Pequeno Dicionário dos
Escritores/Jornalistas da Paraíba do
Século XIX:
XIX: de Antonio da Fonseca a
Assis Chateaubriand
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa
Organizadora
2009
1
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa
Barbosa
Organizadora
Pequeno Dicionário dos Escritores/Jornalistas da
Paraíba do Século XIX:
XIX: de Antonio da Fonseca a
Assis Chateaubriand
2009
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Reitor
ROMULO SOARES POLARI
Vice-Reitora
MARIA VARA CAMPOS MATOS
EDITORA UNIVERSITÁRIA
Diretor
JOSÉ LUIZ DA SILVA
Vice-Diretor
JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO
Supervisor de Editoração
ALMIR CORREIA DE VASCONCELLOS JUNIOR
P425
Pequeno Dicionário dos Escritores / Jornalistas da Paraíba do
do século XIX: de Antonio da Fonseca a Assis Chateaubriand. /
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa organizadora. – João
Pessoa, 2009. Disponível em:
http://www.cchla.ufpb.br/jornaisefolhetins/
145p.
ISBN 978-85-7745-338-2
1. Escritores / Jornalistas – Dicionário Biobibliográfico – Sec.
XIX. I. Barbosa, Socorro de Fátima Pacífico – Org.
UFPB/BC
C.D.U. : 070:82(038)
3
Revisão técnica:
técnica
Fabiana Sena
Edição gráfica:
Fabiana Sena
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa
Apoio e Financiamento:
Financiamento
4
Para Eduardo Martins, historiador da cultura
paraibana e da imprensa do século XIX.
(in memorian).
5
Introdução
Introdução
nasceram e/ou trabalharam na Paraíba no
século XIX. Nesse sentido, concebemos
“imprensa do século XIX”, como aquela
Pequeno dicionário dos escritores/jornalistas da
movida, sobretudo, pela polêmica, por isso
Paraíba do século XIX: de Antonio Borges da
optamos por definir as bases temporais a
Fonseca a Assis Chateaubriand tem como
partir
origem os resultados do projeto Jornais e
reconhecidos nacionalmente pela atuação
folhetins literários da Paraíba do século XIX,
controversa, pelas disputas travadas nas
pesquisa desenvolvida no estágio de pós-
páginas dos periódicos: Antonio Borges da
doutoramento, no período de 2005 a 2007,
Fonseca e Assis Chateaubriand.
na PUC/RS, sob a supervisão da Prof ª Drª.
de jornalistas deveria ter uma abrangência e
paraibana,
um significado próprios ao tempo, o que
principalmente, a construída à sombra do
significava incluir nesse rol, os homens e
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano
mulheres
(IHGP), cujo propósito sempre foi o de
“paraibano”
preocupação de relatar os fatos heróicos do
veículo.
O
termo
deve
ser
também
uso
de uma centena o número de jornalistas
paraibanos nascidos no século XIX. O
exemplo de outros estados e da Capital
título, por sua vez,
brasileira, uma vida literária e cultural
é uma cópia e uma
homenagem a outro dicionário produzido
produzida, sobretudo, pelos jornais e
no Rio Grande do Sul, o Pequeno dicionário da
periódicos.
forma,
faziam
levantamento preliminar indicava em mais
objetiva
demonstrar ter havido na Paraíba, a
Dessa
desse
que
produzido em jornais desse estado. Um
(SÁ e MARIANO, 2003, p. 12). Mas além
dicionário
letras
compreendido como nascido na Paraíba, ou
passado, no sentido de uma história linear”
Pequeno
de
sistemático
elaborar “um enredo romanesco, com a
este
paraibanos,
no século XIX, decidimos que o conceito
Neste caso aquela que havia sido “apagada”
disso,
ícones
suporte para a divulgação do conhecimento
CNPq. Seu objetivo é o de suprir lacunas.
historiografia
dois
Considerando o jornal como o principal
Regina Zilberman e financiamento do
pela
de
literatura do Rio Grande do Sul (1999).
esperamos
reconstituir,
Definidos os critérios para a inclusão dos
através dessa publicação, parte da memória
nomes, a pesquisa teve início com o
cultural paraibana do século XIX, através da
levantamento dos nomes a partir de
vida e da obra de jornalistas escritores que
6
diversas fontes, entre as quais jornais,
certos perfis, no que diz respeito a sua
almanaques e periódicos paraibanos do
participação
século XIX. As pesquisas nas obras de
principalmente, no suporte jornal. Entre
referência e nos arquivos do projeto Jornais e
esses destacamos os nomes de Joaquim José
folhetins paraibanos do século XIX tentaram, a
de Abreu, Maciel Pinheiro, Odilon Nestor
despeito de toda a dificuldade causada pela
entre outros, que deixam sua condição de
prática do anonimato e do uso dos
poetas
pseudônimos, dar visibilidade à produção
literatura paraibana para assumir sua escrita
dos homens e mulheres que fizeram o
de jornalistas. Assim, sempre que foi
jornalismo paraibano da época. Porém, no
possível, indicamos a fonte jornalística na
que diz respeito à biografia daqueles
qual
jornalistas esquecidos pela historiografia.
trabalho depois transformado em livro,
Essa pesquisa, no entanto, pouco revelou
quase sempre sob auspício oficial. Nesse
uma vez que parte da produção escrita nos
sentido, muita vez, a importância de um
periódicos do século foi notadamente
nome é redimensionada quando deixa de
anônima. Mesmo assim, fizemos entradas
ser valorizado pela escassa publicação
com nomes de jornalistas que constavam
bibliográfica. No caso da produção dos
como membros do corpo editorial, redator,
escritores jornalistas paraibanos, observa-se
na esperança de quem possam ampliar o
o paradigma brasileiro segundo o qual, para
número daqueles que merecem o nome de
os
jornalista. De grande importância para esta
identificada com a alta cultura e o
compilação foi o Dicionário literário da Paraíba
jornalismo com a cultura de massa”
(1994), de Idelette Muzart F. dos Santos,
(COSTA, 2005, p. 14).
fonte pioneira no âmbito da literatura
Dessa forma, o que do ponto de vista da
paraibana, que além de obra de referência
produção da literatura tornava um autor
serviu como base de onde foram retirados
“menor”, é compreendido nas condições de
alguns verbetes inteiros. Nesse caso, são os
produção do tempo, como participando
verbetes sem indicação de redator e com a
ativamente da vida cultural paraibana. Seja
referência do Dicionário literário. Mesmo sem
traduzindo folhetins franceses e ingleses,
acrescentar dados novos, compreendemos
seja escrevendo crônicas anônimas ou
que essa nova entrada neste Pequeno dicionário
trasladando artigos dos jornais de outras
ajuda a redimensionar a importância de
províncias, esses jornalistas foram os atores e
7
e
foi
na
cultura
romancistas
publicado,
historiadores,
“a
paraibana,
“menores”
primeiramente,
literatura
da
o
será
os intermediários da literatura (Darnton, 1995),
Para corroborar a tese de que não havia
tal como era possível escrever e promover essa
produção cultural no século XIX e início do
arte no século XIX.. Esse é o caso de
XX fora dos quadros do jornalismo, foram
Antonio da Cruz Cordeiro Júnior, cujas
incluídas as mulheres, professoras, em sua
atividades jornalísticas cotidianas consistiam
maioria, historiadoras, poetas e jornalistas.
em traduzir, escrever e produzir a literatura
A pesquisa desenvolvida pela professora
que era lida pelos leitores paraibanos e de
Marta Falcão (2001) sobre as mulheres
outros estados.
paraibanas historiadoras veio a somar e
Os verbetes sem indicação de redator e com
enriquecer os quadros dessa publicação, na
referência do dicionário foram retirados
medida em que sua produção jornalística
quase inteiramente na íntegra dessa fonte
muitas vezes foi mais marcante do que
tão importante. A consulta aos jornais
aquela publicada ou divulgada através dos
permitiu
a
livros. Às historiadoras juntaram-se as
periódicos que, infelizmente, não puderam
professoras, que publicaram em periódicos.
merecer um verbete específico, com um
Assim, a despeito de ser um espaço
pouco
razão,
predominantemente masculino, não foram
portanto, Mariano (2003, p. 88), quando
raras as mulheres que utilizaram as páginas
afirma que a memória da Paraíba se
de suporte democrático e heterogêneo, que
restringiu à história das elites e de seus
abrigava em suas páginas, sem qualquer
instrumentos de poder, entre os quais se
descriminação, toda a sorte de gênero e de
incluíam apenas alguns jornais e apenas
conteúdo.
aqueles jornalistas alinhados com uma
No campo da imprensa propriamente dita, a
concepção de “paraibanidade”, segundo a
obra de Eduardo Martins (1976; 1977), que
qual, a história da Paraíba era contada a
ainda demanda um estudo aprofundado, foi
“partir da sua “paz”, da sua “bravura”, da
fundamental para recuperar alguns dados e
sua ordem de suas relações de família, da
nomes
sua riqueza e dos cargos que ocupa na
paraibana. Embora não se trate de fonte
sociedade”.
primária, as biografias e informações por ele
pelo
de
sua
menos
ligar
história1.
nomes
Tem
esquecidos
pela
historiografia
oferecidas foram pistas fundamentais na
recuperação do quadro geral da imprensa
1Nesse
sentido, foi fundamental o trabalho de
levantamento de fontes feito pelas bolsistas de
Iniciação Científica voluntárias, Priscila Carvalho de
Almeida e Luciane Ornilo, que vieram a redigir
verbetes também.
paraibana do século XIX. Por isso, a
existência de jornalistas desconhecidos ou
8
pouco referidos pela historiografia. Esse é o
histórica nem para a literatura, nem para a
caso de José dos Anjos, mulato, pobre, que
cultura em geral. Primeiramente, porque ao
como tantos da sua época foi obrigado a
descartar a materialidade do texto, que são
migrar para a região Norte, em busca de
seus suportes e veículos, essa “abstração”
melhores condições de vida e acabou sendo
não considera o fato fundamental de que as
assassinado. A rigor, temos que, dos
formas que fazem com que os textos sejam
jornalistas nascidos no século XIX, de
lidos também participam da construção de
Antonio Borges da Fonseca, o mais antigo,
seu
a Assis Chateaubriand, o mais poderoso,
Segundo, porque estabeleceu, a posteriori,
todos cumpriram alguma espécie de êxodo,
uma definição e uma concepção da
no seu percurso profissional. Porém, se
literatura que simplificaram em muito o
Borges da Fonseca e Assis Chateaubriand se
sentido amplo e a multiplicidade de gêneros
tornaram célebres, principalmente pela sua
que este conceito tinha no século XIX
atuação
paraibanos,
(ABREU, 2003). Esse redimensionamento
restaurados que foram por estudos alheios
do jornal como suporte mais importante e
ao saber histórico desse estado, o mesmo
mais lido dessa época, que favorecia a partir
não se pode afirmar de mais de uma dezena
de sua materialidade uma maior circulação,
de jornalistas, cuja existência foi apagada
a circulação da cultura letrada pode explicar
pela história e pela história da literatura
o sucesso de Augusto dos Anjos, teve suas
paraibana.
poesias publicadas primeiramente nessa
A perspectiva de que a literatura válida e
fonte. Ao coligir seus poemas em livros –
relevante era a que circulava através do
mesmo que populares – os historiadores
suporte livro não é uma prerrogativa da
desconsideraram as práticas de leitura
historiografia literária paraibana. Entretanto,
próprias às condições de produção em que
durante pelo menos um século, o jornal foi
foram forjadas.
considerado uma fonte “menor”, ou no
Principalmente, porque o jornal é, para a
mínimo, uma fonte previsível, na qual os
história cultural e da literatura, o lugar por
pesquisadores buscavam, como em um
excelência
túmulo tautológico, os grandes escritores e
heterogeneidade de vozes (POBLETE,
as
2006), que amplia – se não nos deixarmos
fora
grandes
dos
obras.
limites
Trata-se
de
uma
significado
abordagem comum à historiografia que não
envolver
garante uma perspectiva verdadeiramente
hierarquia
9
da
pela
de
(MCKENZIE,
multiplicidade
catalogação,
certas
2004).
e
fixação
da
e
construções
CHARTIER, Roger. A história cultural. Entre
práticas e representações. Lisboa: Difel; Rio de
Janeiro: Bertrand. 1990.
historiográficas – a possibilidade de se
identificar de forma mais “verossímil”, o
modo como aquele passado, ou “realidade
COSTA, Cristiane. Pena de aluguel: escritores
jornalistas no Brasil 1904@2004. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005.
social [foi] construída, pensada, dada a ler”
(CHARTIER, 1990, p. 17).
DARNTON, Robert. O Beijo de Lamourette. São
Paulo: Companhia das Letras, 1995.
O caráter plural do periódico transformou a
MCKENZIE, D. F. Bibliography and the
sociology of texts. In: Bibliography and the
sociology of texts. Cambridge: Cambridge
University Press, 2004.
equipe que trabalhou nesse dicionário em
multidisciplinar,
envolvendo
geógrafas,
historiadores e educadores. Agradecemos,
MARTINS, Eduardo. Primeiro jornal
paraibano: apontamentos históricos. João
Pessoa: A União, 1976.
portanto, àqueles que redigiram os verbetes.
Todos tiveram liberdade na utilização das
referências
bibliográficas,
______. A União: jornal e história da
Paraíba. João Pessoa, 1977.
mas algumas
obras serviram também de base para
______. A tipografia do beco da Misericórdia.
João Pessoa: SEC, 1978.
estabelecer a redação final e foram citadas
abaixo dos verbetes.
POBLETE,
Juan
(Org.)
Revista
Iberoamerciana.
v.
LXXII,
n.
214,
enero/marzo. 2006.
Esperamos, com esse dicionário, contribuir
para o interesse de jovens pesquisadores,
______. La revista, el periodico y sus
lectores en el Chile decimonónico. In:
Revista Iberoamerciana. v. LXXII, n. 214, p.
49-59, enero/marzo. 2006.
pelo conhecimento da história cultural
paraibana do século XIX, principalmente
aquela que circulou nos periódicos.
ZILBERMAN, Regina et al. Pequeno
dicionário da literatura do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre: Novo Século, 1999.
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa
Os Autores
Antonio Carlos Ferreira Pinheiro
Referências
Carmelo Ribeiro do Nascimento Filho
ABREU, Márcia. Letras, Belas-letras, Boas
Letras. In: BOLOGNINI, Carmem Zink
(Org.) História da literatura: o discurso fundador.
Campinas: Mercado de Letras, ALB,
Fapesp, 2003. (Coleção Histórias de
Leitura).
Luciane Ornilo
Doralice Sátyro Maia
Fabiana Sena
Favianni da Silva
Maria Simone Moraes Soares
Nirvana Lígia Albino Rafael de Sá
10
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa
Abreviaturas
ACFP - Antonio Carlos Ferreira Pinheiro
CRNF - Carmelo Ribeiro do Nascimento Filho
DSM - Doralice Sátyro Maia
FSe - Fabiana Sena
FS - Favianni da Silva
LO - Luciane Ornilo
MSMS - Maria Simone Moraes Soares
NLARS - Nirvana Lígia Albino Rafael de Sá
SFPB - Socorro de Fátima Pacífico Barbosa
11
Relação dos Verbetes
BEZERRA, Alcides
BEZERRA, Ildefonso
BEZERRA, José
BONAVIDES, Aluísio Fernandes
BORBA, José de
BOTELHO, Leônidas de Lima
BRAGA, João Joaquim da Silva
BRITO, Eugênio Toscano de
BRITO, Felizardo Toscano de
ABIAHY, Baronesa do
ABREU, Joaquim José de
ACHILES dos Santos, Artur
ADAUTO Aurélio de Miranda Henriques
(Dom).
ALBUQUERQUE,
Diogo
Velho
Cavalcanti de
ALBUQUERQUE, Otacílio Camelo
ALBUQUERQUE, Salvador Henrique de
ALMEIDA, Alonso de
ALMEIDA, Horácio de
ALMEIDA, José Américo de
AMÉRICO, Pedro
AMSTEIM, Catarina de Moura
ANDRADE, Jader
ANÍSIO, Monsenhor Pedro
ANJOS, Aprígio Rodrigues de Carvalho dos
ANJOS, Augusto de Carvalho Rodrigues
dos
ANJOS, José dos
ANJOS, Manuel dos
AQUILES, Arthur
ARAÚJO, Eduardo Marcos de
ARAÚJO, Fernando Coelho de
ARAÚJO, José Peregrino de
ARAÚJO, José Pereira de
ARAUZ, Ignácio
AZEVEDO, Francisco João de
AZEVEDO, J. Soares de
C. O.
CABRAL, Nelson Lustosa
CALDAS, Analice
CALDAS, Diógenes
CÂMARA, Epaminondas
CAMILLO, Antonio
CAMPOS, Afonso Rodrigues de Souza
CAMPOS, Gervázio R. Pereira
CARDOSO VIEIRA
CARLOS JÚNIOR, José
CARLOS, Manoel
CARVALHO, Álvaro Pereira de
CARVALHO, José Rodrigues de
CARVALHO, Tancredo de
CASTRO, Oscar de Oliveira
CASTRO JÚNIOR, Joaquim Garcia
CASTRO PINTO, João Pereira de
CAVALCANTI, João Alcides Bezerra
CAVALCANTE, Leonarda Merandolina B.
Baronesa do Abiahy
CAVALCANTI, Manoel Tavares
CELSO, Afonso
CÉSAR, Eliseu Elias
CHATEAUBRIAND, Francisco de Assis
CIRNE, Arthur
COELHO, Artur (Artur Roberto Coelho de
Sousa)
COELHO LISBOA
COELHO, José Gomes
COELHO, Juvenal
COELHO, Moisés
CORDEIRO SÊNIOR, Antônio da Cruz.
CORDEIRO JÚNIOR, Antonio da Cruz
CORREIA, Pe. Lindolfo
BALTAR, Alcides Ferreira
BAPTISTA, João Antonio
BARBOSA, Florentino. (Pe.)
BARONESA DO ABIAHY
BARRETO, Antônio Gomes de Arruda
BARRETO, Ezilda Milanez
BARRETO, João da Silva Guimarães
BARRETO, Jonathas de Mello
BARROS Analice de Caldas
BARROSO, Francisco Joaquim Pereira
BASTO, Job Paciente
BELLI, Nicola de
BENVINDO, Antônio
BELMONT, Augusto
12
LUNA, Mauro
LUSTOSA, Nelson
COSTA, Delfino Ferreira da Costa
COSTA JÚNIOR, José da
COSTA, José Rodrigues da
COSTA, Silvestre
COSTA, Silvino Olavo Cândido Martins da
COUTINHO, Odilon (Padre)
CRISTO REI, João de
CUNHA, Ambrosina Magalhães Carneiro
CUNHA, Francisca de Ascenção
CUNHA, Olivina Olívia Carneiro da
CUNHA, Silvino Elvídio Carneiro da
MACHADO, Maximiano Lopes
MACHADO FILHO, Maximiano Lopes
MACHADO, Raul Campelo
MADRUGA, Manoel
MAIA, Benedito
MARINHO, Hilton Moreno
MARIZ, Celso Marques
MARIZ, Romeu
MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano de
MEIRA, Padre
MELLO, Antônio Alfredo da Gama e
MELLO, Benjamin Franklin d’Oliveira e
MELO, Francisco Aurélio Figueiredo
MELO, Francisco de Assis Chateaubriand
Bandeira de
MELO, JOSÉ BATISTA DE
MELO, Manuel Cavalcanti Ferreira de
MELLO, Pedro Américo Figueiredo
MENEZES, Antônio de Aguiar Botto de
MOURA, Catarina
MONTENEGRO, Olívio Bezerra
MOURA, Francisca
MOURA, Francisco Coutinho de Lima
DANTAS, Pedro Anízio Bezerra.
(Monsenhor)
D’OLIVEIRA, Severino Peryllo
FALCÃO, Américo Augusto de Souza
FERNANDES, Carlos Dias Augusto
Furtado de Mendonça
FIGUEIREDO, Maximiniano de
FILGUEIRAS, Caetano Alves de Sousa
FONSECA, Antônio Borges da
FREIRE, Antônio
FREIRE, Mathias, Cônego
GAMA E MELLO, Antônio Alfredo da
GAMBARRA, Genésio Gomes
GALVÃO, Enéas de Arrochelas
GUEDES, Lylia
GUIMARÃES SOBRINHO, Sinésio
Pessoa
NACRE, Mardokeu
NEVES JÚNIOR, Theodomiro Ferreira.
NEVES, Alfredo Jader de Carvalho
NEVES Padre Lindolfo José Correia das
NÓBREGA, João Norberto da
NOVAES, José Ferreira de
HOLLANDA, Antonio. Camillo
HENRIQUES, Adauto Aurélio de Miranda
HENRIQUES, Padre Leonardo Antunes
Meira
OLAVO, Silvino
OLIVEIRA, Mateus Augusto
OLIVEIRA, Peryllo de
OLIVEIRA, Rafael Correia de
OTAVIANO de Moura Lima, Manuel PE
JOFFILY, Irineu Ceciliano Pereira
LEAL Ramos, José
LEITÃO JÚNIOR, Cândido Firmino de
Melo
LEITÃO, Tranquilino Graciano de Melo
LIMA, Albertina Correia
LISBOA, João Coelho Gonçalves
LOBO, Aristides
LOPES, Silvino
LUCENA, Severino Albuquerque
PATRÍCIO, Simão
PEDROSA, Pedro da Cunha
PESSOA, Antonio Elias
PESSOA, Benjamim Falcão
PESSOA JÚNIOR, João Ribeiro da Veiga
PESSOA, Olavo Otaviano Pinto
PINHEIRO, Luiz Pereira Maciel
PINTO, Irineu Ferreira
13
PINTO, João Pereira de Castro
PINTO, Joel
PINTO, Luiz
PIRAGIBE, Aderbal
PIRES, Pe. Heliodo de Souza
PIRES, Rodolfo
PORTO, Carlos Eugênio
RABELO, Francisco José
RAMOS, José Leal
RÉGIS, Edson
RETUMBA FILHO, Francisco Soares da
Silva
RIBEIRO, Beatriz
RIBEIRO, Hortêncio de Sousa
RIBEIRO, Odilon Nestor de Barros
RODRIGUEZ, Walfredo
SANTOS NETO, Antônio Bernardino dos
SANTOS, Antônio Bernardino
SANTOS, Arthur Aquiles dos
SERRA SOBRINHO, Joaquim Maria
SILVA, Antônio Joaquim Pereira da
SILVA, Beatriz Ribeiro da
SILVA, Joaquim José Henrique da
SILVA, José Coutinho da. (Padre Zé
Coutinho)
SILVA, Tito Henrique
SILVEIRA, Isabel Iracema Feijó da
SILVEIRA, Josué Gomes da
SOARES, Epitácio
SOARES, Orris Eugênio
SOUZA, Braz Florentino Henriques de
TAVARES, João Lyra
TEJO, William
TOLEDO, Severino Carvalho de
VASCONCELOS, Albino Gonçalves Meira
VASCONCELOS, Olinto José Meira
VIDAL FILHO
VIDAL, Ademar Victor de Menezes
VIEIRA, Eudésia
VIEIRA, José de Araújo
VIEIRA, Manoel Pedro Cardoso
14
1892; “Ritmos”, em 10 de abril de 1892;
A
“Threnos”, em 21 de junho de 1892. Neste
período, o jornal O Estado da Paraíba se
constituía como grande divulgador da
literatura, com publicações sistemáticas de
Coelho Neto, Eça de Queiroz, Luiz
ABIAHY,
Baronesa
do
–
Guimarães Junior.
Ver
CAVALCANTE, Leonarda Merandolina.
Em 1903, com cerca de sessenta anos,
publicou
ABREU, Joaquim José de – (* 1840 –
Portugal).
Guarda-livros,
em prosa e verso. Horácio de Almeida lhe
atribui as seguintes publicações: Carta aberta
30 anos. Nessa, se casou, defendeu com
ao Exmº. Sr. D. Adauto, Bispo da Paraíba, s/ed,
Participou
1899; Carta aberta às paraibanas, 1899; Da
ativamente da vida literária e jornalística da
Paraíba,
principalmente
através
Manoel
queimada pela inquisição. O livro é escrito
província da Paraíba, quando tinha cerca de
abolicionismo.
de
homenagem à Branca Dias, paraibana
ou menos em 1840, chegando à antiga
o
tipografia
Henrique de Sá o Livro de Branca, em
abolicionista,
poeta e jornalista. Nasceu em Portugal mais
afinco
pela
praia ao monte, Paraíba: Torre Eiffel, 1909;
da
Folha soltas, Paraíba: Imprensa Oficial, 1904.
publicação de sua prosa poética, crônicas,
Redatora: SFPB
poesias e contos, além da transcrição dos
escritos de Heine, durante todo o ano de
Referência:
1895, na Gazeta do Comércio. Segundo
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
1994.
descrição
de
Liberato
Bittencourt,
o
jornalista era médio na estatura e bastante
BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil;
vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro:
Gomes Editora, 1949.
afável. Seu grau de generosidade teria o
levado à pobreza na sua velhice, vivendo-a
ACHILES dos Santos, Artur – (*
em “verdadeira penúria”. Como homem de
20.06.1864, Pedra de Fogo-PB – +
letras, conhecia o português e dominava o
29.11.1916, Recife-PE). Jornalista, político e
inglês e francês. No ano de 1891, publicou
filósofo. Após a conclusão do curso de
sistematicamente sua prosa poética no
humanidade no Liceu Paraibano, dedica-se
jornal O Estado da Paraíba. Entre essas
à imprensa ao lado de seu pai, Antônio
citamos “Sem Ventura”, de 06 de setembro
Bernardino dos Santos, como redator do
de 1891, “Nostalgia”, em 31 de maio de
15
jornal A Paraíba. Quando oficial de gabinete
ressentimento com o que chamou de
do governo Gama Rosa, dirige O Comércio e
ingratidão os seus “coestaduanos”. Revela-
A Voz do Povo, iniciando sua longa
se um homem guiado pela organização
caminhada na vida jornalística, também
moral, sempre a favor das camadas
registrada nos jornais: O Paraibano, Gazeta da
inferiores da sociedade. Segundo seu ponto
Manhã, Gazeta da Paraíba e Liberal Paraibano.
de vista, “todos os seus atos na vida pública
Revela-se oposicionista ferrenho do poder,
obedeceram ao desejo consciencioso de ser
principalmente do governo de Venâncio
útil aos outros e, sobretudo, à Paraíba”.
Neiva e Álvaro Machado, denunciando-lhes
Redatora: SFPB
as corrupções administrativas através d’O
Referências:
Comércio e A Voz do Povo, jornal que lhe
serve de tribuna de novembro de 1889 até o
CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955;
primeiro decênio do século passado. Em
Revista da APL, n. 09.
1904, forças repressoras do poder invadem
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira07.htm
O
Combate,
bem
como
O
Comércio,
ADAUTO
depredando máquinas, móveis e arquivos,
Aurélio
de
Miranda
Henriques (Dom) – (* 30.08.1855, Areia-
obrigando-o a procurar uma tipografia do
PB – + 15.08.1935, João Pessoa-PB).
Recife para imprimir seu jornal que, depois
Nasceu no dia 30 de agosto de 1855, na
de dois anos, volta à circulação. Edita em
cidade de Areia, no Estado da Paraíba, onde
seu jornal as primeiras poesias de Augusto
dos Anjos, a pedido de seu filho, Santo
Neto, amigo do poeta.
também
fez
seus
Estudou
também
primeiros
no
estudos.
Seminário
de
Olinda/PB, transferindo-se depois para a
Com o pseudônimo de Rostand participa
Europa a fim de fazer os estudos
do círculo literário do Café Chique. Mantém
superiores: de Filosofia no São Sulpício, em
uma coluna denominada Estrada do Carro.
Paris
Foi diretor do Arquivo Público, onde
segundo
Oscar
Castro
encontrou
antes
de
morrer,
escreve
Teologia
na
Universidade
Gregoriana, em Roma, doutorando-se em
a
Direito Canônico. Ordenou-se sacerdote no
enfermidade que iria levá-lo à morte. Nove
anos
e
dia 18 de setembro de 1880. De volta ao
um
Brasil, passa a exercer as funções de Diretor
testamento poético, onde restaura um
Espiritual e Professor no Seminário de
pouco dos valores e das condutas que teve
Olinda e as de Cônego efetivo da Sé de
em vida. Nele, fica evidente o seu
1881 até 1893. Em 1892 é criada a Diocese
16
da Paraíba e Dom Adauto é nomeado seu
fim. Fundou na Paraíba o jornal A Imprensa.
1º Bispo pelo Papa Leão XIII em 2 de
Referência:
janeiro de 1894. Estando em Roma nessa
ocasião, foi sagrado a 7 de janeiro na capela
http://www2.uol.com.br/omossoroense/2
60803/nhistoria.htm
do colégio Pio Latino Americano, tomando
ALBUQUERQUE,
posse da Diocese em 4 de março do mesmo
Cavalcanti de – (* 09.11.1829, Gurinhém-
ano. Em 6 de fevereiro de 1914 a Diocese
PB – + 14.06.1899, Juiz de Fora-MG). Era
da Paraíba é elevada à categoria de
filho de Diogo Velho Cavalcanti de
Arcebispado por decreto consistorial de Pio
Albuquerque e de Ângela Sofia Cavalcanti
X, e Dom Adauto é promovido por esse
de Albuquerque. Exerceu a promotoria
mesmo ato a Arcebispo Metropolitano.
pública em Areia, onde participou da vida
Governou a Província da Paraíba por 41
política
anos, que foi de 1894 a 1935. Foi durante a
Conservador, pelo qual foi eleito para a
visita pastoral que Dom Adauto fez a
Assembléia Provincial no biênio 1854-55,
Mossoró em 30 de janeiro 1900, que surgiu
sendo reeleito para outro biênio. Elegeu-se
a idéia da fundação do Diocesano. Durante
também como representante da Paraíba na
o tempo que durou a visita, Dom Adauto
Câmara dos Deputados para a legislatura de
em conversa com os paroquianos, sentiu
1857-1860, época em que foi morar no Rio
que
povo
de Janeiro. Diogo Velho foi Membro do
mossoroense era a criação de uma “casa de
Gabinete presidido pelo Visconde de
educação
Itaboraí,
a
maior
aspiração
moldada
nos
do
princípios
como
Diogo
membro
defensor
da
do
Velho
Partido
abolição
da
evangélicos”. Foi pensando em atender a
escravatura; Presidente da Província do
essa necessidade que o Bispo reuniu os
Piauí (1859); Presidente do Ceará (1868);
cidadãos de maior projeção da cidade, para
Presidente de Pernambuco (1870); Ministro
discutir a possibilidade da instalação de um
da Agricultura, Comércio e Obras Públicas;
educandário, já no ano seguinte, que
Ministro da Justiça; Diretor do Ministério
preenchesse
mais
dos Estrangeiros; Deputado Provincial;
indispensáveis à formação intelectual dos
Deputado Geral; Senador Vitalício pelo
jovens, dentro dos princípios cristãos.
Estado do Rio Grande do Norte e Membro
Aceita a idéia da criação do educandário, os
do Conselho do Estado. Representou o
presentes se comprometeram a adquirir
Brasil na Exposição Universal de Paris,
prédio e mobiliário que se adaptasse a tal
como Comissário Geral. Marcou a sua
os
requisitos
17
presença na Paraíba pela construção da
Paraibano. Em 09/01/1892, o jornal A
Estrada de Ferro Conde D’Eu, que ligava
Verdade, da cidade de Areia publica o
Cabedelo a Alagoa Grande e pela extensão
seguinte
da linha telegráfica de Recife a João Pessoa.
participa aos pais de família que no dia 12
Mesmo
do corrente abrir-se-ão as aulas do seu
após
a
República,
Diogo
anúncio:
“Otacílio
estabelecimento”.
Em
Camelo
permaneceu em Paris, sempre leal ao
modesto
outro
Imperador, só retornando ao Brasil após a
número foi publicada outra nota: “Ensino
morte do soberano. Além de relatórios e
particular. Sob a direção do abaixo assinado
pareceres, elaborou um trabalho intitulado
acha-se aberto nesta cidade, na Rua Direita
Notice generale sur les principales lois promulgués
nº 17, um estabelecimento de instrução
au Brésil de 1891 a 1894, uma monografia
primária e secundária”. Sua carreira como
apresentando um resumo histórico dos
professor de Álgebra, do Liceu, tendo antes
primeiros anos do Brasil República. Redigiu
exercido as cadeiras de História Natural,
Alva, a primeira revista literária da Paraíba,
Física e Química e Higiene da Escola
publicada no Rio de Janeiro. Redatora:
Normal, durou mais de 30 anos, gozando
SFPB
de prestígio consideração entre os alunos.
Referências:
Sua carreira de jornalista tem início, aos
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira13.htm;
dezoito anos, como redator e diretor do
BARBOSA,
Socorro
de
http://www.revistafenix.pro.br
homens de letras da época, ele era também
jornal A Verdade. Como era comum aos
F.
ator e autor de teatro. Em 1893 viaja para o
Revista do IHGP, n. 10.
Rio de Janeiro a fim de iniciar seu curso de
ALBUQUERQUE, Otacílio Camelo – (*
medicina. Sua ida ao Rio de Janeiro foi a
21/02/1874, Areia-PB – + 27.12.1954, Rio
saída que encontrou para conciliar trabalho
de Janeiro-RJ). Era filho de João Aureliano
com estudo. Para ele, só na capital poderia
Camelo de Albuquerque e Mariana Borges
ter oportunidade. A passagem foi comprada
da Fonseca. Sobrinho de Francisco Xavier
com a ajuda de todos os parentes pobres.
Júnior, jornalista, educador e autor do livro
No Rio, passou a lecionar no Colégio
Lições de Língua Materna (1906), foi no
Abílio, onde dispunha de casa, comida e um
colégio do tio, o Culto às Letras que iniciou
ordenado tão pequeno que mal chegava
com 17 anos a docência, primeiro em Areia,
para as passagens de bonde. Além de aluno
depois na Capital, no Colégio Paraibano,
de
antes de concluir os preparatórios do Liceu
18
medicina
e
professor,
Otacílio e
Albuquerque também escrevia peças de
biógrafos, foi o pioneiro na idéia do voto
teatro nas horas vagas, o que lhe garantia
secreto, que divulgou na Câmara Federal, na
algum extra. Suas peças – aquelas escritas
imprensa da Paraíba e do Rio. Sua paixão
em Areia e as do Rio de Janeiro – foram
pela imprensa, se revelava de vários modos,
encenadas na capital federal com sucesso.
inclusive na assinatura de O Jornal, folha do
Ainda na condição de estudante, volta para
Rio, do seu amigo Assis Chateaubriand.
Areia, em 1897,
a fim de casar com
Data de 1926 a sua participação ativa nos
Zulmira Ribeiro dos Santos Coelho. Depois
jornais paraibanos. Vários artigos foram
de formado, volta à terra natal onde é
escritos em O Jornal, onde foi redator-chefe
recebido com festas e foguetório. Na guerra
de 1926 a 1927, da capital paraibana. Após
travada entre os Cunha Lima e os Simeão
o seu fechamento do jornal vai escrever na
Leal, Álvaro Machado, então governador da
imprensa do Recife, no Diário da Manhã e
Paraíba, o escolhe para prefeito de Areia
Jornal do Recife, entre 1928 e 1929.
(1904 a 1908) por não pertencer a nenhum
No fim da vida, viúvo, residiu no Paraíba-
dos dois grupos. Participando depois de
Hotel, indo algumas vezes ao Rio de Janeiro
várias disputas até ser eleito deputado
para visitar os filhos. Em 1953 passa a
federal, em 1913, quando mandou arrancar
residir naquela cidade, no bairro de
a placa de médico da sua porta e fugiu da
Copacabana, casa de uma filha. Era leitor de
clínica. Foi também deputado estadual.
jornais, pela manhã o Diário de Notícias e à
Entre outras atividades, era poeta e
tarde O Globo. Morreu em 27 de dezembro
costumava fazer sonetos corretos, com os
de 1954. Em sua homenagem, Ruy Carneiro
quais premiava os inimigos. Eça de Queiroz
deu-lhe o nome de um grupo escolar. Foi
e seus romances foram suas leituras
sócio correspondente do Instituto Histórico
preferidas até o fim da vida. Depois do
e Geográfico Paraibano – IHGP. Publicou
rompimento político com Epitácio Pessoa,
Impaludismo no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro:
passou a utilizar a seção de sátira de O
Is.n.I, 1901. Redatora: SFPB
Jornal,
Referências:
Carvalho,
que dirigia com Rodrigues de
para
atacar
seus
inimigos,
ALMEIDA, Horácio. Brejo de
Memórias de um município, 1958
utilizando-se do pseudônimo de Biête do
Areia.
PINTO, Luiz. Octacílio de Albuquerque.
Época. Vida. Obra. Rio de Janeiro: Minerva,
1966.
macaco. Contra José Américo de Almeida,
utilizou o Correio da Manhã, folha de
propriedade de Ruy Carneiro. Segundo seus
19
ALBUQUERQUE, Salvador Henrique
Lucena, Edgard Dantas e Mardokeu Nacre.
de – (* 1813, João Pessoa-PB – + 1880,
Participou ativamente da animação cultural
Olinda-PE). Colaborou na imprensa da
da imprensa paraibana no alvorecer na arte
Paraíba, na redação da revista Alva e em
moderna. Em 1922, casa-se e volta à vida
periódicos de Pernambuco. Autor do Breve
dos engenhos, mas sem abandonar os
Compêndio de Gramática Portuguesa, Novas
estudos. Matricula-se na Faculdade de
Cartas, Breve Compêndio de Doutrina Cristã,
Direito do Recife, concluindo-o em 1930,
Compêndio de Geografia Universal, Noções de
quando se transfere para a capital, onde
Geografia, Resumo de Aritmética, Resumo das
exerce a advocacia até 1947. Na década de
Quatro Operações e Bosquejo Histórico da
50, retorna a João Pessoa e torna-se um
Paraíba.
revolucionário da vida intelectual, fundando
Referência:
várias revistas como Reação, da Academia
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
1994.
Paraibana de Letras. Dirigiu O Estado da
Paraíba. É pioneiro na história dos livros na
Paraíba, ao publicar a obra de referência
MARTINS, Eduardo. Primeiro jornal
paraibano: apontamentos históricos. João
Pessoa: A União, 1976.
obrigatória
aos
estudiosos
da
leitura
Contribuição para uma bibliografia paraibana, em
ALMEIDA, Alonso de – Diretor de A
que apresenta as publicações dos paraibanos
Gazeta Paraibana.
e da Paraíba por quase dois séculos. Foi
sócio do Instituto Histórico e Geográfico
ALMEIDA, Horácio de – (* 21.10.1896,
Paraibano (IHGP) e da Academia Paraibana
Areia-PB – + 05.06.1983, Rio de Janeiro-
de Letras. Em 1958 escreve Brejo de Areia,
RJ) Estuda as primeiras letras na terra natal,
obra memorialista, uma mistura de história
onde permanece até os vinte e dois anos,
e ficção, que marca sua volta às letras. Sua
dedicando-se aos trabalhos do engenho do
pai,
Rufino
Augusto
de
Almeida,
produção é vasta e centra-se principalmente
e
em livros sobre a história da Paraíba e
convivendo com a riqueza da tradição oral
dicionários. História da Paraíba. 2 volumes,
que lhe dá sensibilidade para as pesquisas
João Pessoa: EDUFPB, 1978; Dicionário
do Romanceiro popular e da Literatura de
popular paraibano. João Pessoa: EDUFPB,
Folheto. Inicia-se na arte literária, na época
1979; Dicionário de termos eróticos e afins.
do curso secundário no Liceu Paraibano,
2.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
participando da criação da revista Era Nova
1981; Catálogo de dicionários portugueses e
ao lado de Sinésio Guimarães, Severino
20
brasileiros. Rio de Janeiro: Companhia
Nova, que fez época no Estado, no
Brasileira
1983.
Governo de Sólon de Lucena. Apareceu,
Biografou Augusto dos Anjos e Pedro
então, o cronista impregnado dos puristas
Américo.
da língua, influenciado pelos clássicos
Referência:
portugueses e por Ruy Barbosa, entre os
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
nacionais. José Américo publica também
de
ALMEIDA,
Artes
José
Gráficas,
1922, que firma-se em sua carreira de
(*10.01.1887, Areia-PB – + 10.03.1980,
escritor intervindo na produção intelectual
João Pessoa-PB). Filho de Inácio Augusto
paraibana, com publicações em quase todos
de Almeida e Josefa Leal de Almeida. Ele
os cem números dessa revista, até 1926. A
deixa o engenho onde nascera a convite do
revista Era Nova possuía uma separata,
seu tio padre, Odilon Benvindo de Almeida,
intitulada de “Novela”, que era reservada
que o leva, após a morte de seu pai para o
aos novos escritores e poetas paraibanos,
seminário. A educação recebida garante-lhe
estimulados, assim, a manifestar o seu
vaga para o preparatório realizado pelo
talento literário. E é através desse projeto
Liceu Paraibano, para ingresso na Faculdade
editorial que o escritor publica seu primeiro
de Direito do Recife, onde se torna bacharel
livro, Reflexões de uma cabra, em 1922. Ele
em 1908. Ser homem de letras sempre foi
mesmo não atribuía maior valor a esse
seu desejo, quando indagado sobre o que
trabalho de estréia na ficção. Escreveu às
queria ser quando crescesse. A vocação para
pressas,
jornalista vem à tona em 1907, ao editar, em
produções feitas primeiramente para os
Areia, com Simão Patrício e Eduardo
folhetins dos jornais, para atender ao
Medeiros, o jornal Correio da Serra. E fez
pedido do suplemento literário. Essa novela
poesia, sendo desse tempo alguns sonetos
conta a história do ex-seminarista Zé
divulgados
Paraíba.
Fernandes que rompeu o noivado com
Escreveu em jornais do interior e da
Maria Anunciada, deixando o sertão onde
Capital.
vivia, por causa da seca, quando migrou
Almanaque
da
de
com o surgimento da revista Era Nova, em
–
no
Américo
nos jornais A Imprensa e O Norte e, mas é
como
era
característica
das
tarde,
para a Capital do Estado. Aqui encontrou
escrevendo artigos literários na A União e
vários colegas de seminário, que também
como assíduo colaborador da revista Era
haviam deixado a batina. Depois viajou para
Retomou
essa
atividade
mais
21
São Paulo, lá se casou com outra moça, e
Modernismo brasileiro, inaugurando o ciclo
nasceu o primeiro filho do casal, Amaril. O
do “romance nordestino” dos anos 30. O
menino adoeceu de gastrenterite e só se
enredo baseia-se no êxodo da seca de 1898,
curou com leite de cabra, a “tal cabra, que
descrito como "(...) Uma ressurreição de
passou a heroína da novela” e para cujo
cemitérios antigos - esqueletos redivivos,
animal a mãe agradecida arranja um
com o aspecto e o fedor das covas podres
companheiro, pedindo ao marido que lhe
(...)". Obra-prima do romance regionalista
compre um bode do seu sertão. Segundo
moderno, hoje com trinta e duas edições em
Joacil Pereira de Brito “essa primeira obra
língua portuguesa, edição crítica e versões
do ficcionista, feita em poucos dias, era
em espanhol, francês, inglês e esperanto.
apenas um esboço do talento americista que
Sua obra, com dezessete títulos, abriga
se manifestaria com toda força no ensaio A
ainda ensaios, oratória, crônica, memórias e
Paraíba e seus Problemas (1923) e no romance
poesia. A história se passa entre 1898 e
A Bagaceira (1928), saudado por Tristão de
1915, os dois períodos de seca.
