CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENG. CIVIL DISCIPLINA ENG. AMBIENTAL Quantificação de resíduos sólidos na drenagem urbana Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana: Introdução Os problemas no meio urbano são integrados Impermeabilização excessiva Contaminação dos cursos d’água Geração de resíduos sólidos Afetam vários sistemas (drenagem) Gestão: não integrada e há parâmetros indefinidos Objetivos: Quantificar os resíduos sólidos na drenagem De maneira direta De maneira indireta Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana: Aspectos Qualitativos na Drenagem Urbana Impactos na drenagem incluem também alterações ambientais Impermeabilização aumenta a capacidade de transporte de poluentes: poluição difusa Maior necessidade de gestão integrada, incluindo neste contexto os resíduos sólidos Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana: Aspectos Qualitativos na Drenagem Urbana Sólidos: 2 fases 1 -predominância de sedimentos 2- predominância de lixo Lixo: agravantes - áreas comerciais e áreas com deficiência nos serviços de limpeza, ... Isto exige medidas de controle: Estruturais e não estruturais Intervenções no meio Mudanças de atitude Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana: Resíduos Sólidos O incentivo à produção mais resíduos e impacto no meio ambiente Características socioeconômicas influenciam a composição Em geral: Maior desenvolvimento de países ou regiões Maior geração Maior diversidade econômica Per capita Maior Urbanização Maior Padrão de vida Mais material potencialmente reciclável Consumo moderno x atitudes antigas: lixo em local inadequado – DRENAGEM URBANA Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Experiências em quantificação na drenagem urbana África do Sul: Springs 1990/91 – 4 meses de estudo 299 ha 85% Com/Ind e 15% Res. Coleta em canal aberto Cidade do Cabo 1999 – 3 meses de estudo Bolsas no final – subbacias representativas dos condutos Com: 6,24 ha, Ind: 2,5 ha, Res: 4,7 ha Joanesburgo 1995/6 – 800 ha área urbana altamente desenvolvida com zonas Com, Ind e Res. Coleta em canal aberto Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Austrália: Coburg/Melbourne 1994/95 – 12 meses – bacias representativas Saídas das Ind. Leve: 2,5 ha, Mista: 16 ha, Res: 20 ha Subbacias Toda a bacia: 150 ha. Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Coburg/Melbourne – 50 ha – 35% Comercial e 65% Residencial Conduto na saída da BH Sidnei – 1995/96 - 322,5 ha área urbana altamente desenvolvida com zonas Com,Ind e Res. Conduto na saída da BH Nova Zelândia: Auckland 1996 – bacias representativas Ind: 16 ha, Res: 8,5 e 5,4 ha e Com: 14,9 ha Bolsas no final dos condutos Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Resumo: quantidades e composições Local Springs Johannesburg Auckland Cape Town Melbourne (sem a parte orgânica) Carga Tamanho mínimo 3 Vol (m /ha/ano) (kg/ha/ano) capturado (mm) 82 0,86 48 0,5 20 2,76 0,029 19 18 0,189 6 6 0,08 5 Composição 62% plásticos, 11% poliestireno, 10% papel, 10% latas, 2% vidro e 5% outros Sedimentos, detritos suspensos (80% de bolsas de plástico), restos flutuantes e grandes Johannesburg objetos (pneus de trator e carcaças) 80% vegetação e o restante associados a atividades de pedestres e motoristas Melbourne 53% plástico rígido, 1,9% espuma de plástico, 10,5% forro/fibra de plástico, 0,3% vidro, Auckland* 3,3% alumínio, 0,5% lata/aço, 26,8% papel/papelão, 3,5% outros Cape Town** não fornecida plásticos mais de 50%, em massa, em ambas as áreas industrial e comercial. Metal, madeira e Cape Town*** borracha contribuíram significantemente para a massa de resíduos 5,67 % material flutuante, 32,57% org. (tufos de folhas e gramas), 61,76% sedimentos Sidney Local Springs *Há algumas distorções entre os resultados de Auckland publicados (ver tabela 2.11) por CORNELIUS et al. (1994) apud Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Gestão de resíduos sólidos: Outros fatores (países em desenvolvimento): A maioria dos municípios brasileiros usam lixões Limpeza urbana: fator determinante Financeiros e culturais Remuneração Dá-se mais importância ao “livrar–se” Questão educacional: pessoas são canais e não somente geradoras A população age sem responsabilidade -não cobra seu direito ao serviço Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Medidas necessárias: Estruturais e Não Estruturais O exemplo de Auckland Alguns resíduos tiveram redução de mais de 50% na carga Gerenciamento Integrado Cada resíduo no seu lugar Minimização Redução, Reuso e Reciclagem, nesta ordem Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Medidas Estruturais: Estruturas de Retenção As mais eficazes são as autolimpantes Outras Estruturas: Estruturas colocadas nas bocasde-lobo Em geral precisam de altas cargas Diminuem a freqüência de limpeza Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Estruturas flutuantes: alguma eficiência em locais com velocidades baixas Redes: Também são em um programa de gerenciamento mais presente Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana: Sistema de Limpeza Urbana – PoA e Região de Estudo Sistema de Gerenciamento Integrado - 1990 Coleta seletiva, Resíduos Ind., Serviços de Saúde, Aterros San.e de Inertes... (REICHERT, 2002 ) Tipos Coletados Domiciliar e Vilas Seletivo Comercial Industrial Espacialmente: Varrição Focos Caliça RSSS (infectante ou comum),... 