Mala Direta Postal Básica www.oabam.org.br A VOZ DO ADVOGADO Informativo da OAB/AM Ano VI – Número 109 / Manaus, Maio | Junho de 2014 ORIENTAÇÃO OAB leva às escolas informações sobre exploração sexual Ação coordenada pelas Comissões OAB vai à Escola e de Advocacia Pro Bono leva ciclo de palestras aos estudantes da rede pública no Amazonas, como parte da programação do “Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. As palestras foram de orientação e alerta para o crime de exploração sexual e as formas de combater esta prática. Págs. 6 e 7 UNIÃO HOMOAFETIVA REPÚDIO PREVENÇÃO A Ordem dos Advogados promove o primeiro casamento coletivo de casais do mesmo sexo, resultado de projeto coordenado pela Comissão da Diversidade Sexual. A Ordem realizou sessão de desagravo, por violência sofrida pela advogada Islene Setubal, no exercício da sua profissão. Advogados recebem vacina contra Influenza, em ação realizada pela Caixa de Assistência. A vacinação reduz casos de pneumonias e mortalidade por complicações geradas pela gripe. Pág. 5 Págs. 8 e 9 Pág. 12 www.oabam.org.br Manaus, Maio | Junho de 2014 EDITORIAL DIRETORIA – TRIÊNIO 2013/2015 Diretores da Seccional: Presidente: ALBERTO SIMONETTI CABRAL NETO Vice-Presidente: MARCO AURÉLIO DE LIMA CHOY Secretária-Geral: IDA MÁRCIA BENAYON DE CARVALHO Secretária-Geral Adjunta: KARINA LIMA MORENO Tesoureiro: JOSÉ CARLOS VALIM Conselheiros Seccionais Titulares: ABRAHIM JEZINI ADRIANA LO PRESTI MENDONÇA ADRIANO FERNANDES FERREIRA ALFREDO JOSÉ BORGES GUERRA ANELSON BRITO DE SOUZA BARTOLOMEU FERREIRA DE AZEVEDO JÚNIOR CAUPOLICAN PADILHA JÚNIOR CELSO ROBERTO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE CHRISTHIAN NARANJO DE OLIVEIRA DANIEL FÁBIO JACOB NOGUEIRA EZELAIDE VIEGAS DA COSTA ALMEIDA EPITÁCIO DA SILVA ALMEIDA FERNANDA MATOS BADR FRANCISCO RITTA BERNARDINO GISELE FALCONE MEDINA PASCARELLI LOPES GLEN WILDE DO LAGO FREITAS HAMILTON NOVO LUCENA JUNIOR HILEANO PEREIRA PRAIA JANO DE SOUZA MELO JOSÉ DAS GRAÇAS BARROS DE CARVALHO JOSÉ RUSSO NATASJA DESCHOOLMEESTER PLÍNIO HENRIQUE MORELY DE SÁ NOGUEIRA RAIMUNDO DE AMORIM FRANCISCO SOARES RODRIGO WAUGHAN DE LEMOS WALDIR LINCOLN PEREIRA TAVARES Conselheiros Seccionais Suplentes: ADALGISO RODRIGUES SANTANA ALYSSON ANTONIO KARRER DE MELO MONTEIRO ANDRE LUIS FARIAS DE OLIVEIRA ANTÔNIO CARLOS SANTOS DOS REIS BRUNO BIANCHI FILHO CÁSSIO FRANÇA VIEIRA CARLOS DANIEL RANGEL BARRETTO SEGUNDO FÁBIO GOUVEA DE SÁ FABRÍCIO GUERRA FURTADO FRANCISCO MACIEL DO NASCIMENTO GABRIELA BARILE TAVARES HELENITA SILVA BATEMARCO HERALDO MOUSINHO BARRETO JAIME PEREIRA JUNIOR JOÃO PONCE DE LEÃO JUNIOR LILIAN DE SOUZA ATALA LUIS AUGUSTO PESTANA VIEIRA MARIA JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS MÁRIO JORGE SOUZA DA SILVA MICHAEL MACEDO BESSA MICHEL MONTEIRO GIOIA OTACÍLIO NEGREIROS NETO ORLANDO BRASIL DE MORAES PAULO CESAR ESPÍRITO SANTO DE GOUVEA PAULO FERNANDO ALVES MAFFIOLETTI PAULO JOSÉ PEREIRA TRINDADE JÚNIOR RAFAEL VINHEIRO MONTEIRO BARBOSA RAIMUNDO DE AMORIM FRANCISCO SOARES FILHO RODRIGO SILVA RIBEIRO ROOSEVELT JOBIM FILHO SÉRGIO ALBERTO CORRÊA DE ARAÚJO Conselheiros Federais Titulares: EID BADR JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA JOSE ALBERTO RIBEIRO SIMONETTI CABRAL Conselheiros Federais Suplentes: JOÃO BOSCO ALBUQUERQUE TOLEDANO RENATO MENDES MOTA DIRETORIA DA CAA/AM Presidente: ALDENIZE MAGALHÃES AUFIERO Vice-Presidente: MESSIAS DA SILVA SAMPAIO Secretária-Geral: MARIZETE SOUZA CALDAS Secretária-Geral Adjunta: ÁTILA FERREIRA DA SILVA Tesoureiro: MÁRIO BAIMA DE ALMEIDA Conselheiras Fiscais: ADRIANA OLIVEIRA DE AZEVEDO FABIOLA MARIA CARVALHO VASQUES KATHLEEN SENNA DA SILVA Suplentes do Conselho Fiscal: MILCYETE BRAGA ASSAYAG JAQUELINE VEIGA CHRISTINA ALMEIDA DE ARAÚJO 2 A“justiça” com as próprias mãos Alberto Simonetti Cabral Neto Presidente da OAB/AM A morte da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 33, linchada por moradores de um bairro de periferia em Guarujá, São Paulo, no início do mês de maio, trouxe a tona um debate amplo que envolve a Justiça, o Justiçamento e os impactos da propagação de boatos na internet. O debate perpassa, ainda, o campo jurídico e nos faz repensar a sociedade que retrocede ao defender a “justiça” com as próprias mãos. Há também nesse emaranhado de possibilidades o debate sobre aqueles que usam a internet para a disputa política, incitando a ideia de um Estado falido e a insegurança pública. Fabiane, uma mulher humilde, de classe C, e que morava em um bairro periférico, foi sumariamente julgada e condenada, sem direito a defesa, por pessoas como ela, que moravam no mesmo bairro, dividiam, talvez, as mesmas mazelas sociais. A sentença foi determinada fora dos tribunais da Justiça. A punição foi a morte. Muito se discute de quem foi a culpa, antes mesmo da reflexão: a que ponto chegamos! Lançamos a pergunta: de quem é a culpa? Da página do Facebook que divulgou o retrato falado da suposta sequestradora? Dos inúmeros internautas que compartilharam o conteúdo propagando informações duvidosas? Dos veículos de comunicação que se prestam ao sensacionalismo e banalizam a insegurança, incitando a “justiça” com as próprias mãos, alegando que o Estado não age e não soluciona o problema da violência? Dos governantes que abandonam as periferias das grandes cidades, relegando-as ao domínio dos criminosos, do medo, da ignorância e da impunidade, como se fossem mundos à parte? De juízes e promotores que não se empenham como deveriam para que as leis sejam aplicadas, ajudando a reforçar a imagem de um Judiciário emperrado e seletivo? Antes mesmo de encontramos os culpados é preciso relembrar que vivemos em uma sociedade democrática, na qual o processo e a punição são feitos exclusivamente pelo Estado. Quando há “justiça” pelas próprias mãos, isso se configura também em crime. São criminosos aqueles que cometeram o linchamento. O conceito de justiça dos linchadores é diferente do concebido nas sociedades democráticas: os justiceiros não querem recuperar o “criminoso” e reinseri-lo na sociedade, mas exterminá-lo. Usam o que dizem ser direito de fazer “justiça”, para cometer um ato bárbaro. É obrigação nossa lembrar que na sociedade democrática, mesmo que Fabiane Maria de Jesus houvesse sequestrado crianças, caberia à polícia, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário cuidar do caso e a sentença seria proferida de acordo com a Lei. Vale ressaltar que não existe pena de morte no nosso País, essa