Athayde,
artigo
de
A vocação de escritor jornalista se mostrará
“Romancista
ao
mais uma vez em 1957, com a publicação
Norte”. Ainda segundo o historiador, essa
na revista O Cruzeiro, da série de crônicas
sua primeira produção literária apresenta
Sem me rir, sem chorar. Segundo Deusdedit
um tanto de humor que, “filosoficamente é
Leitão esse é o título que José Américo
o exagero conjugado com a malícia,
desejara há muito tempo dar a uma de suas
produzindo uma percepção a um só tempo
obras. A revista Era Nova, de 01 de junho
aumentativa e pejorativa da realidade”. Por
de 1922, anunciava-o como sendo de um
outro lado, empregou largamente a ironia e
livro de crônicas. Como naquela época as
a sátira. Para ele, o humor de José Américo
revistas e periódicos, ao mesmo tempo em
“revela-se, por sinal, na duplicidade e no
que divulgavam as obras de ficção também
contraste, no impacto e na contrafação
se encarregavam de divulgá-las e propagá-
presentes desde os seus primeiros escritos”.
las, principalmente no que diz respeito à
Após a publicação de A Paraíba e seus
participação do leitor, em 01 de julho de
problemas (1923), José Américo de Almeida
1922 a revista Era Nova exibia o interesse
volta à ficção, com o conhecidíssimo
do público pelo surgimento da obra.
romance A Bagaceira,
em 1928, que se
Esse interesse, como era corrente, também
tornou o marco inicial da segunda fase do
foi reproduzido em notas pelo jornal O
repercussão
em
consagrador
nacional
22
Norte. Mais uma vez a Era Nova, n.30, no
quatro crônicas de José Américo, ex-
dia 15 de julho do mesmo ano, pedia aos
deputado,
leitores que aguardassem o Sem me rir, sem
governador, ex-tudo politicamente falando
chorar, em anúncio em um canto de página.
– um homem a quem o Brasil sempre
Na seção Livros e Revistas, contudo, vê-se a
encontra à mão para servi-lo. É o romance
informação de que a impressão do livro pela
da vida, aos pedaços, neste Brasil que é uma
Imprensa
“muito
pilhéria, como ele próprio o classificou em
adiantada”. A revista esperava lançá-lo “por
carta que dirigiu ao Deputado Pereira Diniz.
todo o fim de agosto ou princípio de
‘São
setembro”, daquele ano, ao mesmo tempo
memórias por seu tom anedótico. Virão
que indicava ser a obra uma coletânea de
depois, no mesmo tom, perfis, história
crítica. Os meses se passaram até que, em
política, costumes, tudo que testemunhei
24 de dezembro de 1922, é noticiado o
nos vários planos da minha vida”. Aquelas
adiantamento da composição pela Imprensa
que foram anunciadas apenas com o
Oficial, daquele que seria o primeiro livro
número
editado pela nova empresa. A despeito de
ampliadas e deram lugar à publicação de
nunca ter saído a obra tão anunciada, José
vinte e cinco, sendo a última delas publicada
Américo guardou o título para tornar a usá-
apenas em 28 de dezembro de 1957, sem a
lo na década de 50, na série de crônicas que
regularidade semanal da revista. A série de
publicaria em O Cruzeiro.
crônicas se transformaria em livro póstumo,
Assim, no dia 29 de junho de 1957, a
publicado pela fundação que leva o seu
famosa revista O Cruzeiro, do também
nome, apenas em 1984.
paraibano Assis Chateaubriand, que naquele
Escreveu em todos os gêneros literários.
momento se consagrava por publicar e
Revelou-se “nessas múltiplas facetas o
congregar
e
jornalista e panfletário, o ensaísta de fôlego
jornalistas brasileiros, divulgou a primeira
e o cronista amemo”, o sociólogo e
crônica da série intitulada Sem me rir, sem
ficcionista que dominou a novela e criou o
chorar, escrita por José Américo de Almeida.
moderno romance nordestino de sabor
Com o título de “Homem de Letras”, a
regional.
revista assim se referiu à matéria que
Publicou: Reflexões de uma Cabra (1922); A
começava
Cruzeiro
Paraíba e seus Problemas (1923); A Bagaceira
apresenta, a partir de hoje, uma série de
(1928). O Ministério da Viação (1934), Coiteiros
Oficial,
os
a
se
melhores
publicar:
achava
escritores
“O
23
ex-senador,
episódios
de
ex-ministro,
destacados
quatro
de
crônicas,
ex-
minhas
foram
(1934), O Boqueirão(1935), As Secas do
Direito do Recife, de onde saiu formada e
Nordeste (1935), Entrevistas e Discursos (1945),
laureada, em 1912, obtendo também o
Ocasos de Sangue (1954), Discursos do seu Tempo
prêmio de viagem à Europa. Como
(1965 e 66), A Palavra e o Tempo (1965), Ad
quartanista de Direito, advogou no crime,
Imoratalitatem (1968), Eu e Eles (1970), Quarto
na cidade de Pau d’alho, em Pernambuco.
Minguante (1975), Antes que me Esqueça (1978)
Em 1913, no Governo Castro Pinto, fez
e Sem Rir sem Chorar (1984), livro póstumo
conferência públicas, no Teatro Santa Rosa,
que reuniu crônicas publicadas na revista O
sobre “Direitos da Mulher” e escreveu, no
Cruzeiro. Ainda se poderia acrescentar
Jornal A União, crônica assinada com o
trabalhos jornalísticos e poesias diversas
pseudônimo de Paraguaçu. Na Escola
publicadas na revista Era Nova e em
Normal
matutinos de João Pessoa. Redatoras: FSe
professora,
e SFPB.
Desenho, Francês, e História da Civilização,
Referências:
sendo, em 1917, nomeada professora
AGUIAR, Wellington. Apresentação. In:
Sem rir, sem chorar. João Pessoa: Fundação
Casa de José Américo, 1984.
efetiva da cadeira de Português. Redator:
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A
União – 1994.
Referências:
PEREIRA, Joacil de Britto. José Américo de
Almeida: a saga de uma vida. Brasília: Instituto
Nacional do Livro: Senado Federal, 1987.
A União, João Pessoa de 1930/1940.
desta
Capital
ensinou
as cadeiras de
como
Português,
FS
Revista Manaíra João Pessoa, junho de 1940.
N. 08 pág. 03
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940.
AMÉRICO, Pedro – Ver MELLO, Pedro
Revista IHGP, João Pessoa, A UNIÃO,
Imprensa Oficial, 1910/1940.
Américo Figueiredo.
ANDRADE, Jader – Redator de O
AMSTEIM, Catarina de Moura – (*
Combate, que foi incendiado em 28 de julho
20.12.1882, Paraíba). Foram seus pais
de 1904.
Misael
ANÍSIO, Monsenhor Pedro. Ver
do
Rêgo
Moura
e
Francisca
Rodrigues Chaves Moura. Fez seus estudos
primários e secundários na Escola Normal
ANJOS, Aprígio Rodrigues de Carvalho
Oficial, onde recebeu o diploma de
dos – (* Sapé). Colaborou nos jornais de
professora normalista, em 1902. Feito o
sua época.
curso de preparatórios no Liceu Paraibano,
ANJOS, Augusto de Carvalho Rodrigues
matriculou-se em 1908, na Faculdade de
24
dos – (* 20.04.1884, Espírito Santo-PB - +
professor interino e também no Colégio
12.11.1914, Leopoldina-MG). Publicou seu
Pedro II. Sua estadia no Rio foi precária.
primeiro trabalho literário “Saudade”, no
Em 1912, publica em uma edição particular
Almanaque do Estado da Paraíba, em 1900 e,
o seu único livro de poesias Eu, que teve
em 1901, inicia uma colaboração regular no
“acolhida
jornal O Comércio, dirigido por Arthur
segundo Andrade Muricy. Ao tentar rastrear
Aquiles. Sua formação foi autodidata e
os “complexos caminhos da formação de
pouco sabe-se dela. Em 1903, ingressa na
uma mentalidade”, Zenir Campos Reis tem
Faculdade
ali
que se voltar para a suas publicações
concluindo o curso vago, em 1907, sem
dispersas, sobretudo nos periódicos, a que o
obrigatoriedade de freqüência. Seus poemas
historiador chama de “elemento fluido”.
usualmente
e
No exaustivo levantamento empreendido
periódicos eram imitados e por isso foi lido
por ZCR, este enumera apenas oito poemas
e recitado antes mesmo de ter seu único
do livro Eu, que não foram publicados em
livro editado. Sua participação em jornais
periódicos. Entre os títulos em que
não se restringe à publicação de poesias,
publicou estão Almanaque do Estado da
mas também incluem crônicas, como a que
Paraíba, O Comércio, A União, Terra Natal, O
publica em O Comércio, de 07 de novembro
Norte, e Era Nova, todos paraibanos; Fon-Fon
de 1905, “Crônica paudarquense”.
! e A Época, no Rio de Janeiro e por fim a
de
Direito
publicados
do
Recife,
em
jornais
Esse
desigual,
porém
marcante”,
jornal, no qual Augusto dos Anjos colabora
Gazeta
desde 1901, publica como era comum à
periódicos o lugar de principal suporte por
época poesias de outros autores entre os
onde foi difundida, divulgada e promovida a
quais Cruz e Souza, Guerra Junqueiro,
leitura literária no século XIX e início do
Antonio
Quental,
XX, talvez se possa compreender a
Raimundo Correia, Alberto de Oliveira,
repercussão de sua obra, a partir de suas
entre outros. Em 1909, passa a colaborar
condições de leitura pelos leitores populares
regularmente no Diário Oficial do Estado, A
e de sua produção, demandando várias
União. Casa-se com Ester Fialho em 1910,
edições, muitas das quais, julgam os críticos
nesse mesmo ano, após romper com o
eivadas de erro devido a sua destinação
governador, que lhe nega afastamento, parte
popular.
Nobre,
Antero
de
para o Rio de Janeiro. Leciona Geografia na
Leopoldina.
Restaurando
aos
Em 1914, é nomeado diretor do grupo
Escola Normal do Rio de Janeiro, como
escolar Ribeira Junqueira, em Leopoldina,
25
Minas Gerais, onde também publica no
do jornal O Conservador, dirigido por
jornal Gazeta de Leopoldina. Ali veio a falecer
Caetano Filgueiras, onde aprendeu o ofício
de tuberculose, doença sem cura à época. A
de tipógrafo. Colaborou na União Tipográfica
notícia
discreta
e n´O Artista, este de propriedade do Centro
repercussão e os estudos mais significativos
Artístico. Revelando desde criança vocação
sobre sua obra só começaram a surgir a
para a poesia, chegou a ser um “dos mais
partir da segunda edição de Eu, entre os
populares poetas da sua terra”. Tanto na
quais os de Gilberto Freyre e o de Tasso da
Paraíba, como em Manaus e Belém, onde
Silveira. Surpreendente, contudo, foi e é a
também residiu, exerceu o jornalismo.
repercussão de sua obra entre os leitores de
Regressou à Paraíba em 1898. não podendo
todo o país, de várias gerações e segmentos
mais acomodar-se nela, voltou ao Pará onde
sociais. Contudo, é notável a repercussão de
foi assassinado no dia 02 de junho de 1901.
seu
suas poesias estão esparsas em jornais e
de
único
sua
livro
morte
de
teve
poesias,
que
é
revistas do extremo norte.
sistematicamente editado, com mais de
quarenta edições, e estudado, sob vários
ANJOS, Manuel dos – (* 12.02.1889, João
ângulos e diversas correntes entre as quais a
Pessoa-PB – + 24.10.1954, João Pessoa-
psicanálise. Redatora: SFPB
PB). Poeta e autodidata, Manuel dos Anjos
Referências:
Pereira
CORREIA, Francisco J. G(Chico Viana). O
evangelho da podridão: culpa e melancolia em
Augusto dos Anjos. João Pessoa: EdUFPb,
1994.
Sua carreira de jornalista tem início após o
curso de humanidades no Liceu Paraibano,
ao lado do seu pai, Antonio Bernardino dos
Santos, como redator do jornal A Paraíba.
Também dirigiu O Comércio e A Voz do Povo.
Sua participação também é registrada nos
ANJOS, José dos – (* 1874, Paraíba – +
jornais O Paraibano, onde em 14/09/1892
1901, Belém-PA). Filho de Plácida dos
antes
poemas
de Fogo-PB – + 29.11.1916, Recife-PE).
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
paupérrimo,
primeiros
AQUILES, Arthur – (* 20.06.1864, Pedras
REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos:
poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977.
Mulato
seus
publicados em A União.
MURICY, Andrade. Panorama do movimento
simbolista brasileiro. 2.ed. Brasília: CFC e
INL,1973, V.2.
Anjos.
teve
publica um elogio a Pardal Mallet. Este
de
jornal foi empastelado, como se usava
concluir seu curso primário na escola do
chamar na época, à intervenção do governo
Prof. Alves Branco, foi levado às oficinas
26
com a depredação das oficinas e a detenção
clerical, criticando a Igreja e o papel que
dos diretores e empregados. O jornal,
desempenhava nos assuntos da cidade, no
crítico ferrenho do governo de Álvaro
jornal católico A Imprensa. Já no século XX,
Lopes Machado, era impresso na Tipografia
em 28 de julho de 1904,
de José Rodrigues da Costa. Juntamente
empastelamento nos jornais O Combate,
com
Antonio
jornal da mocidade republicana e O
Bernardino assina o manifesto de 04 de
Comércio. Ao lado de Coriolano de Medeiros,
novembro de 1892, que informa aos
Celso
assinantes e leitores do jornal O Paraibano, a
Rodrigues de Carvalho criou o periódico
ação arbitrária de Álvaro Machado. A ação
independente Jornal do Comércio, que teve
comandada por Antonio Baltar repercutiu
vida breve. No Recife, participava das rodas
em todo o Brasil, principalmente na capital,
literárias do Café Chic. Sob o pseudônimo
onde o assunto foi discutido pelos jornais O
de Rostand, manteve uma coluna chamada
País e Cidade do Rio. A Arthur Aquiles e
de “Estrada do carro”, que se dedicava a
Eugenio Toscano foi concedido um hábeas
vários
corpus preventivo, para defendê-los das
literatura e religião. Redatora: SFPB
Eugenio
Toscano
e
ameaças explícitas a sua pena oposicionista.
assinar a coluna “Calúnia Oficial”. Também
Paraibano e na Gazeta da Paraíba, jornal à
ARAÚJO,
trabalharam os jornalistas Eugênio Toscano,
Colaborador
Júnior,
Eduardo
de
O
Marcos
Sorriso,
de
que
–
foi
substituído em 1887 pelo Arauto Paraibano.
Afonso Almeida e Eduardo Marques.
Participou do Clube Literário Recreativo
Devido ao uso do anonimato e de
(1880), fundado com o propósito e
pseudônimos fica difícil identificar, entre a
que
arte,
Gazeta da Paraíba
700 exemplares ao dia. Nele, também
literária
política,
José
O Paraibano.
época de grande circulação, com tiragem de
produção
como,
e
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
trabalhou na Gazeta da Manhã, no Liberal
Cordeiro
assuntos
Barreto
MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
Misericórdia. João Pessoa: SEC, 1978.
Oficial. Ao voltar a publicar ele passa a
Bernardino,
Rocha
Referências:
O governo do estado utilizava o Correio
Antônio
Mariz,
sofre novo
promover a educação popular. Em 1883, o
circulou
clube inaugura a sua biblioteca que é doada,
abundantemente naquele jornal, a produção
por falta de recursos, à Loja Maçônica
do jornalista. Também foi considerado anti-
Lealdade e Perseverança.
27
Referência:
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A
União – 1994.
ARAÚJO,
Fernando
Coelho
de
–
Colaborador de A Gazeta Paraibana.
ARAÚJO, José Peregrino de – Redator de
O Liberal Paraibano, que veio substituir A
União Liberal, em 1879 e circulou até 1879.
ARAÚJO, José Pereira de – Redator de O
Liberal Paraibano, jornal do Partido Liberal.
ARAUZ, Ignácio – Colaborador, na crítica
política, de O Sorriso, que foi substituído em
1887 pelo Arauto Paraibano.
AZEVEDO,
Francisco
João
de
–
(04.03.1814, Paraíba – )
AZEVEDO, J. Soares de – Colaboração
assídua em A Imprensa, 1987.
28
tanto por alunos paraibanos quanto por
B
aqueles que residiam no vizinho Estado do
Rio Grande do Norte. Em decorrência da
seca que assolou o Estado, no ano de 1898,
Antônio Gomes viu-se obrigado a fechar o
BALTAR,
Alcides
Ferreira
–
(*
seu educandário e emigrar para o Rio
12.10.1877, Espírito Santo - + 1918). Desde
Grande
a juventude Alcides revela-se poeta, lírico e
Mossoró, em 1900. Antônio Gomes era
satírico, publicando seus textos em revistas
autodidata e poliglota. Além de professor,
e jornais, ganhou notoriedade com o poema
era poeta satírico, jornalista polêmico e
Tamar.
combativo. Foi advogado e promotor sem
do
Norte,
instalando-se
em
ser bacharel. Foi deputado provincial por
BAPTISTA, João Antonio – Redator de
duas legislaturas (1901/1904 e 1908/1911),
Jornal da Parahyba, que circulou de 1862 a
faleceu
1890.
no
exercício
do
mandato.
Republicano, ao lado de Epitácio Pessoa,
BARBOSA, Florentino (Pe.) – Diretor de
Castro Pinto e Argemiro de Souza, prestou
A Imprensa, 1987.
relevantes serviços jornalísticos a sua terra.
BARONESA
DO
ABIAHY
–
Foi redator do Jornal O Estado da Paraíba;
Ver
redator-chefe
CAVALCANTE, Leonarda Merandolina B.
de
O
Mossoroense
e
colaborador de O Combate e O Eco. Também
BARRETO, Antônio Gomes de Arruda
dedicava-se à poesia satírica, arma utilizada
– (* 1856, Pedra Lavrada-PB, – + 1909,
para atacar os adversários políticos do seu
João Pessoa-PB). Era filho de Antônio
tempo. Entretanto, segundo Oscar de
Gomes Barreto e de Ana de Arruda
Castro, seus versos eram cheios de um
Câmara. Homem inteligente e de caráter
humor sadio, que não chegavam a provocar
nobre,
magistério,
ódios ou melindres justificados. Publicou
especialmente, à educação dos jovens
também em O Comércio. Era tenente-coronel
sertanejos. Em 1875, seguiu para Catolé do
da Guarda Nacional, membro do Instituto
Rocha, fixando-se, aí, onde formou a sua
Histórico e Geográfico Paraibano. Publicou
família. Em 1897, fundou o Colégio Sete de
em jornais muitas poesias, usando sempre
Setembro em Brejo do Cruz, primando pela
os pseudônimos Pincelle e F. Santarém.
qualidade, o seu Colégio era procurado
Também escreveu uma gramática latina Da
dedicou-se
ao
29
arte latina e Um tratado de Direito, Alegações
cotidiano de uma família, tratando o sexo
finais.
como elemento corruptor da moral. A
Referências:
concepção
BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil;
vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro:
Gomes Editora, 1949.
delineada na descrição de ambiente, no
aparentemente
naturalista
relato de cenas eróticas, no questionamento
sobre a autopunição e na caracterização de
CASTRO, Oscar Vultos da Paraíba. Rio de
Janeiro: 1955.
tipos
humanos,
não
é
fruto
do
ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de
Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro.
Livraria Editora Cátedra. 1984.
determinismo biológico dessa corrente
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira09.htm
justificar a conservação dos padrões éticos –
BARRETO,
(*
religiosos. Outras obras: A sombra de
29.02.1898, Guarabira-PB – + 19.01.1986,
gameleira (1961), Nos Arcanos do Império
Areia-PB). De família religiosa, com tio
(1981), O meu mundo é assim (1983). Redator:
padre e pais conservadores, recebe uma
FS
educação rigorosa, estudando no Colégio
Referência:
das Neves em João Pessoa, onde conclui o
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. A UNIÃO
João Pessoa 1994.
Ezilda
Milanez
–
literária antes funciona como pretexto para
sociais
curso normal. Sonha, desde a juventude,
escrever um livro, mas a consciência da falta
dogmas
Eutiquiano, faz os estudos primários na sua
magistério, às obras beneficentes da casa de
cidade natal. Quando ginasiano edita e
São Francisco e à leitura de clássicos da
dirige os jornais estudantis A Época (1912) e
literatura Universal. Colaboradora do jornal
O Chique (1913 a 1917) e, no período de
O Areiense, escreve artigo como “Nossos
caminho
dos
Filho de Eutiquiano Barreto e de Clara
Transferindo-se para Areia, dedica-se ao
“O
valorização
(* 01.06.1897, Paraíba – + Teresópolis-RJ).
critica atrasam, por vinte anos, este projeto.
irracionais”,
a
BARRETO, João da Silva Guimarães –
de amadurecimento literário e o receio da
irmãos
e
1915 a 1929, colabora em diversos órgãos
da
da imprensa nordestina. Advogado de fama,
Fraternidade e sua Verdade”, evidenciando
formado pela Faculdade de Direito do
uma temática voltada para religioso e os
Recife, professor, e jornalista, transfere-se,
bons costumes, com profunda intenção
como Fiscal do Consumo para São Paulo e,
moralizante. E “A luz brilhava nas trevas”
posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde
(1940), seu primeiro romance, descreve o
vive até a sua morte. Bibliófilo, chegou a
30
colecionar uma biblioteca de cerca de
em 1911, aos 20 anos de idade. Sua primeira
20.000 exemplares, que foram doados à
função pública foi como professora de
UFPB. Esse acervo primeiramente deu
primeiras letras na fazenda experimental de
origem à Fundação Paraibana do Livro e
Espírito Santo. Contudo, sua maior paixão
funcionava em um prédio da Biblioteca
foi o ensino profissional onde, em 1923, aos
Central daquela universidade.
32 anos de idade, é aprovada em concurso
Referência:
de âmbito nacional, a nível federal, para a
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
cadeira de Português, nível médio, no então
BARRETO, Jonathas de Mello – (*
também lecionou em outras escolas, deu
09.03.1857, Paraíba). Alistou-se no exército
aulas na Academia de Comercio Epitácio
em 1879; 1º tenente de artilharia em 1889;
Pessoa entre os anos de 1930 e 1940,
capitão, em 1890; coronel em 1913. Tem o
ensinando
curso de artilharia e foi professor de inglês
disciplinas, por pouco tempo, também
da Escola Militar. Publicou vários artigos no
exerceu
Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, muito
Assembléia Legislativa. Como professora,
dos quais traduções.
fez parte da primeira diretoria da sociedade
Referência:
dos professores primários. Em 1930,
Liceu
Industrial,
Aprendizes
antiga
Artífices.
Analice
taquigrafia,
a
função
Escola
de
entre
de
Caldas
outras
taquigrafa
na
participou ativamente das manifestações em
BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil.
vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro:
Gomes Editora, 1949.
prol da Aliança Liberal, idealizando a
chamada Campanha dos Mil Reis Liberal,
BARROS Analice de Caldas – (*
onde
30.11.1891,
+
conclamados a ajudar o Governo do Estado
15.02.1945, Lagoa Seca-MG). Filha de
para adquirir munição destinada a sustentar
Manoel Paulino Correia de Barros e Ana
a luta de Princesa. Analice Caldas também
Salvina de Caldas Barros. Inteligente, logo
não se deixou prender-se somente ao
cedo se destacou no aprendizado das
magistério, indo buscar na literatura outros
primeiras
curso
pendores para seu espírito. Cultora das
primário, transferiu-se para João Pessoa em
letras colaborou em revista e jornais de
busca de melhores trunfos, onde se
nossa cidade, numa linguagem sutil e
matriculou na Escola Normal Oficial do
interessante. No ano de 1921, iniciou a
Alagoa
letras.
Nova-PB
Concluído
–
o
Estado, recebendo o diploma de professora
31
todos
os
paraibanos
eram
colaboração nas edições iniciais de O
Paraibana Pelo Progresso Feminino que
Educador,
dos
exerce uma incontestável liderança em prol
professores primários; em 1922, em O
da emancipação da mulher. Em 1936 foi
Progresso, de Alagoa Nova, ao lado de Eudes
admitida como sócia efetiva do Instituto
Barros e João Guimarães, editado por
Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP).
comemoração
Proferia
órgão
Independência
de
ao
e
em
divulgação
centenário
freqüentemente
palestras
em
Agrícola,
associações culturais e clubes de serviço,
fundado por Diógenes Caldas. No ano de
como o Rotary Club da Paraíba, o IHGP.
1923, escrevia para a revista Era Nova onde
Sabemos que ela deixou pelo menos um
tinha uma coluna chamada “Álbum de
estudo inédito, impedida de publicar em
Mlle”,
de
virtude do trágico acidente que lhe tirou a
culturais,
vida, quando voltava do Rio de Janeiro.
artísticos, políticos e sociais do Estado.
Nessa viagem, trazia consigo os originais
Nessa mesma época, Analice participou da
desse livro que tencionava editar sobre a
Folha, publicada em Alagoa Nova, onde
genealogia de sua família, cujas pesquisas
divulgou as idéias feministas ao lado de
haviam sido realizadas no Arquivo Nacional
Marieta Bezerra, Flaviana Costa, Elisa
do Rio de Janeiro. Na verdade, ela buscava
Cunha, e Jane Ribeiro. Ainda como
novos dados para ultimar uma pesquisa
jornalista, colaborou em jornais e revistas da
sobre
Paraíba e de outros Estados, a exemplo das
Apontamentos para a História da antiga vila de
revistas, Ilustração, Flor de Liz, com artigos e
Alagoa Nova. Trabalho esse, apresentado por
poesias e nos jornais A União e A Imprensa,
duas horas em forma de conferência no
onde a Associação Paraibana pelo Progresso
instituto Histórico e Geográfico, em 9 de
Feminino manteve a “Página Feminina” até
julho de 1939, na posse da advogada Lylia
1939, uma coluna quinzenal de divulgação
Guedes. Ao falecer em 1945, aos 54 anos de
das idéias da APPF. Além desses, colaborou
idade, ainda fazia parte do quadro de
nos jornais O Jornal do Comercio e no
professores
Aprendiz, órgão de publicação oficial da
deixando um legado de mais trinta anos de
Escola Industrial de João Pessoa. Em 1933,
experiência como educadora. Boa parte
juntou-se ao grupo idealista juntamente
desse tempo foi dedicado ao ensino
com Albertina Correia Lima, Lylia Guedes
profissional, numa demonstração de que
entre outras e fundam a Associação
não se cansava em exercer a profissão que
continha
personalidades
dos
Paraíba
da
depoimentos
meios
32
a
sua
terra
dessa
natal,
Escola
intitulado
Industrial,
lhe elevou o espírito e a projetou no seio da
Portugal, na cidade do Porto, colaborou no
sociedade letrada de sua época. Sua
Diário Mercantil, no jornal Nacional e redigiu e
memória é lembrada, em projeto de lei que
fundou com Luiz Pereira Ferraz as Distrações
de 1948, apresentado pelo vereador Mário
Literárias. Voltando ao Brasil, deixa os
Antônio da Gama e Melo, denominado
estudos de lado para se dedicar ao
Profa Analice Caldas, a uma das ruas da
jornalismo, desempenhando a função de
cidade de João Pessoa. Na homenagem de
redator em vários periódicos da Paraíba,
sua cidade natal, seu nome foi dado a
onde também foi diretor da Gazeta do
Biblioteca Municipal, poucos depois de sua
Comércio e Redator de A Philipeia, revista
morte.
literária,
Na
frontispício
capital,
de
um
é
lembrada
grupo
no
comercial,
agrícola,
política,
escolar,
religiosa, científica, artística, industrial e
homenagem da Secretaria Educação, na
humorística. Também redigiu para jornais
época que seu primo, o Cônego Eurivaldo
do Amazonas e de Pernambuco. Após se
Tavares Caldas, era secretário de educação
fixar em João Pessoa torna-se conhecido
de João Pessoa. Redator: FS
por sua atuação na imprensa e nas artes
cênicas, tendo escrito vários dramas e
Referências:
comédias, entre as quais tiveram grande
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
prestígio Depois da lua-de-mel e O Queimado Sr.
SILVA, Favianni da. A Eva do século XX:
Analice Caldas e outras educadoras - 1891/1945
/ Favianni da Silva. – João Pessoa, 2007.
Bittencourt. No campo das artes cênicas,
Praxedes,
segundo
afirma
Liberato
chegou a ser diretor do Teatro Santa Rosa.
Segundo o ilustre biógrafo, em 1914,
SOUSA, Evandro Mangueira de. Analice
Caldas: Educadora e Cidadã (1911-1945).
Coluna Brasil 500 Anos, IN: O Norte, João
Pessoa, 07 de março de 1999.
Francisco Barroso teria pronto e inédito o
romance de costumes A princesinha. Foi
TAVARES, Eurivaldo Caldas. Duas Vidas a
Serviço da Paraíba. Diógenes e Analice Caldas João Pessoa A União Cia Editora – 1976.
sócio fundador do Instituto Histórico e
A União, João Pessoa de 1930/1940.
Referência:
A Imprensa, João Pessoa 1928/1940.
BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil.
vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro:
Gomes Editora, 1949.
Geográfico Paraibano - IHGP.
BARROSO, Francisco Joaquim Pereira
– (* 10.04.1856, Mamanguape-PB – +
BASTO, Job Paciente – Proprietário de O
10.1929,
Mamanguapense, de 1863.
João
Pessoa-PB).
Teatrólogo,
jornalista e romancista. Indo estudar em
33
BELLI, Nicola de – Redator de O Boêmio,
Estadual na legislatura 1920-1923, e Diretor
do Clube Recreativo Plana Boêmia.
do Arquivo Nacional de 1922 até 1938,
quando faleceu.
BENVINDO, Antônio (* Areia-PB – +
28.09.1951, João Pessoa-PB). Jornalista e
Dedicou-se aos estudos e à pesquisa,
professor, publica em 1923 Sady Castor, uma
intensificando a sua produção científica e
novela passional.
literária. Alcides Bezerra foi jornalista,
crítico, historiador, folclorista, novelista, e,
Referência:
acima
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
de
tudo,
filósofo
com
nítida
influência de Bérgson e Spencer.
Presidiu a Academia Carioca de Letras e a
BELMONT, Augusto – Colaborador de
Sociedade dos Amigos de Alberto Torres;
O Comércio. Órgão das classes conservadoras
era membro dos Institutos Históricos de
do Estado da Paraíba. Incendiado em 28 de
São Paulo, Pará e Ceará; da Sociedade
julho de 1904.
Brasileira de Geografia, da Sociedade
BEZERRA,
Brasileira de Filosofia e da Sociedade
Alcides – (* 24.01.1891,
Capistrano de Abreu. Ingressou no Instituto
Paraíba – + 29.05.1938, Rio de Janeiro-RJ).
Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP) a
Era filho de João Perdigão Bezerra
Cavalcanti,
nascido
em
Bananeiras,
24 de maio de 1914. Foi prefaciador de
e
documentos importantes editados pelo
Phelonilla Clara Bezerra Cavalcanti, nascida
Arquivo Nacional sobre D. Pedro II,
na capital do Estado, pertencente à família
Francisco de Lima e Silva e a Imperatriz
Carneiro da Cunha. Fez o Curso de
Leopodina, além de ter publicado por esta
Humanidades no Liceu Paraibano entre
repartição várias biografias. Além disso, sua
1903 e 1907, matriculando-se em seguida na
vasta produção inclui crítica, romance e
Faculdade de Direito do Recife, onde se
história. Ensaios de Crítica e Filosofia. Paraíba:
bacharelou em 1911. Quando volta, ingressa
Imprensa Oficial, 1919; Maria da Glória
na vida jornalística da Paraíba.
(novela). Paraíba: Edição Filipéia, 1922; A
Exerceu os seguintes cargos públicos:
Paraíba na Confederação do Equador. Rio de
Procurador da República, Promotor Público
Janeiro:
adjunto da Capital, Promotor Público de
Arquivo
Nacional,
1925;
Os
Historiadores do Brasil do Século XIX. Rio de
Catolé do Rocha, Inspetor Geral do Ensino,
Janeiro:
Secretário da Imprensa Oficial, Deputado
Conferências.
34
Arquivo
Rio
Nacional,
de
Janeiro:
1927;
Arquivo
Nacional, 1928; Ensaio Biográfico de Marcílio
Bananeiras de 1833 a 1916, substituído por
Dias. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional,
Era Nova.
1928; A Evolução Científica do Direito. Rio de
BONAVIDES, Aluísio Fernandes –
Janeiro, Ed. Biblos, 1933; A Filosofia na Fase
Nasceu em Patos, 1889, filho de Fenelon
Colonial. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional,
Bonavides
1935; Sílvio Romero, o Pensador e o Sociólogo.
Hermínia
Fernandes
Bonavides. Fez as primeiras letras na cidade
Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1935;
natal. Ainda menino, transferiu-se para
Achegas da História da Filosofia. Rio de
Fortaleza, onde passaram a residir sua mãe,
Janeiro: Arquivo Nacional, 1936; Biografia
viúva, e seus irmãos. Concluídos os estudos
Histórica do I Reinado a Maioridade. Rio de
secundários,
Janeiro, 1936; Vicente Licínio Cardoso - sua
matriculou-se
no
Liceu
Cearense. Ingressou no jornalismo, atuando
concepção da vida e da arte. Rio de Janeiro:
em vários jornais de Fortaleza. Entre suas
Imprensa Nacional, 1936; O Visconde Cairu
atividades jornalísticas destaca-se o exercício
– vida e obra. Rio de Janeiro: Arquivo
dos cargos de Redator-Secretário do Correio
Nacional, 1937 e O Visconde de Taunay – vida
do Ceará; Redator-Secretário do jornal
e obra. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional,
Unitário; Redator do jornal O Povo e Diretor-
1937. Redatora: SFPB
Secretário de O Democrata, todos da capital
Referências:
cearense.
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
1994.
Livro
do
http://ihgp.net/memorial2.htm
e
Foi
durante
vários
anos
correspondente do jornal O Globo e outros
jornais
IHGP.
naquela
universitário,
capital.
lecionou
na
Professor
Escola
de
Administração do Ceará. Foi um dos
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
fundadores da Associação Profissional dos
BEZERRA, Ildefonso – Poeta e prosador.
participado de sua primeira diretoria, como
É redator do jornal O Parafuso, em 1905.
membro do Conselho Fiscal. Foi Secretário
Jornalistas do Ceará, criada em 1944, tendo
do Governo, na Administração Faustino de
Referências:
Albuquerque. Durante algum tempo dirigiu
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
a revista Panorama, de sua propriedade.
BEZERRA, José – Redator-secretário de
deputado Paes de Andrade, ao tempo em
O Farol, semanário que circulou em
que este Presidiu a Câmara dos Deputados.
Fixando residência em Brasília, assessorou o
35
BORBA, José de. Colaborador de O
Janeiro, onde se diplomou em Medicina, no
Comércio. Órgão das classes conservadoras
ano de 1879, defendendo tese sobre o
do Estado da Paraíba, incendiado em 28 de
beribéri, voltando a residir na Paraíba,
julho de 1904.
dedicou-se à medicina, ao magistério e ao
jornalismo. Foi nomeado Inspetor da Saúde
BOTELHO, Leônidas de Lima – (*
Pública e do Porto; exerceu as funções de
20.06.1895, João Pessoa-PB). Diplomado
Vacinador Provincial, Diretor do Serviço
em ciências e letras, torna-se poeta e
Médico da Santa Casa de Misericórdia,
colabora com as revistas Cidade Mauricéia e
Cirurgião-Mor da Província; Médico Legista
Jornal Pequeno (Recife), Mocidade Acadêmica
da Polícia da Estrada de Ferro Conde D’Eu.
(Juiz de Fora) e Manaíra.
Era sócio correspondente da Sociedade de
Referência:
Medicina Cirúrgica do Rio de Janeiro;
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Professor de Trigonometria, Pedagogia,
Ciências Físicas e Naturais, Geografia,
Álgebra, Biologia e História Natural. Foi,
BRAGA, João Joaquim da Silva – Editor
também, Diretor da Instrução Pública,
de O Liberal, de 1877.
Diretor da Escola Normal e do Lyceu. Era
BRITO, Eugênio Toscano de – (*
considerado o terror dos estudantes que
10.10.1850, João Pessoa-PB – + 31.01.1903,
não gostavam de estudar. A sua participação
João Pessoa-PB). Filho do Comendador
em bancas de exames era um sucesso pelo
Felizardo Toscano de Brito e D. Eugênia
número de reprovações. Era o carrasco da
Accioli Toscano de Brito. Ainda acadêmico
mocidade que não gostava de estudar,
fez parte de uma revista mensal de ciências,
possuindo
letras e artes, denominada A Idéia, cujo
matérias que lecionava no Lyceu, álgebra,
primeiro número apareceu no Rio de
latim, inglês e geografia, além de outras em
Janeiro em 1 de julho de 1874. O seu
que se considerava preparado. Revelou-se
grande campo de ação foi a imprensa,
competente em pedagogia. Filho do chefe
adaptando à Paraíba os primeiros moldes de
do partido Liberal foi, entretanto, Eugenio,
jornal moderno, criando e dirigindo a
mau político, não obstante ser excelente
Gazeta da Parahyba. Casado com D. Josefina
cidadão. Segundo Martins, desde que não
Roy Toscano de Brito. Fez o curso primário
podia aceitar fatos consumados, não se
e os preparatórios na Parahyba, capital do
alinhava em conchavos, não conhecia ardis
Estado, seguindo, depois, para o Rio de
36
sólido
conhecimento
nas
para
fazer
eleitores,
ficou
Referências:
reputado
BITTENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil.
pernicioso à política, condenou-se desde
logo, por sua sinceridade, a não atingir altos
CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
cargos, mau grado sua competência, seu
amor à terra natal e a sua honestidade. Teve,
MARTINS, Eduardo. A tipografia do Beco da
Misericórdia, 1978;
portanto, que clinicar, fonte que lhe
LELIS, João. Maiores e menores M, JRC. Dr.
Eugenio de Brito. Almanach do Estado da
Parahyba, 1914.
ofereceu sólidas amizades e simpatias”.
Participou de Idéia, revista literária e de O
Paraibano. Fundador de A Gazeta da Paraíba,
;http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira15.htm
jornal que, sob a sua orientação, passou a
ter uma imagem mais moderna, inovando a
BRITO, Felizardo Toscano de – (* 1814,
linha
mais
Mamanguape-PB – + 29.11.1876, Paraíba).
independente, abordando temas polêmicos,
Desde cedo passou a residir na Capital da
revolucionando toda a técnica conservadora
província, dando início a uma carreira que o
da época, o que não agradou aos chefes
projetaria como vulto de maior expressão
políticos, que preferiam o regime antigo, a
na vida pública da Paraíba. Mesmo antes de
orientação oficial. A Gazeta estava no
conquistar o seu título de Bacharel em
apogeu, quando foi proclamada a República.
Direito, na Faculdade de Direito de Olinda,
A partir da dissidência com o governador
em
Venâncio Neiva, em 1891, fundou um
partidária
outro jornal, O Paraibano. Nas Revistas do
Municipal de João Pessoa. Também nesse
Instituto Histórico, encontram-se artigos da
ano, foi aprovado em concurso público para
autoria de Eugênio Toscano. Redatora:
professor de retórica e poética do Liceu
SFPB
Paraibano. Segundo Leitão, “de toda a sua
editorial
que
tornou
1838,
atividade
como
ia
adquirindo
membro
como
da
projeção
Câmara
homem
destacada atuação na imprensa política da
público o que mais caracterizou o seu
província e dentro dessa orientação fundou
admirável espírito empreendedor foi a sua
o Argos Paraibano, periódico que funcionou
passagem por duas vezes pela presidência
de 1850 a 1854. Com o desaparecimento
da província. Por duas vezes, como vice-
desse jornal passou, em 1855, a organizar O
presidente, teve a oportunidade de revelar a
Comércio. Em 1859, voltava às lides da
sua segura e eficiente orientação de bom e
esclarecido administrador”.
já
imprensa paraibana com a fundação d´O
Teve, ainda,
37
Despertador, foi esse jornal um dos melhore
BITTENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil.
de quantos apareceram na província durante
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
o regime monárquico. Redator: SFPB
Referências:
38
colaborar na imprensa carioca. Assumiu a
C
sua Cadeira na Academia Paraibana de
Letras, em 09 de dezembro de 1967, sendo
recepcionado pelo acadêmico Luís Pinto. O
Conselho Estadual de Cultura da Paraíba
C. O. – Colaborou como órgão republicano
prestou-lhe uma homenagem póstuma,
e noticioso de Areia O Libertador, em 1895,
cabendo ao escritor Osias Gomes fazer o
sempre sob essas iniciais.
elogio a
sua personalidade. Publicou:
Paisagens do Nordeste, 1962; Garganta do
CABRAL, Nelson Lustosa – (* 1900,
esqueleto, 1965 e Uma cruz para Kennedy, 1966;
Patos-PB – + 19.07.1981, Rio de Janeiro-
Peitudo, In Revista da APL, 08.
RJ). Filho de Francisco Lustoza Cabral e D.
Maria Dolores Lustoza Cabral (D. Nenê).
Referência:
Deixou viúva a senhora Emerenciana
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
1994.
Barbosa Lustoza Cabral, com os filhos:
Nelson, Moacir, Nilse, Milva e Lélia.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ne
Estudou na Escola Pública, de Patos, com o
lsonl.htm;
Pe. José Vieira e os professores José
Calazans e Torres: fez os preparatórios no
CALDAS, Analice – Ver BARROS,
Lyceu e formou-se em Direito pela
Analice Caldas.
faculdade do Recife, em 1921. Bacharel,
CALDAS, Diógenes – (* 06.04.1886,
retornou à cidade natal, a fim de rever os
pais e
amigos,
tendo uma
Bananeiras-PB – + 31.12.1972, Rio de
recepção
Janeiro-RJ). Era filho do Desembargador
carinhosa, ao som da banda de música local,
Trajano Américo de Caldas Brandão e de
o que muito lhe sensibilizou. Antes da
Aurélia Emília de Vasconcelos Caldas;
formatura, na capital do estado, escreveu
Iniciou seus estudos em Cabaceiras e
nos jornais A União e O Norte; trabalhou,
concluiu o 1º grau em Areia; fez o curso
também, como datilógrafo na Assembléia
secundário no Colégio Diocesano Pio X, na
Legislativa, com o apoio dos jornalistas
capital do Estado; Em 1904, iniciou seu
Oscar Soares, Celso Mariz e Carlos Dias
curso preparatório no Liceu Paraibano para
Fernandes; foi Diretor de A União e editor
o ingresso na Faculdade de Direito do
do Almanaque da Paraíba. Deixando A União,
Recife, onde se tornou Bacharel em 1911.
segue para o Rio de Janeiro, passando a
39
Neste mesmo ano casou-se, no dia 1º de
Comissão Executiva dos Produtos da
maio, com Maria Beatriz de Andrade
Mandioca; Membro da Junta de Controle da
Pedrosa, união da qual nasceram seus 11
Fundação Brasil-Central; Diretor do Serviço
filhos. Fundou e fez circular o jornal A Voz
Nacional da Economia Rural do Ministério
da Mocidade, onde escrevia e fazia versos.
da Agricultura. Redatora: LO
Antes de se tornar o Redator de A União,
Referência:
foi colaborador em revistas especializadas e
autor de monografias sobre as condições
TAVARES, Eurivaldo. Diógenes Caldas – um
missionário do bem comum, João Pessoa, 1986.
econômicas e produtivas de municípios
CÂMARA, Epaminondas – (* 04.06.1900,
paraibanos. Fez parte do corpo cênico e
Esperança-PB – + 28.04.1958). Filho de
produziu o drama Falso Mendigo, muito
Horácio de Arruda Câmara e D. Idalgina
elogiado pela crítica. Diógenes faleceu no
Sobreira Câmara, casado com a prima
Rio de Janeiro em 31 de dezembro de 1972.
Isaura Gameiro, não deixou descendentes.
