1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES LICENCIATURA PLENA EM LETRAS HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA LUDMILLA KAUFFMANN FIDALGO CARDOSO DA SILVEIRA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DA LITERATURA A PARTIR DE UM LIVRO DIDÁTICO JOÃO PESSOA MARÇO DE 2013 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES LICENCIATURA PLENA EM LETRAS HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA LUDMILLA KAUFFMANN FIDALGO CARDOSO DA SILVEIRA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DA LITERATURA A PARTIR DE UM LIVRO DIDÁTICO Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em Letras da Universidade Federal da Paraíba como requisito para obtenção do grau de Licenciado em Letras, habilitação em Língua Portuguesa. Profª Drª Gláucia Vieira Machado, orientadora. JOÃO PESSOA MARÇO DE 2013 3 Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade Federal da Paraíba. Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA). Silveira, Ludmilla Kauffmann Fidalgo Cardoso da. Reflexão sobre o ensino da literatura a partir de um livro didático. / Ludmilla Kauffmann Fidalgo Cardoso da Silveira. - João Pessoa, 2013. 29 f.:il. Monografia (Graduação em Letras) – Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Orientadora: Profª. Drª. Gláucia Vieira Machado. 1. Ensino de literatura. 2. Livro didático . 3. Ensino fundamental. I. Título. BSE-CCHLA CDU 82.09 4 AGRADECIMENTOS À minha mãe pelo amor, cuidados e incentivos ao longo de toda a minha vida; Amo você! Aos meus irmãos e familiares, companheirismo. À minha melhor amiga, Camila Burgardt, pela amizade sincera, pelo apoio nas horas difíceis, pelos conselhos e alegria: muito obrigada!! A Daniel Belizário, Lucas Peixoto e a tantos outros amigos, momentos de diversão, cumplicidade e sinceridade... amo vocês!!! À minha amiga Renata Mendonça, seu esforço e luta diários me enchem de orgulho! Você é um dos meus exemplos. Parabéns!! Ao meu amigo Sérgio Carvalho pela dedicação e pela amizade sincera. À minha irmã de alma Ana Cláudia Cunha Lima (in memoriam) que me ensinou a ver a vida de um jeito diferente, me fez crescer! Saudade. À minha irmã de coração Roseli Sousa, sua amizade foi um presente, você é especial! Sobretudo agradeço à minha professora Gláucia, pelos ensinamentos e incentivo! A todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta com a realização dos meus sonhos. Aos meus filhos de pêlo: Saddam (in memoriam), Salomé, Sultão, Shakira e Syank e Emília. Amor imensurável!! 5 RESUMO O presente trabalho é resultado da inquietação acerca das metodologias utilizadas nas aulas de Língua Portuguesa, especificamente as de literatura do 9º ano do Ensino Fundamental. Nas práticas pedagógicas utilizadas ao longo desses anos, pudemos observar a falta e/ou a ineficiência de artifícios metodológicos em algumas escolas municipais da cidade de João Pessoa, estado da Paraíba. Em busca de uma análise mais completa e esclarecedora, analisamos o livro didático “Para viver juntos” das autoras: Greta Marchetti, Heidi Strecker e Mirella L. Cleto, utilizado em grande parte das escolas da rede municipal de ensino. Para tanto, tomamos como base os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’S) e como alicerce teórico da pesquisa, nos valemos dos estudos de Magda Soares, Regina Zilberman, Irandé Antunes, João Wanderley Geraldi e colaboradores. Palavras–chaves: Ensino de Literatura; Livro didático; Ensino Fundamental. 6 ABSTRACT The present research is the result of the restlessness concerning the methodologies used in Portuguese Lesson classes, especifically those of Litterature in the 9th grade of Basic School. In the teaching practices used throughout these years, we could observe the lack and/ or the inneficiency of methodological artifices in some municipal schools in the city of João Pessoa in the state of Paraíba. In search for a more complete and clarifying analysis, we analysed the school book “Para viver juntos” of the authors: Greta Marchetti, Heidi Strecker e Mirella L. Cleto, used in most school of the municipal school net. For that reason we based ourselves upon the PCN’S (National Curricular Parameters) and as the research’s theoretical foundation we turned to the studies of Magda Soares, Regina Zilberman, Irandé Antunes, João Wanderley Geraldi and coworkers. Keywords: Litterature Teaching; School Book; Basic School. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 8 1. LÍNGUA PORTUGUESA: NASCIMENTO DE UMA DISCIPLINA................ 10 1.1 Os caminhos do ensino de Literatura....................................................................... 11 1.2 Usos e abusos do literário: o livro didático.............................................................. 12 2. UM OLHAR SOBRE O LIVRO DIDÁTICO........................................................ 