mesma sentença pregada pelo Justiçamento. Não é, ainda, a ausência de políticas públicas, no caso, voltadas à segurança, que vai fazer com que aceitemos a possibilidade da barbárie. Banalizar a vida e a prática da violência nos faz refletir sobre algo maior. O problema nos faz ir à base da sociedade, da família: a educação. Mesmo que não possamos definir aqui culpados, pois não temos o direito de cometer Justiçamentos, e nem o defendemos, vale para todos nós a reflexão profunda sobre os efeitos possíveis de suas palavras e atitudes. Isso vale para o mundo real e, principalmente, para o virtual. EXPEDIENTE Av. Umberto Calderaro Filho, nº 2000, Bairro Adrianópolis. CEP 69057-021 (92) 3642-0016 | 3236-6161 [email protected] Coordenação editorial Três Comunicação e Marketing Fotos Cleyde Souza/Arquivo OAB Editoração eletrônica Concept Brands Impressão Graftech Tiragem 7.000 exemplares Manaus, Maio | Junho de 2014 www.oabam.org.br BOATOS CRIMINOSOS OAB alerta para o risco de disseminar informações falsas nas redes sociais A s redes sociais (Facebook, Youtube, Twitter, Instagram) e a internet como um todo se tornaram parte do dia a dia da população em todo o mundo. Dados recentes divulgados pelo Facebook mostram que o Brasil lidera no número de pessoas ativas somente nessa rede social, com 61,2 milhões de usuários. Em todo o mundo, a rede social contabiliza 1,23 bilhão de usuários ativos. Os dados mostram que a população está conectada e tem acesso fácil à informação, até mesmo pelo celular. Um simples clique numa tecla do celular e o usuário das redes sociais pode compartilhar uma informação com um número incalculável de pessoas. O acesso à internet é comemorado por todos, mas o que preocupa estudiosos do tema, da segurança pública, da advocacia e da própria sociedade, é o perigo cada vez crescente da disseminação de boatos, que causam, muitas vezes, pânico generalizado, aumentando o clima de insegurança da população. O alerta é do presidente da Comissão do Advogado Iniciante da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Amazonas (OAB-AM), Diego D’ávlia. O caso mais recente exposto nos noticiários e que chamou a atenção do País, aconteceu em São Paulo. A dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 33, foi linchada por moradores de um bairro de periferia em Guarujá (SP), no dia 3 de maio, após ser confundida com uma sequestradora. Fabiane foi agredida depois de a página da internet Guarujá Notícias publicar um retrato falado de uma mulher que supostamente sequestrava crianças para usá-las em rituais satânicos. Dois dias após o linchamento a dona de casa faleceu. O fato reacendeu o debate sobre justiçamentos e os impactos negativos que têm a propagação de boatos pela internet. Na avaliação do advogado Diego D’avila, não se pode atribuir o espancamento a que a mulher foi submetida somente a informação publicada na página. O boato ou informação falsa neste caso, no entanto, serviu como combustível para a agressão. As consequências para quem divulga boatos ou informações falsas pela internet podem ocasionar problemas para ambas as partes, tanto para quem divulga, quanto para quem recebe a informação e, a partir dela, toma decisões, como no caso das pessoas que agrediram a dona de casa, explica o advogado. “Se uma informação não é simplesmente ofensiva ou não se encontra sob sigilo, sua divulgação pode ser feita. Entretanto, seja qual for a informação, não é dado a ninguém, absolutamente ninguém, o direito de fazer qualquer coisa a respeito, além de informar as autoridades competentes. Aquele que comete um crime contra um suposto criminoso é um criminoso também, não há diferença”, destaca. Para quem divulga a informação ou o boato, as penalidades também se aplicam, ressalta Diego. “Por exemplo, se o autor de uma página na internet sabe que a informa- Diego D’ávlia destaca as penalidades para quem divulga informação falsa na internet ção sobre o cometimento de um crime é falsa, ele pode ser processado civilmente por danos morais e materiais e, criminalmente, por uma eventual calúnia. Contudo, se, além disso, incita o crime ou mesmo comemora as agressões ou os agressores, pode ser responsabilizado pelo crime de incitação ou apologia ao crime”, explica. Para o advogado os usuários das redes sociais e os sites de informação precisam ter mais responsabilidade com a divulgação do conteúdo. “A simples divulgação, seja por que meio for, de uma informação, como fim apenas de comunicar determinado fato em que se acredita na veracidade, não pode ser tida, a princípio, como crime. O direito de comunicar também se encontra presente na Constituição. No entanto, é preciso se desmistificar a abrangência da liberdade, neste caso, da liberdade de expressão. Certo é que toda pessoa tem o direito de se expressar como quiser, contudo, isso não significa a ausência de consequências dessas condutas. Usando uma analogia, todos têm a liberdade de locomoção, o que não significa que poderá andar por onde bem entender. Não pode, por exemplo, invadir propriedade alheia sem autorização”. As penalidades para quem divulga ou compartilha comentários maldosos, informações falsas ou boatos variam. No caso de comentário maldoso o mesmo pode ser entendido como calúnia. “Um comentário maldoso pode gerar diversas formas de responsabilidade. As mais comuns são a cível, indenizações por danos causados, e penais, a aplicação de penas em decorrência das condutas. Por exemplo, dependendo do que se fale ou divulgue, é possível que a pessoa possa ser punida de diversas formas. Criminalmente, tem-se os crimes contra a honra que, a grosso modo, são a Calúnia, a Difamação e Injúria, previstos no Código Penal”, destaca. Diego D’ávila ressalta, ainda, os tipos de punições para quem espalha mensagens falsas sobre boatos que podem gerar pânico ou medo nas pessoa. “É possível uma responsabilização penal, mas não por crime e sim por contravenção, mais especificamente pela contravenção tipificada prevista no artigo 41 da Lei de Contravenções Penais. As contravenções são espécies de condutas que grosseiramente podem ser entendidas como crimes menores ou crimes anões. Isto é, agridem também o tecido social, mas com menos gravidade que um crime. Contudo, é possível que mensagens dessa natureza se enquadrem em questões mais sérias. Um exemplo é quando um boato, além de falso, cause pânico e estimule as pessoas a cometerem ilegalidades. Nesse caso, pode-se, ao invés da contravenção, verificar a possibilidade de incitação ou apologia ao crime, alerta o advogado. No caso da mulher que foi linchada em Guajará, o advogado aponta para a gravidade do ato cometido pelos agressores. Segundo ele, a intenção da página na rede social pode ter sido simplesmente a de informar a sociedade e não incitar a agressão. “Pouco importa o que uma pessoa seja, ninguém tem o direito de agredi-la. Não há justificativa para atos bárbaros como estes. São esses justiceiros os reais criminosos. Se você age dessa maneira será um criminoso. Tão nefasto e perverso, ou até mesmo pior, do que aqueles que são vitimados por estes arroubos covardes e homicidas. O caso é que um bando de indivíduos agrediu covarde, gratuita e bestialmente outro ser humano, que, ainda que fosse culpado do que quer que seja, jamais poderia ter sido submetido a isto. Sendo ainda mais grave por tratar-se de um engano. Observe-se a leviandade com que se trata a vida de outro ser humano”, pontua. 