Ao longo de sua vida, Diógenes Caldas
Não
exerceu os seguintes cargos: Diretor da
Aprendeu as primeiras letras em Esperança
Biblioteca Pública do Estado; Inspetor
com a professora Maria Sobreira, depois,
Agrícola do 7º Distrito; Administrador do
com o deslocamento da família para
Campo de Demonstração de Cruz do
Taperoá, antiga Batalhão, passou a receber
Espírito Santo; Delegado do Serviço de
alguns
Combate à Lagarta; Superintendente da
Minervino
Construção do Patronato Agrícola “Vidal
Cavalcanti, indo para Campina Grande, o
de
Bananeiras;
professor Clementino Procópio ensinou-lhe
Representante da Paraíba na Exposição do
alguns rudimentos gramaticais e o professor
Centenário da Independência Nacional, no
Renato Alencar transmitiu-lhe noções de
Rio de Janeiro; Membro do Conselho
Contabilidade. A sua força de vontade,
Consultivo
aliada
Negreiros”,
do
em
Estado
da
Paraíba;
teve
uma
instrução
ensinamentos
à
Lucíolo
inteligência,
do
de
fez
sistemática.
professor
Vasconcelos
com
que
Representante do Ministério da Agricultura
conquistasse o seu espaço na Academia
junto ao Instituto do Açúcar e do Álcool;
Paraibana de Letras, assumindo a sua
Chefe da Seção Técnica do Serviço do
Cadeira no dia 21 de julho de 1945, saudado
Fomento de Produção Vegetal, no Rio de
pelo acadêmico Hortênsio Ribeiro. Ele
Janeiro; Agrônomo do Fomento Federal,
passava o dia todo em um estabelecimento
como Economista Rural; Presidente da
comercial de Campina Grande, sem que
40
houvesse tempo para dedicar-se à literatura.
estudantes do Curso de Direito. Em 1907,
Porém, enquanto trabalhava, organizava
casou-se com D. Porphiria Montenegro
mentalmente os seus trabalhos literários e, à
Campos, D. Iaiá, filha do coronel Lindolfo
noite, transferia para o papel tudo o que
de Albuquerque Montenegro. Exerceu a
estava esboçado na mente. Daí, o grande
promotoria de Campina Grande com muita
mérito da sua produção, dos seus trabalhos.
lisura e dedicação, porém, atraído pela
Publicou: Os alicerces de Campina Grande -
política,
esboço histórico do povoado e da vila, 1943;
integrou-se ao grupo dissidente que lutava
Municípios e freguesias na Paraíba, 1946; Datas
contra o governador Álvaro Machado. Por
campinenses, 1947. Além destes, deixou
essa época, o grupo fundou o jornal A
publicados folhetins e muitos artigos em
República, sob a direção a direção do
jornais, a maioria em A Imprensa.
Senador Gama e Melo e de Afonso Campos
Referência:
que, por algum tempo, redigiu em sigilo os
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ep
aminondasc.htm.
editoriais desse jornal. Eleito Deputado
CAMILLO, Antonio – Colaborador da
marcante na Assembléia. Publicou os
Gazeta Paraibana
trabalhos: Concurso da cátedra de Direito
deixou
a
carreira
jurídica
e
Estadual, Afonso Campos teve uma atuação
Administrativo e Economia Política; Bancos, suas
CAMPOS, Afonso Rodrigues de Souza –
espécies; Quais os perigos a que se expõem os
(* 18.12.1881, Campina Grande-PB – 05.04.
1916).
Era
filho do coronel
Bancos que comanditam indústrias; Memorial sobre
Silvino
direitos do Estado e dos Municípios dos terrenos
Rodrigues de Souza Campos e D. Rosalina
das extintas aldeias de índios; A moeda;
Agra de Souza Campos. Estudou em
Referência:
Campina Grande, no Colégio do Professor
CASTRO, Oscar de Vultos da Paraíba. Rio
de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
Clementino Procópio, fazendo o curso de
Humanidades em João Pessoa. Bacharelou-
ODILON, Marcus. Pequeno dicionário de
fatos e vultos da Paraíba. Rio de Janeiro:
Cátedra, 1984.
se em Ciências Jurídicas e Sociais pela
Faculdade de Direito do Recife, em 1902,
com apenas 21 anos de idade. Ainda
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira08.htm.
Acadêmico, elaborou os trabalhos Evolução
CAMPOS, Gervázio R. Pereira – Editor
do Direito das Obrigações e Ação Penal, que
de O Comercial Paraibano de 1855 a 1860.
foram publicados na Revista Jurídica,
fundada por ele e mais alguns outros
41
CARDOSO VIEIRA – Ver VIEIRA,
Vilma e Clóvis. Enviuvando, casou-se,
Manoel Pedro Cardoso.
novamente, com D. Francisca Marques da
Rocha, em 1947. De origem modesta, logo
CARLOS JÚNIOR, José – (* 24.07.1860,
cedo começou a trabalhar como barbeiro, a
João Pessoa-PB – + 29.05.1896, Fortaleza-
profissão do pai, a fim de manter os
CE). Atua ao longo da vida, como
estudos. Aos 18 anos, inicia suas atividades
jornalistas, sendo redator da Alva em 1850,
e
colaborador
nos
periódicos
jornalísticas como secretário do Jornal do
Flores
Comércio, dirigido por Arthur Aquiles*.
Acadêmicas, de Recife, 1882 (onde publica
Conseguiu bacharelar-se em Direito pela
tradições de Schiller), A Quinzena de
Faculdade do Recife, em 1916. Era um
Fortaleza, de 1887 a 1888, O Domingo, em
homem culto, versado nos clássicos da
1888, A Avenida, em 1889, O Pão, de 1892 a
literatura
1896 e O Ceará Ilustrado, em 1894.
universal.
Na
Paraíba,
foi
deputado Federal, Secretário de Estado,
Consultar: AMORA, Manuel Albano. A
professor de Literatura e de Italiano do
academia Cearense de Letras. Fortaleza: Imp.
Lyceu Paraibano. Era jornalista, ensaísta,
Universitária do Ceará, 1957, p.44-45;
crítico e escritor. Redator de O Combate, que
BARREIRA, Dolor. História da literatura
foi incendiado em 28 de julho de 1904. Foi
cearense. Fortaleza: Instituto do Ceará, 1948-
diretor de O Comércio. Em 22 de outubro de
1962. I: 120,185,186;
1928,
assumiu
a
Vice-Presidência
do
Referência:
Estado, que tinha como Presidente o Dr.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
João Pessoa; dois anos mais tarde, em
conseqüência
do
assassinato
de
João
Pessoa, em 26 de julho de 1930, ocupou a
CARLOS, Manoel – Redator de A Paraíba,
Presidência. Com o fim da Revolução de 30,
jornal do Partido Liberal.
Álvaro Machado retornou ao magistério,
CARVALHO, Álvaro Pereira de – (*
renunciando à política. Foi para o Estado de
19.02.1885,
+
São Paulo, estabelecendo-se em Santos,
05.10.1952, João Pessoa-PB). Era filho de
onde ficou durante sete anos, lecionando
Manuel Pereira de Carvalho e D. Francisca
Inglês
Leopoldina
em
advogando. Álvaro de Machado foi um dos
primeiras núpcias com D. Luiza Gonzaga
fundadores da Academia Paraibana de
dos Santos, nascendo desse casamento sete
Letras,
Mamanguape-PB
de
Carvalho.
–
Casado
filhos: Stélio, Glaura, Stela, Nerina, Dalva,
42
em
sendo
colégios
também,
particulares
patrono
e
da
Biblioteca da entidade. Trabalhos de sua
trabalhou como guarda-livros, profissão que
autoria: Ensaios da crítica estética, 1920; A
também exerceu em Natal e Fortaleza. Fez
revolução do eu, 1920; Ensaios da crítica, 1924;
o
Educação profissional, 1946; Augusto dos Anjos e
Paraibano, mudando-se para o Rio Grande
outros ensaios, 1946; Nas vésperas da revolução,
do Norte; não se adaptando, porém, àquele
1932; além de textos publicados nas
Estado, seguiu para Fortaleza, dando um
Revistas da APL. Bacharel pela Faculdade
rumo diferente à sua vida. Matriculou-se na
de Direito do Recife. Professor e Diretor do
Faculdade de Direito e deu início à
Liceu Paraibano, foi Secretário de Estado e
publicação dos seus poemas. Muito lírico e
Deputado Federal. Como Vice-presidente
sentimental,
substituiu
repentista e a adjetivação presente nas suas
João
Pessoa
após
o
seu
curso
de
humanidades
era
também
no
Lyceu
um
exímio
assassinato.
poesias eram tão expressivas
Referências:
tornaram em um poeta de estilo muito
Pinto*,
Cardoso
Mamanguape
o
Vieira,
instituição
que
veio
contribuir bastante na formação intelectual
http://www2.aplpb.com.br/academicos/al
varod.htm
da juventude paraibana daquele tempo. Nos
princípios de 1894 retirou-se para Fortaleza
CARVALHO, José Rodrigues de – (*
onde ocupou por 12 anos o lugar de
18.12.1867, Alagoinha-PB – + 20.12.1935,
casal
em
capital do Estado o Grêmio Literário
INOJOSA, Joaquim, Critica e polêmica;
do
fundou
Semanário A Comarca e, em 1892, criou na
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Filho
o
peculiar. Em 1890, juntamente com Castro
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949.
Recife-PE).
que
contador do Banco do Ceará. Naquele
Manuel
estado, seu nome de escritor passou a ser
Rodrigues de Carvalho e D. Cândida Maria
divulgado em vários estados do país. Foi
de Carvalho, agricultores. Casado, primeiras
professor da geografia no Lyceu Cearense e
núpcias, com D. Francisca Lisboa de
de Lógica na Escola Normal e mais tarde,
Carvalho e, pela segunda vez, com D. Anita
catedrático de contabilidade da Escola de
Veloso Rodrigues de Carvalho. Começou a
Comércio
vida como caixeiro, em Mamanguape,
de
Fortaleza.
Jornalista
e
beletrista, acima de tudo, poeta, projetando-
trabalhando ao lado do tio, ao mesmo
se nesse gênero a partir da publicação do
tempo em que freqüentava a escola do
poema “Seios”. Escreveu nos jornais A
latinista Manuel de Almeida Cardoso, onde
43
União, Gazeta do Comércio, O Comércio,
PINTO, Luiz. Rodrigues de Carvalho, o
jornalista. Rio de Janeiro, 1970.
República, Jornal Pequeno (Recife) e em A
Província do Pará. No Estado da Paraíba,
CARVALHO, Tancredo de – Diretor e
trabalhou ao lado de Argemiro de Sousa,
Proprietário de Brasil Novo, campinense que
Castro Pinto e Elizeu Cezar. Nesse jornal,
depois foi transferido para a capital.
publicou sistematicamente sua produção
Fundador e diretor do Correio de Moreno, de
poética, incluindo as poesias e a prosa
Solânea.
poética, bastante comum à época.
CASTRO, Oscar de Oliveira – (*
Elegeu-se Deputado Estadual, pela Paraíba.
27.04.1899, Bananeiras-PB – + 14.07.1970).
Exerceu, ainda os cargos de Procurador e
Filho de Joaquim Ferreira de Castro e D.
Secretário Geral do Estado; era membro do
Amália de Oliveira Castro, iniciou seus
Instituto Histórico do Ceará; do Instituto
estudos preliminares em 1906, com
Histórico e Geográfico Paraibano; da
anos de idade e concluiu o curso primário
Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro;
no Instituto Bananeirense. Após concluir o
da Academia Cearense de Letras e do
curso primário mudou-se para a capital do
Instituto Arqueológico de Pernambuco.
estado, onde cursou o secundário no
Atuou como redator de Fênix Caixeiral
Colégio Diocesano Pio X. Diplomou-se em
(1893-1903), Revista Acadêmica (1903-1908) e
Direito pela Universidade Federal
Revista Ceará (1905). Publicou em versos:
Pernambuco. Casou-se com a senhora
Coração, 1894, Prismas, 1896 e Poema de maio,
Marieta de Miranda Henriques, membro de
de 1903. Em 1904 publicou O cancioneiro do
uma tradicional família Paraibana, filha de
norte, contribuição ao estudo do folclore
Alfredo de Miranda Henriques grande
nacional. Redatora: SFPB
proprietário rural no Brejo paraibano. Era
Referências:
dono de engenho de açúcar entre as cidades
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994.
de Areia e Serraria, na Paraíba. A moça era
sete
de
sobrinha do 1º Bispo e Arcebispo da
Paraíba, D. Adauto Aurélio de Miranda
ATAÍDE, Tristão de. Estudos III. Rio de
Janeiro, 1930, p. 105-107;
Henriques e prima do Dr. Walfredo Guedes
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949.
Pereira, que foi um médico e político
SANTOS, Idelette Muzart dos. Dicionário
Literário da Paraíba. João Pessoa, A União,
1994.
Dessa união nasceu sua única filha, Maria
paraibano, antigo prefeito de João Pessoa.
Lúcia de Castro Menezes. Em 1923,
44
formou-se em Medicina pela Escola de
Deixou publicado: Ensaios, 1945; Medicina na
Medicina do Rio de Janeiro. Após concluir
Paraíba, 1945; Vultos da Paraíba (Patronos da
o curso recebeu vários convites para clinicar
Academia),
no Rio, porém seu desejo era voltar à sua
(Depoimento), 1962; Contribuição à História da
terra
foi
Farmácia na Paraíba (separata de Vida e
nomeado, pelo então Governador do
Cultura, órgão oficial da Sociedade Cultural
Estado Dr. Sólon de Lucena, Diretor da
Luso-paraibana de Estudos e Pesquisas),
Assistência Municipal, cargo que exerceu
1964; Exaltação aos Moços, 1965; Arruda
durante 24 anos, paralelamente a outras
Câmara,
funções por ele desempenhadas. como:
Psicopatas, 1969. Deixou inédito: Visões de
Secretário
e
Artes na Paraíba, Gente que agente encontra e
Organizador do Departamento de Serviço
Memórias. Era colaborador dos jornais
Social do Estado. Além de médico, Oscar
locais, escrevendo sobre os mais variados
era professor universitário, jornalista e
assuntos. Redatora: LO
escritor. Lecionou no Colégio Diocesano
Referência:
Pio X, Colégio Nossa Senhora de Lourdes,
Curriculum vitæ elaborado pelo próprio Oscar
de Castro em 1970, e informações de sua
filha Maria Lúcia de Castro Menezes.
natal.
Chegando
de
a
Educação,
Paraíba
Diretor
Colégio das Neves, no Lyceu Paraibano, na
Faculdade de Filosofia, na escola de Serviço
Social,
Faculdade
de
Medicina
e
de Castro Pinto e D. Maria Ricarda
anos. Recebeu os títulos e honrarias: Honra
Cavalcanti
ao Mérito, da Standard do Brasil; Cidadão
Restauração
Pernambucana;
Albuquerque
de
Colégio Ribeiro Bessa, realizou ali o curso
Prata,
Tricentenário
de
Mamanguape. Cursou as primeiras letras no
Pessoense, pela Câmara de Vereadores de
do
Personalidades
de Janeiro-RJ). Filho do casal José Pereira
Academia Paraibana de Letras durante 25
comemorativa
Rego
03.12.1863, Mamanguape-PB – + 1944, Rio
Carioca de Letras. Foi Presidente da
de
e
do
CASTRO PINTO, João Pereira de – (*
Geográfico Paraibano; Membro Academia
Medalha
Crimes
Lins
Editor do The Parahyba Times.
Paraíba. Membro do Instituto Histórico e
Pessoa;
1967;
José
CASTRO JÚNIOR, Joaquim Garcia –
na
Faculdade de Direito da Universidade da
João
1955;
de latim com o professor Isac Ribeiro
da
Franco Fez o curso primário no Colégio
Medalha
Rio Branco, na capital do Estado e
Guararapes, de bronze, concedida pelo
Humanidades,
governo do Estado de Pernambuco.
no
Lyceu
Paraibano,
bacharelando-se em Direito pela Faculdade
45
do Recife, em 1886. Foi Promotor Público
Almanach do Estado da Paraíba. 1914.
em Mamanguape e Juiz Federal substituto.
CAVALCANTI, João Alcides Bezerra –
Era monarquista, abolicionista e jornalista.
Ver Alcides Bezerra.
Elegeu-se
deputado
à
Assembléia
Constituinte pela Paraíba, sendo reeleito em
CAVALCANTE, Leonarda Merandolina
1896. Renunciou ao mandato e viajou ao
B. Baronesa do Abiahy – (* 30.11.1854,
Rio de Janeiro, passando a exercer o cargo
Paraíba; + 07.07.1935, João Pessoa-PB).
de Redator Oficial do Senado. Retornou ao
Filha do brigadeiro Claudino Joaquim
Nordeste, assumindo a promotoria de
Cavalcanti
justiça
Antão,
Henriques. Casou-se com Silvino Elvídio,
Pernambuco, e em seguida a de Fortaleza,
era inteligente, tinha verdadeira veia poética,
Ceará. No Estado do Pará, a convite do
tendo infelizmente, feito desaparecer toda
Presidente Paes de Carvalho, exerceu a
sua prosa e poesia, antes de seu falecimento,
Chefia de Gabinete da Presidência da
trabalhos literários a que se entregava nas
Província, sendo ainda, professor de Lógica
horas vagas, geralmente à noite. Sua
do Ginásio Paraense e redator do Jornal A
predileção literária era para os livros de
Província do Pará. Pelas páginas do jornal
viagem.
Estado da Paraíba, fazia duras críticas a
desempenhada ao som das modinhas que
Floriano Peixoto. Entre 1891 e 1892
gostava de cantarolar, com seus versos de
publicou uma série de contos nesse jornal.
seus poetas prediletos, como Castro Alves,
de
Vitória
de
Santo
e
Maria
Sua
faína
Etelvina
Meira
doméstica
era
Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu e
Álvaro de Carvalho, quando retornou à
Fagundes Varela. Faleceu no dia 07 de julho
Presidência, convidou-o a tornar a sua terra,
de 1935, aos 81 anos de idade. Redator:
oferecendo-lhe uma nomeação de professor
FS.
de Matemática no Lyceu Paraibano que, na
Referências:
época, ser professor do Lyceu era um cargo
CARTAXO, Rosilda. As Primeiras Damas.
muito importante. Aceitou o convite e veio
João Pessoa: Ed. Senado Federal, 1989.
instalar-se na capital. No ano seguinte,
A União, João Pessoa de 1930/1945.
elegeu-se Deputado Federal; em 1908, já era
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940
Senador. Em 1912, passa a governar o
Estado, por indicação de Álvaro de
CAVALCANTI,
Carvalho. Redatora: SFPB.
16.08.1881,
Referência:
01.04.1950, Rio de Janeiro-RJ). Filho do Dr.
46
Manoel
Alagoa
Tavares
Nova-PB
–
(*
+
João Tavares de Melo Cavalcanti e D. Maria
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira36.htm.
das Neves Pereira de Araújo Tavares
Cavalcanti. Formou-se em Direito pela
CELSO,
Faculdade do Recife, em 1911, ganhando
Colaborador de A Opinião, órgão dirigido
como prêmio, pela sua brilhante atuação no
pelo Partido Liberal, circulou de 1877 a
curso, uma viagem de estudos na Europa.
1878, como noticioso bi-semanal, que foi
Como jornalista, atuou na capital do Estado
substituído pela A União Liberal, em 1878.
nos jornais A União, A Notícia, O Combate, O
Janeiro-RJ). Era filho do casal Dulcídio
Ingressou na política em 1907, elegendo-se
Augusto Cézar e Maria Joaquina da Freitas.
Deputado Estadual, em seguida, foi eleito
exercendo
Eliseu iniciou seus estudos com o professor
vários
João Licínio Velloso, com quem fez seus
mandatos, durante vinte anos. Em 1930, foi
preparatórios para o Lyceu Paraibano;
eleito Senador da República, não sendo,
Formou-se em direito pela Faculdade do
porém, a sua eleição reconhecida. Lecionou
Recife, em 1898. Após a formatura, foi
História Universal e História do Brasil no
nomeado Promotor Público em Vitória do
Lyceu Paraibano e na escola Normal; no
Espírito
Rio de Janeiro, exerceu os cargos de
professor
de
Judicial,
sendo,
Direito
transferindo-se,
Pará. Lá, filiou-se ao partido político do
também,
Romano,
Santo,
posteriormente, para a cidade de Belém do
escrivão de Juízo de Menores e Primeiro
Inventariante
–
João Pessoa-PB – + 29.01.1923, Rio de
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.
Federal,
(Comendador)
CÉSAR, Eliseu Elias – (* 20.06.1874,
Norte, na Revista Era Nova e nas Revistas do
Deputado
Afonso
Senador
na
Antônio
Lemos,
elegendo-se
Deputado Provincial, tornando-se líder do
Universidade Católica do Distrito Federal.
Governo na Câmara. Na imprensa paraense,
Publicou: Epítome de História da Parahyba,
tornou-se redator chefe do jornal A
Imprensa Oficial, 1914; Congresso Nacional -
Província do Pará. Mas, com a queda política
Anais da Câmara dos deputados; Discursos dos
do Senador Antônio Lemos, Eliseu Cézar
anos 1909, 1921, 1923, 1926, 1927 e 1928.
teve que deixar o Pará e exilou-se no Rio de
Imprensa Nacional; Memórias da fundação da
Janeiro, muito desgostoso porque o jornal
Paraíba, Imprensa Oficial, 1906;
A Província do Pará, do qual era redator-
Referências:
chefe, foi destruído pelos adversários de
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Antonio Lemos. Não tendo êxito no seu
47
período de estada no Rio de Janeiro, Eliseu
também um orador maravilhoso; ainda
decide voltar para a sua terra natal.
segundo João Lélis, “ninguém improvisava
Na Paraíba, escreveu pela primeira vez no
melhor do que Eliseu César”. Redatoras:
jornal Sorriso (1886/1887), colaborou para
LO/ SFPB
A Gazeta da Paraíba, A Voz do Povo, O
Referências:
Artista, O Cisne, O Paraibano e Estado da
CAMPOS, Humberto de. Carvalho e roseiras.
Rio de Janeiro, 1939.
Paraíba; nos anos de 1891, 1892 e 1893
LEITE, Ascendino. O Pardo Eliseu César,
Anuário da Paraíba.
publicou, quase que diariamente nesse
jornal,
poemas,
poemas
em
prosa,
MARTINS, Eduardo. Eliseu César, Notícia
Bibliográfica. J. Pessoa, 1975.
principalmente na coluna intitulada de
“Parnaso”; em Recife, escreveu em A
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Província e, em Belém, destacou-se como já
mencionado em A Província do Pará, além
CHATEAUBRIAND,
de A Gazeta de Belém e atuando ainda como
Francisco de
Assis – Ver MELO, Francisco de Assis
diretor de O Jornal, folha combatente criada
Bandeira de Melo.
para defender os programas do partido
republicano do PA. No Rio de Janeiro, foi
CIRNE, Arthur – Diretor do The Parahyba
redator de O Jornal do Brasil. Jornalista e
Times.
advogado,
ele
era
também
orador
COELHO, Artur (Artur Roberto Coelho
eloqüente, poeta romântico; seus poemas
de Sousa) – (* 1889, Sapé-PB – + 03.1973,
demonstram a influência recebida da avó
New
paterna, que era escrava. Nos seus escritos,
Jersey-USA).
Poeta,
contista,
memorialista, crítico cinematográfico e
costumava registrar a ternura e o carinho a
jornalista, Artur Coelho foi criado em
ela dedicados. Além dos poemas divulgados
Itabaiana
nos jornais da época, e nas Revistas da
e
João
Pessoa.
Exemplo
consagrado do jornalista/escritor do século
Academia Paraibana de Letras, deixou
XIX, viaja e mora em vários locais do Brasil
publicado o livro Algas, 1894. Eliseu César,
– São Paulo, Manaus, Belém – até migrar
que João Lélis chamou de “o gênio pardo
para os EUA, onde morre em Nova Jersey.
da raça”, era um homem de cor, numa
Logo cedo o escritor se dedica ao estudo de
época em que a discriminação ainda era
tipografia, com tão alta dedicação, que logo
mais odiosa do que hoje. Ele venceu,
é chamado para ser editor do jornal O
primeiro no Pará, e depois aqui. Era
Município. Exercendo ao mesmo tempo a
48
função de redator, impressor e tipógrafo,
anexo ao Lyceu Paraibano. Iniciou sua vida
AC
daquele
pública com professor do Liceu Paraibano e
município. Mas é nos EUA que consolidará
da Escola Normal, tendo desempenhado
a carreira de jornalista e crítico de cinema.
em ambos os educandários o cargo de
Primeiro mora em Nova York onde exerce
Diretor foi também professor do Instituto
toda a série de atividades durante um bom
Underwood e da Faculdade de Ciências
tempo, até que tem acesso ao meio
Econômicas da Paraíba;
jornalístico onde se revela como crítico
ocupou outros cargos, como:
cinematográfico. Mais tarde irá integrar os
Fiscal do Ensino; Diretor dos Serviços
quadros da Paramount Pictures como
Elétricos; Secretário a Fazenda no governo
tradutor de legendas e assessor cultural
Argemiro de Figueiredo, em 1937; Juiz do
onde permanece por mais de 30 anos. Sua
Tribunal Regional Eleitoral; Em 1915, foi
casa em Nova Jersey se transformou em
designado para participar duma Comissão
embaixada cultural do Brasil, ao receber os
para tratar da questão dos limites da Paraíba
intelectuais Monteiro Lobato, José Lins do
com
Rego,
consócios Carneiro Monteiro, Irineu Pinto,
influenciou
a
Érico
imprensa
Veríssimo
e
Assis
Pernambuco,
Posteriormente,
Inspetor
constituída
pelos
Chateaubriand.
Irineu Joffily e Francisco Barroso. Essa
Referência:
questão
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
representação feita pelos moradores de
COELHO LISBOA – Ver LISBÔA, João
de agentes fiscais do Conselho Municipal de
Coelho Gonçalves.
Itambé. Carneiro Monteiro, como relator da
tempo para examinar o assunto, tendo por
proposta do consócio Castro Pinto sugerido
que fosse consultada a documentação do
Coelho diplomou-se pela Escola Normal do
Arquivo Público, sendo designado Carneiro
Estado da Paraíba e tornou-se bacharel em
Monteiro para esse fim. Na oportunidade,
direito pela Faculdade do Recife. Além
de
uma
exposição sobre o caso, solicitando mais
Débora Clotilde Gomes Coelho. José
curso
de
comissão, em sessão de 20.06.1915, fez uma
PB). Filho de Eusébio Joaquim Coelho e
o
face
reclamavam contra a indébita intervenção
Esperança-PB – + 18.12.1954, João Pessoa-
fez
em
Serrinha, do município de Ingá, que
COELHO, José Gomes – (13.04.1898,
disso,
surgiu
foi apresentado por José Coelho um esboço
Agrimensor,
topográfico por ele elaborado sobre a
compondo a turma pioneira que funcionava
49
posição daqueles limites. Nesse ano 1915,
CORDEIRO
José Coelho foi eleito Bibliotecário do
Cruz – ( * 28.11.1831, Guarabira-PB – +
Instituto, cargo que ocupou até setembro de
1880, Recife-PE). Formou-se em Medicina,
1916, quando foi eleito membro da
aos 25 anos de idade, pela Faculdade da
Comissão de Revista, função que exerceu
Bahia, em 1856. Retornou ao seu Estado e
até 1920. Em abril desse ano, José Coelho
dedicou-se a sua profissão de médico.
foi eleito 2º Secretário da Diretoria do VII
Àquele tempo, a medicina não dispondo
Congresso Brasileiro de Geografia, a se
dos recursos sofisticados ditados pela
realizar na capital do Estado. Deixou
tecnologia moderna, todo diagnóstico era
publicado o livro Escorço de Corografia da
feito por hipótese, por dedução. Foi nesse
Paraíba, editado em 1919, que foi adaptado
clima de incertezas e precariedade que
para as escolas públicas do Estado,
Cordeiro Sênior iniciou a sua carreira de
mediante parecer do Instituto Histórico e
médico. De início, deparou-se com uma
Geográfico Paraibano, cujo relator foi o
epidemia do Cólera-Morbus que assolou o
historiador João Alcides Bezerra Cavalcanti.
Estado, de 1856 a 1862, foi, então,
Ingressou
e
designado pelo Presidente da Província para
Geográfico Paraibano no dia 11 de
coordenar os trabalhos de combate à
novembro de 1914, juntamente com Miguel
doença. Começa a dividir as suas atividades
Santa Cruz de Oliveira, sendo saudado por
entre
Alcides Bezerra. Redatora: LO
sanitários. Elaborou e divulgou instruções
Referências:
básicas de higiene para conscientizar a
no
Instituto
Histórico
clinicar
população da
LEAL, José. Dicionário Bibliográfico Paraibano,
hábitos
FUNCEP, 1990.
SÊNIOR, Antônio da
e
organizar
programas
necessidade de cultivar
higiênicos,
como
método
preventivo do Cólera. Cordeiro Sênior foi
Boletim Informativo do IHGP, nº. 21,
médico do Hospital da Santa Casa de
1994; Arquivo de Luiz Hugo Guimarães.
Misericórdia, Coordenador do tratamento
dos pobres do 1º Distrito da Capital; 2º
COELHO, Juvenal – Colaboração assídua
Tenente-Cirurgião do Corpo de Saúde do
em A Imprensa, 1887.
Exército; Chefe da Enfermaria Militar da
COELHO, Moisés (Cônego) – Diretor de
Província; Cirurgião-mor e Inspetor de
A Imprensa, 1887.
Saúde. Exerceu um mandato de Deputado
Provincial e participou da Guerra do
50
Paraguai, como voluntário; integrou a Junta
folhetins no jornal Gazeta da Paraíba, em
Governativa,
Governo
1888, junto a Eugênio Toscano, Antônio
com
a
Bernardino, Artur Aquiles, Afonso Almeida
Proclamação da República, em 1889 e que
e Eduardo Marques. Foi o primeiro a
governou a Paraíba de 19 de novembro de
traduzir no Brasil o folhetim O colar de aço,
1889 a 02 de dezembro do mesmo ano.
de F de Boisgobery. Para o jornal O
Além de clínico foi homem de letras, de
Paraibano, traduziu O homem da noite e Paulina
regular
Jornalista
de Meriane, de Julio de Gastine, em 1892.
integrou por longo tempo a redação de O
Nesse mesmo ano, ao se transferir para o
Publicador, sucedendo ao Padre Lindolfo
Mato Grosso, o jornalista anuncia no jornal
Corrêa após a sua morte. Primeiro médico
a venda da sua biblioteca, cujo acervo
da estrada de ferro Conde d' Eu, prestou
passava de 1000 exemplares, segundo o
relevantes serviços durante as epidemias de
anúncio que se segue: “Venda de uma
cólera morbus. Publicou: Instruções Sanitárias
esplêndida livraria com mais de 1000 livros
Populares; Impressões da Epidemia; Estudos
sobre
biográficos; Prólogo da guerra (Ensaio dramático,
indústria”. Foi também crítico literário e
em verso); Estudos literários; Passagem do
poeta. Segundo o Dicionário literário da
Humaitá (poesia épica). Redatora: SFPB
Paraíba, ele é autor de Bosquejos literários,
Referências:
publicado em 1881. Redatora: SFPB
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949.
Referências:
Provisório,
chamada
que
foi
produção
de
criada
científica.
viagens,
CORREIA, Pe. Lindolfo – Ver NEVES,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Lindolfo José Correia das.
COSTA, Delfino Ferreira da Costa – (*
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira11.htm
1885, Teixeira-PB – + 1970, João PessoaPB). Jornalista e político. Deputado estadual
CORDEIRO JÚNIOR, Antonio da Cruz
classista, em 1934. Por longos anos manteve
– (* 15.02.1859, João Pessoa-PB – + 1894,
e
letras,
O Paraibano, 1892.
MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
misericórdia, 1978;
Médico
artes,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
CASTRO, Oscar de. Vultos da Paraíba. Rio
de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
Desterro-SC).
ciências,
a coluna diária De Cabedelo a Cajazeiras no
jornalista.
jornal O Norte.
Trabalhou como redator, tradutor de
51
COSTA JÚNIOR, José da – Era filho do
contribuição para a história da leitura e da
político de igual nome que governou a
imprensa paraibana é inestimável e se deu
Paraíba, como seu vice-presidente, e foi
em várias frentes: na publicação e edição de
deputado geral. Fez seus preparatórios em
jornais importantes, na divulgação de livros
Olinda matriculando-se no curso jurídico no
e jornais da Corte, bem como na publicação
ano de 1838. Em 1844 já iniciava suas
de livros de autores paraibanos. Um dos
atividades parlamentares como deputado
exemplos
provincial, juntamente com seu pai que fora
desempenhado pelo tipógrafo encontra-se
eleito para a mesma legislatura. Era
no anúncio do Diário da Paraíba de 05 de
cavaleiro da Ordem de Cristo e exerceu o
março de 1862, quando anuncia a assinatura
cargo de Juiz municipal suplente da capital
de Compêndio Escolar, numa época em que
paraibana onde militou ativamente na
a província contava apenas com a Botica
imprensa liberal, colaborando nos jornais O
Imperial.
Reformista, O Argos, O Despertar e A Opinião.
Aproveitando-se do vácuo gerado pela falta
Referências:
de grandes tipografias na Paraíba, o
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
tipógrafo migrou do Recife, em 1834, para
desse
múltiplo
papel
esta província a fim de instalar o seu
negócio, que seria a primeira tipografia de
COSTA, José Rodrigues da – (* Portugal
iniciativa
– + 08.11.1866, Paraíba). O tipógrafo José
privada.
No
Recife,
José
Rodrigues da Costa trabalhou nas Oficinas
Rodrigues da Costa costuma entrar na
d’O Cruzeiro, Jornal Político, Literário e
história da imprensa da Paraíba porque foi
Mercantil,
da sua tipografia, herdada por seus filhos
cuja
responsabilidade
após a sua morte, que surgiu o jornal oficial
redação
do
Padre
era
de
Francisco
Ferreira Barreto. Envolvido em questões
da Paraíba, A União, Órgão do Partido
políticas e na defesa de uma
Republicano do Estado da Paraíba, em
sociedade
secreta, Coluna do Trono e do Altar, o
1892. Não fosse pelo livro de Eduardo
padre indispôs contra si alguns dos patrícios
Martins, A tipografia do beco da Misericórdia,
e por isso deixou o Brasil e foi para Lisboa.
que, como se vê, embora ressalte seu
Em seguida cessa a publicação de O Cruzeiro
trabalho, também omite seu nome, pouco
e José Rodrigues da Costa, que fazia parte
se saberia acerca das atividades deste
de
tipógrafo/editor que iniciou suas atividades
seu
corpo
tipográfico,
consegue
arrematar a sua tipografia. O fato de esta
na Paraíba na década de 30. Contudo, sua
52
tipografia imprimir o jornal paraibano
Tapuia e o Investigador, de se ter uma
Correio da Paraíba, ofereceu ao tipógrafo a
publicação periódica na província paraibana.
oportunidade de saber que eram raros e de
No seu programa inicial fica visível o
pouca
estabelecimentos
compromisso da revista com a promoção
tipográficos da província. Por isso, em 1834
da leitura na Paraíba, principalmente,
ele arremata a tipografia, que havia ido a
através da consciência demonstrada acerca
leilão, e se estabelece na Rua Direita, casa n
do papel da imprensa para a ilustração e
º 2.
civilização dos seus leitores, notadamente
qualidade
Também
é
os
conhecido
desempenhado
por
divulgação
publicação
e
suas
o
do jornalismo literário como se vê no texto
papel
oficinas
e
“oferecer em benefício da instrução e
documentos oficiais, entre os quais se
moralidade do povo, pois que é ele o mais
destacam os Relatórios de Presidentes de
fácil de por ao alcance de todos uma
Província, impressos em suas máquinas de
variedade de conhecimentos que aliás a
18 a 1866, quando a tipografia deixa de
poucos chegaria – o jornalismo literário,
pertencer a seus herdeiros, após a sua
representante do caráter, das idéias, do
morte. Entre os herdeiros, lideravam os
estado de um país, e indicador dos passos
trabalhos de administração e organização
dados na carreira do Progresso, tem-se
das empresas, as suas filhas Elysa dos Anjos
tornado
Rodrigues da Costa e Calecina Rodrigues da
civilização”.
Costa, a quem José Rodrigues havia
Esse desejo de divulgar a cultura e o saber
ensinado
da
literário na província justifica o fato de ter
tipografia. Aliás, foi sua filha Calecina quem
sido a sua tipografia a responsável pela
enfrentou, junto aos jornalistas Arthur
publicação do livro de poesias daquele que
Aquiles e Eugenio Toscano de Brito a fúria
foi considerado o primeiro poeta paraibano,
do governo Álvaro Machado, quando este
ou, para ser mais realista o primeiro a ter
invadiu e mandou quebrar a tipografia do
um livro de poesias editado, mesmo que
jornal O Paraibano, que lhe fazia oposição.
postumamente. Trata-se de Vida e poesia, de
Foi das suas oficinas que veio a público a
Francisco Xavier Monteiro da Franca,
revista Alva. Jornal literário, a primeira revista
publicado em 1854. Não se restringindo à
literária
Alva
poesia, de suas máquinas surgiram os livros
representou a terceira tentativa, depois de O
de Manoel Caetano Vellozo, Lições de
e
transmitido
paraibana.
das
abaixo citado:
na
as
Pioneira,
leis
artes
a
53
elemento
indispensável
da
Retórica, recopilada dos originais de J.
(1892) e
Ferreol
SFPB
Perrard,
e
Edme
Ponelle,
O Publicador (1862). Redatora:
preparadores dos aspirantes para a língua
Referências:
vernácula (1849); Instruções sanitárias populares
MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
Misericórdia. Apontamentos históricos. João
Pessoa: SEC, 1978.
para o caso de Cólera Morbus, de Antonio da
Cruz Cordeiro (1862); Joaquim Maria
Sobrinho Serra, Mosaico. Poesias traduzidas
COSTA, Silvestre – Diretor do The
(1865). Com a sua morte, cessam as
Parahyba Times
publicações de livros.
COSTA, Silvino Olavo Cândido Martins
Foram os seguintes os jornais publicados na
da – Ver OLAVO, Silvino.
Tipografia de José Rodrigues da Costa e na
COUTINHO, Odilon (Padre) – (* 1879,
de seus herdeiros, após a sua morte: Correio
Pilões-PB – + 1954, João Pessoa-PB).
Oficial Paraibano( 1848); Alva (1850); Jornal da
Sacerdote e jornalista.
Assembléia (1853); O Governista Paraibano.
Folha oficial, política e literária (1854); O
CRISTO REI, João de – (* 24.06.1900,
Paraibano. Periódico Literário, Noticiador e per
Areia-PB). Publica seus versos na gráfica do
accidens político (1855); A Época. Jornal
jornal O Rebate.
Noticioso e Literário (1857); O Imparcial. Jornal
Referência:
Político, Literário e Noticioso (1861); Diário da
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Paraíba.(1861); O Tipógrafo. Periódico Crítico e
Moderador (1876); A Opinião. Órgão do
Partido Liberal (1877); Eco Escolástico. Periódico
CUNHA,
Cientifico, Literário e Noticioso (1877); O Ensaio
Carneiro – (* 1860). A atuação de
Literário. Periódico Cientifico, Literário e Crônico
Ambrosina M. Carneiro da Cunha na poesia
(1880); O Liberal Paraibano. Órgão do
Paraibana do século passado está registrada
Partido Liberal (1880);
O Norte. Periódico
a partir do poema “Nas Margens do
Literário, Recreativo, Comercial e Noticioso
Capibaribe”, publicado no jornal liberal
(1882); O Eco Juvenil. Órgão Escolástico (1883);
Paraybano em dezembro de 1880. Com
O Independente (1887); Gazeta da Paraíba.
apenas vinte anos, Ambrosina já denota
Folha diária (1888); A Idéia. Órgão Instrutivo e
uma atitude salutar de feminismo, não só
Noticioso (1890); Estado da Paraíba (1893); O
por assumir sua vocação poética, como por
Paraibano. Diário Político, Literário e Noticioso
de ser uma das poucas mulheres a entrar,
54
Ambrosina
Magalhães
em 1881, na Faculdade de Medicina do Rio
Direção da Escola de Professores. Foi
de Janeiro. Seus poemas transitam entre
Fundadora da Cadeira de Metodologia e sua
“Romantismo e Simbolismo”. Desde último
primeira
estilo é o soneto “Noetívago”. “Já vai bem
considerada e admirada pela qualidade de
alta à noite. E sobre o lago manso /
professora, mas entretanto, foi rebaixada do
Finíssimo lençol de gaze cor de poeta / Vão
seu nível de ensino (caso inédito no país),
dois cisnes boiando um suave remanso /
de professora secundária passou a ser
Enquanto vai passando a doce serenata”.:
professora primária. Contribui com artigos
Apesar de uma participação dinâmica na
na Revista Era Nova, com artigos. Redator:
imprensa Ambrosina não publicou livro.
FS
Redator: FS
Referências:
Referências:
FREIRE, Carmem Coelho de Miranda.
História da Paraíba para uso Didático. João
Pessoa: A União, Cia Editora, 1987.
Revista Era Nova, Parahyba do Norte,
Imprensa Oficial, 1921/1926.
professora.
Era
bastante
Revista Era Nova, Parahyba do Norte
Revista Quinzenal Illustrada de 1921/1926.
A União, João Pessoa de 1930/1940.
A Imprensa, João Pessoa 1928/1940.
CUNHA, Olivina Olívia Carneiro da (*
SANTOS, Idelette Muzart dos. Dicionário
Literário da Paraíba. João Pessoa: A União,
1994.
26.05.1892, João Pessoa-PB – + 12.03.1977,
João Pessoa-PB). Filha do Sr. Silvino
CUNHA, Francisca de Ascenção – Era
Carneiro da Cunha, Barão do Abihay. No
filha do Sr. Firmino Cardoso da Cunha e da
ano de 1904 diplomou-se pela Escola
senhora
Cunha.
Normal Oficial da Paraíba. Desde cedo
Diplomou-se pela Escola Normal Oficial da
mostrou seu interesse pelo magistério
Paraíba, em 21 de março de 1914. Lecionou
dedicando-lhe grande parte de sua vida e
com
Engenho
mais tarde também as letras. Foi professora
Central, de 1914 a 1918. No Governo de
de português do Colégio Estadual e do
Camilo de Holanda, foi convidada para
Ginásio N. S. das Graças. A poeta
ensinar
polícia,
colaborou em vários jornais e revista da
posteriormente, foi nomeada por Camilo de
Paraíba. Na década de 30, juntamente com
Holanda, para lecionar no Grupo Tomaz
outras adeptas a emancipação feminina
Mindelo, depois foi nomeada para o Grupo
fundam a
Antônio Pessoa. Também foi nomeada para
Progresso Feminino, onde sua metade era
ensinar na Escola Modelo e depois para a
licenciar as mulheres em busca dos seus
Teonila
bastante
no
Camarão
eficiência
quartel
da
no
de
55
Associação Paraibana
Pelo
direitos como ser pensante e atuante na
profissionais de advogado com larga e
sociedade. No dia 06 de abril de 1938 entra
fecunda atuação no foro da capital. Por esse
para o quadro de sócios do Instituto
tempo já vinha exercendo intensa atividade
Histórico e Geográfico Paraibano. Das suas
jornalística como um dos mais dedicados
colaborações podemos destacar os jornais
batalhadores de A Imprensa que circulou de
A União e A Imprensa, na coluna Página
1857
Feminina, além da revista Era Nova,
Conservador. Mas além da sua atividade
Manaíra, entre outros.
forense, o que mais fascinava o jovem
Referências:
bacharel era a vida atuante do jornalismo a
SANTOS, Idelette Muzart dos. Dicionário
Literário da Paraíba. João Pessoa: A União,
1994.
que tanto se apegou no desejo de melhor
A
a
serviço
do
Partido
fazer circular A Imprensa, organizou com
outros correligionários o Jornal da Paraíba,
órgão partido Conservador, durante todo o
CUNHA, Silvino Elvídio Carneiro da ( *
Alhandra-PB).
1862
servir ao seu partido político. Depois de
http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/art
igo_ana_coutinho.htm;
31.08.1853,
a
período de sua circulação. Principal redator
história
de Jornal da Paraíba, que circulou de 1862 a
política da Paraíba teve nesse ilustre homem
1890.
público um dos seus pontos culminantes
Esse
jornal
foi
a
sua
maior
preocupação de político e homem de
pela atividade que exerceu como chefe e
imprensa e, como raríssimo, na Paraíba,
orientador do Partido Conservador, cuja
pode lembrar a dedicação e o sacrifício do
agremiação fora fundada com apoio no
seu dirigente. Viveu os últimos anos do
poderio de sua ilustre família. Filho do
Império entregue às suas atividades de chefe
comendador Manoel Florentino Carneiro da
do Partido Conservador, Inspetor da
Cunha e de Rita Maria da mota, nasceu esse
Alfândega e diretor do Jornal da Paraíba.
paraibano no Engenho Abiaí, município de
Redatora: SFPB.