15 2.1 Estrutura.................................................................................................................... 17 2.2 Análise...................................................................................................................... 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 23 REFERÊNCIAS............................................................................................................ 24 ANEXOS........................................................................................................................ 26 8 INTRODUÇÃO Com a finalidade de compreender o ensino de literatura nas turmas de 9º ano das escolas municipais da cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, analisamos como a literatura e os textos literários são apresentados e trabalhados no livro didático. Essa análise se faz necessária principalmente porque o livro didático, na maioria dos casos, é a única fonte de pesquisa e conhecimento literário à qual os alunos têm acesso durante todo o período letivo. Nesse contexto, o cultivo do interesse dos alunos pela literatura é feito de forma restrita, limitando o processo de formação do aluno-leitor de literatura a um único tipo de material que, como observaremos mais adiante, deve ser utilizado pelo professorpesquisador apenas como mais um material de apoio, mas não como único. Outro fator importante relacionado ao ensino da literatura através dos livros didáticos consiste em analisar a maneira como os textos estão sendo abordados e se esta intervenção acontece de forma didática e esclarecedora. Assim, o método com que se trabalha o texto literário, dissociado de seu contexto, perde sua função literária, tornando-se um simples texto didático. Além disso, atualmente, a literatura encontra-se nos mais diferentes suportes, como, por exemplo, a internet, que, por apresentar inúmeras funções e possibilidades, tornou-se uma ferramenta mais atrativa e interativa para o aluno. Quando analisado superficialmente, o texto literário tende a ser trabalhado de modo isolado e seu uso fica restrito ao exercício de questões gramaticais, cujos objetivos são, unicamente, avaliar e atribuir uma nota ao aluno. Assumindo essa postura, a escola acaba por desvincular o prazer da leitura do texto literário, tornando-o apenas um subterfúgio para o ensino de questões gramaticais ou como um gênero textual, modelo a ser seguido para a escrita de outros textos. O material escolhido como corpus de nosso trabalho é o livro didático referente ao 9º ano do Ensino Fundamental II, utilizado pela maioria das escolas muncipais da cidade de João Pessoa, há cerca de dois anos. Desde o seu surgimento, os Parâmetros Curriculares Nacionais, doravante PCN’S, advogam no sentido de que "o trabalho com leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes e, consequentemente, a formação de escritores, pois a 9 possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura." (1997, p.40). Contudo, faz-se necessário destacar que os PCN’S não abordam de forma específica a leitura literária bem como os objetivos da disciplina ainda não são claramente definidos para o profissional da área. Assim, no primeiro capítulo, realizaremos uma breve abordagem da história da disciplina de Língua Portuguesa, baseada nas autoras Paulino (2000) e Soares (1996). A seguir, no segundo capítulo, analisaremos os percursos do ensino de Literatura através dos estudos de Soares (1998); Razzini (2000); Antunes (2003), e Barbosa (2010). No momento seguinte, apresentamos um levantamento acerca das dificuldades frequentemente encontradas nos livros didáticos utilizando como apoio as pesquisas de Soares (1999). Na sequência, veremos a estrutura do ensinamento da língua portuguesa, em suas diferentes modalidades, literatura e língua, exposta no material didático, bem como a análise da forma como a disciplina é trabalhada. Por fim, serão tecidas algumas considerações a respeito do breve estudo apresentado. 10 1. LÍNGUA PORTUGUESA: NASCIMENTO DE UMA DISCIPLINA Segundo as pesquisas de Soares (1996), a disciplina de Língua Portuguesa foi incluída no currículo escolar no final do século XIX e nesse momento o ensino da gramática era privilegiado, buscando-se o desenvolvimento do uso da língua. Com o passar dos anos, a gramática foi minimizada no livro didático (LD) e os textos passaram a ser incluídos de acordo com sua presença nas práticas sociais. O estudo da gramática e do texto constituíram uma disciplina a partir dos anos de 1950 e o método de estudo era associado: se buscava na gramática, elementos para análise e interpretação do texto e utilizava-se o texto para a aprendizagem da gramática. Na década de 70 a meta do estudo de Língua Portuguesa consistia em desenvolver o uso da língua e a oralidade foi novamente valorizada