3 www.oabam.org.br Manaus, Maio | Junho de 2014 IMPOSTO DE RENDA Adin contesta decisão governamental e pede correção pelo IPCA N o início do mês de maio, a presidente Dilma Rousseff assinou a Medida Provisória (MP) com percentual de reajuste em 4,5% para a tabela do Imposto de Renda (IR). Para passar a vigorar, a medida terá que ser aprovada pelos plenários da Câmara e do Senado. O assunto é uma das lutas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), para que a tabela seja corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial. De acordo com o presidente da Comissão Especial de Direito Tributário da OAB-AM, Jean Cleuter Simões Mendonça, a fórmula proposta pela Adin para aproximar a tabela da realidade inflacionária, é substituir a Taxa Referencial (TR) pelo IPCA, porque atualmente os trabalhadores arcam com uma carga tributária bem maior do que deveriam. “Nos últimos anos, a inflação real registrada foi superior à base de cálculo usada para a tabela do IR, causando uma defasagem. Desde 2007 a correção é realizada com base no centro da meta de inflação do governo, de 4,5% ao ano. No ano passado, a inflação fechou o ano em 5,91%”, disse o conselheiro federal. O efeito da defasagem penaliza, sobretudo, os contribuintes de mais baixa renda. “Quem ganha até R$ 2.761 por mês deveria ser isento de IR, porém acaba sendo tributado atualmente pelas alíquotas de 7,5% e 15%”, compara Mendonça. A classe média também arca com uma carga tributá- ria bem maior do que deveria, diz ele. “Trabalhadores que ganham R$ 3 mil mensais, por exemplo, são descontados na fonte em R$ 129,39. Se a tabela fosse integralmente corrigida, o valor seria de R$ 17,89. Isto é, o Fisco fica com R$ 111,50 a mais, uma diferença de 623,25%”, alerta. Já no extremo oposto, o efeito é bem menor. Quem recebe R$ 100 mil por mês, deixa na fonte R$ 26.709,43. Se houvesse o reajuste, o desconto seria de R$ 26.223,86, uma diferença de apenas 1,85%. Para 2014, a projeção do mercado é de uma inflação de 6,5% e, caso a previsão se confirme, a defasagem continuará aumentando. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a discrepância acumulada na tabela de cálculo do IR entre 1996 e 2013 é de 61,24%. Na Adin, a entidade propõe, ainda, que o STF determine a reposição aos contribuintes das perdas desde 1996 até agora, por meio de uma regra de modulação dos efeitos da decisão. O pagamento seria feito em dez anos. Código de Defesa do Contribuinte O Conselho Federal da OAB discutirá, em Plenário, a elaboração de uma proposta de Projeto de Lei para regulamentar as relações entre o contribuinte e o fisco. De autoria da Comissão Especial de Direito Tributário a proposta do chamado Código de Defesa do Contribuinte seguirá para a deliberação dos conselheiros federais. Jean Cleuter Mendonça explica que o Código surge Jean Cleuter defende correção da tabela do Imposto de Renda, através do IPCA como forma de equilibrar o relacionamento do contribuinte com o Tesouro. Além de faltar uniformidade, faltam informações rápidas e precisas. Uma das facilidades que a novidade deverá gerar, ele cita, é rapidez ao atendimento ao cidadão e a desburocratização. A Certidão Negativa de Débitos, por exemplo, será expedida imediatamente e sem entraves. Simples Nacional Outra luta da área tributária da OAB é a adequação do Supersimples, que passou a incluir a advocacia. No dia 20, o Conselho Federal da OAB foi à Câmara dos Deputados conversar com parlamentares sobre a votação dos destaques do projeto. A diretoria da OAB nacional, acompanhada de presidentes de várias Seccionais e de diversos conselheiros federais, lotou o Salão Verde, pedindo a inclusão da categoria em uma tabela que contemple o maior número possível de advogados. A medida irá beneficiar, principalmente, os profissionais no início de carreira e aqueles que possuem escritórios de pequeno porte. Além da formalização da atividade, eles passam também a contribuir para o aumento da arrecadação tributária. A proposta da Ordem é a inclusão da advocacia na Tabela 4 do Supersimples, cuja taxa de tributação começa em 4,5% para rendimento anual de até R$ 180 mil e atinge 90% dos advogados. Proposta para o novo Marco Regulatório do Ensino Jurídico encontra aceitação no MEC O Conselho Federal da OAB-AM participou, no dia 24 de abril, de reunião com o Ministério da Educação (MEC), para debater o texto final do novo Marco Regulatório do Ensino Jurídico no País. A proposta elaborada pela instituição é discutida no âmbito de uma Câmara Consultiva Temática no MEC, constituída por representantes da OAB, MEC, Ministério da Justiça, mantenedoras privadas e Associação Brasileira do Ensino do Direito (ABEDI). Segundo o presidente da Comissão Nacional de Educação Jurídica (CNEJ) e Conselheiro Federal da OAB pelo Amazonas, Eid Badr, a proposta é resultado de 32 audiências públicas realizadas no ano passado, patrocinadas pelo Conselho Federal e por todas as seccionais. A votação sobre o novo texto foi concluída no dia 25 de maio, com a aprovação de praticamente a totalidade da proposta da OAB. Para Eid Badr, o resultado das deliberações da Câmara Consultiva Temática representa uma grande vitória para a OAB. A proposta da entidade, além de levar em conta a experiência consolidada da CNEJ nos processos avaliativos dos cursos jurídicos, também considerou a participação de mais de 4.000 pessoas nas audiências públicas realizadas em 4 todas as unidades da federação. “Foi um esforço inédito da Ordem, que envolveu todas