Pronunciamento deputado Luis Carlos Heinze*
Sessão Extraordinária da Câmara dos Deputados
Data: 17/12/2008
Tema: Reuniões com o Governo Federal tratando do cooperativismo
Presidente, colegas Congressistas, apenas gostaria de fazer um registro ao
Presidente da Comissão Mista de Planos e Orçamentos, Deputado Mendes
Ribeiro, ao Relator, Senador Delcídio Amaral, e aos demais membros e
Relatores-Setoriais.
Uma demanda da agricultura brasileira era aumentar o volume de recursos
para comercialização. Estamos vivendo um momento extremamente difícil com
relação ao plantio da safra 2008/2009. Entendemos que haverá também um
momento crucial durante a comercialização da safra que estamos plantando
neste momento para o ano que vem.
Prontamente, o Relator, o Presidente e os membros da Comissão ampliaram
em 1 bilhão e 500 milhões, Deputado Mendes. Ontem, numa reunião na
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, vários Parlamentares,
Deputados e Senadores que lá estiveram com a Senadora Kátia Abreu, que
ontem assumiu a presidência dessa Confederação, renderam homenagens à
Comissão, em especial a S.Exa., o Presidente, e também ao Relator pelo
incremento dos recursos que estão alocando, porque sabemos que vamos
precisar desses recursos. Não sei se serão suficientes, Deputado Gilmar
Machado, porque o volume da comercialização da agricultura e da pecuária
brasileiras chega a quase 300 bilhões. Estamos colocando 3 bilhões, que
representam 1%, mas é 100% do que havia hoje no Orçamento. Então, isso é
importante.
Hoje pela manhã, Sr. Presidente, estivemos com o Presidente do Banco
Central — nós, a Organização das Cooperativas do Brasil e diversos
segmentos — , abordando justamente esse tema.
O Deputado Zonta, Presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo, o
Deputado Arnaldo Jardim e eu, também como membro dessa Frente,
estivemos conversando com o Presidente do Banco Central e relatando as
dificuldades que o setor está tendo hoje no sentido de plantar e custear essa
safra.
Vimos que os bancos, de maneira geral, reduziram a oferta de crédito para o
custeio da safra. Vejam que, no ano passado, de 1º de julho a 31 de outubro,
foram emprestados em torno de 24 bilhões; no mesmo período deste ano, está
em 25 bilhões; aumentou apenas 7%. Embora o Banco do Brasil tenha
aumentado em 35% o volume de crédito, os bancos particulares reduziram em
quase 30% o volume nesse mesmo período. Então, estamos quase no mesmo
valor. As grandes tradings que financiavam a agricultura e a pecuária, a
produção brasileira, retiraram-se do processo. Conseqüentemente, as
cooperativas assumiram um papel importante no financiamento, assim como os
cerealistas e as revendas de insumo, por todo este Brasil.
Esse segmento está precisando de recursos. O fôlego está muito pequeno.
Precisamos, para o plantio, de medidas que possam ajudar. Se isso não
ocorrer agora, já estamos desenhando uma queda significativa na produção do
ano que vem. Contrastando até, como o próprio Presidente do Banco Central
dizia ontem, quando 30 trilhões de dólares estão sumindo da economia
mundial, o setor que poderia, em 6 meses, dar a resposta, está sem crédito.
Também era comentado numa das reuniões, Deputado Paulo Piau, que o
próprio BNDES fazia há alguns dias, Deputado Jardim, que para a agricultura
há 3,5% de um determinado valor que vão aplicar. Imaginem: um setor que
gera 40% dos empregos foi responsável por mais de 90% das reservas que o
País tem hoje; de 100% que vão emprestar, apenas 3,5% seria para o setor
agropecuário. Então, isso é realmente lastimável.
Precisamos dar mais recursos para quem produz. Esse pessoal não está
especulando, mas produzindo. Portanto, é extremamente importante o pleito
que o setor foi levar hoje, em nome de toda a agricultura brasileira, ao
Presidente do Banco Central.
Muito obrigado.
* Deputado pelo PP-RS e representante do ramo agropecuário da Frente
Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop)
Download

Pronunciamento deputado Luis Carlos Heinze* Sessão