nos LD’s propondo exercícios de linguagem oral voltados para o cotidiano. A partir desse momento, ocorreram várias ações com vistas ao avanço e melhora do ensino de língua materna, tais como a reformulação da formação dos professores de Língua Portuguesa, a reavaliação dos LD’s e também a definição dos PCN’S direcionados especificamente para a referida disciplina. Há alguns anos o ensino da literatura, segundo Paulino (2000), tem-se baseado numa tradição de fuga da teoria, reduzindo-a ao indispensável, como um breve conceito de seu termo, das figuras de linguagem e dos gêneros literários, e logo “[...] na história literária, aliás, melhor dizendo, na velha e tranquila ‘sucessão’ dos estilos de época.” (p. 01). Atualmente, esse “método” vem sofrendo duras críticas, em especial das academias formadoras dos licenciados, que ano após ano formam novos profissionais e os inserem no mercado de trabalho. Estas unidades de ensino esperam que o aprendizado recebido por estes novos professores resulte numa forma eficaz e inovadora de se transmitir os ensinamentos de Língua Portuguesa. Paulino (2000) reforça a ideia de que professores e alunos devem interagir com uma vasta diversidade de textos e suportes literários, mas para tanto ainda seria necessário que a formação de professores-pesquisadores e leitores literários acontecesse no processo inicial de sua formação e continuasse ao longo de sua carreira, fazendo com que os LD’s não fossem o único material de uso desses profissionais. 11 1.1 OS CAMINHOS DO ENSINO DA LITERATURA No século XIX, a maioria da população brasileira era analfabeta e apenas uma pequena parte da elite se preparava no curso secundário a fim de obter o diploma de bacharel. Naquele momento, a literatura brasileira enfrentava a concorrência das literaturas clássicas estrangeiras e das literaturas modernas europeias, como a portuguesa, a inglesa e a francesa. De acordo com os estudos de Barbosa (2010), foi através do curso de formação de bacharéis do Colégio Pedro II, fundado em 1837, que a disciplina de Língua Portuguesa teve sua origem nas escolas brasileiras e a trajetória da literatura brasileira no currículo secundário se deu entre 1838 e 1961, gerando uma grande transformação no ensino de Língua Portuguesa no Colégio Pedro II. Através das epopeias de Basílio da Gama e de Santa Rita Durão nos programas de Retórica e Poética (1850-1851) a literatura brasileira passou a fazer parte do currículo secundário. Em 1855 a disciplina “Exercícios Ortográficos” foi introduzida no Colégio Pedro II, mas a falta de uma regulamentação ortográfica oficial acabou transferindo para os dicionários, gramáticas e LD’s, a função de definir a ortografia portuguesa. Portanto, apenas em 1856, a centralização pedagógica do referido Colégio concretizou-se com a definição do currículo. Para Razzini (2000) a decisão sobre o currículo e a escolha de livros literários era função praticamente exclusiva dos professores do colégio modelo, que obviamente tinham a preferência mesmo quando lecionavam outra disciplina. No ano de 1860 a Literatura Nacional foi introduzida na referida escola, trabalhando não só com as produções portuguesas, mas com as brasileiras também. Essas aulas de Literatura abordavam os campos da história, da oratória, os gêneros literários e os didáticos. Duas décadas depois, a partir do ano de 1881, o estudo comparativo da língua portuguesa passou a considerar não só o Latim como também as contribuições de outras línguas na formação do português. Após 30 anos, conforme os estudos de Razzini (2000) o novo regulamento do Colégio Pedro II (05 de abril de 1911), determinou que o ensino de português fosse 12 colocado nas quatro primeiras séries, com carga horária semanal de 12 horas, nestas já incluindo o estudo de literatura. Já no século XX, segundo Soares (1998), podemos observar variações de concepções de linguagem no ensino da língua: até meados dos anos 60, predomina a concepção de língua enquanto sistema; dos anos 60-80 como instrumento de comunicação; e por fim, predomina uma concepção sócio- interacionista de ensino. Essa última concepção de língua é comumente encontrada nos Projetos político-pedagógicos das escolas (PPP’s). Segundo a abordagem sócio-interacionista do pensador Lev Semenovitch Vygotsky (1896-1934), a aprendizagem realizada na interação assume uma dimensão coletiva, sendo que o pensamento verbal se dá na interseção do pensamento com a linguagem. Assim, a valorização da escola, o papel do outro na construção do conhecimento e o papel mediador do professor na dinâmica das interações interpessoais e na interação das crianças com os objetos de conhecimento são algumas das implicações da abordagem vygotskiana para a educação. Nos estudos da língua portuguesa temos o termo sócio-interacionista que, por sua vez, visa à língua em seus diversos usos circulando socialmente, pois “a língua só se atualiza a serviço da comunicação intersubjetiva, em situações de atuação social e através de práticas discursivas, materializadas em textos orais e escritos.” (ANTUNES, 2003, p. 42). A constituição da disciplina de Língua Portuguesa no currículo escolar brasileiro foi se compondo de forma lenta e gradual, marcado muito mais por mudanças de cunho político e social do que por concepções teóricas sobre o ensino e a aprendizagem da língua. 