Alhandra, a 31 de agosto de 1831. Tendo
iniciado os seus estudos com professor
Referências:
particular, contratado pelos seus pais, aos 15
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
anos, seguiu para Pernambuco onde fez o
curso preparatório indispensável ao seu
MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
misericórdia, 1978.
ingresso na Academia de Olinda. Dali
retornou à Paraíba, após titular-se em
Direito, para se dedicar as atividades
56
conhecido como jornalista polêmico e
D
combativo, defensor "das causas nobres".
Foi redator e diretor de A Imprensa, jornal
da diocese; fundador e primeiro Assistente
Eclesiástico da União dos moços católicos;
DANTAS,
Pedro
Bezerra.
organizador e primeiro assistente do Círculo
(Monsenhor) – (* 27.12.1883, Bananeiras-
Operário da Paraíba; Assistente Eclesiástico
PB – + 31.12.1979, João Pessoa-PB). Filho
da Juventude Feminina e da Liga Independente
de Manuel Bezerra Dantas e D. Emilia
Católica; Assistente Eclesiástico da Ação
Alves Bezerra Dantas. Iniciou os estudos na
Católica Arquidiocesana; fundador e diretor da
cidade natal, matriculando-se, depois, no
Escola Profissional Padre Anchieta; sócio
Seminário da Paraíba, sendo ordenado
efetivo do Instituto Histórico e Geográfico
padre a 10 de novembro de 1907. No ano
Paraibano.
seguinte, foi para a Itália e, em Roma,
Paraibana de Letras no dia 08 de agosto de
freqüentou
1948.
o
Anízio
Colégio
Pio
Latino
Americano, graduando-se em Filosofia e
Ingressou
na
Academia
Referência:
Teologia Dogmática, pela Universidade
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
1994.
Gregoriana, em 1910. Retornando ao Brasil,
foi nomeado Capelão da Igreja de Nossa
http://www2.aplpb.com.br/academicos/pe
droa.htm
Senhora de Lourdes, em João Pessoa, e, em
seguida, das igrejas Nossa Senhora das
D’OLIVEIRA, Severino Peryllo – (*
Mercês e do Sagrado Coração de Jesus,
04.12.1898, Araruna-PB – + 26.08.1930,
atual matriz de Cabedelo. Foi Vigário da
João Pessoa-PB). Filho de Almeno Peryllo
Catedral, atual Basílica de Nossa Senhora
de Oliveira e D. Josefa Maria de Oliveira.
das Neves; Cura da Sé; Diretor Espiritual
Era
do Seminário (1916/11917); e do Colégio
mulato.
Morreu
solteiro.
Nunca
freqüentou escolas. Aprendeu as primeiras
Pio X, em 1918. Lecionou Latim e Teologia
letras, enquanto trabalhava como caixeiro
Dogmática, no Seminário da Paraíba, até
de uma mercearia, sozinho e sem nenhuma
1945; lecionou nos Colégios Pio X, Liceu
orientação, o que não o impediu de
Paraibano e Escola Normal; foi o primeiro
transformar-se, mais tarde, no grande
diretor do Departamento de Educação do
jornalista, poeta e literato. Iniciou a vida
Estado, criado em 1935, pelo Governador
como ator, carreira que seguiu por mera
Argemiro de Figueiredo. Na imprensa, era
57
casualidade. Encontrava-se em Araruna um
expoentes
pequeno circo administrado pela atriz Irene
modernista na Paraíba. Publicou nessa
Concepitini; Peryllo sentindo-se atraído pela
revista seus primeiros versos e passou a
atriz, integrou-se ao grupo e seguiu a
assinar uma "crônica social" na coluna
caravana, Brasil afora. Apresentou-se como
Noticiário Elegante, depois, uma coluna
ator, nesta companhia, em quase todos os
Notas de Arte. Escreveu uma série de
Estados do Brasil, tornando-se famoso e
crônicas intituladas "Cidade dos Jardins",
requisitado por outras produtoras. Na
sob o pseudônimo de Paulo Danízio.
capital, em março de 1923, apresentou-se
assinando primeiramente uma página de
no teatro Santa Rosa, no papel principal da
crônica social, seção Noticiário e mais tarde
peça Água mole em pedra dura..., com muito
a coluna Notas de Arte. É autor do folhetim
sucesso. Deixando o palco, voltou ao seu
Desonesta, publicado também na revista Era
Estado natal, instalando-se na capital,
Nova, nos números 70 e 71. Compareceu
dedicando-se à literatura e ao jornalismo,
também às páginas da Revista Antropofágica
tornando-se conhecido como um dos
nº5, com um poema e na revista Festa.
maiores incentivadores do movimento de
Referências:
renovação literária do Brasil. Conjugou
D´Oliveira, Peryllo. Desonesta. Era Nova,
novembro de 1924, n. 70 e 71.
socialismo com poesia. Em 1952, exercia
do
movimento
literário
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
funções burocráticas na Secretaria Geral do
Estado e, a convite do poeta Silvino Olavo,
integrou-se à redação de O Jornal, órgão
recém-criado. Colaborou, também, em A
União e foi redator da Revista Era Nova,
quando se tornou conhecido e um dos
58
pai, embora este quisesse ver seu filho
F
formado em medicina.
A sua carreira jornalística iniciou-se no fim
do século XIX, no Rio de Janeiro, no jornal
O Debate. Mas até chegar a ser jornalista,
FALCÃO, Américo Augusto de Souza
Carlos D. Fernandes percorreu um caminho
(*11.02.1880, Lucena-PB - + 09.04.1942, J.
difícil. Primeiramente, iniciou os estudou de
Pessoa-PB) Poeta e jornalista. Em 1908,
Farmácia no Recife, mas não concluiu por
após concluir o curso de direito em Recife,
Américo Falcão volta a João Pessoa
não ter tido mais o auxílio financeiro do seu
e
tio que havia morrido.
ocupa o cargo de redator de A União.
Com a interrupção dos estudos no Recife,
Referência:
decidiu ir para o Rio de Janeiro, onde
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
exerceu diversas profissões para sobreviver.
Lá trabalhou no jornal carioca, O Debate,
FERNANDES, Carlos Dias Augusto
estando sob a influência do movimento
Furtado de Mendonça – (* 20.09.1874,
simbolista que circundou o seu discurso
Mamanguape-PB - + 09.12.1942, Rio de
poético. Mas, a grande influência que teve,
Janeiro-RJ). Filho do médico Nepomuceno
veio do poeta catarinense Cruz e Sousa,
Dias Fernandes e de D. Maria Augusta
com quem manteve laços estreitos de
Saboia Dias Fernandes. O Dr. Dias
amizade. Nesse período em que viveu no
Fernandes nasceu no Recife, formou-se na
Rio, atuou em diversos periódicos, tais
Universidade de Coimbra e falava francês.
como Jornal do Comércio, Imprensa, de Rui
A proximidade com a língua francesa pode
Barbosa, A Gazeta da Tarde, de Gastão
ser um dos motivos que tenha conduzido o
Bousquet, A cidade do Rio, de José do
médico a ser tornar um leitor de Racine e
Patrocínio. Ao lado de Saturnino Meirelles,
Rousseau. Já D. Maria, nascida no Ceará, foi
Maurício Jubim, Tibúrcio de Freitas e
dona de casa, produziu doces para serem
Elysio de Carvalho, Carlos D. Fernandes
vendidos e conciliou os seus afazeres com a
fundou as revistas Meridional (exercendo a
instrução de Carlos Dias Fernandes, sendo a
função de secretário) e Rosa Cruz.
sua primeira mestra. O seu interesse pelas
Por volta do ano de 1901, quando residiu
Letras se evidencia pela influência de seu
no Pará, escreveu diversos artigos na Gazeta
59
de Belém e, entre estes, publicou Traços a esmo
Embora o romance trate do adultério, ele
utilizando o pseudônimo de Jayme Aroldo.
pode se configurar como a primeira
Em A Província do Pará, ocupou o cargo de
aproximação de Carlos D. Fernandes com a
redator e diretor. No tempo em que morou
temática da educação que, anos mais tarde,
no Recife, trabalhou no Jornal do Recife, e se
a pedido do governador do estado da
formou, em 1912, Bacharel em Direito pela
Paraíba, produziu um livro didático Escola
Faculdade do Recife. Também atuou como
Pitoresca.
secretário na redação do Pernambuco, do
Em João Pessoa, no ano de 1913, a convite
professor Henrique Milet.
do seu amigo de infância, o governador
Da época em que viveu em Recife, publicou
Castro Pinto, dirigiu o jornal A União,
o romance A Renegada (1908), sendo alvo de
imprensa oficial do estado da Paraíba,
grande repulsa, em Pernambuco, Paraíba e
fundado em 1891. Manteve-se por lá por
no resto do Brasil, tendo em vista o caráter
sucessivas gestões, sendo demitido no ano
obsceno de algumas passagens da obra.
de 1926. Nesse interstício, produziu uma
Esse romance é de caráter realista, cujo
obra
tema é o adultério que leva a morte da
romances, discursos, poesias, monografia e
heroína por não se adequar na sociedade em
livro didático. Isso lhe possibilitou estar
que vive. Mas, nas primeiras páginas iniciais
cercado
da obra, Carlos D. Fernandes transita pela
exercendo uma intensa liderança intelectual
área da educação. A narração da história é
na Paraíba, tanto como articulista, polemista
feita
e crítico literário.
por
uma
personagem
feminina
extensiva
por
e
variada,
grupos
de
abarcando
intelectuais,
chamada Helena que, no período de
O livro publicado no período em que esteve
transição
a
na direção do periódico, Escola Pitoresca, sob
adolescência, foi para um colégio interno
encomenda do governandor Camillo de
junto com a sua irmã (Eulália) após a morte
Hollanda, em 1918, para ser adotado nas
da mãe. Do momento em que viveu nesse
escolas de primeiras letras na Paraíba,
colégio, Helena narra a sua relação com a
aborda o civismo, através de diversos
leitura, com a diretora e professora Emília
gêneros narrativos, tais como contos, hinos,
Campos – o que marca o caráter obsceno –,
fábulas, poesias, narrativas históricas e
com os demais professores e com as formas
canções, sendo destinado aos meninos
de ensino deles.
brasileiros. A temática do civismo foi
da
sua
infância
para
preponderante
60
nos
livros
didáticos
brasileiros a partir da República, por a
história. A estratégia de fazer circular pelas
educação ter tido a função de propagar os
primeiras páginas do jornal as notícias sobre
ideais desse regime de governo. Valendo-se
Escola Pitoresca possibilitaria colocar Carlos
da sua função no jornal, ele fez circular
D. Fernandes entre um filão da indústria do
notas a respeito de Escola Pitoresca, antes
livro didático bastante importante à época
mesmo de o livro ser aceito pelo Conselho
dos autores de sucesso de livro didático,
Superior de Instrução da Paraíba e de ser
evidenciando que ele cumpriu o protocolo
publicado. Essa divulgação configurou-se
para
como uma estratégia de autopromoção,
homem de letras e se deslocou para o Rio
como autor de livro didático, o que lhe
de Janeiro, considerado o local das decisões
conferiria status, pois tal produção o
políticas e o centro cultural do país, para dar
colocaria ao lado dos autores consagrados
visibilidade ao seu livro.
como Olavo Bilac, Coelho Neto, Manoel
A diversidade nas produções de Carlos D.
Bomfim, João Köpke, Fausto Barreto e
Fernandes,
Carlos Laet, os quais produziram livros
determinado gênero, evidencia que ele
didáticos que circularam por todo o país.
estava interessado na fama que as Letras
No que se refere ao processo de editoração
poderiam lhe trazer, assim como está
de Escola Pitoresca, A União testemunhou
explícito nas notas e notícias do jornal A
esse processo, informando passo a passo da
União a respeito da sua produção didática.
ida e da estadia de Carlos D. Fernandes no
Dentre essas produções do autor, destaca-se
Rio de Janeiro para a publicação desse livro.
Os Cangaceiros, cujo romance foi escrito em
Do dia da sua partida, passando pela
folhetim – forma seriada de prosa de ficção
recepção da sua obra pelos jornais cariocas,
ou romance, publicada em periódicos,
das impressões e opiniões dos periódicos
jornais e revistas – para O jornal Pequeno do
nacionais, até o seu regresso, A União
Recife, do dia 29 de setembro até o dia 12
manteve
informados,
de novembro de 1908. No ano de 1913,
transformando as pequenas notícias em
esse romance tornou a ser publicado em
grandes manchetes. Pode-se fazer uma
folhetim em A União da Paraíba, do dia 26
analogia com o folhetim comumente
de fevereiro a 19 de março de 1913. Tal
publicado em jornal, que a cada dia é
romance foi assinado sob o pseudônimo
publicado um trecho, deixando o leitor
Jayme Aroldo em ambos os periódicos.
curioso para acompanhar o desenrolar da
Depois de alguns anos foi editada em livro,
seus
leitores
61
essa
consagração:
não
se
era
jornalista,
fixando
num
em 1914 e 1922, e também como folhetim
Brasiliensis (1913); O Rio Grande do Norte
em O País do Rio de Janeiro (s/d), dirigido
(1914); Proteção aos Animais (1914); Noção de
por Alves de Souza.
Pátria (1914); A Walfredeida (1915); A Defesa
periódico
Nacional (1916); Rui Barbosa (1918); Escola
paraibano, A União, em 1926, sob o
Pitoresca (1918); Discurso (1918); Monografia de
governo de João Suassuna, mudou-se
Epitácio Pessoa (1919); Políticos do Norte III
definitivamente para o Rio de Janeiro, com
(1919); De “Rapaizinho” a Imperador (1920);
poucos recursos, onde atuou em alguns
Mirian (1920); Tobias (1921); Livro das Parcas
jornais, a exemplo O País e Gazeta de
(1921); A Cultura Clássica (1921); O Algoz de
Notícias. Em torno de 30 anos se passaram
Branca Dias (1922); A Cultura Física (1923);
desde a última vez que trabalhou nos
Terra da Promissão (1923); Feminismo (1923);
periódicos cariocas, os quais não eram mais
Infância Proletária (1924); A Fazenda e o
os mesmos. A tecnologia dos equipamentos
Campo (1925); A Vindita (1931); Fretana
jornalísticos
(1936); Rezas Cristãs (1937); Gesta Brasílica
Após
a
sua
demissão
e
os
no
amigos
não
permaneceram como antes, de modo que a
(1938); Gesta Nostra (1942). Redatora: FSe
ausência lhe custou o seu apagamento no
Referências:
circuito literário da época. Exemplo disso
ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS.
Carlos D. Fernandes (cadeira 32). Discurso de
Posse e Recepção pronunciados pelos drs.
Ernani Satyro e Ivan Bichara, em solenidade
de 3 de agosto de 1963. Paraíba: A União
editora, 1964.
foi quando escreveu e publicou Fretana e
Vindicta, cujas obras não provocaram
repercussões. Viveu nessa cidade até a sua
morte.
AMADO, Gilberto. Minha formação no Recife.
2ª ed. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio
Editora, 1958.
No período em que trabalhou nos jornais
durante toda a sua vida, Carlos D.
BARBOSA FILHO, Hildeberto. Arrecifes e
Lajedos. Breve itinerário da Poesia na
Paraíba. João Pessoa. Ed. UFPB, 2001.
Fernandes publicou 459 artigos em jornais e
revistas. Ele também escreveu 40 livros de
CÂNDIDO, Gemy. História Crítica da
Literatura Paraibana. João Pessoa. SEC,
1983.
diversos gêneros, entre eles estão Palma de
Acantos (1901); Solaus (1902); In Memoriam
MARIZ, Celso. Cidades e Homens. Campina
Grande: Grafset, 1985.
(s/d); Políticos do Norte I (1906); Políticos do
Norte II (1906); Vanitas Vanitatum (1906);
______. Figuras e fatos. In: ______. Carlos
D. Fernandes no Recife. João Pessoa: União
Cia Editora, 1976.
Torre de Babel (1907); Canção de Vesta (1908);
Álbum do Estado do Pará (1908); A Renegada
(1908); Os Cangaceiros (1908); A Hevea
62
MARTINS,
Eduardo.
Carlos
Dias
Fernandes – Notícia bibliográfica. João
Pessoa: A União, 1976.
jornalista paraibano do início do século
ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de
Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro.
Livraria Editora Cátedra. 1984.
portugueses, que governaram as províncias
XIX, era descendente de antigos militares
da Paraíba e do Ceará no século XVIII. Sua
relação com os revolucionários de 1817,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa. A
União/Conselho Estadual de Cultura, 1994.
quando ouvia em sua casa as reuniões
caracterizadas por segredos e conspirações.
SENA, Fabiana. A Paraíba na trilha da
tradição: o livro de leitura Escola Pitoresca. In:
______. A tradição da civilidade nos livros de
leituras no Império e na Primeira República. Tese
de doutorado. Universidade Federal da
Paraíba, 2008.
Sua condição de filho bastardo o levou a
viver com a mãe, uma índia, na Paraíba e
com o pai, no Recife. Porém, o período que
compreende de 1817 a 1821, morou na
Paraíba, já que os Borges da Fonseca
FIGUEIREDO, Maximiniano de – (*
estavam sob a mira da polícia lusa. Durante
1867, João Pessoa-PB – + 1918, Rio de
a Confederação do Equador, aos dezoito
Janeiro-RJ). Diretor de O País, jornal
anos foi para o Recife e se matriculou no
carioca.
Liceu Pernambucano, onde entrou em
FILGUEIRAS, Caetano Alves de Sousa
contato com vários jornalistas e intelectuais
–
da época.
(*
12.06.1830,
Salvador-BA
–
+
28.07.1882, Paraíba). Poeta, romancista,
teatrólogo,
Colaborador
jornalista
dos
e
jornais
Borges aprendeu a ler e a falar francês e
advogado.
sofreu influência decisiva de O Contrato
cariocas
Social, de Rousseau, citado como epígrafe do
Constitucional e Diário do Rio De Janeiro,
seu famoso jornal O Repúblico, “Povos livres,
tornou-se, de 1848 a 1849, redator de O
lembrai-vos dessa máxima. A liberdade
Tapúia, na Paraíba. Uma de suas obras,
pode-se adquirir, mas, depois de perdida
Adelaide Sargaus, foi publicada no Jornal Da
não se pode recobrar”. A tal ponto era
Família, do Rio de Janeiro de 1869 a 1870.
devotado ao ensaio, que o
jornal
O
Referência:
Azorrague, em 1845, o criticaria sugerindo
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A
União – 1994.
ser seu ponto de vista equivocado tal qual o
do livro de Rousseau: “Não vês nunca
estudastes um sistema, e que tua ignorância
FONSECA, Antônio Borges da – (*
a respeito da ciência social é tal que teus
07.04.1808, João Pessoa-PB – + 09.04.1872,
Nazaré da Mata-PE). O mais conhecido
63
ensinamentos a esse respeito se cifram aos
que dão-lhe popularidade, contribuem para
erros do Contrato Social?”
sua detenção e processo por “abuso de
Sua militância política tem início em 1824,
liberdade de imprensa”. Foi demitido e
quando observa a repressão imputada por
conduzido à Fortaleza de Cinco Pontas, no
D. Pedro I aos revoltosos da Confederação
Recife.
do Equador. Desde esse tempo passou a
Em liberdade, fundará, em 24 de abril de
associar o governo português e a monarquia
1829, um novo periódico, o Abelha
como inimigos do povo. Esse espírito o
pernambucana, ao que se acredita, com o
levou a participar de várias sociedades
apoio Jardineira ou Carpinteiros de S. José. O
iniciáticas, entre elas a sociedade secreta
jornal travou várias contendas, como era
Jardineira ou Carpinteiros de S. José, agremiação
típico da época, com outros jornais,
maçônica que contrapunha àquela chamada
principalmente, O Cruzeiro e O Amigo do
de Colunas do Trono, criada pelos partidários
Povo, que defendiam idéias absolutistas. O
de D. Pedro I, cujo objetivo era o
conteúdo alegórico inscrito no nome
restabelecimento do absolutismo no Brasil.
compara o seu redator às abelhas que
Borges da Fonseca foi indicado para criá-la
extraem todo o conteúdo venenoso, que,
junto
na
quando adoçadas ganham conteúdo justo.
Paraíba. Nessa época é convocado pelo
Mas, o mesmo jornalista que estabelece essa
grupo para “levantar” a Paraíba, missão que
relação não se isenta de afirmar o caráter de
assume sem muita reflexão. Lá, ele passa a
o seu redator apresentar “doutrina de
ocupar o lugar de professor lente de
animal ferrão”. Em 31 de agosto de 1830, o
primeiras letras, na Cidade Alta, bairro da
periódico é fechado e Borges da Fonseca, a
capital.
pedido dos companheiros do Partido
Aos 20 anos, em 1828, Borges começou sua
Liberal, vai para o Rio de Janeiro, onde,
carreira no mundo jornalístico à frente
através
Gazeta Paraibana o segundo
conhecido em todo o país, passa a travar
com
outros
companheiros,
periódico
do
periódico
que
o
tornará
paraibano, que saía duas vezes por semana,
uma batalha ferrenha com D. Pedro I.
dedicado aos princípios republicanos. Este
Em 22 de outubro de 1830, no Rio de
era o primeiro periódico dos 25 que ele
Janeiro, saiu o primeiro número de O
fundaria até 1869. O teor dos artigos,
Repúblico,
apontando corrupção, denunciando crimes,
conhecido o jornalista paraibano. Na
revelando negociatas, ao mesmo tempo em
apresentação do periódico, Borges da
64
epíteto
com
o
qual
ficou
Fonseca
assim
justifica
o
título:
“a
província paraibana. Deixa a Corte em
significação simples e natural da palavra –
1832.
Repúblico – suficientemente mostra que eu
Ao chegar à Paraíba, Borges da Fonseca
só desejo o bem público”.
provará do mesmo veneno que disseminou,
Em O Repúblico, ao contrário de outros
ao ser denunciado
jornais oposicionistas, como A Aurora e a
relapso pelo redator do jornal republicano,
Astréia que mantinham uma linha polida e
O Raio da Verdade, José Freire, contra o qual
equilibrada em suas críticas, observava-se
o jornalista moveu um processo por calúnia
claramente o caráter sublevador, que não
e injúria. O juiz julga improcedente a ação e
encobria planos de agitação popular. Por
aceita a acusação de preguiçoso, o que leva
isso, D. Pedro reconhecia o periódico como
o jornalista paraibano a interpor um recurso
inimigo dele e do regime monárquico. A sua
de agravo junto ao Supremo Tribunal de
participação
Relação do Distrito, localizado no Recife.
nesse
jornal
granjeou-lhe
como funcionário
prestígio dinheiro. Resolve casar-se com
A sua disposição para criar inimigos parecia
Maria da Conceição, com quem teve seis
ser uma disposição mais de ordem pessoal
filhos. Nessa época, é acusado de traidor e
do que política. Em pouco tempo na
de
província,
vendido
a
certos
comerciantes
criou
animosidades
com
a
portugueses, que em troca teriam mobiliado
oposição e o governo, que pagava seu
a sua casa com “mobília de conto de réis”.
salário. Em meio aos ataques, torna-se
Tomado por inimigo por Evaristo da Veiga,
vereador,
que
monarquia
funcionários e praças. Em seguida é
constitucional e a combater com o seu
demitido, mas alcança a primeira suplência
Aurora Fluminense os órgãos conservadores e
de deputado à Assembléia Geral do
monarquistas, bem como os republicanos
Império. Vale salientar que manteve durante
que, no caso de Borges, transformou-se em
parte do ano de 1832 a circulação de O
aliado do governo da Regência. Conciliado
Repúblico na Paraíba, impresso na Tipografia
com o governo, que temia pelo seu poder
Municipal, e no exemplar do dia 15 de
frente à população, é-lhe oferecido o
novembro de 1832, prometera dali por
emprego de Secretário do governo da
diante jamais aceitar qualquer emprego
Paraíba,
princípios
público, uma vez que sua pena era
monárquicos, representante da Regência na
suficiente para sustentá-lo. Esse fato assume
passa
a
defender
defensor
dos
a
com
apoio
dos
artesãos,
repercussão nacional e os jornais da Corte,
65
reproduzindo, como era próprio à época, as
Não é conhecida a causa que motivou a
matérias dos periódicos pernambucanos,
mudança de Borges da Fonseca para Nazaré
aproveitam a oportunidade para reiterar as
da Mata, onde funda, juntamente com o
críticas ao jornalista paraibano, acusando-o
Padre Luiz Inácio de Andrade Lima, o
de traidor e vendido.
Nazareno (1843 a 1848), localizado junto à
Em 1833, é acusado de uma tentativa de
Igreja Matriz, onde morava o jornalista
assassinato contra seu antigo desafeto, o
junto à tipografia. Além das atividades
editor de O Raio da Verdade, o jornalista José
jornalísticas, ele também prestava serviços
Freire. Mais uma vez, os jornais cariocas
como rábula, prática comum à época. No
irão aproveitar a oportunidade para agora
ano de 1843 funda a Sociedade Tipográfica
acusá-lo
Nazarena,
de
assassino.
Depois
de
associação
pertencente
aos
incompatibilizar com os governadores de
Vigilantes, sociedade que se opunha aos
província, Borges da Fonseca volta à Corte
praieiros. Depois de uma cisão, Borges da
fugido da acusação de assassinato. Lá
Fonseca é obrigado a sair de Nazaré, fugido,
participa da Sociedade Defensora da Liberdade e
com o transporte das máquinas feito à
Independência Nacional e passa fazer parte dos
noite, na surdina, sendo levadas em lombo
inimigos da Regência.
de burro, pois havia várias emboscadas
armadas pelos inimigos.
Em 1834, teve seu assento negado na
Câmara dos Deputados como suplente da
Em 20 de agosto de 1843, publica o
Paraíba. Até 1841 vive uma vida de nômade
Nazareno na cidade do Recife. Tão logo
dividida entre Pernambuco e a Corte. Nesse
assume o governo praieiro, em 1845,
ano, fixa-se em Recife, onde em 20 de
representado pelo presidente de província o
novembro começa a publicar o jornal
baiano Antonio Pinto Chichorro da Gama,
Correio do Norte (1841 a 1842). Durante a
Borges da Fonseca dá início a uma série de
existência do periódico, Borges atacou o
ataques,
governo de Araújo Lima, defendendo idéias
monarquistas e o jornalista republicano. Em
republicanas e federalistas. Em alguns
1844,
números observa-se, em seus artigos, a
utilizando uma linguagem virulenta, que lhe
defesa de idéias nitidamente separatistas,
custa novo processo por “delito de
pelas quais é acusado pelos “praieiros” e
imprensa”, sendo absolvido pelo júri. Cinco
pregar a desmembração do Império.
dias após o julgamento, sofre um atentado
já
funda
que
o
os
praieiros
Verdadeiro
eram
Regenerador,
armado pela polícia. Será o segundo que
66
sofreu dos praieiros, tendo o primeiro
atenção. Entre várias versões, a de que teria
ocorrido na estrada de Nazaré para o
conclamado o povo a queimar as lojas dos
Recife. Não é de admirar que sua morte seja
comerciantes portugueses. Em 27 de junho
desejada por muitos. Em 04 de outubro de
é transferido da Cadeia para a corveta de
1844 ele escreve um libelo a favor da
guerra, Eutrepe.
“abolição completa de todas as servidões”.
Em novembro de 1848, explode em
Um dos motivos para a interrupção de O
Pernambuco mais uma luta entre os liberais
Nazareno foi a prisão de Borges da Fonseca
e os conservadores: a revolução praieira.
em agosto de 1847 a março de 1848. Ele foi
Com
julgado e condenado a oito anos de prisão
Cavalcanti e Rego Barros e a recusa dos
pela acusação de usar expressões insultantes
comerciantes em empregar brasileiros, em
contra o Imperador. A cadeia ficava
dezembro de 1847 e junho de 1848 a
próxima à ponte do Recife, onde estavam
população saiu às ruas do Recife saqueando
os arcos de Santo Antonio e da Conceição.
armazéns
Na prisão, escreve um documento a favor
portugueses.
da nacionalização do comércio, que teve
envolvidos agricultores, políticos, militares,
ampla repercussão na cidade e logo
profissionais
conseguiu
de
comerciantes. Borges estava preso no
assinaturas. Ao sair da prisão, Borges ataca
Recife quando houve a investida de junho.
tanto um partido como o outro e se ocupa
Foi assim chamada porque o Diário Novo,
em falar da nacionalização do comércio.
jornal que apoiava os liberais, situava-se à
Depois, volta às origens no partido liberal.
rua da Praia, em Recife. A base do Diário se
Borges fica na Cadeia Pública até abril de
tornou a sede do partido e nela se destacou
1848, quando é transferido para a Fortaleza
o grupo radical "Cinco Mil", liderado por
do Brum. Enquanto estava preso, ele usava
Borges,
os filhos como mensageiros e publicava
independente
artigos em jornais locais, que insuflava o
combatendo-os, ora apoiando-os quando
povo e rebelava-se contra a sua prisão. Em
haviam objetivos coincidentes.
4 de maio volta à Cadeia Pública, que
A revolta
oferecia melhores condições. Da varanda da
nomeado para a presidência da província o
cadeia,
se
conservador Herculano Ferreira Pena, que
manifestado ao povo, que o ouvia com
ocupou o lugar de Antônio Chichorro da
a
Borges
adesão
da
de
milhares
Fonseca
teria
67
o
monopólio
e
exercido
espancando
Nesta
e
matando
briga
estavam
liberais,
que
escravos
consistiu
dos
pelos
um
praieiros,
e
grupo
ora
tomou forma quando foi
Gama. Chichorro era aliado dos praieiros e
trabalho criando o bem estar, a supressão
com seu apoio, o Partido da Praia chegou
dos conflitos de homem a homem e de
ao poder e desalojou os conservadores do
nação a nação – o fim da expliração (sic)
clã Rego Barros. A maior contribuição de
inumana – a abolição da lei de morte e da lei
Borges nesta revolução foi o "Manifesto ao
de vida”. O periódico, contudo, não tem a
Mundo", onde ele reivindicava dentre
mesma repercussão e a postura ambígua de
outros, uma reforma na Constituição e a
Borges da Fonseca, ora criticava, ora
nacionalização do comércio, coisas pelas
referenciava o Imperador, impôs o fim de O
quais ele lutava há muito tempo. Em 2 de
Repúblico em 15 de dezembro do mesmo
fevereiro de 1849, quando os praieiros
ano. No dia 25, ele volta para a Paraíba com
atacaram o Recife, Borges entrou no bairro
toda a família.
Santo Antônio, passando por artilharia
Ao voltar para Paraíba, dedicou-se à família
pesada de 400 homens em guerra, subiu
e tentou novamente uma vaga no Senado e
num chafariz e proclamou a força do
na
Governo. Ele saiu ileso do tiroteio.
dificuldade. Sem sucesso algum, orientou
Borges foi preso, e em agosto de 1849 foi
no Rio de Janeiro a publicação do pasquim
julgado e condenado. Cumpriu pena em
A Matraca, lançou na Paraíba o Prometeu e
Fernando de Noronha e ilha da Rata. Em
transcreveu do Correio da Tarde, do Rio de
Julho de 1852, todos os praieiros recebem
Janeiro, o manifesto "Ao País", publicado
indulto do Imperador, com exceção de
depois no Diário de Pernambuco. Em fins de
Borges da Fonseca, que tem que apelar ao
janeiro e início de fevereiro de 1856 contrai
Imperador. Em 11 de agosto o Ministro da
cólera-morbus,
Justiça, defere o seu pedido. Passara três
quando visitava a sua filha.
anos e cinco meses confinado na Ilha.
Em novembro de 1857 embarca para a
Ao sair da cadeia publica um artigo no
Europa a fim de realizar um sonho antigo: o
Revolução de Novembro, jornal que viria a
de se tornar Bacharel em Direito. Passou
dirigir no Recife, no período de agosto de
maior parte do tempo na França, de onde
1852 a março de 1853. Nesse ano, Borges
enviou uma série de cartas que foram
da Fonseca deixa a família e vai ao Rio de
publicadas no jornal O Povo. Na Alemanha,
Janeiro, onde restaura O Repúblico, em 01 de
entre junho e julho de 1858 ele consegue
julho de 1853, com a epígrafe: “A república
adquirir o certificado de Doutor em Direito.
é a união, a unidade, a harmonia, a luz, o
O embuste era visível: o jornalista não sabia
68
Câmara.
Sobrevivia
em
com
Campina
muita
Grande,
alemão e nunca cursara a Universidade de
FREIRE, Antônio – Jornalista.
Rostok, que lhe conferira o título. O evento
FREIRE,
foi um prato cheio para que seus inimigos
21.08.1882,
publicassem várias matérias aludindo à
30.03.1947). Pseudônimos: Mário Dalva,
compra do título.
Dasilva Campos e Gil Mac Dada. Era filho
Ao retornar ao Brasil em 1859, abriu um
do casal Flávio da Silva Freire e D. Ana Leal
escritório
Afonso
Freire e neto do Barão de Mamanguape.
Albuquerque Melo. No mês de novembro,
Jornalista, poeta, filósofo, político, membro
o Imperador visita Recife, ocasião em que
fundador
se declara “monarquista pessoal, pois com
Imprensa e do Instituto Histórico e
Pedro II seria possível alcançar as reformas
Geográfico Paraibano e da Sociedade de
por que se batia”. Em 1860, publicou no
Geografia do Rio de Janeiro. Ingressou na
Diário de Pernambuco mais um manifesto, que
Academia Paraibana de Letras, em 14 de
além de moderado, era monarquista e
setembro de 1941, tendo sido um dos dez
defendia a "causa da humanidade, do povo
fundadores da APL, quando faleceu exercia
e do rei". Nem assim conseguira disputar
a Vice-Presidência da Casa. O padre
uma cadeira a deputado pela Paraíba ou
Mathias Freire era alegre. Às vezes, recebia
Pernambuco.
censuras da sociedade conservadora pelo
de
advocacia
com
Mathias,
Cônego
Mamanguape-PB
da
Academia
–
–
Paraibana
(*
+
de
seu comportamento liberal e moderno:
Os últimos anos de vida, passou-os entre
fumava em público, em seus poemas
Campina Grande e Recife. Era já uma figura
exaltava o amor, o belo e a natureza. Todas
mitológica, amada e odiada, um personagem
as manhãs, era visto na Catedral cumprindo
de projeção nacional, admirado e temido.
o sagrado exercício do sacerdócio. Não
Morre em Nazaré, em 1872. Seu velório é
deixou livros publicados, a sua produção
organizado pelos republicanos e “seu
encontra-se em publicações dos jornais da
cadáver é colocado em pé, na porta da casa,
época e nas Revistas da APL. Ingressou no
com a mão estendida para receber os
cumprimentos
da
última
Seminário Diocesano da Paraíba aos doze
despedida”.
anos e foi ordenado padre na Capela do
Redatora: SFPB
Palácio Arquiepiscopal do Recife, pelo
Referências:
bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda
SANTOS, Mário Marcio de A. Santos. Um
homem contra o Império. João Pessoa: A União,
1994.
Henriques, em 24 de fevereiro de 1905.
Inicia sua vida paroquial em Guarabira,
69
ampliando a sua ação também para a vida
política, ao combater os desmandos dos
poderosos. Atuou como professor da
cadeira de Geografia do Liceu Paraibano,
que também dirigiu por vários anos.
Também lecionou no Pio X e Escola Normal.
Além de professor, era poliglota. Foi
deputado em duas legislaturas e chegou a
presidente da Assembléia. Apoiou João
Pessoa na revolução de 30. Foi colaborador
assíduo de A União e dirigiu os jornais A
Imprensa e Correio da Manhã, publicando,
nessa fase, suas famosas Cartas Aerolíticas
(1931-1933).
Referências:
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa:
A União, 1994.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/m
athiasf.htm
70
Cordeiro, José Ferreira de Novaes e
G
Benjamim Franklin d´Oliveira e Mello.
Redatora: SFPB
Referência:
MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
misericórdia, 1978.
GAMA E MELLO, Antônio Alfredo da –
Ver MELLO, Antonio Alfredo da Gama
GUEDES, Lylia – (* 14.11.1900, Nova
–
Cruz-RN). Desde os três meses, residiu
Fundou o jornal Imprensa do Sertão, de Sousa,
nesta Capital. Foram seus pais Terencio
em 1911. Em14 de março de 1914, fundou
Guedes e Maria Amélia Guedes, com os
em Patos A Voz do Sertão.
quais estudou as primeiras letras. Iniciou os
GAMBARRA,
Genésio
Gomes
estudos secundários no curso de Francisca
GALVÃO, Enéas de Arrochelas –
(*
Moura, nesta Capital, tendo prestado os
24.10.1853, Santa Rita-PB – + 05.09.1926,
exames no Liceu Paraibano nos anos de
Rio de Janeiro-RJ). Filho do Major Cipriano
1916 e 1917. Em março de 1918,
de Arrochelas Galvão e de Maria da
matriculou-se na Faculdade de Direito do
Conceição da Fonseca Galvão, nasceu no
Recife, onde colou grau de bacharel em
engenho Munguengue, município de Santa
Ciências Jurídicas e Sociais, no dia 16 de
Rita, na Paraíba. Formou-se em direito pela
dezembro de 1922. Ainda acadêmica, foi
faculdade de Recife no ano de 1873. Iniciou
designada para auxiliar na cadeira de
sua vida pública como Promotor de Justiça
Português da extinta Escola Normal, cargo
na comarca de Bananeiras, nomeado a 9 de
que desempenho nos anos letivos de 1919 e
janeiro de 1875, permanecendo no exercício
1920. No mesmo ano estabelecimento,
daquelas funções até 17 de novembro do
ensinou também nas cadeiras de Geografia
mesmo ano, quando foi nomeado lente de
e História da Civilização. Ocupou, seis
retórica e poética do Liceu Paraibano. Foi
vezes, a tribuna do júri desta Capital,
deputado provincial durante a legislatura de
obtendo quatro absolvições. É inscrita na
1878-1879. Como jornalista, fez parte do
Ordem
corpo redacional de O Publicador, jornal de
fundadora da Associação Paraibana Pelo
propriedade de J. R. da Costa, publicado na
Progresso Feminino. Exerceu o cargo de
Tipografia de J.R. da Costa, situada à rua
professora auxiliar da cadeira de Geografia
Direita, nº 20, junto a Lindolfo José Correa
do Liceu Paraibano. No dia 09 de julho de
das Neves, redator chefe, Antonio da Cruz
71
dos
Advogados.
Foi
sócia
1939, entrou para o quadro social do
GUIMARÃES
Instituto Histórico Geográfico Paraibano
Pessoa. (* 1897, Bananeiras-PB, – + 1952,
(IHGP). Tendo feito um discurso sobre
Rio de Janeiro-RJ). Diretor da revista Era
Maciel Pinheiro, Democrata e Republicano.
Nova e dos jornais A União e O Liberal. Foi
No período de 1956/59, assumiu o cargo de
também um dos primeiros redatores do
Bibliotecária e entre o período de 1959/62
jornal O Norte, ao lado de Abel da Silva,
assumiu a Comissão de Admissão de
Inojosa Varejão, Enéias Leite e José
Sócios, bem como o período de 1965/75,
Porfírio. Formado em Direito, publica
participou da Comissão de Conta desta
algumas obras forenses.
Instituição.
Referência:
Tem
publicados.
livros
Preparou
um
de
versos
método
de
de ficção e outro sobre assunto de
http://jornal.onorteonline.com.br/doming
o/80anos/
atualidades. Além de contribuir com a
Coluna intitulada Página Feminina dos
jornais A União e A Imprensa. Os jornais
fazem menção constante com Advogada no
Fórum da capital, sendo a primeira mulher
na Paraíba a fazer parte da Ordem dos
Advogados do Brasil – OAB, como
Proferiu
palestra
sobre
Sinésio
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Taquigrafia, inteiramente original, um livro
secretária.
SOBRINHO,
o
Bicentenário de D. João VI, entre 1965/75.
Faleceu entre o período 1965/75. Redator:
FS
Referências:
ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de
Fatos e Vultos da Paraíba Rio de Janeiro:
Cátedra, 1984.
GUIMARÃES, Luis Hugo. História do
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. João
Pessoa: EDUFPB, 1998.
A União, João Pessoa de 1930/1945.
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940.
72
idade de noventa e quatro anos, sucumbiu,
H
ontem, nesta cidade, o venerando Padre
Leonardo Antunes Meira Henriques, o mais
antigo intelectual paraibano e cuja vida
representava uma grande parte da nossa
HOLLANDA, Antonio. Camillo – (*
vida política, literária e jornalística.” Assim
1859, Paraíba - + ). Empregado público e
noticiou a edição de sexta-feira, 17 de julho
jornalista, foi a partir de 1889 nomeado
de 1914, do periódico A União, o
oficial de gabinete do entao presidente de
falecimento do Padre Meira. Ele fora figura
Província, Venâncio Neiva. Em 1890 foi
proeminente em algumas das mais famosas
escriturário
Paraíba,
disputas que tiveram lugar no púlpito, no
passando a servir em Santos, depois no
foro, na imprensa, nas salas de aula e na
Ceará e por último no Pará. Segundo
tribuna
Liberato Bittencourt, Camillo de Hollanda
segunda metade do século XIX. Filho do
era homem com grande amor às belas
Cirurgião-mor Feliciano José Henriques e
letras, excelente folhetinista, além de um
de Ana Joaquina de São José Meira,
cronista de talento. Não se tornou mais
Leonardo Antunes Meira Henriques, nasceu
famoso como jornalista devido à sua
em 6 de novembro de 1820, na Cidade da
timidez e modéstia. Como a maioria dos
Paraíba. Iniciou os estudos de humanidade
jornalistas da época, não assinava sua
no
produção o que o levou ao anonimato, a
ingressou no Seminário de Olinda, onde foi
despeito de sua contribuição em O Comércio.
ordenado Padre, em novembro de 1843; e
Redatora: SFPB
na Faculdade de Direito do Recife, tendo
Referências:
obtido o título de Bacharel em ciências
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
jurídicas em 1845. Circulando entre a
da
HENRIQUES,
alfândega
Adauto
da
Aurélio
da
Lyceu
Assembléia
paraibano,
Provincial,
findo
o
na
curso
Cidade da Paraíba e de Olinda, foi professor
examinador de francês do Lyceu paraibano
de
de 1842 a 1845, quando deixou o lugar para
Miranda – Ver Dom Adauto.
reger a cadeira de teologia no Seminário de
Olinda, função que ocupou até 1849,
HENRIQUES, Padre Leonardo Antunes
+
quando aceitou a prestigiosa função de
17.07.1914, Paraíba - PB). “Na avançada
Vigário Geral do Bispado de Pernambuco,
Meira
(*
06.11.1820,
Paraíba
–
73
onde permaneceu até o ano seguinte, tendo
tempo em que exercia o cargo de lente de
ainda passado a militar na imprensa e na
filosofia do Lyceu paraibano, em que se
política de Pernambuco, o que no século
aposentou depois de várias décadas à frente
XIX era dizer o mesmo, ocupando cargos
daquela cátedra. Conservador, monarquista
de
e escravocrata, o Padre Meira defendeu
destaque
importantes,
e
chefiando
sempre
ao
comissões
dos
sempre com ardor e ironia estas causas,
conservadores, Partido pelo qual foi eleito
porém por duas vezes foi atacado de
deputado provincial em Pernambuco de
maneira impiedosa pela imprensa liberal.
