DISCURSO DE POSSE
Brazlândia/DF, 08 de dezembro de 2015
RUMO A UM NOVO COMEÇO,
ONDE O FUTURO TEM CORAÇÃO DE TENDA!
Estimados Irmãos, presentes e todos aqueles que nos escutam;
Estimado Irmão Wellington Mousinho de Medeiros;
Estimados Irmãos Joseph Mc Kee, Vigário Geral, e José Maria Soteras, Conselheiro
Geral;
Estimado Irmão Alberto Aparicio, Provincial da Província Marista Cruz Del Sur;
Estimado Irmão Benedito de Oliveira, Vice-Provincial da Província Marista Brasil
Centro-Sul;
Estimado Irmão Valter Zancanaro, Secretário Executivo da União do Brasil
Marista;
Estimados Leigos e Leigas capitulares;
Estimados Leigos e Leigas Maristas;
Estimado Padre Fabiano Roberto;
Estimados Colaboradores que conosco contribuem para a difusão do carisma e
da Missão Marista;
Queridos amigos e amigas e todos os meus familiares;
‘O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome’
Assim proclamou Maria, no Magnificat (Lc 1,46-55), que na sua
pequenez, ao sentir-se agraciada por tudo o que o Senhor
realizara em sua vida, rompeu em agradecimento e
reconhecimento, pela missão a ela confiada, ser a mãe do
Salvador, para a salvação e alegria do seu povo.
Da mesma forma, também eu quero agradecer e louvar a Deus
pelas inúmeras maravilhas e surpresas que Ele, o Todo
Misericordioso, realizou e realiza na minha vida. Digo surpresas
porque nem sempre, tudo o que me aconteceu e acontece foi
desejado, planejado, almejado e muito menos merecido.
Deus é testemunha do quanto relutei, e muito, para não estar
aqui, pois tenho consciência de não ser o mais habilitado para a
missão de liderar e conduzir os demais Irmãos no caminho da
fidelidade aos projetos de Deus. Tal como Moisés, eu também dei
as minhas desculpas e agradeci a confiança, para não aceitar o
encargo. (Ex 4, 10-17)
Lutei enquanto pude, mas na insistência do Irmão Emili Turú, SG,
senti que já não podia mais dizer não, quando o Senhor estava a
me dizer SIM, pela voz dos meus Irmãos.
Depois de vários diálogos e muitas desculpas, o Senhor venceu a
batalha. Por isso aceitei, e aqui estou, para cumprir a vontade do
Senhor, que me cativou, chamou, escolheu, elegeu e me quis
nesta missão. Aceitei não como honra, mas como serviço a ser
prestado ao Instituto, à Província e aos Irmãos. Assim como
Salomão, eu também peço ao Senhor: “Concede-me sabedoria e
conhecimento para que eu possa bem conduzir este povo”. (II Cr 1,
10)
Digo estas coisas, convicto de que não estou sozinho. Somamos
forças e os nossos ideais. Irmãos, Leigas e Leigos e todos aqueles
que amam e acreditam na proposta de evangelização e educação
marista, juntos levaremos avante a Missão. Missão que é da
Igreja, do Povo de Deus e a nós confiada: educar as crianças e
jovens, assim como Maria educou Jesus, conforme nos orientou o
Pe. Champagnat. Juntos avançaremos ‘rumo a um novo começo’
para dar continuidade à história.
A Vida Religiosa Consagrada, que abraçamos como projeto
pessoal de vida no seguimento de Jesus, é itinerante. Sabemos
que ela não deve fincar raízes nas suas certezas, nas suas
edificações, nas glórias e sucessos do passado, em nada que
justifique dificuldades para mudar e fazer novas opções. Somos
chamados a arriscar, a empreender um novo modo de ser
consagrados, mais significativo e conectado com as mudanças da
sociedade e do mundo atual, se de fato desejamos a perenidade
da nossa missão e do carisma maristas.
A itinerância da nossa consagração exige, inclusive, mudanças
geográficas, em nossa Província. Realizar a Assembleia e o
Capítulo Provincial aqui em Brazlândia/DF e não em Mendes/RJ,
conforme estava previsto, já é um passo. Oxalá tenhamos
coragem de arriscar ainda mais, muito mais que isto. O futuro nos
espera e ele tem coração de tenda.
Fundamentado nos desafios e aspectos relevantes apontados na
sondagem para provincial, e nos destaques e perspectivas,
indicados por vocês após a leitura do Relatório Trienal; quero,
neste momento, abordar dois temas significativos para a vida da
província: Animação da nossa Consagração e Gestão dos nossos
Bens.