1.2 USOS E ABUSOS DO LITERÁRIO: O LIVRO DIDÁTICO Segundo Soares (1999), para se trabalhar com o texto literário em sala de aula devemos fazer com ele o que fazemos com os outros saberes escolares – escolarizar a literatura, tomando-se o cuidado com a má escolarização da literatura que “[...] se traduz em sua deturpação, falsificação, distorção, como resultado de uma pedagogização ou uma didatização mal compreendidas que, ao transformar o literário em escolar, desfigura-o, desvirtua-o, falseia-o.” (p. 22) 13 De acordo com a autora, a escola se apropria da literatura de três maneiras diferentes: na biblioteca da escola; no estudo e leitura dos livros de literatura, de maneira geral escolhido e orientado pelos professores de Língua Portuguesa; e, por último, pela leitura e estudo dos textos como componente básico das aulas. Desse modo, os objetivos de estudo do texto literário devem ser, entre outros, a análise dos gêneros dos textos, dos recursos de expressão e recriação da realidade. Esse trabalho é um dos objetivos da escola mas, geralmente não são seguidos pelos professores que sentem dificuldades em serem sujeitos dos LD’s, sendo mediadores desse conhecimento. Infelizmente, muitos mestres tendem a se apoiarem nos textos que aparecessem no LD que, normalmente, são exercícios de compreensão, entendidos como simples localização de informações na superfície do texto; exercícios de metalinguagem ou, até mesmo, moralizantes. Uma constante nos LD’s que marcam a escolarização da literatura é a presença fragmentada dos textos literários no material didático, assim é necessário conferir se o respectivo trecho apresenta textualidade, sentido e cativa o leitor a descobrir mais sobre esse texto procurando-o na íntegra, no livro completo. O trabalho do professor pautado exclusivamente sobre o LD limita a seleção de tipos e gêneros textuais com uma escolha pouco criteriosa de autores e obras, pseudotextos, fragmentos sem textualidade, em que as atividades que se desenvolvem não se voltam nem para a textualidade nem para a literariedade. A obra literária é desvirtuada e transformada na escola em texto informativo, formativo e em pretexto para exercícios. Outra característica comumente encontrada nos LD’s é a seleção canônica dos autores e obras. Trata-se de uma mitificação e sacralização dos autores de alguns textos literários. Por exemplo, ao se falar do romantismo geralmente segue-se um trecho da obra Iracema, de José de Alencar; assim como os trechos de Machado de Assis são constantemente encontrados nos materiais didáticos. Além disso a leitura dos textos é sempre escolarizada, pois é determinada e orientada pelo professor, configurando-se como uma atividade escolar e sempre avaliada [...] por mais que se mascarem também as formas de avaliação – que se dê uma prova, que se peça preenchimento de ficha, que se promova trabalho de grupo, seminário, júri simulado, enfim, que se use seja qual for a estratégia, das muitas que a bibliografia de uma pedagogia renovadora vem sugerindo, sempre a leitura feita terá que ser 14 demonstrada, comprovada, porque a situação é escolar, e é da essência da escola avaliar [...] (SOARES, 1999, p. 24) Por se tratar, portanto, de um trabalho que é sempre avaliado, a leitura do texto literário necessita de muitos estímulos para se tornar uma atividade prazerosa para os alunos. 15 2. UM OLHAR SOBRE O LIVRO DIDÁTICO A escolha do livro didático em questão como corpus do trabalho não foi aleatória, Para viver juntos é utilizado há dois anos na disciplina de Língua Portuguesa, no 9º ano do Ensino Fundamental, pela maioria das escolas da rede municipal da cidade de João Pessoa. Tem como proposta de ensino a produção de textos de diferentes gêneros que circulam em diversas esferas sociais com o intuito de despertar no aluno as infinitas possibilidades oferecidas pelo estudo da Língua Portuguesa. O LD foi escrito e elaborado por três autoras: Greta Marchetti, licenciada em Letras e Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), professora de Língua Portuguesa (LP) na rede particular de ensino; Heidi Strecker, licenciada em Letras e Filosofia pela USP, além de crítica literária e professora de LP na rede particular; e, por fim, Mirella L. Cleto, licenciada em Letras pela USP e professora de LP na rede particular. Foi