1853 a 1857. Em 1856 chegou a exercer a
Em um primeiro episódio, foi ridicularizado
função de Procurador Fiscal da Fazenda
por aprovar com demasiada facilidade seus
Geral na mesma Província. Transferindo-se
alunos de filosofia. Em 1861 foi atacado
para a Cidade da Paraíba em 1858, foi eleito
pelo seu inimigo pessoal, o Padre Lindolfo,
deputado
provincial,
com
que o denunciou como prevaricador, por ter
pequenas
interrupções,
sucessivas
supostamente desviado recursos públicos,
legislaturas, até 1889, quando a República o
fato que foi desmentido pelo Presidente da
afastou da política; ocupou ainda o cargo de
Província Francisco de Araújo Lima na
Provedor fiscal dos feitos da Fazenda
correspondência reservada que mantinha
Nacional (1861), membro da Comissão
com o Ministro da Fazenda. Contudo,
Censitária (1872), e da Comissão para a
recebeu
reforma do Tesouro Provincial e Consulado
conseguiu a absolvição de Josefa da
da Paraíba (1872); Diretor da Caixa
Conceição, ré confessa da morte de um rico
Econômica provincial (1877); Regente e em
proprietário de terras de Campina Grande,
seguida Vigário encomendado da Paróquia
que ameaçava continuamente tomar seu
de Nossa Senhora do Pilar (1865). Apesar
parco
de todas essas atividades continuou a
propriedade do Coronel. O crime ficou
advogar quase até o fim da vida, o que fazia
conhecido
desde 1855, só fechando sua banca em
Bodocongó”. Apesar da notoriedade do
1909. Foi também redator do Jornal da
caso, noticiado pela imprensa da Paraíba, o
Paraíba, e a um só tempo proprietário e
Padre Meira foi ameaçado de morte pela
principal redator do periódico O Conservador.
família do morto. Típico representante da
Escreveu ainda muitos artigos para jornais
elite política provincial em que se achava a
de Pernambuco e da Corte, ao mesmo
base do longo reinado de Dom Pedro II, foi
e
lado
reeleito,
em
74
a
aclamação
pedaço
de
como
pública
terra,
o
da
quando
vizinha
“Bruxa
à
de
agraciado com os títulos de Cônego
quem são aqueles retratos, perguntou o
Honorário da Capela Imperial, Cavaleiro da
reverendo. “Do Doutor Gama e Melo e do
Ordem de Cristo e Oficial da Ordem da
Desembargador José Peregrino; foi uma
Rosa. No fim da vida viu boa parte das
homenagem digna prestada pelo Conselho
idéias em que acreditava serem preteridas
Municipal à memória de dois homens que
por
sobretudo,
foram Presidentes da Paraíba, respondeu o
“república”. O que não o impediu de
funcionário, acrescentando: Não é justa?”O
tornar-se um crítico acerbo do novo regime.
Padre, tomando sua caixa de rapé, foi
Coriolano
respondendo:
outras:
“abolição”
de
Medeiros,
e,
cronista
dos
É...
mas
completem
a
primeiros tempos da República na Paraíba,
homenagem colocando entre os retratos a
registrou
imagem de Cristo...” Redator: CRNF
algumas
histórias
do
vasto
anedotário que então circulava pela cidade
Referências:
sobre a verve irreverente do neurastênico
A União – Ano XXII – Parahyba – Sextafeira, 17 de julho de 1914 – n.º 155.
sacerdote, famoso também pelos seus ditos
FREIRE, Carmen Coelho de Miranda.
Padre Meira. João Pessoa: Edição da
Autora, 1976.
espirituosos e razinzice acentuada pela
idade, segundo ele: “Já muito alquebrado
pelos anos, a sobrecasaca e o chapéu alto
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
severamente surrados pelo uso, a gola
amarfanhada e suja, entrou o Cônego na
MEDEIROS, Coriolano. O Tambiá da minha
infância. João Pessoa: A União, 1994.
Câmara Municipal, então renovada pelo
______. Sampaio. João Pessoa: A União,
1994.
prefeito Diógenes Pena, que substituiu os
móveis, e até os velhos livros e papéis do
arquivo removeu para o Zumbi: “Como
tudo aqui está bonito, disse o visitante a um
funcionário que o levou ao salão de honra,
onde se viam móveis moderno estilo. Na
parede, emparelhados, e com espaço regular
entre
ambos,
estavam
dois
retratos,
pintados a óleo pelo Dr. Ernesto Freire,
indiscutível
valor
mental,
professor,
vocação artística completamente esquecida
na memória dos seus conterrâneos. “De
75
no Recife estava em voga mudar de nome.
J
Assim, com vinte anos de idade, Irineu
Ceciliano Pereira da Costa, nome de
batismo, passou a ser conhecido por Irineu
Ceciliano Pereira Joffily. O jornal Diário de
Pernambuco, de 7 de março de 1864 divulgou
JOFFILY, Irineu Ceciliano Pereira –
a mudança de nome do paraibano.
(*15.12.1843, Pocinhos-PB - + 7.02.1902,
Campina Grande-PB). Filho de José Luís
No último ano do seu curso, em 1866,
Pereira da Costa e D. Isabel Americana de
Joffily fundou o jornal Acadêmico Paraibano,
Barros. Com o desejo de ver ao menos um
de caráter estudantil, no qual deteve a sua
dos seus filhos com estudo, o sr. José Luiz
atenção para as questões locais. Três artigos
enviou Irineu, em torno dos 12 anos de
que foram publicados nesse periódico sob a
idade, para estudar no famoso colégio do
sua rubrica ilustram o seu interesse nativista;
Padre Rolim, em Cajazeiras. De Pocinhos
tais como “Os limites da Paraíba com
até o colégio, no sertão paraibano, Irineu ia
Pernambuco”,
a cavalo, sendo conduzido pelo vaqueiro de
“Necessidade da criação de um bispado na
confiança de seu pai, o Manoel do Brabo.
Paraíba”, entre agosto e setembro, e “Barra
Essa longa jornada de oito dias influenciou
de Mamanguape e navegação atual do rio
anos mais tarde o seu interesse pelo sertão,
deste nome”, de 11 de setembro de 1866.
sendo
Esse interesse de Joffily ficou também
reveladas
nas
suas
crônicas
1866,
Despertador: jornal político, literário e noticiador,
quando cursava a Faculdade de Direito do
periódico campinense, de 13 de maio de
Recife, um dos mais antigos e tradicionais
1870, quando escreveu um artigo que
estabelecimentos do ensino superior no
defendia a construção da ferrovia entre o
Brasil, a qual foi criada em 15 de maio de
Porto de Cabedelo até Campina Grande; e o
1828, em Olinda. O ingresso de Joffily
segundo em Mercantil, periódico paraibano,
nessa Faculdade se deu em 1862, quando
de 17 de dezembro de 1883, Joffily aponta
tinha apenas dezoito anos, tendo como
18 propriedades de algodão, evidenciando a
companheiro de estudos Maciel Pinheiro,
Rui
de
épocas distintas. O primeiro está em
O pendor para o jornalismo ocorreu
Barreto,
agosto
explícito em dois artigos escritos por ele em
publicadas nos jornais.
Tobias
de
Barbosa,
importância de se construir a ferrovia. O
João
seu interesse pela valorização da Paraíba o
Barbalho. Durante a época em que estudou
76
levou a investigar a geografia e história do
sítio Genipapo, em terras paraibanas, com
estado nos arquivos públicos, pois estava
os proprietários de terras da vizinhança.
convencido
paraibanos
Nesse sítio eles tinham seus gados e
desconheciam o seu próprio lugar. Durante
lavouras e possuíam por carta de sesmaria
1886 e 1887 fez uso do cargo público que
de uma sorte de terras.
exercia como deputado para desenvolver a
No ano de 1891, a tipografia sofreu ataques
sua pesquisa, percorrendo terras paraibanas.
pela força pública, por ter permanecido a
Dessa
em
fazer oposição ao governador. Para fugir
divulgar os aspectos topográficos do estado.
dos ataques e pressões que se tornaram
Em 1888, Joffily instalou a primeira oficina
constantes, Joffily interrompeu a circulação
tipográfica de Campina Grande e teve como
do periódico e refugiou-se no Rio de
sócio Francisco Soares da Silva Retumba
Janeiro, onde trabalhou como revisor do
(filho). Com a instalação da tipografia, eles
Jornal do Comércio, publicando Notas Sobre a
lançaram o periódico semanal sob o título
Paraíba. Ele reuniu-as em um único volume
Gazeta do Sertão: órgão democrático, o qual
e as publicou em decorrência do sucesso
exerceu grande influência no interior da
das suas crônicas no jornal pelo público
Paraíba. Na função de diretor do periódico,
carioca. A obra é composta por 20 capítulos
Joffily publicou o material coletado das suas
e versa sobre os principais temas: flora,
pesquisas. Ele seguiu a moda de muitos
fauna, seca, agricultura, criação e indústria.
jornalistas e adotou também o pseudônimo.
Redatora: FSe
Sob o uso do pseudônimo de Índio do
Referências:
Cariry, assinou muitos artigos, a exemplo da
BARBOSA, Socorro de Fátima P. Jornal e
Literatura: a imprensa brasileira no século
XIX. Porto Alegre: Nova Prova, 2007.
de
forma,
que
tornou-se
os
pioneiro
seção intitulada “Cá e Lá”, de 18 de julho de
1890 e de 26 de dezembro de 1890. Em
SILVA, F. FORMIGA, M. G. BARBOSA,
S. F. P. Miscelâneas, Rodapés e Variedades:
Antologia de folhetins paraibanos do século
XIX. João Pessoa: Idéia, 2007.
seus escritos no jornal eram nítidas as
manifestações de oposição aos atos do
governador
Venâncio
Augusto
de
JOFFILY, Ireneo. Notas sobre a Paraíba.
Brasília: Thesaurus, 1977.
Magalhães Neiva, bem como das ameaças
sofridas por se posicionar contra o governo.
JOFFILY, José. Entre a monarquia e a
república – Idéias e Lutas de Irenêo Joffily.
Rio de Janeiro: Kosmos, 1982.
O pseudônimo adotado por Joffily, Índio
do Cariry, está relacionado aos índios que
TAVARES, João de Lyra. Apontamentos para
a história territorial da Paraíba. Ed. Fac-similar.
viviam lutando pelo seu espaço de terra, o
77
Coleção Mossorense. Volume CCXLV,
1982.
78
em Alagoa Nova, dos jornais A União, de
L
João Pessoa, e A Noite, do Rio de Janeiro;
em 1930, atuou nos jornais O Liberal e o
Jornal do Norte, sob a direção de Café Filho;
ainda em Alagoa Nova, fundou o semanário
LEAL Ramos, José. (* 16.07.1891, São
O Momento. Veio para a capital do Estado
João do Cariri (Alagoa Nova) – + 1976,
para integrar a equipe de A União como
João Pessoa-PB). Era filho do casal Antônio
redator, e logo ascendeu ao posto de
Claudino Leal e Inácia Ramos Leal; em
Secretário, substituindo, mais tarde, Samuel
1920 casou-se com Ester Romero Leal,
Duarte na direção do órgão, em 1932. Em
nascendo
filhos:
1934, passou a dirigir O Norte, jornal que
Homero, Péricles, Maria das Dores, Maria
não resistiu à chegada do Estado Novo. Em
da Penha, Achiles e Milcíades. Jornalista e
João Pessoa, além de escrever nos jornais A
historiador.
Associação
União e O Norte, ainda fundou o quinzenário
Paraibana de Imprensa por vários anos e o
Ilustração e Gazeta do Povo, este em parceria
construtor do seu edifício sede. Autodidata,
com o escritor Ascendino Leite, e a Revista
José Leal era considerado o decano da
Gong,
imprensa paraibana por sua atuação frente
colaborava em todos os jornais do Estado,
aos
mais
ora como redator, articulista ou editorialista.
representativos do Estado. Dedicou toda a
Escreveu no Correio da Manhã, A Imprensa e
sua vida à imprensa; entregava-se à leitura,
Tribuna do Povo.
desse
órgãos
casamento
Presidente
de
da
os
comunicação
procurando manter-se sempre atualizado e
todos
com
duração
efêmera;
Recebeu os títulos honoríficos de Cidadão
bem informado sobre a situação do Estado
Benemérito de João Pessoa, concedido pela
e do País.
Câmara Municipal de João Pessoa, e de
Desde cedo, ainda adolescente, já editava
Cidadão Benemérito da Paraíba, concedido
jornais manuscritos, na sua cidade natal.
pela Assembléia Legislativa.
Publicou o primeiro trabalho na imprensa
É autor da primeira história da imprensa
da Capital em 1915, uma crítica ao prefeito
paraibana, A imprensa na Paraíba, de 1941. A
de Alagoa Grande, obtendo boa recepção
segunda edição da obra foi publicada em
entre os prefeitos da região e, a partir daí,
1962.
não lhe faltou mais convites para escrever
Como
memorialista,
publicou
Reencontro da vila, 1961; Assim eram as coisas,
em jornais. Em 1927, já era correspondente,
79
1971 e Vale da travessia, 1972. Redatora:
muitas informações taxonômicas sobre
SFPB
Opiliones, Solifugae, Amblypygi, Uropygi e
Referências:
pequenas ordens de aracnídeos.
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994.
Melo Leitão foi indicado diretor de
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A
União – 1994.
1931, cargo em que permaneceu até
ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de
Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro.
Livraria Editora Cátedra. 1984.
Recebeu muitas homenagens e prêmios,
Zoologia do Museu Nacional em abril de
dezembro de 1937.
também foi eleito ou apontado às mais
distintas posições durante sua carreira. Ele
http://ihgp.net/memorial5.htm#CADEIR
A%20Nº.%2019
foi presidente da Academia Brasileira de
Ciências de 1943 a 1945.
LEITÃO JÚNIOR, Cândido Firmino de
Melo – (* 17.07.1886, Campina Grande-PB
Em 6 de junho de 1949 seu amigo Augusto
– + 15.12.1948, Rio de Janeiro-RJ).
Ruschi inaugurou o Museu de Biologia
Ascende na vida pública através de intensa
Melo-Leitão em Santa Teresa, Espírito
colaboração nos jornais do país e do
Santo.
exterior. É patrono da cadeira 40 da
Existe o "Prêmio Melo-Leitão", entregue
Academia
pela Academia Brasileira de Ciências. Ele
Paraibana
de
Letras.
Foi
professor de Zoologia e História Natural
também
nos colégios do Rio de Janeiro. Seus pais
escrevendo livros para cursos de faculdade e
eram fazendeiros e tiveram um total de
contribuiu para a biogeografia, com estudos
dezesseis filhos. Viveu a parte de sua vida
sobre a distribuição da Arachnida no
em Pernambuco. Seu primeiro trabalho
continente Sul Americano.
como zoólogo foi em 1913, na Escola
Superior
de
Agricultura
e
se
envolveu
na
educação,
Referências:
Medicina
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Veterinária em Piraí, estado do Rio de
Janeiro, em que foi professor de Zoologia
primeiro trabalho taxonômico, com a
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2nd
ido_Firmino_de_Melo_Leit%C3%A3o
Acesso em 21/03/2009.
descrição de alguns gêneros e espécies de
LEITÃO,
aranhas
Melo – (* 27.01.1868, Paraíba – +
Geral e Sistemática. Em 1915, publicou seu
brasileiras.
Produziu
também
80
Tranquilino
Graciano
de
17.02.1942). Contista e romancista. Foi
de voto das mulheres e de acesso à Câmara
funcionário do Tribunal de Contas da
Legislativa da Paraíba. Publicou, entre
União. Paralela a essa carreira, desenvolve a
outros escritos, Georgina, a estrutura da Terra,
de jornalista, sendo redator do Jornal do
em 1922, e A Mulher e seus Direitos em Face da
Brasil. Nos anos de 1904 a 1906 colabora
nossa Legislação, em 1933, João da Mata
com revista A cultura acadêmica, do Recife. O
(biografia). Faleceu em 18 de março de
seu primeiro livro é o romance Corações, de
1975.
1900, editado pela Garnier.
Referência:
Referência:
http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/art
igo_ana_coutinho.htm
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
LISBOA, João Coelho Gonçalves – (*
27.06.1859, Areia-PB – + 11.07.1918). Filho
LIMA, Albertina Correia. (* 1889, Paraíba
do Coronel Teodoro José Gonçalves de
– +18.03.1975, João Pessoa-PB). Filha de
Lindolfo
José
Correia
das
Lisbôa e D. Josefa dos Santos Coelho
Neves.
Lisbôa,
Advogada. Foi professora por muito tempo.
João, Francisco e Rosalina, esta, mais tarde,
carreira no jornalismo em 1912, escrevendo
tornou-se poetisa. Fez o curso primário e os
em dois jornais de circulação nacional, O
preparatórios em Areia e, influenciado pelo
Correio da Manhã e O Jornal e em outros de
tio, ingressou na Faculdade de Direito do
várias capitais do Nordeste. Contribuiu com
Recife, bacharelando-se em 1884. Primou
vários artigos na Revista Era Nova, e nos
pela “elegância impecável dos trajes e
jornais A União e A Imprensa, como
atitudes”.
também, escreveu vários artigos nas revistas
Histórico
e
de
Gabino, nascendo dessa união três filhos:
Recife, diplomada em 1931. Iniciou a
Instituto
descendentes
portugueses. Casado com D. Luiza Pizarro
Bacharel em Direito pela Faculdade do
do
ambos
Consagrado
pela
oratória,
dedicou-se ao estudo das línguas, dominava
Geográfico
vários idiomas, inclusive, latim, grego e
Paraibano, onde ingressou em abril de 1938,
alemão. Jornalista, com atuação marcante.
além de fazer parte da Associação Paraibana
Colaborou na Folha do Norte, jornal editado
Pelo Progresso Feminino no ano de 1933,
em 1883 por Martins Júnior, e em A
onde possuía o cargo de oradora. Albertina
Verdade; escreveu, ainda, em outros jornais
sempre demonstrou seu interesse pela
do Sul do País. Foi nomeado Promotor
emancipação da mulher. Em João Pessoa,
Público de Areia, mas só exerceu o cargo
atuou como advogada em defesa do direito
81
durante
quatro
meses,
seu
Henriques, governador de Alagoas, e Ana
temperamento irrequieto não se acomodava
Noberta da Silveira. Ao formar-se em
à pequenina Areia, embora, considerada a
Direito pela Faculdade de Recife, em 1859,
cidade mais adiantada, culturalmente, da
exerce os cargos de promotor público da
Província. Ele aspirava à democracia, à
Corte e de Ministro do Interior, atuando ao
abolição da escravatura, enfim, a melhores
lado de Rui Barbosa na política e na
dias para o seu povo. Depois de uma
imprensa. Sua vida de jornalista tem início
viagem a Europa, iniciou a pregação da
com a colaboração em Iris Acadêmico, de
democracia, da República. Logo após a
Pernambuco, na época de estudante de
proclamação da República, foi convidado
Direito. Tinha aspirações de fazer um bom
para governar a Província da Paraíba,
trabalho na justiça, implementando normas
porém, não aceitou; foi, então, nomeado
rigorosas e sadias na administração na
Chefe da Polícia e, logo depois, eleito
Ordem e na Justiça. filiando-se ao Partido
Deputado Federal, em duas legislaturas.
Liberal e elegendo-se deputado para o
Fundou a Liga Nacional Contra a Seca, a
Congresso Nacional do Império, por dois
Associação de Proteção e Auxílio aos
mandatos consecutivos, de 1864 a 66 e de
Silvícolas do Brasil e a Liga Anti-
1867 a 70, concorrendo pela província das
Oligárquica. Foi poeta, escritor e professor.
Alagoas. Foi, segundo Oscar de Castro, um
Pai da escritora Rosalina Coelho Lisboa, foi
líder, um condotiére dos evangelizadores
o responsável pela sua educação. Lecionou
republicanos.
no Colégio D. Pedro II, do Rio de Janeiro e
Em 3 de dezembro de 1870 funda, ao lado
publicou: Sublime Dea; Problemas urgentes-
de
oligarquias, Secas do Norte e Clericalismo.
Coutinho, Pedro Soares de Meireles e
Imprensa Nacional, Rio de Janeiro: 1907.
Flávio Farnense o jornal A República, que
Referência:
passa a defender a mudança do regime, com
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira12.htm
o fim da monarquia. Neste sentido, é
LOBO,
Republicano
Aristides
–
pois,
(*
o
Salvador
de
Mendonça,
Lafayette
publicado o Manifesto de 1870, pelo Clube
12.02.1838,
e
tem
início
a
massiça
Mamanguape-PB – + 1896, Rio de Janeiro-
propaganda dessas idéias por todo o país,
RJ).
ocupando Aristides Lobo papel de destaque
Jornalista,
historiador,
político
e
patrono da Academia Paraibana de Letras.
dentre
os
que
mais
Filho
combatiam
pela
causa.
de
Manoel
Lobo
de
Miranda
82
ardorosamente
Também
foi
signatário do manifesto anti-escravocata. O
alagoano,
jornal é empastelado, três anos depois, mas
pronunciava: se por um lado, tive o meu
o curso dos fatos veio culminar com a
berço encravado e perdido na campanha
Proclamação, em 1889. Em São Paulo,
paraibana, terra que vive, há muito tempo,
dirige A Província e Diário Popular, jornais
das heróicas recordações dos mártires
republicanos de oposição à monarquia
extintos de 1817, por outra parte nasci na
Como
Província das Alagoas. Redatora: SFPB
muitos
de
sua
geração,
se
Aristides
Lobo
assim
se
decepcionou com o novo regime.
Referências:
Formado o governo provisório, Aristides é
CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
nomeado ministro do Interior, ocupando o
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
cargo por apenas dois meses, de 15 de
novembro de 1889 a 10 de fevereiro de
1890,
renunciando
desentendimentos
por
com
causa
o
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deia06.htm
de
Marechal
LOPES, Silvino – Jornalista, teatrólogo,
Deodoro da Fonseca. Elege-se, então,
deputado
federal,
participando
cronista e poeta. Publica em 1916 Poemas de
da
constituinte, no mandato de 1891 a 1893 e,
outono. Publica suas crônicas em vários
em seguida, para o Senado, de 1892 a 1896.
jornais e depois as reúne com o título de
Maconha (1947). As crônicas tratam com
Parte de sua produção encontra-se dispersa
humor e ironia fatos ligados ao cotidiano e
em jornais e revistas do Rio de Janeiro,
à realidade social. Considerando que sua
Recife e São Paulo. Segundo Oscar de
obra foi em grande parte editada em
Castro, foi buscar em Paris sua saúde, de
Pernambuco, parece ter sido lá que o autor
onde voltou com transtornos psicológicos,
construiu sua carreira literária e jornalística.
passando a residir de favor, porque muito
A sua comédia social O homem bom teve duas
pobre, na casa de um amigo português,
edições no ano de 1935. O livro de
Alberto Ribeiro. Com a saúde mental
biografias Memórias de um sargento de malícias
debilitada, vivia completamente mudo, em
foi editado em 1980 pela Associação de
visível depressão, que só era quebrado por
Imprensa de Pernambuco.
períodos maníacos, quando envolto em seus
Referências:
delírios psicóticos, andava de bengala na
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994.
mão, sonhando estar em Paris e em
Versalhes. Sobre o fato de ser paraibano e
83
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
até a capital, em virtude do seu estado de
saúde, foi empossado por procuração, em
10 de março de 1943, tendo escolhido o Pe.
LUCENA, Severino Albuquerque – (*
Mathias Freire para representá-lo. Em 1924,
1890, Bananeiras-PB – + 1971, João
reuniu os seus poemas no livro intitulado
Pessoa-PB). Jornalista, foi um dos editores
Horas de enlevo, tendo sido, esta, a sua única
da Revista Era Nova.
publicação em livro, mas que recebeu
LUNA, Mauro (* 27.07.1897, Campina.
referências elogiosas dos mais expressivos
Grande-PB – + 23.11.1943, Campina.
nomes de nossa literatura, a exemplo de
Grande-PB). Filho do casal Baltazar Gomes
José Américo de Almeida, João Ribeiro,
Pereira Luna e D. Maria Santana da Cunha;
Afonso Celso e Raul Machado.
casou-se com D. Augusta de Almeida Luna,
Referências:
tendo nascido dessa união doze filhos.
ALMEIDA, Elpídio. História de Campina
Grande. J. Pessoa, 1979;
Estudou no Colégio São José, dirigido pelo
CÂMARA, E. Do cientista Irineu Joffily ao
poeta Mauro Luna Revista da Academia
Paraibana de Letras, I:2, 1947;
professor Clementino Procópio, recebendo
os primeiros ensinamentos e noções de
humanidades. Em 1921, fundou o Colégio
LEAL, César. “Horas de Enlevo”, prefácio
à edição da Comissão Cultural do
Centenário de C. Grande, 1964.
Olavo Bilac que funcionou até o ano de
1932. Aos quinze anos, já ingressava no
LÉLIS, João. Maiores e menores, J.Pessoa,
1953;
jornalismo como redator de A Voz da
http://www2.aplpb.com.br/academicos/m
aurol.htm
Borborema. Em 1916, destaca-se como
redator do semanário A Razão, órgão
oposicionista, colaborando, também, nos
LUSTOSA, Nelson – Ver CABRAL,
demais jornais da região; dirigiu a Biblioteca
Nelson Lustosa.
Pública de Campina Grande e, para
complementar
o
orçamento
familiar,
trabalhava como guarda-livros em firmas
comerciais e como professor dos Colégios
Pio XI e Imaculada Conceição, porém, foi a
poesia que o imortalizou. Eleito para a
Academia Paraibana de Letras e não
podendo deslocar-se de Campina Grande
84
pesquisados
M
criteriosamente
e,
inteligentemente interpretados, dando a sua
obra um caráter científico, abrindo, assim, o
caminho
para
novos
pesquisadores.
Durante o tempo em que esteve foragido,
MACHADO, Maximiano Lopes – (*
dedicou-se a novas pesquisas sobre a
07.08.1821, João Pessoa-PB – + 11.02.1895,
história da Paraíba e escreveu, também: A
Recife-PE).
Lopes
história da Revolução Praieira; A Paraíba e o
Machado e D. Joaquina de Albuquerque
Atlas do Dr. Cândido Mendes e Carta Geográfica
Machado. Iniciou os estudos num convento
da
do Recife, formando-se em Direito pela
membro
Faculdade de Olinda, exercendo, a seguir, a
Pernambucano.
Promotoria Pública desta cidade. Em 1847,
Referências:
Filho
de
Manuel
foi nomeado Juiz Municipal e Delegado da
Praieira,
revolucionário
movimento
liderado
por
Maximiano
do
Machado
Instituto
era
Arqueológico
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949.
cidade de Areia; no ano seguinte, aderiu à
Rebelião
Paraíba.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
Nunes
deira21.htm
Machado, que morreu em combate. Ferido,
Maximiano refugiou-se no Engenho Pureza,
MACHADO FILHO, Maximiano Lopes
onde foi preso e transportado para a cidade
– (* 1854, Campina Grande-PB, – + 1903
do Recife. Mais tarde, foi anistiado e
Campina
mudou-se
Grande,
republicano colaborou em A Província.
reiniciando as suas atividades. Exerceu a
Atuou com destaque no foro e na imprensa,
advocacia e ingressou na política, elegendo-
o que lhe ensejou renome como “tribuno
se
eloqüente e jornalista vigoroso”. Além de
para
Deputado
depois,
para
Campina
Provincial.
Recife,
Transferiu-se,
dedicando-se
Grande-PB).
Jornalista
ao
orador e jornalista voltou-se também para a
magistério. Maximiano Lopes Machado foi
ficção escrevendo um “romance”, cujo o
professor, jornalista, político e advogado.
enredo
Todavia, destacou-se como historiador.
Pernambuco, 1828 e 1830.
retrata
Coube a ele o mérito de escrever a primeira
História
da
Província
da
Referências:
Paraíba,
fundamentada em documentos estudados e
85
fatos
ocorridos
em
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
MACHADO,
Raul
Campelo
–
Ângela teve duas edições, uma em 1956 e
outra em 1961.
Referência:
(*
Recife-PE). Na qualidade de jornalista,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
ocupa o lugar de redator de A União.
MAIA, Benedito – Jornalista e escritor.
Colaborou em todos os jornais paraibanos
Diretor do Semanário O Nordeste.
07.04.1891, Taperoá-PB – + 19.07.1954,
da sua época. Filho de João Machado da
Silva e de Júlia Campelo Machado. Fez os
MARINHO, Hilton Moreno – (?) Ex-
estudos primários e secundários na capital
diretor de A União e A Crítica.
paraibano. Formou-se em Direito, na
MARIZ, Celso Marques – (* 17.12.1885,
Faculdade do Recife. Tido como exemplo
Sousa-PB – + 03.11.1982, João Pessoa-PB).
da poesia parnasiana da Paraíba.
MARIZ, Celso Marques – (* 17.12.1885,
Referências:
Sousa-PB – + 03.11.1982, João Pessoa-PB).
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Filho do advogado Manuel Marques Mariz e
de Adelina de Aragão Mariz. Descendente
de abastada família local, cuja atuação
MADRUGA, Manoel – (* 02.02.1881,
política remonta ao vigário Marques, que
Serra da Raiz-PB). Funda, em Manaus,
em 1854 ocupou uma cadeira na Assembléia
Evolução, jornal e a revista Palladium, revista
Provincial. Órfão de pai aos três anos, Celso
e os jornais Extremo Norte, Boêmio e O
Mariz foi criado pelo padrinho, Félix
Soldado, entre 1904 e 1907. Atuou também
Joaquim Daltro Cavalcanti e sua esposa,
como redator de O Correio do Norte e de La
Domitila. Na época, a família deixava
Voz de Espãna. Utiliza os pseudônimos
Piancó para residir em Taperoá, onde Félix
Agurdam, Manoel Moreira, Joffely de
Daltro exerceu o cargo de juiz de direito e
Morais e Eu mesmo. Defendia nos jornais
Celso Mariz foi alfabetizado. Em 1904, aos
posição marxista. Viveu também no Rio de
dezenove anos, sob a proteção de Dom
Janeiro e em Fortaleza, onde se forma em
Adauto Aurélio de Miranda Henriques,
Direito aos 44 anos de idade, em 1916. É
Arcebispo da Paraíba e amigo pessoal de
autor das obras memorialista Serra da Raiz
seu padrinho, Mariz matricula-se como
(1955) e Memórias (1961). Seu romance
ouvinte no Seminário Diocesano da capital.
Um ano depois, após ser reprovado nos
86
exames de admissão do Lyceu Paraibano,
sertanejo) e do seu desenvolvimento (os
inicia carreira jornalística em O Comércio,
municípios). Com este livro Celso Mariz
folha dirigida por Artur Achiles. Atraído
ingressou
pelas
Geográfico
oportunidades
de
trabalho
da
no
Instituto
Paraibano,
Histórico
instituição
e
que
Amazônia da época da borracha e, ao
dirigiu no biênio 1944/46, e em cuja revista
mesmo tempo em busca dos irmãos, ali
colaborou com nove artigos, o primeiro em
residentes, Celso Mariz viajou até Manaus e
1948 e o último em 1971. Em 1915, Celso
Belém, depois de breve passagem pelo Rio
Mariz encontra-se estabelecido na capital,
de Janeiro. No Norte, chegou a ser revisor
tornando-se
do jornal A Província do Pará, durante alguns
seguidores de Epitácio Pessoa, tendo
meses do ano de 1906. Malograda a
participado
experiência, Mariz voltou à capital paraibana
eleitoral que derrotou definitivamente o
em 1907, quando passou a integrar os
alvarismo no Estado e estabeleceu a base de
quadros do jornal A União, tendo logo em
domínio da oligarquia da família Pessoa.
seguida se transferido para o recém fundado
Essa opção política o levou a tornar-se um
jornal O Norte (1908). Nomeado professor
dos fundadores do efêmero jornal A Notícia,
público, com exercício em Catolé do Rocha,
que pretendia firmar-se como o órgão de
conheceu Santina Henriques de Sá, com
expressão da vanguarda epitacista, então
quem se casou. Em seguida, foi nomeado
denominada de “Jovens Turcos”, que
inspetor regional do ensino, o que lhe
durante o governo Camilo de Holanda
possibilitou
municípios
manteve acirrada disputa política com a
sertanejos, onde colheu as informações
velha guarda do epitacismo, denominados
necessárias para a feitura do seu primeiro
pejorativamente de “Guelas”. Tal disputa,
livro, Através do Sertão, escrito em 1909 em
durante alguns meses, tomou o aspecto de
Taperoá,
eleito
uma guerra de artigos de jornal; os Jovens
Conselheiro municipal, e publicado pela
Turcos atacando em A notícia e os Guelas
Imprensa Oficial em 1910, no momento em
revidando pela A União. Essa contenda
que o agora historiador estava de volta à
política, que tinha como arma os periódicos,
Cidade da Paraíba. Em seu livro de estréia,
só cessou com a intervenção direta de
Celso Mariz descreve o que chama de sub-
Epitácio Pessoa e o fechamento do jornal A
civilização sertaneja através de sua gênese
notícia. Neste mesmo ano de 1915, Mariz é
(conquista do território), do seu produto (o
nomeado pelo governador Castro Pinto
viajar
quando
pelos
Mariz
foi
87
um
dos
ativamente
mais
da
aguerridos
campanha
para exercer o cargo de diretor da secretaria
principais produtos de exportação. No dizer
da Assembléia Legislativa do Estado,
de Celso Mariz, Evolução econômica da Paraíba
iniciando, assim, uma fase de intensa
era o capítulo econômico que faltara aos
participação política. Em 1922, ele publica
Apanhados Históricos da Paraíba, onde é bem
seu segundo livro Apanhados Históricos da
mais saliente o viés político. No ano de
Paraíba, com o objetivo de fazer uma síntese
1940, com a ascensão de Ruy Carneiro,
da história do Estado desde a fundação da
Celso Mariz encerra um ciclo de intensa
cidade de Nossa Senhora das Neves, ou
participação política, que havia tido início
seja, 1585, até o ano de 1920. Em 1924,
em 1915. Afastado temporariamente do seu
Mariz é eleito deputado estadual devido à
cargo
influência de João Suassuna e a sua
Assembléia
condição
No
sobretudo, à atividade de pesquisar o
governo João Pessoa, Mariz é nomeado
arquivo da Instituição. Por esse motivo, a
diretor do jornal oficial do Estado A União,
década de 40 é o momento de sua maior
cargo que ocupa por alguns meses, quando
produção enquanto historiador e intelectual.
desentendimentos com o Presidente do
Em 1941, torna-se um dos fundadores da
Estado ocasionam seu afastamento do
Academia Paraibana de Letras; em 42
jornal e a sua retirada momentânea da arena
publica uma vasta biografia do Padre
política. No ano de 1935, a convite de
Ibiapina; em 43 escreve e publica uma
Argemiro de Figueiredo, Mariz volta à cena
plaquete sobre a vida de Carlos Dias
política para ocupar o cargo de secretário
Fernandes, como também reúne, no livro
pessoal do então governador, sendo, em
Cidades
seguida, nomeado Secretário da Agricultura,
municipalistas, que, a convite da Associação
Comércio, Viação e Obras Públicas e
Paraibana de Imprensa proferiu em algumas
Diretor do Departamento de Educação. Em
das cidades mais importantes do Estado,
1939, ele publica Evolução econômica da
entre 1939 e 1943; no ano de 46 publica
Paraíba, fruto das suas indagações enquanto
Memória da Assembléia Legislativa, desde o ano
Secretário de Estado. Neste livro, Celso
de sua fundação até 1935, e um pequeno
Mariz procura esclarecer as origens dos
opúsculo, intitulado Areia e a rebelião de 1848;
problemas que afetaram o progresso da
dois anos depois, lança um outro opúsculo,
Paraíba
do
intitulado Pilões antes e depois do termo. Em
desenvolvimento da lavoura dos seus
1950, Celso Mariz retorna, por alguns meses
de
por
ferrenho
meio
da
epitacista.
história
88
burocrático
e
na
secretaria
Legislativa,
Homens,
as
da
dedica-se,
conferências
à
cena
política,
quando
é
nomeado
a pergunta levanta, talvez me propusesse a
secretário de governo na gestão de José
ser, por exemplo, o
Targino da Costa. Neste mesmo ano,
Kubistschek para construir Brasília em
aposenta-se, sem, contudo,
deixar de
Sousa. Mas, voltando à realidade, gostaria
cultivar um permanente vínculo com o
de ser quem sou”. Celso Mariz faleceu em
poder, o que demonstra o decreto de 1973,
João Pessoa no dia três de novembro de
nomeando uma rua entre Tambauzinho e
1982, aos noventa e seis anos de idade.
Miramar de Geraldo Gonçalves Mariz,
Redator: CRNF
único filho do historiador, adotado em 1938
Referências:
e
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994.
falecido
aposentadoria,
em
1967.
Celso
Depois
Mariz
da
dedica-se,
sobretudo ao jornalismo, escrevendo para
Dr. Juscelino
NASCIMENTO FILHO, Carmelo Ribeiro
do. O historiador burocrata: uma análise
historiográfica da obra de Celso Mariz. In.:
SÁ, Ariane Norma de Menezes;
MARIANO, Serioja R. C. (Orgs.). Histórias
da Paraíba: autores e análises sobre o século XIX.
João Pessoa: Editora Universitária/UFPB,
2003.
praticamente todos os jornais da Paraíba e
colaborando em jornais de Pernambuco e
do Rio de Janeiro; e de maneira menos
freqüente a história. Em 1954, publica
Restauração do município e criação da comarca de
Pilões, um estudo mais aprofundado sobre a
MARIZ, Celso. Figuras e fatos. João Pessoa:
A União, 1976.
história do referido município; em 1957 é a
______. Memória da Assembléia Legislativa.
Aumentada e atualizada por Deusdedit
Leitão. João Pessoa: Assembléia Legislativa,
1987.
vez da publicação de um pequeno opúsculo
sobre a história de Catolé do Rocha. No
ano de 1976, Mariz publica seu último livro,
PROJETO HISTÓRIA ORAL. FGVCPDOC-UFPB-NDIHR. Entrevista com
Celso Mariz. João Pessoa, 1981.
Figuras e Fatos, em que reúne artigos e
crônicas publicados em toda a imprensa
Fatos não foi uma despedida do jornalismo e
TERCEIRO NETO, Dorgival. Celso Mariz uma legenda entre os melhores escritores paraibanos.
João Pessoa: IHGP, S/D (Coleção
historiadores paraibanos. Nº 10).
da vida pública; Celso Mariz continuou a
MARIZ, Romeu – (*15.10.1880, Souza-PB
escrever e, mesmo em seus últimos anos,
–
não perdeu a lucidez. Certa vez, ao ser
Pseudônimo de Chico Peba. Ainda jovem
questionado sobre quem gostaria de ser,
fixa residência no Pará, onde se dedica ao
respondeu: “Dentro da graciosa fantasia que
jornalismo, tornando-se redator de A
paraibana em mais de setenta anos de
atividade jornalística. No entanto, Figuras e
89
+
22.05.1962,
Rio
de
Janeiro-RJ)
Província do Pará. Inicia em 1902 suas
Banda do Clube Astréa, dando início a sua
publicações com o livro de poesias Limbo,
carreira musical. Como músico, participou
em 1905 publica Cosmorama; em 1908,
da fundação do Clube Sinfônico que
Crônicas sertanejas.
realizava
Referências:
veraneios em sua casa, na praia do Poço.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Nessa
MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano
quando voltou a ser comerciante. Também
de – (* 30.11.1875, Patos – + 25.04.1974).
neste ano casou-se com a pianista Eulina
MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano
Medeiros. No ano de 1910, foi nomeado,
de – (* 30.11.1875, Patos – + 25.04.1974,
pelo então Presidente Mons. Walfredo Leal,
João Pessoa). João Rodrigues Coriolano de
Escriturário da Escola de Aprendizes
Medeiros era filho de Aquilino Coriolano de
Artífices, instituição da qual se tornou
Medeiros e D. Joana Maria da Conceição.
diretor em 1922, cargo este em que veio a se
Quando tinha apenas dois anos de idade,
aposentar posteriormente. Em 15 de agosto
sua família mudou-se para a capital do
de 1891 fundou um jornalzinho que servia
estado, onde, pouco tempo depois, morreu
para criticar os colegas que não lhe eram
seu pai. Após a morte do pai de Coriolano,
muito simpático. Colaborando na imprensa,
sua mãe casa-se novamente com o Sr.
podemos encontrá-lo como redator de O
Vitorino da Silva Coelho Maia, por quem
Comércio, de Arthur Aquiles, e também
Coriolano nutria grande gratidão. Coriolano
como colaborador de A União Tipográfica,
inicia seus estudos na capital, concluindo os
em 1894. Coriolano foi Sócio fundador do
preparatórios no Lyceu Paraibano, em 1891
Centro Literário Paraibano, no remoto ano
época em que se matriculou na Faculdade
de 1893 e do Instituto Histórico Geográfico
de Direito, em Recife. Porém, a necessidade
Paraibano,
de ajudar a mãe com o sustento da casa o
diretoria; também fez parte da associação
fez abandonar o curso no terceiro ano, para
dos Homens de Letras, associação de feição
se
e
acadêmica, com trinta membros efetivos,
posteriormente, em 1889, ingressar no
criada por sugestão de Camilo de Holanda,
serviço público, como funcionário dos
então Presidente do Estado. Junto com
Correios, onde fica até 1900. A partir de
Coriolano, participaram da fundação Pedro
tornar
inicialmente
comerciante
serestas que animavam os
época,
profissionalmente
Coriolano
como
atuava
professor
particular, atividade que exerceu até 1905,
1901, Coriolano começa a fazer parte da
90
integrando
a
sua
primeira
Baptista, Hortêncio de Souza Ribeiro, José
Comércio, onde publicou seus primeiros
Gomes Coelho e Mateus de Oliveira;
escritos literários. Também colaborou em:
também
de
Almanaque do Estado da Paraíba, Era Nova e
estudinhos de geografia e história da
A Imprensa. Além de trabalhos publicados
Paraíba e, ainda, por sua iniciativa, fundou a
em livros, revistas, periódicos e jornais,
Academia Paraibana de Letras, um dos atos
Coriolano escreveu e publicou os livros:
mais importantes de suas atividades como
Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba,
intelectual, onde ocupou a cadeira 7, cujo
1914; Do litoral ao sertão, 1917; O tesouro da
patrono era Arthur Achilles. Sucedeu Carlos
cega, 1922; O Tambiá da minha infância 1994,
Dias
de
Mestres que se foram, 1925; O Barracão, 1930;
intelectual paraibano; seu livro de memórias
Manaíra, 1936; A evolução social e histórica de
O Tambiá da minha infância e também
Patos, 1941; Sampaio, 1955. Redatores: LO
Sampaio, histórias de um famoso bêbado da
e CRNF
capital, foram um sucesso de público pouca
Referências:
vezes
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana. Rio de Janeiro,
1994.
participou
Fernandes,
visto
na
do
como
Paraíba.
Gabinete
modelo
Era
sócio
correspondente do Instituto Histórico e
Geográfico de Sergipe, como também do de
BICHARA, Ivan. Coriolano de Medeiros,
In: Revista do Inst. Hist. Geog. Paraibano, Vol.
22, 1979.
São Paulo. O professor, poeta, jornalista,
historiador e romancista Coriolano de
BÔTTO, Itapuan. O educador Coriolano de
Medeiros. In: Revista do Inst. Hist. Geog.
Medeiros foi durante os últimos 25 anos de
sua vida privado de sua visão, período em
MEDEIROS, Coriolano. O Tambiá da minha
infância. João Pessoa: A União, 1994.
que viveu recolhido contando apenas com a
______. Sampaio. João Pessoa: A União,
1994.
companhia de sua governanta e dos filhos
desta, quando em 15 de abril de 1974 veio a
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
Coriolano de Medeiros-Presença da Paraíba em sua
bibliografia. Oficinas gráficas da Escola
Industrial da Paraíba, 1966.
falecer às 7:30 da manhã, em sua residência
na capital paraibana. Em sua carreira
literária Coriolano fez uso de inúmeros
MARTINS, Eduardo. Coriolano de Medeiros notícia bibliográfica, A União, 1975.
pseudônimos, sendo os mais famosos:
C.M., Heráclito, José Tambiá, Libório de
NÓBREGA, Humberto. Coriolano de
Medeiros-Notas para a sua biografia. In:
Revista do Inst. Hist. Geog. Paraibano, vol. 22,
1979.
Assumpção, Roco, Zé Foguete, Marimbão
& Cia, Estrela Dalva. Sua participação em
jornais foi intensa, principalmente em O
MELO, José Octávio de Arruda. Coriolano
e a Revista do Instituto Histórico. In: Revista
91
do Inst. Hist. Geog. Paraibano. vol. 22, 1979.
Enveredou na política partidária, elegendo-
TAVARES, Eurivaldo Caldas. Coriolano, o
justo. In: Revista do Inst. Hist. Geog. Paraibano,
1979.
se Deputado Provincial e Senador da
República pela Paraíba. Em 22 de outubro
de 1896, assumiu o Governo do Estado,
MEIRA, Padre – Ver HENRIQUES,
permanecendo no cargo até o ano de 1900.
Padre Leonardo Antunes Meira.
Morreu em 1908 ainda como defensor da
MELLO, Antônio Alfredo da Gama e –
república e dos direitos republicanos.
