o de Bananeiras; professor Clementino Procópio ensinou-lhe Representante da Paraíba na Exposição do alguns rudimentos gramaticais e o professor Centenário da Independência Nacional, no Renato Alencar transmitiu-lhe noções de Rio de Janeiro; Membro do Conselho Contabilidade. A sua força de vontade, Consultivo aliada Negreiros”, do em Estado da Paraíba; teve uma instrução ensinamentos à Lucíolo inteligência, do de fez sistemática. professor Vasconcelos com que Representante do Ministério da Agricultura conquistasse o seu espaço na Academia junto ao Instituto do Açúcar e do Álcool; Paraibana de Letras, assumindo a sua Chefe da Seção Técnica do Serviço do Cadeira no dia 21 de julho de 1945, saudado Fomento de Produção Vegetal, no Rio de pelo acadêmico Hortênsio Ribeiro. Ele Janeiro; Agrônomo do Fomento Federal, passava o dia todo em um estabelecimento como Economista Rural; Presidente da comercial de Campina Grande, sem que 40 houvesse tempo para dedicar-se à literatura. estudantes do Curso de Direito. Em 1907, Porém, enquanto trabalhava, organizava casou-se com D. Porphiria Montenegro mentalmente os seus trabalhos literários e, à Campos, D. Iaiá, filha do coronel Lindolfo noite, transferia para o papel tudo o que de Albuquerque Montenegro. Exerceu a estava esboçado na mente. Daí, o grande promotoria de Campina Grande com muita mérito da sua produção, dos seus trabalhos. lisura e dedicação, porém, atraído pela Publicou: Os alicerces de Campina Grande - política, esboço histórico do povoado e da vila, 1943; integrou-se ao grupo dissidente que lutava Municípios e freguesias na Paraíba, 1946; Datas contra o governador Álvaro Machado. Por campinenses, 1947. Além destes, deixou essa época, o grupo fundou o jornal A publicados folhetins e muitos artigos em República, sob a direção a direção do jornais, a maioria em A Imprensa. Senador Gama e Melo e de Afonso Campos Referência: que, por algum tempo, redigiu em sigilo os http://www2.aplpb.com.br/academicos/ep aminondasc.htm. editoriais desse jornal. Eleito Deputado CAMILLO, Antonio – Colaborador da marcante na Assembléia. Publicou os Gazeta Paraibana trabalhos: Concurso da cátedra de Direito deixou a carreira jurídica e Estadual, Afonso Campos teve uma atuação Administrativo e Economia Política; Bancos, suas CAMPOS, Afonso Rodrigues de Souza – espécies; Quais os perigos a que se expõem os (* 18.12.1881, Campina Grande-PB – 05.04. 1916). Era filho do coronel Bancos que comanditam indústrias; Memorial sobre Silvino direitos do Estado e dos Municípios dos terrenos Rodrigues de Souza Campos e D. Rosalina das extintas aldeias de índios; A moeda; Agra de Souza Campos. Estudou em Referência: Campina Grande, no Colégio do Professor CASTRO, Oscar de Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955. Clementino Procópio, fazendo o curso de Humanidades em João Pessoa. Bacharelou- ODILON, Marcus. Pequeno dicionário de fatos e vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Cátedra, 1984. se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, em 1902, com apenas 21 anos de idade. Ainda http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira08.htm. Acadêmico, elaborou os trabalhos Evolução CAMPOS, Gervázio R. Pereira – Editor do Direito das Obrigações e Ação Penal, que de O Comercial Paraibano de 1855 a 1860. foram publicados na Revista Jurídica, fundada por ele e mais alguns outros 41 CARDOSO VIEIRA – Ver VIEIRA, Vilma e Clóvis. Enviuvando, casou-se, Manoel Pedro Cardoso. novamente, com D. Francisca Marques da Rocha, em 1947. De origem modesta, logo CARLOS JÚNIOR, José – (* 24.07.1860, cedo começou a trabalhar como barbeiro, a João Pessoa-PB – + 29.05.1896, Fortaleza- profissão do pai, a fim de manter os CE). Atua ao longo da vida, como estudos. Aos 18 anos, inicia suas atividades jornalistas, sendo redator da Alva em 1850, e colaborador nos periódicos jornalísticas como secretário do Jornal do Flores Comércio, dirigido por Arthur Aquiles*. Acadêmicas, de Recife, 1882 (onde publica Conseguiu bacharelar-se em Direito pela tradições de Schiller), A Quinzena de Faculdade do Recife, em 1916. Era um Fortaleza, de 1887 a 1888, O Domingo, em homem culto, versado nos clássicos da 1888, A Avenida, em 1889, O Pão, de 1892 a literatura 1896 e O Ceará Ilustrado, em 1894. universal. Na Paraíba, foi deputado Federal, Secretário de Estado, Consultar: AMORA, Manuel Albano. A professor de Literatura e de Italiano do academia Cearense de Letras. Fortaleza: Imp. Lyceu Paraibano. Era jornalista, ensaísta, Universitária do Ceará, 1957, p.44-45; crítico e escritor. Redator de O Combate, que BARREIRA, Dolor. História da literatura foi incendiado em 28 de julho de 1904. Foi cearense. Fortaleza: Instituto do Ceará, 1948- diretor de O Comércio. Em 22 de outubro de 1962. I: 120,185,186; 1928, assumiu a Vice-Presidência do Referência: Estado, que tinha como Presidente o Dr. SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. João Pessoa; dois anos mais tarde, em conseqüência do assassinato de João Pessoa, em 26 de julho de 1930, ocupou a CARLOS, Manoel – Redator de A Paraíba, Presidência. Com o fim da Revolução de 30, jornal do Partido Liberal. Álvaro Machado retornou ao magistério, CARVALHO, Álvaro Pereira de – (* renunciando à política. Foi para o Estado de 19.02.1885, + São Paulo, estabelecendo-se em Santos, 05.10.1952, João Pessoa-PB). Era filho de onde ficou durante sete anos, lecionando Manuel Pereira de Carvalho e D. Francisca Inglês Leopoldina em advogando. Álvaro de Machado foi um dos primeiras núpcias com D. Luiza Gonzaga fundadores da Academia Paraibana de dos Santos, nascendo desse casamento sete Letras, Mamanguape-PB de Carvalho. – Casado filhos: Stélio, Glaura, Stela, Nerina, Dalva, 42 em sendo colégios também, particulares patrono e da Biblioteca da entidade. Trabalhos de sua trabalhou como guarda-livros, profissão que autoria: Ensaios da crítica estética, 1920; A também exerceu em Natal e Fortaleza. Fez revolução do eu, 1920; Ensaios da crítica, 1924; o Educação profissional, 1946; Augusto dos Anjos e Paraibano, mudando-se para o Rio Grande outros ensaios, 1946; Nas vésperas da revolução, do Norte; não se adaptando, porém, àquele 1932; além de textos publicados nas Estado, seguiu para Fortaleza, dando um Revistas da APL. Bacharel pela Faculdade rumo diferente à sua vida. Matriculou-se na de Direito do Recife. Professor e Diretor do Faculdade de Direito e deu início à Liceu Paraibano, foi Secretário de Estado e publicação dos seus poemas. Muito lírico e Deputado Federal. Como Vice-presidente sentimental, substituiu repentista e a adjetivação presente nas suas João Pessoa após o seu curso de humanidades era também no Lyceu um exímio assassinato. poesias eram tão expressivas Referências: tornaram em um poeta de estilo muito Pinto*, Cardoso Mamanguape o Vieira, instituição que veio contribuir bastante na formação intelectual http://www2.aplpb.com.br/academicos/al varod.htm da juventude paraibana daquele tempo. Nos princípios de 1894 retirou-se para Fortaleza CARVALHO, José Rodrigues de – (* onde ocupou por 12 anos o lugar de 18.12.1867, Alagoinha-PB – + 20.12.1935, casal em capital do Estado o Grêmio Literário INOJOSA, Joaquim, Critica e polêmica; do fundou Semanário A Comarca e, em 1892, criou na SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Filho o peculiar. Em 1890, juntamente com Castro BITTEENCOURT, Liberato. Homens do Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. Recife-PE). que contador do Banco do Ceará. Naquele Manuel estado, seu nome de escritor passou a ser Rodrigues de Carvalho e D. Cândida Maria divulgado em vários estados do país. Foi de Carvalho, agricultores. Casado, primeiras professor da geografia no Lyceu Cearense e núpcias, com D. Francisca Lisboa de de Lógica na Escola Normal e mais tarde, Carvalho e, pela segunda vez, com D. Anita catedrático de contabilidade da Escola de Veloso Rodrigues de Carvalho. Começou a Comércio vida como caixeiro, em Mamanguape, de Fortaleza. Jornalista e beletrista, acima de tudo, poeta, projetando- trabalhando ao lado do tio, ao mesmo se nesse gênero a partir da publicação do tempo em que freqüentava a escola do poema “Seios”. Escreveu nos jornais A latinista Manuel de Almeida Cardoso, onde 43 União, Gazeta do Comércio, O Comércio, PINTO, Luiz. Rodrigues de Carvalho, o jornalista. Rio de Janeiro, 1970. República, Jornal Pequeno (Recife) e em A Província do Pará. No Estado da Paraíba, CARVALHO, Tancredo de – Diretor e trabalhou ao lado de Argemiro de Sousa, Proprietário de Brasil Novo, campinense que Castro Pinto e Elizeu Cezar. Nesse jornal, depois foi transferido para a capital. publicou sistematicamente sua produção Fundador e diretor do Correio de Moreno, de poética, incluindo as poesias e a prosa Solânea. poética, bastante comum à época. CASTRO, Oscar de Oliveira – (* Elegeu-se Deputado Estadual, pela Paraíba. 27.04.1899, Bananeiras-PB – + 14.07.1970). Exerceu, ainda os cargos de Procurador e Filho de Joaquim Ferreira de Castro e D. Secretário Geral do Estado; era membro do Amália de Oliveira Castro, iniciou seus Instituto Histórico do Ceará; do Instituto estudos preliminares em 1906, com Histórico e Geográfico Paraibano; da anos de idade e concluiu o curso primário Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro; no Instituto Bananeirense. Após concluir o da Academia Cearense de Letras e do curso primário mudou-se para a capital do Instituto Arqueológico de Pernambuco. estado, onde cursou o secundário no Atuou como redator de Fênix Caixeiral Colégio Diocesano Pio X. Diplomou-se em (1893-1903), Revista Acadêmica (1903-1908) e Direito pela Universidade Federal Revista Ceará (1905). Publicou em versos: Pernambuco. Casou-se com a senhora Coração, 1894, Prismas, 1896 e Poema de maio, Marieta de Miranda Henriques, membro de de 1903. Em 1904 publicou O cancioneiro do uma tradicional família Paraibana, filha de norte, contribuição ao estudo do folclore Alfredo de Miranda Henriques grande nacional. Redatora: SFPB proprietário rural no Brejo paraibano. Era Referências: dono de engenho de açúcar entre as cidades ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. de Areia e Serraria, na Paraíba. A moça era sete de sobrinha do 1º Bispo e Arcebispo da Paraíba, D. Adauto Aurélio de Miranda ATAÍDE, Tristão de. Estudos III. Rio de Janeiro, 1930, p. 105-107; Henriques e prima do Dr. Walfredo Guedes BITTEENCOURT, Liberato. Homens do Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. Pereira, que foi um médico e político SANTOS, Idelette Muzart dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa, A União, 1994. Dessa união nasceu sua única filha, Maria paraibano, antigo prefeito de João Pessoa. Lúcia de Castro Menezes. Em 1923, 44 formou-se em Medicina pela Escola de Deixou publicado: Ensaios, 1945; Medicina na Medicina do Rio de Janeiro. Após concluir Paraíba, 1945; Vultos da Paraíba (Patronos da o curso recebeu vários convites para clinicar Academia), no Rio, porém seu desejo era voltar à sua (Depoimento), 1962; Contribuição à História da terra foi Farmácia na Paraíba (separata de Vida e nomeado, pelo então Governador do Cultura, órgão oficial da Sociedade Cultural Estado Dr. Sólon de Lucena, Diretor da Luso-paraibana de Estudos e Pesquisas), Assistência Municipal, cargo que exerceu 1964; Exaltação aos Moços, 1965; Arruda durante 24 anos, paralelamente a outras Câmara, funções por ele desempenhadas. como: Psicopatas, 1969. Deixou inédito: Visões de Secretário e Artes na Paraíba, Gente que agente encontra e Organizador do Departamento de Serviço Memórias. Era colaborador dos jornais Social do Estado. Além de médico, Oscar locais, escrevendo sobre os mais variados era professor universitário, jornalista e assuntos. Redatora: LO escritor. Lecionou no Colégio Diocesano Referência: Pio X, Colégio Nossa Senhora de Lourdes, Curriculum vitæ elaborado pelo próprio Oscar de Castro em 1970, e informações de sua filha Maria Lúcia de Castro Menezes. natal. Chegando de a Educação, Paraíba Diretor Colégio das Neves, no Lyceu Paraibano, na Faculdade de Filosofia, na escola de Serviço Social, Faculdade de Medicina e de Castro Pinto e D. Maria Ricarda anos. Recebeu os títulos e honrarias: Honra Cavalcanti ao Mérito, da Standard do Brasil; Cidadão Restauração Pernambucana; Albuquerque de Colégio Ribeiro Bessa, realizou ali o curso Prata, Tricentenário de Mamanguape. Cursou as primeiras letras no Pessoense, pela Câmara de Vereadores de do Personalidades de Janeiro-RJ). Filho do casal José Pereira Academia Paraibana de Letras durante 25 comemorativa Rego 03.12.1863, Mamanguape-PB – + 1944, Rio Carioca de Letras. Foi Presidente da de e do CASTRO PINTO, João Pereira de – (* Geográfico Paraibano; Membro Academia Medalha Crimes Lins Editor do The Parahyba Times. Paraíba. Membro do Instituto Histórico e Pessoa; 1967; José CASTRO JÚNIOR, Joaquim Garcia – na Faculdade de Direito da Universidade da João 1955; de latim com o professor Isac Ribeiro da Franco Fez o curso primário no Colégio Medalha Rio Branco, na capital do Estado e Guararapes, de bronze, concedida pelo Humanidades, governo do Estado de Pernambuco. no Lyceu Paraibano, bacharelando-se em Direito pela Faculdade 45 do Recife, em 1886. Foi Promotor Público Almanach do Estado da Paraíba. 1914. em Mamanguape e Juiz Federal substituto. CAVALCANTI, João Alcides Bezerra – Era monarquista, abolicionista e jornalista. Ver Alcides Bezerra. Elegeu-se deputado à Assembléia Constituinte pela Paraíba, sendo reeleito em CAVALCANTE, Leonarda Merandolina 1896. Renunciou ao mandato e viajou ao B. Baronesa do Abiahy – (* 30.11.1854, Rio de Janeiro, passando a exercer o cargo Paraíba; + 07.07.1935, João Pessoa-PB). de Redator Oficial do Senado. Retornou ao Filha do brigadeiro Claudino Joaquim Nordeste, assumindo a promotoria de Cavalcanti justiça Antão, Henriques. Casou-se com Silvino Elvídio, Pernambuco, e em seguida a de Fortaleza, era inteligente, tinha verdadeira veia poética, Ceará. No Estado do Pará, a convite do tendo infelizmente, feito desaparecer toda Presidente Paes de Carvalho, exerceu a sua prosa e poesia, antes de seu falecimento, Chefia de Gabinete da Presidência da trabalhos literários a que se entregava nas Província, sendo ainda, professor de Lógica horas vagas, geralmente à noite. Sua do Ginásio Paraense e redator do Jornal A predileção literária era para os livros de Província do Pará. Pelas páginas do jornal viagem. Estado da Paraíba, fazia duras críticas a desempenhada ao som das modinhas que Floriano Peixoto. Entre 1891 e 1892 gostava de cantarolar, com seus versos de publicou uma série de contos nesse jornal. seus poetas prediletos, como Castro Alves, de Vitória de Santo e Maria Sua faína Etelvina Meira doméstica era Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu e Álvaro de Carvalho, quando retornou à Fagundes Varela. Faleceu no dia 07 de julho Presidência, convidou-o a tornar a sua terra, de 1935, aos 81 anos de idade. Redator: oferecendo-lhe uma nomeação de professor FS. de Matemática no Lyceu Paraibano que, na Referências: época, ser professor do Lyceu era um cargo CARTAXO, Rosilda. As Primeiras Damas. muito importante. Aceitou o convite e veio João Pessoa: Ed. Senado Federal, 1989. instalar-se na capital. No ano seguinte, A União, João Pessoa de 1930/1945. elegeu-se Deputado Federal; em 1908, já era A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940 Senador. Em 1912, passa a governar o Estado, por indicação de Álvaro de CAVALCANTI, Carvalho. Redatora: SFPB. 16.08.1881, Referência: 01.04.1950, Rio de Janeiro-RJ). Filho do Dr. 46 Manoel Alagoa Tavares Nova-PB – (* + João Tavares de Melo Cavalcanti e D. Maria http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira36.htm. das Neves Pereira de Araújo Tavares Cavalcanti. Formou-se em Direito pela CELSO, Faculdade do Recife, em 1911, ganhando Colaborador de A Opinião, órgão dirigido como prêmio, pela sua brilhante atuação no pelo Partido Liberal, circulou de 1877 a curso, uma viagem de estudos na Europa. 1878, como noticioso bi-semanal, que foi Como jornalista, atuou na capital do Estado substituído pela A União Liberal, em 1878. nos jornais A União, A Notícia, O Combate, O Janeiro-RJ). Era filho do casal Dulcídio Ingressou na política em 1907, elegendo-se Augusto Cézar e Maria Joaquina da Freitas. Deputado Estadual, em seguida, foi eleito exercendo Eliseu iniciou seus estudos com o professor vários João Licínio Velloso, com quem fez seus mandatos, durante vinte anos. Em 1930, foi preparatórios para o Lyceu Paraibano; eleito Senador da República, não sendo, Formou-se em direito pela Faculdade do porém, a sua eleição reconhecida. Lecionou Recife, em 1898. Após a formatura, foi História Universal e História do Brasil no nomeado Promotor Público em Vitória do Lyceu Paraibano e na escola Normal; no Espírito Rio de Janeiro, exerceu os cargos de professor de Judicial, sendo, Direito transferindo-se, Pará. Lá, filiou-se ao partido político do também, Romano, Santo, posteriormente, para a cidade de Belém do escrivão de Juízo de Menores e Primeiro Inventariante – João Pessoa-PB – + 29.01.1923, Rio de Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Federal, (Comendador) CÉSAR, Eliseu Elias – (* 20.06.1874, Norte, na Revista Era Nova e nas Revistas do Deputado Afonso Senador na Antônio Lemos, elegendo-se Deputado Provincial, tornando-se líder do Universidade Católica do Distrito Federal. Governo na Câmara. Na imprensa paraense, Publicou: Epítome de História da Parahyba, tornou-se redator chefe do jornal A Imprensa Oficial, 1914; Congresso Nacional - Província do Pará. Mas, com a queda política Anais da Câmara dos deputados; Discursos dos do Senador Antônio Lemos, Eliseu Cézar anos 1909, 1921, 1923, 1926, 1927 e 1928. teve que deixar o Pará e exilou-se no Rio de Imprensa Nacional; Memórias da fundação da Janeiro, muito desgostoso porque o jornal Paraíba, Imprensa Oficial, 1906; A Província do Pará, do qual era redator- Referências: chefe, foi destruído pelos adversários de SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Antonio Lemos. Não tendo êxito no seu 47 período de estada no Rio de Janeiro, Eliseu também um orador maravilhoso; ainda decide voltar para a sua terra natal. segundo João Lélis, “ninguém improvisava Na Paraíba, escreveu pela primeira vez no melhor do que Eliseu César”. Redatoras: jornal Sorriso (1886/1887), colaborou para LO/ SFPB A Gazeta da Paraíba, A Voz do Povo, O Referências: Artista, O Cisne, O Paraibano e Estado da CAMPOS, Humberto de. Carvalho e roseiras. Rio de Janeiro, 1939. Paraíba; nos anos de 1891, 1892 e 1893 LEITE, Ascendino. O Pardo Eliseu César, Anuário da Paraíba. publicou, quase que diariamente nesse jornal, poemas, poemas em prosa, MARTINS, Eduardo. Eliseu César, Notícia Bibliográfica. J. Pessoa, 1975. principalmente na coluna intitulada de “Parnaso”; em Recife, escreveu em A SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Província e, em Belém, destacou-se como já mencionado em A Província do Pará, além CHATEAUBRIAND, de A Gazeta de Belém e atuando ainda como Francisco de Assis – Ver MELO, Francisco de Assis diretor de O Jornal, folha combatente criada Bandeira de Melo. para defender os programas do partido republicano do PA. No Rio de Janeiro, foi CIRNE, Arthur – Diretor do The Parahyba redator de O Jornal do Brasil. Jornalista e Times. advogado, ele era também orador COELHO, Artur (Artur Roberto Coelho eloqüente, poeta romântico; seus poemas de Sousa) – (* 1889, Sapé-PB – + 03.1973, demonstram a influência recebida da avó New paterna, que era escrava. Nos seus escritos, Jersey-USA). Poeta, contista, memorialista, crítico cinematográfico e costumava registrar a ternura e o carinho a jornalista, Artur Coelho foi criado em ela dedicados. Além dos poemas divulgados Itabaiana nos jornais da época, e nas Revistas da e João Pessoa. Exemplo consagrado do jornalista/escritor do século Academia Paraibana de Letras, deixou XIX, viaja e mora em vários locais do Brasil publicado o livro Algas, 1894. Eliseu César, – São Paulo, Manaus, Belém – até migrar que João Lélis chamou de “o gênio pardo para os EUA, onde morre em Nova Jersey. da raça”, era um homem de cor, numa Logo cedo o escritor se dedica ao estudo de época em que a discriminação ainda era tipografia, com tão alta dedicação, que logo mais odiosa do que hoje. Ele venceu, é chamado para ser editor do jornal O primeiro no Pará, e depois aqui. Era Município. Exercendo ao mesmo tempo a 48 função de redator, impressor e tipógrafo, anexo ao Lyceu Paraibano. Iniciou sua vida AC daquele pública com professor do Liceu Paraibano e município. Mas é nos EUA que consolidará da Escola Normal, tendo desempenhado a carreira de jornalista e crítico de cinema. em ambos os educandários o cargo de Primeiro mora em Nova York onde exerce Diretor foi também professor do Instituto toda a série de atividades durante um bom Underwood e da Faculdade de Ciências tempo, até que tem acesso ao meio Econômicas da Paraíba; jornalístico onde se revela como crítico ocupou outros cargos, como: cinematográfico. Mais tarde irá integrar os Fiscal do Ensino; Diretor dos Serviços quadros da Paramount Pictures como Elétricos; Secretário a Fazenda no governo tradutor de legendas e assessor cultural Argemiro de Figueiredo, em 1937; Juiz do onde permanece por mais de 30 anos. Sua Tribunal Regional Eleitoral; Em 1915, foi casa em Nova Jersey se transformou em designado para participar duma Comissão embaixada cultural do Brasil, ao receber os para tratar da questão dos limites da Paraíba intelectuais Monteiro Lobato, José Lins do com Rego, consócios Carneiro Monteiro, Irineu Pinto, influenciou a Érico imprensa Veríssimo e Assis Pernambuco, Posteriormente, Inspetor constituída pelos Chateaubriand. Irineu Joffily e Francisco Barroso. Essa Referência: questão SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. representação feita pelos moradores de COELHO LISBOA – Ver LISBÔA, João de agentes fiscais do Conselho Municipal de Coelho Gonçalves. Itambé. Carneiro Monteiro, como relator da tempo para examinar o assunto, tendo por proposta do consócio Castro Pinto sugerido que fosse consultada a documentação do Coelho diplomou-se pela Escola Normal do Arquivo Público, sendo designado Carneiro Estado da Paraíba e tornou-se bacharel em Monteiro para esse fim. Na oportunidade, direito pela Faculdade do Recife. Além de uma exposição sobre o caso, solicitando mais Débora Clotilde Gomes Coelho. José curso de comissão, em sessão de 20.06.1915, fez uma PB). Filho de Eusébio Joaquim Coelho e o face reclamavam contra a indébita intervenção Esperança-PB – + 18.12.1954, João Pessoa- fez em Serrinha, do município de Ingá, que COELHO, José Gomes – (13.04.1898, disso, surgiu foi apresentado por José Coelho um esboço Agrimensor, topográfico por ele elaborado sobre a compondo a turma pioneira que funcionava 49 posição daqueles limites. Nesse ano 1915, CORDEIRO José Coelho foi eleito Bibliotecário do Cruz – ( * 28.11.1831, Guarabira-PB – + Instituto, cargo que ocupou até setembro de 1880, Recife-PE). Formou-se em Medicina, 1916, quando foi eleito membro da aos 25 anos de idade, pela Faculdade da Comissão de Revista, função que exerceu Bahia, em 1856. Retornou ao seu Estado e até 1920. Em abril desse ano, José Coelho dedicou-se a sua profissão de médico. foi eleito 2º Secretário da Diretoria do VII Àquele tempo, a medicina não dispondo Congresso Brasileiro de Geografia, a se dos recursos sofisticados ditados pela realizar na capital do Estado. Deixou tecnologia moderna, todo diagnóstico era publicado o livro Escorço de Corografia da feito por hipótese, por dedução. Foi nesse Paraíba, editado em 1919, que foi adaptado clima de incertezas e precariedade que para as escolas públicas do Estado, Cordeiro Sênior iniciou a sua carreira de mediante parecer do Instituto Histórico e médico. De início, deparou-se com uma Geográfico Paraibano, cujo relator foi o epidemia do Cólera-Morbus que assolou o historiador João Alcides Bezerra Cavalcanti. Estado, de 1856 a 1862, foi, então, Ingressou e designado pelo Presidente da Província para Geográfico Paraibano no dia 11 de coordenar os trabalhos de combate à novembro de 1914, juntamente com Miguel doença. Começa a dividir as suas atividades Santa Cruz de Oliveira, sendo saudado por entre Alcides Bezerra. Redatora: LO sanitários. Elaborou e divulgou instruções Referências: básicas de higiene para conscientizar a no Instituto Histórico clinicar população da LEAL, José. Dicionário Bibliográfico Paraibano, hábitos FUNCEP, 1990. SÊNIOR, Antônio da e organizar programas necessidade de cultivar higiênicos, como método preventivo do Cólera. Cordeiro Sênior foi Boletim Informativo do IHGP, nº. 21, médico do Hospital da Santa Casa de 1994; Arquivo de Luiz Hugo Guimarães. Misericórdia, Coordenador do tratamento dos pobres do 1º Distrito da Capital; 2º COELHO, Juvenal – Colaboração assídua Tenente-Cirurgião do Corpo de Saúde do em A Imprensa, 1887. Exército; Chefe da Enfermaria Militar da COELHO, Moisés (Cônego) – Diretor de Província; Cirurgião-mor e Inspetor de A Imprensa, 1887. Saúde. Exerceu um mandato de Deputado Provincial e participou da Guerra do 50 Paraguai, como voluntário; integrou a Junta folhetins no jornal Gazeta da Paraíba, em Governativa, Governo 1888, junto a Eugênio Toscano, Antônio com a Bernardino, Artur Aquiles, Afonso Almeida Proclamação da República, em 1889 e que e Eduardo Marques. Foi o primeiro a governou a Paraíba de 19 de novembro de traduzir no Brasil o folhetim O colar de aço, 1889 a 02 de dezembro do mesmo ano. de F de Boisgobery. Para o jornal O Além de clínico foi homem de letras, de Paraibano, traduziu O homem da noite e Paulina regular Jornalista de Meriane, de Julio de Gastine, em 1892. integrou por longo tempo a redação de O Nesse mesmo ano, ao se transferir para o Publicador, sucedendo ao Padre Lindolfo Mato Grosso, o jornalista anuncia no jornal Corrêa após a sua morte. Primeiro médico a venda da sua biblioteca, cujo acervo da estrada de ferro Conde d' Eu, prestou passava de 1000 exemplares, segundo o relevantes serviços durante as epidemias de anúncio que se segue: “Venda de uma cólera morbus. Publicou: Instruções Sanitárias esplêndida livraria com mais de 1000 livros Populares; Impressões da Epidemia; Estudos sobre biográficos; Prólogo da guerra (Ensaio dramático, indústria”. Foi também crítico literário e em verso); Estudos literários; Passagem do poeta. Segundo o Dicionário literário da Humaitá (poesia épica). Redatora: SFPB Paraíba, ele é autor de Bosquejos literários, Referências: publicado em 1881. Redatora: SFPB BITTEENCOURT, Liberato. Homens do Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. Referências: Provisório, chamada que foi produção de criada científica. viagens, CORREIA, Pe. Lindolfo – Ver NEVES, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Lindolfo José Correia das. COSTA, Delfino Ferreira da Costa – (* http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira11.htm 1885, Teixeira-PB – + 1970, João PessoaPB). Jornalista e político. Deputado estadual CORDEIRO JÚNIOR, Antonio da Cruz classista, em 1934. Por longos anos manteve – (* 15.02.1859, João Pessoa-PB – + 1894, e letras, O Paraibano, 1892. MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da misericórdia, 1978; Médico artes, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. CASTRO, Oscar de. Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955. Desterro-SC). ciências, a coluna diária De Cabedelo a Cajazeiras no jornalista. jornal O Norte. Trabalhou como redator, tradutor de 51 COSTA JÚNIOR, José da – Era filho do contribuição para a história da leitura e da político de igual nome que governou a imprensa paraibana é inestimável e se deu Paraíba, como seu vice-presidente, e foi em várias frentes: na publicação e edição de deputado geral. Fez seus preparatórios em jornais importantes, na divulgação de livros Olinda matriculando-se no curso jurídico no e jornais da Corte, bem como na publicação ano de 1838. Em 1844 já iniciava suas de livros de autores paraibanos. Um dos atividades parlamentares como deputado exemplos provincial, juntamente com seu pai que fora desempenhado pelo tipógrafo encontra-se eleito para a mesma legislatura. Era no anúncio do Diário da Paraíba de 05 de cavaleiro da Ordem de Cristo e exerceu o março de 1862, quando anuncia a assinatura cargo de Juiz municipal suplente da capital de Compêndio Escolar, numa época em que paraibana onde militou ativamente na a província contava apenas com a Botica imprensa liberal, colaborando nos jornais O Imperial. Reformista, O Argos, O Despertar e A Opinião. Aproveitando-se do vácuo gerado pela falta Referências: de grandes tipografias na Paraíba, o LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda – 1832-1853. João Pessoa: A União, 1977. tipógrafo migrou do Recife, em 1834, para desse múltiplo papel esta província a fim de instalar o seu negócio, que seria a primeira tipografia de COSTA, José Rodrigues da – (* Portugal iniciativa – + 08.11.1866, Paraíba). O tipógrafo José privada. No Recife, José Rodrigues da Costa trabalhou nas Oficinas Rodrigues da Costa costuma entrar na d’O Cruzeiro, Jornal Político, Literário e história da imprensa da Paraíba porque foi Mercantil, da sua tipografia, herdada por seus filhos cuja responsabilidade após a sua morte, que surgiu o jornal oficial redação do Padre era de Francisco Ferreira Barreto. Envolvido em questões da Paraíba, A União, Órgão do Partido políticas e na defesa de uma Republicano do Estado da Paraíba, em sociedade secreta, Coluna do Trono e do Altar, o 1892. Não fosse pelo livro de Eduardo padre indispôs contra si alguns dos patrícios Martins, A tipografia do beco da Misericórdia, e por isso deixou o Brasil e foi para Lisboa. que, como se vê, embora ressalte seu Em seguida cessa a publicação de O Cruzeiro trabalho, também omite seu nome, pouco e José Rodrigues da Costa, que fazia parte se saberia acerca das atividades deste de tipógrafo/editor que iniciou suas atividades seu corpo tipográfico, consegue arrematar a sua tipografia. O fato de esta na Paraíba na década de 30. Contudo, sua 52 tipografia imprimir o jornal paraibano Tapuia e o Investigador, de se ter uma Correio da Paraíba, ofereceu ao tipógrafo a publicação periódica na província paraibana. oportunidade de saber que eram raros e de No seu programa inicial fica visível o pouca estabelecimentos compromisso da revista com a promoção tipográficos da província. Por isso, em 1834 da leitura na Paraíba, principalmente, ele arremata a tipografia, que havia ido a através da consciência demonstrada acerca leilão, e se estabelece na Rua Direita, casa n do papel da imprensa para a ilustração e º 2. civilização dos seus leitores, notadamente qualidade Também é os conhecido desempenhado por divulgação publicação e suas o do jornalismo literário como se vê no texto papel oficinas e “oferecer em benefício da instrução e documentos oficiais, entre os quais se moralidade do povo, pois que é ele o mais destacam os Relatórios de Presidentes de fácil de por ao alcance de todos uma Província, impressos em suas máquinas de variedade de conhecimentos que aliás a 18 a 1866, quando a tipografia deixa de poucos chegaria – o jornalismo literário, pertencer a seus herdeiros, após a sua representante do caráter, das idéias, do morte. Entre os herdeiros, lideravam os estado de um país, e indicador dos passos trabalhos de administração e organização dados na carreira do Progresso, tem-se das empresas, as suas filhas Elysa dos Anjos tornado Rodrigues da Costa e Calecina Rodrigues da civilização”. Costa, a quem José Rodrigues havia Esse desejo de divulgar a cultura e o saber ensinado da literário na província justifica o fato de ter tipografia. Aliás, foi sua filha Calecina quem sido a sua tipografia a responsável pela enfrentou, junto aos jornalistas Arthur publicação do livro de poesias daquele que Aquiles e Eugenio Toscano de Brito a fúria foi considerado o primeiro poeta paraibano, do governo Álvaro Machado, quando este ou, para ser mais realista o primeiro a ter invadiu e mandou quebrar a tipografia do um livro de poesias editado, mesmo que jornal O Paraibano, que lhe fazia oposição. postumamente. Trata-se de Vida e poesia, de Foi das suas oficinas que veio a público a Francisco Xavier Monteiro da Franca, revista Alva. Jornal literário, a primeira revista publicado em 1854. Não se restringindo à literária Alva poesia, de suas máquinas surgiram os livros representou a terceira tentativa, depois de O de Manoel Caetano Vellozo, Lições de e transmitido paraibana. das abaixo citado: na as Pioneira, leis artes a 53 elemento indispensável da Retórica, recopilada dos originais de J. (1892) e Ferreol SFPB Perrard, e Edme Ponelle, O Publicador (1862). Redatora: preparadores dos aspirantes para a língua Referências: vernácula (1849); Instruções sanitárias populares MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da Misericórdia. Apontamentos históricos. João Pessoa: SEC, 1978. para o caso de Cólera Morbus, de Antonio da Cruz Cordeiro (1862); Joaquim Maria Sobrinho Serra, Mosaico. Poesias traduzidas COSTA, Silvestre – Diretor do The (1865). Com a sua morte, cessam as Parahyba Times publicações de livros. COSTA, Silvino Olavo Cândido Martins Foram os seguintes os jornais publicados na da – Ver OLAVO, Silvino. Tipografia de José Rodrigues da Costa e na COUTINHO, Odilon (Padre) – (* 1879, de seus herdeiros, após a sua morte: Correio Pilões-PB – + 1954, João Pessoa-PB). Oficial Paraibano( 1848); Alva (1850); Jornal da Sacerdote e jornalista. Assembléia (1853); O Governista Paraibano. Folha oficial, política e literária (1854); O CRISTO REI, João de – (* 24.06.1900, Paraibano. Periódico Literário, Noticiador e per Areia-PB). Publica seus versos na gráfica do accidens político (1855); A Época. Jornal jornal O Rebate. Noticioso e Literário (1857); O Imparcial. Jornal Referência: Político, Literário e Noticioso (1861); Diário da SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Paraíba.(1861); O Tipógrafo. Periódico Crítico e Moderador (1876); A Opinião. Órgão do Partido Liberal (1877); Eco Escolástico. Periódico CUNHA, Cientifico, Literário e Noticioso (1877); O Ensaio Carneiro – (* 1860). A atuação de Literário. Periódico Cientifico, Literário e Crônico Ambrosina M. Carneiro da Cunha na poesia (1880); O Liberal Paraibano. Órgão do Paraibana do século passado está registrada Partido Liberal (1880); O Norte. Periódico a partir do poema “Nas Margens do Literário, Recreativo, Comercial e Noticioso Capibaribe”, publicado no jornal liberal (1882); O Eco Juvenil. Órgão Escolástico (1883); Paraybano em dezembro de 1880. Com O Independente (1887); Gazeta da Paraíba. apenas vinte anos, Ambrosina já denota Folha diária (1888); A Idéia. Órgão Instrutivo e uma atitude salutar de feminismo, não só Noticioso (1890); Estado da Paraíba (1893); O por assumir sua vocação poética, como por Paraibano. Diário Político, Literário e Noticioso de ser uma das poucas mulheres a entrar, 54 Ambrosina Magalhães em 1881, na Faculdade de Medicina do Rio Direção da Escola de Professores. Foi de Janeiro. Seus poemas transitam entre Fundadora da Cadeira de Metodologia e sua “Romantismo e Simbolismo”. Desde último primeira estilo é o soneto “Noetívago”. “Já vai bem considerada e admirada pela qualidade de alta à noite. E sobre o lago manso / professora, mas entretanto, foi rebaixada do Finíssimo lençol de gaze cor de poeta / Vão seu nível de ensino (caso inédito no país), dois cisnes boiando um suave remanso / de professora secundária passou a ser Enquanto vai passando a doce serenata”.: professora primária. Contribui com artigos Apesar de uma participação dinâmica na na Revista Era Nova, com artigos. Redator: imprensa Ambrosina não publicou livro. FS Redator: FS Referências: Referências: FREIRE, Carmem Coelho de Miranda. História da Paraíba para uso Didático. João Pessoa: A União, Cia Editora, 1987. Revista Era Nova, Parahyba do Norte, Imprensa Oficial, 1921/1926. professora. Era bastante Revista Era Nova, Parahyba do Norte Revista Quinzenal Illustrada de 1921/1926. A União, João Pessoa de 1930/1940. A Imprensa, João Pessoa 1928/1940. CUNHA, Olivina Olívia Carneiro da (* SANTOS, Idelette Muzart dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. 26.05.1892, João Pessoa-PB – + 12.03.1977, João Pessoa-PB). Filha do Sr. Silvino CUNHA, Francisca de Ascenção – Era Carneiro da Cunha, Barão do Abihay. No filha do Sr. Firmino Cardoso da Cunha e da ano de 1904 diplomou-se pela Escola senhora Cunha. Normal Oficial da Paraíba. Desde cedo Diplomou-se pela Escola Normal Oficial da mostrou seu interesse pelo magistério Paraíba, em 21 de março de 1914. Lecionou dedicando-lhe grande parte de sua vida e com Engenho mais tarde também as letras. Foi professora Central, de 1914 a 1918. No Governo de de português do Colégio Estadual e do Camilo de Holanda, foi convidada para Ginásio N. S. das Graças. A poeta ensinar polícia, colaborou em vários jornais e revista da posteriormente, foi nomeada por Camilo de Paraíba. Na década de 30, juntamente com Holanda, para lecionar no Grupo Tomaz outras adeptas a emancipação feminina Mindelo, depois foi nomeada para o Grupo fundam a Antônio Pessoa. Também foi nomeada para Progresso Feminino, onde sua metade era ensinar na Escola Modelo e depois para a licenciar as mulheres em busca dos seus Teonila bastante no Camarão eficiência quartel da no de 55 Associação Paraibana Pelo direitos como ser pensante e atuante na profissionais de advogado com larga e sociedade. No dia 06 de abril de 1938 entra fecunda atuação no foro da capital. Por esse para o quadro de sócios do Instituto tempo já vinha exercendo intensa atividade Histórico e Geográfico Paraibano. Das suas jornalística como um dos mais dedicados colaborações podemos destacar os jornais batalhadores de A Imprensa que circulou de A União e A Imprensa, na coluna Página 1857 Feminina, além da revista Era Nova, Conservador. Mas além da sua atividade Manaíra, entre outros. forense, o que mais fascinava o jovem Referências: bacharel era a vida atuante do jornalismo a SANTOS, Idelette Muzart dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. que tanto se apegou no desejo de melhor A a serviço do Partido fazer circular A Imprensa, organizou com outros correligionários o Jornal da Paraíba, órgão partido Conservador, durante todo o CUNHA, Silvino Elvídio Carneiro da ( * Alhandra-PB). 1862 servir ao seu partido político. Depois de http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/art igo_ana_coutinho.htm; 31.08.1853, a período de sua circulação. Principal redator história de Jornal da Paraíba, que circulou de 1862 a política da Paraíba teve nesse ilustre homem 1890. público um dos seus pontos culminantes Esse jornal foi a sua maior preocupação de político e homem de pela atividade que exerceu como chefe e imprensa e, como raríssimo, na Paraíba, orientador do Partido Conservador, cuja pode lembrar a dedicação e o sacrifício do agremiação fora fundada com apoio no seu dirigente. Viveu os últimos anos do poderio de sua ilustre família. Filho do Império entregue às suas atividades de chefe comendador Manoel Florentino Carneiro da do Partido Conservador, Inspetor da Cunha e de Rita Maria da mota, nasceu esse Alfândega e diretor do Jornal da Paraíba. paraibano no Engenho Abiaí, município de Redatora: SFPB. Alhandra, a 31 de agosto de 1831. Tendo iniciado os seus estudos com professor Referências: particular, contratado pelos seus pais, aos 15 LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda – 1832-1853. João Pessoa: A União, 1977. anos, seguiu para Pernambuco onde fez o curso preparatório indispensável ao seu MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da misericórdia, 1978. ingresso na Academia de Olinda. Dali retornou à Paraíba, após titular-se em Direito, para se dedicar as atividades 56 conhecido como jornalista polêmico e D combativo, defensor "das causas nobres". Foi redator e diretor de A Imprensa, jornal da diocese; fundador e primeiro Assistente Eclesiástico da União dos moços católicos; DANTAS, Pedro Bezerra. organizador e primeiro assistente do Círculo (Monsenhor) – (* 27.12.1883, Bananeiras- Operário da Paraíba; Assistente Eclesiástico PB – + 31.12.1979, João Pessoa-PB). Filho da Juventude Feminina e da Liga Independente de Manuel Bezerra Dantas e D. Emilia Católica; Assistente Eclesiástico da Ação Alves Bezerra Dantas. Iniciou os estudos na Católica Arquidiocesana; fundador e diretor da cidade natal, matriculando-se, depois, no Escola Profissional Padre Anchieta; sócio Seminário da Paraíba, sendo ordenado efetivo do Instituto Histórico e Geográfico padre a 10 de novembro de 1907. No ano Paraibano. seguinte, foi para a Itália e, em Roma, Paraibana de Letras no dia 08 de agosto de freqüentou 1948. o Anízio Colégio Pio Latino Americano, graduando-se em Filosofia e Ingressou na Academia Referência: Teologia Dogmática, pela Universidade ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. Gregoriana, em 1910. Retornando ao Brasil, foi nomeado Capelão da Igreja de Nossa http://www2.aplpb.com.br/academicos/pe droa.htm Senhora de Lourdes, em João Pessoa, e, em seguida, das igrejas Nossa Senhora das D’OLIVEIRA, Severino Peryllo – (* Mercês e do Sagrado Coração de Jesus, 04.12.1898, Araruna-PB – + 26.08.1930, atual matriz de Cabedelo. Foi Vigário da João Pessoa-PB). Filho de Almeno Peryllo Catedral, atual Basílica de Nossa Senhora de Oliveira e D. Josefa Maria de Oliveira. das Neves; Cura da Sé; Diretor Espiritual Era do Seminário (1916/11917); e do Colégio mulato. Morreu solteiro. Nunca freqüentou escolas. Aprendeu as primeiras Pio X, em 1918. Lecionou Latim e Teologia letras, enquanto trabalhava como caixeiro Dogmática, no Seminário da Paraíba, até de uma mercearia, sozinho e sem nenhuma 1945; lecionou nos Colégios Pio X, Liceu orientação, o que não o impediu de Paraibano e Escola Normal; foi o primeiro transformar-se, mais tarde, no grande diretor do Departamento de Educação do jornalista, poeta e literato. Iniciou a vida Estado, criado em 1935, pelo Governador como ator, carreira que seguiu por mera Argemiro de Figueiredo. Na imprensa, era 57 casualidade. Encontrava-se em Araruna um expoentes pequeno circo administrado pela atriz Irene modernista na Paraíba. Publicou nessa Concepitini; Peryllo sentindo-se atraído pela revista seus primeiros versos e passou a atriz, integrou-se ao grupo e seguiu a assinar uma "crônica social" na coluna caravana, Brasil afora. Apresentou-se como Noticiário Elegante, depois, uma coluna ator, nesta companhia, em quase todos os Notas de Arte. Escreveu uma série de Estados do Brasil, tornando-se famoso e crônicas intituladas "Cidade dos Jardins", requisitado por outras produtoras. Na sob o pseudônimo de Paulo Danízio. capital, em março de 1923, apresentou-se assinando primeiramente uma página de no teatro Santa Rosa, no papel principal da crônica social, seção Noticiário e mais tarde peça Água mole em pedra dura..., com muito a coluna Notas de Arte. É autor do folhetim sucesso. Deixando o palco, voltou ao seu Desonesta, publicado também na revista Era Estado natal, instalando-se na capital, Nova, nos números 70 e 71. Compareceu dedicando-se à literatura e ao jornalismo, também às páginas da Revista Antropofágica tornando-se conhecido como um dos nº5, com um poema e na revista Festa. maiores incentivadores do movimento de Referências: renovação literária do Brasil. Conjugou D´Oliveira, Peryllo. Desonesta. Era Nova, novembro de 1924, n. 70 e 71. socialismo com poesia. Em 1952, exercia do movimento literário SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. funções burocráticas na Secretaria Geral do Estado e, a convite do poeta Silvino Olavo, integrou-se à redação de O Jornal, órgão recém-criado. Colaborou, também, em A União e foi redator da Revista Era Nova, quando se tornou conhecido e um dos 58 pai, embora este quisesse ver seu filho F formado em medicina. A sua carreira jornalística iniciou-se no fim do século XIX, no Rio de Janeiro, no jornal O Debate. Mas até chegar a ser jornalista, FALCÃO, Américo Augusto de Souza Carlos D. Fernandes percorreu um caminho (*11.02.1880, Lucena-PB - + 09.04.1942, J. difícil. Primeiramente, iniciou os estudou de Pessoa-PB) Poeta e jornalista. Em 1908, Farmácia no Recife, mas não concluiu por após concluir o curso de direito em Recife, Américo Falcão volta a João Pessoa não ter tido mais o auxílio financeiro do seu e tio que havia morrido. ocupa o cargo de redator de A União. Com a interrupção dos estudos no Recife, Referência: decidiu ir para o Rio de Janeiro, onde SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. exerceu diversas profissões para sobreviver. Lá trabalhou no jornal carioca, O Debate, FERNANDES, Carlos Dias Augusto estando sob a influência do movimento Furtado de Mendonça – (* 20.09.1874, simbolista que circundou o seu discurso Mamanguape-PB - + 09.12.1942, Rio de poético. Mas, a grande influência que teve, Janeiro-RJ). Filho do médico Nepomuceno veio do poeta catarinense Cruz e Sousa, Dias Fernandes e de D. Maria Augusta com quem manteve laços estreitos de Saboia Dias Fernandes. O Dr. Dias amizade. Nesse período em que viveu no Fernandes nasceu no Recife, formou-se na Rio, atuou em diversos periódicos, tais Universidade de Coimbra e falava francês. como Jornal do Comércio, Imprensa, de Rui A proximidade com a língua francesa pode Barbosa, A Gazeta da Tarde, de Gastão ser um dos motivos que tenha conduzido o Bousquet, A cidade do Rio, de José do médico a ser tornar um leitor de Racine e Patrocínio. Ao lado de Saturnino Meirelles, Rousseau. Já D. Maria, nascida no Ceará, foi Maurício Jubim, Tibúrcio de Freitas e dona de casa, produziu doces para serem Elysio de Carvalho, Carlos D. Fernandes vendidos e conciliou os seus afazeres com a fundou as revistas Meridional (exercendo a instrução de Carlos Dias Fernandes, sendo a função de secretário) e Rosa Cruz. sua primeira mestra. O seu interesse pelas Por volta do ano de 1901, quando residiu Letras se evidencia pela influência de seu no Pará, escreveu diversos artigos na Gazeta 59 de Belém e, entre estes, publicou Traços a esmo Embora o romance trate do adultério, ele utilizando o pseudônimo de Jayme Aroldo. pode se configurar como a primeira Em A Província do Pará, ocupou o cargo de aproximação de Carlos D. Fernandes com a redator e diretor. No tempo em que morou temática da educação que, anos mais tarde, no Recife, trabalhou no Jornal do Recife, e se a pedido do governador do estado da formou, em 1912, Bacharel em Direito pela Paraíba, produziu um livro didático Escola Faculdade do Recife. Também atuou como Pitoresca. secretário na redação do Pernambuco, do Em João Pessoa, no ano de 1913, a convite professor Henrique Milet. do seu amigo de infância, o governador Da época em que viveu em Recife, publicou Castro Pinto, dirigiu o jornal A União, o romance A Renegada (1908), sendo alvo de imprensa oficial do estado da Paraíba, grande repulsa, em Pernambuco, Paraíba e fundado em 1891. Manteve-se por lá por no resto do Brasil, tendo em vista o caráter sucessivas gestões, sendo demitido no ano obsceno de algumas passagens da obra. de 1926. Nesse interstício, produziu uma Esse romance é de caráter realista, cujo obra tema é o adultério que leva a morte da romances, discursos, poesias, monografia e heroína por não se adequar na sociedade em livro didático. Isso lhe possibilitou estar que vive. Mas, nas primeiras páginas iniciais cercado da obra, Carlos D. Fernandes transita pela exercendo uma intensa liderança intelectual área da educação. A narração da história é na Paraíba, tanto como articulista, polemista feita e crítico literário. por uma personagem feminina extensiva por e variada, grupos de abarcando intelectuais, chamada Helena que, no período de O livro publicado no período em que esteve transição a na direção do periódico, Escola Pitoresca, sob adolescência, foi para um colégio interno encomenda do governandor Camillo de junto com a sua irmã (Eulália) após a morte Hollanda, em 1918, para ser adotado nas da mãe. Do momento em que viveu nesse escolas de primeiras letras na Paraíba, colégio, Helena narra a sua relação com a aborda o civismo, através de diversos leitura, com a diretora e professora Emília gêneros narrativos, tais como contos, hinos, Campos – o que marca o caráter obsceno –, fábulas, poesias, narrativas históricas e com os demais professores e com as formas canções, sendo destinado aos meninos de ensino deles. brasileiros. A temática do civismo foi da sua infância para preponderante 60 nos livros didáticos brasileiros a partir da República, por a história. A estratégia de fazer circular pelas educação ter tido a função de propagar os primeiras páginas do jornal as notícias sobre ideais desse regime de governo. Valendo-se Escola Pitoresca possibilitaria colocar Carlos da sua função no jornal, ele fez circular D. Fernandes entre um filão da indústria do notas a respeito de Escola Pitoresca, antes livro didático bastante importante à época mesmo de o livro ser aceito pelo Conselho dos autores de sucesso de livro didático, Superior de Instrução da Paraíba e de ser evidenciando que ele cumpriu o protocolo publicado. Essa divulgação configurou-se para como uma estratégia de autopromoção, homem de letras e se deslocou para o Rio como autor de livro didático, o que lhe de Janeiro, considerado o local das decisões conferiria status, pois tal produção o políticas e o centro cultural do país, para dar colocaria ao lado dos autores consagrados visibilidade ao seu livro. como Olavo Bilac, Coelho Neto, Manoel A diversidade nas produções de Carlos D. Bomfim, João Köpke, Fausto Barreto e Fernandes, Carlos Laet, os quais produziram livros determinado gênero, evidencia que ele didáticos que circularam por todo o país. estava interessado na fama que as Letras No que se refere ao processo de editoração poderiam lhe trazer, assim como está de Escola Pitoresca, A União testemunhou explícito nas notas e notícias do jornal A esse processo, informando passo a passo da União a respeito da sua produção didática. ida e da estadia de Carlos D. Fernandes no Dentre essas produções do autor, destaca-se Rio de Janeiro para a publicação desse livro. Os Cangaceiros, cujo romance foi escrito em Do dia da sua partida, passando pela folhetim – forma seriada de prosa de ficção recepção da sua obra pelos jornais cariocas, ou romance, publicada em periódicos, das impressões e opiniões dos periódicos jornais e revistas – para O jornal Pequeno do nacionais, até o seu regresso, A União Recife, do dia 29 de setembro até o dia 12 manteve informados, de novembro de 1908. No ano de 1913, transformando as pequenas notícias em esse romance tornou a ser publicado em grandes manchetes. Pode-se fazer uma folhetim em A União da Paraíba, do dia 26 analogia com o folhetim comumente de fevereiro a 19 de março de 1913. Tal publicado em jornal, que a cada dia é romance foi assinado sob o pseudônimo publicado um trecho, deixando o leitor Jayme Aroldo em ambos os periódicos. curioso para acompanhar o desenrolar da Depois de alguns anos foi editada em livro, seus leitores 61 essa consagração: não se era jornalista, fixando num em 1914 e 1922, e também como folhetim Brasiliensis (1913); O Rio Grande do Norte em O País do Rio de Janeiro (s/d), dirigido (1914); Proteção aos Animais (1914); Noção de por Alves de Souza. Pátria (1914); A Walfredeida (1915); A Defesa periódico Nacional (1916); Rui Barbosa (1918); Escola paraibano, A União, em 1926, sob o Pitoresca (1918); Discurso (1918); Monografia de governo de João Suassuna, mudou-se Epitácio Pessoa (1919); Políticos do Norte III definitivamente para o Rio de Janeiro, com (1919); De “Rapaizinho” a Imperador (1920); poucos recursos, onde atuou em alguns Mirian (1920); Tobias (1921); Livro das Parcas jornais, a exemplo O País e Gazeta de (1921); A Cultura Clássica (1921); O Algoz de Notícias. Em torno de 30 anos se passaram Branca Dias (1922); A Cultura Física (1923); desde a última vez que trabalhou nos Terra da Promissão (1923); Feminismo (1923); periódicos cariocas, os quais não eram mais Infância Proletária (1924); A Fazenda e o os mesmos. A tecnologia dos equipamentos Campo (1925); A Vindita (1931); Fretana jornalísticos (1936); Rezas Cristãs (1937); Gesta Brasílica Após a sua demissão e os no amigos não permaneceram como antes, de modo que a (1938); Gesta Nostra (1942). Redatora: FSe ausência lhe custou o seu apagamento no Referências: circuito literário da época. Exemplo disso ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS. Carlos D. Fernandes (cadeira 32). Discurso de Posse e Recepção pronunciados pelos drs. Ernani Satyro e Ivan Bichara, em solenidade de 3 de agosto de 1963. Paraíba: A União editora, 1964. foi quando escreveu e publicou Fretana e Vindicta, cujas obras não provocaram repercussões. Viveu nessa cidade até a sua morte. AMADO, Gilberto. Minha formação no Recife. 2ª ed. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio Editora, 1958. No período em que trabalhou nos jornais durante toda a sua vida, Carlos D. BARBOSA FILHO, Hildeberto. Arrecifes e Lajedos. Breve itinerário da Poesia na Paraíba. João Pessoa. Ed. UFPB, 2001. Fernandes publicou 459 artigos em jornais e revistas. Ele também escreveu 40 livros de CÂNDIDO, Gemy. História Crítica da Literatura Paraibana. João Pessoa. SEC, 1983. diversos gêneros, entre eles estão Palma de Acantos (1901); Solaus (1902); In Memoriam MARIZ, Celso. Cidades e Homens. Campina Grande: Grafset, 1985. (s/d); Políticos do Norte I (1906); Políticos do Norte II (1906); Vanitas Vanitatum (1906); ______. Figuras e fatos. In: ______. Carlos D. Fernandes no Recife. João Pessoa: União Cia Editora, 1976. Torre de Babel (1907); Canção de Vesta (1908); Álbum do Estado do Pará (1908); A Renegada (1908); Os Cangaceiros (1908); A Hevea 62 MARTINS, Eduardo. Carlos Dias Fernandes – Notícia bibliográfica. João Pessoa: A União, 1976. jornalista paraibano do início do século ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro. Livraria Editora Cátedra. 1984. portugueses, que governaram as províncias XIX, era descendente de antigos militares da Paraíba e do Ceará no século XVIII. Sua relação com os revolucionários de 1817, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa. A União/Conselho Estadual de Cultura, 1994. quando ouvia em sua casa as reuniões caracterizadas por segredos e conspirações. SENA, Fabiana. A Paraíba na trilha da tradição: o livro de leitura Escola Pitoresca. In: ______. A tradição da civilidade nos livros de leituras no Império e na Primeira República. Tese de doutorado. Universidade Federal da Paraíba, 2008. Sua condição de filho bastardo o levou a viver com a mãe, uma índia, na Paraíba e com o pai, no Recife. Porém, o período que compreende de 1817 a 1821, morou na Paraíba, já que os Borges da Fonseca FIGUEIREDO, Maximiniano de – (* estavam sob a mira da polícia lusa. Durante 1867, João Pessoa-PB – + 1918, Rio de a Confederação do Equador, aos dezoito Janeiro-RJ). Diretor de O País, jornal anos foi para o Recife e se matriculou no carioca. Liceu Pernambucano, onde entrou em FILGUEIRAS, Caetano Alves de Sousa contato com vários jornalistas e intelectuais – da época. (* 12.06.1830, Salvador-BA – + 28.07.1882, Paraíba). Poeta, romancista, teatrólogo, Colaborador jornalista dos e jornais Borges aprendeu a ler e a falar francês e advogado. sofreu influência decisiva de O Contrato cariocas Social, de Rousseau, citado como epígrafe do Constitucional e Diário do Rio De Janeiro, seu famoso jornal O Repúblico, “Povos livres, tornou-se, de 1848 a 1849, redator de O lembrai-vos dessa máxima. A liberdade Tapúia, na Paraíba. Uma de suas obras, pode-se adquirir, mas, depois de perdida Adelaide Sargaus, foi publicada no Jornal Da não se pode recobrar”. A tal ponto era Família, do Rio de Janeiro de 1869 a 1870. devotado ao ensaio, que o jornal O Referência: Azorrague, em 1845, o criticaria sugerindo SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A União – 1994. ser seu ponto de vista equivocado tal qual o do livro de Rousseau: “Não vês nunca estudastes um sistema, e que tua ignorância FONSECA, Antônio Borges da – (* a respeito da ciência social é tal que teus 07.04.1808, João Pessoa-PB – + 09.04.1872, Nazaré da Mata-PE). O mais conhecido 63 ensinamentos a esse respeito se cifram aos que dão-lhe popularidade, contribuem para erros do Contrato Social?” sua detenção e processo por “abuso de Sua militância política tem início em 1824, liberdade de imprensa”. Foi demitido e quando observa a repressão imputada por conduzido à Fortaleza de Cinco Pontas, no D. Pedro I aos revoltosos da Confederação Recife. do Equador. Desde esse tempo passou a Em liberdade, fundará, em 24 de abril de associar o governo português e a monarquia 1829, um novo periódico, o Abelha como inimigos do povo. Esse espírito o pernambucana, ao que se acredita, com o levou a participar de várias sociedades apoio Jardineira ou Carpinteiros de S. José. O iniciáticas, entre elas a sociedade secreta jornal travou várias contendas, como era Jardineira ou Carpinteiros de S. José, agremiação típico da época, com outros jornais, maçônica que contrapunha àquela chamada principalmente, O Cruzeiro e O Amigo do de Colunas do Trono, criada pelos partidários Povo, que defendiam idéias absolutistas. O de D. Pedro I, cujo objetivo era o conteúdo alegórico inscrito no nome restabelecimento do absolutismo no Brasil. compara o seu redator às abelhas que Borges da Fonseca foi indicado para criá-la extraem todo o conteúdo venenoso, que, junto na quando adoçadas ganham conteúdo justo. Paraíba. Nessa época é convocado pelo Mas, o mesmo jornalista que estabelece essa grupo para “levantar” a Paraíba, missão que relação não se isenta de afirmar o caráter de assume sem muita reflexão. Lá, ele passa a o seu redator apresentar “doutrina de ocupar o lugar de professor lente de animal ferrão”. Em 31 de agosto de 1830, o primeiras letras, na Cidade Alta, bairro da periódico é fechado e Borges da Fonseca, a capital. pedido dos companheiros do Partido Aos 20 anos, em 1828, Borges começou sua Liberal, vai para o Rio de Janeiro, onde, carreira no mundo jornalístico à frente através Gazeta Paraibana o segundo conhecido em todo o país, passa a travar com outros companheiros, periódico do periódico que o tornará paraibano, que saía duas vezes por semana, uma batalha ferrenha com D. Pedro I. dedicado aos princípios republicanos. Este Em 22 de outubro de 1830, no Rio de era o primeiro periódico dos 25 que ele Janeiro, saiu o primeiro número de O fundaria até 1869. O teor dos artigos, Repúblico, apontando corrupção, denunciando crimes, conhecido o jornalista paraibano. Na revelando negociatas, ao mesmo tempo em apresentação do periódico, Borges da 64 epíteto com o qual ficou Fonseca assim justifica o título: “a província paraibana. Deixa a Corte em significação simples e natural da palavra – 1832. Repúblico – suficientemente mostra que eu Ao chegar à Paraíba, Borges da Fonseca só desejo o bem público”. provará do mesmo veneno que disseminou, Em O Repúblico, ao contrário de outros ao ser denunciado jornais oposicionistas, como A Aurora e a relapso pelo redator do jornal republicano, Astréia que mantinham uma linha polida e O Raio da Verdade, José Freire, contra o qual equilibrada em suas críticas, observava-se o jornalista moveu um processo por calúnia claramente o caráter sublevador, que não e injúria. O juiz julga improcedente a ação e encobria planos de agitação popular. Por aceita a acusação de preguiçoso, o que leva isso, D. Pedro reconhecia o periódico como o jornalista