9 seções de limpeza urbana, 1 de coleta seletiva e 1 de coleta especial - DMLU Coleta domiciliar terceirizada em toda a cidade Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana seções Quanto à Coleta Domiciliar Domiciliar propriamente dito – setores: Freq. Diária e Coleta Noturna na Região Central da Cidade Coleta em Vilas sob responsabilidade das seções Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Registros DMLU: coletas pontuais e difusas Entulhos e focos, varrição,vindos da limpeza do DEP... Serviços de Saúde, Comerciais, Industriais Alguns tipos são coletados registrados de forma diferente: Entulhos e Focos Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana B. H. Estudada: 1,92 km2 Uso do solo: 20% Comercial, 40% Residencial e 40% Desocupada 6 Subbacias: cabeceiras 20% de declividade e parte inferior plana 5 drenam para a BR do parque - uma diretamente para a CB12 Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Coletas e Limpeza Urbana Seletiva, Domiciliar sem Vilas, Varrição Varrição 71% sob responsabilidade da SUDESTE 29% sob responsabilidade da CRUZEIRO O DEP realiza desobstrução – zona LESTE 2002: subbacia com mais solicitações de limpeza: José de Alencar Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Setores de coleta domiciliar e seção sudeste de varrição 8 meses 0,52 kg/hab/dia 0,4 km/ha 0,24 km/ha em média observados Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Freq. de Varrição, Bairros e Coleta da Varrição Pesagem na Estação de Transbordo 0,16 km/ha Coleta na Rua Sinke, Sta Teresa Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Canal da José de Alencar e Bacia de Retenção Qmáx de projeto 16,159 m3/s Vol de projeto 12.619 m3 Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Casa de Bombas 4 bombas -Qmáx de projeto 5 m3/s Composição na varrição da BH Saber o quanto há de lixo na varrição Verificar variabilidades: espacial e temporal Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Foram tomadas amostras de vários pontos da bacia Tipos: Plásticos 1, PET, Plásticos 2, MADT, vidro, papéis, longa vida, isopor, trapos, pedras, ALA, VAMO, outros Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Resultados da Caracterização em peso Composição média da BH 23% de lixo Tipo Plásticos 1 PET Plásticos 2 vidro papéis 27,7% 3,3% 9,0% 5,4% 39,1% média 50,1% 146,6% 98,9% 180,7% 43,5% cv Tipo Estatística longa vida Isopor Trapos ALA outros 1,3% 2,1% 6,5% 2,6% 2,9% média 145,5% 238,3% 180,5% 241,8% 236,8% cv Estatística 40% de plásticos, em peso Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Composição média por freqüência de varrição Plásticos 2 e PET, vidro, ALA nas ruas de varrição diária Apresentaram maior diferença entre a freqüência diária e as demais Composição média por campanha (MAR/ABR/MAI X JUN/JUL/AGO) As diferenças foram maiores para: PET, isopor, vidro e ALA Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Análise conjunta campanha x freqüência Para o tipo PET: maior diferença entre campanhas nas freq. diária e quinzenal Para o tipo ALA: freq. diária e Alternada Para o tipo Plásticos 2: freq. diária Para o tipos Vidro e Isopor: praticamente todas as freq. Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana: Resíduos Sólidos e Sua Estimativa Partindo da equação da continuidade: Variação no Armaz. = Entradas - Saídas Variação no Armaz. é pequena em relação às entradas e saídas Desprezando as coletas de alguns tipos de resíduos Td = Déficits de Coleta + Prod. De Sed. - Varrição Total de resíduos drenados pela rede Método proposto: O déficit médio de varrição por causa da chuva faz as vezes dos demais déficits Td = DF + E onde E é a margem de erro na estimação do valor esperado Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana: Método Indireto de Estimativa Objetivo: carga na drenagem com base na precipitação, separando o grupo de dados de varrição em dois valores coletados em período chuvoso valores coletados em período seco Após a análise dos dados A separação dos grupos foi mudada G 1 : 0,0 ≤ P < 0,5 mm G 2 : P > 0,5 mm Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana DF nd.