(* 01.10.1849,
Referências:
João Pessoa-PB
–
+
12.04.1908, João Pessoa-PB). Filho de
CASTRO, Oscar de. Vultos da Paraíba. Rio
de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
Severino Antônio da Gama e Mello,
professor de Latim, e de D. Alexandrina
estudos
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira17.htm
fundamentais em escolas particulares da
MELLO, Benjamin Franklin d’Oliveira
capital e o secundário no Lyceu Paraibano.
e – ( Paraíba – + 6.06.1884). Nasceu na
bacharelando-se em Direito pela faculdade
Paraíba onde fez os primeiros estudos.
do
sido
Bacharelou-se em Direito, pela faculdade de
contemporâneo de Castro Alves, Cardoso
Recife, em 1859. Jornalista, O Despertador
Vieira e Tobias Barreto. Influenciado pelas
esteve por muito tempo sob a sua direção
idéias
dos
onde guiado por Felizardo Toscano de
estudantes, Gama e Mello sonhava com
Brito “educou-se na política, adquirindo
uma
social,
cedo, por proveitosos estudos e pelas sábias
ansiando por um Brasil, mentalmente, mais
lições, uma invejável experiência do mundo
evoluído. Tornou-se um grande filósofo,
político que adotara. Dotado de inteligência
destacando-se
e aptidão para o funcionalismo público e de
d’Ávila
e
Mello.
Recife,
de
em
Tobias
transformação
na
Fez
1873,
os
tendo
Barreto,
líder
política
oratória,
e
sendo
comparado ao Grande Cícero; foi. fundador de
qualidade
A República, jornal dissidente que pregava o
magistratura “na província onde nascera, à
sentimento de justiça e de igualdade dos
sombra da bandeira liberal, cujas idéias
cidadãos. Herdou do pai a vocação para as
professara”, ocupando o cargo de juiz de
línguas clássicas, substituindo-o, através de
direito de Pombal, em 1879, e o de chefe de
concurso, na cadeira de Latim do Lyceu,
polícia e juiz de direito de Jaguaribe mirim,
onde,
no Ceará. Político vinculado ao Partido
também,
lecionava
Retórica,
chegando a diretor do estabelecimento.
apreciável,
Liberal. Juiz de Direito.
92
encarreirou-se
na
Referência:
Chatô, como era conhecido o jornalista,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
considerando que ele é um dos últimos
MELO, Francisco Aurélio Figueiredo –
espírito da polêmica que guiou toda a sua
(* 03.08.1854, Areia-PB – + 09.04.1916, Rio
carreira jornalística e sua vida pessoal. Sobre
de Janeiro-RJ). Como jornalista, esse irmão
o pequeno Chatô, a primeira lembrança que
de Pedro Américo, colaborou com o
o acadêmico Gilberto Amado (1992) tem
Almanaque Brasileiro, da Garnier, e A Semana,
do meninote é a de tê-lo visto sair do
periódico
O
Convento de São Francisco, no Recife, com
missionário (1899), foi publicado no Correio do
um livro debaixo do braço. Já Gilberto
Povo, do Rio de Janeiro durante o período
Freyre (1992), que o chamava de “homem
de 21 de abril a 08 de agosto de 1890.
orquestra”, reitera a opinião de Amado,
Referência:
quando observa que o jornalista nunca
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa. A
União/Conselho Estadual de Cultura, 1994.
deixou de ser um “menino de olhos
MELO,
romantismo
carioca.
Seu
Francisco
Chateaubriand
romance,
de
Bandeira
remanescentes do típico jornalista daquele
século,
sobretudo,
vivíssimos diante do mundo”.
livro,
Assis
de
caracterizado,
Atala,
do
famoso
pelo
É de um
escritor
francês,
do
François
(*
Chateaubriand, que tem origem o nome do
05.10.1892, Umbuzeiro-PB – + 05.0.4.1968
mais importante criador de veículos de
Rio de Janeiro-RJ). Até 1994, quando
comunicação de massa brasileiro. Seu pai,
Fernando Morais deu ao público brasileiro
Francisco Chateaubriand Bandeira de Mello,
seu Chatô, o rei do Brasil, o jornalista
assim foi nomeado em homenagem ao
paraibano não contava com uma biografia
escritor francês, pelo seu avô. Antes da
digna da grandiosidade de sua obra, nem de
proclamação da república, ele se casa ainda
sua polêmica e fascinante existência. Por
muito jovem com Maria Carmem, com
isso, todas as informações aqui seguem de
quem
perto o ponto de vista e o olhar desse
Chateaubriand o terceiro deles.
escritor, que fez profunda e extensa
teve
outros
filhos,
sendo
Segundo Morais, sua infância foi marcada
pesquisa. Considerando que o objetivo
pela gagueira, a feiúra, além do raquitismo e
principal desse dicionário são os escritores
um tom amarelo na pele, que denunciava
do século XIX daremos prioridade à
três séculos de malária ancestral. Sua
primeira fase da carreira jornalística de
93
gagueira foi curada com exercícios de
como eram conhecidos, dos jornais Diário de
memorização de pequenos trechos, sendo o
Pernambuco e Jornal do Recife foram sua
mais importante deles o de boas-vindas ao
primeira cartilha. Dessa maneira informal,
maestro Carlos Gomes. A técnica de
ainda analfabeto, passou a estudar francês
memorização não logrou sucesso e o
com um belga, e em pouco tempo estava
menino continuou gago, o que dificultou
arranhando
sua permanência na escola. Aos poucos, ele
mudanças, de volta ao Recife, ele enfrentou
parara de falar e tinha acessos de choro. Por
a seleção da Escola Naval, na qual obteve
decisão do seu pai, que se afastava da
desempenho sofrível em português e
família para assumir um emprego em
matemática,
representado
Belém, foi viver com seu avô materno o
“Simplesmente”,
com
capitão Urbano Gondim, em Timbaúba,
geografia, francês e cosmografia do Brasil.
antiga prescrição do médico da família. Ao
Aos doze anos deixa de ser analfabeto.
contrário dos amigos engomadinhos do
Gilberto Freyre afirma que mouro é o
Recife, seus companheiros passaram a ser
melhor adjetivo para Chatô, que para ele foi
os filhos dos colonos, meeiros e modestos
“um brasileiro que trabalhou como um
empregados do avô, com quem partilhava
mouro”. Provavelmente se referia ao fato
uma vida livre. Após uma temporada no
de o paraibano ter começado a trabalhar ao
interior e de exercícios de falar sozinho, o
doze anos, tão logo foi alfabetizado, em um
menino ficou curado da gagueira, mas aos
armazém de tecidos, o Othon Mendes &
nove anos não sabia ler, nem escrever. A
Cia. Aproveitou o salário para investir em
despeito dos esforços do pai, Chateaubriand
curso de línguas e em livros. Segundo
era aos dez anos de idade, um moleque de
Morais, o interesse do jornalista eram as
rua, a quem pouco interessavam os saraus e
leituras:
conversas culturais a que esse lhe submetia,
ensaios, ele lia o que lhe caísse nas mãos”.
como demonstra o fato de chegar a esta
Entre esses destacam-se a Reveu deux Mondes
idade e ainda não ter se alfabetizado. Já era
e Les Annales, periódicos franceses de grande
quase um rapaz quando iniciou as primeiras
prestígio à época, utilizados por ele para
letras com os paraibanos Manoel Távora
impressionar José Godói e Vasconcelos,
Cavalcanti e Álvaro Rodrigues Campos, que
diretor da Gazeta do Norte. Soube através
costumavam visitar a casa da família em
dos
Dois irmãos. Os anúncios, ou “manteigas”,
abandonada em um casarão da Madalena,
94
francês.
“jornais,
franciscanos
Após
pelo
Plenamente
romances,
de
algumas
uma
em
revistas,
biblioteca
perto do Prado. Ao se informar sobre a
fundado um novo jornal, O Pernambucano,
consulta,
o
para o qual foi convidado para trabalhar
pequeno tesouro, recheado de obras em
como aprendiz por metade do salário. Ao
alemão. O aluno dedicado e curioso tinha à
mesmo tempo, publicava colaborações
mão os autores Goethe, Schiller, Heine e
sobre pecuária e agricultura no jornal A
Nietzsche, toda a obra completa e...anotada!
Cidade, de Nazaré da Mata.
As leituras inspiraram Chateaubriand para o
Magro e acanhado, a ponto de ser chamado
destino certo dos homens de letras da
de “calango assustado” e “magrelo elétrico”
época: os jornais. No seu caso, o Jornal
por Gilberto Amado, Chateaubriand entra
Pequeno, em frente ao armazém de tecidos
para o Exército com o propósito de
onde
jornalística,
melhorar sua condição física. Na instituição,
bisbilhotando fascinado o trabalhos dos
sua vocação de jornalista e sua condição
jornalistas, dos tipógrafos e dos repórteres.
física
Depois de ter pedido pessoalmente um
transformá-lo em diretor do jornalzinho O
emprego à família Lundgren, a maior
Fundão.
os
iniciou
padres
sua
ofereceram-lhe
carreira
anunciante dos jornais pernambucanos, foi
precária
levam
o
coronel
a
Chateaubriand, o último dos polemistas do
trabalhar no recém criado Gazeta do Norte. O
jornalismo brasileiro, faz sua estréia no
jornal não dura muito tempo, como era
gênero em 1910, ao entrar na polêmica que
próprio da época e Chateaubriand fica
se travava no Rio de Janeiro entre nas
desempregado.
colunas do Jornal do Comércio e de A Imprensa.
O pai aproveitou o período de desemprego
Enquanto o primeiro acusava, o último
do
os
defendia Manuel de Oliveira Lima, amigo
preparatórios para ingressar na Faculdade
de Rui Barbosa, da acusação de “usar o
de Direito da capital do Estado. Durante
posto
um ano ele aproveitou para ler e estudar
internacionais, para empurrar o Brasil para
para o concurso. Nesse período devorou os
posições antiamericanas. Utilizando o Jornal
artigos de Rui Barbosa, Carlos de Laet e
do Recife para publicar dois artigos em defesa
Eduardo Salomonde. Os estudos deram
de Oliveira Lima, que não repercutiram,
resultado e ao fim do ano, ele foi aprovado
afinal ninguém conhecia A. Bandeira de
para a Faculdade de Direito do Recife. Tão
Melo, mas lhe custaram o emprego. Sem
logo saiu o resultado, saiu à procura de
arrefecer, Chateaubriand publicou de seu
emprego, quando soube que estava para ser
próprio bolso um folheto de quarenta
filho
para
instá-lo
a
fazer
95
oficial,
em
conferências
páginas com os dois artigos e outros que
antigo do Rio de Janeiro, fundado em 1827,
haviam sido censurados. A polêmica tomou
além dos célebres Correio Brasiliense, fundado
uma proporção bairrista e repercutiu o fato
por Hipólito José da Costa. No ano
de um pernambucano, Oliveira Lima, ser
seguinte, Chatô arrebatou o Diário da Noite,
defendido por um moleque paraibano. O
de São Paulo. Também nessa época,
folheto lhe abrira as portas para o jornal
comprou o Diário de Notícias, do Rio Grande
mais importante da época, com um salário
do Sul, que malograva. Nessa época, passou
de cem mil-réis: o Diário de Pernambuco.
a liderar o mercado de jornais na maioria
Ainda no Recife, ele participa da mais
das capitais brasileiras.
importante polêmica da época, travada
Gilberto
entre José Veríssimo e Silvio Romero.
Chateaubriand tenha publicado mais de
Mudou-se para o Rio de Janeiro e
15.000 artigos durante toda a sua vida nos
colaborou com o Correio da Manhã. Em
jornais dando oportunidades a escritores e
1924, assumiu a direção de O Jornal,
artistas desconhecidos que depois virariam
embrião dos “Diários Associados”, um
grandes nomes da literatura, do jornalismo e
conglomerado de empresas de comunicação
da pintura, dentre eles Graça Aranha, Millôr
que chegou a quase uma centena. Naquele
Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti,
mesmo ano, consegue comprá-lo com os
Cândido Portinari, entre outros.
recursos financeiros fornecidos por alguns
Determinante foi o lançamento de Cruzeiro,
"barões-do-café"
em dezembro de 1928, a primeira revista
liderados
por
Leôncio
(Nhonho)
Magalhães,
Percival
Farquhar
que
recebera
fruto
seustrabalho
e
acredita
que
por
semanal do Brasil. O primeiro número
Chateubriand
apresentou 64 páginas, segundo Morais,
como
repletas de anúncios. Seu miolo era feito de
advogado. Como proprietário, implantou
papel cuchê e continha reportagens e artigos
reformas e a substituição de artigos por
sofisticados,
reportagens instigantes e polêmicas, que
lançamento significou a introdução de
deram nova feição ao periodico. A partir
novos meios gráficos e visuais na imprensa
dessa época, deu início ao seu
brasileira,
jornalístico,
ao
de
Carlos
Amado
qual
foi
império
além
com
de
contos.
novidades
como
Seu
o
agregando
fotojornalismo e a inauguração das duplas
importantes jornais, como o Diário de
repórter-fotógrafo, sendo a mais famosa
Pernambuco, o jornal diário mais antigo da
delas a que foi formada pelo jornalista
América Latina, e o Jornal do Comércio, o mais
David Nasser e o fotográfo Jean Manzon
96
que, nos anos 40 e 50, fizeram reportagens
de tv, a Televisão Tupi de São Paulo, canal
de grande repercussão. Entre seus diversos
3, fundada em 18 de setembro de 1950.
assuntos, a revista que depois passou a se
Em 1947, com a ajuda de Pietro Maria
chamar O Cruzeiro contava fatos sobre a
Bardi, Chateaubriand criou o museu de Arte
vida dos astros de Hollywood, cinema,
de São Paulo (MASP), com uma coleção
esportes e saúde. Ainda contava com seções
particular de pinturas de grandes mestres
de charges, política, culinária e moda. Com
europeus que ele adquiriu a preços de
a cobertura do suicídio de Getúlio Vargas
ocasião na Europa empobrecida do Pós-
em agosto de 1954 a revista vendeu a
Segunda Guerra Mundial, em aquisições por
supreendente marca de 720.000 exemplares,
vezes financiadas a base da chantagem de
algo impensável, pois até então o máximo
empresários brasileiros, coleção esta que o
alcançado era a marca dos 80.000. Nos anos
presidente Juscelino Kubitschek havia tido
60, O Cruzeiro entrou em declínio devido ao
o bom senso de, durante o governo, colocar
desgate de suas fórmulas e o surgimento de
sob a gestão de uma fundação, em troca de
novas
revistas
auxílio governamental ao pagamento de
Manchete e Fatos & Fotos. O fim da revista
parte da astronômica dívida do condomínio
aconteceu em julho de 1975.
associado.
Na década de 1960 os jornais atolavam-se
Em 1957, foi eleito senador pelo Estado da
em
Paraíba e, posteriormente, pelo Estado do
publicações,
dívidas
e
como
trocavam
as
as
grandes
reportagens por matérias pagas. Foi assim,
Maranhão,
com
vencedor,
mandato para assumir a embaixada do
empreendedor, às vezes sem muita ética,
Brasil no Reino Unido, cargo que nunca
mais temido do que amado, que Assis
levou muito a sério, a tal ponto de seus
Chateaubriand fundou e ruiu em dívidas
inimigos afirmarem ser ele embaixador da
(advindas das novas tecnologias importadas)
Inglaterra no Brasil. Eleito para a Academia
com o maior império das telecomunicações
Brasileira de Letras, em 30 de dezembro de
no país.
1954, ocupou a cadeira 37, deixada por
Com o tempo Chateaubriand foi dando
Getúlio Vargas. Nem mesmo o em 1960,
menos importância aos jornais e focando
por doença que o deixou tetraplégico, mas
em novas empreitadas, como o rádio e a
lhe
televisão. Caberia a ele trazer para o Brasil e
determinação, espírito de polêmica não o
para a América Latina a primeira emissora
deixaram sucumbir e por isso aproveitou a
esse
espírito
de
97
tendo
preservou
renunciado
a
a
consciência.
este
Sua
máquina de datilografia para criar um
Escola Normal Oficial do Estado da
dispositivo que o permitia, mesmo em
Parahyba do Norte.
estado precário, continuar escrevendo seu
Em 1917, formado, exerceu o magistério,
artigo diário. Faleceu em 1968, na cidade de
na sua cidade natal, retornando no ano
São
Associados
seguinte para a capital atuando também
compreendiam 34 jornais, 36 emissoras de
como professor. Entretanto, além de
rádio, 18 estações de televisão, uma agência
exercer o magistério, tanto no setor público
de notícias, uma revista semanal (O
quanto em escolas privadas, foi diretor de
Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias
diversas escolas, Inspetor Técnico do
revistas infantis e uma editora. Redatora:
Ensino Primário e na gestão do Interventor
SFPB
Gratuliano Brito (1932-1934) exerceu o
Referências:
cargo de Diretor do Ensino Primário do
Paulo.
Os
Diários
Academia
Brasileira
de
http://www.academia.org.br/abl
em 13/13/2008).
Letras.
(Acesso
Estado. Fundou, em 1934, e foi professor
da
Escola
de
Aperfeiçoamento
de
Professores que funcionou no Grupo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Assis_Chatea
ubriand (Acesso em 12/12/2008).
Escolar Dr. Thomas Mindello.
FREYRE,
Gilberto
e
AMADO,
Chateaubriand em dois perfis. Recife: Diário de
Pernambuco, 1992.
Segundo suas próprias palavras a Escola de
Aperfeiçoamento
de
Professores
se
aspiração
do
JAMBO,
Arnoldo.
Introdução.
In.
FREYRE,
Gilberto
e
AMADO,
Chateaubriand em dois perfis. Recife: Diário de
Pernambuco, 1992.
constituía
MORAIS, Fernando. Chatô: Rei do Brasil.
3.ed. São Paulo: Companhia das Letras,
1997.
de que se ressentia o ensino. Destinada a
uma
“velha
professorado conterrâneo (...), que veio
preencher uma das lacunas mais sensíveis
ampliar os conhecimentos dos nossos
educadores, recebeu o ato da Interventória
MELO, José Batista de – (* 22.12.1895,
vivos aplausos da classe que reconhece estar
Teixeira-PB – + 9.11.1973, João Pessoa-
no professor o ponto de partida de todo
PB). Filho do casal Juventino Ananias
progresso
Batista de Melo e Elvira Xavier Batista.
da
instrução.”
(PARAÍBA,
Estado da. A Instrução pública na Paraíba,
Iniciou os seus estudos na cidade da
1934, p.17)
Parahyba, atual João Pessoa, na escola da
renomada professora primária D. Francisca
Lecionou ainda no Colégio Pio X, na
Moura. Demonstrou, desde cedo, interesse
Escola de Comércio “Epitácio Pessoa”, no
em ser professor tornou-se normalista da
Colégio Seráfico Santo Antônio e no
98
Seminário Arquidiocesano. Reconhecido
mais consentânea com as necessidades do
como
pela
aluno. A escola tradicional vai aos poucos
intelectualidade paraibana, ingressou no
sofrendo os influxos dos novos processos
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano
pedagógicos, de modo a garantir melhor
no dia 28 de junho de 1931, ocupando a
educação do nosso povo”. (Estado da
cadeira nº 39, vindo a exercer vários cargos
Paraíba, “A Instrução pública na Paraíba”, p.
na sua diretoria.
9-10.)
Em 1935, quando diretor da Instrução
A preocupação do governo estadual em
Pública, promoveu a reforma do ensino na
acompanhar as discussões bem como as
Paraíba, fundou a imprensa escolar, clubes
políticas públicas no âmbito educacional
agrícolas,
cinema
desenvolvidas nos Estado de Minas Gerais,
educativo, o orfeão escolar e as semanas
Rio de Janeiro e, principalmente, São Paulo,
pedagógicas que se realizavam, anualmente,
enviou “o professor José Baptista de Mello
na capital e em algumas cidades do interior.
para estudar nos grandes Estados do sul o
Criou e dirigiu o jornal O Educador e a
plano a adoptar-se [na Paraíba] dentro da
Revista
melhor orientação e das mais modernas
importante
caixas
do
HISTÓRICO
educador
escolares,
Ensino.
E
o
(INSTITUTO
GEOGRÁFICO
conquistas
pedagogicas”
(PARAÍBA,
PARAIBANO. Memorial - Centenário de
Estado da. Exposição de 1935, p.12).
Fundação do IHGP 1905/2005, p.122-123)
Proferiu diversas conferências relativas às
Segundo Pinheiro (2002), na Paraíba,
questões educacionais brasileiras e, mais
tornou-se um dos principais difusores dos
particularmente,
ideais escolanovistas, ou ainda, um dos
muitos relatórios, monografias, e publicou:
intelectuais mais sintonizados com as
Carlos Gomes; A Escola Primária, além de
políticas educacionais implementadas pelo
artigos na Revista do Instituto Histórico e
Estado ao longo de toda a era Vargas.
Geográfico Paraibano,
Atento aos novos processos de ensino e
Ensino e em diversos órgãos da imprensa
preocupado em dar à escola uma feição
local.
mais prática e mais útil, informava Batista
importante é Evolução do ensino na Paraíba,
de Melo em seu relatório de 1932: “A
publicado em 1936, tendo sido reeditado,
Escola Nova, vitoriosa em toda parte, veio
em 1956 e em 1994 pela Coleção Biblioteca
alterar completamente o ensino primário
Paraibana. Esse livro, hoje, se constitui uma
que atualmente obedece a uma orientação
das
99
paraibanas.
Entretanto,
mais
a
na
sua
importantes
Escreveu
Revista
obra
do
mais
referências
Estadual
grupos escolares na Paraíba. Campinas, SP:
Autores Associados: Universidade de São
Francisco, 2002. (Coleção educação
contemporânea).
Paraibana de Folclore; da Associação
MELO, Manuel Cavalcanti Ferreira de –
Paraibana de
Imprensa; do Diretório
(* 05.02.1861, Guarabira-PB – ). Advogado,
Regional de Geografia; co-fundador do
político e jornalista. Colaborou em O Liberal
Instituto São José; provedor da Santa Casa
Paraibano, O Estado da Paraíba, A Cidade do
de Misericórdia, tendo sido reeleito por
Rio e O Rio de Janeiro.
bibliográficas para a história da educação na
Paraíba.
Foi
membro
da
Comissão
vários biênios consecutivos. Durante o
MELLO, Pedro Américo Figueiredo. (*
tempo em que esteve à frente dessa
29.04.1843, Areia-PB – + 07.10.1905,
instituição deixou o registro de sua presença
nos
melhoramentos
Florença,
realizados,
Itália).
Pintor,
desenhista,
professor, caricaturista, escritor. Filho de
principalmente, no Hospital Santa Isabel e
pai violinista e neto de um compositor
na Igreja da Misericórdia.
sacro, Pedro Américo, aos sete anos, já
Exerceu, ainda, as funções de Presidente do
revelava talento para o desenho e cantava
Montepio
do
no coral da igreja. A convite do naturalista
Departamento de Estatística e Publicidade e
francês Jean Brunet, antes de completar dez
Secretário do Tribunal Regional Eleitoral.
anos acompanha como desenhista auxiliar a
Redator: ACFP.
expedição
Referências:
Nordeste, liderada pelo alemão Bindseil.
INSTITUTO
HISTÓRICO
E
GEOGRÁFICO PARAIBANO. Memorial Centenário de Fundação do IHGP 1905/2005.
João Pessoa, PB: IHGP, 2005. (CD-ROM)
Por volta de 1855, muda-se para o Rio de
PARAHYBA, Estado da. Diretoria do
Ensino Primário, A Instrução pública na
Paraíba. João Pessoa, PB: Imprensa Oficial,
1934.
desde então seu protetor; no ano seguinte
______. (Governo Provisório) Exposição
dirigida ao Exmo. Sr. Presidente da
República pelo Interventor Gratuliano Brito
referente ao período de junho de 1932 a
dezembro de 1934. João Pessoa, PB: Imp.
Official, 1935.
diversas medalhas, o que fez ganhar a
PINHEIRO, Antonio Carlos Ferreira
Pinheiro. Da era das cadeiras isoladas à era dos
estuda na École National Superiéure des Beaux-
do
Estado,
diretor
científica,
desenvolvida
no
Janeiro, onde estuda no Colégio Pedro II,
por ordem do Imperador que se torna
matricula-se na Academia Imperial de Belas
Artes, onde ganhou vários prêmios e
alcunha de papa-medalhas por Araújo
Porto-Alegre. Entre 1859 e 1864, com bolsa
concedida pelo imperador D. Pedro II,
Arts [Escola Nacional Superior de Belas
100
Artes] de Paris, onde é aluno de Jean-
Comédia Social. Em 1877, expõe em Florença
Auguste-Dominique
a Batalha de Avaí, encomendada pelo
Ingres
(1780-
1867), Hippolyte Flandrin (1809 - 1864) e
Ministério
Carle-Horace Vernet (1789 - 1863); no
Florença, na biblioteca do convento da
Instituto de Física; e na Sorbonne. Após
Santíssima Anunciata. A pintura de grande
viagem pela Itália, retorna ao Rio de Janeiro
proporção contou na exposição
em 1864 e assume por concurso a cadeira
presença de D. Pedro II e foi anunciada em
de desenho na Academia de Belas Artes.
vários
Sua estadia foi por pouco tempo, exatos
novamente exposta, juntamente com a
dois anos, pois criou inimigos na Corte,
Batalha dos Guararapes, de Victor Meirelles
entre os quais o Imperador, que achou
(1832 - 1903), na Exposição Geral de Belas
licenciosa a sua tela A Carioca, de 1864.
Artes de 1879, e gera intensa polêmica e o
Voltou a Paris, onde passou a sobreviver
pintor é submetido a uma série de críticas
com a pintura de retratos feitos no café.
escritas
Nessa época, foi obrigado a vender todas as
consideraram sua obra medíocre e ainda um
medalhas que ganhara em criança.
plágio de Batalha de Monte Bello, de
ciências
naturais
que
d´A Gazeta de Notícias, Pedro Américo, que
se encontrava em Turim, contribui com o
Porto-Alegre, seu antigo amigo e protetor,
jornal com alguns escritos sobre a Itália
que era na ocasião Cônsul-geral do Brasil
contemporânea. Os artigos, publicados com
em Portugal, e casa com sua filha. Alterna
o
estadas no Rio de Janeiro e em Florença,
título “Cartas de um Pintor”, são
destaque do mês de agosto no periódico,
mas continua como professor de estética,
um dos mais lidos do Rio de Janeiro de
história da arte e arqueologia na Academia
então. Com a Proclamação da República, é
Imperial. Sua relação com o jornalismo tem
assume
nacionais,
é
do Museu do Ipiranga. Em 1884, a pedido
Vai a Lisboa onde se encontra com Araújo
quando
obra
Independência ou Morte, para o Salão de Honra
questions d´histoire et de philolosophie naturelle.
1870,
críticos
A
com a
um sucesso! Entre 1886 e 1888, pinta a tela
tese intitulada La Science et les systemes:
em
europeus.
em
arte. A despeito das críticas, a exposição foi
pela
Universidade de Bruxelas em 1869, com a
início
pelos
pintada
1880, o Discurso sobre o plágio na literatura e na
ele se fixa em Bruxelas, onde se titula como
em
jornais
Exército,
Gustavo Doré. Sobre o assunto, publica em
Com um pé na pintura e outro nas ciências,
doutor
do
eleito deputado da Assembléia Nacional
a
Constituinte, em 1890. Em 1900 retorna a
responsabilidade pela revista de caricatura A
101
Florença,
onde
termina
seus
públicos, entre os quais podemos citar:
dias.
Redatora: SFPB
Secretário da Prefeitura de João Pessoa,
Referências:
Professor de Legislatura do Curso de
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Agrimensura, no Lyceu; Procurador dos
Feitos da Fazenda Estadual, participante da
http://www.dezenovevinte.net/txt_artistas
/cartas_pedroamerico.htm
Câmara dos Deputados; Presidente do
Comissão
Conselho
AMÉRICO, Pedro: Cartas de um Pintor.
Disponível
em:
http://www.dezenovevinte.net/txt_artistas
/cartas_pedroamerico.htm
do
do
da
Departamento
Estado;
Procurador
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
Secretário de Educação e Secretário do
Interior e Segurança Pública. Era membro
Paraíba). Era filho do Desembargador
do
Gonçalo de Aguiar Bôtto de Menezes e D.
Instituto
Histórico
e
Geográfico
Paraibano. Foi empossado na Academia
Maria da Piedade Bôtto de Menezes. Fez os
Lyceu
Superior
Exteriores
Judicial do IAPB; Presidente do Instituto da
de – (* 1887, Paraíba – + 08.03.1971,
no
Relações
Administrativo
MENEZES, Antônio de Aguiar Botto
preparatórios
de
Paraibana de Letras, em 17 de abril de 1952,
Paraibano,
saudado pelo acadêmico Osias Gomes.
bacharelando-se em Ciências Jurídicas e
Aposentado, transferiu-se para o Rio de
Sociais na Faculdade de Direito do Recife.
Janeiro,
Ingressou na imprensa paraibana através do
não
esquecendo,
porém,
o
bucolismo do bairro de Mandacaru onde
Jornal A União, onde começou como
viveu a sua infância, o que serviu de
revisor, passou a repórter e a redator, na
inspiração
época, sob a direção de Carlos Dias
para
escrever
o
livro
de
reminiscências Minha Terra, em 1945.
Fernandes, de quem recebe convite para
Outras publicações de sua autoria: Meu pai,
fundar com este o Jornal do Comércio.
1949; O canto do cisne (poesias), 1957.
Fracassada a tentativa, cria, em 1923, o
Redatora: SFPB
jornal O Combate, tendo como colaborador
na redação o jornalista Samuel Duarte. Foi
Referências:
eleito Deputado Federal e, em 1933,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A
União – 1994
juntamente com Osias Gomes, fundou o
Partido Libertador; manteve a liderança e
http://www2.aplpb.com.br/academicos/bo
ttod.htm
conseguiu eleger a maioria dos vereadores
desta bancada. Exerceu diversos cargos
102
Revista IHGP, João Pessoa, A UNIÃO,
Imprensa Oficial, 1910/1940.
MOURA, Catarina – (* 20.12.1882,
Paraíba; +). Foram seus pais Misael do
Rêgo Moura e Francisca Rodrigues Chaves
MONTENEGRO, Olívio Bezerra – (*
Moura. Fez seus estudos primários e
25.09.1896, Alagoinha-PB – + 16.02.1962,
secundários na Escola Normal Oficial, onde
Recife-PE). Fez seus primeiros estudos na
recebeu
professora
capital da província natal. Começou a
normalista, em 1902. Feito o curso de
estudar Direito em São Paulo, onde
preparatórios
Paraibano,
terminara o curso secundário, vindo a
matriculou-se em 1908, na Faculdade de
bacharelar-se, em 1917, na Faculdade de
Direito do Recife, de onde saiu formada e
Direito do Recife. No ano seguinte, foi
laureada, em 1912, obtendo também o
nomeado Promotor Público de Nazaré da
prêmio de viagem à Europa. Como
Mata (Pernambuco) e, em 1923, Juiz
quartanista de Direito, advogou no crime,
Municipal do Recife. Seu exercício na
na cidade de Pau d’alho, em Pernambuco.
magistratura não foi longo, dedicando-se
Em 1913, no Governo Castro Pinto, fez
depois ao magistério e ao jornalismo. No
conferências públicas, no Teatro Santa
magistério, prestou dois concursos; um para
Rosa, sobre “Direitos da Mulher” e
a cadeira de História Universal, no Ginásio
escreveu, no Jornal A União, crônica
Pernambucano, com a tese "A Igreja na
assinada com o pseudônimo de Paraguaçu.
Idade Média"; outro para a cadeira de
Na Escola Normal desta Capital ensinou
Sociologia Educacional, na Escola Normal
como professora, as cadeiras de Português,
do Estado de Pernambuco, tendo sido
Desenho, Francês, e História da Civilização,
aprovado com a tese "O dever do Estado
sendo, em 1917, nomeada professora
relativamente
efetiva da cadeira de Português. Redator:
capazes".
FS
Pernambucano.
Referências:
No jornalismo, foi colaborador efetivo do
SANTANA, Martha M. Falcão de Carvalho
e M. Mulher e fronteira na historiografia
paraibana – 1940/1964. João Pessoa-PB.
Projeto PIBIc/CNPq, (2001).
Diário de Pernambuco, de 1940 a 1962, e ainda
Revista Manaíra, João Pessoa, junho de 1940.
N 08 pág. 03
artigos, geralmente, tratavam de literatura,
o
diploma
no
de
Liceu
Foi
à
assistência
diretor
do
aos
mais
Ginásio
escreveu para jornais e revistas do Rio de
Janeiro, como o Correio da Manhã. Seus
exercendo sempre uma postura crítica.
A União, João Pessoa de 1930/1940.
Porém não se restringiu a escrever em
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940.
103
periódicos. Olívio Montenegro sempre
1922. Publicou também Memórias do Ginásio
manteve
grandes
Pernambucano. Recife: Imprensa Oficial,
personalidades do meio cultural, como
1943, com uma segunda edição em 1954.
Gilberto Freyre, Aníbal Fernandes, Sílvio
Ensaios. Rio de Janeiro: MEC, 1954; José
Rabelo, Vicente do Rego Monteiro, Luís
Veríssimo. (crítica). Nossos clássicos. Rio de
Jardim, Waldemar Cavalcanti, Jorge de
Janeiro: Agir, 1958. Um revolucionário da
Lima, Manuel Bandeira, entre outros. Mas,
Praieira. Recife: Imprensa Oficial, 1949, a
talvez sua maior amizade tenha sido com o
propósito do jornalista Borges da Fonseca e
outro paraibano, José Lins do Rego, com o
seu envolvimento na Revolução Praieira.
qual alimentou vasta correspondência.
No campo da crítica: O romance brasileiro
convívio
com
um
(1938), obra que o tornou conhecido nessa
bibliófilo, com uma das maiores bibliotecas
área Ensaios (1954) e Folhas ao vento (1969 -
particulares do Recife. Segundo Lima, ele
edição póstuma).
“abandonou, por exemplo, cadeiras no
Redatora: SFPB
magistério para se dedicar a publicações de
Referências:
livros e para povoar ainda mais suas
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana João Pessoa: A
União, 1994.
Olívio
Montenegro
mostrou-se
estantes”. Foi um dos primeiros leitores a
tratar
com
seus
contemporâneos,
da
LIMA, Sônia Maria van Dijck. Meu Caro
Lins. Cartas de Olívio Montenegro In: Projeto
ATELIÊ DE JOSÉ LINS DO REGO.
http://www.soniavandijck.com/carolin
s_cata_logo.htm Acesso em 20/03/2009.
importância de autores como Marcel Proust
e James Joyce. Esse e outros traços da
personalidade
de
Montenegro
são
evidenciados nas 132 cartas remetidas “ao
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
amigo, compadre e companheiro de ofício”.
Cartas enviadas ao amigo José Lins do
MOURA, Francisca – (* 02.08.1860,
Rego, que tratam de assuntos diversos,
Paraíba – + 02.02.1942, João Pessoa-PB).
como comentários acerca de literatura,
Filha de Francisco José Rodrigues Chaves e
política e religião.
Catarina de Almeida Rodrigues Chaves. Fez
Olívio Montenegro faleceu no Recife, onde
seus estudos primários nas escolas públicas
participou ativamente da vida literária, em
desta capital e nos cursos particulares
16 de fevereiro de 1962 durante um almoço
Veloso e Francisco Gonçalves de Medeiros.
com amigos. Escreveu um romance Os
Os
irmãos Marçal Recife: Imprensa Industrial,
104
estudos
secundários
lhe
foram
ministrados, particularmente, pelo professor
Revista IHGP. João Pessoa: A União,
Imprensa Oficial, 1910/1940.
Joaquim Antônio Marques, educador do
Liceu Paraibano, visto como naquele
MOURA, Francisco Coutinho de Lima
tempo, neste estabelecimento, só eram
– (* 08.04.1867, Paraíba – + 25.02.1957,
admitidos alunos do sexo masculino. Só
Niterói-RJ). Sua data de nascimento é
mais tarde, quando já era viúva, é que se
controversa. Guimarães (2009) registra pelo
abriu a escola Normal Oficial do estado,
menos três datas. Uma, informada pelo
onde recebeu o diploma de professora, no
Monsenhor Eurivaldo Caldas Tavares, sócio
ano de 1890. Em 1894, foi nomeada
do
professora efetiva da Escola Normal.
Paraibano,
Durante mais de meio século exerceu o
septuagésimo
magistério particular. O colégio Francisca
daquela instituição, lançou um uma plaqueta
Moura foi muito freqüentado. Escreveu as
sobre aquela data e nela fez uma breve
seguintes obras: Compêndio de Geografia e
biografia dos sócios fundadores, entre os
Pontos de Português, contendo o programa
quais se encontra Francisco Coutinho de
completo do ensino da matéria na Escola
Lima e Moura. Nesse trabalho consta a data
Normal, programa que fora elaborado pelo
de nascimento de F. Coutinho como sendo
Catedrático Dr. Maximiano José Inojosa
8 de abril de 1867. Em ata da sessão do
Varejão. Faleceu no dia 02 de fevereiro de
Instituto, datada de 30 de março de 1957,
1942. Redator: FS
consta o registro de homenagem prestada
Instituto
Histórico
que,
por
aniversário
e
Geográfico
ocasião
de
do
fundação
por Rocha Barreto ao jornalista por ter
Referências:
completado em 10 de janeiro, o 1º
Revista Manaíra, João pessoa, agosto de
1940. Nº 10 pág. 02.
centenário de seu nascimento. Em 20 de
Jornal A União, Quarta-feira, 04 de
novembro de 1942 p. 05
maio de 1967, Humberto Nóbrega registrou
FREIRE, Carmem Coelho de Miranda.
História da Paraíba para uso Didático. João
Pessoa: A UNIÃO Cia Editora 1987.
8 de maio.
de Francisco Coutinho de Lima e Moura, a
Fez seus estudos primários com o professor
SANTANA, Martha M. Falcão de Carvalho
e M. Mulher e fronteira na historiografia
paraibana – 1940/1964. João Pessoa-PB.
Projeto PIBIc/CNPq, (2001).
João Licínio Veloso, consagrado mestre
paraibano que dava aulas particulares.
Estimulado pelo professor Veloso, aos 16
A União. João Pessoa de 1930/1945.
anos
A Imprensa. João Pessoa de 1928/1940.
de
idade,
Francisco
Coutinho
submeteu-se ao exame de Português no
105
Liceu
Paraibano,
aproveitando-se
da
Em 1913, Coutinho já pertencia ao quadro
legislação da época que permitia exames
funcional do Liceu como Preparador.
parcelados. Na província havia então dois
Coutinho também foi lente da Escola
luminares na disciplina de Português: um,
Normal, onde lecionou no 1º ano de
era o professor Veloso; outro, era o
Aritmética; ensinou Geometria no Clube
professor Maximiano José Inojosa Varejão,
Benjamin Constant, do qual foi fundador. A
que, além de lente de Português no Liceu
criação
Paraibano, mantinha um curso primário
administração Castro Pinto, contou com
particular. Continuou os preparatórios no
sua participação.
Liceu a fim de matricular-se na Faculdade
Ao jubilar-se no magistério paraibano foi
de Direito do Recife, onde cursou durante
fixar-se no Rio de Janeiro, onde exerceu a
três anos, trancando sua matrícula por falta
advocacia e o jornalismo, tendo depois
de apoio financeiro.
voltado à terra natal, quando publicou seu
Foi professor primário na vila do Pilar, para
3º volume de Reminiscências, aos 80 anos.
onde foi nomeado interinamente pelo
Foi colaborador da Fazenda da Província.
presidente da Província, Silvino Elvídio
Era funcionário da Repartição Geral dos
Carneiro da Cunha – o Barão de Abiaí –,
Telégrafos, onde exerceu o cargo de
em substituição ao professor Joaquim
telegrafista de 4ª classe; chefiou a Repartição
Ignácio Lima e Moura, que se encontrava
de Alagoa Grande durante 11 meses, tendo
doente. Em 1888, em Guarita, fez parte da
sido
comissão
aparelhagem
examinadora
nos
exames
do
ele
Ensino
próprio
de
Noturno,
quem
instalou
transmissão
na
a
daquela
primários da primeira escola feminina da
localidade; serviu interinamente, durante 15
cidade, cuja professora era uma sobrinha de
dias, em Mamanguape, substituindo o chefe
Albino
Honório, que se encontrava doente.
Meira.
Participou
de
várias
comissões examinadoras, inclusive no grupo
Em 1899, nas eleições de 30 de novembro,
escolar Thomaz Mindelo.
foi eleito deputado para a Assembléia
Em 1890, Venâncio Neiva criou a primeira
Legislativa Estadual, como representante da
cadeira do primário do sexo masculino, em
capital, com 8.968 votos, ocupando o 25º
Cabedelo, e a ele deve sua transferência de
lugar na votação. A Assembléia era
São João do Rio do Peixe para aquela
constituída de 30 deputados.
cidade, onde continuou exercendo o cargo
de professor primário vitalício.
106
Foi um jornalista militante. Colaborou em
vários jornais da Paraíba. Estava entre os
primeiros colaboradores do jornal A União.
Foi gerente da Imprensa Oficial e durante o
governo Gama e Melo era o jornalista
político do jornal, uma espécie de porta-voz
do governo. Muitas vezes – conta ele – ia a
Palácio para apanhar o artigo do Presidente
Gama e Melo
Trabalhou no O Jornal, de João da Matta
Correia Lima, donde também foi gerente.
Muito ligado a João da Matta, muitas vezes
ia à sua residência para apanhar matéria para
o jornal, e não raro João da Matta ditava
para ele o artigo a ser publicado. Escreveu
na revista Manaíra, dirigida por Wilson
Madruga e Alberto Diniz, na época em que
dela participei. Também escreveu em A
Imprensa.
Referências:
GUIMARÃES, Luiz Hugo. “Francisco
Coutinho de Lima e Moura”.
Escritor e Jornalista. Disponível em
http://www.luizhugoguimaraes.com.br/fra
ncisco_coutinho.html. Acesso 22/01/2009.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
107
residência, à Rua Treze de Maio; mais tarde,
N
optou pelo comércio e, ainda jovem,
aprendeu o ofício de tipógrafo. Mesmo
sendo
um
bom
redator,
não
foi
propriamente um jornalista, identificava-se
NACRE, Mardokeu – (* 02.06.1886,
mais com o sociológico e a poesia.
Recife-PE – + 01.02.1971, João Pessoa-PB).
Começou a publicar os seus poemas em A
Aos quatorze anos transfere-se para J.
União Tipográfica e na Gazeta da Manhã. Em
Pessoa, onde conclui os estudos e inicia-se
1905, ao lado de Ascendino Cunha, Neves
no jornalismo com redator de A União,
Junior fundou o Instituto Maciel Pinheiro,
jornal que chega a dirigir durante vários
mas, com o surgimento do Colégio pio X, o
anos, tornando-se modelo de uma geração
Maciel Pinheiro não sobreviveu, e o seu
de jornalistas. Publica em diversas edições
fundador foi trabalhar na firma Brito Lira e
da revista Era Nova.
Cia; Em 1927, seguiu para o Rio de Janeiro,
Referência:
passando a exercer o magistério, investindo,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
também, numa indústria de produtos
químicos. Dez anos mais tarde, sem família
e doente, foi acolhido pelo amigo Agripino
NEVES JÚNIOR, Theodomiro Ferreira
Nazareth até o seu falecimento.
– (* 14.08.1875, João Pessoa-PB – +
Referências:
30.12.1940, Rio de Janeiro-RJ). Jornalista e
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
professor, cursou Direito no Recife, mas
não conseguiu se formar. Publicou pela
da época. Junto a Augusto dos Anjos
SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de
literatura
brasileira.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira23.htm
fundou o Instituto Maciel Pinheiro. Fez os
NEVES, Alfredo Jader de Carvalho – (*
preparatórios na Paraíba, transferindo-se, a
10.09.1872, João Pessoa-PB). Deixa a
seguir, para o Recife com a intenção de
carreira
freqüentar a Escola de Direito, por motivos
jornalismo.