recomendado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para o triênio 2011-13, sendo amplamente distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) para todo o Brasil. Por ser o volume direcionado aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, percebemos que os textos dos grandes nomes da literatura brasileira, no caso os que se encontram no cânone literário, não são trabalhados neste livro. O livro traz textos de autores contemporâneos conhecidos como, por exemplo, Marina Colassanti (1937-) com Com certeza tenho amor, Mia Couto (1955-), autor moçambicano e seu conto Os amores de Alminha, entre outros. Inicialmente discutimos a importância de se trabalhar o texto literário no contexto escolar, discorrendo sobre a maneira como a literatura é apresentada e estudada no livro didático. O trabalho das obras literárias clássicas passa a ser feito, geralmente, nos livros destinados ao ensino de literatura do 1º ano do ensino médio. Juntamente com o trabalho escolar, o LD deve capacitar o aluno a fazer uso efetivo da linguagem, ensinando-o a interpretar e produzir o universo de textos que circulam socialmente. O ensino de literatura no Ensino Fundamental, doravante EF, traz em seus LD’s textos divertidos, contemporâneos, mas em sua maioria curtos e/ou fragmentados. Conforme exposto anteriormente, é necessário tomar cuidado com essa forma de 16 apropriação dos LD’s, pois, geralmente, a maneira pela qual os livros são estruturados em nada contribui para o ensino de língua ou de literatura, uma vez que não incentiva a leitura do texto literário e sua função social. No livro em questão, não encontramos textos fragmentados (ANEXO 07) o que é de grande relevância no processo de ensino. Outros problemas atribuídos aos textos literários presentes nos LD’s são que, (por diversas vezes), aparecem de maneira descontextualizada das atividades de interpretação de texto, apresentando uma linguagem ora por demais erudita, ora simplória. Nota-se que as atividades colocadas no LD são sempre formalizadas contextualmente, como podemos observar no anexo 08. Sendo assim, a escolha de um bom livro didático não é garantia de um planejamento rico e proveitoso para os alunos. A forma como são abordados os assuntos, o meio pelo qual o processo de ensino–aprendizagem conduz a informação, tanto podem gerar uma aula produtiva como também tornar-se enfadonha e desmotivadora. Assim, o professor deve tomar cuidado para não cair nessas armadilhas, que tornam a sua prática docente mais fácil, como seguir a risca as indicações dos LD’s, pois só um professor-leitor, pesquisador e aberto às constantes mudanças de nossa sociedade será capaz de manejar os mais diversos textos com conhecimento e autoridade. Para Martins (2006) o trabalho com a literatura através de textos [...] é uma vantagem uma vez que o professor sabe que a literatura deve ser trabalhada por meio de textos, mas, sob o estresse do dia a dia, tendo de dar aulas em diversas escolas, sem tempo para ler e fazer sua própria seleção de textos, o educador geralmente encontra nos materiais didáticos a ferramenta de trabalho mais acessível. (p.92) Em nossa pesquisa, investigamos quais são as didáticas e metodologias utilizadas pelos autores do LD para o ensino dos conteúdos da disciplina Língua Portuguesa do 9º ano do Ensino Fundamental, relacionados à literatura. Pois, segundo Geraldi (1984), o ensino do texto escrito deve partir do pressuposto de que o usuário da língua tem o que dizer a alguém, com algum objetivo comunicativo, numa interação da linguagem, com propósitos e objetivos claros e definidos para todos envolvidos no ato da comunicação. 17 2.1 ESTRUTURA O LD possui oito unidades didáticas, cada uma delas apresenta dois textos, os quais são analisados e trabalhados no decorrer de cinco seções, sendo estas: Estudo do texto; Produção de texto; Reflexões linguísticas; Língua viva; e, Questões de escrita. A abertura de cada unidade é feita com uma imagem ou figura ilustrativa (conforme ANEXO 04), associada ao quadro “Pense nisto”, que com uma média de 5 a 8 questões leva o leitor/aluno a pensar e compreender acerca da ilustração, com vistas a proporcionar conhecimentos prévios ao aluno. Estas ilustrações geralmente condizem com o gênero textual que será trabalhado no texto seguinte, como por exemplo, a 1ª unidade, que traz uma imagem relacionada ao Conto Psicológico. Assim, o LD em questão segue os pressupostos de Zilberman (1988), que afirma que o livro didático deve conceber o ensino de literatura apoiado no tripé: “conceito de leitura-textoexercício [...] o conceito de leitura e de literatura que a escola adota é de natureza pragmática, aquele só se justifica quando explicita uma finalidade - a de ser aplicado, investido, num efeito qualquer.” (p 111). Ao lado da imagem ou figura, encontra-se a seção “O que você vai