as suas seccionais, na realização de audiências públicas para oportunizar à comunidade acadêmica e às carreiras jurídicas do país a participação democrática nesse debate. Neste aspecto, nenhuma tese em discussão, hoje, tem a abrangência e a marca democrática que imprimimos à nossa proposta. A Ordem, por suas tradições democráticas, não poderia permitir que os principais atores do processo educacional jurídico ficassem de fora desse histórico debate. Estão de parabéns a diretoria nacional, os conselheiros federais, os membros da CNEJ e as seccionais”, afirmou Badr. Sobre a receptividade junto ao MEC, Eid Badr destacou que não poderia ser diferente. O Ministério, frisou ele, soube dar o peso devido à proposta, que surgiu do debate no seio da comunidade jurídica, especialmente, da acadêmica. Para o presidente da OAB nacional, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, a proposta da Ordem sempre foi debater de forma democrática as mudanças no Marco Regulatório do Ensino Jurídico brasileiro. “Essa gestão tem o compromisso com a qualidade da educação jurídica. Queremos regras claras, deliberadas com a participação da sociedade”, afirmou. Além das propostas apresentadas pela OAB, outras foram acrescidas para compor o documento final, que está em fase de revisão de texto, para posterior envio à Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES), Conselho Nacional de Educação (CNE), Congresso Nacional e gabinete do Ministério da Educação, para que cada um, dentro de suas competências legais, decida acerca do que foi aprovado e recomendado pela Câmara Consultiva Temática, objetivando a sua implementação. Principais pontos defendidos • • • • Conceito de necessidade especial para abertura de cursos. Estabelecer um percentual mínimo para o estágio curricular. A proposta estabelece 12% (metade para atividade prática). Inserir a preocupação com a situação dos professores, valorizando as questões trabalhista e previdenciária. Aprovada a arbitragem como alternativa para solução de conflitos, como conteúdo obrigatório das diretrizes curriculares. Manaus, Maio | Junho de 2014 www.oabam.org.br UNIÃO HOMOAFETIVA Seccional Amazonas sedia casamento coletivo entre casais do mesmo sexo A OAB-AM promoverá, no mês de junho, o primeiro casamento coletivo, no Estado, unindo 78 casais do mesmo sexo. A ação é resultado do projeto de iniciativa da entidade, coordenado pela Comissão da Diversidade Sexual da OAB-AM, e tem o objetivo de facilitar o acesso dos casais homoafetivos à formalização das uniões. O presidente da OAB-AM, Alberto Simonetti Neto, destaca que a Seccional tem apoiado a segurança jurídica da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), buscando assegurar os direitos dessa fatia da população. “Essa é mais uma ação desenvolvida pela OAB, com foco nesse objetivo. Nesse caso, a proposta é legitimar a união dos casais homoafetivos, que têm os mesmos direitos dos casais heterossexuais, perante a legislação”, salienta. A presidente da Comissão da Diversidade Sexual da OAB-AM, Alexandra Zangerolame, explica que foi feita uma triagem, para avaliar se os pretendentes possuem os documentos necessários para realização do casamento civil. A presidente da Comissão explica que esse procedimento é essencial, em virtude da existência de algumas limitações legais que podem impedir o casamento. É o caso, por exemplo, de pessoas que já foram casadas e se separaram do antigo parceiro, mas não formalizaram a separação na Justiça. “Nesse caso, é possível realizar somente a união estável, mas não o casamento civil”, esclarece. O projeto da OAB foi motivado pela crescente demanda de pessoas que buscam orientação na entidade, na tentativa de solucionar casos de partilha, separação de bens em processos de divórcio e uma série de situações cuja solução legal seria a regularização da união, com o casamento civil. “Quando a relação é formalizada, os direitos são garantidos pela legislação”, salienta. Outra facilidade é que os casais homoafetivos poderão, por exemplo, formalizar pedidos de guarda de menores, além da medida facilitar processos de adoção em curso. A expectativa da Comissão é ampliar o evento, levando para os municípios do interior do Amazonas, onde a procura pelo casamento também é grande. “Para isso, é necessário firmarmos parcerias, que auxiliariam no custeio da recepção”, disse Alexandra. Os interessados em apoiar a ação podem entrar em contato com a OAB. Até o momento, a ação conta com a parceria da Secretaria de Estado de Articulação de Políticas Públicas aos Movimentos Sociais e Populares (SEARP), da Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania (Seas), da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), do Cartório Follmer (8º Cartório de Registro Civil) e apoio do Fórum LGBT, este último especialmente na divulgação do evento junto à comunidade. O casamento poderá ser realizado por um juiz de paz ou de Direito. Alexandra Zangerolame observa que a cerimônia oficial é igual ao casamento dos casais heterossexuais, onde há a leitura dos direitos civis, os questionamentos sobre a pessoa estar casando de livre e espontânea vontade e, ainda, se há algum dos presentes a relatar impedimento para a formalização da união, entre outros aspectos legais que envolvem o enlace matrimonial. Os interessados em fazer parte da lista de espera para o próximo casamento podem entrar em contato com a Comissão da Diversidade Sexual da OAB/AM, através dos telefones 9124-4070/3642-0016/0021. Casamento será realizado por um juiz de paz ou de Direito No caso de quem nunca se casou, os documentos exigidos são certidão de nascimento (original ou cópia autenticada), RG, CPF e título de eleitor. Para os divorciados, é preciso apresentar a averbação do divórcio, além dos documentos citados. Para aqueles que ainda são casados oficialmente, é obrigatório a formalização do divórcio, para entrar com a documentação do novo casamento. Nesses casos, a advogada aconselha a opção pela união estável, que é basicamente uma declaração de que o casal mantém uma relação há mais de cinco anos. Pode ser feita em qualquer cartório de registro civil. A advogada frisa que o casamento civil representa a solução para inúmeros problemas legais enfrentados por casais homoafetivos. “Já vimos casos, por exemplo, da morte de um dos companheiros, em que a família que não aprovava a relação reteve os bens do falecido, deixando o companheiro desamparado”, disse. Nas separações, um