paraibano a interpor um recurso inimigo dele e do regime monárquico. A sua de agravo junto ao Supremo Tribunal de participação Relação do Distrito, localizado no Recife. nesse jornal granjeou-lhe como funcionário prestígio dinheiro. Resolve casar-se com A sua disposição para criar inimigos parecia Maria da Conceição, com quem teve seis ser uma disposição mais de ordem pessoal filhos. Nessa época, é acusado de traidor e do que política. Em pouco tempo na de província, vendido a certos comerciantes criou animosidades com a portugueses, que em troca teriam mobiliado oposição e o governo, que pagava seu a sua casa com “mobília de conto de réis”. salário. Em meio aos ataques, torna-se Tomado por inimigo por Evaristo da Veiga, vereador, que monarquia funcionários e praças. Em seguida é constitucional e a combater com o seu demitido, mas alcança a primeira suplência Aurora Fluminense os órgãos conservadores e de deputado à Assembléia Geral do monarquistas, bem como os republicanos Império. Vale salientar que manteve durante que, no caso de Borges, transformou-se em parte do ano de 1832 a circulação de O aliado do governo da Regência. Conciliado Repúblico na Paraíba, impresso na Tipografia com o governo, que temia pelo seu poder Municipal, e no exemplar do dia 15 de frente à população, é-lhe oferecido o novembro de 1832, prometera dali por emprego de Secretário do governo da diante jamais aceitar qualquer emprego Paraíba, princípios público, uma vez que sua pena era monárquicos, representante da Regência na suficiente para sustentá-lo. Esse fato assume passa a defender defensor dos a com apoio dos artesãos, repercussão nacional e os jornais da Corte, 65 reproduzindo, como era próprio à época, as Não é conhecida a causa que motivou a matérias dos periódicos pernambucanos, mudança de Borges da Fonseca para Nazaré aproveitam a oportunidade para reiterar as da Mata, onde funda, juntamente com o críticas ao jornalista paraibano, acusando-o Padre Luiz Inácio de Andrade Lima, o de traidor e vendido. Nazareno (1843 a 1848), localizado junto à Em 1833, é acusado de uma tentativa de Igreja Matriz, onde morava o jornalista assassinato contra seu antigo desafeto, o junto à tipografia. Além das atividades editor de O Raio da Verdade, o jornalista José jornalísticas, ele também prestava serviços Freire. Mais uma vez, os jornais cariocas como rábula, prática comum à época. No irão aproveitar a oportunidade para agora ano de 1843 funda a Sociedade Tipográfica acusá-lo Nazarena, de assassino. Depois de associação pertencente aos incompatibilizar com os governadores de Vigilantes, sociedade que se opunha aos província, Borges da Fonseca volta à Corte praieiros. Depois de uma cisão, Borges da fugido da acusação de assassinato. Lá Fonseca é obrigado a sair de Nazaré, fugido, participa da Sociedade Defensora da Liberdade e com o transporte das máquinas feito à Independência Nacional e passa fazer parte dos noite, na surdina, sendo levadas em lombo inimigos da Regência. de burro, pois havia várias emboscadas armadas pelos inimigos. Em 1834, teve seu assento negado na Câmara dos Deputados como suplente da Em 20 de agosto de 1843, publica o Paraíba. Até 1841 vive uma vida de nômade Nazareno na cidade do Recife. Tão logo dividida entre Pernambuco e a Corte. Nesse assume o governo praieiro, em 1845, ano, fixa-se em Recife, onde em 20 de representado pelo presidente de província o novembro começa a publicar o jornal baiano Antonio Pinto Chichorro da Gama, Correio do Norte (1841 a 1842). Durante a Borges da Fonseca dá início a uma série de existência do periódico, Borges atacou o ataques, governo de Araújo Lima, defendendo idéias monarquistas e o jornalista republicano. Em republicanas e federalistas. Em alguns 1844, números observa-se, em seus artigos, a utilizando uma linguagem virulenta, que lhe defesa de idéias nitidamente separatistas, custa novo processo por “delito de pelas quais é acusado pelos “praieiros” e imprensa”, sendo absolvido pelo júri. Cinco pregar a desmembração do Império. dias após o julgamento, sofre um atentado já funda que o os praieiros Verdadeiro eram Regenerador, armado pela polícia. Será o segundo que 66 sofreu dos praieiros, tendo o primeiro atenção. Entre várias versões, a de que teria ocorrido na estrada de Nazaré para o conclamado o povo a queimar as lojas dos Recife. Não é de admirar que sua morte seja comerciantes portugueses. Em 27 de junho desejada por muitos. Em 04 de outubro de é transferido da Cadeia para a corveta de 1844 ele escreve um libelo a favor da guerra, Eutrepe. “abolição completa de todas as servidões”. Em novembro de 1848, explode em Um dos motivos para a interrupção de O Pernambuco mais uma luta entre os liberais Nazareno foi a prisão de Borges da Fonseca e os conservadores: a revolução praieira. em agosto de 1847 a março de 1848. Ele foi Com julgado e condenado a oito anos de prisão Cavalcanti e Rego Barros e a recusa dos pela acusação de usar expressões insultantes comerciantes em empregar brasileiros, em contra o Imperador. A cadeia ficava dezembro de 1847 e junho de 1848 a próxima à ponte do Recife, onde estavam população saiu às ruas do Recife saqueando os arcos de Santo Antonio e da Conceição. armazéns Na prisão, escreve um documento a favor portugueses. da nacionalização do comércio, que teve envolvidos agricultores, políticos, militares, ampla repercussão na cidade e logo profissionais conseguiu de comerciantes. Borges estava preso no assinaturas. Ao sair da prisão, Borges ataca Recife quando houve a investida de junho. tanto um partido como o outro e se ocupa Foi assim chamada porque o Diário Novo, em falar da nacionalização do comércio. jornal que apoiava os liberais, situava-se à Depois, volta às origens no partido liberal. rua da Praia, em Recife. A base do Diário se Borges fica na Cadeia Pública até abril de tornou a sede do partido e nela se destacou 1848, quando é transferido para a Fortaleza o grupo radical "Cinco Mil", liderado por do Brum. Enquanto estava preso, ele usava Borges, os filhos como mensageiros e publicava independente artigos em jornais locais, que insuflava o combatendo-os, ora apoiando-os quando povo e rebelava-se contra a sua prisão. Em haviam objetivos coincidentes. 4 de maio volta à Cadeia Pública, que A revolta oferecia melhores condições. Da varanda da nomeado para a presidência da província o cadeia, se conservador Herculano Ferreira Pena, que manifestado ao povo, que o ouvia com ocupou o lugar de Antônio Chichorro da a Borges adesão da de milhares Fonseca teria 67 o monopólio e exercido espancando Nesta e matando briga estavam liberais, que escravos consistiu dos pelos um praieiros, e grupo ora tomou forma quando foi Gama. Chichorro era aliado dos praieiros e trabalho criando o bem estar, a supressão com seu apoio, o Partido da Praia chegou dos conflitos de homem a homem e de ao poder e desalojou os conservadores do nação a nação – o fim da expliração (sic) clã Rego Barros. A maior contribuição de inumana – a abolição da lei de morte e da lei Borges nesta revolução foi o "Manifesto ao de vida”. O periódico, contudo, não tem a Mundo", onde ele reivindicava dentre mesma repercussão e a postura ambígua de outros, uma reforma na Constituição e a Borges da Fonseca, ora criticava, ora nacionalização do comércio, coisas pelas referenciava o Imperador, impôs o fim de O quais ele lutava há muito tempo. Em 2 de Repúblico em 15 de dezembro do mesmo fevereiro de 1849, quando os praieiros ano. No dia 25, ele volta para a Paraíba com atacaram o Recife, Borges entrou no bairro toda a família. Santo Antônio, passando por artilharia Ao voltar para Paraíba, dedicou-se à família pesada de 400 homens em guerra, subiu e tentou novamente uma vaga no Senado e num chafariz e proclamou a força do na Governo. Ele saiu ileso do tiroteio. dificuldade. Sem sucesso algum, orientou Borges foi preso, e em agosto de 1849 foi no Rio de Janeiro a publicação do pasquim julgado e condenado. Cumpriu pena em A Matraca, lançou na Paraíba o Prometeu e Fernando de Noronha e ilha da Rata. Em transcreveu do Correio da Tarde, do Rio de Julho de 1852, todos os praieiros recebem Janeiro, o manifesto "Ao País", publicado indulto do Imperador, com exceção de depois no Diário de Pernambuco. Em fins de Borges da Fonseca, que tem que apelar ao janeiro e início de fevereiro de 1856 contrai Imperador. Em 11 de agosto o Ministro da cólera-morbus, Justiça, defere o seu pedido. Passara três quando visitava a sua filha. anos e cinco meses confinado na Ilha. Em novembro de 1857 embarca para a Ao sair da cadeia publica um artigo no Europa a fim de realizar um sonho antigo: o Revolução de Novembro, jornal que viria a de se tornar Bacharel em Direito. Passou dirigir no Recife, no período de agosto de maior parte do tempo na França, de onde 1852 a março de 1853. Nesse ano, Borges enviou uma série de cartas que foram da Fonseca deixa a família e vai ao Rio de publicadas no jornal O Povo. Na Alemanha, Janeiro, onde restaura O Repúblico, em 01 de entre junho e julho de 1858 ele consegue julho de 1853, com a epígrafe: “A república adquirir o certificado de Doutor em Direito. é a união, a unidade, a harmonia, a luz, o O embuste era visível: o jornalista não sabia 68 Câmara. Sobrevivia em com Campina muita Grande, alemão e nunca cursara a Universidade de FREIRE, Antônio – Jornalista. Rostok, que lhe conferira o título. O evento FREIRE, foi um prato cheio para que seus inimigos 21.08.1882, publicassem várias matérias aludindo à 30.03.1947). Pseudônimos: Mário Dalva, compra do título. Dasilva Campos e Gil Mac Dada. Era filho Ao retornar ao Brasil em 1859, abriu um do casal Flávio da Silva Freire e D. Ana Leal escritório Afonso Freire e neto do Barão de Mamanguape. Albuquerque Melo. No mês de novembro, Jornalista, poeta, filósofo, político, membro o Imperador visita Recife, ocasião em que fundador se declara “monarquista pessoal, pois com Imprensa e do Instituto Histórico e Pedro II seria possível alcançar as reformas Geográfico Paraibano e da Sociedade de por que se batia”. Em 1860, publicou no Geografia do Rio de Janeiro. Ingressou na Diário de Pernambuco mais um manifesto, que Academia Paraibana de Letras, em 14 de além de moderado, era monarquista e setembro de 1941, tendo sido um dos dez defendia a "causa da humanidade, do povo fundadores da APL, quando faleceu exercia e do rei". Nem assim conseguira disputar a Vice-Presidência da Casa. O padre uma cadeira a deputado pela Paraíba ou Mathias Freire era alegre. Às vezes, recebia Pernambuco. censuras da sociedade conservadora pelo de advocacia com Mathias, Cônego Mamanguape-PB da Academia – – Paraibana (* + de seu comportamento liberal e moderno: Os últimos anos de vida, passou-os entre fumava em público, em seus poemas Campina Grande e Recife. Era já uma figura exaltava o amor, o belo e a natureza. Todas mitológica, amada e odiada, um personagem as manhãs, era visto na Catedral cumprindo de projeção nacional, admirado e temido. o sagrado exercício do sacerdócio. Não Morre em Nazaré, em 1872. Seu velório é deixou livros publicados, a sua produção organizado pelos republicanos e “seu encontra-se em publicações dos jornais da cadáver é colocado em pé, na porta da casa, época e nas Revistas da APL. Ingressou no com a mão estendida para receber os cumprimentos da última Seminário Diocesano da Paraíba aos doze despedida”. anos e foi ordenado padre na Capela do Redatora: SFPB Palácio Arquiepiscopal do Recife, pelo Referências: bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda SANTOS, Mário Marcio de A. Santos. Um homem contra o Império. João Pessoa: A União, 1994. Henriques, em 24 de fevereiro de 1905. Inicia sua vida paroquial em Guarabira, 69 ampliando a sua ação também para a vida política, ao combater os desmandos dos poderosos. Atuou como professor da cadeira de Geografia do Liceu Paraibano, que também dirigiu por vários anos. Também lecionou no Pio X e Escola Normal. Além de professor, era poliglota. Foi deputado em duas legislaturas e chegou a presidente da Assembléia. Apoiou João Pessoa na revolução de 30. Foi colaborador assíduo de A União e dirigiu os jornais A Imprensa e Correio da Manhã, publicando, nessa fase, suas famosas Cartas Aerolíticas (1931-1933). Referências: SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. http://www2.aplpb.com.br/academicos/m athiasf.htm 70 Cordeiro, José Ferreira de Novaes e G Benjamim Franklin d´Oliveira e Mello. Redatora: SFPB Referência: MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da misericórdia, 1978. GAMA E MELLO, Antônio Alfredo da – Ver MELLO, Antonio Alfredo da Gama GUEDES, Lylia – (* 14.11.1900, Nova – Cruz-RN). Desde os três meses, residiu Fundou o jornal Imprensa do Sertão, de Sousa, nesta Capital. Foram seus pais Terencio em 1911. Em14 de março de 1914, fundou Guedes e Maria Amélia Guedes, com os em Patos A Voz do Sertão. quais estudou as primeiras letras. Iniciou os GAMBARRA, Genésio Gomes estudos secundários no curso de Francisca GALVÃO, Enéas de Arrochelas – (* Moura, nesta Capital, tendo prestado os 24.10.1853, Santa Rita-PB – + 05.09.1926, exames no Liceu Paraibano nos anos de Rio de Janeiro-RJ). Filho do Major Cipriano 1916 e 1917. Em março de 1918, de Arrochelas Galvão e de Maria da matriculou-se na Faculdade de Direito do Conceição da Fonseca Galvão, nasceu no Recife, onde colou grau de bacharel em engenho Munguengue, município de Santa Ciências Jurídicas e Sociais, no dia 16 de Rita, na Paraíba. Formou-se em direito pela dezembro de 1922. Ainda acadêmica, foi faculdade de Recife no ano de 1873. Iniciou designada para auxiliar na cadeira de sua vida pública como Promotor de Justiça Português da extinta Escola Normal, cargo na comarca de Bananeiras, nomeado a 9 de que desempenho nos anos letivos de 1919 e janeiro de 1875, permanecendo no exercício 1920. No mesmo ano estabelecimento, daquelas funções até 17 de novembro do ensinou também nas cadeiras de Geografia mesmo ano, quando foi nomeado lente de e História da Civilização. Ocupou, seis retórica e poética do Liceu Paraibano. Foi vezes, a tribuna do júri desta Capital, deputado provincial durante a legislatura de obtendo quatro absolvições. É inscrita na 1878-1879. Como jornalista, fez parte do Ordem corpo redacional de O Publicador, jornal de fundadora da Associação Paraibana Pelo propriedade de J. R. da Costa, publicado na Progresso Feminino. Exerceu o cargo de Tipografia de J.R. da Costa, situada à rua professora auxiliar da cadeira de Geografia Direita, nº 20, junto a Lindolfo José Correa do Liceu Paraibano. No dia 09 de julho de das Neves, redator chefe, Antonio da Cruz 71 dos Advogados. Foi sócia 1939, entrou para o quadro social do GUIMARÃES Instituto Histórico Geográfico Paraibano Pessoa. (* 1897, Bananeiras-PB, – + 1952, (IHGP). Tendo feito um discurso sobre Rio de Janeiro-RJ). Diretor da revista Era Maciel Pinheiro, Democrata e Republicano. Nova e dos jornais A União e O Liberal. Foi No período de 1956/59, assumiu o cargo de também um dos primeiros redatores do Bibliotecária e entre o período de 1959/62 jornal O Norte, ao lado de Abel da Silva, assumiu a Comissão de Admissão de Inojosa Varejão, Enéias Leite e José Sócios, bem como o período de 1965/75, Porfírio. Formado em Direito, publica participou da Comissão de Conta desta algumas obras forenses. Instituição. Referência: Tem publicados. livros Preparou um de versos método de de ficção e outro sobre assunto de http://jornal.onorteonline.com.br/doming o/80anos/ atualidades. Além de contribuir com a Coluna intitulada Página Feminina dos jornais A União e A Imprensa. Os jornais fazem menção constante com Advogada no Fórum da capital, sendo a primeira mulher na Paraíba a fazer parte da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, como Proferiu palestra sobre Sinésio SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Taquigrafia, inteiramente original, um livro secretária. SOBRINHO, o Bicentenário de D. João VI, entre 1965/75. Faleceu entre o período 1965/75. Redator: FS Referências: ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de Fatos e Vultos da Paraíba Rio de Janeiro: Cátedra, 1984. GUIMARÃES, Luis Hugo. História do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. João Pessoa: EDUFPB, 1998. A União, João Pessoa de 1930/1945. A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940. 72 idade de noventa e quatro anos, sucumbiu, H ontem, nesta cidade, o venerando Padre Leonardo Antunes Meira Henriques, o mais antigo intelectual paraibano e cuja vida representava uma grande parte da nossa HOLLANDA, Antonio. Camillo – (* vida política, literária e jornalística.” Assim 1859, Paraíba - + ). Empregado público e noticiou a edição de sexta-feira, 17 de julho jornalista, foi a partir de 1889 nomeado de 1914, do periódico A União, o oficial de gabinete do entao presidente de falecimento do Padre Meira. Ele fora figura Província, Venâncio Neiva. Em 1890 foi proeminente em algumas das mais famosas escriturário Paraíba, disputas que tiveram lugar no púlpito, no passando a servir em Santos, depois no foro, na imprensa, nas salas de aula e na Ceará e por último no Pará. Segundo tribuna Liberato Bittencourt, Camillo de Hollanda segunda metade do século XIX. Filho do era homem com grande amor às belas Cirurgião-mor Feliciano José Henriques e letras, excelente folhetinista, além de um de Ana Joaquina de São José Meira, cronista de talento. Não se tornou mais Leonardo Antunes Meira Henriques, nasceu famoso como jornalista devido à sua em 6 de novembro de 1820, na Cidade da timidez e modéstia. Como a maioria dos Paraíba. Iniciou os estudos de humanidade jornalistas da época, não assinava sua no produção o que o levou ao anonimato, a ingressou no Seminário de Olinda, onde foi despeito de sua contribuição em O Comércio. ordenado Padre, em novembro de 1843; e Redatora: SFPB na Faculdade de Direito do Recife, tendo Referências: obtido o título de Bacharel em ciências SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. jurídicas em 1845. Circulando entre a da HENRIQUES, alfândega Adauto da Aurélio da Lyceu Assembléia paraibano, Provincial, findo o na curso Cidade da Paraíba e de Olinda, foi professor examinador de francês do Lyceu paraibano de de 1842 a 1845, quando deixou o lugar para Miranda – Ver Dom Adauto. reger a cadeira de teologia no Seminário de Olinda, função que ocupou até 1849, HENRIQUES, Padre Leonardo Antunes + quando aceitou a prestigiosa função de 17.07.1914, Paraíba - PB). “Na avançada Vigário Geral do Bispado de Pernambuco, Meira (* 06.11.1820, Paraíba – 73 onde permaneceu até o ano seguinte, tendo tempo em que exercia o cargo de lente de ainda passado a militar na imprensa e na filosofia do Lyceu paraibano, em que se política de Pernambuco, o que no século aposentou depois de várias décadas à frente XIX era dizer o mesmo, ocupando cargos daquela cátedra. Conservador, monarquista de e escravocrata, o Padre Meira defendeu destaque importantes, e chefiando sempre ao comissões dos sempre com ardor e ironia estas causas, conservadores, Partido pelo qual foi eleito porém por duas vezes foi atacado de deputado provincial em Pernambuco de maneira impiedosa pela imprensa liberal. 1853 a 1857. Em 1856 chegou a exercer a Em um primeiro episódio, foi ridicularizado função de Procurador Fiscal da Fazenda por aprovar com demasiada facilidade seus Geral na mesma Província. Transferindo-se alunos de filosofia. Em 1861 foi atacado para a Cidade da Paraíba em 1858, foi eleito pelo seu inimigo pessoal, o Padre Lindolfo, deputado provincial, com que o denunciou como prevaricador, por ter pequenas interrupções, sucessivas supostamente desviado recursos públicos, legislaturas, até 1889, quando a República o fato que foi desmentido pelo Presidente da afastou da política; ocupou ainda o cargo de Província Francisco de Araújo Lima na Provedor fiscal dos feitos da Fazenda correspondência reservada que mantinha Nacional (1861), membro da Comissão com o Ministro da Fazenda. Contudo, Censitária (1872), e da Comissão para a recebeu reforma do Tesouro Provincial e Consulado conseguiu a absolvição de Josefa da da Paraíba (1872); Diretor da Caixa Conceição, ré confessa da morte de um rico Econômica provincial (1877); Regente e em proprietário de terras de Campina Grande, seguida Vigário encomendado da Paróquia que ameaçava continuamente tomar seu de Nossa Senhora do Pilar (1865). Apesar parco de todas essas atividades continuou a propriedade do Coronel. O crime ficou advogar quase até o fim da vida, o que fazia conhecido desde 1855, só fechando sua banca em Bodocongó”. Apesar da notoriedade do 1909. Foi também redator do Jornal da caso, noticiado pela imprensa da Paraíba, o Paraíba, e a um só tempo proprietário e Padre Meira foi ameaçado de morte pela principal redator do periódico O Conservador. família do morto. Típico representante da Escreveu ainda muitos artigos para jornais elite política provincial em que se achava a de Pernambuco e da Corte, ao mesmo base do longo reinado de Dom Pedro II, foi e lado reeleito, em 74 a aclamação pedaço de como pública terra, o da quando vizinha “Bruxa à de agraciado com os títulos de Cônego quem são aqueles retratos, perguntou o Honorário da Capela Imperial, Cavaleiro da reverendo. “Do Doutor Gama e Melo e do Ordem de Cristo e Oficial da Ordem da Desembargador José Peregrino; foi uma Rosa. No fim da vida viu boa parte das homenagem digna prestada pelo Conselho idéias em que acreditava serem preteridas Municipal à memória de dois homens que por sobretudo, foram Presidentes da Paraíba, respondeu o “república”. O que não o impediu de funcionário, acrescentando: Não é justa?”O tornar-se um crítico acerbo do novo regime. Padre, tomando sua caixa de rapé, foi Coriolano respondendo: outras: “abolição” de Medeiros, e, cronista dos É... mas completem a primeiros tempos da República na Paraíba, homenagem colocando entre os retratos a registrou imagem de Cristo...” Redator: CRNF algumas histórias do vasto anedotário que então circulava pela cidade Referências: sobre a verve irreverente do neurastênico A União – Ano XXII – Parahyba – Sextafeira, 17 de julho de 1914 – n.º 155. sacerdote, famoso também pelos seus ditos FREIRE, Carmen Coelho de Miranda. Padre Meira. João Pessoa: Edição da Autora, 1976. espirituosos e razinzice acentuada pela idade, segundo ele: “Já muito alquebrado pelos anos, a sobrecasaca e o chapéu alto LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda – 1832-1853. João Pessoa: A União, 1977. severamente surrados pelo uso, a gola amarfanhada e suja, entrou o Cônego na MEDEIROS, Coriolano. O Tambiá da minha infância. João Pessoa: A União, 1994. Câmara Municipal, então renovada pelo ______. Sampaio. João Pessoa: A União, 1994. prefeito Diógenes Pena, que substituiu os móveis, e até os velhos livros e papéis do arquivo removeu para o Zumbi: “Como tudo aqui está bonito, disse o visitante a um funcionário que o levou ao salão de honra, onde se viam móveis moderno estilo. Na parede, emparelhados, e com espaço regular entre ambos, estavam dois retratos, pintados a óleo pelo Dr. Ernesto Freire, indiscutível valor mental, professor, vocação artística completamente esquecida na memória dos seus conterrâneos. “De 75 no Recife estava em voga mudar de nome. J Assim, com vinte anos de idade, Irineu Ceciliano Pereira da Costa, nome de batismo, passou a ser conhecido por Irineu Ceciliano Pereira Joffily. O jornal Diário de Pernambuco, de 7 de março de 1864 divulgou JOFFILY, Irineu Ceciliano Pereira – a mudança de nome do paraibano. (*15.12.1843, Pocinhos-PB - + 7.02.1902, Campina Grande-PB). Filho de José Luís No último ano do seu curso, em 1866, Pereira da Costa e D. Isabel Americana de Joffily fundou o jornal Acadêmico Paraibano, Barros. Com o desejo de ver ao menos um de caráter estudantil, no qual deteve a sua dos seus filhos com estudo, o sr. José Luiz atenção para as questões locais. Três artigos enviou Irineu, em torno dos 12 anos de que foram publicados nesse periódico sob a idade, para estudar no famoso colégio do sua rubrica ilustram o seu interesse nativista; Padre Rolim, em Cajazeiras. De Pocinhos tais como “Os limites da Paraíba com até o colégio, no sertão paraibano, Irineu ia Pernambuco”, a cavalo, sendo conduzido pelo vaqueiro de “Necessidade da criação de um bispado na confiança de seu pai, o Manoel do Brabo. Paraíba”, entre agosto e setembro, e “Barra Essa longa jornada de oito dias influenciou de Mamanguape e navegação atual do rio anos mais tarde o seu interesse pelo sertão, deste nome”, de 11 de setembro de 1866. sendo Esse interesse de Joffily ficou também reveladas nas suas crônicas 1866, Despertador: jornal político, literário e noticiador, quando cursava a Faculdade de Direito do periódico campinense, de 13 de maio de Recife, um dos mais antigos e tradicionais 1870, quando escreveu um artigo que estabelecimentos do ensino superior no defendia a construção da ferrovia entre o Brasil, a qual foi criada em 15 de maio de Porto de Cabedelo até Campina Grande; e o 1828, em Olinda. O ingresso de Joffily segundo em Mercantil, periódico paraibano, nessa Faculdade se deu em 1862, quando de 17 de dezembro de 1883, Joffily aponta tinha apenas dezoito anos, tendo como 18 propriedades de algodão, evidenciando a companheiro de estudos Maciel Pinheiro, Rui de épocas distintas. O primeiro está em O pendor para o jornalismo ocorreu Barreto, agosto explícito em dois artigos escritos por ele em publicadas nos jornais. Tobias de Barbosa, importância de se construir a ferrovia. O João seu interesse pela valorização da Paraíba o Barbalho. Durante a época em que estudou 76 levou a investigar a geografia e história do sítio Genipapo, em terras paraibanas, com estado nos arquivos públicos, pois estava os proprietários de terras da vizinhança. convencido paraibanos Nesse sítio eles tinham seus gados e desconheciam o seu próprio lugar. Durante lavouras e possuíam por carta de sesmaria 1886 e 1887 fez uso do cargo público que de uma sorte de terras. exercia como deputado para desenvolver a No ano de 1891, a tipografia sofreu ataques sua pesquisa, percorrendo terras paraibanas. pela força pública, por ter permanecido a Dessa em fazer oposição ao governador. Para fugir divulgar os aspectos topográficos do estado. dos ataques e pressões que se tornaram Em 1888, Joffily instalou a primeira oficina constantes, Joffily interrompeu a circulação tipográfica de Campina Grande e teve como do periódico e refugiou-se no Rio de sócio Francisco Soares da Silva Retumba Janeiro, onde trabalhou como revisor do (filho). Com a instalação da tipografia, eles Jornal do Comércio, publicando Notas Sobre a lançaram o periódico semanal sob o título Paraíba. Ele reuniu-as em um único volume Gazeta do Sertão: órgão democrático, o qual e as publicou em decorrência do sucesso exerceu grande influência no interior da das suas crônicas no jornal pelo público Paraíba. Na função de diretor do periódico, carioca. A obra é composta por 20 capítulos Joffily publicou o material coletado das suas e versa sobre os principais temas: flora, pesquisas. Ele seguiu a moda de muitos fauna, seca, agricultura, criação e indústria. jornalistas e adotou também o pseudônimo. Redatora: FSe Sob o uso do pseudônimo de Índio do Referências: Cariry, assinou muitos artigos, a exemplo da BARBOSA, Socorro de Fátima P. Jornal e Literatura: a imprensa brasileira no século XIX. Porto Alegre: Nova Prova, 2007. de forma, que tornou-se os pioneiro seção intitulada “Cá e Lá”, de 18 de julho de 1890 e de 26 de dezembro de 1890. Em SILVA, F. FORMIGA, M. G. BARBOSA, S. F. P. Miscelâneas, Rodapés e Variedades: Antologia de folhetins paraibanos do século XIX. João Pessoa: Idéia, 2007. seus escritos no jornal eram nítidas as manifestações de oposição aos atos do governador Venâncio Augusto de JOFFILY, Ireneo. Notas sobre a Paraíba. Brasília: Thesaurus, 1977. Magalhães Neiva, bem como das ameaças sofridas por se posicionar contra o governo. JOFFILY, José. Entre a monarquia e a república – Idéias e Lutas de Irenêo Joffily. Rio de Janeiro: Kosmos, 1982. O pseudônimo adotado por Joffily, Índio do Cariry, está relacionado aos índios que TAVARES, João de Lyra. Apontamentos para a história territorial da Paraíba. Ed. Fac-similar. viviam lutando pelo seu espaço de terra, o 77 Coleção Mossorense. Volume CCXLV, 1982. 78 em Alagoa Nova, dos jornais A União, de L João Pessoa, e A Noite, do Rio de Janeiro; em 1930, atuou nos jornais O Liberal e o Jornal do Norte, sob a direção de Café Filho; ainda em Alagoa Nova, fundou o semanário LEAL Ramos, José. (* 16.07.1891, São O Momento. Veio para a capital do Estado João do Cariri (Alagoa Nova) – + 1976, para integrar a equipe de A União como João Pessoa-PB). Era filho do casal Antônio redator, e logo ascendeu ao posto de Claudino Leal e Inácia Ramos Leal; em Secretário, substituindo, mais tarde, Samuel 1920 casou-se com Ester Romero Leal, Duarte na direção do órgão, em 1932. Em nascendo filhos: 1934, passou a dirigir O Norte, jornal que Homero, Péricles, Maria das Dores, Maria não resistiu à chegada do Estado Novo. Em da Penha, Achiles e Milcíades. Jornalista e João Pessoa, além de escrever nos jornais A historiador. Associação União e O Norte, ainda fundou o quinzenário Paraibana de Imprensa por vários anos e o Ilustração e Gazeta do Povo, este em parceria construtor do seu edifício sede. Autodidata, com o escritor Ascendino Leite, e a Revista José Leal era considerado o decano da Gong, imprensa paraibana por sua atuação frente colaborava em todos os jornais do Estado, aos mais ora como redator, articulista ou editorialista. representativos do Estado. Dedicou toda a Escreveu no Correio da Manhã, A Imprensa e sua vida à imprensa; entregava-se à leitura, Tribuna do Povo. desse órgãos casamento Presidente de da os comunicação procurando manter-se sempre atualizado e todos com duração efêmera; Recebeu os títulos honoríficos de Cidadão bem informado sobre a situação do Estado Benemérito de João Pessoa, concedido pela e do País. Câmara Municipal de João Pessoa, e de Desde cedo, ainda adolescente, já editava Cidadão Benemérito da Paraíba, concedido jornais manuscritos, na sua cidade natal. pela Assembléia Legislativa. Publicou o primeiro trabalho na imprensa É autor da primeira história da imprensa da Capital em 1915, uma crítica ao prefeito paraibana, A imprensa na Paraíba, de 1941. A de Alagoa Grande, obtendo boa recepção segunda edição da obra foi publicada em entre os prefeitos da região e, a partir daí, 1962. não lhe faltou mais convites para escrever Como memorialista, publicou Reencontro da vila, 1961; Assim eram as coisas, em jornais. Em 1927, já era correspondente, 79 1971 e Vale da travessia, 1972. Redatora: muitas informações taxonômicas sobre SFPB Opiliones, Solifugae, Amblypygi, Uropygi e Referências: pequenas ordens de aracnídeos. ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. Melo Leitão foi indicado diretor de SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A União – 1994. 1931, cargo em que permaneceu até ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro. Livraria Editora Cátedra. 1984. Recebeu muitas homenagens e prêmios, Zoologia do Museu Nacional em abril de dezembro de 1937. também foi eleito ou apontado às mais distintas posições durante sua carreira. Ele http://ihgp.net/memorial5.htm#CADEIR A%20Nº.%2019 foi presidente da Academia Brasileira de Ciências de 1943 a 1945. LEITÃO JÚNIOR, Cândido Firmino de Melo – (* 17.07.1886, Campina Grande-PB Em 6 de junho de 1949 seu amigo Augusto – + 15.12.1948, Rio de Janeiro-RJ). Ruschi inaugurou o Museu de Biologia Ascende na vida pública através de intensa Melo-Leitão em Santa Teresa, Espírito colaboração nos jornais do país e do Santo. exterior. É patrono da cadeira 40 da Existe o "Prêmio Melo-Leitão", entregue Academia pela Academia Brasileira de Ciências. Ele Paraibana de Letras. Foi professor de Zoologia e História Natural também nos colégios do Rio de Janeiro. Seus pais escrevendo livros para cursos de faculdade e eram fazendeiros e tiveram um total de contribuiu para a biogeografia, com estudos dezesseis filhos. Viveu a parte de sua vida sobre a distribuição da Arachnida no em Pernambuco. Seu primeiro trabalho continente Sul Americano. como zoólogo foi em 1913, na Escola Superior de Agricultura e se envolveu na educação, Referências: Medicina SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Veterinária em Piraí, estado do Rio de Janeiro, em que foi professor de Zoologia primeiro trabalho taxonômico, com a http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2nd ido_Firmino_de_Melo_Leit%C3%A3o Acesso em 21/03/2009. descrição de alguns gêneros e espécies de LEITÃO, aranhas Melo – (* 27.01.1868, Paraíba – + Geral e Sistemática. Em 1915, publicou seu brasileiras. Produziu também 80 Tranquilino Graciano de 17.02.1942). Contista e romancista. Foi de voto das mulheres e de acesso à Câmara funcionário do Tribunal de Contas da Legislativa da Paraíba. Publicou, entre União. Paralela a essa carreira, desenvolve a outros escritos, Georgina, a estrutura da Terra, de jornalista, sendo redator do Jornal do em 1922, e A Mulher e seus Direitos em Face da Brasil. Nos anos de 1904 a 1906 colabora nossa Legislação, em 1933, João da Mata com revista A cultura acadêmica, do Recife. O (biografia). Faleceu em 18 de março de seu primeiro livro é o romance Corações, de 1975. 1900, editado pela Garnier. Referência: Referência: http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/art igo_ana_coutinho.htm SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. LISBOA, João Coelho Gonçalves – (* 27.06.1859, Areia-PB – + 11.07.1918). Filho LIMA, Albertina Correia. (* 1889, Paraíba do Coronel Teodoro José Gonçalves de – +18.03.1975, João Pessoa-PB). Filha de Lindolfo José Correia das Lisbôa e D. Josefa dos Santos Coelho Neves. Lisbôa, Advogada. Foi professora por muito tempo. João, Francisco e Rosalina, esta, mais tarde, carreira no jornalismo em 1912, escrevendo tornou-se poetisa. Fez o curso primário e os em dois jornais de circulação nacional, O preparatórios em Areia e, influenciado pelo Correio da Manhã e O Jornal e em outros de tio, ingressou na Faculdade de Direito do várias capitais do Nordeste. Contribuiu com Recife, bacharelando-se em 1884. Primou vários artigos na Revista Era Nova, e nos pela “elegância impecável dos trajes e jornais A União e A Imprensa, como atitudes”. também, escreveu vários artigos nas revistas Histórico e de Gabino, nascendo dessa união três filhos: Recife, diplomada em 1931. Iniciou a Instituto descendentes portugueses. Casado com D. Luiza Pizarro Bacharel em Direito pela Faculdade do do ambos Consagrado pela oratória, dedicou-se ao estudo das línguas, dominava Geográfico vários idiomas, inclusive, latim, grego e Paraibano, onde ingressou em abril de 1938, alemão. Jornalista, com atuação marcante. além de fazer parte da Associação Paraibana Colaborou na Folha do Norte, jornal editado Pelo Progresso Feminino no ano de 1933, em 1883 por Martins Júnior, e em A onde possuía o cargo de oradora. Albertina Verdade; escreveu, ainda, em outros jornais sempre demonstrou seu interesse pela do Sul do País. Foi nomeado Promotor emancipação da mulher. Em João Pessoa, Público de Areia, mas só exerceu o cargo atuou como advogada em defesa do direito 81 durante quatro meses, seu Henriques, governador de Alagoas, e Ana temperamento irrequieto não se acomodava Noberta da Silveira. Ao formar-se em à pequenina Areia, embora, considerada a Direito pela Faculdade de Recife, em 1859, cidade mais adiantada, culturalmente, da exerce os cargos de promotor público da Província. Ele aspirava à democracia, à Corte e de Ministro do Interior, atuando ao abolição da escravatura, enfim, a melhores lado de Rui Barbosa na política e na dias para o seu povo. Depois de uma imprensa. Sua vida de jornalista tem início viagem a Europa, iniciou a pregação da com a colaboração em Iris Acadêmico, de democracia, da República. Logo após a Pernambuco, na época de estudante de proclamação da República, foi convidado Direito. Tinha aspirações de fazer um bom para governar a Província da Paraíba, trabalho na justiça, implementando normas porém, não aceitou; foi, então, nomeado rigorosas e sadias na administração na Chefe da Polícia e, logo depois, eleito Ordem e na Justiça. filiando-se ao Partido Deputado Federal, em duas legislaturas. Liberal e elegendo-se deputado para o Fundou a Liga Nacional Contra a Seca, a Congresso Nacional do Império, por dois Associação de Proteção e Auxílio aos mandatos consecutivos, de 1864 a 66 e de Silvícolas do Brasil e a Liga Anti- 1867 a 70, concorrendo pela província das Oligárquica. Foi poeta, escritor e professor. Alagoas. Foi, segundo Oscar de Castro, um Pai da escritora Rosalina Coelho Lisboa, foi líder, um condotiére dos evangelizadores o responsável pela sua educação. Lecionou republicanos. no Colégio D. Pedro II, do Rio de Janeiro e Em 3 de dezembro de 1870 funda, ao lado publicou: Sublime Dea; Problemas urgentes- de oligarquias, Secas do Norte e Clericalismo. Coutinho, Pedro Soares de Meireles e Imprensa Nacional, Rio de Janeiro: 1907. Flávio Farnense o jornal A República, que Referência: passa a defender a mudança do regime, com http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira12.htm o fim da monarquia. Neste sentido, é LOBO, Republicano Aristides – pois, (* o Salvador de Mendonça, Lafayette publicado o Manifesto de 1870, pelo Clube 12.02.1838, e tem início a massiça Mamanguape-PB – + 1896, Rio de Janeiro- propaganda dessas idéias por todo o país, RJ). ocupando Aristides Lobo papel de destaque Jornalista, historiador, político e patrono da Academia Paraibana de Letras. dentre os que mais Filho combatiam pela causa. de Manoel Lobo de Miranda 82 ardorosamente Também foi signatário do manifesto anti-escravocata. O alagoano, jornal é empastelado, três anos depois, mas pronunciava: se por um lado, tive o meu o curso dos fatos veio culminar com a berço encravado e perdido na campanha Proclamação, em 1889. Em São Paulo, paraibana, terra que vive, há muito tempo, dirige A Província e Diário Popular, jornais das heróicas recordações dos mártires republicanos de oposição à monarquia extintos de 1817, por outra parte nasci na Como Província das Alagoas. Redatora: SFPB muitos de sua geração, se Aristides Lobo assim se decepcionou com o novo regime. Referências: Formado o governo provisório, Aristides é CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955. nomeado ministro do Interior, ocupando o SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. cargo por apenas dois meses, de 15 de novembro de 1889 a 10 de fevereiro de 1890, renunciando desentendimentos por com causa o http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deia06.htm de Marechal LOPES, Silvino – Jornalista, teatrólogo, Deodoro da Fonseca. Elege-se, então, deputado federal, participando cronista e poeta. Publica em 1916 Poemas de da constituinte, no mandato de 1891 a 1893 e, outono. Publica suas crônicas em vários em seguida, para o Senado, de 1892 a 1896. jornais e depois as reúne com o título de Maconha (1947). As crônicas tratam com Parte de sua produção encontra-se dispersa humor e ironia fatos ligados ao cotidiano e em jornais e revistas do Rio de Janeiro, à realidade social. Considerando que sua Recife e São Paulo. Segundo Oscar de obra foi em grande parte editada em Castro, foi buscar em Paris sua saúde, de Pernambuco, parece ter sido lá que o autor onde voltou com transtornos psicológicos, construiu sua carreira literária e jornalística. passando a residir de favor, porque muito A sua comédia social O homem bom teve duas pobre, na casa de um amigo português, edições no ano de 1935. O livro de Alberto Ribeiro. Com a saúde mental biografias Memórias de um sargento de malícias debilitada, vivia completamente mudo, em foi editado em 1980 pela Associação de visível depressão, que só era quebrado por Imprensa de Pernambuco. períodos maníacos, quando envolto em seus Referências: delírios psicóticos, andava de bengala na ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. mão, sonhando estar em Paris e em Versalhes. Sobre o fato de ser paraibano e 83 SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. até a capital, em virtude do seu estado de saúde, foi empossado por procuração, em 10 de março de 1943, tendo escolhido o Pe. LUCENA, Severino Albuquerque – (* Mathias Freire para representá-lo. Em 1924, 1890, Bananeiras-PB – + 1971, João reuniu os seus poemas no livro intitulado Pessoa-PB). Jornalista, foi um dos editores Horas de enlevo, tendo sido, esta, a sua única da Revista Era Nova. publicação em livro, mas que recebeu LUNA, Mauro (* 27.07.1897, Campina. referências elogiosas dos mais expressivos Grande-PB – + 23.11.1943, Campina. nomes de nossa literatura, a exemplo de Grande-PB). Filho do casal Baltazar Gomes José Américo de Almeida, João Ribeiro, Pereira Luna e D. Maria Santana da Cunha; Afonso Celso e Raul Machado. casou-se com D. Augusta de Almeida Luna, Referências: tendo nascido dessa união doze filhos. ALMEIDA, Elpídio. História de Campina Grande. J. Pessoa, 1979; Estudou no Colégio São José, dirigido pelo CÂMARA, E. Do cientista Irineu Joffily ao poeta Mauro Luna Revista da Academia Paraibana de Letras, I:2, 1947; professor Clementino Procópio, recebendo os primeiros ensinamentos e noções de humanidades. Em 1921, fundou o Colégio LEAL, César. “Horas de Enlevo”, prefácio à edição da Comissão Cultural do Centenário de C. Grande, 1964. Olavo Bilac que funcionou até o ano de 1932. Aos quinze anos, já ingressava no LÉLIS, João. Maiores e menores, J.Pessoa, 1953; jornalismo como redator de A Voz da http://www2.aplpb.com.br/academicos/m aurol.htm Borborema. Em 1916, destaca-se como redator do semanário A Razão, órgão oposicionista, colaborando, também, nos LUSTOSA, Nelson – Ver CABRAL, demais jornais da região; dirigiu a Biblioteca Nelson Lustosa. Pública de Campina Grande e, para complementar o orçamento familiar, trabalhava como guarda-livros em firmas comerciais e como professor dos Colégios Pio XI e Imaculada Conceição, porém, foi a poesia que o imortalizou. Eleito para a Academia Paraibana de Letras e não podendo deslocar-se de Campina Grande 84 pesquisados M criteriosamente e, inteligentemente interpretados, dando a sua obra um caráter científico, abrindo, assim, o caminho para novos pesquisadores. Durante o tempo em que esteve foragido, MACHADO, Maximiano Lopes – (* dedicou-se a novas pesquisas sobre a 07.08.1821, João Pessoa-PB – + 11.02.1895, história da Paraíba e escreveu, também: A Recife-PE). Lopes história da Revolução Praieira; A Paraíba e o Machado e D. Joaquina de Albuquerque Atlas do Dr. Cândido Mendes e Carta Geográfica Machado. Iniciou os estudos num convento da do Recife, formando-se em Direito pela membro Faculdade de Olinda, exercendo, a seguir, a Pernambucano. Promotoria Pública desta cidade. Em 1847, Referências: Filho de Manuel foi nomeado Juiz Municipal e Delegado da Praieira, revolucionário movimento liderado por Maximiano do Machado Instituto era Arqueológico BITTEENCOURT, Liberato. Homens do Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. cidade de Areia; no ano seguinte, aderiu à Rebelião Paraíba. http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca Nunes deira21.htm Machado, que morreu em combate. Ferido, Maximiano refugiou-se no Engenho Pureza, MACHADO FILHO, Maximiano Lopes onde foi preso e transportado para a cidade – (* 1854, Campina Grande-PB, – + 1903 do Recife. Mais tarde, foi anistiado e Campina mudou-se Grande, republicano colaborou em A Província. reiniciando as suas atividades. Exerceu a Atuou com destaque no foro e na imprensa, advocacia e ingressou na política, elegendo- o que lhe ensejou renome como “tribuno se eloqüente e jornalista vigoroso”. Além de para Deputado depois, para Campina Provincial. Recife, Transferiu-se, dedicando-se Grande-PB). Jornalista ao orador e jornalista voltou-se também para a magistério. Maximiano Lopes Machado foi ficção escrevendo um “romance”, cujo o professor, jornalista, político e advogado. enredo Todavia, destacou-se como historiador. Pernambuco, 1828 e 1830. retrata Coube a ele o mérito de escrever a primeira História da Província da Referências: Paraíba, fundamentada em documentos estudados e 85 fatos ocorridos em LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda – 1832-1853. João Pessoa: A União, 1977. MACHADO, Raul Campelo – Ângela teve duas edições, uma em 1956 e outra em 1961. Referência: (* Recife-PE). Na qualidade de jornalista, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. ocupa o lugar de redator de A União. MAIA, Benedito – Jornalista e escritor. Colaborou em todos os jornais paraibanos Diretor do Semanário O Nordeste. 07.04.1891, Taperoá-PB – + 19.07.1954, da sua época. Filho de João Machado da Silva e de Júlia Campelo Machado. Fez os MARINHO, Hilton Moreno – (?) Ex- estudos primários e secundários na capital diretor de A União e A Crítica. paraibano. Formou-se em Direito, na MARIZ, Celso Marques – (* 17.12.1885, Faculdade do Recife. Tido como exemplo Sousa-PB – + 03.11.1982, João Pessoa-PB). da poesia parnasiana da Paraíba. MARIZ, Celso Marques – (* 17.12.1885, Referências: Sousa-PB – + 03.11.1982, João Pessoa-PB). SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Filho do advogado Manuel Marques Mariz e de Adelina de Aragão Mariz. Descendente de abastada família local, cuja atuação MADRUGA, Manoel – (* 02.02.1881, política remonta ao vigário Marques, que Serra da Raiz-PB). Funda, em Manaus, em 1854 ocupou uma cadeira na Assembléia Evolução, jornal e a revista Palladium, revista Provincial. Órfão de pai aos três anos, Celso e os jornais Extremo Norte, Boêmio e O Mariz foi criado pelo padrinho, Félix Soldado, entre 1904 e 1907. Atuou também Joaquim Daltro Cavalcanti e sua esposa, como redator de O Correio do Norte e de La Domitila. Na época, a família deixava Voz de Espãna. Utiliza os pseudônimos Piancó para residir em Taperoá, onde Félix Agurdam, Manoel Moreira, Joffely de Daltro exerceu o cargo de juiz de direito e Morais e Eu mesmo. Defendia nos jornais Celso Mariz foi alfabetizado. Em 1904, aos posição marxista. Viveu também no Rio de dezenove anos, sob a proteção de Dom Janeiro e em Fortaleza, onde se forma em Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Direito aos 44 anos de idade, em 1916. É Arcebispo da Paraíba e amigo pessoal de autor das obras memorialista Serra da Raiz seu padrinho, Mariz matricula-se como (1955) e Memórias (1961). Seu romance ouvinte no Seminário Diocesano da capital. Um ano depois, após ser reprovado nos 86 exames de admissão do Lyceu Paraibano, sertanejo) e do seu desenvolvimento (os inicia carreira jornalística em O Comércio, municípios). Com este livro Celso Mariz folha dirigida por Artur Achiles. Atraído ingressou pelas Geográfico oportunidades de trabalho da no Instituto Paraibano, Histórico instituição e que Amazônia da época da borracha e, ao dirigiu no biênio 1944/46, e em cuja revista mesmo tempo em busca dos irmãos, ali colaborou com nove artigos, o primeiro em residentes, Celso Mariz viajou até Manaus e 1948 e o último em 1971. Em 1915, Celso Belém, depois de breve passagem pelo Rio Mariz encontra-se estabelecido na capital, de Janeiro. No Norte, chegou a ser revisor tornando-se do jornal A Província do Pará, durante alguns seguidores de Epitácio Pessoa, tendo meses do ano de 1906. Malograda a participado experiência, Mariz voltou à capital paraibana eleitoral que derrotou definitivamente o em 1907, quando passou a integrar os alvarismo no Estado e estabeleceu a base de quadros do jornal A União, tendo logo em domínio da oligarquia da família Pessoa. seguida se transferido para o recém fundado Essa opção política o levou a tornar-se um jornal O Norte (1908). Nomeado professor dos fundadores do efêmero jornal A Notícia, público, com exercício em Catolé do Rocha, que pretendia firmar-se como o órgão de conheceu Santina Henriques de Sá, com expressão da vanguarda epitacista, então quem se casou. Em seguida, foi nomeado denominada de “Jovens Turcos”, que inspetor regional do ensino, o que lhe durante o governo Camilo de Holanda possibilitou municípios manteve acirrada disputa política com a sertanejos, onde colheu as informações velha guarda do epitacismo, denominados necessárias para a feitura do seu primeiro pejorativamente de “Guelas”. Tal disputa, livro, Através do Sertão, escrito em 1909 em durante alguns meses, tomou o aspecto de Taperoá, eleito uma guerra de artigos de jornal; os Jovens Conselheiro municipal, e publicado pela Turcos atacando em A notícia e os Guelas Imprensa Oficial em 1910, no momento em revidando pela A União. Essa contenda que o agora historiador estava de volta à política, que tinha como arma os periódicos, Cidade da Paraíba. Em seu livro de estréia, só cessou com a intervenção direta de Celso Mariz descreve o que chama de sub- Epitácio Pessoa e o fechamento do jornal A civilização sertaneja através de sua gênese notícia. Neste mesmo ano de 1915, Mariz é (conquista do território), do seu produto (o nomeado pelo governador Castro Pinto viajar quando pelos Mariz foi 87 um dos ativamente mais da aguerridos campanha para exercer o cargo de diretor da secretaria principais produtos de exportação. No dizer da Assembléia Legislativa do Estado, de Celso Mariz, Evolução econômica da Paraíba iniciando, assim, uma fase de intensa era o capítulo econômico que faltara aos participação política. Em 1922, ele publica Apanhados Históricos da Paraíba, onde é bem seu segundo livro Apanhados Históricos da mais saliente o viés político. No ano de Paraíba, com o objetivo de fazer uma síntese 1940, com a ascensão de Ruy Carneiro, da história do Estado desde a fundação da Celso Mariz encerra um ciclo de intensa cidade de Nossa Senhora das Neves, ou participação política, que havia tido início seja, 1585, até o ano de 1920. Em 1924, em 1915. Afastado temporariamente do seu Mariz é eleito deputado estadual devido à cargo influência de João Suassuna e a sua Assembléia condição No sobretudo, à atividade de pesquisar o governo João Pessoa, Mariz é nomeado arquivo da Instituição. Por esse motivo, a diretor do jornal oficial do Estado A União, década de 40 é o momento de sua maior cargo que ocupa por alguns meses, quando produção enquanto historiador e intelectual. desentendimentos com o Presidente do Em 1941, torna-se um dos fundadores da Estado ocasionam seu afastamento do Academia Paraibana de Letras; em 42 jornal e a sua retirada momentânea da arena publica uma vasta biografia do Padre política. No ano de 1935, a convite de Ibiapina; em 43 escreve e publica uma Argemiro de Figueiredo, Mariz volta à cena plaquete sobre a vida de Carlos Dias política para ocupar o cargo de secretário Fernandes, como também reúne, no livro pessoal do então governador, sendo, em Cidades seguida, nomeado Secretário da Agricultura, municipalistas, que, a convite da Associação Comércio, Viação e Obras Públicas e Paraibana de Imprensa proferiu em algumas Diretor do Departamento de Educação. Em das cidades mais importantes do Estado, 1939, ele publica Evolução econômica da entre 1939 e 1943; no ano de 46 publica Paraíba, fruto das suas indagações enquanto Memória da Assembléia Legislativa, desde o ano Secretário de Estado. Neste livro, Celso de sua fundação até 1935, e um pequeno Mariz procura esclarecer as origens dos opúsculo, intitulado Areia e a rebelião de 1848; problemas que afetaram o progresso da dois anos depois, lança um outro opúsculo, Paraíba do intitulado Pilões antes e depois do termo. Em desenvolvimento da lavoura dos seus 1950, Celso Mariz retorna, por alguns meses de por ferrenho meio da epitacista. história 88 burocrático e na secretaria Legislativa, Homens, as da dedica-se, conferências à cena política, quando é nomeado a pergunta levanta, talvez me propusesse a secretário de governo na gestão de José ser, por exemplo, o Targino da Costa. Neste mesmo ano, Kubistschek para construir Brasília em aposenta-se, sem, contudo, deixar de Sousa. Mas, voltando à realidade, gostaria cultivar um permanente vínculo com o de ser quem sou”. Celso Mariz faleceu em poder, o que demonstra o decreto de 1973, João Pessoa no dia três de novembro de nomeando uma rua entre Tambauzinho e 1982, aos noventa e seis anos de idade. Miramar de Geraldo Gonçalves Mariz, Redator: CRNF único filho do historiador, adotado em 1938 Referências: e ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. falecido aposentadoria, em 1967. Celso Depois Mariz da dedica-se, sobretudo ao jornalismo, escrevendo para Dr. Juscelino NASCIMENTO FILHO, Carmelo Ribeiro do. O historiador burocrata: uma análise historiográfica da obra de Celso Mariz. In.: SÁ, Ariane Norma de Menezes; MARIANO, Serioja R. C. (Orgs.). Histórias da Paraíba: autores e análises sobre o século XIX. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2003. praticamente todos os jornais da Paraíba e colaborando em jornais de Pernambuco e do Rio de Janeiro; e de maneira menos freqüente a história. Em 1954, publica Restauração do município e criação da comarca de Pilões, um estudo mais aprofundado sobre a MARIZ, Celso. Figuras e fatos. João Pessoa: A União, 1976. história do referido município; em 1957 é a ______. Memória da Assembléia Legislativa. Aumentada e atualizada por Deusdedit Leitão. João Pessoa: Assembléia Legislativa, 1987. vez da publicação de um pequeno opúsculo sobre a história de Catolé do Rocha. No ano de 1976, Mariz publica seu último livro, PROJETO HISTÓRIA ORAL. FGVCPDOC-UFPB-NDIHR. Entrevista com Celso Mariz. João Pessoa, 1981. Figuras e Fatos, em que reúne artigos e crônicas publicados em toda a imprensa Fatos não foi uma despedida do jornalismo e TERCEIRO NETO, Dorgival. Celso Mariz uma legenda entre os melhores escritores paraibanos. João Pessoa: IHGP, S/D (Coleção historiadores paraibanos. Nº 10). da vida pública; Celso Mariz continuou a MARIZ, Romeu – (*15.10.1880, Souza-PB escrever e, mesmo em seus últimos anos, – não perdeu a lucidez. Certa vez, ao ser Pseudônimo de Chico Peba. Ainda jovem questionado sobre quem gostaria de ser, fixa residência no Pará, onde se dedica ao respondeu: “Dentro da graciosa fantasia que jornalismo, tornando-se redator de A paraibana em mais de setenta anos de atividade jornalística. No entanto, Figuras e 89 + 22.05.1962, Rio de Janeiro-RJ) Província do Pará. Inicia em 1902 suas Banda do Clube Astréa, dando início a sua publicações com o livro de poesias Limbo, carreira musical. Como músico, participou em 1905 publica Cosmorama; em 1908, da fundação do Clube Sinfônico que Crônicas sertanejas. realizava Referências: veraneios em sua casa, na praia do Poço. SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Nessa MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano quando voltou a ser comerciante. Também de – (* 30.11.1875, Patos – + 25.04.1974). neste ano casou-se com a pianista Eulina MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano Medeiros. No ano de 1910, foi nomeado, de – (* 30.11.1875, Patos – + 25.04.1974, pelo então Presidente Mons. Walfredo Leal, João Pessoa). João Rodrigues Coriolano de Escriturário da Escola de Aprendizes Medeiros era filho de Aquilino Coriolano de Artífices, instituição da qual se tornou Medeiros e D. Joana Maria da Conceição. diretor em 1922, cargo este em que veio a se Quando tinha apenas dois anos de idade, aposentar posteriormente. Em 15 de agosto sua família mudou-se para a capital do de 1891 fundou um jornalzinho que servia estado, onde, pouco tempo depois, morreu para criticar os colegas que não lhe eram seu pai. Após a morte do pai de Coriolano, muito simpático. Colaborando na imprensa, sua mãe casa-se novamente com o Sr. podemos encontrá-lo como redator de O Vitorino da Silva Coelho Maia, por quem Comércio, de Arthur Aquiles, e também Coriolano nutria grande gratidão. Coriolano como colaborador de A União Tipográfica, inicia seus estudos na capital, concluindo os em 1894. Coriolano foi Sócio fundador do preparatórios no Lyceu Paraibano, em 1891 Centro Literário Paraibano, no remoto ano época em que se matriculou na Faculdade de 1893 e do Instituto Histórico Geográfico de Direito, em Recife. Porém, a necessidade Paraibano, de ajudar a mãe com o sustento da casa o diretoria; também fez parte da associação fez abandonar o curso no terceiro ano, para dos Homens de Letras, associação de feição se e acadêmica, com trinta membros efetivos, posteriormente, em 1889, ingressar no criada por sugestão de Camilo de Holanda, serviço público, como funcionário dos então Presidente do Estado. Junto com Correios, onde fica até 1900. A partir de Coriolano, participaram da fundação Pedro tornar inicialmente comerciante serestas que animavam os época, profissionalmente Coriolano como atuava professor particular, atividade que exerceu até 1905, 1901, Coriolano começa a fazer parte da 90 integrando a sua primeira Baptista, Hortêncio de Souza Ribeiro, José Comércio, onde publicou seus primeiros Gomes Coelho e Mateus de Oliveira; escritos literários. Também colaborou em: também de Almanaque do Estado da Paraíba, Era Nova e estudinhos de geografia e história da A Imprensa. Além de trabalhos publicados Paraíba e, ainda, por sua iniciativa, fundou a em livros, revistas, periódicos e jornais, Academia Paraibana de Letras, um dos atos Coriolano escreveu e publicou os livros: mais importantes de suas atividades como Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba, intelectual, onde ocupou a cadeira 7, cujo 1914; Do litoral ao sertão, 1917; O tesouro da patrono era Arthur Achilles. Sucedeu Carlos cega, 1922; O Tambiá da minha infância 1994, Dias de Mestres que se foram, 1925; O Barracão, 1930; intelectual paraibano; seu livro de memórias Manaíra, 1936; A evolução social e histórica de O Tambiá da minha infância e também Patos, 1941; Sampaio, 1955. Redatores: LO Sampaio, histórias de um famoso bêbado da e CRNF capital, foram um sucesso de público pouca Referências: vezes ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana. Rio de Janeiro, 1994. participou Fernandes, visto na do como Paraíba. Gabinete modelo Era sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, como também do de BICHARA, Ivan. Coriolano de Medeiros, In: Revista do Inst. Hist. Geog. Paraibano, Vol. 22, 1979. São Paulo. O professor, poeta, jornalista, historiador e romancista Coriolano de BÔTTO, Itapuan. O educador Coriolano de Medeiros. In: Revista do Inst. Hist. Geog. Medeiros foi durante os últimos 25 anos de sua vida privado de sua visão, período em MEDEIROS, Coriolano. O Tambiá da minha infância. João Pessoa: A União, 1994. que viveu recolhido contando apenas com a ______. Sampaio. João Pessoa: A União, 1994. companhia de sua governanta e dos filhos desta, quando em 15 de abril de 1974 veio a LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Coriolano de Medeiros-Presença da Paraíba em sua bibliografia. Oficinas gráficas da Escola Industrial da Paraíba, 1966. falecer às 7:30 da manhã, em sua residência na capital paraibana. Em sua carreira literária Coriolano fez uso de inúmeros MARTINS, Eduardo. Coriolano de Medeiros notícia bibliográfica, A União, 1975. pseudônimos, sendo os mais famosos: C.M., Heráclito, José Tambiá, Libório de NÓBREGA, Humberto. Coriolano de Medeiros-Notas para a sua biografia. In: Revista do Inst. Hist. Geog. Paraibano, vol. 22, 1979. Assumpção, Roco, Zé Foguete, Marimbão & Cia, Estrela Dalva. Sua participação em jornais foi intensa, principalmente em O MELO, José Octávio de Arruda. Coriolano e a Revista do Instituto Histórico. In: Revista 91 do Inst. Hist. Geog. Paraibano. vol. 22, 1979. Enveredou na política partidária, elegendo- TAVARES, Eurivaldo Caldas. Coriolano, o justo. In: Revista do Inst. Hist. Geog. Paraibano, 1979. se Deputado Provincial e Senador da República pela Paraíba. Em 22 de outubro de 1896, assumiu o Governo do Estado, MEIRA, Padre – Ver HENRIQUES, permanecendo no cargo até o ano de 1900. Padre Leonardo Antunes Meira. Morreu em 1908 ainda como defensor da MELLO, Antônio Alfredo da Gama e – república e dos direitos republicanos. (* 01.10.1849, Referências: João Pessoa-PB – + 12.04.1908, João Pessoa-PB). Filho de CASTRO, Oscar de. Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955. Severino Antônio da Gama e Mello, professor de Latim, e de D. Alexandrina estudos http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira17.htm fundamentais em escolas particulares da MELLO, Benjamin Franklin d’Oliveira capital e o secundário no Lyceu Paraibano. e – ( Paraíba – + 6.06.1884). Nasceu na bacharelando-se em Direito pela faculdade Paraíba onde fez os primeiros estudos. do sido Bacharelou-se em Direito, pela faculdade de contemporâneo de Castro Alves, Cardoso Recife, em 1859. Jornalista, O Despertador Vieira e Tobias Barreto. Influenciado pelas esteve por muito tempo sob a sua direção idéias dos onde guiado por Felizardo Toscano de estudantes, Gama e Mello sonhava com Brito “educou-se na política, adquirindo uma social, cedo, por proveitosos estudos e pelas sábias ansiando por um Brasil, mentalmente, mais lições, uma invejável experiência do mundo evoluído. Tornou-se um grande filósofo, político que adotara. Dotado de inteligência destacando-se e aptidão para o funcionalismo público e de d’Ávila e Mello. Recife, de em Tobias transformação na Fez 1873, os tendo Barreto, líder política oratória, e sendo comparado ao Grande Cícero; foi. fundador de qualidade A República, jornal dissidente que pregava o magistratura “na província onde nascera, à sentimento de justiça e de igualdade dos sombra da bandeira liberal, cujas idéias cidadãos. Herdou do pai a vocação para as professara”, ocupando o cargo de juiz de línguas clássicas, substituindo-o, através de direito de Pombal, em 1879, e o de chefe de concurso, na cadeira de Latim do Lyceu, polícia e juiz de direito de Jaguaribe mirim, onde, no Ceará. Político vinculado ao Partido também, lecionava Retórica, chegando a diretor do estabelecimento. apreciável, Liberal. Juiz de Direito. 92 encarreirou-se na Referência: Chatô, como era conhecido o jornalista, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. considerando que ele é um dos últimos MELO, Francisco Aurélio Figueiredo – espírito da polêmica que guiou toda a sua (* 03.08.1854, Areia-PB – + 09.04.1916, Rio carreira jornalística e sua vida pessoal. Sobre de Janeiro-RJ). Como jornalista, esse irmão o pequeno Chatô, a primeira lembrança que de Pedro Américo, colaborou com o o acadêmico Gilberto Amado (1992) tem Almanaque Brasileiro, da Garnier, e A Semana, do meninote é a de tê-lo visto sair do periódico O Convento de São Francisco, no Recife, com missionário (1899), foi publicado no Correio do um livro debaixo do braço. Já Gilberto Povo, do Rio de Janeiro durante o período Freyre (1992), que o chamava de “homem de 21 de abril a 08 de agosto de 1890. orquestra”, reitera a opinião de Amado, Referência: quando observa que o jornalista nunca SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa. A União/Conselho Estadual de Cultura, 1994. deixou de ser um “menino de olhos MELO, romantismo carioca. Seu Francisco Chateaubriand romance, de Bandeira remanescentes do típico jornalista daquele século, sobretudo, vivíssimos diante do mundo”. livro, Assis de caracterizado, Atala, do famoso pelo É de um escritor francês, do François (* Chateaubriand, que tem origem o nome do 05.10.1892, Umbuzeiro-PB – + 05.0.4.1968 mais importante criador de veículos de Rio de Janeiro-RJ). Até 1994, quando comunicação de massa brasileiro. Seu pai, Fernando Morais deu ao público brasileiro Francisco Chateaubriand Bandeira de Mello, seu Chatô, o rei do Brasil, o jornalista assim foi nomeado em homenagem ao paraibano não contava com uma biografia escritor francês, pelo seu avô. Antes da digna da grandiosidade de sua obra, nem de proclamação da república, ele se casa ainda sua polêmica e fascinante existência. Por muito jovem com Maria Carmem, com isso, todas as informações aqui seguem de quem perto o ponto de vista e o olhar desse Chateaubriand o terceiro deles. escritor, que fez profunda e extensa teve outros filhos, sendo Segundo Morais, sua infância foi marcada pesquisa. Considerando que o objetivo pela gagueira, a feiúra, além do raquitismo e principal desse dicionário são os escritores um tom amarelo na pele, que denunciava do século XIX daremos prioridade à três séculos de malária ancestral. Sua primeira fase da carreira jornalística de 93 gagueira foi curada com exercícios de como eram conhecidos, dos jornais Diário de memorização de pequenos trechos, sendo o Pernambuco e Jornal do Recife foram sua mais importante deles o de boas-vindas ao primeira cartilha. Dessa maneira informal, maestro Carlos Gomes. A técnica de ainda analfabeto, passou a estudar francês memorização não logrou sucesso e o com um belga, e em pouco tempo estava menino continuou gago, o que dificultou arranhando sua permanência na escola. Aos poucos, ele mudanças, de volta ao Recife, ele enfrentou parara de falar e tinha acessos de choro. Por a seleção da Escola Naval, na qual obteve decisão do seu pai, que se afastava da desempenho sofrível em português e família para assumir um emprego em matemática, representado Belém, foi viver com seu avô materno o “Simplesmente”, com capitão Urbano Gondim, em Timbaúba, geografia, francês e cosmografia do Brasil. antiga prescrição do médico da família. Ao Aos doze anos deixa de ser analfabeto. contrário dos amigos engomadinhos do Gilberto Freyre afirma que mouro é o Recife, seus companheiros passaram a ser melhor adjetivo para Chatô, que para ele foi os filhos dos colonos, meeiros e modestos “um brasileiro que trabalhou como um empregados do avô, com quem partilhava mouro”. Provavelmente se referia ao fato uma vida livre. Após uma temporada no de o paraibano ter começado a trabalhar ao interior e de exercícios de falar sozinho, o doze anos, tão logo foi alfabetizado, em um menino ficou curado da gagueira, mas aos armazém de tecidos, o Othon Mendes & nove anos não sabia ler, nem escrever. A Cia. Aproveitou o salário para investir em despeito dos esforços do pai, Chateaubriand curso de línguas e em livros. Segundo era aos dez anos de idade, um moleque de Morais, o interesse do jornalista eram as rua, a quem pouco interessavam os saraus e leituras: conversas culturais a que esse lhe submetia, ensaios, ele lia o que lhe caísse nas mãos”. como demonstra o fato de chegar a esta Entre esses destacam-se a Reveu deux Mondes idade e ainda não ter se alfabetizado. Já era e Les Annales, periódicos franceses de grande quase um rapaz quando iniciou as primeiras prestígio à época, utilizados por ele para letras com os paraibanos Manoel Távora impressionar José Godói e Vasconcelos, Cavalcanti e Álvaro Rodrigues Campos, que diretor da Gazeta do Norte. Soube através costumavam visitar a casa da família em dos Dois irmãos. Os anúncios, ou “manteigas”, abandonada em um casarão da Madalena, 94 francês. “jornais, franciscanos Após pelo Plenamente romances, de algumas uma em revistas, biblioteca perto do Prado. Ao se informar sobre a fundado um novo jornal, O Pernambucano, consulta, o para o qual foi convidado para trabalhar pequeno tesouro, recheado de obras em como aprendiz por metade do salário. Ao alemão. O aluno dedicado e curioso tinha à mesmo tempo, publicava colaborações mão os autores Goethe, Schiller, Heine e sobre pecuária e agricultura no jornal A Nietzsche, toda a obra completa e...anotada! Cidade, de Nazaré da Mata. As leituras inspiraram Chateaubriand para o Magro e acanhado, a ponto de ser chamado destino certo dos homens de letras da de “calango assustado” e “magrelo elétrico” época: os jornais. No seu caso, o Jornal por Gilberto Amado, Chateaubriand entra Pequeno, em frente ao armazém de tecidos para o Exército com o propósito de onde jornalística, melhorar sua condição física. Na instituição, bisbilhotando fascinado o trabalhos dos sua vocação de jornalista e sua condição jornalistas, dos tipógrafos e dos repórteres. física Depois de ter pedido pessoalmente um transformá-lo em diretor do jornalzinho O emprego à família Lundgren, a maior Fundão. os iniciou padres sua ofereceram-lhe carreira anunciante dos jornais pernambucanos, foi precária levam o coronel a Chateaubriand, o último dos polemistas do trabalhar no recém criado Gazeta do Norte. O jornalismo brasileiro, faz sua estréia no jornal não dura muito tempo, como era gênero em 1910, ao entrar na polêmica que próprio da época e Chateaubriand fica se travava no Rio de Janeiro entre nas desempregado. colunas do Jornal do Comércio e de A Imprensa. O pai aproveitou o período de desemprego Enquanto o primeiro acusava, o último do os defendia Manuel de Oliveira Lima, amigo preparatórios para ingressar na Faculdade de Rui Barbosa, da acusação de “usar o de Direito da capital do Estado. Durante posto um ano ele aproveitou para ler e estudar internacionais, para empurrar o Brasil para para o concurso. Nesse período devorou os posições antiamericanas. Utilizando o Jornal artigos de Rui Barbosa, Carlos de Laet e do Recife para publicar dois artigos em defesa Eduardo Salomonde. Os estudos deram de Oliveira Lima, que não repercutiram, resultado e ao fim do ano, ele foi aprovado afinal ninguém conhecia A. Bandeira de para a Faculdade de Direito do Recife. Tão Melo, mas lhe custaram o emprego. Sem logo saiu o resultado, saiu à procura de arrefecer, Chateaubriand publicou de seu emprego, quando soube que estava para ser próprio bolso um folheto de quarenta filho para instá-lo a fazer 95 oficial, em conferências páginas com os dois artigos e outros que antigo do Rio de Janeiro, fundado em 1827, haviam sido censurados. A polêmica tomou além dos célebres Correio Brasiliense, fundado uma proporção bairrista e repercutiu o fato por Hipólito José da Costa. No ano de um pernambucano, Oliveira Lima, ser seguinte, Chatô arrebatou o Diário da Noite, defendido por um moleque paraibano. O de São Paulo. Também nessa época, folheto lhe abrira as portas para o jornal comprou o Diário de Notícias, do Rio Grande mais importante da época, com um salário do Sul, que malograva. Nessa época, passou de cem mil-réis: o Diário de Pernambuco. a liderar o mercado de jornais na maioria Ainda no Recife, ele participa da mais das capitais brasileiras. importante polêmica da época, travada Gilberto entre José Veríssimo e Silvio Romero. Chateaubriand tenha publicado mais de Mudou-se para o Rio de Janeiro e 15.000 artigos durante toda a sua vida nos colaborou com o Correio da Manhã. Em jornais dando oportunidades a escritores e 1924, assumiu a direção de O Jornal, artistas desconhecidos que depois virariam embrião dos “Diários Associados”, um grandes nomes da literatura, do jornalismo e conglomerado de empresas de comunicação da pintura, dentre eles Graça Aranha, Millôr que chegou a quase uma centena. Naquele Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, mesmo ano, consegue comprá-lo com os Cândido Portinari, entre outros. recursos financeiros fornecidos por alguns Determinante foi o lançamento de Cruzeiro, "barões-do-café" em dezembro de 1928, a primeira revista liderados por Leôncio (Nhonho) Magalhães, Percival Farquhar que recebera fruto seustrabalho e acredita que por semanal do Brasil. O primeiro número Chateubriand apresentou 64 páginas, segundo Morais, como repletas de anúncios. Seu miolo era feito de advogado. Como proprietário, implantou papel cuchê e continha reportagens e artigos reformas e a substituição de artigos por sofisticados, reportagens instigantes e polêmicas, que lançamento significou a introdução de deram nova feição ao periodico. A partir novos meios gráficos e visuais na imprensa dessa época, deu início ao seu brasileira, jornalístico, ao de Carlos Amado qual foi império além com de contos. novidades como Seu o agregando fotojornalismo e a inauguração das duplas importantes jornais, como o Diário de repórter-fotógrafo, sendo a mais famosa Pernambuco, o jornal diário mais antigo da delas a que foi formada pelo jornalista América Latina, e o Jornal do Comércio, o mais David Nasser e o fotográfo Jean Manzon 96 que, nos anos 40 e 50, fizeram reportagens de tv, a Televisão Tupi de São Paulo, canal de grande repercussão. Entre seus diversos 3, fundada em 18 de setembro de 1950. assuntos, a revista que depois passou a se Em 1947, com a ajuda de Pietro Maria chamar O Cruzeiro contava fatos sobre a Bardi, Chateaubriand criou o museu de Arte vida dos astros de Hollywood, cinema, de São Paulo (MASP), com uma coleção esportes e saúde. Ainda contava com seções particular de pinturas de grandes mestres de charges, política, culinária e moda. Com europeus que ele adquiriu a preços de a cobertura do suicídio de Getúlio Vargas ocasião na Europa empobrecida do Pós- em agosto de 1954 a revista vendeu a Segunda Guerra Mundial, em aquisições por supreendente marca de 720.000 exemplares, vezes financiadas a base da chantagem de algo impensável, pois até então o máximo empresários brasileiros, coleção esta que o alcançado era a marca dos 80.000. Nos anos presidente Juscelino Kubitschek havia tido 60, O Cruzeiro entrou em declínio devido ao o bom senso de, durante o governo, colocar desgate de suas fórmulas e o surgimento de sob a gestão de uma fundação, em troca de novas revistas auxílio governamental ao pagamento de Manchete e Fatos & Fotos. O fim da revista parte da astronômica dívida do condomínio aconteceu em julho de 1975. associado. Na década de 1960 os jornais atolavam-se Em 1957, foi eleito senador pelo Estado da em Paraíba e, posteriormente, pelo Estado do publicações, dívidas e como trocavam as as grandes reportagens por matérias pagas. Foi assim, Maranhão, com vencedor, mandato para assumir a embaixada do empreendedor, às vezes sem muita ética, Brasil no Reino Unido, cargo que nunca mais temido do que amado, que Assis levou muito a sério, a tal ponto de seus Chateaubriand fundou e ruiu em dívidas inimigos afirmarem ser ele embaixador da (advindas das novas tecnologias importadas) Inglaterra no Brasil. Eleito para a Academia com o maior império das telecomunicações Brasileira de Letras, em 30 de dezembro de no país. 1954, ocupou a cadeira 37, deixada por Com o tempo Chateaubriand foi dando Getúlio Vargas. Nem mesmo o em 1960, menos importância aos jornais e focando por doença que o deixou tetraplégico, mas em novas empreitadas, como o rádio e a lhe televisão. Caberia a ele trazer para o Brasil e determinação, espírito de polêmica não o para a América Latina a primeira emissora deixaram sucumbir e por isso aproveitou a esse espírito de 97 tendo preservou renunciado a a consciência. este Sua máquina de datilografia para criar um Escola Normal Oficial do Estado da dispositivo que o permitia, mesmo em Parahyba do Norte. estado precário, continuar escrevendo seu Em 1917, formado, exerceu o magistério, artigo diário. Faleceu em 1968, na cidade de na sua cidade natal, retornando no ano São Associados seguinte para a capital atuando também compreendiam 34 jornais, 36 emissoras de como professor. Entretanto, além de rádio, 18 estações de televisão, uma agência exercer o magistério, tanto no setor público de notícias, uma revista semanal (O quanto em escolas privadas, foi diretor de Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias diversas escolas, Inspetor Técnico do revistas infantis e uma editora. Redatora: Ensino Primário e na gestão do Interventor SFPB Gratuliano Brito (1932-1934) exerceu o Referências: cargo de Diretor do Ensino Primário do Paulo. Os Diários Academia Brasileira de http://www.academia.org.br/abl em 13/13/2008). Letras. (Acesso Estado. Fundou, em 1934, e foi professor da Escola de Aperfeiçoamento de Professores que funcionou no Grupo http://pt.wikipedia.org/wiki/Assis_Chatea ubriand (Acesso em 12/12/2008). Escolar Dr. Thomas Mindello. FREYRE, Gilberto e AMADO, Chateaubriand em dois perfis. Recife: Diário de Pernambuco, 1992. Segundo suas próprias palavras a Escola de Aperfeiçoamento de Professores se aspiração do JAMBO, Arnoldo. Introdução. In. FREYRE, Gilberto e AMADO, Chateaubriand em dois perfis. Recife: Diário de Pernambuco, 1992. constituía MORAIS, Fernando. Chatô: Rei do Brasil. 3.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. de que se ressentia o ensino. Destinada a uma “velha professorado conterrâneo (...), que veio preencher uma das lacunas mais sensíveis ampliar os conhecimentos dos nossos educadores, recebeu o ato da Interventória MELO, José Batista de – (* 22.12.1895, vivos aplausos da classe que reconhece estar Teixeira-PB – + 9.11.1973, João Pessoa- no professor o ponto de partida de todo PB). Filho do casal Juventino Ananias progresso Batista de Melo e Elvira Xavier Batista. da instrução.” (PARAÍBA, Estado da. A Instrução pública na Paraíba, Iniciou os seus estudos na cidade da 1934, p.17) Parahyba, atual João Pessoa, na escola da renomada professora primária D. Francisca Lecionou ainda no Colégio Pio X, na Moura. Demonstrou, desde cedo, interesse Escola de Comércio “Epitácio Pessoa”, no em ser professor tornou-se normalista da Colégio Seráfico Santo Antônio e no 98 Seminário Arquidiocesano. Reconhecido mais consentânea com as necessidades do como pela aluno. A escola tradicional vai aos poucos intelectualidade paraibana, ingressou no sofrendo os influxos dos novos processos Instituto Histórico e Geográfico Paraibano pedagógicos, de modo a garantir melhor no dia 28 de junho de 1931, ocupando a educação do nosso povo”. (Estado da cadeira nº 39, vindo a exercer vários cargos Paraíba, “A Instrução pública na Paraíba”, p. na sua diretoria. 9-10.) Em 1935, quando diretor da Instrução A preocupação do governo estadual em Pública, promoveu a reforma do ensino na acompanhar as discussões bem como as Paraíba, fundou a imprensa escolar, clubes políticas públicas no âmbito educacional agrícolas, cinema desenvolvidas nos Estado de Minas Gerais, educativo, o orfeão escolar e as semanas Rio de Janeiro e, principalmente, São Paulo, pedagógicas que se realizavam, anualmente, enviou “o professor José Baptista de Mello na capital e em algumas cidades do interior. para estudar nos grandes Estados do sul o Criou e dirigiu o jornal O Educador e a plano a adoptar-se [na Paraíba] dentro da Revista melhor orientação e das mais modernas importante caixas do HISTÓRICO educador escolares, Ensino. E o (INSTITUTO GEOGRÁFICO conquistas pedagogicas” (PARAÍBA, PARAIBANO. Memorial - Centenário de Estado da. Exposição de 1935, p.12). Fundação do IHGP 1905/2005, p.122-123) Proferiu diversas conferências relativas às Segundo Pinheiro (2002), na Paraíba, questões educacionais brasileiras e, mais tornou-se um dos principais difusores dos particularmente, ideais escolanovistas, ou ainda, um dos muitos relatórios, monografias, e publicou: intelectuais mais sintonizados com as Carlos Gomes; A Escola Primária, além de políticas educacionais implementadas pelo artigos na Revista do Instituto Histórico e Estado ao longo de toda a era Vargas. Geográfico Paraibano, Atento aos novos processos de ensino e Ensino e em diversos órgãos da imprensa preocupado em dar à escola uma feição local. mais prática e mais útil, informava Batista importante é Evolução do ensino na Paraíba, de Melo em seu relatório de 1932: “A publicado em 1936, tendo sido reeditado, Escola Nova, vitoriosa em toda parte, veio em 1956 e em 1994 pela Coleção Biblioteca alterar completamente o ensino primário Paraibana. Esse livro, hoje, se constitui uma que atualmente obedece a uma orientação das 99 paraibanas. Entretanto, mais a na sua importantes Escreveu Revista obra do mais referências Estadual grupos escolares na Paraíba. Campinas, SP: Autores Associados: Universidade de São Francisco, 2002. (Coleção educação contemporânea). Paraibana de Folclore; da Associação MELO, Manuel Cavalcanti Ferreira de – Paraibana de Imprensa; do Diretório (* 05.02.1861, Guarabira-PB – ). Advogado, Regional de Geografia; co-fundador do político e jornalista. Colaborou em O Liberal Instituto São José; provedor da Santa Casa Paraibano, O Estado da Paraíba, A Cidade do de Misericórdia, tendo sido reeleito por Rio e O Rio de Janeiro. bibliográficas para a história da educação na Paraíba. Foi membro da Comissão vários biênios consecutivos. Durante o MELLO, Pedro Américo Figueiredo. (* tempo em que esteve à frente dessa 29.04.1843, Areia-PB – + 07.10.1905, instituição deixou o registro de sua presença nos melhoramentos Florença, realizados, Itália). Pintor, desenhista, professor, caricaturista, escritor. Filho de principalmente, no Hospital Santa Isabel e pai violinista e neto de um compositor na Igreja da Misericórdia. sacro, Pedro Américo, aos sete anos, já Exerceu, ainda, as funções de Presidente do revelava talento para o desenho e cantava Montepio do no coral da igreja. A convite do naturalista Departamento de Estatística e Publicidade e francês Jean Brunet, antes de completar dez Secretário do Tribunal Regional Eleitoral. anos acompanha como desenhista auxiliar a Redator: ACFP. expedição Referências: Nordeste, liderada pelo alemão Bindseil. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PARAIBANO. Memorial Centenário de Fundação do IHGP 1905/2005. João Pessoa, PB: IHGP, 2005. (CD-ROM) Por volta de 1855, muda-se para o Rio de PARAHYBA, Estado da. Diretoria do Ensino Primário, A Instrução pública na Paraíba. João Pessoa, PB: Imprensa Oficial, 1934. desde então seu protetor; no ano seguinte ______. (Governo Provisório) Exposição dirigida ao Exmo. Sr. Presidente da República pelo Interventor Gratuliano Brito referente ao período de junho de 1932 a dezembro de 1934. João Pessoa, PB: Imp. Official, 1935. diversas medalhas, o que fez ganhar a PINHEIRO, Antonio Carlos Ferreira Pinheiro. Da era das cadeiras isoladas à era dos estuda na École National Superiéure des Beaux- do Estado, diretor científica, desenvolvida no Janeiro, onde estuda no Colégio Pedro II, por ordem do Imperador que se torna matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes, onde ganhou vários prêmios e alcunha de papa-medalhas por Araújo Porto-Alegre. Entre 1859 e 1864, com bolsa concedida pelo imperador D. Pedro II, Arts [Escola Nacional Superior de Belas 100 Artes] de Paris, onde é aluno de Jean- Comédia Social. Em 1877, expõe em Florença Auguste-Dominique a Batalha de Avaí, encomendada pelo Ingres (1780- 1867), Hippolyte Flandrin (1809 - 1864) e Ministério Carle-Horace Vernet (1789 - 1863); no Florença, na biblioteca do convento da Instituto de Física; e na Sorbonne. Após Santíssima Anunciata. A pintura de grande viagem pela Itália, retorna ao Rio de Janeiro proporção contou na exposição em 1864 e assume por concurso a cadeira presença de D. Pedro II e foi anunciada em de desenho na Academia de Belas Artes. vários Sua estadia foi por pouco tempo, exatos novamente exposta, juntamente com a dois anos, pois criou inimigos na Corte, Batalha dos Guararapes, de Victor Meirelles entre os quais o Imperador, que achou (1832 - 1903), na Exposição Geral de Belas licenciosa a sua tela A Carioca, de 1864. Artes de 1879, e gera intensa polêmica e o Voltou a Paris, onde passou a sobreviver pintor é submetido a uma série de críticas com a pintura de retratos feitos no café. escritas Nessa época, foi obrigado a vender todas as consideraram sua obra medíocre e ainda um medalhas que ganhara em criança. plágio de Batalha de Monte Bello, de ciências naturais que d´A Gazeta de Notícias, Pedro Américo, que se encontrava em Turim, contribui com o Porto-Alegre, seu antigo amigo e protetor, jornal com alguns escritos sobre a Itália que era na ocasião Cônsul-geral do Brasil contemporânea. Os artigos, publicados com em Portugal, e casa com sua filha. Alterna o estadas no Rio de Janeiro e em Florença, título “Cartas de um Pintor”, são destaque do mês de agosto no periódico, mas continua como professor de estética, um dos mais lidos do Rio de Janeiro de história da arte e arqueologia na Academia então. Com a Proclamação da República, é Imperial. Sua relação com o jornalismo tem assume nacionais, é do Museu do Ipiranga. Em 1884, a pedido Vai a Lisboa onde se encontra com Araújo quando obra Independência ou Morte, para o Salão de Honra questions d´histoire et de philolosophie naturelle. 1870, críticos A com a um sucesso! Entre 1886 e 1888, pinta a tela tese intitulada La Science et les systemes: em europeus. em arte. A despeito das críticas, a exposição foi pela Universidade de Bruxelas em 1869, com a início pelos pintada 1880, o Discurso sobre o plágio na literatura e na ele se fixa em Bruxelas, onde se titula como em jornais Exército, Gustavo Doré. Sobre o assunto, publica em Com um pé na pintura e outro nas ciências, doutor do eleito deputado da Assembléia Nacional a Constituinte, em 1890. Em 1900 retorna a responsabilidade pela revista de caricatura A 101 Florença, onde termina seus públicos, entre os quais podemos citar: dias. Redatora: SFPB Secretário da Prefeitura de João Pessoa, Referências: Professor de Legislatura do Curso de SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Agrimensura, no Lyceu; Procurador dos Feitos da Fazenda Estadual, participante da http://www.dezenovevinte.net/txt_artistas /cartas_pedroamerico.htm Câmara dos Deputados; Presidente do Comissão Conselho AMÉRICO, Pedro: Cartas de um Pintor. Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/txt_artistas /cartas_pedroamerico.htm do do da Departamento Estado; Procurador Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Secretário de Educação e Secretário do Interior e Segurança Pública. Era membro Paraíba). Era filho do Desembargador do Gonçalo de Aguiar Bôtto de Menezes e D. Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Foi empossado na Academia Maria da Piedade Bôtto de Menezes. Fez os Lyceu Superior Exteriores Judicial do IAPB; Presidente do Instituto da de – (* 1887, Paraíba – + 08.03.1971, no Relações Administrativo MENEZES, Antônio de Aguiar Botto preparatórios de Paraibana de Letras, em 17 de abril de 1952, Paraibano, saudado pelo acadêmico Osias Gomes. bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Aposentado, transferiu-se para o Rio de Sociais na Faculdade de Direito do Recife. Janeiro, Ingressou na imprensa paraibana através do não esquecendo, porém, o bucolismo do bairro de Mandacaru onde Jornal A União, onde começou como viveu a sua infância, o que serviu de revisor, passou a repórter e a redator, na inspiração época, sob a direção de Carlos Dias para escrever o livro de reminiscências Minha Terra, em 1945. Fernandes, de quem recebe convite para Outras publicações de sua autoria: Meu pai, fundar com este o Jornal do Comércio. 1949; O canto do cisne (poesias), 1957. Fracassada a tentativa, cria, em 1923, o Redatora: SFPB jornal O Combate, tendo como colaborador na redação o jornalista Samuel Duarte. Foi Referências: eleito Deputado Federal e, em 1933, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A União – 1994 juntamente com Osias Gomes, fundou o Partido Libertador; manteve a liderança e http://www2.aplpb.com.br/academicos/bo ttod.htm conseguiu eleger a maioria dos vereadores desta bancada. Exerceu diversos cargos 102 Revista IHGP, João Pessoa, A UNIÃO, Imprensa Oficial, 1910/1940. MOURA, Catarina – (* 20.12.1882, Paraíba; +). Foram seus pais Misael do Rêgo Moura e Francisca Rodrigues Chaves MONTENEGRO, Olívio Bezerra – (* Moura. Fez seus estudos primários e 25.09.1896, Alagoinha-PB – + 16.02.1962, secundários na Escola Normal Oficial, onde Recife-PE). Fez seus primeiros estudos na recebeu professora capital da província natal. Começou a normalista, em 1902. Feito o curso de estudar Direito em São Paulo, onde preparatórios Paraibano, terminara o curso secundário, vindo a matriculou-se em 1908, na Faculdade de bacharelar-se, em 1917, na Faculdade de Direito do Recife, de onde saiu formada e Direito do Recife. No ano seguinte, foi laureada, em 1912, obtendo também o nomeado Promotor Público de Nazaré da prêmio de viagem à Europa. Como Mata (Pernambuco) e, em 1923, Juiz quartanista de Direito, advogou no crime, Municipal do Recife. Seu exercício na na cidade de Pau d’alho, em Pernambuco. magistratura não foi longo, dedicando-se Em 1913, no Governo Castro Pinto, fez depois ao magistério e ao jornalismo. No conferências públicas, no Teatro Santa magistério, prestou dois concursos; um para Rosa, sobre “Direitos da Mulher” e a cadeira de História Universal, no Ginásio escreveu, no Jornal A União, crônica Pernambucano, com a tese "A Igreja na assinada com o pseudônimo de Paraguaçu. Idade Média"; outro para a cadeira de Na Escola Normal desta Capital ensinou Sociologia Educacional, na Escola Normal como professora, as cadeiras de Português, do Estado de Pernambuco, tendo sido Desenho, Francês, e História da Civilização, aprovado com a tese "O dever do Estado sendo, em 1917, nomeada professora relativamente efetiva da cadeira de Português. Redator: capazes". FS Pernambucano. Referências: No jornalismo, foi colaborador efetivo do SANTANA, Martha M. Falcão de Carvalho e M. Mulher e fronteira na historiografia paraibana – 1940/1964. João Pessoa-PB. Projeto PIBIc/CNPq, (2001). Diário de Pernambuco, de 1940 a 1962, e ainda Revista Manaíra, João Pessoa, junho de 1940. N 08 pág. 03 artigos, geralmente, tratavam de literatura, o diploma no de Liceu Foi à assistência diretor do aos mais Ginásio escreveu para jornais e revistas do Rio de Janeiro, como o Correio da Manhã. Seus exercendo sempre uma postura crítica. A União, João Pessoa de 1930/1940. Porém não se restringiu a escrever em A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940. 