RESTAURAÇÃO DE EVENTOS: HÍGIO-SANIDADE EM CATERING FUNCTION CATERING: HYGIENE AND SANITARY STANDARDS - Trabalho de Investigação - Leila Isadora Machado da Silva ORIENTAÇÃO: Maria Cristina Teixeira Santos Porto, 2009 i ÍNDICE Índice ........................................................................................................................ i Índice de Gráficos .................................................................................................. iii Índice de Tabelas .................................................................................................... v Lista de Abreviaturas .............................................................................................. ix Resumo .................................................................................................................. 1 Abstract .................................................................................................................. 2 Introdução .............................................................................................................. 3 Hipótese ............................................................................................................... 10 Objectivos............................................................................................................. 11 Material e Métodos ............................................................................................... 12 Resultados ........................................................................................................... 18 Discussão ............................................................................................................. 28 Conclusão ............................................................................................................ 36 Referências Bibliográficas .................................................................................... 37 ii iii ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1 Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo I nas três Quintas ............................................... 18 Gráfico 2 Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo II nas três Quintas .............................................. 20 Gráfico 3 Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo III nas três Quintas ............................................. 22 Gráfico 4 Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo IV nas três Quintas ............................................. 22 Gráfico 5 Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo V nas três Quintas .............................................. 23 Gráfico 6 Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo VI nas três Quintas ............................................ 24 Gráfico 7 Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo VII nas três Quintas ........................................... 25 iv v ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 Descrição dos Módulos que compõem a lista de verificação com os respectivos números de itens, sub-itens, Peso e Constante dos Módulos ............................... 14 Tabela 2 Classificação qualitativa Global e por Módulos, aplicável à lista de verificação .... 15 Tabela 3 Descrição da Amostra ........................................................................................... 17 Tabela 4 Classificação, quantitativa e qualitativa, global dos três locais.............................. 17 Tabela 5 Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo I – Instalações Físicas e Ambiente ............................................................................. 18 Tabela 6 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Instalações Sanitárias - Módulo I ......................................................... 18 Tabela 7 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Vestiários – Módulo I............................................................................ 19 Tabela 8 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Lava-Mãos – Módulo I.......................................................................... 19 Tabela 9 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Lixo ou Resíduo Alimentar – Módulo I ................................................. 19 vi Tabela 10 Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo II – Manipuladores de Alimentos ................................................................................ 20 Tabela 11 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Ausência de – Módulo II ...................................................................... 20 Tabela 12 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Formação – Módulo II ......................................................................... 21 Tabela 13 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Lavagem das Mãos – Módulo II .......................................................... 21 Tabela 14 Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo III – Equipamentos e Utensílios ................................................................................... 