dos companheiros também pode ser prejudicado, se o patrimônio estiver, por exemplo, no nome de apenas um dos parceiros. “Quem optar pela formalização, o regime de bens está previsto no documento. Os regimes podem ser de separação parcial ou total de bens”, explica. Os que já têm bens constituídos podem fazer um acordo pré-nupcial. as informações que recebemos e, a partir daí, elaborar o relatório, apresentando sugestões para possíveis falhas no atendimento a esses pacientes”, assegurou. Segundo o levantamento, atualmente o Estado dispõe de 22 CAPS, que prestam assistência exclusiva a pessoas portadoras de transtornos mentais. Os CAPS estão distribuídos nos seguintes municípios: Manaus, São Gabriel da Cachoeira, Iranduba, Rio Preto da Eva, Autazes, Nova Olinda do Norte, Manacapuru, Coari, Guajará, Eirunepé, Apuí, Humaitá, Borba, Manicoré, Itacoatiara, Maués, Parintins, Tefé e São Paulo de Olivença. Outro ponto apresentado no relatório será a atual condição do hospital psiquiátrico Eduardo Ribeiro, que está em processo de desativação, conforme preconiza a Lei estadual 3177 de 2007. Atualmente, o hospital está funcionando apenas com o serviço de Pronto Atendimento, com 28 vagas de observação para homens e mulheres. A previsão é de que o espaço seja completamente fechado até o segundo semestre de 2014. Em março deste ano, os pacientes que ainda moravam lá foram transferidos para o Serviço Residencial Terapêutico Lar Rosa Blaya, que dispõe de oito residências, com acompanhamento de cuidadores 24 horas, além de atendimento de fisioterapia e serviço social. Para a construção do local foram investidos R$ 2.674.841,67. Outro destaque do relatório é o atendimento oferecido no CAPS Silvério Tundis. No espaço, são ofertados atendimentos ambulatoriais (individual e em grupo), além de oficinas terapêuticas, com atividades de coral, maracatu, desenho, salão de beleza, ginástica, reciclagem. Documentação necessária Relatório da situação dos presídios dará destaque ao atendimento aos portadores de transtornos psiquiátricos A té o final de junho, a OAB-AM vai encaminhar ao Conselho Federal um relatório a respeito da situação dos presídios amazonenses, incluindo as condições manicomiais do Estado. No documento, serão abordados temas como a atuação de todos os Centos de Atenção Psicossocial (CAPS); a transferência dos pacientes que ainda moravam no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, que está sendo desativado e o funcionamento do Serviço Residencial Terapêutico Lar Rosa Blaya, da rede estadual de saúde. De acordo com o presidente da OAB-AM, Alberto Simonetti, a respeito da situação manicomial, o documento foi formulado de acordo com as informações repassadas pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam). “A OAB fará uma análise minuciosa a respeito de todas 5 www.oabam.org.br Manaus, Maio | Junho de 2014 COMBATE A CRIMES SEXUAIS OAB-AM realiza ciclo de pales estudantes no combate à expl A OAB-AM, em parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI), realizou, no mês de maio, um ciclo de palestras nas escolas, com temas que envolvem o combate aos crimes sexuais infanto-juvenis. A ação foi coordenada pelas Comissões OAB vai à Escola e de Advocacia Pro Bono. São ações inseridas no projeto “OAB vai à Escola” e foram direcionadas aos alunos do programa estadual de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O ciclo de palestras, segundo o presidente da Comissão OAB vai à Escola, o advogado Plínio Sá Nogueira, fez parte das ações realizadas em alusão ao “Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, celebrado no dia 18 de maio. “Por meio dos encontros, buscamos informar aos alunos sobre as condutas criminosas praticadas contra as vítimas menores de idade e demonstrar a necessidade de serem apresentadas denúncias contra os infratores”, explicou. O público-alvo, de acordo com ele, são os alunos que cursam do 1º ao 9º ano do EJA e estudantes do ensino fundamental e médio das escolas públicas inseridas no cronograma. Este ano, as escolas que receberam as palestras foram as Escolas Municipais Eliana Lúcia Monteiro da Silva e Carlos Santos, as Escolas Estaduais Doutora Emina Barbosa Mustafa e Vasco Vasquez e a Unidade de Educação do Serviço Social da Indústria (SESI). “Nas palestras, os alunos têm contato com informações importantes a respeito do tema, como o significado de pedofilia, a diferença entre abuso e exploração sexual, quem comete e quem pode ser vítima dos crimes, quais as formas de abusos, como se prevenir e, o principal, como e onde denunciar os casos dessa natureza”, ressalta Nogueira. As palestras, este ano, foram ministradas pelos advogados Plínio Sá Nogueira, Arthemis Costa, Roberta Marques Bezerra, Alessandro Ribeiro, Maísa Campos, Yngrid Ventilari Bezerra, Rosana Antony Feitoza, Josana Andrade, Mary Francoise Nascimento, Erivam Passos, Tatiana Cunha, Goreth Rubim, Gilmar Monteiro, Jaqueline Bitar, Ana Esmelinda e Elisabeth Jeronimo. O tema, apesar de delicado, é abordado com uma linguagem apropriada a cada faixa etária, segundo a presidente da Comissão Pro Bono, a advogada Natividade Maia. “Levamos para as escolas em 6 que atuamos um corpo de assistentes sociais, psicólogos, estudantes de teatro e cinema, para que o assunto fosse abordado com a linguagem adequada para cada aluno”, explica. Para os alunos menores, ela destaca que as atividades foram focadas no teatro e cinema, com uma linguagem dinâmica e apropriada. O ciclo de palestras é também direcionado aos pais desses alunos, de acordo com a advogada, e os assistentes sociais ficam à disposição para dar as orientações necessárias sobre o tema. “Com os responsáveis, trabalhamos nas palestras exemplos bem voltados para a realidade, na tentativa de mostrar a gravidade do tema e a importância de combater isso dentro e fora de casa”, ressalta. Este ano, a estimativa das Comissões é de que mais de 400 alunos tenham sido alcançados com o ciclo de palestras somente no mês de maio. “É importante frisar que essa atividade ocorre durante todo o ano, seguindo um cronograma de ações das Comissões. Elas são intensificadas no mês de maio por conta da campanha nacional, mas são contínuas dentro das ações da OAB no Estado”, destaca. Alunos são orientados sobre como denunciar e combater os crimes sexuais Manaus, Maio | Junho de 2014 www.oabam.org.br stras nas escolas e orienta loração sexual infantil Foco na Copa do Mundo As Comissões OAB vai à Escola e Advocacia