103 periódicos. Olívio Montenegro sempre 1922. Publicou também Memórias do Ginásio manteve grandes Pernambucano. Recife: Imprensa Oficial, personalidades do meio cultural, como 1943, com uma segunda edição em 1954. Gilberto Freyre, Aníbal Fernandes, Sílvio Ensaios. Rio de Janeiro: MEC, 1954; José Rabelo, Vicente do Rego Monteiro, Luís Veríssimo. (crítica). Nossos clássicos. Rio de Jardim, Waldemar Cavalcanti, Jorge de Janeiro: Agir, 1958. Um revolucionário da Lima, Manuel Bandeira, entre outros. Mas, Praieira. Recife: Imprensa Oficial, 1949, a talvez sua maior amizade tenha sido com o propósito do jornalista Borges da Fonseca e outro paraibano, José Lins do Rego, com o seu envolvimento na Revolução Praieira. qual alimentou vasta correspondência. No campo da crítica: O romance brasileiro convívio com um (1938), obra que o tornou conhecido nessa bibliófilo, com uma das maiores bibliotecas área Ensaios (1954) e Folhas ao vento (1969 - particulares do Recife. Segundo Lima, ele edição póstuma). “abandonou, por exemplo, cadeiras no Redatora: SFPB magistério para se dedicar a publicações de Referências: livros e para povoar ainda mais suas ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana João Pessoa: A União, 1994. Olívio Montenegro mostrou-se estantes”. Foi um dos primeiros leitores a tratar com seus contemporâneos, da LIMA, Sônia Maria van Dijck. Meu Caro Lins. Cartas de Olívio Montenegro In: Projeto ATELIÊ DE JOSÉ LINS DO REGO. http://www.soniavandijck.com/carolin s_cata_logo.htm Acesso em 20/03/2009. importância de autores como Marcel Proust e James Joyce. Esse e outros traços da personalidade de Montenegro são evidenciados nas 132 cartas remetidas “ao SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. amigo, compadre e companheiro de ofício”. Cartas enviadas ao amigo José Lins do MOURA, Francisca – (* 02.08.1860, Rego, que tratam de assuntos diversos, Paraíba – + 02.02.1942, João Pessoa-PB). como comentários acerca de literatura, Filha de Francisco José Rodrigues Chaves e política e religião. Catarina de Almeida Rodrigues Chaves. Fez Olívio Montenegro faleceu no Recife, onde seus estudos primários nas escolas públicas participou ativamente da vida literária, em desta capital e nos cursos particulares 16 de fevereiro de 1962 durante um almoço Veloso e Francisco Gonçalves de Medeiros. com amigos. Escreveu um romance Os Os irmãos Marçal Recife: Imprensa Industrial, 104 estudos secundários lhe foram ministrados, particularmente, pelo professor Revista IHGP. João Pessoa: A União, Imprensa Oficial, 1910/1940. Joaquim Antônio Marques, educador do Liceu Paraibano, visto como naquele MOURA, Francisco Coutinho de Lima tempo, neste estabelecimento, só eram – (* 08.04.1867, Paraíba – + 25.02.1957, admitidos alunos do sexo masculino. Só Niterói-RJ). Sua data de nascimento é mais tarde, quando já era viúva, é que se controversa. Guimarães (2009) registra pelo abriu a escola Normal Oficial do estado, menos três datas. Uma, informada pelo onde recebeu o diploma de professora, no Monsenhor Eurivaldo Caldas Tavares, sócio ano de 1890. Em 1894, foi nomeada do professora efetiva da Escola Normal. Paraibano, Durante mais de meio século exerceu o septuagésimo magistério particular. O colégio Francisca daquela instituição, lançou um uma plaqueta Moura foi muito freqüentado. Escreveu as sobre aquela data e nela fez uma breve seguintes obras: Compêndio de Geografia e biografia dos sócios fundadores, entre os Pontos de Português, contendo o programa quais se encontra Francisco Coutinho de completo do ensino da matéria na Escola Lima e Moura. Nesse trabalho consta a data Normal, programa que fora elaborado pelo de nascimento de F. Coutinho como sendo Catedrático Dr. Maximiano José Inojosa 8 de abril de 1867. Em ata da sessão do Varejão. Faleceu no dia 02 de fevereiro de Instituto, datada de 30 de março de 1957, 1942. Redator: FS consta o registro de homenagem prestada Instituto Histórico que, por aniversário e Geográfico ocasião de do fundação por Rocha Barreto ao jornalista por ter Referências: completado em 10 de janeiro, o 1º Revista Manaíra, João pessoa, agosto de 1940. Nº 10 pág. 02. centenário de seu nascimento. Em 20 de Jornal A União, Quarta-feira, 04 de novembro de 1942 p. 05 maio de 1967, Humberto Nóbrega registrou FREIRE, Carmem Coelho de Miranda. História da Paraíba para uso Didático. João Pessoa: A UNIÃO Cia Editora 1987. 8 de maio. de Francisco Coutinho de Lima e Moura, a Fez seus estudos primários com o professor SANTANA, Martha M. Falcão de Carvalho e M. Mulher e fronteira na historiografia paraibana – 1940/1964. João Pessoa-PB. Projeto PIBIc/CNPq, (2001). João Licínio Veloso, consagrado mestre paraibano que dava aulas particulares. Estimulado pelo professor Veloso, aos 16 A União. João Pessoa de 1930/1945. anos A Imprensa. João Pessoa de 1928/1940. de idade, Francisco Coutinho submeteu-se ao exame de Português no 105 Liceu Paraibano, aproveitando-se da Em 1913, Coutinho já pertencia ao quadro legislação da época que permitia exames funcional do Liceu como Preparador. parcelados. Na província havia então dois Coutinho também foi lente da Escola luminares na disciplina de Português: um, Normal, onde lecionou no 1º ano de era o professor Veloso; outro, era o Aritmética; ensinou Geometria no Clube professor Maximiano José Inojosa Varejão, Benjamin Constant, do qual foi fundador. A que, além de lente de Português no Liceu criação Paraibano, mantinha um curso primário administração Castro Pinto, contou com particular. Continuou os preparatórios no sua participação. Liceu a fim de matricular-se na Faculdade Ao jubilar-se no magistério paraibano foi de Direito do Recife, onde cursou durante fixar-se no Rio de Janeiro, onde exerceu a três anos, trancando sua matrícula por falta advocacia e o jornalismo, tendo depois de apoio financeiro. voltado à terra natal, quando publicou seu Foi professor primário na vila do Pilar, para 3º volume de Reminiscências, aos 80 anos. onde foi nomeado interinamente pelo Foi colaborador da Fazenda da Província. presidente da Província, Silvino Elvídio Era funcionário da Repartição Geral dos Carneiro da Cunha – o Barão de Abiaí –, Telégrafos, onde exerceu o cargo de em substituição ao professor Joaquim telegrafista de 4ª classe; chefiou a Repartição Ignácio Lima e Moura, que se encontrava de Alagoa Grande durante 11 meses, tendo doente. Em 1888, em Guarita, fez parte da sido comissão aparelhagem examinadora nos exames do ele Ensino próprio de Noturno, quem instalou transmissão na a daquela primários da primeira escola feminina da localidade; serviu interinamente, durante 15 cidade, cuja professora era uma sobrinha de dias, em Mamanguape, substituindo o chefe Albino Honório, que se encontrava doente. Meira. Participou de várias comissões examinadoras, inclusive no grupo Em 1899, nas eleições de 30 de novembro, escolar Thomaz Mindelo. foi eleito deputado para a Assembléia Em 1890, Venâncio Neiva criou a primeira Legislativa Estadual, como representante da cadeira do primário do sexo masculino, em capital, com 8.968 votos, ocupando o 25º Cabedelo, e a ele deve sua transferência de lugar na votação. A Assembléia era São João do Rio do Peixe para aquela constituída de 30 deputados. cidade, onde continuou exercendo o cargo de professor primário vitalício. 106 Foi um jornalista militante. Colaborou em vários jornais da Paraíba. Estava entre os primeiros colaboradores do jornal A União. Foi gerente da Imprensa Oficial e durante o governo Gama e Melo era o jornalista político do jornal, uma espécie de porta-voz do governo. Muitas vezes – conta ele – ia a Palácio para apanhar o artigo do Presidente Gama e Melo Trabalhou no O Jornal, de João da Matta Correia Lima, donde também foi gerente. Muito ligado a João da Matta, muitas vezes ia à sua residência para apanhar matéria para o jornal, e não raro João da Matta ditava para ele o artigo a ser publicado. Escreveu na revista Manaíra, dirigida por Wilson Madruga e Alberto Diniz, na época em que dela participei. Também escreveu em A Imprensa. Referências: GUIMARÃES, Luiz Hugo. “Francisco Coutinho de Lima e Moura”. Escritor e Jornalista. Disponível em http://www.luizhugoguimaraes.com.br/fra ncisco_coutinho.html. Acesso 22/01/2009. SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. 107 residência, à Rua Treze de Maio; mais tarde, N optou pelo comércio e, ainda jovem, aprendeu o ofício de tipógrafo. Mesmo sendo um bom redator, não foi propriamente um jornalista, identificava-se NACRE, Mardokeu – (* 02.06.1886, mais com o sociológico e a poesia. Recife-PE – + 01.02.1971, João Pessoa-PB). Começou a publicar os seus poemas em A Aos quatorze anos transfere-se para J. União Tipográfica e na Gazeta da Manhã. Em Pessoa, onde conclui os estudos e inicia-se 1905, ao lado de Ascendino Cunha, Neves no jornalismo com redator de A União, Junior fundou o Instituto Maciel Pinheiro, jornal que chega a dirigir durante vários mas, com o surgimento do Colégio pio X, o anos, tornando-se modelo de uma geração Maciel Pinheiro não sobreviveu, e o seu de jornalistas. Publica em diversas edições fundador foi trabalhar na firma Brito Lira e da revista Era Nova. Cia; Em 1927, seguiu para o Rio de Janeiro, Referência: passando a exercer o magistério, investindo, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. também, numa indústria de produtos químicos. Dez anos mais tarde, sem família e doente, foi acolhido pelo amigo Agripino NEVES JÚNIOR, Theodomiro Ferreira Nazareth até o seu falecimento. – (* 14.08.1875, João Pessoa-PB – + Referências: 30.12.1940, Rio de Janeiro-RJ). Jornalista e SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. professor, cursou Direito no Recife, mas não conseguiu se formar. Publicou pela da época. Junto a Augusto dos Anjos SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira23.htm fundou o Instituto Maciel Pinheiro. Fez os NEVES, Alfredo Jader de Carvalho – (* preparatórios na Paraíba, transferindo-se, a 10.09.1872, João Pessoa-PB). Deixa a seguir, para o Recife com a intenção de carreira freqüentar a Escola de Direito, por motivos jornalismo. Garnier o livro Arestas (1909), uma coletânea de poesias publicadas em jornais desconhecidos não concluiu o curso, militar Referência: decidindo-se pelo magistério particular; para este fim, instalou uma escola em sua 108 para dedicar-se ao SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. do famoso caso da “Ressuscitada” em que conseguiu a absolvição do seu cliente o Comandante Superior (da Guarda Nacional) NEVES Padre Lindolfo José Correia das Antônio – (* 05.08.1819, Paraíba – + 19.05.1884 Correia, militar português Cavalcanti, que todos supunham morta e enterrada, até o momento em que apareceu XIX e que no conturbado ano de 1817 na Cidade da Paraíba, uma jovem mulher, casou com Maria Rita de Lima, filha de que afirmava ser a filha do poderoso Manuel da Costa Lima, rico Senhor de e comerciante Comandante da Guarda Nacional. A dúvida português instalou-se. O processo foi tumultuado e os estabelecido em Pilar, que esteve implicado jornais da Paraíba, de Pernambuco e mesmo na “Revolução de 1817”, Lindolfo José da Corte, noticiaram o caso a exaustão, no Correia nasceu na Cidade da Paraíba em 05 ano de 1862. Afinal tratava-se de uma louca, de agosto de 1819, dia de Nossa Senhora de uma impostora ou da desventurada filha das Neves, padroeira e antigo topônimo da de um pai cruel? O processo, segundo a cidade. Esta foi a razão pela qual, linguagem da época, “eivado de vícios de posteriormente, acrescentou ao seu nome o toda a ordem” até hoje dá lugar a dúvidas. “das Neves”, porém nas duas primeiras Em décadas de vida poucos anos passou na Brasil matriculou-se foi eleito pelo Partido é novamente eleito; agora pela Liga, que onde realizou os primeiros estudos. Ao ao 1850 Conservador, deputado provincial; em 1858 cidade natal, tendo seguido para Portugal, retornar Maranhão, Maria Umbelina de Albuquerque Maranhão que aportou na Paraíba no alvorecer do século Engenho Albuquerque acusado de ter tentado assassinar sua filha, Paraíba). Filho do Major de Infantaria José Maria de depois da Conciliação unia parte dos no conservadores e uma dissidência liberal; em Seminário de Olinda, sendo ordenado pelo 1860, passa para o Partido Liberal, sendo Bispo D. João da Purificação Marques eleito não apenas deputado provincial, mas Perdigão, Presbítero secular do Hábito de também Presidente da Câmara e finalmente São Pedro, em 10 de outubro de 1843. pelo mesmo partido chega à Câmara Geral, Matriculou-se também na Faculdade de permanecendo Direito de Olinda, onde se bacharelou em como um dos cinco representantes da Paraíba na Corte, de 1864 23 de novembro de 1847. Voltando à a 1870. Como jornalista foi redator de O Cidade da Paraíba dedicou-se à advocacia, Polimático e O Liberal (1881) e fundou e talvez sua causa mais conhecida tenha sido a 109 dirigiu O Publicador (1861). Ficaram famosas essa pena insolente. Estéril porque o seu as últimos talento era, como é, de péssima qualidade, mantiveram com O Jornal da Paraíba e O impaciente, móbil, intermitente, e sobretudo Conservador, que a seu tempo tiveram como porque lhe faltava esse calor de coração que redator seu inimigo pessoal, o Cônego fecunda e faz florescer as idéias; qualquer Meira. Porém a campanha mais violenta que produção causava-lhe despeitos e elle teve de enfrentar foi desencadeada pelo atirava-se sobre ella com as unhas e o furor tribuno Cardoso Vieira, seu tradicional de opositor no foro da capital. A rivalidade envelhecer n’um partido, foi bater as tendas entre os dois era tanta, que Cardoso Vieira do outro, e como essas prostitutas que criou um jornal com o único fito de atacá- mudam de praça, êi-lo rejuvenescido, lo. Tal periódico tinha por nome O Bossuet adulado e celebrado! Durará eternamente da Jacoca. Nele, o padre Lindolfo foi esta farsa? “Hoje velho, exausto do corpo e comparado a “uma prostituta que muda de de espírito, esse Aretino, sem gênio, praça”. Vale a pena transcrever um trecho repousa sobre os despojos acumulados, do periódico. Assim se expressava Cardoso durante longos anos de atentados Moraes e Vieira: “...o nosso homem apresentou-se de apostasias políticas.”E para arrematar: com uma pena e para mostrar o que valia “Um tal salteador político que se embosca pegou na primeira honra que achou, e a pôs na imprensa – de uma Província – para em pedaços. Depois ofereceu os seus atacar a honra, comprometer a paz e o serviços. Os políticos então disseram – sê repouso das famílias, corromper a mocidade dos nossos: tu maldizes, tens esse talento, e com esse gosto; tu nos serves, faremos tua prosperidade criminosa, é um inimigo fortuna. Ele continuou a dizer pulhas e as comum.Todos têm o direito e o dever de mulheres o persegui-lo. Está fora da lei, e como os pergaminho e a coroa e o vulgo a admira-lo, salteadores das estradas sua cabeça deve ser a maldizer, e os políticos a aplaudi-lo. O posta a prêmio.” As respostas do Padre pudor da virgem, a honra da esposa, a Lindolfo eram dadas no mesmo tom, para reputação do homem de bem, os santos deleite do Padre Meira, que em 1861, havia melindres do talento que desponta (sic), sido alvo de uma campanha de difamação, nada por mais casto, íntimo e puro que movida pelo Padre Lindolfo, quando este, fosse, escapou a essa língua desabrida e a mais dois parentes, um irmão e um altercações a que os rirem-se; dois a mostrar 110 um o macaco. exemplo Quando tremendo se de sentiu uma sobrinho, haviam sido eleitos para a “povo paraibano” ao Imperador D. Pedro legislatura 1862/1863. Os liberais acusaram II, quando de sua visita à Paraíba, em 1859; pelos jornais o Padre Meira de ter desviado lançou a pedra fundamental do Teatro Santa recursos públicos, o que posteriormente foi Rosa, em 1873. Possuía várias propriedades desmentido pelo Presidente da Província na na Cidade da Paraíba e o Engenho de correspondência reservada com o ministro Nossa Senhora das Neves de Mussuré, no da Fazenda. Exerceu ainda diversos cargos termo da mesma Cidade; sócio fundador do e comissões, foi Secretário do Governo da Instituto Histórico de Olinda e membro da Paraíba durante um longo período, de 1849 Sociedade Auxiliadora da Indústria a meados de 1853, e de 1854 a julho de Nacional. Lecionou de maneira 1856, quando foi aceita sua demissão; intermitente, Procurador Geral da Tesouraria da Fazenda Paraibano, como Lente de filosofia e de na Paraíba (1864); Juiz de Paz da Cidade da álgebra e admiravelmente tinha como Paraíba; Mordomo do Hospital da Santa distração algo bem diverso do que fazia Casa de Misericórdia da Paraíba (1859); profissionalmente, se ocupava em produzir Presidente da comissão indicadora de pequenos objetos de madeira, arte que medidas tendentes ao serviço de socorros aprendera quando era aluno de primeiras públicos (1877); Delegado especial do letras Inspetor Geral da Instrução Primária e reconhecido, tornaram-se notórios alguns Secundária do Município da Corte, nos sermões que proferiu, como o “Das exames gerais de preparatórios para os lágrimas” dito na sexta-feira santa 2 de abril cursos superiores do Império, realizados na de 1858, na igreja da misericórdia da capital da Província da Paraíba (1879). Paraíba; aquele proferido em memória de Homem de muitas posses e múltiplos Joaquim Manuel Carneiro da Cunha, na talentos foi eleito em diversas ocasiões matriz de Nossa Senhora das Neves; um Provedor da Santa Casa de Misericórdia; outro em homenagem às exéquias de Pedro agraciado com o Título de Pregador V, rei de Portugal, em 1862 na Cidade de Honorário da Capela Imperial, e com as Mamanguape e aquele proferido no dia de comendas da Imperial Ordem de Cristo, no Corpus Christi, na Matriz de São José na grau de Cavaleiro e Comendador da Rosa, Corte em 12 de junho de 1864; porém não esta última em 1860. Foi ainda ele o foi dos sacerdotes mais morigerados, não escolhido para dirigir as homenagens do costumava trajar as vestes talares fora da 111 em vários Portugal. anos, no Orador Liceu sacro Igreja, no entanto, enquanto residiu na NÓBREGA, João Norberto da – (* Cidade da Paraíba celebrava diariamente 06.06.1886, Patos-PB – + 1969, São Paulo- missa na Igreja do Rosário e quando se SP). Filho do Alferes Severino da Costa encontrava em seu engenho, a missa era Machado (Alferes Costinha) e de Iluminata celebrada, religiosamente, as seis da manhã, da Costa Machado. Autodidata, curso na capela que mandou construir, o que não apenas o primário mas tornou-se professor o impediu de ter um filho natural com de primeiras letras e professor de música, Joana Desidéria Gomes e que tinha por romancista e jornalista. Como jornalista, nome, o mesmo do pai, para escândalo dos atuou na Gazeta do Sertão. É autor de várias mais ortodoxos. Além das mulheres, sua obras didáticas. Como pesquisador, faz grande paixão foi a filosofia, a qual dedicava pesquisas sobre o folclore e também escreve duas horas de leitura diária; para esse fim peças teatrais. Cérebro e coração, Tip. São José, possuía 1938, Patos. Como se fala o português, uma ampla biblioteca, tendo deixado como testemunho da suas reflexões Tipografia filosóficas os livros: Jesus Cristo e os filósofos, Gramática sem mestre, s/e, s/d, s/l.; Luz da A vida humana, O plágio e Ensaios filosóficos. infância, Tip. São José, 1934, Patos. Pátria e Faleceu aos 65 anos, na Cidade da Paraíba heróis; em 19 de maio de 1884 e foi enterrado na Editora,1927. capela do Cemitério Senhor da Boa Referências: Sentença. Redator: CRNF SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Referências: IHGP – Arquivo Dr. Flávio Maroja Zé NOVAES, Coleção de Documentos Privados Lindolfo José Correia das Neves; Cantuária, Espera, José 1927, Parahyba, Ferreira de Patos. Popular – (* 12.03.1846, Bananeiras-PB – + 20.10.1901 LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda – 1832-1853. João Pessoa: A União, 1977; Paraíba). Filho de Francisco Ferreira de LIMA, Albertina Correia. Traços biográficos de Lindolfo José Correia das Neves e João da Mata Correia Lima. Revista do IHGP, n.º 12; Novaes. Um dos fundadores e redatores de MARTINS, Eduardo. Cardoso Vieira e o Bossuet da Jacoca. Notas para um perfil biográfico. João Pessoa: A União, 1979. durante os anos de 1881 a 1884 na Novaes, português e de Rosa de Lima A Parahyba, órgão da dissidência do partido liberal, senão diretor principal, impresso Tipografia Liberal, situada à Rua Duque de Caxias, 85. 112 Foi um dos primeiros e assíduos colaboradores do jornal A União, órgão situacionista. Em sua cidade recebeu os primeiros ensinamentos escolares. Dali foi à Coimbra onde fez o curso de humanidade, tendo regressado ao Brasil em 1864. No ano seguinte ingressou na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 31 de outubro daquele mesmo ano. Foi provedor da Santa Casa de Misericórdia, de 1888 a 1899. Era lente de Retórica no ano de 1891, do Liceu Paraibano, quando a cadeira foi extinta, tendo sido nomeado para a disciplina de História. Foi deputado provincial. Em 1892, passou a colaborar na redação de leis e decretos do governo de Álvaro Machado, colaborando com o Correio Oficial. Redatora: SFPB Referência: A tipografia do beco da Misericórdia. João Pessoa: SEC, 1978. A Paraíba 31/01/1881 e 27/10/1883. 113 OLIVEIRA, Rafael Correia de – (* 1896, O Goiana-PE – + 1958, Rio de Janeiro-RJ). Jornalista e político. Participou na Paraíba da Revolução de 30. Notabilizou-se pelo vigor de seu estado, pela combatividade, OLAVO, Silvino – (* como articulista político e comentarista 27.07.1896, político internacional. Na década de 20, em Esperança-PB – + 26.10.1969). Filho de Santos, fundou e dirigiu o Diário Praça de Manuel Joaquim Cândido e de Josefa Santos. Durante muitos anos foi o diretor Martins da Costa Silvino, Olavo Cândido da sucursal do Jornal Estado de São Paulo, na Martins da Costa cursou Direito na Capital paulista. Deputado federal pela Faculdade do Rio de Janeiro onde se forma UDN. Foi o primeiro jornalista a entrevistar em 1928. De volta à Paraíba, se envolve na Prestes, na época em que era diretor de O campanha de João Pessoa, de quem se torna Jornal, de propriedade de Chateaubriand. Na Chefe de Gabinete. Sua relação com as época, Rafael Oliveira estava em São Paulo letras se dá pela ficção, pela poesia e pela por isso Chateaubriand o enviou para fazer crítica literária. Além das letras, escreve em a entrevista com o líder na fronteira do vários jornais paraibanos artigos relativos a Mato Grosso, da Bolívia. Chateaubriand o área política e jurídica. Publicou na Revista enviou para ganhar um dia, porque ele Era Nova. temia que outros jornais, inclusive O Estado Referência de S. Paulo, o Correio da Manhã, por exemplo, COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante mandassem um repórter lá. Nenhum teve a de. Enciclopédia de literatura brasileira. São idéia de mandar. Paulo: Global; Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de Referência: Letras, 2001: 2v. ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro. Livraria Editora Cátedra. 1984. OLIVEIRA, Mateus Augusto – (* 1878, OTAVIANO de Moura Lima, Manuel Pe. – (* 27.04.1880, Conceição-PB – + 1964, Piancó-PB). Filho de Antonio Otaviano dos Santos Lima e Maria Vieira de Moura Lima. Realizou seus primeiros estudos nos Colégio Pio X, da capital paraibana. Há controvérsia em relação ao lugar em que teria se ordenado padre. O Recife-PE – + 1968, Rio de Janeiro-RJ). Diretor de O Norte em 1930. OLIVEIRA, Peryllo de – Ver D´OLIVEIRA, Severino Peryllo. 114 DLP registra a capital. O PDFV aponta como sendo Teresina a cidade na qual o padre teria se ordenado, no ano de 1910. Foi vigário de Piancó e utilizou os jornais, principalmente o periódico católico A Imprensa, para escrever artigos polêmicos. Também escreveu para revistas dramas, ensaios de cunho sociológico e até mesmo romance, com a preocupação voltada notadamente para as questões da seca no sertão. Elegeu-se deputado estadual em 1928, mas se afastou da política após a Revolução de 30. Membro da Academia Paraibana de Letras. Sua bibliografia inclui ensaios, história e romance. Entre esses encontram-se O chefe político. Romance de costumes.Rio de Janeiro: A Noite, 1951 e Tomás Cajueiro. Rio de Janeiro: Companhia Editora Americana, 1939. Inácio da Catingueira. Rio de Janeiro: CEA, 1939; A coluna Prestes (Os mártires de Piancó). (1939) 2.ed. Acauã, 1979. Redatora: SFPB Referências: ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. 115 dos Anjos e Américo Falcão. Publicou em P 1908, pela Tipografia de Jaime Seixas o livro Lira Melancólica. Redatora: SFPB Referências: ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. PATRÍCIO, Simão – (* 1878, Areia-PB). Jornalista paraibano fundou e dirigiu o SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. periódico O Centro em Areia. Junto José Américo de Almeida e Eduardo Medeiros publica, em 1907, o jornal Correio da Serra, PESSOA, também em Areia. Benjamim Falcão – (* 31.03.1899, Praia de Lucena-PB – + PEDROSA, Pedro da Cunha – (* 28.08.1958, João Pessoa-PB). Publica seus 30.06.1863, Umbuzeiro-PB – + 1947). Atua poemas com frequência nos jornais locais. como jornalista e participa da vida política. Referência: Referência: SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. PESSOA JÚNIOR, João Ribeiro da PESSOA, Antonio Elias – (* 03.10.1865, Veiga – (* 09.08.1892, Paraíba – + Lucena-PB – + 21.10.1909, Paraíba). 