ESTIMADOS IRMÃOS, LEIGAS e LEIGOS e JOVENS
Ontem completou uma semana da minha chegada em Nairóbi. Uma semana de muitas
bênçãos e graças; de aprendizado e partilha, onde a internacionalidade do Instituto
acontece de modo real em uma única comunidade chamada Nairóbi. Aqui estamos
vivenciar o que nos pedem os últimos documentos do Instituto: Irmãos e leigos/as em um
novo espírito de comunhão. E aqui, em solo africano, estamos fazendo juntos a
riquíssima experiência de sermos "maristas novos em missão". O Ir. Emili, em sua
colocação – hoje pela manhã – nos dizia que a Assembleia não teria o mesmo significado
se fosse realizada em outro lugar. E de fato, concordo plenamente. Nestes dias por aqui,
aprendi que a África é muito rica. Não falo de uma riqueza baseada no capitalismo ou nos
negócios, mas falo de uma riqueza para além dos aspectos financeiros e que tem a ver
com acolhida, abertura, alegria e o sorriso deste povo. Acredito que o nosso Instituto, a
nossa Província tem muito a aprender com os africanos. Podemos ser muito mais ricos,
se começarmos a aprender a acolher mais, a nos abrir mais aos leigos, a sorrir mais e
ser mais feliz.
Encontro-me em uma Assembleia Internacional, feliz de um lado, mas me sentindo pobre
e sozinho. Sou o único delegado brasileiro. Perdemos muito com isso, pois sozinho não
consigo transmitir toda a riqueza do Brasil em relação ao nosso progresso rumo ao
laicato, por exemplo. Sinto-me só até mesmo nos momentos de partilha, mas isso não
me isenta de partilhar e contribuir. Tenho feito muitas reflexões nos encontros com as
pequenas comunidades e nas plenárias. E como bom apóstolo da juventude tenho
apostado minhas fichas na reflexão sobre os jovens e vendendo a ideia de que eles são
nossos futuros leigos em potencial e neles devemos apostar, o que exige formação
conjunta e vida partilhada.
Hoje iniciamos a segunda semana da Assembleia e começamos a trabalhar na busca de
novos horizontes. Segundo o Ir. Emili, devemos sair da zona de conforto e nos abrir com
coragem e audácia para a zona que mais nos desafia. E hoje, com certeza essa zona é a
nossa incapacidade de enxergar os(as) leigos(as) como parceiros(as) na missão e
vivência do carisma, e não como meros colaboradores. De acordo com o Ir. Emili
devemos redescobrir nosso carisma e isso não devemos e não podemos fazer
isoladamente, mas juntamente com os(as) leigos(as). O nosso foco deve estar centrado
no SER e não no FAZER. O Ir. José Maria Soteras sublinhou a importância de,
juntamente, com os(as) leigos(as) vivermos um itinerário e uma experiência de
comunidade e não simplesmente sermos "fazedores" de tarefas. Se nos unimos somente
pela dimensão do fazer, seremos apenas um grupo de trabalho.
Paulatinamente, vamos vislumbrando a vida consagrada nova, o novo jeito de ser Irmão
e de testemunhar a vida em comunidade. Assim como o Papa Francisco insiste que a
Igreja não seja apenas um escritório de administração, da mesma forma a Igreja pede a
nós – Irmãos e Leigas(os) – que sejamos Maristas de Champagnat.
Oxalá, ainda nesta semana, descubramos outras possibilidades e provocações de
sermos Irmãos, sobretudo em relação à caminhada conjunta com os(as) leigos(as) e a
maneira de organizar e dinamizar a evangelização, tornando nosso Instituto, nossas
Províncias em terrenos férteis e cultivadores de jovens e leigos capazes de juntos com os
Irmãos, transformar a realidade,
como Igreja que reza e trabalha.
Um forte abraço.
Irmão João Batista Pereira
Diretor Institucional
do Setor Provincial de Pastoral
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Depoimento Ir. João Batista