21 Tabela 15 Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo IV .... 22 Tabela 16 Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo V Preparação, Confecção, Copa e Distribuição ....................................................... 23 Tabela 17 Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo VI – Serviço.................................................................................................................. 24 Tabela 18 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Ausência de – Módulo VI .................................................................... 24 Tabela 19 vii Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo VII Controlo de Qualidade .......................................................................................... 25 Tabela 20 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Pessoal Não Manipulador de Alimentos – Módulo VII ......................... 25 Tabela 21 Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Análise Microbiológica/Registo ............................................................ 26 viii ix LISTA DE ABREVIATURAS AESA - Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica EU – União Europeia HACCP - Hazard Analysis of Critical Control Point - Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos OMS – Organização Mundial de Saúde Trabalho de Investigação FCNAUP 1 RESUMO A União Europeia apresenta a política de Segurança Alimentar mais evoluída a nível Mundial, fundamental para a aplicação e controlo da Qualidade e Segurança Alimentar. No entanto, para que todo o sistema funcione, há necessidade de se conhecer bem a realidade dos vários sectores, como é o caso do Catering em Restauração de Eventos. Em Catering de Eventos, é de extrema importância o fornecimento de refeições seguras, para além da Qualidade do serviço. Foi objectivo deste trabalho avaliar e apresentar as condições hígiosanitárias de um serviço de Catering em três locais do Grande Porto. Foi elaborada e aplicada uma Lista de Verificação Hígio-Sanitária para Catering, quantificada. Constatou-se que os três locais avaliados, A, B e C obtiveram classificação Bom, com 85,24%, 84,95% e 85,99%, respectivamente. Dos módulos analisados, o correspondente a Manipuladores de Alimentos apresentou classificação mais baixa, sendo Aceitável. Palavras – chave: Segurança Alimentar, Restauração de Eventos, Catering, Avaliação Leila Isadora Machado da Silva Hígio-Sanitária. 2009 2 FCNAUP Trabalho de Investigação ABSTRACT The European Union is at the forefront of Food Safety policies worldwide, these being essential for ensuring quality control and meeting food safety standards. Knowing the procedures in use by different sectors is an important part of getting the system to work. One of these sectors is Function Catering. In Function Catering it is not only important to ensure good service quality but also to meet food safety standards. The goal of this work was to assess and highlight the hygiene and sanitary within standards the Porto of area. a Catering A service quantified in checklist three for the different sites hygiene and sanitary standards of this service was created. All evalatued sites - A, B and C - ranked Good with overall marks of 85.24%, 84.95% and 85.99% respectively. From all the analised modules, "Food Handling" was the one with a lower mark, scoring as "Acceptable". Keywords: Food safety standards, Function Catering, Hygiene and Sanitary Assessment. Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 3 INTRODUÇÃO A Restauração ocupa um lugar importante na sociedade europeia actual, em termos económicos e sociais (1). Comer é a satisfação de uma necessidade biológica, mas também fonte de prazer e símbolo cultural. Pode mesmo afirmar-se que os serviços de restauração e a alimentação e gastronomia constituem imagem de marca de qualquer país (2,3) . Pelo Decreto – Lei nº 234/2007 de 19 de Junho, consideram-se estabelecimentos de restauração, qualquer que seja a sua denominação, os estabelecimentos destinados a prestar, mediante remuneração, serviços de alimentação e de bebidas no próprio estabelecimento ou fora dele. Segundo o Artigo 3º do presente Decreto, podem entender-se como outros locais onde se realizam serviços de restauração e bebidas, aqueles que os realizem, mediante remuneração, através da actividade de Catering, desde que regularmente efectuados, entendendo-se como tal a execução de, pelo menos, dez eventos anuais (4). Assim, Catering significa a actividade de fornecer alimentos e bebidas a um certo número de pessoas, num determinado tempo e local específico (evento), designadamente para reuniões, congressos, festas ou banquetes (4,5). Na Europa, o termo utilizado na língua inglesa é Catering, derivado do verbo to cater, que significa fornecer todos os alimentos necessários. Define-se o termo como sendo a preparação e distribuição de comida e bebida a grupos de pessoas que estão reunidos num local. Já nos Estados Unidos da América do Leila Isadora Machado da Silva 2009 4 