História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano [email protected] Aula 1 – Apresentação geral do curso Introdução I • Processo de emancipação política exemplo de história conectada. – Brasil – Portugal – América – Europa • O Brasil, a “ilustração” e a Era das revoluções • Período Joanino – história e memória – o projeto de Império luso-brasileiro Introdução II • Monarquia constitucional e “segunda escravidão” • O império e a formação social do Brasil: questão da formação das elites e o conceito de “povo”? • Elite econômica: tráfico de escravos e agro-exportação – borracha, açucar, café, algodão; a formação das oligarquias regionais • Elite político-cultural (homens de letras, quadros políticos, bacharéis e magistrados) • A boa sociedade (expressão de Francisco de Paula Rezende, c.1840) e a plebe • Conceito de povo – categoria política e entidade cultural Conceitos-chave • Liberalismo: Constitucionalismo liberal – Modelo Benjamin Constant (diferente do federalismo norte-americano, selfgovernment ou jacobinismo) • Liberalismo brasileiro: crítica ao “poder pessoal” do Imperador / Descentralização / Crítica às instituições centrais do Império: Poder Moderador, Conselho de Estado, Senado Vitalício • Escravidão: relações de trabalho dominantes ou residuais na economia • Sociedade Escravista: organização institucional e social que se apóia e perpetua a escravidão/relações senhoriais • Civilização: “boa sociedade” + estrutura do Estado nacional – elite espelhada nos modos, sociabilidade e costumes europeus – “Iluminismo conservador” e antirrevolucionário. Periodização geral do Império • 1808-1821 – Período Joanino – Reino Unido (1815) • 1821-22 – Construção da emancipação política • 1831-1840: Regência – conflitos políticos-sociais • 1840-1868: Estabilidade política: Segundo Reinado • 1868-1871: Crise política e Lei do Ventre Livre • 1881-1889: Abolicionismo, republicanismo e críticas ao arcaismo político do regime Corpus – História política do Império • Constituição de 1824 e suas reformas básicas • Código Criminal, 1830 / Código do Processo Criminal, 1832 • Ato Adicional, 1834 / Lei de Interpretação do Ato, 1840 • Lei de Terras, 1850 • Lei do Ventre Livre, 1871 • Lei Saraiva, 1881 • .Manifesto do Centro Liberal 1868 • Manifesto Republicano 1870 Textos políticos – memória histórica • História dos principais sucessos políticos do Império do Brasil (1827-30), de José da Silva Lisboa (1827-1830) • ARMITAGE, John. História do Brasil, 1837 (Londres) e 1837 (Brasil). Elogio liberal à independência. • O Libelo do Povo (1849), o deputado liberal Torres Homem, o Timandro (visão liberal e positiva da “revolução” – 1822-1848) – anti despotismo, elogio da revolução liberal, crítica aos Bragança. • Ação, reação e transação – 1855/1866 – escrito pelo deputado conservador Justiniano Jose da Rocha (ação-1832-36/reação 18371852/transação-1852-57) – elogio à moderação da política imperial • Circular aos Eleitores 1860 – Teofilo Otoni – elogio ao Império, defesa da liberdade constitucional e das revoluções das elites (1842) – reafirmação do programa liberal contra as instituições “despóticas” (Poder Moderador, Senado vitalício). Historiográfica clássica • • • • NABUCO, J. O abolicionismo, 1883 – defesa da reforma social e política por meio do parlamento - . NABUCO, J. Um estadista no Império (1893-1897) biografia de José Thomaz Nabuco de Araujo – história política do Imperío. Feudalismo, latifúndio e escravidão eram os males (e não a monarquia, em si). Crítica às “revoluções jacobinas) e ao republicanismo, que para ele não tinha nada de vocação liberal. LIMA, Oliveira. O império brazileiro (1927) e Formaçao histórica da nacionalidade brasileira (visão evolutiva, racialista integrador, orgânica, elogio à elite e à unidade política e territorial por ela construída; monarquia como “democracia coroada”, elogio das revoluções e reformas pelo alto, desprezo às manifestações populares “povo criança”). História como unidade, evolução e coerência. CARDOSO, Vicente Licínio. À margem da história republicana – coletânea publicada em 1924 – primeiro balanço historiográfico da republica. Crítica à história oficial dos grandes homens e dos feitos palacianos. Visão integradora – política-economia-sociedade. Historiografia clássica II • VIANNA, Oliveira. O ocaso do Império (1925) . Crise da monarquia e da república deve-se ao descompasso entre as ideias européias (liberalismo) e a realidade brasileira; elites rurais com espírito de clã; ausência de povo, classe média e opinião pública. • BONFIM, Manuel. O Brasil na história (1926). Critica à historia oficial, à monarquia bragantina, elogio ao radicalismo contido e derrotado pelo conservadorismo e pelo liberalismo oligárquico (1817, 1824, 1848). • FREYRE, SERGIO BUARQUE, CAIO PRADO (marxismo, valorização da “revolução política burguesa 1808-1849, seguida do conservadorismo e predomínio do latifúndio-escravidão, resíduos coloniais convivendo com a modernização), • NELSON W.SODRÉ.Panorama do II Império (marxismo, monarquia como opção circunstancial imposta de fora, interrupção da vocação republicana, consolidação do capitalismo)