1) Animação da Vida Consagrada
Sobre a Animação da Vida Consagrada, recordo que estamos
vivendo um grande evento na nossa família religiosa, motivados
pela a celebração do Bicentenário do Instituto Marista, em 02 de
janeiro de 2017.
Por isso, vivemos o Ano Montagne, um tempo de questionamento
da nossa fidelidade à intuição fundacional de Marcelino
Champagnat.
No momento, celebramos o Ano Fourvière, tempo de abrir o
coração, ampliar a tenda, para acolher as leigas e leigos que
desejam viver e partilhar conosco o carisma e a missão maristas.
E logo mais, iremos iniciar o Ano La Valla, tempo de rever o nosso
estilo de vida e a espiritualidade que nos motiva e nos identifica.
Quis a Divina Providência que dois eventos eclesiais nos
ajudassem nesta caminhada. Ambos anunciados pelo Papa
Francisco.
O primeiro diz respeito ao Ano da Vida Consagrada, que foi aberto
em outubro de 2014, quando o papa Francisco disse em sua carta
circular aos consagrados e consagradas: “Queria dizer-vos uma
palavra, e a palavra é alegria. Onde quer que haja consagrados, aí
está a alegria!”.
A Vida Religiosa Consagrada é lugar para se viver a alegria, pois
temos nela a possibilidade de viver o seguimento de Jesus Cristo
por opção livre e consciente. Alegria porque fazemos a
experiência de ser amados e perdoados por Deus, e por isso, com
a nossa vida, somos chamados a testemunhar a presença amorosa
de Deus no mundo, na vida de todas as pessoas. Não somos
perfeitos, mas somos felizes, porque sabemos que somos amados
e acolhidos por Deus, que igualmente acolhe os demais.
- Irmãos, as pessoas que nos veem sentem em nós a alegria de
nossa opção de vida?
O nosso testemunho é a nossa melhor pastoral e animação
vocacional.
Devemos, com nossa presença e testemunho, ser sinais de alegria
do Evangelho, da Boa Nova de Jesus Cristo.
Entre outros apelos, nos seus diversos pronunciamentos, o papa
nos convida a sermos uma Igreja itinerante.
A exemplo de Jesus, samaritana para acolher aqueles deixados às
margens da sociedade. Uma Igreja que vai às ruas, às periferias
existenciais da humanidade, que transpira a mensagem do
Evangelho, e na qual os pastores tem o cheiro das ovelhas. Igreja
capaz de dialogar com as diferenças, e que por isso não aceita ou
justifica qualquer tipo de exclusão. Uma Igreja pulsante, vibrante
e alegre, como a juventude, e que revela a beleza e o viço do
Evangelho. Por fim, Igreja que vive o presente, sem as nostalgias
do passado.
Ecos destes apelos do papa, os congressos para a da Vida
Consagrada, organizado pela CRB e pela CLAR, em Aparecida e
Bogotá, neste ano, nos interpelam respectivamente: ‘A Vida
Consagrada na Igreja Hoje: Evangelho, Esperança e Profecia’ e
‘Escutemos a Deus, lá onde a vida clama’.
Irmãos, estes apelos do papa, comungam com o nosso desejo de
caminhar rumo a um novo começo, neste momento de celebração
do Bicentenário do Instituto. Sejamos Igreja e testemunhemos a
alegria de sermos consagrados. Vivamos a
dimensão eclesial da nossa vocação, conforme nos pediu
Marcelino Champagnat. Sejamos sinais do Evangelho, sinais de
esperança e de profecia. Estejamos atentos ao clamor de Deus no
grito, no sofrimento, na vida das crianças e jovens que estão ao
nosso redor.
Sermos fieis à voz de Deus que clama na vida das crianças,
adolescentes e jovens deve ser o nosso ideal de Irmãos, Leigos e
Leigas de Champagnat rumo a um novo começo.
- É nossa missão transmitir a chama, o ideal que nos motiva ou
preservar estruturas que emperram a nossa caminhada e a nossa
liberdade rumo a um novo começo?
- Estamos preocupados em dar novo elã ao Carisma e à Missão
Maristas ou mais empenhados em conservar as velhas tradições
que pesam sobre nossos ombros e nos impedem de dar passos
firmes, respostas novas e adequadas aos novos apelos e
necessidades do Evangelho para os dias de hoje?
Não nos esqueçamos da vibração do Padre Champagnat quando
o assunto era catequese, educação da juventude, evangelização,
missão etc. Dizia ele: ‘Todas as dioceses do mundo entram em
nossos planos’. Ele mesmo nutria no coração o desejo de partir
para as missões. Se não fosse a coragem, o empreendedorismo, o
coração vibrante deste homem, nós hoje não estaríamos aqui.