13.02.1975, João Pessoa-PB). Filho de João Estudou no Liceu Paraibano e no Seminário Ribeiro da Veiga Pessoa e D. Amélia de Olinda. Torna-se jornalista e professor Figueiredo da Veiga Pessoa. Casado, em em Areia. Na capital, colabora com os primeiras núpcias, com a senhora Adalgisa jornais O Sorriso e O Arauto Paraibano, Batista da Veiga, deixando desse casamento principalmente, na década de 80. Publicou três filhos: Maria do Socorro, Maria do na coluna “Literatura” deste e no “Jardim Morro e José Gláucio. Em 1925, viúvo, Poético” daquele periódico. Foi cantor de casa-se com D. Maria Gasparina Barbosa. modinhas e famoso folhetinista. Assim Veiga Júnior fez o curso primário em como Orris Soares se tornou célebre por ter escolas particulares e o secundário, no Liceu projetado Augusto dos Anjos, Antonio Paraibano; não teve formação acadêmica, Elias se consagrou por ter se oposto, nos foi um autodidata. Muito culto, inteligente, primeiros anos do século XX, a Augusto charadista e historiador; pessoa de hábitos 116 simples, meticuloso, católico praticante; se com Isabela de Castro, tendo nascido da cultivava boas amizades, entre os mais união os filhos João, Tomaz e Luís. Fez os íntimos, Maurício estudos primário, colegial e humanidades na Furtado, Oscar de Castro, Celso Mariz, Pe. cidade natal. No Recife, se matriculou em Florentino, Santa Rosa e João Unas. Era 1860 na Faculdade de Direito juntamente membro e com Tobias Barreto, Castro Alves, Ruy Geográfico Paraibano, da Associação de Barbosa, Joaquim Nabuco e Fagundes São Vicente de Paula e sócio-fundador da Varela, que inspirados nos princípios Academia Paraibana de Letras. Não deixou filosóficos de Victor Hugo, ansiavam por livros publicados; a sua produção literária é uma reforma política e social para o Brasil. comprovada através da imprensa; certa vez, Nessa época, fundou e dirigiu, juntamente aconselhada por Nelson Lustosa para com outros acadêmicos o jornal O Futuro publicar os seus artigos em livro, Veiga jornal científico-literário, uma espécie de Júnior, por modéstia, queimou o seu porta-voz dos anseios da mocidade e que tinha arquivo, dizendo que nada daquilo deveria como redatores, Castro Alves e Martins permanecer. Encontramos alguns artigos Júnior; foi diretor de A Província, jornal seus, publicados nas Revistas da Academia e abolicionista, do Instituto Histórico: O Lyceu ao tempo colaborador Joaquim Nabuco. Através do da madureza; Vamos falar ao presidente; A jornal O Futuro, contestou a direção da festa das Neves até o primeiro decênio Faculdade, valendo-lhe isso processo e deste século; O viver atribulado de Irineu condenação sob o olhar vigilante dos Pinto. bedéis. Eram românticos e idealistas. Ao ser Referências: solicitado a pedir perdão e acabar com o http://www2.aplpb.com.br/academicos/ve igaj.htm periódico, o jornalista opta pelo castigo PESSOA, Olavo Otaviano Pinto – (* porta-voz 1871, Paraíba – + 1933, Recife-PE) Dirigiu republicanas. Quando da morte de Abreu e O Diário da Paraíba em 1930. Lima impenitente confesso, fez enérgicos pode-se do destacar: Instituto Histórico sendo o seu maior mantendo o jornalzinho que se tornou das idéias abolicionistas e protestos contra a Igreja por ter negado PINHEIRO, Luiz Pereira Maciel – (* sepultamento ao historiador. “Pleno de 11.12.1839, Paraíba, – + 09.11.1889, Recife- esperança e sequioso de glória”, nas PE). Era filho de Braz Ferreira Maciel e D. palavras Margarida Maciel Pinheiro; em 1879, casou- 117 de Liberato Bittencourt, foi voluntário da guerra do Paraguai. O seu Ceará e de Taquaretinga e Timbaúba, em gesto foi saudado com um poema do amigo Pernambuco. Fundou, com o teatrólogo Castro Alves: “Partes, amigo, do teu antro Martins Junior, o periódico O Norte. Dirigiu de águias”. Ao voltar da guerra, onde os jornais A Província e o Jornal do Recife, passou dois anos, voltou sua pena contra a ambos de Pernambuco. Maciel Pinheiro direção da campanha. Também retoma os sobressaiu-se como jornalista. Em 1º de estudos de Direito e bacharela-se em 1867. junho de 1889, juntamente com Martins Assinou o manifesto republicano em 1870 e Júnior, fundou O Norte, jornal que circulou passa a dedicar-se à magistratura e mais até 12 de novembro desse ano, tornando-se profissionalmente ao jornalismo. o mais eficiente meio de divulgação da Em 1880, morre a sua esposa, deixando-lhe campanha republicana. Por ironia, morreu os três filhos pequenos: Tomaz, João e Luís. três dias antes da proclamação da república, Sua maior válvula de escape, então, se dá no Recife, na rua da Aurora, devido à através do jornalismo. Só a partir de 1884, malária adquirida durante a guerra do contudo, Maciel decide se dedicar, de corpo Paraguai. O abolicionista Joaquim Nabuco, e alma, à redação de artigos para o Jornal do admirador do jornalista escreve sobre ele as Recife e A Tribuna, através dos quais defende seguintes palavras: “Em toda a imprensa, os ideais abolicionistas de liberdade e não há ninguém cuja pena corte como uma igualdade. Nesse segundo jornal, inclusive, espada afiada, como a dele; não há outro no dia 13 de maio de 1888, é possível que seja ao mesmo tempo o escritor identificar as matérias assinadas por Maciel ardente, o magistrado inflexível e o soldado Pinheiro, Joaquim Nabuco e José Mariano. patriota que ele é. Em Maciel Pinheiro, o jornalista é o homem”. Publicou o livro Maciel Pinheiro foi eleito para ocupar a cadeira número 22 da Reforma eleitoral. Redatora: SFPB Academia Pernambucana de Letras. Participa da Referências: direção do jornal A Província e, com José CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955. Mariano, cria o jornal O Norte, dando continuidade à luta em prol VAINSENCHER, Semira Adler. “Praça Maciel Pinheiro” In http://www.fundaj.gov.br/ do abolicionismo e dos direitos humanos. http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira22.htm Foi promotor público da cidade de Santo Antonio da Patrulha, no RS, juiz substituto em Recife, juiz de direito em Imperatriz, no 118 PINTO, Irineu Ferreira (*07.04.1881, de Cobre pela exposição de Turim. João Pessoa - + 27.03.1918, João Pessoa). Bibliografia: Datas e notas para a história da Era filho de Francisco Ferreira Pinto e D. Paraíba, 1909; O cólera-morbus na Paraíba, Bernardina Ferreira Pinto. Aos oito anos de 1910; Resenha dos trabalhos científicos, 1910; A idade, ficou órfão de pai, passando aos igreja do colégio, 1910; A instrução pública na cuidados da avó materna que morava no Paraíba, 1910; A Paraíba de Lyra Tavares, sítio Barreiras, atual cidade de Bayeux, onde 1910; A abdicação, 1912; Notas para a história viveu a sua infância e fez o curso primário, da ordem 3ª de Nossa Senhora do Carmo, 1912; freqüentando, depois, o Lyceu Paraibano, Resenha dos trabalhos científicos do IHGP, 1912; pretendendo seguir a carreira jurídica, o que Sobre o XVII Congresso de Americanistas, 1912; não foi possível. A pobreza obrigou-o a Assuntos bibliográficos; Heroísmo de Cabedelo; desistir do sonho e encarar a realidade, pois, Capela do Senhor do Bom Jesus; A Bahia e o V devia trabalhar para ajudar no orçamento da Congresso Brasileiro de Geografia; Documentos família. para Trabalhou nos Correios e a bibliografia de Pedro Américo. Telégrafos, como amanuense, mas não se Colaborava nos jornais A União, O Norte e O acomodou. Dedicou-se à pesquisa histórica Comércio, publicando trovas, sonetos e e literária; fundou o Clube Benjamim crônicas. Redatora: LO Constant, núcleo literário do qual fazia parte Referências: a elite intelectual da Província; foi sócio PINTO, Piragibe. Irineu Pinto: sua vida e sua obra. João Pessoa: (1955). http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira19.htm fundador do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, tendo exercido os cargos de Secretário e Bibliotecário da PINTO, João Pereira de Castro – (* entidade e integrou a Comissão que 1863, Mamanguape-PB – + 1944, Rio de elaborou os estatutos da Casa; era sócio Janeiro-RJ). Secretário de redação e Diretor honorário do Centro de Ciências e Letras de de A União. Campinas; do Instituto Histórico da Bahia; da Sociedade de Geografia de Lisboa; da PINTO, Joel – (* 30.05.1899, João Pessoa- Real Academia de Arqueologia da Bélgica, PB). Com vocação jornalística, cria diversos do Geográfico periódicos, como a revista Menina. associações Referência: Instituto Alagoano, Histórico entre outras e congêneres. Recebeu Medalha de Ouro da SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Sociedade Histórica de Paris e uma Medalha 119 PINTO, Luiz – Jornalista, colaborou em Comércio e em A Manhã. O Padre Heliodoro vários jornais do Rio de Janeiro. era admirador do Padre Rolim, com o qual teve PIRAGIBE, Aderbal – (* 06.05.1895, uma rápida convivência quando criança. Em sua homenagem escreveu uma Cabedelo-PB - + 30.07.1940, João Pessoa- biografia do padre, baseada em grande parte PB). Dedica-se ao jornalismo, sendo redator nas lembranças que lhes ficaram na dos jornais O Norte, Correio Da Manhã, Brasil memória. Sobre Novo e O Liberal. a biografia, porque baseada na memória e na tradição oral, Referência: apresenta inúmeros problemas com relação SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. a datas e dados sobre o biografado e sua PIRES, Pe. Heliodo de Souza – (* Studart, 11.09.1888, Umbuzeiro-PB – + 03.1971). desmente o fato de que Rolim tenha sido Era filho de Silvestre Pires de Azevedo e discípulo do Ludgera Almeida de Sousa. Seus estudos Alencar no seminário do Crato, pois para receber as ordens foram no Seminário segundo ele nessa época Alencar pai do Ceará, recebendo ordens em 1911, por freqüentava o Seminário de Olinda. Outra D. Luis de Brito. Seu sacerdócio teve início explicação para os “erros” teria sido a em Cajazeiras, levado por D. Moisés Coelho pressa do padre em inscrever o seu trabalho para instalar a Diocese daquela cidade. sobre Padre Rolim no Congresso de Posteriormente, transferiu-se para o Recife, História, que ocorreu na Paraíba, em seguindo dali para os Estados do Rio de homenagem ao centenário da Revolução de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. No Rio 1817. Contudo, não há registro de que esse de Janeiro organizou os vitrais da igreja de trabalho São Judas Tadeu, composto dos maiores discutido. Não há mesmo nenhum registro vultos religiosos nacionais. Dedicou-se aos por escrito dessa apresentação. O padre estudos tornando-se Pires é patrono da cadeira nº 04 do IHGP. especialista em literatura católica, estudioso É autor de: Pe. Inácio Rolim, 1ª. Edição das artes sacras e da história da igreja publicada em 1971, em Fortaleza. Em 1991 brasileira. foi editada uma 2ª. edição atualizada pelo e ao trabalho, família. Um deles, apontado pelo Barão de em historiador Como jornalista, escreveu para a imprensa carta prefácio ao livro, Padre José Martiniano de tenha sido Deusdedit apresentado de ou Vasconcelos Leitão. Nos Caminhos do Nazareno, 1923; No do Recife, publicando trabalhos no Jornal do 120 Sorriso das Almas, 1925; A Pedagogia na Áustria e a Obra Admirável de Oto Glockel, 1933; A Poesia na Igreja do Ocidente, 1934; As Educadoras Beneméritas da Colina de Santana, 1934; A Paisagem Espiritual do Brasil no Século XVIII, 1937; Nas Galerias da Arte e da História, 1944;Cenas e Perfis dos Legendários Cristãos Pilatos, Verônica e Plautila, 1958; O Aleijadinho, 1942; Mestre Aleijadinho: Vida e Obra de Antônio Francisco Lisboa, 1961/ Temas da História Eclesiástica no Brasil, 1946. Redatora: SFPB Referências: DUARTE, Sebastião Moreira. “O auto de batismo”. In PIRES, Heliodoro. Padre Mestre Inácio Rolim, um trecho da colonização do Norte brasileiro e Padre Rolim, 2ª. ed. Teresina, Grupo Claudino, 1991. PIRES, Heliodoro. Padre Mestre Inácio Rolim, um trecho da colonização do Norte brasileiro e Padre Rolim, 2ª. ed. Teresina, Grupo Claudino, 1991. PIRES, Rodolfo abolicionista, – pertenceu (Areia). à Poeta, Sociedade Emancipadora, fundada em Areia por Manoel da Silva e Coelho Lisboa. PORTO, Carlos Eugênio – (* Cruz do Espírito Santo-PB – + 1979, Rio de JaneiroRJ). Escreveu em O Roteiro do Piauí. 121 formando-se na França em Engenharia de R Minas. Existe uma dúvida quanto à formatura de Retumba, levantada por José Joffily no seu livro Entre a Monarquia e a República, página 112, onde questiona se RABELO, Francisco José – (1850). O Retumba era diplomado ou não. Voltando à nome desse bacharel paraibano figura com Paraíba, formado em Engenharia de Minas, destaque entre os que, no século passado, Retumba foi convidado pelo Presidente da esforçaram-se por dar a Paraíba, uma Província a preparar um estudo sobre os imprensa recursos econômicos do Estado. Viajou à altura de sua tradição. Colaborou em diversos jornais; fundou O pelo Comércio, em 1882; foi redator-chefe do estudando a sua viabilidade, e chegando à Diário da Paraíba e redator de O Liberal conclusão que o maior obstáculo ao Paraibano. desenvolvimento Referência: inexistência de meios de comunicação entre LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda – 1832-1853. João Pessoa: A União, 1977. as cidades do interior, o que dificultava interior durante do muito Estado tempo, era a enormemente a exportação dos produtos agrícolas. Em agosto de 1861 ele apresentou RAMOS, José Leal – (* 1891, São João do um vasto relatório sobre o estudo realizado. Cariri-PB – + 1976, João Pessoa-PB). Se uniu a Irineu Joffily na criação do jornal Presidente da Associação Paraibana de A Gazeta do Sertão (órgão de propaganda Imprensa, ex-diretor de O Norte. republicana que por ironia foi destruído RÉGIS, Edson – Fundou o suplemento pelo primeiro governo republicano).; ambos do jornal A União, Correio das Artes. destacaram-se não como empresários, mas como RETUMBA FILHO, Francisco Soares brilhantes articulistas.Retumba morreu, misteriosamente, no Recife. da Silva – (* 08.08.1856, João Pessoa-PB – + 03.12.1890, Recife-PE). Era filho do Referências: engenheiro português Francisco Soares da JOFFILY, José. Entre a Monarquia e a República – Idéias e lutas de Irinêo Joffily. Cosmos, Rio de Janeiro, 1982; Silva Retumba, construtor da Ponte Sanhauá, ele de ligação entre a capital e o interior do Estado. Francisco Retumba Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, vol. IV, p. 164. Filho, ainda jovem, foi morar na Europa, http://www.ihgp.net/memorial4.htm 122 RIBEIRO, Beatriz – escritora paraibana, Brasil. 3o Volume.. Ed. Pongetti - Rio de Janeiro. 1972, P. 582 com farta colaboração nos jornais de João A União, João Pessoa de 1930/1940 Pessoa e de muitas cidades dos Estados A Imprensa, João Pessoa 1928/1940 Nordestinos. Sua pena prestimosa e amável, Memorial do IHGP. Ed. Comemorativa dos 90 anos de Fundação 1905-1995. J. Pessoa, 1995. seus escritos bem elaborados, escreveu para o Brasil Feminino a bela Revista de Iveta Revista Illustração, João Pessoa, agosto de 1936, nº 27. Ribeiro que lhe estampou o retrato. Beatriz no dia 05 de agosto de 1936, assume o RIBEIRO, cargo de secretária da Associação Paraibana José Maria de Souza Ribeiro e D. Minervina Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), de agosto de 1936, (* 16.08.1961, Campina Grande-PB). Filho de No mesmo mês, ingressou no Instituto 23 Sousa 31.01.1885, Campina Grande-PB – + de Imprensa, na posse da nova diretoria. em Hortêncio de Lima Ribeiro. Fez o curso primário em sendo Campina Grande, no Colégio São José e os recepcionada pelo Historiador José Batista preparatórios em colégios da capital do de Mello. A sua produção literária foi Estado e de Recife. Bacharelou-se em publicada no jornal A União, na década de Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro, 30. Com problemas de saúde e sem em 1918. Ainda no Rio, tentou estudar condições de manter em atividade sua vida Medicina, mas por motivo de saúde cultural e literária, Beatriz decidiu renunciar abandonou o curso médico já no 2º ano e à condição de sócia do IHGP, dizendo que: voltou a sua querida Campina Grande, “a vaga será preenchida com certeza por um cidade que sempre amou e dedicou. quase dos que, fora do Instituto, se distingue nas toda sua vida, onde era muito querido e realizações e esforços pelos ideais comum, respeitado, sendo para os jovens que em harmonia com os que já integram seu desejavam ingressar nas artes literárias, um quadro social, de merecido renome”. O verdadeiro Mecenas, incentivava e ajudava a IHGP não acolheu seu pedido de renúncia todos. Não se envolvendo em política, da consorcia, mantendo-a no quadro social podia manter-se imparcial nas suas atitudes. até hoje, naturalmente, a cadeira ser Em 1939, casou-se com D. Maria de Moura declarada vaga. Redator: FS Ribeiro. O casal teve quatro filhos: Maria de Referências: Molina, Rosália Maria, João Hortênsio e BITTENCOURT, Adalzira. Dicionário Biobibliográfico de Mulheres Ilustres e Intelectuais do Jacinta de Fátima. Colaborou na imprensa paraibana, escrevendo em vários jornais. 123 Em A Imprensa, jornal pertencente à SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Arquidiocese da Paraíba, ela manteve, por muito tempo, uma coluna intitulada “Nota do dia”, onde eram perfiladas pessoas de http://www2.aplpb.com.br/academicos/ho rtencior.htm. atuação relevante na história política, social RIBEIRO, Odilon Nestor de Barros (* e religiosa de Campina Grande. Colaborou 26.02.1874, Teixeira-PB – + 1968, Recife- em A União, A Voz da Borborema, Gazeta do PE). Publica em revistas e jornais do Recife. Sertão, Revista do Instituto Histórico e Geográfico Foi o primeiro redator chefe do Jornal do Paraibano, nos Anuários de Campina Grande Comércio, de Pernambuco. Poeta e jurista, e no Jornal do Comércio, do Recife. Foi um o sertanejo, foi à Europa mais de 15 vezes e dos fundadores da Academia Paraibana de era professor de Direito Internacional. Letras, integrando os seus quadros a partir Segundo Hélio, sua participação deu ao de 14 de setembro de 1941. Participava de referido jornal o “tom cosmopolita que todos os Grêmios Literários que surgiam e, marca o jornal até hoje”. entre estes, citamos: o Gabinete de Durante anos foi Presidente do Centro Literatura 7 de Setembro e o Centro de Regionalista do Nordeste; participou do Estudos Campinenses. Não deixando livros movimento Regionalista, Tradicionalista e a publicados, após sua morte, D. Maria de seu modo Modernista. Algum dos seus Lourdes colheu em jornais e revistas os seus versos escreveu-os inspirados em assuntos escritos, enfeixando-os em livro, formando, regionais e até recifenses. Viveu no Recife a assim, uma antologia de suas crônicas e maior parte de sua longa vida. Segundo artigos, intitulada Vultos e fatos, publicada Gilberto Freire, ele quase não viajou ao Rio pelo Governo do Estado em 1979. Torna- de Janeiro, vivendo apenas entre o Recife e se articulista diário do jornal A Imprensa e a Europa. Foi por isso, na opinião do colaborador de A Voz da Borborema, Jornal do sociólogo, um “provinciano cosmopolita”. Comércio, A União e REV.IHGP. Possui Odilon Nestor possui uma obra variada e obra inédita sobre meio século de República no Estado e muitos outros numerosa. Escreveu Faculdade de Direito do artigos Recife: traços de sua história, 1930; ainda no publicados na Revista APL e nos jornais campo locais. do Direito, publicou Direito Internacional Privado, 1919; no campo da Referências: literatura publicou, em 1906, o primeiro 124 livro de poesias, Juvenilia e na maturidade O com a publicação do livro: Walfredo barqueiro das sombras, 1945. Redatora: SFPB Rodriguez e a cultura paraibana, organizado Referência: HÉLIO, Mário. A literatura nas páginas do JC. In: http://www2.uol.com.br/JC/_1999/80a nos/80c_21.htm por Alex Santos. Conhecido como escritor foi também destacado fotógrafo e cineasta. Sua carreira iniciou-se no cinema, quando, em 04 de FREYRE, Gilberto. Perfil de Euclides e outros perfis. Rio de Janeiro, José Olympio, 1944. setembro de 1921, exibiu no Cine Rio Branco, na Cidade da Parahyba, um filme SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. documentário de uma retreta que havia sido realizada na Praça Venâncio Neiva, na referida cidade. No mesmo mês, viajou ao RODRIGUEZ, Walfredo – (* 1893, João Rio de Janeiro para ser fotógrafo da Federal Pessoa-PB – + 1973, João Pessoa-PB). Filmes, tornando-se posteriormente um dos Filho de Emiliano Rodriguez Pereyra, fotocinematografistas da Companhia de Walfredo Rodriguez nasceu no ano de 1894, na cidade de João Pessoa, Antônio da Silva Barradas, dono da Omnia então Film. Ao voltar à Paraíba passa a produzir denominada Cidade da Parahyba. Segundo cine-jornais, exibidos nos cinemas de sua o alistamento eleitoral de 1898, seu pai cidade, particularmente no Cine Rio Branco possuía residência na Rua da Viração, atual e no Filipéia, com o título de “Filmes-Jornais Avenida Gama e Mello na referida cidade. do Brasil... Um pouco de tudo”. O que o fez ser Sua infância deu-se entre artistas, posto seu considerado por muitos autores paraibanos, pai, Emiliano possuir um hotel-botequim como pai do cinema paraibano. no Teatro Santa Roza, e sempre ter sido um admirador da cultura e da arte. Além disso, Estes filmes-jornais possuíam 10 minutos desde criança, Walfredo teve profunda de duração, em média revelados em cores: ligação com a fotografia, pois o seu avô azul quando as cenas se passavam à noite; e paterno era fotógrafo. Iniciou carreira no amarelo, quando as cenas ocorriam durante cinema em 1921. Walfredo Rodriguez o dia. A maioria deles, a exemplo do que faleceu em 1974, aos 80 anos de idade, na produzia Antônio Barradas na cidade do mesma cidade em que nasceu. Em 1984, a Rio de Janeiro, com quem Walfredo havia Fundação Casa José Américo promove a trabalhado anteriormente, destacava a parte “Semana Cultural Walfredo Rodriguez” esportiva. Esse é o caso do flagrante do para celebrar seus 90 anos, a qual culminou jogo de futebol entre os clubes “Parahyba 125 United” e o “Red Croos” realizado entre os Índios, constituído pela população em geral anos de 1923 e 1924, porém, seus filmes e ainda o bloco “Filopanças”, título que se não se limitavam ao esporte. Podemos citar: refere à própria organização do bloco, um flagrante da chegada do recém-eleito posto que o mesmo saía às ruas, de casa em presidente João Suassuna à Cidade da casa. Parahyba, em 1924; os filmes sobre a dança Em seguida, no ano de 1924, Walfredo de coco, e ainda o “Reminiscência de 30”. inicia Segundo Wills Leal (2007) esses “filmes- Nordestino”, momento em que era diretor e jornais” tiveram pouco tempo de duração. proprietário da “Empresa Nordeste Filme”. Cerca de 20 filmes foram lançados por Como paraibano, e profundo admirador de Walfredo, durante os aproximadamente, sua terra e apaixonado por sua riqueza três anos de produção. Isto se deve ao fato cultural Walfredo pretendia, através desse de eram filme, mostrar ao país que o nordeste não lucrativos, já que o material para sua era apenas seca, ou miséria, para poder produção era custoso e precisava ser contestar o que os seus colegas de trabalho adquirido na cidade de Recife, o que da “Federal Filmes” do Rio de Janeiro encarecia ainda mais o processo. Portanto, diziam sobre a Paraíba não ter nada os filmes-jornais deixaram de ser realizados. civilizado, e que os índios atacavam as Diante da não lucratividade dos filmes- pessoas na cidade. Portanto, em 1928, seu jornais, Walfredo passa a produzir filmes sonho é concretizado, e “Sob o céu mais longos, divididos em três partes, que Nordestino”, totalizavam ao final, cerca de 80 minutos de aproximadamente duas horas de projeção. duração, como por exemplo, o “Carnaval Mais um filme de caráter documentário, Paraibano e Pernambucano”, de 1923, que sendo sete partes com esta característica, e chegou a ser exibido na cidade do Rio de uma Janeiro, no Cine Pathé. Este filme pode ser considerada pelos autores paraibanos que considerado um documentário jornalístico, analisaram a obra, como um prólogo-ficção, pois tratava de mostrar as várias faces do no qual o autor demonstra a nossa carnaval paraibano formação histórica. Concluído, o filme foi partindo dos que os filmes-jornais blocos e não pernambucano, formados as parte filmagens é fictícia, de “Sob finalizado, a primeira o céu com delas, pelos exibido em várias cidades do estado e em integrantes da elite da época, como o outros estados nordestinos, como a Bahia e “Aluga-se um coração”, até os blocos dos o Rio de Janeiro. Posteriormente foi levado 126 por Antônio Barradas para Paris, a fim de horas, a exposição de quadros foto-verniz, sonorizá-lo, porém isto não foi possível, já organizada pelo artista fotógrafo Walfredo que o mesmo faleceu subitamente durante a Rodriguez, chefe do serviço fotográfico viagem, e não foi mais possível encontrar desta folha, sob o patrocínio do casal Ruy esta cópia original do filme. Carneiro”, (grifo nosso). Ou, conforme Em primeiro de setembro de 1950, o Cine afirma J. Veiga Júnior em outra ocasião, Rex Rotary Clube da Paraíba, juntamente ao ainda no referido jornal “não sei se estou Departamento de Educação, promove um perpetrando festival Walfredo advertindo ao codaquista (grifo nosso) de A Rodriguez, que segundo os jornais da época União de que a escolha do local não primou ao veicular este festival o tratavam como bastante pela felicidade.” (08 de outubro de “filmes de flagrante da vida nordestino, nos 1942), ambos referindo-se à Exposição anos de 1923 e 1924”. “Dos tempos dos azulejos e beirais à cidade com os filmes de indiscrição repreensível de hoje”, sobre a qual falaremos adiante. Ao analisar as obras sobre Rodriguez, Portanto resta-nos a indagação se a percebemos que muitos são os autores que contribuição de Walfredo Rodriguez estava o citam como colunista de algumas revistas nas fotografias utilizadas pelos jornais, ou se e jornais, que circulavam na cidade de João algumas colunas eram escritas pelo mesmo. Pessoa, sobretudo nas primeiras décadas do século XX. Porém não foi possível Vários são os registros nos jornais da época comprovar determinada afirmação, posto sobre a abrangência da exposição “Dos que a maioria dos artigos publicados nos tempos dos azulejos e beirais à cidade de jornais e revistas durante o período referido hoje”. O jornal A União, no mês de outubro não era assinada. Algumas revistas, como a de 1942, publica quase que diariamente “Era Nova”, por exemplo, sobretudo as do chamadas para a mesma, a partir das quais início da década de 1920, as quais tivemos podemos aqui refazer um pouco de sua acesso, traz junto ao sumário, a lista de história. colaboradores, dentre os quais não consta o A abertura oficial da supracitada exposição nome de Walfredo, apesar disso alguns ocorreu no domingo, dia 04 de outubro, no autores o citam como colunista da mesma. andar térreo da ex-Caixa Rural, na Rua No jornal A União, encontramos, no ano de Duque de Caxias, área central de João 1942, a seguinte citação: “com um brilhante Pessoa. êxito, foi inaugurada, domingo último, ás 16 federal Ruy Carneiro e sua esposa, que 127 Foi patrocinada pelo interventor adquiriram sete quadros de azulejos no século XIX, quando o autor da referida momento em que visitaram a exposição, exposição tinha poucos anos de idade, junto com o seu assistente militar o capitão fazem parte de seu acervo de colecionador, Manuel Ramalho e outras autoridades da e época. cidade, Enfatizamos aqui a contribuição desta Francisco Cícero adquiriu para a Galeria da exposição para a produção da imprensa Prefeitura vários quadros “que futuramente local, posto acreditarmos que muitas destas serão encaminhados para a Galeria Turi- fotos urbanística da cidade” (A União, 13 de utilizadas nas matérias jornalísticas. É outubro de 1942). possível perceber no próprio jornal A “Dos tempos dos azulejos e beirais à cidade União, já que Walfredo era fotógrafo do de hoje”, contava com 258 quadros, e já no mesmo, ou da Revista Era Nova, quando até terceiro dia de exposição haviam sido mesmo anterior a esta data, em 1923 vendidos 66. No dia anterior à abertura encontramos um foto da cidade assinada oficial por ele. O é então prefeito promovido por da Walfredo não foram expostas feitas foram pelo mesmo. posteriormente Rodriguez um coquetel com a finalidade de A partir da década de 1950, o autor passa a receber de publicar algumas obras, a primeira delas, é Imprensa. A maioria dos jornalistas da História do Teatro da Paraíba: só a saudade época fotógrafo perdura (1831-1908), lançado em 1960, que competente, que “apanhou vários aspectos tem o objetivo principal de retratar os da Parahyba de outrora e os apresenta sob teatros na Paraíba, particularmente o Teatro um seu processo de foto-verniz, juntamente Santa Roza. Isto devido ao fato, não só de com seu aspecto atual da cidade”. Essa Walfredo Rodriguez ser o diretor desta casa capacidade fez com que os visitantes, (cerca de espetáculos na referida época, mas de 400 pessoas por dia) tenham “uma visão também, como já dissemos no início deste retrospectiva da cidade, podendo facilmente relato, ter sua vida ligada ao mesmo desde julgar seu processo” de urbanização. (A criança, quando seu pai aí trabalhava. A União, 11 de outubro de 1942). segunda obra de grande destaque para a Vale salientar que Walfredo era além de historiografia fotógrafo, um colecionador de jornais e Sentimental de uma Cidade”, publicado em revistas, portanto muitas dessas fotografias, 1962, e reeditado 1994. Trata-se de uma rica principalmente as primeiras, de meados do descrição da cidade de João Pessoa, em que a o Associação considerava Paraibana um 128 paraibana é o “Roteiro o autor revela um grande saudosismo da cidade de tempos passados. Em 1974, seu filho José de Nazareth Rodriguez organiza o livro “Dois séculos de cidade: passeio retrospectivo”, que contém imagens da Parahyba registradas por Walfredo Rodriguez. Pelo exposto, afirmamos que a contribuição de Walfredo Rodriguez acerca da cultura paraibana, é bastante ampla, já que se encontra no cinema, no teatro, mas, sobretudo nos jornais e na fotografia, pois muitas dos artigos de imprensa publicados à época tinham como fundamento ilustrativo as imagens captadas ou coletadas por ele. Redatoras: DSM/ NLARS Referências: LEAL. Wills. Cinema na Paraíba/Cinema da Paraíba. Livro-álbum. 2º volume. Academia Paraibana de Letras: João Pessoa, 2007. MELLO. Virginius da Gama e. Prefácio. (In) Dois séculos de cidade: passeio retrospectivo. _______. Prefácio. (In) História do Teatro da Paraíba: Só a saudade perdura (1831-1908). Imprensa Oficial: João Pessoa, 1960. RODRIGUEZ. Walfredo. Roteiro Sentimental de uma cidade. 2. ed. A União Editora: João Pessoa, 1994. ______. História do Teatro da Paraíba: Só a saudade perdura (1831-1908). Imprensa Oficial: João Pessoa, 1960. SANTOS. Alex. (org.) Walfredo Rodriguez e a cultura paraibana. EGN: João Pessoa, 1989. 129 ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. S SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. SANTOS NETO, Antônio Bernardino SANTOS, Antônio Bernardino – (* 1835, dos – (* 28.02.1884, João Pessoa-PB – + Paraíba, – + 1912, Rio de Janeiro-RJ). 