A implementação do Software Livre como alternativa aos
Softwares Proprietário nas Universidades brasileiras
Luis Henrique Carvalho Rosa¹
¹Acadêmico do Curso de Ciência da Computação
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
[email protected]
Resumo. As universidades brasileiras, em sua grande maioria,
utilizam exclusivamente softwares proprietário. Isto acarreta em
custos elevados para a instituição, além de não possibilitar aos
acadêmicos o conhecimento de novas tecnologias. A partir de
revisão bibliográfica buscou-se informações para resolução
desses problemas, apresentando, como alternativa viável, o
software livre.
1. Introdução
O software livre existe desde o início do desenvolvimento da informática
(STALLMAN, 1999). Nas décadas de 1960 e 1970 o software livre era regra,
não exceção, pois existiam poucos computadores no mundo, e o valor real
estava na própria máquina em si, e não nos programas [DIPOLD, 2005].
Um software é denominado livre quando o autor o distribui e outorga a
todos a liberdade de uso, cópia, alteração e redistribuição de sua obra. A
liberdade de uso e alteração somente é viabilizada pela distribuição dos
programas na forma de texto legível por humanos, isto é, com seu código fonte,
bem como no formato executável por um computador. Além do código fonte, o
autor do programa outorga a liberdade para que outros programadores possam
modificar o código original e redistribuir versões modificadas, em contraponto o
software proprietário possui uma arquitetura totalmente fechada.
Além de uma questão de infraestrutura, o software livre agrega a parte
educacional do aluno, visto que é uma ferramenta com objetivo primeiramente
direcionado para área do desenvolvimento, a partir do momento que o seu
desenvolvimento é norteado conforme a necessidades dos projetistas,
execrando, portanto, funcionalidades meramente gráficas.
2. Objetivo
Os dados obtidos foram analisados com intuito de embasar a
implementação de softwares livre nas universidades a partir da exposição de
seus benefícios para a comunidade acadêmica e administrativa em contraponto
com os softwares proprietários.
3. Material e Métodos
A presente pesquisa foi desenvolvida a partir de revisão bibliográfica
durante o mês de abril. A partir dos resultados de sites de busca e de trabalhos
acadêmicos, as referências foram analisadas a partir dos títulos e dos
conteúdos com ênfase na temática proposta por este trabalho.
A base de dados foi composta por dois artigos e quatro trabalhos de
graduação,
todos
de
língua
portuguesa,
totalizando
seis
referências
bibliográficas utilizadas.
4. Revisão de Literatura
As motivações para o uso de software livre são inúmeras. Em geral, as
opções de motivações apresentadas aos entrevistados envolvem aspectos
técnicos, ideológicos, sociológicos e econômicos [DIPOLD, 2005].
4.1 As diferenças de distribuição entre os softwares livre e o proprietário
A vantagem de custo do software livre vão muito além da economia com
o não pagamento de licenças, esta é uma vantagem clara e imediatamente
percebida, mas o software livre também reduz os custos de implementação que
estão frequentemente associados aos softwares proprietários [DIPOLD, 2005].
O custo social do software livre é baixo, pois o seu desenvolvimento é
orientado para o benefício de seus usuários e os frutos da sua produção
tornam-se disponíveis para toda a comunidade. Assim que disponibilizado o
software livre torna-se um bem público cuja utilização e evolução são
dependentes também pela comunidade de usuários [NOGUEIRA].
4.2 A utilização do software livre na educação
Assim como a nossa civilização desenvolveu e acumulou conhecimentos
de matemática, engenharia, medicina, filosofia, biologia, física, química, que
são patrimônio da humanidade, o código-fonte dos programas livres passa
também a compor um conjunto de conhecimentos compartilhados [DIPOLD,
2005].
Ainda segundo Dipold:
Os estímulos para a codificação do conhecimento (COWAN e
FORAY, 1997), combinados com as facilidades de armazenamento e
acesso a dados, apresentam uma das mais importantes fontes de
oportunidades para os países mais atrasados. A existência de
informações científicas e tecnológicas disponíveis enfatiza a
necessidade dos países desenvolverem capacidades de absorção
desses conhecimentos, o que pode se tornar uma poderosa
ferramenta para o crescimento econômico (ALBUQUERQUE, 2001).
Neste sentido, o software livre é uma alternativa para o incremento da
utilização da tecnologia em instituições de ensino superior e visando contribuir
com a disseminação de seu uso e evolução de uma nação de desenvolvimento
tecnológico atrasado [SEGUNDO e RAMOS, 2005].
4.3 Vantagens da implementação do software livre na Universidade
O processo de desenvolvimento do software livre é similar ao sistema
acadêmico de revisão de textos para publicação. Há um ou mais revisores
anônimos que examinam um artigo, sugerem correções ou adições e atestam
sua qualidade para publicação, o que garante alto nível de qualidade e
integridade das publicações científicas. Este processo de revisão ocorre com
software livre, por isso, esses softwares podem ser considerados robustos e
seguros. [NOGUEIRA].
Melo (2010) cita inúmeras vantagens que esse modelo trará para as
universidades. Dentre elas estão o aproveitamento de equipamentos obsoletos,
ferramenta de desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares além de
desenvolvimento de softwares para sociedade, cumprindo sua função
extencionista do tripé da educação.
O uso do software livre pode contribuir com a disseminação do uso da
tecnologia na educação. [SEGUNDO e RAMOS, 2005].
5. Considerações Finais
A universidade, por ser um espaço de produção de tecnologia e
conhecimento, pode permitir a experiência da utilização e desenvolvimento de
programas livres como forma de execução do tripé ensino-pesquisa-extensão.
Essa política de software livre em instituições de ensino superior trará
vantagens econômicas concretas, já que a sua aquisição muitas vezes pode
ser feita de forma gratuita.
O modelo baseado em softwares livre diminui o aprisionamento
tecnológico e reduz os custos de mudança física e do software, tornando-o
uma opção viável e promissora para as universidades.
6. Referências Bibliográficas
DIPOLD, R. D. (2005). Potencialidade Econômica do Software
Livre. Disponível em:<http://www.sigha.com.br/dipold/monografia.pdf>. Acesso
em: maio de 2011.
SEGUNDO, F.R.; RAMOS, D. K. (2005). Soluções baseadas no uso
de Software Livre: Alternativas de suporte tecnológico à educação presencial
e
a
distância.
Disponível
em:
<http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/099tcc5.pdf>. Acesso em: maio
de 2011.
MELO, E. T. de. et al. (2010). Sugestão de uso de Software Livre na
biblioteca do campus V da Universidade Estadual da Paraíba: uma
investigação sobre vantagens desse sistema de automação em relação ao
software
proprietário.
Disponível
em:
<
http://dci.ccsa.ufpb.br/enebd/index.php/enebd/article/viewFile/150/170>. Acesso
em: maio de 2011.
NOGUEIRA, S. L. Vantagens do Softaware Livre. Disponível em:
<http://dci.ccsa.ufpb.br/enebd/index.php/enebd/article/viewFile/150/170>.
Acesso em: maio de 2011.
HEXSEL, R. A. (2002).Software Livre: Propostas de ações de Governo
para incentivar o uso de software livre. Disponível em:
<http://www.inf.ufpr.br/info/techrep/RT_DINF004_2002.pdf>. Acesso em maio
de 2011.
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