Tribuna Liberal bons tempos Quarta | 12 de Outubro | 2011 | PG 04 JOSÉ GERALDO BARRETO FONSECA José Geraldo foi o primeiro Juiz da Comarca de Sumaré. E provavelmente um dos nomes mais importantes das pessoas que passaram pela cidade. Em Sumaré, ele não foi só o primeiro juiz, mas deixou gravada na história uma exemplar participação na vida comunitária. Morava na cidade com a esposa e os filhos, em residência adquirida pela Prefeitura Municipal e doada ao Poder Judiciária (esquina da rua José Maria Miranda com Ipiranga). Participava de quase todas solenidades públicas da Prefeitura, Câmara Municipal e entidades. Foi um dos criadores do Instituto de Promoção do Menor de Sumaré. Foi também um dos fundadores do jornal “Comarca de Sumaré”. Participou da fundação da ACIAS – Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Sumaré. Profundamente religioso, freqüentava todos eventos promovidos pela Paróquia de Santana. Sua afinidade com a Igreja era tamanha que se dizia, na época, que entendia mais de Direito Canônico que muitos doutores da Igreja Católica. No exercício de sua função tomou algumas atitudes controvertidas, em nome da moral e dos bons costumes, que ganharam manchetes por todo o pais: proibiu a circulação da Revista “Ele & Ela”, que mostrava nus artísticos, e impediu que mulheres da cidade freqüentassem as piscinas dos clubes com maiôs de duas peças. José Geraldo ainda mantém fortes laços de amizades por toda a cidade de Sumaré. Esteve aqui, no Clube Recreativo Sumaré, como convidado especial, na comemoração dos 40 anos de fundação da ACIAS. O Primeiro Juiz da Comarca de Sumaré fez carreira no Judiciário Estadual. Depois de Sumaré, Diadema e outras comarcas, chegou ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, como Desembargador . No último dia 10 despediu-se da magistratura, na qualidade de Decano desse Tribunal, depois de quase meio século de atividades no Judiciário paulista. Na despedida, emocionado, recebeu o carinho dos colegas do Judiciário. Foi enaltecida sua dedicação à justiça e a humildade com que tratava as pessoas. Transcrevemos a seguir a notícia de seu desligamento, veiculada no site oficial do Tribunal. ”O vice-presidente do TJSP, desembargador José Santana, que presidiu a sessão, falou que os magistrados sentiam muito a aposentadoria de Barreto Fonseca. “Especialmente porque, apesar de estar se aposentando por idade, está em plena forma física e mental. Lamentavelmente essa é a lei. Desejamos que tenha plena felicidade na nova etapa da sua vida. Na verdade encontrará uma nova vocação, além da magistratura.” Para o presidente da Seção de Direito Público, Luis Antonio Ganzerla, o magistrado se viu alcançado pelo limite de idade que o obriga a se afastar da judicatura, a qual exerceu com amor por longos anos, sempre deixando rastros de bondade em suas decisões. “Perde, assim, a magistratura paulista, um de seus mais eminentes julgadores, o qual, por certo, deixará saudades.” Barretinho nasceu em Campinas, filho de Benedicto Ferreira Fonseca e Maria Stella Barreto Fonseca. Bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Campinas (turma 1966). No ano seguinte já estava atuando como juiz em Bragança Paulista. Durante sua trajetória no Poder Judiciário o magistrado passou pelos fóruns de Sumaré e Diadema. Na capital, trabalhou em Itaquera, Santana, na Fazenda Municipal da Comarca de São Paulo e em Pinheiros. Em 1983, Barreto Fonseca foi promovido, por merecimento, para o extinto Tribunal de Alçada Criminal e, em 1990, também por merecimento, ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. O desembargador já coordenou o Curso de Aperfeiçoamento para