Pro Bono também desenvolveram palestras sobre exploração sexual infanto-juvenil, com foco na Copa do Mundo de Futebol. O trabalho vem sendo desenvolvido desde o ano passado. De acordo com o vice-presidente da OAB-AM, Marco Aurélio Choy, todos os anos a instituição promove ações educativas sobre esse tema em escolas de Manaus, mas intensificou o trabalho com a proximidade dos jogos do mundial. Manaus é uma das subsedes da Copa. A estimativa, segundo dados do Ministério do Turismo, é que passem pela cidade mais de 170 mil turistas, entre estrangeiros e brasileiros. Essas ações são altamente relevantes, especialmente no período de preparativos da Copa do Mundo de Futebol, pois o evento aumenta o fluxo de turistas estrangeiros, tornando as crianças e adolescentes ainda mais passíveis de serem vítimas de crimes sexuais Comissão Pro Bono leva assistentes sociais e psicólogos para conversar com os pais Marco Aurélio Choy Números para denúncia. Você não precisa se identificar. DisqueDenúncia Nacional 100 Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) Apresentações teatrais também fizeram parte da programação 3656-8575 Disque Denúncia da Secretaria de Segurança Pública 181 7 www.oabam.org.br Manaus, Maio | Junho de 2014 SESSÃO DE DESAGRAVO Ordem realiza movimento de A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Amazonas (OAB-AM), realizou no mês de maio uma sessão de desagravo em favor da advogada Islene Marques Setubal. A advogada afirma ter sido agredida pelo Policial Militar Francisco Ferreira da Rocha. De acordo com Islene Setubal, o policial a agrediu física e verbalmente, durante o exercício da sua função. A sessão de desagravo ocorreu em frente à sede da Polícia Militar, em Manaus, e contou com a presença de mais de 40 membros da OAB-AM, entre eles, o presidente da entidade, Alberto Simonetti Neto, o vice-presidente Marco Aurélio Choy, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Epitácio Almeida, o Ouvidor Geral, Glen Wild, a presidente da Comissão da Mulher, Maria Gláucia Soares, membros da Comissão de Prerrogativas, Patrícia Silva e Andre Fernandes, e, ainda, a secretária Geral, Ida Márcia Benayon, dentre outros Conselheiros e membros de Comissão. A atividade também foi acompanhada pelos alunos finalistas do Curso de Direito do Ciesa, que fazem parte do Núcleo de Prática Jurídica daquela instituição, sob a coordenação do professor Carlos Alberto Rodrigues. Simonetti repudiou a agressão sofrida pela advogada e criticou a postura da Polícia Militar. “Não podemos compactuar com truculências não somente aos advogados, no exercício da profissão, como também a toda a população. A polícia deve agir com educação e urbanidade, levando sempre em consideração as prerrogativas das leis”. Segundo ele, a entidade respeita a PM e os policiais que honram a farda. “Durante o desagravo ficou claro que temos ciência de que esse episódio foi isolado e praticado por um policial que não tem comprometimento. Entendemos que a maioria dos policiais respeita as prerrogativas dos advogados e os direitos dos cidadãos, no entanto, há uma diminuta minoria que pratica de forma contumaz o abuso de autoridade e truculência. Não vamos compactuar com isso”, ressaltou. O vice-presidente da entidade destacou a importância da manifestação para a história da OAB-AM. “Esse, sem dúvida, foi um marco histórico para a entidade, no nosso Estado. Não podemos compactuar com tal desrespeito ao exercício da nossa profissão”, afirmou Choy. Segundo a advogada, a agressão ocorreu durante uma fiscalização em uma casa de show no bairro Santa Etelvina, zona Leste. Islene Setubal era a representante legal da casa, que estava sendo lacrada pela Polícia Militar. De acordo com ela, as agressões começaram no momento em que o poli- 8 Membros da OAB-AM participam de sessão de desagravo na sede da Polícia Militar Manaus, Maio | Junho de 2014 www.oabam.org.br repúdio à violência policial cial pediu para verificar a veracidade do alvará de funcionamento do local. Além de ouvir xingamentos, a profissional disse ter sido espancada. Durante o ato, advogados mostraram preocupação com o fato de o PM que cometeu a agressão ocupar, atualmente, o cargo de delegado de polícia no município de Apuí. “Lá, ele já demonstrou seu despreparo para o exercício do cargo. Tanto pelo seu passado agressivo, quanto pela forma espalhafatosa como iniciou seu trabalho naquele município, fantasiando-se de ‘xerife texano’”, pontuou Simonetti. O caso, conforme Choy, foi encaminhado à Corregedoria Geral do Sistema de Segurança Pública. “A advogada estava em pleno exercício da sua função, quando foi desrespeitada e agredida. Estamos representando os direitos que ela tem como profissional, como mulher e cidadã ao realizar este ato”, ressaltou Choy. A partir de agora, o caso segue para o Ministério Público Estadual (MPE), além de ser apurado pela Corregedoria Unificada. “Além disso, foi instaurado um inquérito na Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher. Estamos unidos para defender uma colega e nunca compactuaremos com policial que usa da violência e arbitrariedade, enquanto deveria estar fazendo cumprir a lei”, frisou Simonetti. Membros da Ordem são recebidos na Delegacia Geral Esse, sem dúvida, foi um marco histórico para a entidade, no nosso Estado. Não podemos compactuar com tal desrespeito ao exercício da nossa profissão. Marco Aurélio Choy Não podemos compactuar com truculências não somente aos advogados, no exercício da profissão, como também a toda a população. Alberto Simonetti Neto 9 www.oabam.org.br Manaus, Maio | Junho de 2014 PROTESTO Sistema de revista implantado no TRT será denunciado ao CNJ A OAB-AM vai ingressar com uma denúncia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 11ª Região, que tem obrigado apenas os usuários e advogados trabalhistas que atuam no Fórum a passarem por detectores de metais e revistas, para ter acesso ao local. A medida, segundo o vice-presidente da OAB-AM, Marco Aurélio Choy, não abrange os funcionários do Fórum e os magistrados e vai contra a resolução do Conselho. A resolução determina a instalação de detector de metais nos Tribunais do País, como medida de segurança, e estabelece que todos, incluindo servidores, devem passar pelo aparelho, para acesso às varas e áreas do Fórum. “Todos os envolvidos no processo devem ser submetidos à revista, sem que seja feita qualquer distinção. Apesar de reconhecer que o advogado é essencial ao cumprimento