Garnier o livro
Arestas (1909), uma
coletânea de poesias publicadas em jornais
desconhecidos não concluiu o curso,
militar
Referência:
decidindo-se pelo magistério particular; para
este fim, instalou uma escola em sua
108
para
dedicar-se
ao
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
do famoso caso da “Ressuscitada” em que
conseguiu a absolvição do seu cliente o
Comandante Superior (da Guarda Nacional)
NEVES Padre Lindolfo José Correia das
Antônio
– (* 05.08.1819, Paraíba – + 19.05.1884
Correia,
militar
português
Cavalcanti, que todos supunham morta e
enterrada, até o momento em que apareceu
XIX e que no conturbado ano de 1817
na Cidade da Paraíba, uma jovem mulher,
casou com Maria Rita de Lima, filha de
que afirmava ser a filha do poderoso
Manuel da Costa Lima, rico Senhor de
e
comerciante
Comandante da Guarda Nacional. A dúvida
português
instalou-se. O processo foi tumultuado e os
estabelecido em Pilar, que esteve implicado
jornais da Paraíba, de Pernambuco e mesmo
na “Revolução de 1817”, Lindolfo José
da Corte, noticiaram o caso a exaustão, no
Correia nasceu na Cidade da Paraíba em 05
ano de 1862. Afinal tratava-se de uma louca,
de agosto de 1819, dia de Nossa Senhora
de uma impostora ou da desventurada filha
das Neves, padroeira e antigo topônimo da
de um pai cruel? O processo, segundo a
cidade. Esta foi a razão pela qual,
linguagem da época, “eivado de vícios de
posteriormente, acrescentou ao seu nome o
toda a ordem” até hoje dá lugar a dúvidas.
“das Neves”, porém nas duas primeiras
Em
décadas de vida poucos anos passou na
Brasil
matriculou-se
foi
eleito
pelo
Partido
é novamente eleito; agora pela Liga, que
onde realizou os primeiros estudos. Ao
ao
1850
Conservador, deputado provincial; em 1858
cidade natal, tendo seguido para Portugal,
retornar
Maranhão,
Maria Umbelina de Albuquerque Maranhão
que
aportou na Paraíba no alvorecer do século
Engenho
Albuquerque
acusado de ter tentado assassinar sua filha,
Paraíba). Filho do Major de Infantaria José
Maria
de
depois da Conciliação unia parte dos
no
conservadores e uma dissidência liberal; em
Seminário de Olinda, sendo ordenado pelo
1860, passa para o Partido Liberal, sendo
Bispo D. João da Purificação Marques
eleito não apenas deputado provincial, mas
Perdigão, Presbítero secular do Hábito de
também Presidente da Câmara e finalmente
São Pedro, em 10 de outubro de 1843.
pelo mesmo partido chega à Câmara Geral,
Matriculou-se também na Faculdade de
permanecendo
Direito de Olinda, onde se bacharelou em
como
um
dos
cinco
representantes da Paraíba na Corte, de 1864
23 de novembro de 1847. Voltando à
a 1870. Como jornalista foi redator de O
Cidade da Paraíba dedicou-se à advocacia,
Polimático e O Liberal (1881) e fundou e
talvez sua causa mais conhecida tenha sido a
109
dirigiu O Publicador (1861). Ficaram famosas
essa pena insolente. Estéril porque o seu
as
últimos
talento era, como é, de péssima qualidade,
mantiveram com O Jornal da Paraíba e O
impaciente, móbil, intermitente, e sobretudo
Conservador, que a seu tempo tiveram como
porque lhe faltava esse calor de coração que
redator seu inimigo pessoal, o Cônego
fecunda e faz florescer as idéias; qualquer
Meira. Porém a campanha mais violenta que
produção causava-lhe despeitos e elle
teve de enfrentar foi desencadeada pelo
atirava-se sobre ella com as unhas e o furor
tribuno Cardoso Vieira, seu tradicional
de
opositor no foro da capital. A rivalidade
envelhecer n’um partido, foi bater as tendas
entre os dois era tanta, que Cardoso Vieira
do outro, e como essas prostitutas que
criou um jornal com o único fito de atacá-
mudam de praça, êi-lo rejuvenescido,
lo. Tal periódico tinha por nome O Bossuet
adulado e celebrado! Durará eternamente
da Jacoca. Nele, o padre Lindolfo foi
esta farsa? “Hoje velho, exausto do corpo e
comparado a “uma prostituta que muda de
de espírito, esse Aretino, sem gênio,
praça”. Vale a pena transcrever um trecho
repousa sobre os despojos acumulados,
do periódico. Assim se expressava Cardoso
durante longos anos de atentados Moraes e
Vieira: “...o nosso homem apresentou-se
de apostasias políticas.”E para arrematar:
com uma pena e para mostrar o que valia
“Um tal salteador político que se embosca
pegou na primeira honra que achou, e a pôs
na imprensa – de uma Província – para
em pedaços. Depois ofereceu os seus
atacar a honra, comprometer a paz e o
serviços. Os políticos então disseram – sê
repouso das famílias, corromper a mocidade
dos nossos: tu maldizes, tens esse talento, e
com
esse gosto; tu nos serves, faremos tua
prosperidade criminosa, é um inimigo
fortuna. Ele continuou a dizer pulhas e as
comum.Todos têm o direito e o dever de
mulheres
o
persegui-lo. Está fora da lei, e como os
pergaminho e a coroa e o vulgo a admira-lo,
salteadores das estradas sua cabeça deve ser
a maldizer, e os políticos a aplaudi-lo. O
posta a prêmio.” As respostas do Padre
pudor da virgem, a honra da esposa, a
Lindolfo eram dadas no mesmo tom, para
reputação do homem de bem, os santos
deleite do Padre Meira, que em 1861, havia
melindres do talento que desponta (sic),
sido alvo de uma campanha de difamação,
nada por mais casto, íntimo e puro que
movida pelo Padre Lindolfo, quando este,
fosse, escapou a essa língua desabrida e a
mais dois parentes, um irmão e um
altercações
a
que
os
rirem-se;
dois
a
mostrar
110
um
o
macaco.
exemplo
Quando
tremendo
se
de
sentiu
uma
sobrinho, haviam sido eleitos para a
“povo paraibano” ao Imperador D. Pedro
legislatura 1862/1863. Os liberais acusaram
II, quando de sua visita à Paraíba, em 1859;
pelos jornais o Padre Meira de ter desviado
lançou a pedra fundamental do Teatro Santa
recursos públicos, o que posteriormente foi
Rosa, em 1873. Possuía várias propriedades
desmentido pelo Presidente da Província na
na Cidade da Paraíba e o Engenho de
correspondência reservada com o ministro
Nossa Senhora das Neves de Mussuré, no
da Fazenda. Exerceu ainda diversos cargos
termo da mesma Cidade; sócio fundador do
e comissões, foi Secretário do Governo da
Instituto Histórico de Olinda e membro da
Paraíba durante um longo período, de 1849
Sociedade
Auxiliadora
da
Indústria
a meados de 1853, e de 1854 a julho de
Nacional.
Lecionou
de
maneira
1856, quando foi aceita sua demissão;
intermitente,
Procurador Geral da Tesouraria da Fazenda
Paraibano, como Lente de filosofia e de
na Paraíba (1864); Juiz de Paz da Cidade da
álgebra e admiravelmente tinha como
Paraíba; Mordomo do Hospital da Santa
distração algo bem diverso do que fazia
Casa de Misericórdia da Paraíba (1859);
profissionalmente, se ocupava em produzir
Presidente da comissão indicadora de
pequenos objetos de madeira, arte que
medidas tendentes ao serviço de socorros
aprendera quando era aluno de primeiras
públicos (1877); Delegado especial do
letras
Inspetor Geral da Instrução Primária e
reconhecido, tornaram-se notórios alguns
Secundária do Município da Corte, nos
sermões que proferiu, como o “Das
exames gerais de preparatórios para os
lágrimas” dito na sexta-feira santa 2 de abril
cursos superiores do Império, realizados na
de 1858, na igreja da misericórdia da
capital da Província da Paraíba (1879).
Paraíba; aquele proferido em memória de
Homem de muitas posses e múltiplos
Joaquim Manuel Carneiro da Cunha, na
talentos foi eleito em diversas ocasiões
matriz de Nossa Senhora das Neves; um
Provedor da Santa Casa de Misericórdia;
outro em homenagem às exéquias de Pedro
agraciado com o Título de Pregador
V, rei de Portugal, em 1862 na Cidade de
Honorário da Capela Imperial, e com as
Mamanguape e aquele proferido no dia de
comendas da Imperial Ordem de Cristo, no
Corpus Christi, na Matriz de São José na
grau de Cavaleiro e Comendador da Rosa,
Corte em 12 de junho de 1864; porém não
esta última em 1860. Foi ainda ele o
foi dos sacerdotes mais morigerados, não
escolhido para dirigir as homenagens do
costumava trajar as vestes talares fora da
111
em
vários
Portugal.
anos,
no
Orador
Liceu
sacro
Igreja, no entanto, enquanto residiu na
NÓBREGA, João Norberto da – (*
Cidade da Paraíba celebrava diariamente
06.06.1886, Patos-PB – + 1969, São Paulo-
missa na Igreja do Rosário e quando se
SP). Filho do Alferes Severino da Costa
encontrava em seu engenho, a missa era
Machado (Alferes Costinha) e de Iluminata
celebrada, religiosamente, as seis da manhã,
da Costa Machado. Autodidata, curso
na capela que mandou construir, o que não
apenas o primário mas tornou-se professor
o impediu de ter um filho natural com
de primeiras letras e professor de música,
Joana Desidéria Gomes e que tinha por
romancista e jornalista. Como jornalista,
nome, o mesmo do pai, para escândalo dos
atuou na Gazeta do Sertão. É autor de várias
mais ortodoxos. Além das mulheres, sua
obras didáticas. Como pesquisador, faz
grande paixão foi a filosofia, a qual dedicava
pesquisas sobre o folclore e também escreve
duas horas de leitura diária; para esse fim
peças teatrais. Cérebro e coração, Tip. São José,
possuía
1938, Patos. Como se fala o português,
uma
ampla
biblioteca,
tendo
deixado como testemunho da suas reflexões
Tipografia
filosóficas os livros: Jesus Cristo e os filósofos,
Gramática sem mestre, s/e, s/d, s/l.; Luz da
A vida humana, O plágio e Ensaios filosóficos.
infância, Tip. São José, 1934, Patos. Pátria e
Faleceu aos 65 anos, na Cidade da Paraíba
heróis;
em 19 de maio de 1884 e foi enterrado na
Editora,1927.
capela do Cemitério Senhor da Boa
Referências:
Sentença. Redator: CRNF
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Referências:
IHGP – Arquivo Dr. Flávio Maroja
Zé
NOVAES,
Coleção de Documentos Privados Lindolfo
José Correia das Neves;
Cantuária,
Espera,
José
1927,
Parahyba,
Ferreira
de
Patos.
Popular
–
(*
12.03.1846, Bananeiras-PB – + 20.10.1901
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977;
Paraíba). Filho de Francisco Ferreira de
LIMA,
Albertina
Correia.
Traços
biográficos de Lindolfo José Correia das
Neves e João da Mata Correia Lima. Revista
do IHGP, n.º 12;
Novaes. Um dos fundadores e redatores de
MARTINS, Eduardo. Cardoso Vieira e o
Bossuet da Jacoca. Notas para um perfil
biográfico. João Pessoa: A União, 1979.
durante os anos de 1881 a 1884 na
Novaes, português e de Rosa de Lima
A Parahyba, órgão da dissidência do partido
liberal, senão diretor principal, impresso
Tipografia Liberal, situada à Rua Duque de
Caxias, 85.
112
Foi
um
dos
primeiros
e
assíduos
colaboradores do jornal A União, órgão
situacionista. Em sua cidade recebeu os
primeiros ensinamentos escolares. Dali foi à
Coimbra onde fez o curso de humanidade,
tendo regressado ao Brasil em 1864. No ano
seguinte ingressou na Faculdade de Direito
do Recife, bacharelando-se em 31 de
outubro daquele mesmo ano. Foi provedor
da Santa Casa de Misericórdia, de 1888 a
1899. Era lente de Retórica no ano de 1891,
do Liceu Paraibano, quando a cadeira foi
extinta, tendo sido nomeado para a
disciplina
de
História.
Foi
deputado
provincial. Em 1892, passou a colaborar na
redação de leis e decretos do governo de
Álvaro Machado, colaborando com o
Correio Oficial. Redatora: SFPB
Referência:
A tipografia do beco da Misericórdia. João
Pessoa: SEC, 1978.
A Paraíba 31/01/1881 e 27/10/1883.
113
OLIVEIRA, Rafael Correia de – (* 1896,
O
Goiana-PE – + 1958, Rio de Janeiro-RJ).
Jornalista e político. Participou na Paraíba
da Revolução de 30. Notabilizou-se pelo
vigor de seu estado, pela combatividade,
OLAVO,
Silvino
–
(*
como articulista político e comentarista
27.07.1896,
político internacional. Na década de 20, em
Esperança-PB – + 26.10.1969). Filho de
Santos, fundou e dirigiu o Diário Praça de
Manuel Joaquim Cândido e de Josefa
Santos. Durante muitos anos foi o diretor
Martins da Costa Silvino, Olavo Cândido
da sucursal do Jornal Estado de São Paulo, na
Martins da Costa cursou Direito na
Capital paulista. Deputado federal pela
Faculdade do Rio de Janeiro onde se forma
UDN. Foi o primeiro jornalista a entrevistar
em 1928. De volta à Paraíba, se envolve na
Prestes, na época em que era diretor de O
campanha de João Pessoa, de quem se torna
Jornal, de propriedade de Chateaubriand. Na
Chefe de Gabinete. Sua relação com as
época, Rafael Oliveira estava em São Paulo
letras se dá pela ficção, pela poesia e pela
por isso Chateaubriand o enviou para fazer
crítica literária. Além das letras, escreve em
a entrevista com o líder na fronteira do
vários jornais paraibanos artigos relativos a
Mato Grosso, da Bolívia. Chateaubriand o
área política e jurídica. Publicou na Revista
enviou para ganhar um dia, porque ele
Era Nova.
temia que outros jornais, inclusive O Estado
Referência
de S. Paulo, o Correio da Manhã, por exemplo,
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante
mandassem um repórter lá. Nenhum teve a
de. Enciclopédia de literatura brasileira. São
idéia de mandar.
Paulo: Global; Rio de Janeiro: Fundação
Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de
Referência:
Letras, 2001: 2v.
ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de
Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro.
Livraria Editora Cátedra. 1984.
OLIVEIRA, Mateus Augusto – (* 1878,
OTAVIANO de Moura Lima, Manuel
Pe. – (* 27.04.1880, Conceição-PB – +
1964, Piancó-PB). Filho de Antonio
Otaviano dos Santos Lima e Maria Vieira de
Moura Lima. Realizou seus primeiros
estudos nos Colégio Pio X, da capital
paraibana. Há controvérsia em relação ao
lugar em que teria se ordenado padre. O
Recife-PE – + 1968, Rio de Janeiro-RJ).
Diretor de O Norte em 1930.
OLIVEIRA,
Peryllo
de
–
Ver
D´OLIVEIRA, Severino Peryllo.
114
DLP registra a capital. O PDFV aponta
como sendo Teresina a cidade na qual o
padre teria se ordenado, no ano de 1910.
Foi vigário de Piancó e utilizou os jornais,
principalmente o periódico católico A
Imprensa, para escrever artigos polêmicos.
Também escreveu para revistas dramas,
ensaios de cunho sociológico e até mesmo
romance, com a preocupação voltada
notadamente para as questões da seca no
sertão. Elegeu-se deputado estadual em
1928, mas se afastou da política após a
Revolução de 30. Membro da Academia
Paraibana de Letras. Sua bibliografia inclui
ensaios, história e romance. Entre esses
encontram-se O chefe político. Romance de
costumes.Rio de Janeiro: A Noite, 1951 e
Tomás Cajueiro. Rio de Janeiro: Companhia
Editora Americana, 1939. Inácio da
Catingueira. Rio de Janeiro: CEA, 1939; A
coluna Prestes (Os mártires de Piancó). (1939)
2.ed. Acauã, 1979. Redatora: SFPB
Referências:
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
115
dos Anjos e Américo Falcão. Publicou em
P
1908, pela Tipografia de Jaime Seixas o livro
Lira Melancólica. Redatora: SFPB
Referências:
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994.
PATRÍCIO, Simão – (* 1878, Areia-PB).
Jornalista paraibano fundou e dirigiu o
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
periódico O Centro em Areia. Junto José
Américo de Almeida e Eduardo Medeiros
publica, em 1907, o jornal Correio da Serra,
PESSOA,
também em Areia.
Benjamim
Falcão
–
(*
31.03.1899, Praia de Lucena-PB – +
PEDROSA, Pedro da Cunha – (*
28.08.1958, João Pessoa-PB). Publica seus
30.06.1863, Umbuzeiro-PB – + 1947). Atua
poemas com frequência nos jornais locais.
como jornalista e participa da vida política.
Referência:
Referência:
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
PESSOA JÚNIOR, João Ribeiro da
PESSOA, Antonio Elias – (* 03.10.1865,
Veiga – (* 09.08.1892, Paraíba – +
Lucena-PB – + 21.10.1909, Paraíba).
13.02.1975, João Pessoa-PB). Filho de João
Estudou no Liceu Paraibano e no Seminário
Ribeiro da Veiga Pessoa e D. Amélia
de Olinda. Torna-se jornalista e professor
Figueiredo da Veiga Pessoa. Casado, em
em Areia. Na capital, colabora com os
primeiras núpcias, com a senhora Adalgisa
jornais O Sorriso e O Arauto Paraibano,
Batista da Veiga, deixando desse casamento
principalmente, na década de 80. Publicou
três filhos: Maria do Socorro, Maria do
na coluna “Literatura” deste e no “Jardim
Morro e José Gláucio. Em 1925, viúvo,
Poético” daquele periódico. Foi cantor de
casa-se com D. Maria Gasparina Barbosa.
modinhas e famoso folhetinista. Assim
Veiga Júnior fez o curso primário em
como Orris Soares se tornou célebre por ter
escolas particulares e o secundário, no Liceu
projetado Augusto dos Anjos, Antonio
Paraibano; não teve formação acadêmica,
Elias se consagrou por ter se oposto, nos
foi um autodidata. Muito culto, inteligente,
primeiros anos do século XX, a Augusto
charadista e historiador; pessoa de hábitos
116
simples, meticuloso, católico praticante;
se com Isabela de Castro, tendo nascido da
cultivava boas amizades, entre os mais
união os filhos João, Tomaz e Luís. Fez os
íntimos,
Maurício
estudos primário, colegial e humanidades na
Furtado, Oscar de Castro, Celso Mariz, Pe.
cidade natal. No Recife, se matriculou em
Florentino, Santa Rosa e João Unas. Era
1860 na Faculdade de Direito juntamente
membro
e
com Tobias Barreto, Castro Alves, Ruy
Geográfico Paraibano, da Associação de
Barbosa, Joaquim Nabuco e Fagundes
São Vicente de Paula e sócio-fundador da
Varela, que inspirados nos princípios
Academia Paraibana de Letras. Não deixou
filosóficos de Victor Hugo, ansiavam por
livros publicados; a sua produção literária é
uma reforma política e social para o Brasil.
comprovada através da imprensa; certa vez,
Nessa época, fundou e dirigiu, juntamente
aconselhada por Nelson Lustosa para
com outros acadêmicos o jornal O Futuro
publicar os seus artigos em livro, Veiga
jornal científico-literário, uma espécie de
Júnior, por modéstia, queimou o seu
porta-voz dos anseios da mocidade e que tinha
arquivo, dizendo que nada daquilo deveria
como redatores, Castro Alves e Martins
permanecer. Encontramos alguns artigos
Júnior; foi diretor de A Província, jornal
seus, publicados nas Revistas da Academia e
abolicionista,
do Instituto Histórico: O Lyceu ao tempo
colaborador Joaquim Nabuco. Através do
da madureza; Vamos falar ao presidente; A
jornal O Futuro, contestou a direção da
festa das Neves até o primeiro decênio
Faculdade, valendo-lhe isso processo e
deste século; O viver atribulado de Irineu
condenação sob o olhar vigilante dos
Pinto.
bedéis. Eram românticos e idealistas. Ao ser
Referências:
solicitado a pedir perdão e acabar com o
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ve
igaj.htm
periódico, o jornalista opta pelo castigo
PESSOA, Olavo Otaviano Pinto – (*
porta-voz
1871, Paraíba – + 1933, Recife-PE) Dirigiu
republicanas. Quando da morte de Abreu e
O Diário da Paraíba em 1930.
Lima impenitente confesso, fez enérgicos
pode-se
do
destacar:
Instituto
Histórico
sendo
o
seu
maior
mantendo o jornalzinho que se tornou
das
idéias
abolicionistas
e
protestos contra a Igreja por ter negado
PINHEIRO, Luiz Pereira Maciel – (*
sepultamento ao historiador. “Pleno de
11.12.1839, Paraíba, – + 09.11.1889, Recife-
esperança e sequioso de glória”, nas
PE). Era filho de Braz Ferreira Maciel e D.
palavras
Margarida Maciel Pinheiro; em 1879, casou-
117
de
Liberato
Bittencourt,
foi
voluntário da guerra do Paraguai. O seu
Ceará e de Taquaretinga e Timbaúba, em
gesto foi saudado com um poema do amigo
Pernambuco. Fundou, com o teatrólogo
Castro Alves: “Partes, amigo, do teu antro
Martins Junior, o periódico O Norte. Dirigiu
de águias”. Ao voltar da guerra, onde
os jornais A Província e o Jornal do Recife,
passou dois anos, voltou sua pena contra a
ambos de Pernambuco. Maciel Pinheiro
direção da campanha. Também retoma os
sobressaiu-se como jornalista. Em 1º de
estudos de Direito e bacharela-se em 1867.
junho de 1889, juntamente com Martins
Assinou o manifesto republicano em 1870 e
Júnior, fundou O Norte, jornal que circulou
passa a dedicar-se à magistratura e mais
até 12 de novembro desse ano, tornando-se
profissionalmente ao jornalismo.
o mais eficiente meio de divulgação da
Em 1880, morre a sua esposa, deixando-lhe
campanha republicana. Por ironia, morreu
os três filhos pequenos: Tomaz, João e Luís.
três dias antes da proclamação da república,
Sua maior válvula de escape, então, se dá
no Recife, na rua da Aurora, devido à
através do jornalismo. Só a partir de 1884,
malária adquirida durante a guerra do
contudo, Maciel decide se dedicar, de corpo
Paraguai. O abolicionista Joaquim Nabuco,
e alma, à redação de artigos para o Jornal do
admirador do jornalista escreve sobre ele as
Recife e A Tribuna, através dos quais defende
seguintes palavras: “Em toda a imprensa,
os ideais abolicionistas de liberdade e
não há ninguém cuja pena corte como uma
igualdade. Nesse segundo jornal, inclusive,
espada afiada, como a dele; não há outro
no dia 13 de maio de 1888, é possível
que seja ao mesmo tempo o escritor
identificar as matérias assinadas por Maciel
ardente, o magistrado inflexível e o soldado
Pinheiro, Joaquim Nabuco e José Mariano.
patriota que ele é. Em Maciel Pinheiro, o
jornalista é o homem”. Publicou o livro
Maciel Pinheiro foi eleito para ocupar a
cadeira
número
22
da
Reforma eleitoral. Redatora: SFPB
Academia
Pernambucana de Letras. Participa da
Referências:
direção do jornal A Província e, com José
CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
Mariano, cria o jornal O Norte, dando
continuidade
à
luta
em
prol
VAINSENCHER, Semira Adler. “Praça
Maciel
Pinheiro”
In
http://www.fundaj.gov.br/
do
abolicionismo e dos direitos humanos.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira22.htm
Foi promotor público da cidade de Santo
Antonio da Patrulha, no RS, juiz substituto
em Recife, juiz de direito em Imperatriz, no
118
PINTO, Irineu Ferreira (*07.04.1881,
de Cobre pela exposição de Turim.
João Pessoa - + 27.03.1918, João Pessoa).
Bibliografia: Datas e notas para a história da
Era filho de Francisco Ferreira Pinto e D.
Paraíba, 1909; O cólera-morbus na Paraíba,
Bernardina Ferreira Pinto. Aos oito anos de
1910; Resenha dos trabalhos científicos, 1910; A
idade, ficou órfão de pai, passando aos
igreja do colégio, 1910; A instrução pública na
cuidados da avó materna que morava no
Paraíba, 1910; A Paraíba de Lyra Tavares,
sítio Barreiras, atual cidade de Bayeux, onde
1910; A abdicação, 1912; Notas para a história
viveu a sua infância e fez o curso primário,
da ordem 3ª de Nossa Senhora do Carmo, 1912;
freqüentando, depois, o Lyceu Paraibano,
Resenha dos trabalhos científicos do IHGP, 1912;
pretendendo seguir a carreira jurídica, o que
Sobre o XVII Congresso de Americanistas, 1912;
não foi possível. A pobreza obrigou-o a
Assuntos bibliográficos; Heroísmo de Cabedelo;
desistir do sonho e encarar a realidade, pois,
Capela do Senhor do Bom Jesus; A Bahia e o V
devia trabalhar para ajudar no orçamento da
Congresso Brasileiro de Geografia; Documentos
família.
para
Trabalhou
nos
Correios
e
a
bibliografia
de
Pedro
Américo.
Telégrafos, como amanuense, mas não se
Colaborava nos jornais A União, O Norte e O
acomodou. Dedicou-se à pesquisa histórica
Comércio, publicando trovas, sonetos e
e literária; fundou o Clube Benjamim
crônicas. Redatora: LO
Constant, núcleo literário do qual fazia parte
Referências:
a elite intelectual da Província; foi sócio
PINTO, Piragibe. Irineu Pinto: sua vida e sua
obra.
João
Pessoa:
(1955).
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira19.htm
fundador
do
Instituto
Histórico
e
Geográfico Paraibano, tendo exercido os
cargos de Secretário e Bibliotecário da
PINTO, João Pereira de Castro – (*
entidade e integrou a Comissão que
1863, Mamanguape-PB – + 1944, Rio de
elaborou os estatutos da Casa; era sócio
Janeiro-RJ). Secretário de redação e Diretor
honorário do Centro de Ciências e Letras de
de A União.
Campinas; do Instituto Histórico da Bahia;
da Sociedade de Geografia de Lisboa; da
PINTO, Joel – (* 30.05.1899, João Pessoa-
Real Academia de Arqueologia da Bélgica,
PB). Com vocação jornalística, cria diversos
do
Geográfico
periódicos, como a revista Menina.
associações
Referência:
Instituto
Alagoano,
Histórico
entre
outras
e
congêneres. Recebeu Medalha de Ouro da
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Sociedade Histórica de Paris e uma Medalha
119
PINTO, Luiz – Jornalista, colaborou em
Comércio e em A Manhã. O Padre Heliodoro
vários jornais do Rio de Janeiro.
era admirador do Padre Rolim, com o qual
teve
PIRAGIBE, Aderbal – (* 06.05.1895,
uma
rápida
convivência
quando
criança. Em sua homenagem escreveu uma
Cabedelo-PB - + 30.07.1940, João Pessoa-
biografia do padre, baseada em grande parte
PB). Dedica-se ao jornalismo, sendo redator
nas lembranças que lhes ficaram na
dos jornais O Norte, Correio Da Manhã, Brasil
memória. Sobre
Novo e O Liberal.
a biografia, porque
baseada na memória e na tradição oral,
Referência:
apresenta inúmeros problemas com relação
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
a datas e dados sobre o biografado e sua
PIRES, Pe. Heliodo de Souza – (*
Studart,
11.09.1888, Umbuzeiro-PB – + 03.1971).
desmente o fato de que Rolim tenha sido
Era filho de Silvestre Pires de Azevedo e
discípulo do
Ludgera Almeida de Sousa. Seus estudos
Alencar no seminário do Crato, pois
para receber as ordens foram no Seminário
segundo ele nessa época Alencar pai
do Ceará, recebendo ordens em 1911, por
freqüentava o Seminário de Olinda. Outra
D. Luis de Brito. Seu sacerdócio teve início
explicação para os “erros” teria sido a
em Cajazeiras, levado por D. Moisés Coelho
pressa do padre em inscrever o seu trabalho
para instalar a Diocese daquela cidade.
sobre Padre Rolim no Congresso de
Posteriormente, transferiu-se para o Recife,
História, que ocorreu na Paraíba, em
seguindo dali para os Estados do Rio de
homenagem ao centenário da Revolução de
Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. No Rio
1817. Contudo, não há registro de que esse
de Janeiro organizou os vitrais da igreja de
trabalho
São Judas Tadeu, composto dos maiores
discutido. Não há mesmo nenhum registro
vultos religiosos nacionais. Dedicou-se aos
por escrito dessa apresentação. O padre
estudos
tornando-se
Pires é patrono da cadeira nº 04 do IHGP.
especialista em literatura católica, estudioso
É autor de: Pe. Inácio Rolim, 1ª. Edição
das artes sacras e da história da igreja
publicada em 1971, em Fortaleza. Em 1991
brasileira.
foi editada uma 2ª. edição atualizada pelo
e
ao
trabalho,
família. Um deles, apontado pelo Barão de
em
historiador
Como jornalista, escreveu para a imprensa
carta
prefácio
ao
livro,
Padre José Martiniano de
tenha
sido
Deusdedit
apresentado
de
ou
Vasconcelos
Leitão. Nos Caminhos do Nazareno, 1923; No
do Recife, publicando trabalhos no Jornal do
120
Sorriso das Almas, 1925; A Pedagogia na
Áustria e a Obra Admirável de Oto Glockel,
1933; A Poesia na Igreja do Ocidente, 1934; As
Educadoras Beneméritas da Colina de Santana,
1934; A Paisagem Espiritual do Brasil no Século
XVIII, 1937; Nas Galerias da Arte e da
História, 1944;Cenas e Perfis dos Legendários
Cristãos Pilatos, Verônica e Plautila, 1958; O
Aleijadinho, 1942; Mestre Aleijadinho: Vida e
Obra de Antônio Francisco Lisboa, 1961/ Temas
da História Eclesiástica no Brasil, 1946.
Redatora: SFPB
Referências:
DUARTE, Sebastião Moreira. “O auto de
batismo”. In PIRES, Heliodoro. Padre Mestre
Inácio Rolim, um trecho da colonização do
Norte brasileiro e Padre Rolim, 2ª. ed.
Teresina, Grupo Claudino, 1991.
PIRES, Heliodoro. Padre Mestre Inácio Rolim,
um trecho da colonização do Norte
brasileiro e Padre Rolim, 2ª. ed. Teresina,
Grupo Claudino, 1991.
PIRES,
Rodolfo
abolicionista,
–
pertenceu
(Areia).
à
Poeta,
Sociedade
Emancipadora, fundada em Areia por
Manoel da Silva e Coelho Lisboa.
PORTO, Carlos Eugênio – (* Cruz do
Espírito Santo-PB – + 1979, Rio de JaneiroRJ). Escreveu em O Roteiro do Piauí.
121
formando-se na França em Engenharia de
R
Minas. Existe uma dúvida quanto à
formatura de Retumba, levantada por José
Joffily no seu livro Entre a Monarquia e a
República, página 112, onde questiona se
RABELO, Francisco José – (1850). O
Retumba era diplomado ou não. Voltando à
nome desse bacharel paraibano figura com
Paraíba, formado em Engenharia de Minas,
destaque entre os que, no século passado,
Retumba foi convidado pelo Presidente da
esforçaram-se por dar a Paraíba, uma
Província a preparar um estudo sobre os
imprensa
recursos econômicos do Estado. Viajou
à
altura
de
sua
tradição.
Colaborou em diversos jornais; fundou O
pelo
Comércio, em 1882; foi redator-chefe do
estudando a sua viabilidade, e chegando à
Diário da Paraíba e redator de O Liberal
conclusão que o maior obstáculo ao
Paraibano.
desenvolvimento
Referência:
inexistência de meios de comunicação entre
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
as cidades do interior, o que dificultava
interior
durante
do
muito
Estado
tempo,
era
a
enormemente a exportação dos produtos
agrícolas. Em agosto de 1861 ele apresentou
RAMOS, José Leal – (* 1891, São João do
um vasto relatório sobre o estudo realizado.
Cariri-PB – + 1976, João Pessoa-PB).
Se uniu a Irineu Joffily na criação do jornal
Presidente da Associação Paraibana de
A Gazeta do Sertão (órgão de propaganda
Imprensa, ex-diretor de O Norte.
republicana que por ironia foi destruído
RÉGIS, Edson – Fundou o suplemento
pelo primeiro governo republicano).; ambos
do jornal A União, Correio das Artes.
destacaram-se não como empresários, mas
como
RETUMBA FILHO, Francisco Soares
brilhantes
articulistas.Retumba
morreu, misteriosamente, no Recife.
da Silva – (* 08.08.1856, João Pessoa-PB –
+ 03.12.1890, Recife-PE). Era filho do
Referências:
engenheiro português Francisco Soares da
JOFFILY, José. Entre a Monarquia e a
República – Idéias e lutas de Irinêo Joffily.
Cosmos, Rio de Janeiro, 1982;
Silva
Retumba,
construtor
da
Ponte
Sanhauá, ele de ligação entre a capital e o
interior do Estado. Francisco Retumba
Revista do Instituto Histórico e Geográfico
Paraibano, vol. IV, p. 164.
Filho, ainda jovem, foi morar na Europa,
http://www.ihgp.net/memorial4.htm
122
RIBEIRO, Beatriz – escritora paraibana,
Brasil. 3o Volume.. Ed. Pongetti - Rio de
Janeiro. 1972, P. 582
com farta colaboração nos jornais de João
A União, João Pessoa de 1930/1940
Pessoa e de muitas cidades dos Estados
A Imprensa, João Pessoa 1928/1940
Nordestinos. Sua pena prestimosa e amável,
Memorial do IHGP. Ed. Comemorativa
dos 90 anos de Fundação 1905-1995. J.
Pessoa, 1995.
seus escritos bem elaborados, escreveu para
o Brasil Feminino a bela Revista de Iveta
Revista Illustração, João Pessoa, agosto de
1936, nº 27.
Ribeiro que lhe estampou o retrato. Beatriz
no dia 05 de agosto de 1936, assume o
RIBEIRO,
cargo de secretária da Associação Paraibana
José Maria de Souza Ribeiro e D. Minervina
Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP),
de
agosto
de
1936,
(*
16.08.1961, Campina Grande-PB). Filho de
No mesmo mês, ingressou no Instituto
23
Sousa
31.01.1885, Campina Grande-PB – +
de Imprensa, na posse da nova diretoria.
em
Hortêncio de
Lima Ribeiro. Fez o curso primário em
sendo
Campina Grande, no Colégio São José e os
recepcionada pelo Historiador José Batista
preparatórios em colégios da capital do
de Mello. A sua produção literária foi
Estado e de Recife. Bacharelou-se em
publicada no jornal A União, na década de
Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro,
30. Com problemas de saúde e sem
em 1918. Ainda no Rio, tentou estudar
condições de manter em atividade sua vida
Medicina, mas por motivo de saúde
cultural e literária, Beatriz decidiu renunciar
abandonou o curso médico já no 2º ano e
à condição de sócia do IHGP, dizendo que:
voltou a sua querida Campina Grande,
“a vaga será preenchida com certeza por um
cidade que sempre amou e dedicou. quase
dos que, fora do Instituto, se distingue nas
toda sua vida, onde era muito querido e
realizações e esforços pelos ideais comum,
respeitado, sendo para os jovens que
em harmonia com os que já integram seu
desejavam ingressar nas artes literárias, um
quadro social, de merecido renome”. O
verdadeiro Mecenas, incentivava e ajudava a
IHGP não acolheu seu pedido de renúncia
todos. Não se envolvendo em política,
da consorcia, mantendo-a no quadro social
podia manter-se imparcial nas suas atitudes.
até hoje, naturalmente, a cadeira ser
Em 1939, casou-se com D. Maria de Moura
declarada vaga. Redator: FS
Ribeiro. O casal teve quatro filhos: Maria de
Referências:
Molina, Rosália Maria, João Hortênsio e
BITTENCOURT, Adalzira. Dicionário Biobibliográfico de Mulheres Ilustres e Intelectuais do
Jacinta de Fátima. Colaborou na imprensa
paraibana, escrevendo em vários jornais.
123
Em A Imprensa, jornal pertencente à
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Arquidiocese da Paraíba, ela manteve, por
muito tempo, uma coluna intitulada “Nota
do dia”, onde eram perfiladas pessoas de
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ho
rtencior.htm.
atuação relevante na história política, social
RIBEIRO, Odilon Nestor de Barros (*
e religiosa de Campina Grande. Colaborou
26.02.1874, Teixeira-PB – + 1968, Recife-
em A União, A Voz da Borborema, Gazeta do
PE). Publica em revistas e jornais do Recife.
Sertão, Revista do Instituto Histórico e Geográfico
Foi o primeiro redator chefe do Jornal do
Paraibano, nos Anuários de Campina Grande
Comércio, de Pernambuco. Poeta e jurista,
e no Jornal do Comércio, do Recife. Foi um
o sertanejo, foi à Europa mais de 15 vezes e
dos fundadores da Academia Paraibana de
era professor de Direito Internacional.
Letras, integrando os seus quadros a partir
Segundo Hélio, sua participação deu ao
de 14 de setembro de 1941. Participava de
referido jornal o “tom cosmopolita que
todos os Grêmios Literários que surgiam e,
marca o jornal até hoje”.
entre
estes, citamos:
o Gabinete
de
Durante anos foi Presidente do Centro
Literatura 7 de Setembro e o Centro de
Regionalista do Nordeste; participou do
Estudos Campinenses. Não deixando livros
movimento Regionalista, Tradicionalista e a
publicados, após sua morte, D. Maria de
seu modo Modernista. Algum dos seus
Lourdes colheu em jornais e revistas os seus
versos escreveu-os inspirados em assuntos
escritos, enfeixando-os em livro, formando,
regionais e até recifenses. Viveu no Recife a
assim, uma antologia de suas crônicas e
maior parte de sua longa vida. Segundo
artigos, intitulada Vultos e fatos, publicada
Gilberto Freire, ele quase não viajou ao Rio
pelo Governo do Estado em 1979. Torna-
de Janeiro, vivendo apenas entre o Recife e
se articulista diário do jornal A Imprensa e
a Europa. Foi por isso, na opinião do
colaborador de A Voz da Borborema, Jornal do
sociólogo, um “provinciano cosmopolita”.
Comércio, A União e REV.IHGP. Possui
Odilon Nestor possui uma obra variada e
obra inédita sobre meio século de República
no
Estado
e
muitos
outros
numerosa. Escreveu Faculdade de Direito do
artigos
Recife: traços de sua história, 1930; ainda no
publicados na Revista APL e nos jornais
campo
locais.
do
Direito,
publicou
Direito
Internacional Privado, 1919; no campo da
Referências:
literatura publicou, em 1906, o primeiro
124
livro de poesias, Juvenilia e na maturidade O
com a publicação do livro: Walfredo
barqueiro das sombras, 1945. Redatora: SFPB
Rodriguez e a cultura paraibana, organizado
Referência:
HÉLIO, Mário. A literatura nas páginas do JC.
In:
http://www2.uol.com.br/JC/_1999/80a
nos/80c_21.htm
por Alex Santos.
Conhecido como escritor foi também
destacado fotógrafo e cineasta. Sua carreira
iniciou-se no cinema, quando, em 04 de
FREYRE, Gilberto. Perfil de
Euclides e
outros perfis. Rio de Janeiro, José Olympio,
1944.
setembro de 1921, exibiu no Cine Rio
Branco, na Cidade da Parahyba, um filme
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
documentário de uma retreta que havia sido
realizada na Praça Venâncio Neiva, na
referida cidade. No mesmo mês, viajou ao
RODRIGUEZ, Walfredo – (* 1893, João
Rio de Janeiro para ser fotógrafo da Federal
Pessoa-PB – + 1973, João Pessoa-PB).
Filmes, tornando-se posteriormente um dos
Filho de Emiliano Rodriguez Pereyra,
fotocinematografistas da Companhia de
Walfredo Rodriguez nasceu no ano de 1894,
na
cidade
de
João
Pessoa,
Antônio da Silva Barradas, dono da Omnia
então
Film. Ao voltar à Paraíba passa a produzir
denominada Cidade da Parahyba. Segundo
cine-jornais, exibidos nos cinemas de sua
o alistamento eleitoral de 1898, seu pai
cidade, particularmente no Cine Rio Branco
possuía residência na Rua da Viração, atual
e no Filipéia, com o título de “Filmes-Jornais
Avenida Gama e Mello na referida cidade.
do Brasil... Um pouco de tudo”. O que o fez ser
Sua infância deu-se entre artistas, posto seu
considerado por muitos autores paraibanos,
pai, Emiliano possuir um hotel-botequim
como pai do cinema paraibano.
no Teatro Santa Roza, e sempre ter sido um
admirador da cultura e da arte. Além disso,
Estes filmes-jornais possuíam 10 minutos
desde criança, Walfredo teve profunda
de duração, em média revelados em cores:
ligação com a fotografia, pois o seu avô
azul quando as cenas se passavam à noite; e
paterno era fotógrafo. Iniciou carreira no
amarelo, quando as cenas ocorriam durante
cinema em 1921. Walfredo Rodriguez
o dia. A maioria deles, a exemplo do que
faleceu em 1974, aos 80 anos de idade, na
produzia Antônio Barradas na cidade do
mesma cidade em que nasceu. Em 1984, a
Rio de Janeiro, com quem Walfredo havia
Fundação Casa José Américo promove a
trabalhado anteriormente, destacava a parte
“Semana Cultural Walfredo Rodriguez”
esportiva. Esse é o caso do flagrante do
para celebrar seus 90 anos, a qual culminou
jogo de futebol entre os clubes “Parahyba
125
United” e o “Red Croos” realizado entre os
Índios, constituído pela população em geral
anos de 1923 e 1924, porém, seus filmes
e ainda o bloco “Filopanças”, título que se
não se limitavam ao esporte. Podemos citar:
refere à própria organização do bloco,
um flagrante da chegada do recém-eleito
posto que o mesmo saía às ruas, de casa em
presidente João Suassuna à Cidade da
casa.
Parahyba, em 1924; os filmes sobre a dança
Em seguida, no ano de 1924, Walfredo
de coco, e ainda o “Reminiscência de 30”.
inicia
Segundo Wills Leal (2007) esses “filmes-
Nordestino”, momento em que era diretor e
jornais” tiveram pouco tempo de duração.
proprietário da “Empresa Nordeste Filme”.
Cerca de 20 filmes foram lançados por
Como paraibano, e profundo admirador de
Walfredo, durante os aproximadamente,
sua terra e apaixonado por sua riqueza
três anos de produção. Isto se deve ao fato
cultural Walfredo pretendia, através desse
de
eram
filme, mostrar ao país que o nordeste não
lucrativos, já que o material para sua
era apenas seca, ou miséria, para poder
produção era custoso e precisava ser
contestar o que os seus colegas de trabalho
adquirido na cidade de Recife, o que
da “Federal Filmes” do Rio de Janeiro
encarecia ainda mais o processo. Portanto,
diziam sobre a Paraíba não ter nada
os filmes-jornais deixaram de ser realizados.
civilizado, e que os índios atacavam as
Diante da não lucratividade dos filmes-
pessoas na cidade. Portanto, em 1928, seu
jornais, Walfredo passa a produzir filmes
sonho é concretizado, e “Sob o céu
mais longos, divididos em três partes, que
Nordestino”,
totalizavam ao final, cerca de 80 minutos de
aproximadamente duas horas de projeção.
duração, como por exemplo, o “Carnaval
Mais um filme de caráter documentário,
Paraibano e Pernambucano”, de 1923, que
sendo sete partes com esta característica, e
chegou a ser exibido na cidade do Rio de
uma
Janeiro, no Cine Pathé. Este filme pode ser
considerada pelos autores paraibanos que
considerado um documentário jornalístico,
analisaram a obra, como um prólogo-ficção,
pois tratava de mostrar as várias faces do
no qual o autor demonstra a nossa
carnaval
paraibano
formação histórica. Concluído, o filme foi
partindo
dos
que
os
filmes-jornais
blocos
e
não
pernambucano,
formados
as
parte
filmagens
é
fictícia,
de
“Sob
finalizado,
a
primeira
o
céu
com
delas,
pelos
exibido em várias cidades do estado e em
integrantes da elite da época, como o
outros estados nordestinos, como a Bahia e
“Aluga-se um coração”, até os blocos dos
o Rio de Janeiro. Posteriormente foi levado
126
por Antônio Barradas para Paris, a fim de
horas, a exposição de quadros foto-verniz,
sonorizá-lo, porém isto não foi possível, já
organizada pelo artista fotógrafo Walfredo
que o mesmo faleceu subitamente durante a
Rodriguez, chefe do serviço fotográfico
viagem, e não foi mais possível encontrar
desta folha, sob o patrocínio do casal Ruy
esta cópia original do filme.