Recordo aqui, os Irmãos missionários que vieram trabalhar nas
nossas Províncias, que deixaram a sua terra natal e vieram para o
Brasil, cito os Irmãos Afonso Haus, Nuno Maria e Armênio
Marques e tantos outros que já estão na casa do Pai.
Enviados pelo Instituto, eles deixaram família e projetos pessoais
para fazer chegar até nós o Evangelho.
- O ardor missionário destes homens não seria para nós um
desafio e um belo exemplo de que agora chegou a nossa vez de
exercitar o espírito missionário entre nós? De assumir com
coragem as propostas de refundação do Instituto e da Vida
Consagrada?
- Não seria a nossa vez de retribuir generosamente, com nossas
forças, o ardor vocacional que animou estes homens, na
evangelização de crianças e jovens?
- Irmãos, vamos a Lampedusa, vamos para Alepo? Entre nós há
muitas ‘Lampedusas’ e ‘Alepos’.
Qualquer resposta ou ação sugerida ou defendida, implicará em
sério discernimento e preparação. E tudo o que sugerimos e
desejamos, jamais seja projeto pessoal, mas sempre projeto
institucional, para o bem de todos, da Província, da Missão da
nossa consagração e de todos aqueles que vivem o carisma
marista.
Ainda, a partir dos diversos textos e diálogos realizados pelo Papa,
especialmente aqueles feitos por ocasião do Ano da Vida
Consagrada, e as reflexões vindas do Congresso da Vida
Consagrada, apresento algumas questões para a nossa reflexão,
durante este V Capítulo Provincial:
 Que Vida Consagrada desejamos para nós, no próximo
triênio?
 Como desejamos viver a consagração de Pequenos Irmãos
de Maria, daqui para o futuro?
 Quais são as grandes interpelações do Evangelho, da Igreja
e da Vida Religiosa Consagrada na nossa Província?
 Como podemos nos empenhar para escutar Deus lá onde a
vida clama?
 Como podemos ser sinais do Evangelho, da esperança, de
profecia hoje?
 O que podemos fazer para vitalizar e qualificar o nosso
testemunho e a nossa atuação entre as crianças e os jovens?
 O que devemos fazer para tornar reais, concretos, os apelos
do XXI Capítulo Geral, o qual nos interpela para uma ‘nova
terra’? Ou como dar continuidade ao compromisso com as
propostas já em andamento na nossa Província?
 Como vamos nos preparar para celebrar e viver o XXII
Capítulo Geral que vai acontecer na Colômbia, em 2017? Qual
a força desta mudança? O que isto significa? O que vem a ser
“um novo começo”?
Novamente, Irmãos, repito: qualquer resposta implica o
compromisso de todos.
O segundo evento, o Ano da Misericórdia, que o papa inaugurou
exatamente no dia de hoje em Roma, deve nos motivar na
preparação do bicentenário da nossa família religiosa e questionar
nossas ações em prol daqueles que foram e devem ser o alvo da
missão marista: jovens, adolescentes e crianças, particularmente
os mais pobres e abandonados. Aqueles que se encontram nas
periferias da existência humana, os quais nem sempre damos
conta de ver, apesar de estarem bem próximos de nós.
Não por acaso, o papa nos convida para refletir o tema
‘MISERICORDIOSOS COMO O PAI’, e isto é uma boa provocação
para que nos perguntemos como está a nossa capacidade de olhar
com misericórdia, acolher com o coração as nossas misérias e
também às dos demais que nos cercam, sem julgar e condenar,
sem excluir ou discriminar.
O Ano da Misericórdia será para nós, com certeza, um excelente
exercício de revisão da nossa missão junto aos prediletos de Jesus
e do Padre Champagnat. Um exercício de acolhida, também, entre
nós irmãos, leigas e leigos.
Como maravilhosos companheiros, somos interpelados a viver o
perdão como graça de Deus e exercício de reconciliação entre nós.
O aviso fraterno, tão caro para as nossas relações interpessoais,
deve ser um imperativo e exercício constante para qualificarmos
a vida comunitária.
No seio das nossas casas, obras e unidades maristas, precisamos
ser os primeiros a agir com misericórdia, para com os co-irmãos e
para com os nossos colaboradores.
Há muitas feridas ainda a serem cuidadas, cicatrizadas e o óleo do
perdão não nos pode faltar e, muito menos, a festa da
reconciliação!
Cada Irmão é único, singular e precioso. Cabe a nós o devido
empenho para reconhecer a beleza e a riqueza da nossa
diversidade: personalidades, culturas, dons, talentos.