aprender” que sintetiza os conteúdos que o aluno vai explorar ao logo do capítulo. Posteriormente, antecedendo a apresentação textual, há uma nota informativa “O que você vai ler” contendo uma breve apresentação do texto, com informações sobre o autor e o contexto em que foi publicado, estimulando a curiosidade do aluno e preparando-o para a leitura do mesmo. Após essa nota, segue o 1º texto para leitura – Leitura 1 (ANEXO 7) representado pelos mais variados gêneros, dentre os quais: conto, crônica, artigo, resenha etc. Os textos trazem elementos que proporcionam uma exploração mais profunda do próprio texto e das características do gênero abordado. Em seguida, tem-se então o glossário, que pode ajudar na ampliação do repertório de palavras do aluno. A interpretação do texto é feita no item “Estudo do Texto”, que é dividido em três outras partes: Para entender o texto; O contexto de produção; A linguagem do texto. O “Para entender o texto” (ANEXO 08) trabalha as características do gênero textual em questão, as informações explícitas e implícitas do texto. Já em “O contexto de Produção” são apresentadas as peculiaridades da produção textual relacionando-as à sua função social. Por fim, a terceira parte “A linguagem do texto” enfatiza os recursos 18 gramaticais e linguísticos que são criados para causar efeitos de sentido, caracterizando um tipo de linguagem ou estilo. Todos estes questionamentos ligados ao texto são colocados de forma organizada e orientada, estimulando o aluno a pensar e a investigar as características e personagens do enredo. O aluno/leitor é levado não só a procurar o significado das palavras, descritas no glossário, quanto a relacionar os fatos da história ao seu conhecimento de mundo. O uso de palavras pouco usuais no cotidiano escolar, possibilitam uma ampliação não só quantitativa quanto qualitativa do vocabulário dos alunos. Essa maneira de conduzir o estudo do texto nos revela a preocupação dos autores deste LD com a formulação das questões, fator importantíssimo na criação do senso de pesquisa do aluno. Observamos que o ponto forte deste LD está na forma como os assuntos e os gêneros ao qual o texto escolhido pertence, são apresentados e reforçados no decorrer de toda a interpretação textual. Na sequência temos o “Leitura 2”(ANEXO 09), segunda parte das unidades que apresenta outro texto para se trabalhar. Seu conteúdo é explorado de um jeito mais leve em relação ao texto principal da unidade, “Leitura 1”. Entretanto, nele será priorizado o estudo das características do gênero textual e sua funcionalidade, rememorando assim, os conceitos estudados no texto anterior. Pois, segundo o PNLD “Todo texto se organiza dentro de um determinado gênero em função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, aos quais geram usos sociais que os determinam”. (2008, p.144). Nas laterais do texto, encontramos boxes informativos convidando o leitor/aluno a expandir suas informações a respeito das referências culturais, estimulando a reflexão. O LD traz também o “Boxe de valores”, espaço destacado na lateral da página onde os temas abordados nos textos são relacionados aos fatos cotidianos da vida escolar, corroborando a afirmação de Martins (2006, p. 90) de que “[...] é necessário que o aluno compreenda a literatura como fenômeno cultural, histórico e social, instrumento político capaz de revelar as contradições e conflitos da realidade.” É possível notar uma diferença entre o item “Para entender o texto” incluído na “Leitura 2” e aquele que observamos na Leitura 1. O “Leitura 2” está dividido em: “O texto e o leitor”: local para se trabalhar as relações texto/ leitor; “Comparação entre textos”: aqui é traçado um paralelo no meio dos dois textos da unidade, “Leitura 1” e 19 “Leitura 2”, buscando principalmente identificar as características do gênero textual estudado e a “Sua opinião”: tarefas onde o aluno é estimulado a expor sua opinião e descobertas acerca do texto lido. Agora, após tanta informação e estudos sobre o gênero textual e os temas encontrados nos textos, o LD oferece a seção “Produção de Texto” (ANEXO 10), dividida em quatro etapas: “Aquecimento”: evidencia um aspecto necessário para se produzir o gênero proposto; “Proposta”: explica em qual gênero o texto deve ser organizado, para qual público ele deve ser dirigido e com que finalidade, especificando onde o texto será publicado (suporte) e seu local de circulação; “Planejamento e elaboração do texto”: auxilia o aluno no planejamento do texto, encaminhando-o para sua produção textual e a “Avaliação e reescrita do texto”: neste item, o aluno vai poder verificar se os objetivos de sua produção foram atingidos e se necessitam de um aperfeiçoamento ou correção. Na sequência temos o tópico “Reflexão Linguística”, onde o aluno aprende um novo conceito gramatical partindo