(L1 L2) No de dias que P > 0,5 mm Aplicação preliminar da separação dos grupos: DF = 32.712 kg na seção SE Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Incorporar incertezas Ajustam-se Dist. Estatísticas para os grupos Geram-se DF aleatórios diários Estes são somados Repetir 1.000 vezes: uma amostra de 1.000 DFs Uma média dos 1.000 DFs Tomando-se 100 amostras: Dist. Amostral de DF esperado (ou das médias) Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Aplicação Dados: Varrição diária (DMLU) P diária (DEP – INMET) Período entre novembro/2003 e junho/2004 Os dados de varrição são utilizados dizem respeito à seção SE Transferir para a BH: massa específica (kg/km2) Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Amostra para os métodos: dados em quilogramas somente Transferência para a bacia Hidrográfica Participação média do lixo nos sacos de varrição Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Incertezas Grupo 2 Grupo 1 Aleatório para cada grupo se o dia for chuvoso, Calculando-se DF aleatório diário Distribuições normais ajustadas aos grupos Valores da curva de densidade de probabilidade Gera-se um no Ajustes dos dados dos grupos à distribuição normal -6000 -4000 -2000 Grupo 1 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 Valores de L (kg) Grupo 2 média 1 média 2 Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Soma dos valores diários = DF do período. Este é um ponto de uma amostra de 1.000 Valores esperados de 100 amostras de tamanho 1.000 Média de 1.000 valores 35000 Média da Dist. Amostral de DF esperado DF esperado (g/m) 34000 33000 32.684,6 kg 32000 Desvio Padrão 31000 1 10 19 28 37 46 55 Número da simulação 64 73 82 91 100 759,5 kg Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Para a seção sudeste de varrição: Transferência para a bacia Hidrográfica: Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Estimativa para finais de semana (FDS) Período: Coleta média = 4.632,88 kg Nos FDS, 26,5% a menos que este valor Nas segundas-feiras, 37,7% a mais que este valor e 87,3% a mais que nos finais de semana Em geral: A pouca coleta do FDS é compensada pela segunda-feira Entretanto: Houve FDS com pouca coleta e segundasfeiras também – fora do que se espera Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Então, do mesmo modo que foi feito para os métodos 1 e 2, DF no FDS, representado por DFDS é dado por: No de dias que ocorre o que não se espera Verifica-se se no FDS houve coleta inferior a 0,735 . média e segunda-feira com coleta inferior a 1,377 . média. 2 grupos com médias LFDS e LS Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Transferência para a bacia Hidrográfica Método 2 para o final de semana (Bacia Hidrográfica) Resultados Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana: Quantificação Direta Materiais, Métodos e Observações de Campo Foram realizadas visitas a CB12 no período de estudo, pesando e caracterizando o material que atingia o poço Freqüência de visitas: pelo menos 2 vezes por semana O resíduo que atingiu o poço foi retirado e posto para secar. No poço, a malha é de 5 cm. Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana O resíduo chega ao poço por efeito do escoamento ou pela sucção das bombas Comum a presença de aguapés Retiram material menor que 5 cm, aumentando a eficiência Eficiência: 65% e 100% Caracterização: Plásticos 1, PET, Plásticos 2, MADT, vidro, papéis, longa vida, isopor, trapos, espuma, ALA, outros Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Resultados Lixo: 195,74 kg (balança) – correção = 287,81 kg, resultando em 68,01% de eficiência no período. 1,5 kg/ha em 8 meses (2,25 kg/ha/ano) Peso do lixo x Precipitação: Tendência sempre de uma relação crescente linear, sobretudo com o intervalo quinzenal Número médio de dias anteriores secos inversamente prop. ao valor coletado mensal Quinzenal: semelhante Semanal: a relação não fica clara. Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Mensal Semanal Quinzenal Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Caracterização: Resíduo Plásticos 1 Plásticos com PET 77,2% na Plásticos 2 Vidro composição global, papéis longa vida em peso Isopor Os plásticos (todos os tipos) apareceram em todas as visitas, praticamente 1 2 3 4 5 6 7 Número da coleta 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Trapos Latas Alumínio outros Resíduo Plásticos 1 PET Plásticos 2 Vidro papéis longa vida Isopor Trapos Latas Alumínio outros Número da coleta 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Tipos no Poço x Tipos na Varrição: Quase sempre papel e papelão nos sacos de varrição Em compensação, raramente os mesmos no poço Garrafas e demais embalagens PET, isopor e latas de refrigerante (em menor grau): muito pouco nos sacos de varrição No poço, somente após precipitação mais forte e/ou ativação mais acentuada das bombas Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Estimação Direta x Estimação Indireta do lixo Direta: 287,81 kg em 8 meses Indireta: 940,2 ± 34 kg ou 4,9 kg/ha (7,35 kg/ha/ano) Medição direta: 30,61% deste valor Incerteza dos métodos Parte do volume retido no sistema e parte é diluída Quantificação de Resíduos Sólidos na Drenagem Urbana Serviços de limpeza: deixaram de coletar 2,1% do produzido (105 g/hab/ano) 73 g/hab/ano fica nas ruas e no sistema (69,39%) 32 g/hab/ano atinge o exutório da BH (30,61%) Ordem de grandeza de alguns locais da literatura (Nova Zelândia e Austrália) BH estudada: serviços consolidados. Estudar e adaptar a outras realidades P x Varrição mostra tendência crescente