04.09.1934, Rio de Janeiro-RJ). Filho de SANTOS, Arthur Aquiles dos – Ver Arthur Aquiles, segue o itinerário comum à AQUILES, Arthur. época, cursando o primário e o secundário na capital paraibana, formando-se em SERRA SOBRINHO, Joaquim Maria – Direito no Recife. Desde os tempos do (* 20.07.1838, São Luis-MA – + 29.10.1888, Liceu Paraibano torna-se amigo de Augusto Rio de Janeiro-RJ). Jornalista, professor, dos Anjos. Publica seus primeiro poemas político, teatrólogo, é o patrono da Cadeira no jornal O Comércio, dirigido por seu pai, n. 21, por escolha de José do Patrocínio. onde começa sua carreira jornalística. Em Seu pai, Leonel Joaquim Serra, militava na 1908, demite-se do cargo de Oficial de política e no jornalismo, redigindo O Cometa Gabinete de João Lopes Machado e vai (1835) e a Crônica dos Cronistas (1838), em morar no Rio de Janeiro, onde é nomeado São juiz de Direito. Sua produção varia da província natal. Entre 1854 e 1858 esteve poesia – Versos do coração (1903), passando no Rio de Janeiro para ingresso na antiga pela biografia com os Perfis do Norte (1910), Escola Militar, carreira que abandonou, editado pela Garnier. Em 1926 publica no voltando Rio de Janeiro, pela Livros e Papeis, preocupação de ir em busca de um diploma Criminalidade e justiça e em 1932 publica de faculdade, iniciou-se muito moço no Psicologia criminal e justiça pela Civilização jornalismo e na poesia. Seus primeiros Brasileira. Também é autor do livro Imprensa escritos (1858-60) saíram no Publicador doutrinária e informativa, sobre o qual não Maranhense, dirigido então por Sotero dos constam nem informações de data, nem de Reis. Em 1862, com alguns amigos, fundou editora. o jornal Coalisão, que advogava em política o Referências: Partido Liberal. Em 1867, fundou o Luís. Estudou a São humanidades Luís. Sem mais na a Semanário Maranhense. Foi professor de 130 gramática e literatura, por concurso, no Governo da Patrono. Academia Brasileira de Letras. Disponível em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua .exe/sys/start.htm?infoid=900&sid=225 residia na SILVA, Antônio Joaquim Pereira da – (* apresentado 06.11.1876, Araruna-PB – + 11.01.1944, literariamente à corte por Machado de Assis Rio de Janeiro-RJ). Filho de Manuel numa de suas crônicas do Diário do Rio de Joaquim da Silva e Maria Ercelina da Silva. Janeiro (24.10.1864). Em 1868, fixou Seu pai era um carpinteiro, que fabricava residência no Rio de Janeiro. Fez parte das violas para as festas e caixões para os redações da Reforma da Gazeta de Notícias, cemitérios. Foi durante muito tempo da Folha Nova e do País, foi diretor do coroinha e sineiro da Capela da Conceição. Diário Oficial (1878-82), de que, com Aprendeu as primeiras letras com o mestre dignidade, se exonerou por divergir do escola, Tio Sinésio, a quem dedicou um gabinete de 15 de janeiro de 82. Deputado poema. Aos quatorze anos, muda-se para o geral (1878-81) pelo Maranhão, foi um Rio de Janeiro, sem conhecer ninguém. combatente campanha Seguindo a trajetória paterna, matricula-se abolicionista, “o publicista brasileiro que no Liceu de Artes e Ofícios, até atingir a mais escreveu contra os escravocratas”, no idade de poder matricular-se na Escola dizer Escreveu Militar. Ainda muito jovem dedicou-se à também para o teatro, como autor e carreira de poeta e jornalista com pequenas tradutor. Suas peças, entretanto, ao que contribuições em revistas especializadas. parece, nunca foram impressas. Adotou Dos simbolistas já ouvira falar através da vários leitura de revistas e livros principalmente o Liceu Maranhense, deputado provincial (1864-67), Paraíba secretário (1864-67). província de Ignotus, Ainda quando foi tenaz André na Rebouças. pseudônimos: Max do Amigo de Gouaches, de João Barreira, livro de o poemas em prosa, adotado pelo grupo. Ao Dicionário literário da Paraíba deixou várias chegar a Curitiba, entrou em contato com comédias em que se destacam O chapéu, os membros da Revista O Cenáculo, dirigida Lágrimas de crocodilo e Idílios. Sua poesia foi por Dario Veloso, Silveira Neto, Antônio publicada sob o título de Tetéias e Efêmeras. Braga e Júlio Perneta, irmão de Emiliano Referências: Perneta. Naquela cidade, fundou revistas SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. simbolistas onde também exerceu atividades Castellamare, Sedlitz, Ausente, Tragaldabas. Pietro Segundo de jornalista, como era próprio aos jovens 131 da época. Para sobreviver, ensina português Palmeira, quando soube do assassinato de e literatura no Ginásio local. Bacharel em Euclides da Cunha e do conseqüente Ciências Sociais e Jurídicas pela Faculdade desaparecimento do livro no qual trabalhara de Direito do Recife. Emigrou para o sul do tantos anos. Sem vocação para o cargo, País, sendo Promotor Público no Paraná. deixa o interior do Paraná e volta à cidade Poeta e pensador, foi um dos expoentes da do Rio de Janeiro, em 1911, onde volta a ser escola ao jornalista militante na Gazeta de Notícias, do jornalismo junto com outros simbolistas, seu amigo Félix Pacheco. Ajudou a lançar A entre os quais Carlos Dias Fernandes junto Noite, de Irineu Marinho, cuja intenção era a a quem integra o grupo Rosa Cruz. Na de publicar um vespertino com feitio segunda fase da Rosa Cruz conheceu diferente dos demais existentes, com o Colatino Barroso e particularmente se ligara grupo dissidente de A Gazeta. Conseguiu a Álvaro Sá de Castro Menezes, também do que o jornal fosse impresso nas oficinas do Arte Nova, com quem trabalhou como Jornal do Comércio. Segundo Alcides Carneiro, redator do Jornal do Comércio. a imprensa era para ele uma “segunda Em 1922, juntamente com Agripino Grieco natureza”. Paulo Barreto (João do Rio), e Théo Filho, dirige o mensário O Mundo quando fundou A Pátria o fez seu redator- literário. Segundo Alcides Carneiro, foi João chefe, em 1920. do Rio quem cogitou a possibilidade de Em 1934, foi eleito para a Academia lançar o seu livro de poesia pela editora Brasileira de Letras, mas não dispunha de Garnier, Luís Murat, por sua vez, acenava- dinheiro para confeccionar o fardão. lhe com a possibilidade da Lelo & Irmão do Referências: Porto, responsáveis pela edição de Coelho SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. simbolista, dedicando-se Neto, Silvio Romero entre outros. Seguindo o colega Vicente de Carvalho que teve o seu livro publicado com prefácio de Euclides da SILVA, Beatriz Ribeiro da – Escritora Cunha, Pereira da Silva, entrega-lhe a única paraibana, com farta colaboração nos cópia, contando que um prefácio de tal jornais de João Pessoa e de muitas cidades nome garantiria sua publicação. dos Estados Nordestinos. Sua pena prestimosa e amável, seus escritos bem Nesse momento é nomeado para o cargo de elaborados, escreveu para o Brasil Feminino a Promotor Público na cidade de São José bela Revista de Iveta Ribeiro que lhe dos Pinhais, no Paraná, em seguida para 132 estampou o retrato. Beatriz no dia 05 de Memorial do IHGP. Ed. Comemorativa dos 90 anos de Fundação 1905-1995. J. Pessoa, 1995. agosto de 1936 assume o cargo de secretária da API, na posse da nova diretoria. No Instituto Revista ILLUSTRAÇÃO, João Pessoa, agosto de 1936, nº 27. Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), SILVA, Joaquim José Henrique da – (* em sendo 03.07.1820, Areia-PB – + 18.07.1889, Areia- recepcionada pelo Historiador José Batista PB). Era casado, em primeiras núpcias, com de Mello. A sua produção literária foi D. Joaquina Nunes Pinto, ficando viúvo, publicada no jornal A União, na década de casou-se 30. Com problemas de saúde e sem Augusta Gouveia; dos dois casamentos, condições de manter em atividade sua vida nasceram vinte e seis filhos, entre estes, cultural e literária, Beatriz decidiu renunciar Júlio, Abel da Silva, Cicina e Tito Silva. Fez à condição de sócia do IHGP, dizendo que: o curso primário em Areia e, não dispondo “a vaga será preenchida com certeza por um de recursos para freqüentar uma escola dos que, fora do Instituto, se distingue nas superior em outra cidade, Joaquim da Silva realizações e esforços pelos ideais comum, estudou em harmonia com os que já integram seu Tornou-se um latinista respeitável, capaz de quadro social, de merecido renome”. O concorrer com o famoso Tobias Barreto a IHGP não acolheu o pedido de renúncia da uma vaga de professor de Latim na consórcia, mantendo-a no quadro social até Faculdade de Olinda. No Colégio de Areia, hoje, naturalmente, a cadeira ser declarada lecionava Francês e Latim; escreveu o vaga. Redatora: FS Manual do estudante de Latim, editado na Referências: Bahia, em 1855; traduziu a Arte poética, de BITTENCOURT, Adalzira. Dicionário Biobibliográfico de Mulheres Ilustres e Intelectuais do Brasil. 3o Volume.. Ed. Pongetti - Rio de Janeiro. 1972, P. 582. Horácio e escreveu uma Gramática grega, SANTANA, Martha M. Falcão de Carvalho e M. Mulher e fronteira na historiografia paraibana – 1940/1964. João Pessoa-PB. Projeto PIBIc/CNPq, (2001). mater do Teatro Minerva, de Areia. Joaquim da A União, João Pessoa de 1930/1940 periódico A Verdade, através dos quais fazia A Imprensa, João Pessoa 1928/1940 campanhas abolicionistas. A Verdade foi um mesmo 23 mês, de ingressou agosto de no 1936, novamente sozinho. Foi com um D. Raquel autodidata. que nunca foi publicada. Em 1859, fundou o Teatro Recreio Dramático que foi a célula Silva foi um abolicionista autêntico; fundou a Sociedade Emancipadora Areiense e um “órgão progressista e noticioso”, que 133 circulou entre os anos de 1888 e 1896. Seu gratuita para atender às crianças flageladas fundador foi o abolicionista Manuel da da seca de 1877 e, para defender seus Silva. O movimento era tão convincente conterrâneos mais carentes, improvisou-se que rapidamente ele se tornou amigo da advogado. Em 1882, com 62 anos, foi classe senhorial, o que fez com que Areia se nomeado Inspetor do Tesouro e, para antecipasse à Lei Áurea, libertando os seus assumir o cargo, foi obrigado a deixar a sua escravos duas semanas antes do 13 de maio. cidade e estabelecer-se na capital. Em 1884, Como jornalista, participou dos periódicos cria O Areiense, fundado em 1877, por ele e dois Paraibano que foi, por muitos anos, dos seus filhos, Júlio e Tito Silva. Segundo considerado um dos melhores colégios do Gaudêncio, Joaquim da Silva foi um Nordeste, onde, estudavam além dos precursor do empresário paraibano, sendo paraibanos, os filhos das famílias dos suas iniciativas – introdução da máquina a Estados vizinhos. Morreu no Recife, para vapor no processo de descaroçamento do onde foi em busca de melhoras para os algodão, o traçado e as primeiras obras da males da bexiga que o afligiam, uma estrada da Onça. Nas páginas d’ O Areiense, prostatite crônica irreversível. Redatora: Joaquim da Silva sugere o “aproveitamento SFPB dos braços ociosos na construção de Referências: açudes, no calcamento das ruas, no CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955. melhoramento das estradas e caminhos que na capital paraibana o Colégio GAUDÊNCIO, Francisco de Sales. Joaquim da Silva: um empresário ilustrado do império. Bauru: Edusc, 2007. ligavam Areia a outras localidades da região”. Nessa linha, também defendia a construção de um mercado municipal. No iniciativas http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira20.htm compreendem a construção do teatro, a SILVA, José Coutinho da. (Padre Zé instalação de um gabinete de leitura e Coutinho) – (* 1897, Esperança-PB – + posteriormente a construção das bases do 1973, João Pessoa-PB). Gerente de A Instituto Jurídico Paraibano. Pelo Partido Imprensa. campo cultural, suas Liberal, elegeu-se Deputado Provincial, por SILVA, várias legislaturas, mas não conseguiu Tito Henrique – Latinista, jornalista e empresário. Foi o primeiro eleger-se Deputado Geral. Sensível aos Diretor do jornal A União. Fundou em 1892 problemas sociais, fundou uma escola a fábrica Tito Silva, a primeira de vinho de 134 SOARES, Epitácio. Campina Grande (?) – caju do Nordeste. (?). Editor de Diário da Borborema. SILVEIRA, Isabel Iracema Feijó da – (* 25.12.1893, João Pessoa – ). Foram seus SOARES, Orris Eugênio (* 14.10.1884, pais Emídio de Oliveira Feijó e Maria João Pessoa-PB – + 10.02.1964, Rio de Carolina de Lima Feijó. Fez seus estudos Janeiro-RJ). Bacharel em Direito, pela primários na Escola publica da professora Faculdade de Direito do Recife. Foi dona Maria Amélia Cavalcante de Avelar e deputado, jornalista e homem de letras. os secundários na Escola Normal do Secretário Geral do Estado da Paraíba Estado, onde recebeu o diploma de [1920]. Fiscal de Bancos. Delegado do professora, no dia 26 de março de 1908. Tribunal de Contas e do Instituto Nacional Em visita a Aliança Liberal a Santa Rita, em do Livro. Fundou com seu irmão Oscar fevereiro de 1930, fez o discurso de Soares, o jornal O Norte no dia 7 de maio de saudação. Tendo exercido os seguintes 1908. Na época, a capital paraibana se cargos: professora pública em Guarabira, chamava Parahyba. O Norte foi concebido Areia e Santa Rita, em cuja cadeira foi dentro de padrões jornalísticos modernos jubilada. Não tem nenhum livro publicado, para o período, com boa qualidade gráfica e mas, foi colaboradora em vários jornais textual, revolucionando a imprensa de seu como: A União e A Imprensa na página estado de origem. Seu lançamento fora feminina das Revistas Era Nova, Manaíra e noticiado até pelo concorrente direto, o Almanach, desta Capital, do Rio de Janeiro e jornal A União, hoje o jornal mais antigo dos Estados vizinhos, que estampam suas ainda em circulação na Paraíba. A despeito poesias. Iracema foi a primeira mulher a ter da qualidade de suas obras teatrais, hoje o título de eleitor em 1929 e a votar no reconhecidas e estudadas por historiadores Estado da Paraíba em 1930. Redator: FS paraibanos, Orris Soares é injustamente Referências: mais conhecido pelo fato de ter prefaciado e Revista Manaíra João Pessoa, dezembro de 1940. Nº 14 pág. 32 organizado a obra de Augusto dos Anjos A União, João Pessoa de 1930/1945. prefacia e prepara a edição do volume de A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940. poesias publicado em vida pelo próprio SILVEIRA, Josué Gomes da – (* 1897, poeta, acrescido de versos póstumos. É Alagoa Grande-PB, – + 1975, João Pessoa- também de 1928, por interferência sua que PB). Gerente de A União. a Livraria Castilho, do Rio, edita a 3ª edição, Eu e Outras Poesia. Em 1920, ele organiza, 135 com extraordinário sucesso de crítica e Referências: público. ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. Sobre seu teatro, Paulo Vieira reconhece a SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. qualidade e tendências expressionistas. No que diz respeito a Rogério, sua obra prima, “o tema é a revolução. Outro indicador de VIEIRA, Paulo. “Orris Soares, um inovador”. In: Agulha. Revista de Cultura # 36 Fortaleza, São Paulo - outubro de 2003. Disponível em http://www.revista.agulha.nom.br/ag36soa res.htm. sua modernidade, pois aparenta tomar como referência à revolução soviética de outubro de 1917”. Segundo Paulo Vieira, “por este ponto de vista, torna-se ainda mais espantosa a contemporaneidade da SOUZA, Braz Florentino Henriques de obra, pois líder de uma revolução popular, – (* 1825, João Pessoa-PB – + 1870, São Rogério, após a vitória, torna-se um cruel e Luís-MA). desumano ditador, assassino e temível Faculdade de Olinda, turma de 1849, onde déspota. Em 1920, quando Orris Soares se doutorou em 1851. Foi professor da escreveu o seu texto, Stalin ainda não havia Faculdade de Direito de Recife, integrante assumido o comando da U. R. S. S. e, muito do menos, dado início aos expurgos que jornalismo no Diário de Pernambuco. Político eliminaram vinculado líderes influentes e Bacharel partido em conservador. ao Partido Direito Exerceu pela o Conservador. revolucionários de primeira hora. Assim Professor da Faculdade de Direito do como Ernst Toller em suas peças, a Recife. Publicou os livros Casamento Civil e o burguesia e, por conseqüência, o governo, Casamento Religioso e Do Poder Moderador: ou o poder em todas as suas instâncias, são ensaio de Direito Constitucional, este publicado uma e semelhante coisa”. Sua produção pela Typographia Universal do Recife, em inclui além das obras teatrais, biografia e 1864. Escolhido pelo Imperador D. Pedro dicionários: A barreira. Paraíba, 1917; A II, integrou a comissão de juristas que Cisma. Rio de Janeiro, 1915; Rogério: drama elaborou parecer sobre o projeto do Código em 3 atos; Pedro Américo(1920); Dicionário de Civil, de autoria do mestre Teixeira de Filosofia. Rio de Janeiro; INL, V. 1,1952 e Freitas. V.2, 1968. Em 1985 o Governo do Estado Maranhão, falecendo ali, prematuramente da Paraíba publica seu teatro completo. aos 45 anos, quando designado para Redatora: SFPB idêntica função em Minas Gerais. Em 2003, 136 Presidente da Província do o Senado Federal reedita o seu clássico nos estudos jurídicos, Lições de Direito Criminal, uma compilação dos seus trabalhos, editados em 1872. Referências: ODILON, Marcus. Pequeno dicionário de fatos e vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Cátedra, 1984. 137 dedicar à imprensa, fundando O Tempo, T órgão da imprensa, que circulou sob a sua direção. Fundou em seu estado, uma Associação de Guarda-Livros e foi membro da Associação Comercial do Recife. Atuou TAVARES, João Lyra. (* 23.11.1871 na política, foi historiador e fundou O Goiana-PE – + 31.12.1939, Rio de Janeiro- Tempo, órgão da imprensa, que circulou sob RJ). Jornalista, biografo e professor. Aos 5 a sua direção. Quando o jornal desapareceu, anos de idade mudou-se para o Rio Grande entrou para a redação política do órgão do do Norte onde fez os estudos primários e se PRC. Foi lente de Corografia e história do matriculou no Ginásio Rio Grandense, em Brasil na Escola Normal e diretor do 1882. Em 1886, por falta de dinheiro dos Anuário Almanaque da Paraíba, bem como pais para sustentá-lo, abandona os estudos catedrático de contabilidade do Liceu para ser guarda-livros e depois chefe de Paraibano. Foi economista e autor de obras escritório da firma comercial em que didáticas e estudioso de geografia. Publicou trabalhava, na cidade de Macaíba. Nessa Ligeiras notas, Traços biográficos do coronel cidade, foi um dos fundadores do clube Lordão, Apontamentos para a história territorial abolicionista manifesto da Paraíba (2 vols.), A Paraíba (2 vols.), Notas republicano de Pedro Velho. Mais tarde históricas sobre Portugal, Estudos sobre a rebelião tornou-se secretário do clube republicano praieira, da cidade e colaborador do respectivo Bittencourt, ele tinha um gosto especial para jornal. Depois da proclamação da república, os mudou-se para Natal, onde trabalhou na políticos. e assinou o imprensa defendendo sempre a causa Pontos de história pátria. Segundo estudos históricos, econômicos e Referências: política. Em 1895, passou a ser guarda- BITTEENCOURT, Liberato. Homens do Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. livros em Recife, onde chegou a ser sócio da firma, que tinha várias filiais na Paraíba. Pernambuco, teve que assumir a gerência de http://www.senado.gov.br/sf/senadores/s enadores_biografia.asp?codparl=1797&li=3 4&lcab=1927-1929&lf=34 uma dessas filiais. Na Paraíba, entregou-se à TEJO, William – (Campina Grande-PB). política, onde foi deputado estadual por Integra o corpo redacional da Gazeta do sucessivos mandatos. A partir de 1908 Serão. Como diretor da Associação Comercial de abandona a profissão comercial e passa a se 138 TOLEDO, Severino Carvalho de – (* 10.09.1899, Vila de Alagoa Nova-PB). Poeta e jornalista. Referência: COUTINHO, Afrânio, dir. Brasil e brasileiros de hoje. Rio de Janeiro, Sul Americana S.A., 1961, II: 568. 139 federal, colaborou com o Jornal do Comércio. V Foi Deputado Provincial pela Paraíba, em duas legislaturas consecutivas (1878/18791880/1881) e governou o Estado de Pernambuco, VASCONCELOS, 1890. Republicano, Gonçalves tornou-se oposição com a revolta da Meira – (* 15.03.185, Pilar-PB – + armada, ao lado de Custódio de Mello, o 10.06.1908, Recife-PE). Filho do casal que lhe custou algum tempo na prisão. Foi Manuel Joaquim Carneiro Meira e D. recolhido ao quartel das Cinco Pontas e Antônia Carneiro Meira. Era casado com a depois transferido para o Forte do Brum e senhora Miranda em seguida para o Rio de Janeiro, a bordo Henriques. Iniciou o curso primário na do vapor Desterro. Publicou: Tese e Escola do professor Demétrio Toledo, em dissertação apresentada à Faculdade de Direito do Pilar, e concluiu no Colégio de Itabaiana; Recife. Tipografia Mercantil, 1881. Isabel Albino em Peixoto de fez o secundário no Lyceu Paraibano e Referências: bacharelou-se em Direito pela Faculdade do ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, 1994. Recife, em 1875. De origem modesta, Albino Meira, ainda muito jovem, começou BITTEENCOURT, Liberato. Homens do Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: Gomes Editora, 1949. a trabalhar para custear os seus estudos, lecionando Português no Curso Anexo à CASTRO, Oscar de Oliveira. Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955. http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira03.htm Faculdade de Direito, iniciando, assim, a sua carreira no magistério; em 1876, através de concurso público, ingressou no magistério superior, lecionando Direito Constitucional. VASCONCELOS, Olinto José Meira – Como era peculiar à época, utilizou a imprensa para travar várias (* 07.07.1829, batalhas, João Pessoa-PB – + inclusive com Tobias Barreto. Além de 10.10.1901, João Pessoa-PB). Poeta e professor, biógrafo. Formado em Direito em 1851, atuava como advogado, torna-se professor e membro da Academia jornalista, orador e político; escreveu nos Paraibana de Letras. jornais: O Comércio, A Gazeta, A Tribuna Referência: Liberal e em vários outros periódicos da época, não teve, porém, a preocupação de reunir em livros a sua produção. Na capital 140 SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Direito pela Faculdade do Recife, em 1920, começando a advogar na capital do seu Estado. Depois, transferiu-se para o Rio de VIDAL FILHO – (* 1899, Paraíba – + Janeiro, submetendo-se a concurso público 1964, João Pessoa-PB). Diretor de A União. para o Itamaraty, tendo sido aprovado e VIDAL, Ademar Victor de Menezes – (* nomeado para a Legação do Brasil na 07.10.1900, Paraíba – + 30.11.1986, Rio de Holanda, porém, teve problema de saúde e Janeiro-RJ). Ainda menino faz jornalzinho renunciou ao cargo, retornando à Paraíba. em casa e torna-se, com apenas doze anos, Aqui chegando, foi nomeado Oficial de ajudante de revisor de A União, jornal que Gabinete do Presidente Sólon de Lucena chega a dirigir oito anos mais tarde. Cria e ocupando, também, o cargo de Procurador dirige a revista A Novela. Colaborador de da República. Mais tarde, o Presidente João várias revistas estrangeiras como Atlântico Pessoa convidou-o para assumir as pastas (Lisboa), Pretexte (Paris) e Ocidente (Madrid), de Justiça e Segurança, permanecendo à escreve matérias sobre política, social e frente dessas Secretarias até 1930. Aos doze jurídica, revelando fatos e problemas do anos, começou a trabalhar no jornal A Nordeste. Deixou viúva a senhora Maria do União como revisor, ocupando, mais tarde, a Céu Vidal com cinco filhos. Eram seus pais direção do órgão. Fundou a Revista A o jornalista Francisco de Assis Vidal e D. Novela, que circulou na capital e foi Amélia foi classificada como precursora do movimento alfabetizado em casa, com a sua mãe, modernista no Nordeste. Escreveu em freqüentando depois o Colégio Nossa vários jornais do país e em revistas Senhora das Neves, Colégio Diocesano Pio estrangeiras, representou o Brasil em XII , preparando-se para ingressar no Lyceu Congressos, fez conferências em diversas com o poeta Augusto dos Anjos, cujas aulas Universidades sobre temas políticos e eram ministradas na própria residência do jurídicos. Colaborador assíduo da Revista poeta, à Rua Direita, 93, atual Duque de Era Nova e membro do Instituto Histórico e Caxias. Desse contato diário com Augusto Geográfico Paraibano. Foi eleito, por dos Anjos, Adhemar Vidal armazenou aclamação, membro efetivo da Academia lembranças que, mais tarde, lhe ofereceram Paraibana de Letras, tendo sido empossado subsídios para escrever o livro intitulado O no dia 24 de outubro de 1979 e outro EU de Augusto dos Anjos. Formou-se em recepcionado pelo acadêmico José Octávio Augusta Menezes Vidal; 141 de Arruda Mello. A sua produção literária é nesta Capital. Recebeu o diploma de vasta e variada. Além de artigos em jornais e professora pública pela Escola Normal revistas, publicou: Fome, 1922; O incrível João Oficial, em 15 de junho de 1911, sendo a Pessoa, 1931; 1930 – História da Revolução oradora da turma. Iniciou a carreira do na Paraíba, 1933; Epitácio Pessoa ou o magistério sentimento de autoridade, 1942; Recordações somente em 1915, através de concurso sentimentais de Epitácio Pessoa, 1942; Guia da público, ingressou no magistério oficial. Foi Paraíba, 1943; Terra de homens, 1945; América, designada para ministrar aulas em Serraria, mundo livre, 1945; Espírito de reforma, 1945; mais tarde transferiu-se para Santa Rita e, Importância e finalmente para a capital do Estado. Casou- superstições, 1950; Europa, 1950; Reparações de se em 1917, com José Taciano da Fonseca guerra, 1952; Organização judiciária dos Estados Jardim, nascendo desse casamento 14 filhos, Unidos do Brasil, 1959; Liquidação dos bens de dos quais apenas cinco sobreviveram, João guerra, 1960; O outro Eu de Augusto dos Anjos, Batista, Leôncio, Marcília Celeste e Maria 1967; Canção de liberdade; Regime jurídico do Brasil. Foi professora pública em várias estrangeiro; Moderno sentido de soberania, s/d. O escolas primárias do Estado. Já casada grande presidente; A família brasileira e as suas decidiu ser médica, contrariando a vontade origens; João Pessoa e a Revolução de 30. do Redatora: SFPB obstáculos Referências: preparou-se e submeteu-se às provas da SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Faculdade. Eudésia foi à única mulher numa do açúcar, 1945; Lendas Eudésia – (* marido e e aulas enfrentando preconceitos particulares, todos da os época, turma de homens a receber o grau de doutora, e a primeira paraibana a conquistar http://www2.aplpb.com.br/academicos/ad hemarv.htm VIEIRA, dando o título, pela Faculdade de Medicina de Recife. Ali recebeu o diploma de doutora 08.04.1894, em ciências médicas e cirúrgicas, por ter Livramento-PB – + 16.7.1981, João Pessoa- sido a única que defendeu Tese (Síndrome PB). Nasceu no dia 08 de abril de 1894, na de Schickelé), dentre os 52 diplomados povoação de Livramento, no município de naquele ano. Aqui em João Pessoa, instalou Santa Rita, sendo seus pais Pedro Celestino um consultório em sua residência, à rua Vieira e Rita Filomena de Carvalho Vieira. Duque de Caxias, passou a atender e Fez seus estudos primários na Escola dedicar-se à sua clientela, fazendo da particular de D. Isabel Cavalcanti Monteiro 142 medicina o seu apostolado. Foi Assistente conversão ao Catolicismo. Depois desse Social da Penitenciária Modelo, sendo acontecimento, tornou-se devota de Nossa muito amada pelos presidiários. Professora, Senhora de Fátima, a quem atribuiu o médica, jornalista e poetisa. Eis a mulher milagre de seu salvamento, em 1943, Eudésia Vieira. Ingressou no Instituto quando o navio em que viajava do Rio de Histórico e Geográfico Paraibano em 3 de Janeiro para João Pessoa, foi torpedeado junho de 1922, onde exerceu o cargo de por um submarino Alemão nas Costas da suplente de 1o Secretário no período de Bahia. Em 1974 recebeu o título de cidadã 1925-26. Como professora se preocupou Benemérita da Paraíba e, quando faleceu, muito com a qualidade do livro didático foi homenageada com seu nome dado a adotado nas Escolas Primárias e, com muito uma rua do Bairro dos Estados. Deixou sacrifício, conseguiu elaborar e editar dois publicados os seguintes trabalhos: Pontos de livros e adotá-los nas Escolas Oficias do História do Brasil (didático); Cirus e Nimbos; Estado. Como médica, dedicou-se com (versos); A Minha Conversão e Dom Ulrico extremado desvelo às clientes, orientando- Sonntag; Síndrome de Schickelé; (Tese de as, principalmente na questão do pré-natal, doutorado); Terra dos Tabajaras (didático) - numa época que este exame era totalmente 1955; Mistério de Fátima - 1952; Conferência - desconhecido pela maioria das mulheres. 1948; Dois Episódios de uma Vida; Poema do Como escritora, jornalista e poetisa, foi Sentenciado; O Torpedeamento do Afonso Pena - muito atuante. Colaborou na Revista Era 1951; Inéditos: Mortos que Falam; A Mãe Nova, nos jornais O Norte, A União, A Cristã e a Educação Eucarística que Ha de Dar Imprensa, A Gazeta do Recife e em Novelar, aos Filhos. Além de proferir palestra em jornal da Festa das Neves. Seu primeiro sessão solene sobre a Emancipação Política poema foi publicado quando tinha 14 anos. do Brasil. Eudésia exerceu cargo de Realizou que, suplente de 1ª Secretário, no período de posteriormente, foram enfeixadas em livros. 1925-26 no IHGP. Entre o período de Em 1974, foi convidada para ocupar a 1956/59 assumiu o cargo de Oradora e Cadeira nº 20 da Academia Fluminense de entre 1959/62 assumiu a Comissão de Letras, onde seu patrono era Alberto Contas desta Instituição. Eudésia faleceu Torres; infelizmente, por motivo de saúde em João Pessoa, no dia 16 de julho de 1981. não aceitou o convite. Eudésia Vieira, Redator: FS considerava fato marcante na sua vida a Referências: muitas Conferencias 143 Revista Manaíra. João Pessoa, abril de 1940. Nº 06 pág. 04. Memorial do IHGP Edição Comemorativa dos 90 anos de Fundação 1905/1995. J.P. 1995. no Correio da Noite e na Gazeta da Tarde, ao SANTANA, Martha Mª Falcão de C. e M. , “Primeira Historiadora e Médica Santaritense”, Artigo publicado na coluna Brasil 500 anos, In: O Norte, 17 de maio de 1998. parlamentares na Câmara dos Deputados. mesmo tempo em que desenvolvia suas atividades de redator-chefe de documentos Suas crônicas, após uma viagem à Suíça, são reunidas no volume A cadeia velha, publicado em 1912. Viaja a Portugal, mas se mantém A União, João Pessoa de 1930/1940. ligado à Paraíba, através de assíduas A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940. publicações no jornal A União, textos que Era Nova, Parahyba do Norte, Imprensa Oficial, 1921/1926. serão organizados sob o título de Sol de Portugal (1918). Revista de IHGP, João Pessoa, A UNIÃO, Imprensa Oficial, 1932/1940. Referência: VIEIRA, José de Araújo – (* 23.03.1880, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994. Mamanguape-PB – + 08.07.1948, Rio de Janeiro-RJ). Funcionário público, jurista, cronista e romancista. Órfão muito cedo faz VIEIRA, Manoel Pedro Cardoso – (* tardiamente 01.1848, Conde-PB – + 10.01.1880, Rio de seus estudos na Paraíba, de Janeiro-RJ). Filho de Pedro Cardoso Vieira primeiras e Maria Severina Vieira, proprietários do tendências literárias no campo da poesia, engenho que era uma pequena aldeia publicando seus poemas no Almanaque da indígena, próxima à praia de Jacumã, no Paraíba e nos jornais A União e O Correio, município do Conde. Faleceu no dia 10 de sob o pseudônimo de Félix de Araújo. janeiro de 1880, aos 32 anos de idade. Lá, Como a grande maioria dos jornalistas da Cardoso Vieira aprendeu as primeiras letras, época estados, vindo, depois, morar na capital, na Rua da principalmente Pernambuco, Ceará e Pará. Lagoa da Frente, atual Treze de Maio, Neste último dedica-se ao curso de Direito continuando os e mostra seu talento jornalístico em A bacharelou-se em Direito, Província do Pará e O Jornal. Posteriormente, Formado, voltou à Paraíba e dedicou-se à conclui seu curso de Direito na Faculdade advocacia, ao jornalismo e ao magistério; Nacional do Rio de Janeiro, onde fixa aprovado residência. Na capital, estréia como cronista nomeado professor do Lyceu, passando a quando ingressa comerciários. migra em Manifesta para um suas outros curso em estudos. concurso Em 1873, no Recife. público, foi lecionar Retórica, Geometria e Português. 144 Ingressou na política, elegendo-se Deputado Geral pelo Partido Liberal, apesar de seus pais serem conservadores. Ao lado de Joaquim Nabuco, muito lutou pela reforma social e pelo abolicionismo; como jornalista, colaborou nos jornais Correio Noticioso, A Opinião e A União Liberal; dirigiu O Despertador e fundou o Bossuet da Jacoca, jornal satírico, tendo como alvo especial o Padre Lindolfo Corrêa (Comendador Corrêa Neves), diretor de O Publicador, cuja eloqüência era satirizada impiedosamente. “Cardoso Vieira, através do seu jornal, manteve-se sob o fogo crepitante de sua ironia contundente, propiciando revide à altura" (José Leal.) Não deixou livros publicados, encontrando-se, apenas, artigos e poemas em jornais; discursos e interpelações nos Anais do Parlamento. Referência: http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca deira10.htm 145