de situações que implicam numa reflexão sobre o mesmo. O subtópico deste capítulo “Reflexões Linguísticas: Na prática” traz várias atividades de gramática relacionadas a textos diversos. De acordo com Martins (2006, p.85) “[...] É justamente a partir dessa interação do aluno com textos que o estudo de literatura se torna significativo”. O LD apresenta também o ponto “Língua viva” área reservada para se trabalhar o conceito gramatical, do capítulo no qual está inserido, num contexto discursivo, ou seja, explicitando os fatores que criam a situação na qual o texto foi produzido. Por fim, existente somente na segunda parte do capítulo “Leitura 2”, tem “Questões de Escrita”, seção destinada às questões sobre acentuação, pontuação e ortografia. Este volume de 9º ano, todavia, trabalha com outras seções, tais como: o “Atividades globais” que consiste em exercícios gramaticais relacionados aos conceitos trazidos no referente capítulo, desencadeando uma revisão no estudo do aluno; a “Caixa de Ferramentas” que traz dicas para se desenvolver técnicas de estudo que possam servir como material para a realização de projetos de pesquisa e o “Projeto”, seção que sugere uma proposta de trabalho em grupo. Este tipo de atividade estimula a criatividade do aluno propondo a elaboração de pesquisas, escritas de relatórios, bem como a produção de apresentações, exposições e debates. 20 O capítulo se encerra com a “Oralidade” segmento onde são confrontadas as variedades linguísticas com as atividades orais. Os gêneros orais e as marcas de oralidade também são pontos discutidos nesta parte. 2.2 ANÁLISE A abertura de cada unidade é feita com ilustrações, estimulando a imaginação do aluno-leitor, pois a linguagem visual antecipa a compreensão de algumas informações que serão transmitidas no texto a seguir, conforme podemos observar em anexo 04. Associado às ilustrações, o quadro “Pense Nisto” (ANEXO 05) tem como propósito incentivar a reflexão daquele que lê por meio de questões subjetivas. Ou seja, esta preparação do acesso ao conhecimento é de extrema importância porque servirá como subsídio para as questões de interpretação do texto. Revela-se, portanto, uma preocupação das autoras com a formulação das atividades de interpretação, porque estas conduzem o aluno ao estudo sem facilitar o descobrimento das respostas. Os textos literários contidos no livro “Para viver juntos” trazem para as aulas de Língua Portuguesa temas variados como as manifestações culturais do nosso país, relações humanas, trabalho, sentimentos, esportes, meio-ambiente etc. Dessa forma, o LD amplia a possibilidade de atingir um maior interesse do alunado, uma vez que os pontos discutidos durante a leitura e interpretação textual fazem parte do cotidiano deles, e assim, [...] com a análise de textos, pretendemos desenvolver nossa capacidade de perceber as propriedades, as estratégicas, os meios, os recursos, os efeitos, enfim, as regularidades implicadas no funcionamento da língua em processos comunicativos de sociedades concretas, o que envolve a produção e a circulação de todos os tipos de ‘texto-em-função’. (ANTUNES, 2010, p. 51) O LD em questão, a todo tempo, reforça o estudo do texto. A interpretação textual acontece de forma intensa nas seções contidas no Estudo do Texto (Para entender o texto; O contexto de produção e A linguagem do texto). Por diversos ângulos, o tema, as características dos personagens, do enredo e do local onde a história 21 se passa, o texto é analisado. Essa busca ampliada atinge variados pontos, contribuindo para uma total compreensão acerca daquilo que o texto objetiva transmitir. Os gêneros textuais: conto (psicológico, social e de amor), crônica (social e esportiva), reportagem, roteiro, propaganda, resenha crítica, verbete de enciclopédia, texto científico e dramático são abordados e estudados ao longo das oito unidades do livro. Uma antecipação das especificidades de cada gênero é realizada antes da proposição de cada atividade. Segundo os PCN’s do Ensino Fundamental “[...] Todo texto se organiza dentro de determinado gênero em função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, as quais geram usos sociais que os determinam”. (1998, p.21) Durante cada explicação relacionada a eles, o LD descreve ao aluno-leitor em quais situações e formatos o gênero em questão pode e deve ser utilizado. Somente após esta preparação, as atividades que sugerem uma escrita independente no formato do gênero estudado, será proposta na seção “Produção de texto” (ANEXO 10). Nos exercícios de produção textual, notamos uma preocupação dos elaboradores em possibilitar uma compreensão analítica e crítica do texto, explorando vários pontos principais como o tema, o contexto, o gênero, o posicionamento crítico etc. Com o auxílio deste direcionamento, as questões fornecem elementos que