Um mosaico que congrega a todos em uma casa comum, a
Província Marista Brasil Centro-Norte. E creio que podemos e
devemos iniciar este novo triênio provincial com este forte apelo:
‘Sede misericordiosos, como o Pai do Céu é misericordioso’. (Lc
6,36)
- Irmão, sob o signo da misericórdia, o que podemos fazer para
celebrar o bicentenário marista?
- Como Irmãos, filhos de Marcelino Champagnat, o que podemos
fazer para exercitar entre nós a misericórdia, a exemplo de Jesus
de Nazaré?
Estes eventos nos convocam a realizar uma verdadeira conversão
rumo à essência de nossa vida, de nossa missão, obviamente de
forma atualizada e contextualizada, de acordo com os apelos do
Evangelho e da realidade, sem abrir mão dos valores que nos
identificam. Para novos desafios, novas respostas; para novas
opções, novos métodos.
Tudo isto provoca em nós questionamentos, que nos possibilitam
a oportunidade de empreender maiores mudanças tendo em vista
o belo testemunho de consagração que somos chamados a dar à
sociedade e às pessoas que nos cercam.
E assim, a nossa Província, tão jovem, caminha e constrói a sua
história em busca de respostas de fidelidade ao carisma e à
missão.
Faço um destaque para o grande número de Leigas e Leigos que
participam da nossa missão. Não nos esqueçamos que elas e eles,
e tantos outros que admiram o carisma e a missão maristas, são
chamados a caminhar conosco rumo a um novo começo, para
uma nova terra. Talvez a simples presença deles entre nós
já seja o início desta caminhada. Mas para isso, devemos nos
perguntar:
-O que podemos fazer para propiciar a maior participação dos
Leigos e Leigas na Missão Marista, dentro da Província nas nossas
obras e comunidades?
-Como ampliar a nossa tenda, o nosso coração, para acolhê-los?
-Como ampliar a reflexão e as ações nesta área?
-O que elas e eles nos ensinam? O que podemos e devemos
aprender nesta nova relação? Oxalá compreendamos que muito
o que aprender com os Leigos e Leigas comprometidos com a
missão e o carisma maristas, para atender os apelos do Instituto.
2) Governo e a Gestão da Província.
Entro aqui no segundo tema, o Governo e a Gestão da Província.
Desde 2010 implantamos na Província, o Modelo de Governança
Corporativa que nos possibilitou tomar consciência e
experimentar novidades na relação com os nossos bens. Creio que
estamos todos convencidos dos passos significativos e necessários
que demos até aqui.
Por isso, tenho a convicção de que devamos continuar nesta
reflexão e neste processo e, ao mesmo tempo, avançar em outras
iniciativas previstas para aprimorar o modelo de governança da
província, inclusive em sintonia com o Instituto e porque vocês
mesmos pediram maior transparência. De forma alguma podemos
correr o risco de parar ou retroceder nas conquistas já realizadas.
Nem sempre as novas medidas são bem compreendidas por
todos, às vezes rejeitadas, criticadas, é
verdade, mas sabemos que são necessárias. Nem sempre o
melhor remédio é o mais doce.
Mudar a mentalidade e o nosso modo de nos relacionar com os
bens materiais pode não ser coisa fácil, mas penso que todos
concordam que é uma questão também de fidelidade aos
conselhos evangélicos e à perenidade da missão.
Não tenho dúvidas de que o governo da Província, fundamentado
no Modelo da Governança Corporativa, é algo do qual não
podemos abdicar, nem perder de vista.
Aprendemos muito até o momento e deixar o que foi construído
até aqui, nos últimos seis anos, seria uma grande incoerência, não
só porque investimos para organizar a administração, mas
também por ser um dever evangélico administrar com critérios
profissionais para melhor qualificar a nossa missão.
Com certeza a parábola dos talentos seria bem aplicada para a
nossa realidade, como séria advertência neste campo, caso
ousemos dar marcha à ré nos processos iniciados e, alguns, já
consolidados.
Recordo também que em resposta ao XXI Capítulo Geral, o
Instituto vem desenvolvendo grandes projetos. Um deles diz
respeito aos Novos Modelos de Animação, Governo e Gestão do
Instituto. Várias sondagens, reuniões, encontros regionais e um
encontro internacional, já foram realizados, para dar continuidade
aos apelos deste mesmo Capítulo.
- E nós, vamos ficar a ver navios, vendo a banda passar, sem
refletir sobre o assunto? Vamos virar as costas para o futuro?