FCNAUP Trabalho de Investigação Norte a designação para a provisão de alimentação incluindo produção e serviço é food service (6). Como empresas de restauração que fornecem serviços nos Eventos existem as empresas de Catering, que organizam, produzem e fornecem serviços de restauração para eventos situados em locais distantes, não associados ou afectos ao local de produção ou cozinha central (“off-premise-Catering”). Por outro lado, existem os estabelecimentos de restauração, com distribuição de refeições em edifícios ou espaços afectos aos locais onde são produzidas essas mesmas refeições (“banquet hall Catering” ou “function Catering”) (7). Por Evento entende-se um acontecimento, de carácter eventual, limitado no espaço e no tempo (7). Segundo Hansen, 1995, para o sucesso de uma empresa de Restauração de Eventos, são vários os factores tidos em conta, sendo a sua principal finalidade a satisfação do cliente que contrata o serviço. Assim, destes factores destacam-se: • Fornecimento de alimentos com características de qualidade e sabor excelentes e que podem, simultaneamente, ser inovadoras e tradicionais. • Criatividade na forma e modo como os estabelecimentos organizam e fornecem as refeições. Os estabelecimentos criativos são capazes de transformar um evento numa festa de enorme sucesso, através da transformação do local, do ambiente e sobretudo através de menus diferentes e apelativos. • Planeamento de um menu que seja criativo, com qualidade/preço adequado e com um efeito de surpreender positivamente os clientes (7). Do ponto de vista do cliente, as principais preocupações para contratação de um serviço de Catering são o sabor e quantidade dos pratos servidos, bem Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 5 como o preço. Desta forma, as condições técnicas inerentes são, muitas vezes, postas de parte no momento da escolha, tal como as questões relativas à Segurança Alimentar do serviço (8). Apesar da Segurança Alimentar não ser um factor prioritário para o cliente, este espera que os parâmetros legais sejam cumpridos. Da mesma forma, hoje é internacionalmente reconhecido que os indivíduos têm o direito de esperar que os alimentos que consomem sejam seguros e próprios para consumo, tendo em conta a sua utilização prevista (8,9). Por outro lado, sabe-se, também, que a evolução que os métodos de produção, processamento, distribuição e preparação de alimentos têm sofrido torna-se um importante factor para a regulamentação da Segurança Alimentar (10), sendo esta uma área de intervenção prioritária na Saúde Pública, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (11,12). Numa fase primária, a Segurança Alimentar baseava-se apenas na distinção entre comestíveis e não comestíveis. Porém, nas suas diversas vertentes, tem vindo a tornar-se um conceito cada vez mais rigoroso, sendo preocupação intrínseca ao processo natural de sobrevivência humana. (13,14,15) Em 1999, com a aprovação do Livro Branco sobre Segurança Alimentar e respectiva publicação em 2000, deram-se os primeiros passos para a criação de uma política de Segurança Alimentar assente no princípio da precaução, visando assegurar o controlo, a cada segmento, de toda a cadeia alimentar. Estas orientações foram concretizadas com o Regulamento (CE) [Reg. (CE)] nº 178/2002 de 28 de Janeiro, que determina as normas e os princípios da Legislação Alimentar, cria a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA) e estabelece procedimentos em matéria de segurança de géneros Leila Isadora Machado da Silva 2009 6 FCNAUP Trabalho de Investigação alimentícios. Neste Regulamento, surge também o conceito de Sistema de Análise de Riscos que consiste na avaliação, comunicação e gestão do risco (13,16) . Em Portugal, o Decreto-Lei nº237/2005 de 30 de Dezembro, vem, finalmente, criar a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), de forma a responder às necessidades de avaliação e comunicação do risco na cadeia alimentar, estabelecendo ligação com os outros países da União Europeia (EU) (17). Os conceitos de Segurança Alimentar, particularmente no que se refere à higiene dos géneros alimentícios, são baseados no Codex Alimentarius. Este documento estabelece princípios internacionalmente reconhecidos como essenciais para garantir a segurança e a adequação ao uso do alimento para consumo e recomenda, também, o Hazard Analysis of Critical Control Point (HACCP) como sistema de controlo de Segurança Alimentar (9). Para a regulamentação comunitária e nacional respeitante aos sistemas de controlo dos géneros alimentícios estão definidos procedimentos proactivos – autocontrolo e controlo oficial dos géneros alimentícios e da alimentação animal, complementados por códigos de boas práticas de aplicação voluntária -, e reactivos que culminam na instauração de processos por infracções de natureza contraordenacional e de natureza criminal. Podem entender-se como proactivos o sistema HACCP que se baseia na análise dos perigos e no seu controlo preventivo em pontos críticos correctamente monitorizados. (13) O sistema HACCP é uma importante