Juízes, promovido pela Escola Paulista da Magistratura (EPM), além de diversas vezes ter sido expositor de aulas. José Geraldo Barreto Fonseca disse emocionado: “agradeço ao TJSP por toda alegria que sempre tive nesses 44 anos de magistrado. Agradeço a Deus, agradeço aos colegas e aos funcionários que compartilharam muitos momentos. Sou muito mais devedor que credor de qualquer coisa!”, enfatizou. O sempre simpático e alegre integrante do Poder Judiciário não queria e não quis nenhuma manifestação no momento em que deixa a magistratura. As pessoas acostumadas a vê-lo convidando amigos e conhecidos para desfrutarem das alegrias de sua casa – sempre cheia – sentirão falta desse contato diário. Não só elas... Todos que conhecem o desembargador Barretinho desejam que trilhe essa nova etapa com outros caminhos sempre cheios de rastros de bondade. Associação Pró-Memória José Geraldo Barreto Fonseca José Geraldo no Lions Clube, com Roberto Cordenonsi, Aristides Moranza e Ronald de Souza Folclore Sumareense Banda na Rebouças A Banda Municipal de Sumaré tem um passado irretocável de apresentações de qualidade. Pico Barroca, no início, e Márcio Beltrami, na sequência, e até a atualidade, zelaram por essa qualidade. Foi justamente por isso a Banda de Sumaré conquistou uma série de prêmios a nível estadual e federal, divulgando a corporação pelo país afora e elevando o nome da cidade. Em homenagem ao saudoso Dorival Gomes Barroca, o “Pico”, hoje a Banda chama-se “Banda Municipal Dorival Gomes Barroca”. Seus integrantes são funcionários municipais remunerados, o que lhe dá um perfil de banda permanente, profissional, protegida pelo Poder Público. Na época em que a Banda, dirigida pelo maestro Márcio, conquistou esses prêmios, era comum receber convites de inúmeros municípios paulistas, solicitando uma apresentação especial. Virou rotina tocar em cidades do interior nos finais de semana. Num domingo em especial a Banda recebeu convite para se apresentar na cidade de Jandira. Cumpridas as formalidades, nossos músicos seriam apanhados num ônibus fretado pela Prefeitura de Jandira, na Avenida Rebouças, nas proximidades da Sociedade Operária Sumareense. A apresentação oficial aconteceria por volta das 16 horas. Às 13 horas o pessoal de Sumaré já estava esperando. 14 horas, e nada. 14.30 nem sinal do ônibus. Aí o pessoal da Banda resolveu ligar para o contato de Jandira. - Que está acontecendo? perguntou o funcionário da Prefeitura. A Banda está esperando em Sumaré desde uma hora da tarde. - Impossível, explicou o motorista. Estou aqui no Sumaré, na Avenida Rebouças, desde esse horário, e não vi ninguém da Banda até agora. Ele confundiu o Bairro do Su- maré, em São Paulo, com o município de Sumaré, interior. Coisa comum nessa época. E o pior de tudo: no bairro do Sumaré tem Avenida Rebouças, também. O concerto foi cancelado por falta de transporte. __________________________ Alaerte Menuzzo – Professor de História e Diretor do Pró-Memória ASSOCIAÇÃO PRÓ-MEMÓRIA DE SUMARÉ Temos um acervo de aproximadamente 200.000 documentos e 40.000 fotos. Se tiver interesse em preservar as fotos de sua família ou publicá-las, dirija-se ao Centro de Memória. Estudantes, professores, pesquisadores e população em geral são sempre bem-vindos. A Associação Pró-Memória é uma entidade particular, sem fins lucrativos. Se você quiser ajudá-la a se manter ou ampliar suas atividades, torne-se um sócio. Custa R$ 20,00 por mês. Por conta disso, você recebe um DVD com todo material publicado no mês pela imprensa local e um filme original de Sumaré. Endereços: Praça da República 102 – Centro –E-mail [email protected] - Fones 3803-3016 e 3883-8829