incentivam o alunoleitor a desvendar os aspectos explícitos e implícitos do texto. Nas divisões subsequentes desta seção (Proposta, Planejamento e elaboração do texto, Avaliação e reescrita do texto) as etapas da construção textual são ensinadas de maneira detalhada, contribuindo com a eliminação de dúvidas e confusões a respeito do tema. De acordo com Geraldi (1984, p.136) “[...] devemos defender o estudo da produção textual entendida como a escrita de textos, considerando-se suas condições de produção, em oposição à redação”. Na sequência, o LD aborda os conceitos gramaticais e suas aplicações no extenso tópico “Reflexão linguística.” As lições são retiradas de textos diversos carregados de situações propícias a uma investigação gramatical mais aprofundada. Muitas vezes, no tópico “Questões de escrita”, encontramos tirinhas de jornal e trechos de reportagens como suporte para os estudos da escrita: ortografia, acentuação e pontuação. E, associado a esse ponto, o LD sugere em seu subtópico “Entreletras” exercícios relacionados ao tema abordado no capítulo. Nota-se, portanto, que na maioria das unidades do livro, o texto serve de 22 pretexto para o ensino de Língua Portuguesa, como podemos notar nos exercícios do mesmo que acaba utilizando de trechos dos textos literários para cobrar respostas de análise gramatical. 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo constatou que o LD em questão, Para viver juntos, trabalha o ensino da Língua Portuguesa de forma associada, uma vez que enfatiza a relação do aluno com o texto literário e sua realidade, contribuindo, assim, para formação do leitor de modo geral. É de fundamental importância o contato do aluno com o texto literário, pois a formação do sujeito-leitor é um processo contínuo que busca desenvolver o despertar crítico e o gosto pela leitura daquele que lê. A variedade de textos e gêneros textuais encontrados em nosso corpus é muito rica, proporcionando ao aluno do 9º ano a oportunidade de aprender o conteúdo de Língua Portuguesa de maneira coordenada, facilitando o processo de assimilação. No entanto, observamos que o nível de dificuldade dos textos apresentados ao longo do LD não segue uma forma linear e progressiva, priorizando a transmissão das variedades dos gêneros textuais e suas categorias. Portanto, é importante observar, como mencionamos anteriormente, que mesmo com um LD considerado adequado, o professor não deve se restringir a ele como única fonte de contato entre os textos e os alunos. As breves reflexões sobre a prática docente foram também uma tentativa de pensar a literatura de uma maneira, mais significativa não só para os alunos como também para os professores, visto que ainda é comum observarmos que a disciplina ainda tem servido, muitas vezes, apenas como pretexto para o estudo da linguagem, reduzindo o incentivo da leitura bem como a capacidade de se formar um leitor quando este já se encontra no Ensino Médio. A educação é um processo não só para o aluno, mas também para o profissional professor que deve estar aberto e ser capaz de aprender continuamente, em um eterno processo. O saber evolui, assim como as pessoas estão em constante transformação. 24 REFERÊNCIAS ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas / Irandé Antunes. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. ______. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. BARBOSA, Socorro de Fátima Pacífico. Ensinar literatura é ensinar o quê? In: ALDRIGUE, Ana Cristina de Sousa. Linguagens: usos e reflexões. Ana Cristina de Sousa Aldrigue, Jan Edson Rodrigues Leite (organizadores). – v.6 – João Pessoa: Editora da UFPB, 2010. (349p.; unidade 1) BEZERRA, Maria Auxiliadora. O ensino do texto escrito no livro didático de português: uma breve retrospectiva. In: ESPÍNDOLA, Lucienne; SOUSA, Maria Ester Vieira de (Org.). O texto: vários olhares múltiplos sentidos. João Pessoa: Editora Universitária/ UFPB, 2007. BRASIL. Ministério da Educação. (2007). Guia de livros didáticos PNLD 2008: Língua Portuguesa. Ministério da Educação. Brasília: MEC. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s). Introdução. Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s). Língua Portuguesa. Ensino Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998 BUNZEN, Clécio; MENDONÇA, Márcia. (Orgs.) Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. GERALDI, J. W. O texto na sala de aula. Cascavel: ASSOESTE, 1984. LAJOLO, Marisa. O texto em sala de aula. In ZILBERMAN, Regina (org). Leitura em crise na escola. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982. 25 SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. PAULINO, Graça. Presenças da teoria literária no ensino médio: o percurso de um manual escolar. 23ª Reunião Anual da ANPED, 2000. 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