Recebemos recentemente a notícia de que vamos nos constituir
em uma única grande região do Instituto, Brasil-Cone Sul, que
envolve as três províncias do Brasil e as províncias Cruz Del Sur
(Argentina, Paraguai e Uruguai) e Santa Maria Del los Andes (Chile,
Peru e Bolívia). Isto significa redesenhar processos, dar as mãos
para caminhar juntos com outras províncias e com culturas
diferentes, pensar as iniciativas comuns a todos nós.
Ou seja, uma nova reestruturação, mais um passo na aproximação
entre nós, em primeiro lugar, e, com certeza, entre as demais
Províncias irmãs. O futuro promete e estamos apenas começando.
“O futuro tem coração de tenda” e exige de nós coragem,
itinerância e ousadia. Ou abrimos o coração para acolher os
desafios que nos estão sendo propostos, para sermos Irmãos,
Leigas e Leigos do Instituto ou corremos o risco de minguar
fechados nas nossas fronteiras e perder o trem da história.
Irmãos, leigas e leigos maristas e colaboradores, hoje, dia 08, a
nossa Província completa 12 anos de fundação. Pouco a pouco,
passo a passo, amadurecemos. Não somos o que éramos e nem
seremos o que somos agora. O futuro nos espera. Com certeza
ainda há muito por ser feito. Porém, além de acertar o importante
é aprender com os nossos erros, tendo em vista o horizonte da
Missão e a perenidade do Carisma.
É importante não cair nas mesmas ciladas, nas mesmas
justificativas. Dar passos rumo ao novo começo. Com prudência,
mas sem medo, com ousadia.
“O que faríamos se não tivéssemos medo?” nos interpela o Irmão
Emili Turú. Para isso, estamos empenhados com todo o Instituto,
que nos anima ‘Rumo a um Novo Começo’.
Para finalizar, gostaria de agradecer o exemplo apostólico, a
resposta generosa e incondicional dos nossos Irmãos idosos que
construíram um projeto de evangelização e educação do qual hoje
somos herdeiros.
Os senhores são para nós exemplo e estímulo na continuidade
deste grande projeto apostólico. A todos os Irmãos idosos o meu
muito obrigado pelo apoio e pela sabedoria de vida que nos
transmitem.
Aos demais Irmãos o meu muito obrigado por terem assumido
como projeto de vida a vocação marista a serviço da Igreja e do
Instituto.
Oxalá tenhamos todos nós, sabedoria para dar continuidade ao
carisma marista, segundo os apelos do Papa Francisco, do nosso
Instituto e dos organismos da Vida Consagrada no Brasil e na
América Latina, CRB e CLAR, com renovado ardor e muita
disposição.
Gratidão também às Leigas e aos Leigos maristas de Champagnat,
ao Movimento Champagnat da Família Marista e às outras formas
de pertença do nosso laicato provincial. Aqui expresso
oficialmente o meu agradecimento por todo o bem que vocês
realizam entre nós e por tudo o que vocês nos ensinam.
Também, a todos os colaboradores e colaboradoras de nossas
obras, todos os que admiram e se inspiram em Marcelino
Champagnat para viver com coerência o Evangelho de Jesus
Cristo, o meu muito obrigado em nome de todos os Irmãos da
Província.
Aos meus familiares e amigos vindos de diversas partes, também
a minha gratidão.
Irmão, Leigas e Leigos de Champagnat, colaboradores e amigos, a
perenidade do Carisma e da Missão Maristas está em nossas
mãos.
Não se esqueçam todos, principalmente os Irmãos, que o bom
andamento da Província não é unicamente responsabilidade do
Provincial, por maior boa vontade que ele tenha, mas de todos
que a compõem. A casa é nossa, somos todos corresponsáveis,
juntos assumimos o bônus e o ônus de nossa opção de vida.
Avancemos, todos juntos, RUMO A UM NOVO COMEÇO, ONDE O
FUTURO TEM CORAÇÃO DE TENDA. Sejamos sinais da
misericórdia de Deus, uns para os outros e para todos os que nos
cercam...
Novamente repito e faço minhas as palavras de Salomão:
“concede-me, Senhor, sabedoria e conhecimento, para que eu
possa conduzir este povo”. (2Cr 1, 10); para que eu seja sinal da
misericórdia de Deus entre os meus Irmãos e para as pessoas com
as quais deverei trabalhar nesta missão que agora me é confiada.
A todos muito obrigado pela confiança e pela presença
significativa na vida da nossa querida Província Marista Brasil
Centro-Norte. Iniciemos, então, os trabalhos do V Capítulo
Provincial.
Sejam bem-vindos a mais um triênio de muito trabalho!
Irmão Ataide José de Lima – provincial.
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