da Justiça, a Justiça do Trabalho no Amazonas não é pensada com a inclusão do advogado. Tudo para o advogado é mais difícil”, destaca Marco Aurélio Choy. Choy chama a atenção ainda para o uso de equipamentos conhecidos como “raquetes”, que são utilizados em algumas situações para revistar os advogados. “O uso da raquete atenta contra a dignidade da advocacia. Essas medidas são abusivas e vêm ocorrendo com frequência por parte da atual administração da Justiça Trabalhista”, ressalta. A advogada trabalhista Nataja Descolmster relata que os advogados que atuam na Justiça do Trabalho não foram avisados pela direção do Fórum sobre as novas medidas de segurança. “Não tiveram o respeito de avisar aos advogados que seriam submetidos à revista. No primeiro dia de funcionamento, formaram-se filas quilométricas, um total desrespeito ao trabalho da Advocacia”, destaca. Nataja também reclama da falta de estrutura do Fórum para o trabalho dos advogados e o descumprimento de recomendações do CNJ, como a implantação do Processo Judicial Eletrônico (PJE). “A argumentação é falta de recursos e ainda hoje os advogados penam nas salas de audiência, porque não têm seus monitores para visualização de processos. Submetem-se a compartilhar um monitor com a parte ex adversa, em alguns casos, ou indo até o monitor do servidor. Além disso, executam inúmeras tarefas manualmente, pela falta do sistema automatizado”, reclama. A advogada destaca que, diariamente, vê colegas passando pelo constrangimento de serem revistados com a “raquete”, toda vez que o alarme soa. “Nós advogados estamos no Fórum da Justiça do Trabalho todos os dias. Somos imprescindíveis à Justiça e não temos diferença de hierarquia com juízes e promotores. Por isso, questiono se devemos mesmo passar pelo constrangimento da raquete a cada vez que o portal aciona seus sensores”, repudia. O vice-presidente da OAB-AM faz questão de frisar que a entidade não se opõe ao uso do sistema de segurança, mas quer que a norma seja cumprida na íntegra, garantindo que todos serão submetidos ao procedimento. “Infelizmente, em um momento como este, a presidência do Fórum não coloca em prática as boas relações institucionais e vem tomando decisões arbitrárias, que desgastam e não contribuem para o aprimoramento do Judiciário”. cançados por cada ouvidoria. Além disso, a integração entre as ouvidorias de cada poder mostra uma manifestação positiva de unir forças para aprimorar o trabalho desenvolvido, tendo como princípio a melhoria dos serviços públicos prestados ao cidadão ”, destacou. A abertura do encontro contou com a presença do ouvidor e ministro do STJ, Humberto Martins, do presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, do primeiro ouvidor do STJ, o ministro aposentado Cesar Asfor Rocha, e do ministro do STJ, Mauro Campbell. Em março, o Conselho Federal da OAB firmou um Acordo de Cooperação Técnica com o STJ e a Procuradoria Geral da República (PGR), que amplia a integração entre as Ouvidorias desses órgãos. Segundo José Alberto Simonetti Cabral, a integração entre as Ouvidorias facilita a troca de informações e dá celeridade as demandas da população. José Alberto Simonetti Cabral comemora participação de ouvidores no Encontro 1º Encontro Nacional de Ouvidores amplia diálogo com outros poderes A OAB, em parceria com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), realizou, em maio deste ano, o “1º Encontro Nacional de Ouvidores”. O evento contou com a presença de representantes dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo e demais órgãos. Também participaram do evento os representantes das ouvidorias das seccionais da OAB nos estados. O ouvidor-geral da OAB nacional, José Alberto Ribeiro Simonetti Cabral, destacou que o encontro serviu para a troca de experiências exitosas entre as ouvidorias de diversas entidades, assim como para aprimorar os trabalhos prestados pela entidade. Além disso, ampliou a relação e o diálogo entre os ouvidores de cada seccional. “O encontro superou todas as expectativas da Ouvidoria Geral. O maior legado que levamos foi a ampliação do diálogo e da análise dos resultados al- 10 Manaus, Maio | Junho de 2014 www.oabam.org.br ENTREVISTA Fábio de Mendonça faz balanço da atuação da ESA e apresenta novidades para o próximo semestre A Voz do Advogado (AVA) - Qual o balanço que o sr faz da atuação da ESA? Quantos profissionais já passaram pelos cursos promovidos pela entidade? Fábio de Mendonça (FM) – A ESA-AM tem sido uma importante ferramenta para promover cursos de pós-graduação, atualização e aperfeiçoamento técnico, jurídico e intelectual com que atendem diretamente as necessidades dos profissionais que atuam na OAB, sejam eles advogados, bachareis em Direito ou estagiários. Através desses cursos de especialização, todos recebem o suporte necessário para o melhor exercício da profissão. Ao longo de sua atuação, a ESA já formou mais de 600 alunos de Pós-Graduação em diversas áreas do Direito, assim como de atualização e aperfeiçoamento técnico. AVA - Dentre as atividades realizadas no primeiro semestre, qual a que o senhor mais destaca? FM - Neste primeiro semestre, a ESA promoveu o Curso de Arbitragem - Introdução à Mediação e Prática Restaurativa -, ministrado pelo eminente professor Doutor Ricardo César Corrêa Pires Dornelles, da Comissão de Arbitragem da OAB/RS. O curso foi voltado para advogados e estagiários inscritos na OAB. As aulas foram dinâmicas e contaram com workshops e simulações de arbitragem. É importante destacar que todos os cursos e especializações contam com a participação de importantes expoentes nacionais nos mais variados temas, dando ainda mais peso ao aprimoramento. Diretor destaca importância da qualificação profissional R esponsável pela qualificação e especialização dos advogados que atuam na OAB-AM, a Escola Superior de Advocacia (ESA) tem uma intensa programação de cursos para os próximos meses. De acordo com o diretor da ESA, o advogado Fábio de Mendonça, a instituição tem atuado fortemente na especialização desses profissionais, que fazem cursos nas mais diversas áreas, inclusive no exterior. Em entrevista, ele define a escola como uma importante ferramenta de qualificação para os profissionais e ressalta o comprometimento na busca permanente de processos de reciclagem, que contribuam significativamente para o atendimento à população. AVA - O que a ESA tem programado para o segundo semestre? Quais as novidades? FM - O próximo