22POLÍTICA A GAZETA SEXTA-FEIRA, 30 DE OUTUBRO DE 2015 PAÍS EM CRISE LULA: AJUSTE FISCAL É MAIS IMPORTANTE QUE CUNHA DIDA SAMPAIO/AE Resolução aprovada pelo PT defende mudanças na política econômica do país BRASÍLIA — A proposta de resolução aprovada ontem pelo diretório nacional do PT não fala sobre a permanência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ)napresidência da Câmara e sobre a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, mas apenas de mudanças na política econômica do governo, como aumento da tributação dos extratos da sociedade “mais abastados” e a redução“paulatinadataxa de juros”. O documento é assinado pela Construindo um Novo Brasil, ala majoritária petista. A resolução defende mudanças na política econômica, como a expansão do mercado interno, am- “O que interessa à oposição é discutir qualquer assunto e não discutir o que interessa, que é aprovar o que a Dilma mandou para o Congresso” — LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA EX-PRESIDENTE pliação dos investimentos estatais,defesadoemprego e “majoração contínua” da renda dos trabalhadores. “A recuperação fiscal do Estado deve ser encaminhada com medidas que aumentem a tributação sobre a renda, a riqueza e a propriedade dos extratos mais abastados, ao mesmo tempoemqueogovernoreduza seus gastos financeiros,atravésdorebaixamento paulatino da taxa de juros”, diz a resolução do PT. Ao discursar na reunião do Diretório Nacional do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ontem, que é mais importante aprovar as matérias de interesse do governo Dilma Rous- “Tivemosquemudarodiscurso” fEòOMfL`hfWKf ¦IZn ne`MYVI NIf n YIhnWçn hf h`LjIMLV hV dVHfMWV hn OMfL`hfWKf ½`ZYn nOóL nL fZf`çõfL é IY hVL YVò K`HVL NIf en> n nKInZ jM`Lf OVZíK`jn Lf nMMnLKnM OVM YI`KV Yn`L KfYOVï “`ò HfYVL IY OMVlZfYn OVò ZíK`jV LéM`Vô OVMNIf dnò WbnYVL n fZf`çãV jVY IY h`LjIMLV f hfOV`L hnL fZf`çõfL K`HfYVL NIf YIò hnM V WVLLV h`LjIMLV f en>fM nNI`ZV NIf n dfWKf h`>`n NIf WãV `n en>fMï” seff, como o ajuste fiscal, do que “derrubar” o presidente da Câmara. “O que interessa à oposição é discutir qualquer assunto e não discutir o que interessa, que é aprovar o que a Dilma mandou para o Congresso. Ou alguém acha que outra coisa é importante? Que é der- rubar Eduardo Cunha, discutir impeachment e depois votar o que a Dilma mandou para o Congresso?”, questionou Lula. FALTA DE APOIO Mas o ex-presidente mostrou-se preocupado com a falta de apoio no Congresso, principalmen- te na Câmara, e com a dificuldade de fechar acordos. “Tem um componente novo que é a força do Eduardo Cunha junto a um conjunto grande de deputados. O Eduardo Cunha disse para muita gente que não lidera aquela quantidade de deputados. Que eles estão é insatisfeitos com a gente. Se é verdade ou mentira, não sei. O dado concreto é que estamos vivendo certa estranheza de comportamento no Congresso.” O ex-presidente admitiu que o partido não vive seu melhor momento, devido ao “bombardeio” sofrido, mas disse que a sigla é como “fênix” e “renasce das cinzas”. (Com agências) “Serão 3 anos de pancadaria, General do Exército que pediu mas vou sobreviver”, diz petista saída de Dilma é exonerado DIVULGAÇÃO/ EXÉRCITO O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu ontemàsinvestigaçõesporsupostos crimes de corrupção que envolvem sua família. Ele pediu que ninguém fique com pena e afirmou que vai sobreviver ao que classificou de “três anos de muita pancadaria”. “Aprendi com a vida a enfrentaradversidade.Seoobjetivo é truncar qualquer perspectiva de futuro, então vão ser três anos de muita pancadaria. E, podem ficar certos, eu vou sobreviver”, DESABAFO “Aprendi com a vida a enfrentar adversidade. Se o objetivo é truncar qualquer perspectiva de futuro, então vão ser três anos de muita pancadaria. E, podem ficar certos, eu vou sobreviver” LULA EX-PRESIDENTE disseoex-presidenteemdiscurso de mais de 1h durante a reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília. Lula brincou com a Operação Zelotes, em que o seu filho mais novo, Luís Claudio, é investigado por ter recebidodinheirodeumaempresa suspeita de comprar uma Medida Provisória para beneficiar montadoras. “Tenho mais três filhos que não foram denunciados, setenetoseumanoraqueestá grávida. P..., não vai terminar nunca isso?”, disse. O comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, exonerou ontem o chefe do Comando Militar do Sul, general Antônio Hamilton Martins Mourão, que fez críticas à presidente Dilma Rousseff em palestra proferida em 17 de setembro, no Rio Grande do Sul. Mourão foi transferido para a Secretaria de EconomiaeFinançasdapasta,um cargo burocrático em Brasília. Na palestra, o militar afirmou que a saída da pre- Antônio Mourão chamou para luta patriótica sidenteDilma“nãomudaria o status quo, mas que a vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, da má gestão e da corrupção?”. Nos slides da palestra, Mourão apresentou mensagens como “mudar é preciso” e falou em “despertar para a luta patriótica”. Asdeclaraçõesrepercutiram mal no Ministério da Defesa e o ministro da pasta, Aldo Rebelo, deu carta branca ao general Villas Bôas, do Exército, para tomar as medidas cabíveis.