Carneiro”, (grifo nosso). Ou, conforme
Em primeiro de setembro de 1950, o Cine
afirma J. Veiga Júnior em outra ocasião,
Rex Rotary Clube da Paraíba, juntamente ao
ainda no referido jornal “não sei se estou
Departamento de Educação, promove um
perpetrando
festival
Walfredo
advertindo ao codaquista (grifo nosso) de A
Rodriguez, que segundo os jornais da época
União de que a escolha do local não primou
ao veicular este festival o tratavam como
bastante pela felicidade.” (08 de outubro de
“filmes de flagrante da vida nordestino, nos
1942), ambos referindo-se à Exposição
anos de 1923 e 1924”.
“Dos tempos dos azulejos e beirais à cidade
com
os
filmes
de
indiscrição
repreensível
de hoje”, sobre a qual falaremos adiante.
Ao analisar as obras sobre Rodriguez,
Portanto resta-nos a indagação se a
percebemos que muitos são os autores que
contribuição de Walfredo Rodriguez estava
o citam como colunista de algumas revistas
nas fotografias utilizadas pelos jornais, ou se
e jornais, que circulavam na cidade de João
algumas colunas eram escritas pelo mesmo.
Pessoa, sobretudo nas primeiras décadas do
século XX. Porém não foi possível
Vários são os registros nos jornais da época
comprovar determinada afirmação, posto
sobre a abrangência da exposição “Dos
que a maioria dos artigos publicados nos
tempos dos azulejos e beirais à cidade de
jornais e revistas durante o período referido
hoje”. O jornal A União, no mês de outubro
não era assinada. Algumas revistas, como a
de 1942, publica quase que diariamente
“Era Nova”, por exemplo, sobretudo as do
chamadas para a mesma, a partir das quais
início da década de 1920, as quais tivemos
podemos aqui refazer um pouco de sua
acesso, traz junto ao sumário, a lista de
história.
colaboradores, dentre os quais não consta o
A abertura oficial da supracitada exposição
nome de Walfredo, apesar disso alguns
ocorreu no domingo, dia 04 de outubro, no
autores o citam como colunista da mesma.
andar térreo da ex-Caixa Rural, na Rua
No jornal A União, encontramos, no ano de
Duque de Caxias, área central de João
1942, a seguinte citação: “com um brilhante
Pessoa.
êxito, foi inaugurada, domingo último, ás 16
federal Ruy Carneiro e sua esposa, que
127
Foi patrocinada pelo interventor
adquiriram sete quadros de azulejos no
século XIX, quando o autor da referida
momento em que visitaram a exposição,
exposição tinha poucos anos de idade,
junto com o seu assistente militar o capitão
fazem parte de seu acervo de colecionador,
Manuel Ramalho e outras autoridades da
e
época.
cidade,
Enfatizamos aqui a contribuição desta
Francisco Cícero adquiriu para a Galeria da
exposição para a produção da imprensa
Prefeitura vários quadros “que futuramente
local, posto acreditarmos que muitas destas
serão encaminhados para a Galeria Turi-
fotos
urbanística da cidade” (A União, 13 de
utilizadas nas matérias jornalísticas. É
outubro de 1942).
possível perceber no próprio jornal A
“Dos tempos dos azulejos e beirais à cidade
União, já que Walfredo era fotógrafo do
de hoje”, contava com 258 quadros, e já no
mesmo, ou da Revista Era Nova, quando até
terceiro dia de exposição haviam sido
mesmo anterior a esta data, em 1923
vendidos 66. No dia anterior à abertura
encontramos um foto da cidade assinada
oficial
por ele.
O
é
então
prefeito
promovido
por
da
Walfredo
não
foram
expostas
feitas
foram
pelo
mesmo.
posteriormente
Rodriguez um coquetel com a finalidade de
A partir da década de 1950, o autor passa a
receber
de
publicar algumas obras, a primeira delas, é
Imprensa. A maioria dos jornalistas da
História do Teatro da Paraíba: só a saudade
época
fotógrafo
perdura (1831-1908), lançado em 1960, que
competente, que “apanhou vários aspectos
tem o objetivo principal de retratar os
da Parahyba de outrora e os apresenta sob
teatros na Paraíba, particularmente o Teatro
um seu processo de foto-verniz, juntamente
Santa Roza. Isto devido ao fato, não só de
com seu aspecto atual da cidade”. Essa
Walfredo Rodriguez ser o diretor desta casa
capacidade fez com que os visitantes, (cerca
de espetáculos na referida época, mas
de 400 pessoas por dia) tenham “uma visão
também, como já dissemos no início deste
retrospectiva da cidade, podendo facilmente
relato, ter sua vida ligada ao mesmo desde
julgar seu processo” de urbanização. (A
criança, quando seu pai aí trabalhava. A
União, 11 de outubro de 1942).
segunda obra de grande destaque para a
Vale salientar que Walfredo era além de
historiografia
fotógrafo, um colecionador de jornais e
Sentimental de uma Cidade”, publicado em
revistas, portanto muitas dessas fotografias,
1962, e reeditado 1994. Trata-se de uma rica
principalmente as primeiras, de meados do
descrição da cidade de João Pessoa, em que
a
o
Associação
considerava
Paraibana
um
128
paraibana
é
o
“Roteiro
o autor revela um grande saudosismo da
cidade de tempos passados. Em 1974, seu
filho José de Nazareth Rodriguez organiza o
livro “Dois séculos de cidade: passeio
retrospectivo”, que contém imagens da
Parahyba
registradas
por
Walfredo
Rodriguez.
Pelo exposto, afirmamos que a contribuição
de Walfredo Rodriguez acerca da cultura
paraibana, é bastante ampla, já que se
encontra no cinema, no teatro, mas,
sobretudo nos jornais e na fotografia, pois
muitas dos artigos de imprensa publicados à
época tinham como fundamento ilustrativo
as imagens captadas ou coletadas por ele.
Redatoras: DSM/ NLARS
Referências:
LEAL. Wills. Cinema na Paraíba/Cinema da
Paraíba. Livro-álbum. 2º volume. Academia
Paraibana de Letras: João Pessoa, 2007.
MELLO. Virginius da Gama e. Prefácio.
(In) Dois séculos de cidade: passeio retrospectivo.
_______. Prefácio. (In) História do Teatro da
Paraíba: Só a saudade perdura (1831-1908).
Imprensa Oficial: João Pessoa, 1960.
RODRIGUEZ. Walfredo. Roteiro Sentimental
de uma cidade. 2. ed. A União Editora: João
Pessoa, 1994.
______. História do Teatro da Paraíba: Só a
saudade perdura (1831-1908). Imprensa
Oficial: João Pessoa, 1960.
SANTOS. Alex. (org.) Walfredo Rodriguez e a
cultura paraibana. EGN: João Pessoa, 1989.
129
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
1994.
S
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
SANTOS NETO, Antônio Bernardino
SANTOS, Antônio Bernardino – (* 1835,
dos – (* 28.02.1884, João Pessoa-PB – +
Paraíba, – + 1912, Rio de Janeiro-RJ).
04.09.1934, Rio de Janeiro-RJ). Filho de
SANTOS, Arthur Aquiles dos – Ver
Arthur Aquiles, segue o itinerário comum à
AQUILES, Arthur.
época, cursando o primário e o secundário
na capital paraibana, formando-se em
SERRA SOBRINHO, Joaquim Maria –
Direito no Recife. Desde os tempos do
(* 20.07.1838, São Luis-MA – + 29.10.1888,
Liceu Paraibano torna-se amigo de Augusto
Rio de Janeiro-RJ). Jornalista, professor,
dos Anjos. Publica seus primeiro poemas
político, teatrólogo, é o patrono da Cadeira
no jornal O Comércio, dirigido por seu pai,
n. 21, por escolha de José do Patrocínio.
onde começa sua carreira jornalística. Em
Seu pai, Leonel Joaquim Serra, militava na
1908, demite-se do cargo de Oficial de
política e no jornalismo, redigindo O Cometa
Gabinete de João Lopes Machado e vai
(1835) e a Crônica dos Cronistas (1838), em
morar no Rio de Janeiro, onde é nomeado
São
juiz de Direito. Sua produção varia da
província natal. Entre 1854 e 1858 esteve
poesia – Versos do coração (1903), passando
no Rio de Janeiro para ingresso na antiga
pela biografia com os Perfis do Norte (1910),
Escola Militar, carreira que abandonou,
editado pela Garnier. Em 1926 publica no
voltando
Rio de Janeiro, pela Livros e Papeis,
preocupação de ir em busca de um diploma
Criminalidade e justiça e em 1932 publica
de faculdade, iniciou-se muito moço no
Psicologia criminal e justiça pela Civilização
jornalismo e na poesia. Seus primeiros
Brasileira. Também é autor do livro Imprensa
escritos (1858-60) saíram no Publicador
doutrinária e informativa, sobre o qual não
Maranhense, dirigido então por Sotero dos
constam nem informações de data, nem de
Reis. Em 1862, com alguns amigos, fundou
editora.
o jornal Coalisão, que advogava em política o
Referências:
Partido Liberal. Em 1867, fundou o
Luís.
Estudou
a
São
humanidades
Luís.
Sem
mais
na
a
Semanário Maranhense. Foi professor de
130
gramática e literatura, por concurso, no
Governo
da
Patrono. Academia Brasileira de Letras.
Disponível
em
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua
.exe/sys/start.htm?infoid=900&sid=225
residia
na
SILVA, Antônio Joaquim Pereira da – (*
apresentado
06.11.1876, Araruna-PB – + 11.01.1944,
literariamente à corte por Machado de Assis
Rio de Janeiro-RJ). Filho de Manuel
numa de suas crônicas do Diário do Rio de
Joaquim da Silva e Maria Ercelina da Silva.
Janeiro (24.10.1864). Em 1868, fixou
Seu pai era um carpinteiro, que fabricava
residência no Rio de Janeiro. Fez parte das
violas para as festas e caixões para os
redações da Reforma da Gazeta de Notícias,
cemitérios. Foi durante muito tempo
da Folha Nova e do País, foi diretor do
coroinha e sineiro da Capela da Conceição.
Diário Oficial (1878-82), de que, com
Aprendeu as primeiras letras com o mestre
dignidade, se exonerou por divergir do
escola, Tio Sinésio, a quem dedicou um
gabinete de 15 de janeiro de 82. Deputado
poema. Aos quatorze anos, muda-se para o
geral (1878-81) pelo Maranhão, foi um
Rio de Janeiro, sem conhecer ninguém.
combatente
campanha
Seguindo a trajetória paterna, matricula-se
abolicionista, “o publicista brasileiro que
no Liceu de Artes e Ofícios, até atingir a
mais escreveu contra os escravocratas”, no
idade de poder matricular-se na Escola
dizer
Escreveu
Militar. Ainda muito jovem dedicou-se à
também para o teatro, como autor e
carreira de poeta e jornalista com pequenas
tradutor. Suas peças, entretanto, ao que
contribuições em revistas especializadas.
parece, nunca foram impressas. Adotou
Dos simbolistas já ouvira falar através da
vários
leitura de revistas e livros principalmente o
Liceu Maranhense, deputado provincial
(1864-67),
Paraíba
secretário
(1864-67).
província
de
Ignotus,
Ainda
quando
foi
tenaz
André
na
Rebouças.
pseudônimos:
Max
do
Amigo
de
Gouaches, de João Barreira, livro de
o
poemas em prosa, adotado pelo grupo. Ao
Dicionário literário da Paraíba deixou várias
chegar a Curitiba, entrou em contato com
comédias em que se destacam O chapéu,
os membros da Revista O Cenáculo, dirigida
Lágrimas de crocodilo e Idílios. Sua poesia foi
por Dario Veloso, Silveira Neto, Antônio
publicada sob o título de Tetéias e Efêmeras.
Braga e Júlio Perneta, irmão de Emiliano
Referências:
Perneta. Naquela cidade, fundou revistas
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
simbolistas onde também exerceu atividades
Castellamare,
Sedlitz,
Ausente,
Tragaldabas.
Pietro
Segundo
de jornalista, como era próprio aos jovens
131
da época. Para sobreviver, ensina português
Palmeira, quando soube do assassinato de
e literatura no Ginásio local. Bacharel em
Euclides da Cunha e do conseqüente
Ciências Sociais e Jurídicas pela Faculdade
desaparecimento do livro no qual trabalhara
de Direito do Recife. Emigrou para o sul do
tantos anos. Sem vocação para o cargo,
País, sendo Promotor Público no Paraná.
deixa o interior do Paraná e volta à cidade
Poeta e pensador, foi um dos expoentes da
do Rio de Janeiro, em 1911, onde volta a ser
escola
ao
jornalista militante na Gazeta de Notícias, do
jornalismo junto com outros simbolistas,
seu amigo Félix Pacheco. Ajudou a lançar A
entre os quais Carlos Dias Fernandes junto
Noite, de Irineu Marinho, cuja intenção era a
a quem integra o grupo Rosa Cruz. Na
de publicar um vespertino com feitio
segunda fase da Rosa Cruz conheceu
diferente dos demais existentes, com o
Colatino Barroso e particularmente se ligara
grupo dissidente de A Gazeta. Conseguiu
a Álvaro Sá de Castro Menezes, também do
que o jornal fosse impresso nas oficinas do
Arte Nova, com quem trabalhou como
Jornal do Comércio. Segundo Alcides Carneiro,
redator do Jornal do Comércio.
a imprensa era para ele uma “segunda
Em 1922, juntamente com Agripino Grieco
natureza”. Paulo Barreto (João do Rio),
e Théo Filho, dirige o mensário O Mundo
quando fundou A Pátria o fez seu redator-
literário. Segundo Alcides Carneiro, foi João
chefe, em 1920.
do Rio quem cogitou a possibilidade de
Em 1934, foi eleito para a Academia
lançar o seu livro de poesia pela editora
Brasileira de Letras, mas não dispunha de
Garnier, Luís Murat, por sua vez, acenava-
dinheiro para confeccionar o fardão.
lhe com a possibilidade da Lelo & Irmão do
Referências:
Porto, responsáveis pela edição de Coelho
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
simbolista,
dedicando-se
Neto, Silvio Romero entre outros. Seguindo
o colega Vicente de Carvalho que teve o seu
livro publicado com prefácio de Euclides da
SILVA, Beatriz Ribeiro da – Escritora
Cunha, Pereira da Silva, entrega-lhe a única
paraibana, com farta colaboração nos
cópia, contando que um prefácio de tal
jornais de João Pessoa e de muitas cidades
nome garantiria sua publicação.
dos
Estados
Nordestinos.
Sua
pena
prestimosa e amável, seus escritos bem
Nesse momento é nomeado para o cargo de
elaborados, escreveu para o Brasil Feminino a
Promotor Público na cidade de São José
bela Revista de Iveta Ribeiro que lhe
dos Pinhais, no Paraná, em seguida para
132
estampou o retrato. Beatriz no dia 05 de
Memorial do IHGP. Ed. Comemorativa
dos 90 anos de Fundação 1905-1995. J.
Pessoa, 1995.
agosto de 1936 assume o cargo de secretária
da API, na posse da nova diretoria. No
Instituto
Revista ILLUSTRAÇÃO, João Pessoa,
agosto de 1936, nº 27.
Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP),
SILVA, Joaquim José Henrique da – (*
em
sendo
03.07.1820, Areia-PB – + 18.07.1889, Areia-
recepcionada pelo Historiador José Batista
PB). Era casado, em primeiras núpcias, com
de Mello. A sua produção literária foi
D. Joaquina Nunes Pinto, ficando viúvo,
publicada no jornal A União, na década de
casou-se
30. Com problemas de saúde e sem
Augusta Gouveia; dos dois casamentos,
condições de manter em atividade sua vida
nasceram vinte e seis filhos, entre estes,
cultural e literária, Beatriz decidiu renunciar
Júlio, Abel da Silva, Cicina e Tito Silva. Fez
à condição de sócia do IHGP, dizendo que:
o curso primário em Areia e, não dispondo
“a vaga será preenchida com certeza por um
de recursos para freqüentar uma escola
dos que, fora do Instituto, se distingue nas
superior em outra cidade, Joaquim da Silva
realizações e esforços pelos ideais comum,
estudou
em harmonia com os que já integram seu
Tornou-se um latinista respeitável, capaz de
quadro social, de merecido renome”. O
concorrer com o famoso Tobias Barreto a
IHGP não acolheu o pedido de renúncia da
uma vaga de professor de Latim na
consórcia, mantendo-a no quadro social até
Faculdade de Olinda. No Colégio de Areia,
hoje, naturalmente, a cadeira ser declarada
lecionava Francês e Latim; escreveu o
vaga. Redatora: FS
Manual do estudante de Latim, editado na
Referências:
Bahia, em 1855; traduziu a Arte poética, de
BITTENCOURT, Adalzira. Dicionário Biobibliográfico de Mulheres Ilustres e Intelectuais do
Brasil. 3o Volume.. Ed. Pongetti - Rio de
Janeiro. 1972, P. 582.
Horácio e escreveu uma Gramática grega,
SANTANA, Martha M. Falcão de Carvalho
e M. Mulher e fronteira na historiografia
paraibana – 1940/1964. João Pessoa-PB.
Projeto PIBIc/CNPq, (2001).
mater do Teatro Minerva, de Areia. Joaquim da
A União, João Pessoa de 1930/1940
periódico A Verdade, através dos quais fazia
A Imprensa, João Pessoa 1928/1940
campanhas abolicionistas. A Verdade foi um
mesmo
23
mês,
de
ingressou
agosto
de
no
1936,
novamente
sozinho.
Foi
com
um
D.
Raquel
autodidata.
que nunca foi publicada. Em 1859, fundou
o Teatro Recreio Dramático que foi a célula
Silva foi um abolicionista autêntico; fundou
a Sociedade Emancipadora Areiense e um
“órgão progressista e noticioso”, que
133
circulou entre os anos de 1888 e 1896. Seu
gratuita para atender às crianças flageladas
fundador foi o abolicionista Manuel da
da seca de 1877 e, para defender seus
Silva. O movimento era tão convincente
conterrâneos mais carentes, improvisou-se
que rapidamente ele se tornou amigo da
advogado. Em 1882, com 62 anos, foi
classe senhorial, o que fez com que Areia se
nomeado Inspetor do Tesouro e, para
antecipasse à Lei Áurea, libertando os seus
assumir o cargo, foi obrigado a deixar a sua
escravos duas semanas antes do 13 de maio.
cidade e estabelecer-se na capital. Em 1884,
Como jornalista, participou dos periódicos
cria
O Areiense, fundado em 1877, por ele e dois
Paraibano que foi, por muitos anos,
dos seus filhos, Júlio e Tito Silva. Segundo
considerado um dos melhores colégios do
Gaudêncio, Joaquim da Silva foi um
Nordeste, onde, estudavam além dos
precursor do empresário paraibano, sendo
paraibanos, os filhos das famílias dos
suas iniciativas – introdução da máquina a
Estados vizinhos. Morreu no Recife, para
vapor no processo de descaroçamento do
onde foi em busca de melhoras para os
algodão, o traçado e as primeiras obras da
males da bexiga que o afligiam, uma
estrada da Onça. Nas páginas d’ O Areiense,
prostatite crônica irreversível. Redatora:
Joaquim da Silva sugere o “aproveitamento
SFPB
dos braços ociosos na construção de
Referências:
açudes, no calcamento das ruas, no
CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
melhoramento das estradas e caminhos que
na
capital
paraibana
o
Colégio
GAUDÊNCIO, Francisco de Sales. Joaquim
da Silva: um empresário ilustrado do império.
Bauru: Edusc, 2007.
ligavam Areia a outras localidades da
região”. Nessa linha, também defendia a
construção de um mercado municipal. No
iniciativas
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira20.htm
compreendem a construção do teatro, a
SILVA, José Coutinho da. (Padre Zé
instalação de um gabinete de leitura e
Coutinho) – (* 1897, Esperança-PB – +
posteriormente a construção das bases do
1973, João Pessoa-PB). Gerente de A
Instituto Jurídico Paraibano. Pelo Partido
Imprensa.
campo
cultural,
suas
Liberal, elegeu-se Deputado Provincial, por
SILVA,
várias legislaturas, mas não conseguiu
Tito
Henrique
–
Latinista,
jornalista e empresário. Foi o primeiro
eleger-se Deputado Geral. Sensível aos
Diretor do jornal A União. Fundou em 1892
problemas sociais, fundou uma escola
a fábrica Tito Silva, a primeira de vinho de
134
SOARES, Epitácio. Campina Grande (?) –
caju do Nordeste.
(?). Editor de Diário da Borborema.
SILVEIRA, Isabel Iracema Feijó da – (*
25.12.1893, João Pessoa – ). Foram seus
SOARES, Orris Eugênio (* 14.10.1884,
pais Emídio de Oliveira Feijó e Maria
João Pessoa-PB – + 10.02.1964, Rio de
Carolina de Lima Feijó. Fez seus estudos
Janeiro-RJ). Bacharel em Direito, pela
primários na Escola publica da professora
Faculdade de Direito do Recife. Foi
dona Maria Amélia Cavalcante de Avelar e
deputado, jornalista e homem de letras.
os secundários na Escola Normal do
Secretário Geral do Estado da Paraíba
Estado, onde recebeu o diploma de
[1920]. Fiscal de Bancos. Delegado do
professora, no dia 26 de março de 1908.
Tribunal de Contas e do Instituto Nacional
Em visita a Aliança Liberal a Santa Rita, em
do Livro. Fundou com seu irmão Oscar
fevereiro de 1930, fez o discurso de
Soares, o jornal O Norte no dia 7 de maio de
saudação. Tendo exercido os seguintes
1908. Na época, a capital paraibana se
cargos: professora pública em Guarabira,
chamava Parahyba. O Norte foi concebido
Areia e Santa Rita, em cuja cadeira foi
dentro de padrões jornalísticos modernos
jubilada. Não tem nenhum livro publicado,
para o período, com boa qualidade gráfica e
mas, foi colaboradora em vários jornais
textual, revolucionando a imprensa de seu
como: A União e A Imprensa na página
estado de origem. Seu lançamento fora
feminina das Revistas Era Nova, Manaíra e
noticiado até pelo concorrente direto, o
Almanach, desta Capital, do Rio de Janeiro e
jornal A União, hoje o jornal mais antigo
dos Estados vizinhos, que estampam suas
ainda em circulação na Paraíba. A despeito
poesias. Iracema foi a primeira mulher a ter
da qualidade de suas obras teatrais, hoje
o título de eleitor em 1929 e a votar no
reconhecidas e estudadas por historiadores
Estado da Paraíba em 1930. Redator: FS
paraibanos, Orris Soares é injustamente
Referências:
mais conhecido pelo fato de ter prefaciado e
Revista Manaíra João Pessoa, dezembro de
1940. Nº 14 pág. 32
organizado a obra de Augusto dos Anjos
A União, João Pessoa de 1930/1945.
prefacia e prepara a edição do volume de
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940.
poesias publicado em vida pelo próprio
SILVEIRA, Josué Gomes da – (* 1897,
poeta, acrescido de versos póstumos. É
Alagoa Grande-PB, – + 1975, João Pessoa-
também de 1928, por interferência sua que
PB). Gerente de A União.
a Livraria Castilho, do Rio, edita a 3ª edição,
Eu e Outras Poesia. Em 1920, ele organiza,
135
com extraordinário sucesso de crítica e
Referências:
público.
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
1994.
Sobre seu teatro, Paulo Vieira reconhece a
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
qualidade e tendências expressionistas. No
que diz respeito a Rogério, sua obra prima,
“o tema é a revolução. Outro indicador de
VIEIRA, Paulo. “Orris Soares, um
inovador”. In: Agulha. Revista de Cultura #
36 Fortaleza, São Paulo - outubro de 2003.
Disponível
em
http://www.revista.agulha.nom.br/ag36soa
res.htm.
sua modernidade, pois aparenta tomar
como referência à revolução soviética de
outubro de 1917”. Segundo Paulo Vieira,
“por este ponto de vista, torna-se ainda
mais espantosa a contemporaneidade da
SOUZA, Braz Florentino Henriques de
obra, pois líder de uma revolução popular,
– (* 1825, João Pessoa-PB – + 1870, São
Rogério, após a vitória, torna-se um cruel e
Luís-MA).
desumano ditador, assassino e temível
Faculdade de Olinda, turma de 1849, onde
déspota. Em 1920, quando Orris Soares
se doutorou em 1851. Foi professor da
escreveu o seu texto, Stalin ainda não havia
Faculdade de Direito de Recife, integrante
assumido o comando da U. R. S. S. e, muito
do
menos, dado início aos expurgos que
jornalismo no Diário de Pernambuco. Político
eliminaram
vinculado
líderes
influentes
e
Bacharel
partido
em
conservador.
ao
Partido
Direito
Exerceu
pela
o
Conservador.
revolucionários de primeira hora. Assim
Professor da Faculdade de Direito do
como Ernst Toller em suas peças, a
Recife. Publicou os livros Casamento Civil e o
burguesia e, por conseqüência, o governo,
Casamento Religioso e Do Poder Moderador:
ou o poder em todas as suas instâncias, são
ensaio de Direito Constitucional, este publicado
uma e semelhante coisa”. Sua produção
pela Typographia Universal do Recife, em
inclui além das obras teatrais, biografia e
1864. Escolhido pelo Imperador D. Pedro
dicionários: A barreira. Paraíba, 1917; A
II, integrou a comissão de juristas que
Cisma. Rio de Janeiro, 1915; Rogério: drama
elaborou parecer sobre o projeto do Código
em 3 atos; Pedro Américo(1920); Dicionário de
Civil, de autoria do mestre Teixeira de
Filosofia. Rio de Janeiro; INL, V. 1,1952 e
Freitas.
V.2, 1968. Em 1985 o Governo do Estado
Maranhão, falecendo ali, prematuramente
da Paraíba publica seu teatro completo.
aos 45 anos, quando designado para
Redatora: SFPB
idêntica função em Minas Gerais. Em 2003,
136
Presidente
da
Província
do
o Senado Federal reedita o seu clássico nos
estudos jurídicos, Lições de Direito Criminal,
uma compilação
dos seus trabalhos,
editados em 1872.
Referências:
ODILON, Marcus. Pequeno dicionário de fatos
e vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Cátedra,
1984.
137
dedicar à imprensa, fundando O Tempo,
T
órgão da imprensa, que circulou sob a sua
direção. Fundou em seu estado, uma
Associação de Guarda-Livros e foi membro
da Associação Comercial do Recife. Atuou
TAVARES, João Lyra. (* 23.11.1871
na política, foi historiador e fundou O
Goiana-PE – + 31.12.1939, Rio de Janeiro-
Tempo, órgão da imprensa, que circulou sob
RJ). Jornalista, biografo e professor. Aos 5
a sua direção. Quando o jornal desapareceu,
anos de idade mudou-se para o Rio Grande
entrou para a redação política do órgão do
do Norte onde fez os estudos primários e se
PRC. Foi lente de Corografia e história do
matriculou no Ginásio Rio Grandense, em
Brasil na Escola Normal e diretor do
1882. Em 1886, por falta de dinheiro dos
Anuário Almanaque da Paraíba, bem como
pais para sustentá-lo, abandona os estudos
catedrático de contabilidade do Liceu
para ser guarda-livros e depois chefe de
Paraibano. Foi economista e autor de obras
escritório da firma comercial em que
didáticas e estudioso de geografia. Publicou
trabalhava, na cidade de Macaíba. Nessa
Ligeiras notas, Traços biográficos do coronel
cidade, foi um dos fundadores do clube
Lordão, Apontamentos para a história territorial
abolicionista
manifesto
da Paraíba (2 vols.), A Paraíba (2 vols.), Notas
republicano de Pedro Velho. Mais tarde
históricas sobre Portugal, Estudos sobre a rebelião
tornou-se secretário do clube republicano
praieira,
da cidade e colaborador do respectivo
Bittencourt, ele tinha um gosto especial para
jornal. Depois da proclamação da república,
os
mudou-se para Natal, onde trabalhou na
políticos.
e
assinou
o
imprensa defendendo sempre a causa
Pontos de história pátria. Segundo
estudos
históricos,
econômicos
e
Referências:
política. Em 1895, passou a ser guarda-
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949.
livros em Recife, onde chegou a ser sócio da
firma, que tinha várias filiais na Paraíba.
Pernambuco, teve que assumir a gerência de
http://www.senado.gov.br/sf/senadores/s
enadores_biografia.asp?codparl=1797&li=3
4&lcab=1927-1929&lf=34
uma dessas filiais. Na Paraíba, entregou-se à
TEJO, William – (Campina Grande-PB).
política, onde foi deputado estadual por
Integra o corpo redacional da Gazeta do
sucessivos mandatos. A partir de 1908
Serão.
Como diretor da Associação Comercial de
abandona a profissão comercial e passa a se
138
TOLEDO, Severino Carvalho de – (*
10.09.1899, Vila de Alagoa Nova-PB). Poeta
e jornalista.
Referência:
COUTINHO, Afrânio, dir. Brasil e
brasileiros de hoje. Rio de Janeiro, Sul
Americana S.A., 1961, II: 568.
139
federal, colaborou com o Jornal do Comércio.
V
Foi Deputado Provincial pela Paraíba, em
duas legislaturas consecutivas (1878/18791880/1881) e governou o Estado de
Pernambuco,
VASCONCELOS,
1890.
Republicano,
Gonçalves
tornou-se oposição com a revolta da
Meira – (* 15.03.185, Pilar-PB – +
armada, ao lado de Custódio de Mello, o
10.06.1908, Recife-PE). Filho do casal
que lhe custou algum tempo na prisão. Foi
Manuel Joaquim Carneiro Meira e D.
recolhido ao quartel das Cinco Pontas e
Antônia Carneiro Meira. Era casado com a
depois transferido para o Forte do Brum e
senhora
Miranda
em seguida para o Rio de Janeiro, a bordo
Henriques. Iniciou o curso primário na
do vapor Desterro. Publicou: Tese e
Escola do professor Demétrio Toledo, em
dissertação apresentada à Faculdade de Direito do
Pilar, e concluiu no Colégio de Itabaiana;
Recife. Tipografia Mercantil, 1881.
Isabel
Albino
em
Peixoto
de
fez o secundário no Lyceu Paraibano e
Referências:
bacharelou-se em Direito pela Faculdade do
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994.
Recife, em 1875. De origem modesta,
Albino Meira, ainda muito jovem, começou
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949.
a trabalhar para custear os seus estudos,
lecionando Português no Curso Anexo à
CASTRO, Oscar de Oliveira. Vultos da
Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional,
1955.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira03.htm
Faculdade de Direito, iniciando, assim, a sua
carreira no magistério; em 1876, através de
concurso público, ingressou no magistério
superior, lecionando Direito Constitucional.
VASCONCELOS, Olinto José Meira –
Como era peculiar à época, utilizou a
imprensa
para
travar
várias
(* 07.07.1829,
batalhas,
João Pessoa-PB
–
+
inclusive com Tobias Barreto. Além de
10.10.1901, João Pessoa-PB). Poeta e
professor,
biógrafo. Formado em Direito em 1851,
atuava
como
advogado,
torna-se professor e membro da Academia
jornalista, orador e político; escreveu nos
Paraibana de Letras.
jornais: O Comércio, A Gazeta, A Tribuna
Referência:
Liberal e em vários outros periódicos da
época, não teve, porém, a preocupação de
reunir em livros a sua produção. Na capital
140
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Direito pela Faculdade do Recife, em 1920,
começando a advogar na capital do seu
Estado. Depois, transferiu-se para o Rio de
VIDAL FILHO – (* 1899, Paraíba – +
Janeiro, submetendo-se a concurso público
1964, João Pessoa-PB). Diretor de A União.
para o Itamaraty, tendo sido aprovado e
VIDAL, Ademar Victor de Menezes – (*
nomeado para a Legação do Brasil na
07.10.1900, Paraíba – + 30.11.1986, Rio de
Holanda, porém, teve problema de saúde e
Janeiro-RJ). Ainda menino faz jornalzinho
renunciou ao cargo, retornando à Paraíba.
em casa e torna-se, com apenas doze anos,
Aqui chegando, foi nomeado Oficial de
ajudante de revisor de A União, jornal que
Gabinete do Presidente Sólon de Lucena
chega a dirigir oito anos mais tarde. Cria e
ocupando, também, o cargo de Procurador
dirige a revista A Novela. Colaborador de
da República. Mais tarde, o Presidente João
várias revistas estrangeiras como Atlântico
Pessoa convidou-o para assumir as pastas
(Lisboa), Pretexte (Paris) e Ocidente (Madrid),
de Justiça e Segurança, permanecendo à
escreve matérias sobre política, social e
frente dessas Secretarias até 1930. Aos doze
jurídica, revelando fatos e problemas do
anos, começou a trabalhar no jornal A
Nordeste. Deixou viúva a senhora Maria do
União como revisor, ocupando, mais tarde, a
Céu Vidal com cinco filhos. Eram seus pais
direção do órgão. Fundou a Revista A
o jornalista Francisco de Assis Vidal e D.
Novela, que circulou na capital e foi
Amélia
foi
classificada como precursora do movimento
alfabetizado em casa, com a sua mãe,
modernista no Nordeste. Escreveu em
freqüentando depois o Colégio Nossa
vários jornais do país e em revistas
Senhora das Neves, Colégio Diocesano Pio
estrangeiras, representou o Brasil em
XII , preparando-se para ingressar no Lyceu
Congressos, fez conferências em diversas
com o poeta Augusto dos Anjos, cujas aulas
Universidades sobre temas políticos e
eram ministradas na própria residência do
jurídicos. Colaborador assíduo da Revista
poeta, à Rua Direita, 93, atual Duque de
Era Nova e membro do Instituto Histórico e
Caxias. Desse contato diário com Augusto
Geográfico Paraibano. Foi eleito, por
dos Anjos, Adhemar Vidal armazenou
aclamação, membro efetivo da Academia
lembranças que, mais tarde, lhe ofereceram
Paraibana de Letras, tendo sido empossado
subsídios para escrever o livro intitulado O
no dia 24 de outubro de 1979 e
outro EU de Augusto dos Anjos. Formou-se em
recepcionado pelo acadêmico José Octávio
Augusta
Menezes
Vidal;
141
de Arruda Mello. A sua produção literária é
nesta Capital. Recebeu o diploma de
vasta e variada. Além de artigos em jornais e
professora pública pela Escola Normal
revistas, publicou: Fome, 1922; O incrível João
Oficial, em 15 de junho de 1911, sendo a
Pessoa, 1931; 1930 – História da Revolução
oradora da turma. Iniciou a carreira do
na Paraíba, 1933; Epitácio Pessoa ou o
magistério
sentimento de autoridade, 1942; Recordações
somente em 1915, através de concurso
sentimentais de Epitácio Pessoa, 1942; Guia da
público, ingressou no magistério oficial. Foi
Paraíba, 1943; Terra de homens, 1945; América,
designada para ministrar aulas em Serraria,
mundo livre, 1945; Espírito de reforma, 1945;
mais tarde transferiu-se para Santa Rita e,
Importância
e
finalmente para a capital do Estado. Casou-
superstições, 1950; Europa, 1950; Reparações de
se em 1917, com José Taciano da Fonseca
guerra, 1952; Organização judiciária dos Estados
Jardim, nascendo desse casamento 14 filhos,
Unidos do Brasil, 1959; Liquidação dos bens de
dos quais apenas cinco sobreviveram, João
guerra, 1960; O outro Eu de Augusto dos Anjos,
Batista, Leôncio, Marcília Celeste e Maria
1967; Canção de liberdade; Regime jurídico do
Brasil. Foi professora pública em várias
estrangeiro; Moderno sentido de soberania, s/d. O
escolas primárias do Estado. Já casada
grande presidente; A família brasileira e as suas
decidiu ser médica, contrariando a vontade
origens; João Pessoa e a Revolução de 30.
do
Redatora: SFPB
obstáculos
Referências:
preparou-se e submeteu-se às provas da
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Faculdade. Eudésia foi à única mulher numa
do
açúcar,
1945;
Lendas
Eudésia
–
(*
marido
e
e
aulas
enfrentando
preconceitos
particulares,
todos
da
os
época,
turma de homens a receber o grau de
doutora, e a primeira paraibana a conquistar
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ad
hemarv.htm
VIEIRA,
dando
o título, pela Faculdade de Medicina de
Recife. Ali recebeu o diploma de doutora
08.04.1894,
em ciências médicas e cirúrgicas, por ter
Livramento-PB – + 16.7.1981, João Pessoa-
sido a única que defendeu Tese (Síndrome
PB). Nasceu no dia 08 de abril de 1894, na
de Schickelé), dentre os 52 diplomados
povoação de Livramento, no município de
naquele ano. Aqui em João Pessoa, instalou
Santa Rita, sendo seus pais Pedro Celestino
um consultório em sua residência, à rua
Vieira e Rita Filomena de Carvalho Vieira.
Duque de Caxias, passou a atender e
Fez seus estudos primários na Escola
dedicar-se à sua clientela, fazendo da
particular de D. Isabel Cavalcanti Monteiro
142
medicina o seu apostolado. Foi Assistente
conversão ao Catolicismo. Depois desse
Social da Penitenciária Modelo, sendo
acontecimento, tornou-se devota de Nossa
muito amada pelos presidiários. Professora,
Senhora de Fátima, a quem atribuiu o
médica, jornalista e poetisa. Eis a mulher
milagre de seu salvamento, em 1943,
Eudésia Vieira. Ingressou no Instituto
quando o navio em que viajava do Rio de
Histórico e Geográfico Paraibano em 3 de
Janeiro para João Pessoa, foi torpedeado
junho de 1922, onde exerceu o cargo de
por um submarino Alemão nas Costas da
suplente de 1o Secretário no período de
Bahia. Em 1974 recebeu o título de cidadã
1925-26. Como professora se preocupou
Benemérita da Paraíba e, quando faleceu,
muito com a qualidade do livro didático
foi homenageada com seu nome dado a
adotado nas Escolas Primárias e, com muito
uma rua do Bairro dos Estados. Deixou
sacrifício, conseguiu elaborar e editar dois
publicados os seguintes trabalhos: Pontos de
livros e adotá-los nas Escolas Oficias do
História do Brasil (didático); Cirus e Nimbos;
Estado. Como médica, dedicou-se com
(versos); A Minha Conversão e Dom Ulrico
extremado desvelo às clientes, orientando-
Sonntag; Síndrome de Schickelé; (Tese de
as, principalmente na questão do pré-natal,
doutorado); Terra dos Tabajaras (didático) -
numa época que este exame era totalmente
1955; Mistério de Fátima - 1952; Conferência -
desconhecido pela maioria das mulheres.
1948; Dois Episódios de uma Vida; Poema do
Como escritora, jornalista e poetisa, foi
Sentenciado; O Torpedeamento do Afonso Pena -
muito atuante. Colaborou na Revista Era
1951; Inéditos: Mortos que Falam; A Mãe
Nova, nos jornais O Norte, A União, A
Cristã e a Educação Eucarística que Ha de Dar
Imprensa, A Gazeta do Recife e em Novelar,
aos Filhos. Além de proferir palestra em
jornal da Festa das Neves. Seu primeiro
sessão solene sobre a Emancipação Política
poema foi publicado quando tinha 14 anos.
do Brasil. Eudésia exerceu cargo de
Realizou
que,
suplente de 1ª Secretário, no período de
posteriormente, foram enfeixadas em livros.
1925-26 no IHGP. Entre o período de
Em 1974, foi convidada para ocupar a
1956/59 assumiu o cargo de Oradora e
Cadeira nº 20 da Academia Fluminense de
entre 1959/62 assumiu a Comissão de
Letras, onde seu patrono era Alberto
Contas desta Instituição. Eudésia faleceu
Torres; infelizmente, por motivo de saúde
em João Pessoa, no dia 16 de julho de 1981.
não aceitou o convite. Eudésia Vieira,
Redator: FS
considerava fato marcante na sua vida a
Referências:
muitas
Conferencias
143
Revista Manaíra. João Pessoa, abril de 1940.
Nº 06 pág. 04. Memorial do IHGP Edição
Comemorativa dos 90 anos de Fundação
1905/1995. J.P. 1995.
no Correio da Noite e na Gazeta da Tarde, ao
SANTANA, Martha Mª Falcão de C. e M. ,
“Primeira
Historiadora
e
Médica
Santaritense”, Artigo publicado na coluna
Brasil 500 anos, In: O Norte, 17 de maio de
1998.
parlamentares na Câmara dos Deputados.
mesmo tempo em que desenvolvia suas
atividades de redator-chefe de documentos
Suas crônicas, após uma viagem à Suíça, são
reunidas no volume A cadeia velha, publicado
em 1912. Viaja a Portugal, mas se mantém
A União, João Pessoa de 1930/1940.
ligado à Paraíba, através de assíduas
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940.
publicações no jornal A União, textos que
Era Nova, Parahyba do Norte, Imprensa
Oficial, 1921/1926.
serão organizados sob o título de Sol de
Portugal (1918).
Revista de IHGP, João Pessoa, A UNIÃO,
Imprensa Oficial, 1932/1940.
Referência:
VIEIRA, José de Araújo – (* 23.03.1880,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Mamanguape-PB – + 08.07.1948, Rio de
Janeiro-RJ). Funcionário público, jurista,
cronista e romancista. Órfão muito cedo faz
VIEIRA, Manoel Pedro Cardoso – (*
tardiamente
01.1848, Conde-PB – + 10.01.1880, Rio de
seus
estudos
na
Paraíba,
de
Janeiro-RJ). Filho de Pedro Cardoso Vieira
primeiras
e Maria Severina Vieira, proprietários do
tendências literárias no campo da poesia,
engenho que era uma pequena aldeia
publicando seus poemas no Almanaque da
indígena, próxima à praia de Jacumã, no
Paraíba e nos jornais A União e O Correio,
município do Conde. Faleceu no dia 10 de
sob o pseudônimo de Félix de Araújo.
janeiro de 1880, aos 32 anos de idade. Lá,
Como a grande maioria dos jornalistas da
Cardoso Vieira aprendeu as primeiras letras,
época
estados,
vindo, depois, morar na capital, na Rua da
principalmente Pernambuco, Ceará e Pará.
Lagoa da Frente, atual Treze de Maio,
Neste último dedica-se ao curso de Direito
continuando
os
e mostra seu talento jornalístico em A
bacharelou-se
em Direito,
Província do Pará e O Jornal. Posteriormente,
Formado, voltou à Paraíba e dedicou-se à
conclui seu curso de Direito na Faculdade
advocacia, ao jornalismo e ao magistério;
Nacional do Rio de Janeiro, onde fixa
aprovado
residência. Na capital, estréia como cronista
nomeado professor do Lyceu, passando a
quando
ingressa
comerciários.
migra
em
Manifesta
para
um
suas
outros
curso
em
estudos.
concurso
Em
1873,
no
Recife.
público,
foi
lecionar Retórica, Geometria e Português.
144
Ingressou
na
política,
elegendo-se
Deputado Geral pelo Partido Liberal, apesar
de seus pais serem conservadores. Ao lado
de Joaquim Nabuco, muito lutou pela
reforma social e pelo abolicionismo; como
jornalista, colaborou nos jornais Correio
Noticioso, A Opinião e A União Liberal; dirigiu
O Despertador e fundou o Bossuet da Jacoca,
jornal satírico, tendo como alvo especial o
Padre
Lindolfo
Corrêa
(Comendador
Corrêa Neves), diretor de O Publicador, cuja
eloqüência era satirizada impiedosamente.
“Cardoso Vieira, através do seu jornal, manteve-se
sob o fogo crepitante de sua ironia contundente,
propiciando revide à altura" (José Leal.) Não
deixou livros publicados, encontrando-se,
apenas, artigos e poemas em jornais;
discursos e interpelações nos Anais do
Parlamento.
Referência:
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira10.htm
145
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Pequeno Dicionário dos Escritores/Jornalistas da Paraíba