semestre será marcado pelo período eleitoral, com isso focamos em oferecer cursos que possam ajudar no trabalho dos advogados que atuarão diretamente na política. A princípio, temos programado um Curso de Atualização em Direito Eleitoral, que está programado para acontecer entre os dias 11 e 15 de agosto. O curso será ministrado pelos renomados professores: Flávio Henrique Albuquerque de Freitas, juiz de Direito Auxiliar da Presidência do TRE/AM, que abordará o tema “Registro de Candidatura; Mário Augusto Marques da Costa, advogado e ex-membro do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AM), que ministrará “Propaganda Eleitoral”; Yuri Dantas Barroso, advogado eleitoralis- ta, ministrando “Ações de Desconstituição de Mandato”. As inscrições devem iniciar na primeira quinzena de julho e a procura já está grande, razão pela qual, estamos fazendo o cadastramento prévio dos interessados. As pré-inscrições e mais informações a respeito da programação podem ser obtidas pelos telefones: 3642-0105/3642-0142. AVA - Além dos cursos, a ESA mantém parcerias com outras importantes instituições, para que os advogados ampliem ainda mais as opções de capacitação. O que está programado ainda para este ano? FM - Em convênio com a Escola Superior de Justiça (ESJUS) e o Instituto Superior Latino Americano (IESLA), a ESA oferece a oportunidade para que os advogados do Amazonas obtenham as titulações de Mestres e Doutores pela Universidade de Buenos Aires (UBA) e Universidade Católica Argentina (UCA). A UBA oferece Mestrado em diversas áreas do Direito e Doutorado em quatro áreas: Civil, Constitucional, Penal e do Trabalho. A UCA, tem o Doutorado em Ciências Jurídicas. Vale ressaltar que os Cursos são reconhecidos automaticamente no Brasil, garantido pelo Decreto 5.518/05. São reconhecidos pela Comisión Nacional de Evalución y Acreditacion Universitária (CONEAU), órgão argentino equivalente a CAPES no Brasil. Em janeiro passado, 22 alunos iniciaram o Doutorado na UBA, pelo convênio. Nova turma está sendo formada para julho deste ano. Maiores informações sobre os cursos é só entrar em contato, na ESA, com o professor Almir Barros, pelos fones: 3642-0105/3642-0142 - 9999-7319/9472-7319 ou ainda pelo e-mail: [email protected] AVA - A oferta de cursos está cada vez maior e a procura dos profissionais pela ESA também cresce significativamente. Qual a estrutura que a escola tem a oferecer? FM -Atualmente, a ESA possui duas salas de aulas, Biblioteca, Auditório, Sala de Atendimento para Advogados e amplo estacionamento interno. Os cursos são presenciais e ministrados por advogados que atuam como professores nas diversas Instituições de Ensino Superior do Amazonas e de fora do Estado, todos com titulação e ampla experiência no Magistério, na área do Direito. A escola fica na rua São Benedito, 99, Adrianópolis, zona Centro Sul. O horário de funcionamento é de 9 às 12h e das 14h às 19h. 11 www.oabam.org.br Manaus, Maio | Junho de 2014 CAIXA DE ASSISTÊNCIA Advogados do Amazonas recebem vacina contra Influenza D urante o mês de junho, os advogados da OAB-AM poderão receber a vacina contra a influenza, em uma ação realizada pela Caixa de Assistência dos Advogados do Amazonas (CAA-AM). Ao todo, estão sendo disponibilizadas 1 mil doses de vacina. O Conselho Federal da OAB disponibilizou 40 mil doses para todo o País. De acordo como o Ministério da Saúde, a vacinação contra influenza pode reduzir em até 45% o número de hospitalizações por pneumonias e em até 75% a mortalidade por complicações geradas pela gripe. A presidente da Caixa de Assistência do Amazonas, Denize Aufieiro, chama a atenção dos advogados para a participação nesta campanha. “A imunização é gratuita. Todos os advogados estão convidados a participar. A vacinação é rápida e não tem contraindicação. A vacina está disponível em três endereços, para facilitar o acesso dos advogados à imunização”, afirmou. A campanha de vacinação foi custeada com recursos do Conselho Federal da OAB. Além dos advogados, vai imunizar seus dependentes e funcionários da OAB-AM. As vacinas estarão disponíveis enquanto houver estoque. A campanha está acontecendo nos seguintes endereços, sempre no horário de funcionamento desses órgãos: • Sede da Caixa de Assistência dos Advogados do Amazonas, na avenida Umberto Calderaro (antiga Av. Paraíba, anexo ao prédio da OAB/AM), 2000-A - Adrianópolis; • Sala do Advogado no Fórum Trabalhista de Manaus, na rua Ferreira Pena, 546, Centro (esquina com Rua Silva Ramos); • Estacionamento da OAB/AM, na rua Salvador, 464 - Adrianópolis. Equipe Rescisão vence o Campeonato de Futebol Society da CAA-AM N o dia 30 de maio foi realizada a final da 2ª edição do Campeonato dos Advogados do Amazonas de Futebol Society - Troféu Alberto Simonetti Filho. Esta edição contou com mais de 300 advogados inscritos e a equipe campeã foi a Rescisão, que disputou a final com o time Revisão Criminal. De acordo com o vice-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Amazonas (CAA-AM), Messias Sampaio, o campeonato é uma oportunidade não somente de incentivar a prática de atividades físicas, mas também de promover a integração entre os profissionais da OAB, que nem sempre conseguem manter uma relação fora do ambiente corporativo. “A cada edição vem aumentando o número de inscritos e essas atividades servem para ampliarmos o nosso contato com os colegas. A segunda edição deste campeonato mostrou que essas atividades conseguem unir ainda mais a categoria”. Denize Aufieiro, presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Amazonas, fez um balanço da segunda edição do campeonato. “O resultado é extremamente positivo, mais de 300 jogadores participando, disputas extremamente equilibradas, clima de festividade, os advogados saindo de suas casas para vir confraternizar e trazendo as suas famílias. Em resumo, a festa foi muito bonita”, destacou. 12 Classificação geral do Campeonato, com todas as premiações ocorridas: 1º colocado: RESCISÃO 2º colocado: REVISÃO CRIMINAL 3º colocado: HABEAS CORPUS Goleiro: - Rennalt Lessa (Revisão Criminal) - Matheus Richard (Rescisão) Zagueiro: - Wagner Ricardo (Rescisão) - Samuel Fernando (Rescisão) - James Rodrigues (Revisão Criminal) Meio-campo: - Richard Regimar (Rescisão) - Thiago Gomes (Revisão Criminal) - Oswaldo Machado (Revisão Criminal) - Raphael Anunciação (Habeas Corpus) - Igor Hanan (Habeas Corpus) Centroavante: - Augusto (Rescisão) - Kaio Bruno (Revisão Criminal)