ferramenta na protecção alimentar, consistindo num método preventivo. A sua implementação previne e/ou minimiza os riscos alimentares, através da eliminação ou redução da probabilidade de Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 7 ocorrência de alterações dos produtos alimentares. A análise de potenciais perigos para a saúde dos consumidores nas actividades do sector alimentar, a identificação das fases/ locais onde esses mesmos perigos podem ocorrer e a decisão de quais são críticos para a saúde do consumidor são os principais objectivos do HACCP. Esta metodologia permite que as entidades se focalizem nas fases e condições de produção para a segurança alimentar, assegurando, através do seu controlo, que os seus produtos são seguros em termos de saúde dos consumidores. Uma vez identificados os perigos, tendo em conta o conhecimento das suas possíveis origens e dos pontos de contaminação, podem decidir-se as respectivas medidas preventivas e de controlo (18). O Regulamento (CE) n.º 852/2004 define que os operadores das empresas do sector alimentar devem criar, aplicar e manter um processo ou processos permanentes baseados nos princípios HACCP. Este é aplicável em todas as fases da produção, transformação e distribuição de alimentos, sem prejuízo de requisitos mais específicos em matéria de higiene dos géneros alimentícios (19). Assim, a segurança dos géneros alimentícios é resultado de vários factores: a legislação deve determinar os requisitos mínimos de higiene, deverão ser instaurados controlos oficiais para verificar a observância por parte dos operadores de empresas do sector alimentar e estes deverão, ainda, criar e ampliar programas de segurança dos géneros alimentícios, Autocontrolo, baseados nos princípios da metodologia do HACCP (13). Actualmente, em Portugal, o Decreto-Lei nº 113/2006 de 12 de Junho, define as entidades responsáveis pelo controlo da aplicação das normas deste Regulamento, designadamente ASAE e a Direcção-Geral de Veterinária. Estão Leila Isadora Machado da Silva 2009 8 FCNAUP Trabalho de Investigação previstas contra-ordenações com coimas em determinadas situações, entre as quais: • O incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene alimentar; • A ausência ou incorrecta implementação de sistemas baseados nos princípios do HACCP; • O não fornecimento à autoridade competente das provas em como mantêm e aplicam o sistema HACCP (20). Cabe, também, às autoridades oficiais o dever de promover e apoiar a elaboração de Códigos de Boas Práticas, destinados a aplicação voluntária pelas empresas do sector alimentar como orientação. Na concretização destes códigos, é recomendado que se tenha em conta as normas da Gestão da Qualidade e da Gestão de Segurança Alimentar, normas da série NP EN ISO 9000 e da NP EN ISO 22000: 2005, respectivamente (13). A actual legislação alimentar na Europa é considerada a mais evoluída a nível Mundial. No entanto, sem um controlo eficaz a todos os intervenientes na cadeia alimentar não existe garantia da segurança (14,15,21). Apesar de toda a conjuntura legislativa europeia apontar para um elevado nível de protecção da Saúde Pública, continua a verificar-se um aumento de doenças de origem alimentar, nomeadamente toxinfecções alimentares (14). As patologias provocadas pela ingestão de alimentos contaminados nas fases de produção, do tratamento, da confecção, do transporte e da preparação constituem um importante problema de Saúde Pública (22). Como perigos para a segurança alimentar, podem ser considerados todos os agentes veiculados por géneros alimentícios ou outros, que tornem os alimentos impróprios para consumo humano. Estes factores podem ocorrer por Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 9 contaminação, de origem externa ou outra, quer por putrefacção, deterioração ou decomposição que, após ingestão, possam ter um efeito prejudicial tanto imediato como a curto, médio e longo prazo, para a saúde do indivíduo que o consome e/ou para as gerações seguintes, seja esse efeito tóxico ou não, com efeito cumulativo ou não (13). A ocorrência de toxinfecções alimentares, em unidades de restauração, tem como principais factores: • Matérias-primas cruas, contaminadas; • Manipulações inadequadas que originam contaminações cruzadas; • Deficiente controlo de temperaturas na manutenção a quente dos alimentos já confeccionados; • Incorrectas práticas de descongelação; • Confecções inadequadas; • Má higiene pessoal; • Pessoal manipulador infectado; • Má higiene das instalações, equipamentos e utensílios; • Alimentos preparados com muita antecedência relativamente ao momento para consumo; • Armazenamento incorrecto; • Distribuição demorada (13,23). Concisamente, em Catering de Eventos o cliente assume que a Segurança Alimentar é garantida e verificada, esperando que a legislação obrigatória seja cumprida. No entanto, como se sabe, o controlo esporádico das autoridades oficiais não é suficiente, sendo necessária uma verificação e avaliação constantes por parte das empresas, de forma a garantirem produtos seguros. Leila Isadora Machado da Silva 2009 10 FCNAUP Trabalho de Investigação Tendo como finalidade avaliar as condições hígio-sanitárias deste tipo particular de Restauração, Catering de Eventos, procurou-se e, por fim, criou-se uma ferramenta de trabalho apropriada para as características deste sector de actividade e negócio, que permitisse uma avaliação quer quantitativa, quer qualitativa do serviço. HIPÓTESE Para a realização deste trabalho foi levantada a seguinte hipótese: • O serviço de Catering de Eventos em análise cumpre com os pré-requisitos exigidos pela legislação em vigor, no âmbito da higiene e segurança alimentar. Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 11 OBJECTIVOS Foi objectivo deste trabalho diagnosticar e analisar as condições de um serviço de Catering de Eventos, no âmbito da higiene e segurança alimentar, durante o seu funcionamento. Assim, os objectivos gerais foram: • Diagnosticar um serviço de Catering de Eventos na perspectiva da higiene e salubridade; • Apresentar as condições hígio-sanitárias de um serviço de Catering de Eventos. E os objectivos específicos visaram: • Elaborar uma lista de verificação adaptada para avaliação quantitativa e qualitativa do tipo de serviço, para controlo hígio-sanitário; • Avaliar um serviço de Catering, na perspectiva da Higiene e Segurança Alimentar, com o auxílio da ferramenta construída. As linhas metodológicas delineadas foram: • Elaboração e adaptação de uma lista de verificação/avaliação hígiosanitária, propositadamente construída para serviços de Catering, quantificada, passível de ser usada como instrumento de monitorização; • Visita aos locais de estudo e recolha de dados nos eventos; Leila Isadora Machado da Silva 2009 12 FCNAUP Trabalho de Investigação • Recolha de informação e tratamento de dados para avaliação final hígiosanitária do serviço de Catering. MATERIAL E MÉTODOS Tipo de estudo: Estudo observacional descritivo, no âmbito da Restauração de Eventos, realizado na região do Grande Porto entre Março e Junho de 2009. Amostra: O estudo foi realizado numa empresa de Catering da região do Grande Porto, nos estabelecimentos de realização de Eventos realizados pela mesma. Sendo voluntária e de conveniência, a amostra correspondem a Três Quintas de realização de Eventos, onde o serviço de Catering labora em regime de exclusividade. Metodologia O trabalho foi realizado em duas etapas principais. 1. Lista de Verificação Hígio-Sanitária A primeira etapa correspondeu ao planeamento, desenvolvimento e elaboração da lista de verificação hígio-sanitária. Para tal, foi realizada uma pesquisa pelas várias ferramentas de trabalho existentes (13,24,25,26,27) . Posteriormente, revelou-se ser mais adequada para a realidade pretendida a Check-list de Avaliação Hígio-Sanitária para Unidades de Restauração – Veiros, M., et al. (27) – já publicada e relativa à Restauração Colectiva. Como tal, a Lista Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 13 de Verificação Hígio-Sanitária deste trabalho teve como base de estrutura as propostas por Bramorski e Veiros, M. (24,27) . Este instrumento apresenta avaliação quantitativa, tal como o realizado por outros autores (15,24,27) , bem como qualitativa (13,27) . A lista de verificação foi organizada em 7 módulos, divididos por temas específicos (itens), por sua vez subdivididos em parâmetros (sub-itens) a analisar, baseados na legislação vigente. Assim, resultou num total de 52 itens e 317 subitens. O número de itens de cada módulo é variável e está de acordo com o número de aspectos considerados essenciais para a avaliação de cada tema (24,27) (Anexo 1). A pontuação e a classificação nominal de cada módulo foram estruturadas visando facilitar a visualização das áreas e procedimentos por etapas em relação à adequação e às exigências legais. A soma dos sub-itens dá origem à atribuição de um valor fixo por item. A soma dos valores por item traduz-se na Constante dos respectivos módulos (K), sendo um valor fixo e específico por módulo. Por outro lado, cada módulo tem um determinado peso – Peso do Módulo (P). Para a sua quantificação, foi tida em conta a representatividade de cada módulo na avaliação cabal de procedimentos para a segurança alimentar e, proporcionalmente, o número de sub-itens em avaliação (Tabela 1). Leila Isadora Machado da Silva 2009 14 FCNAUP Trabalho de Investigação Nº de sub- Nº de Peso do Constante do itens itens Módulo (P) Módulo (K) Instalações físicas e ambiente 68 14 10 68 Manipuladores de alimentos 30 6 20 30 Equipamentos e utensílios 20 4 15 20 Recepção e Armazenamento 53 5 7,5 53 64 11 20 64 Serviço 31 5 20 31 Controlo de Qualidade 51 7 7,5 51 Módulo Preparação, Confecção, Copa e Distribuição Tabela 1- Descrição dos Módulos que compõem a lista de verificação com os respectivos números de itens, sub-itens, Peso e Constante dos Módulos. A pontuação de cada item é obtida pela classificação consequente dos respectivos sub-itens. Assim, a classificação dos sub-itens faz-se da seguinte forma: • Sim (S): quando se verifica a observância adequada de determinado aspecto; • Não (N): quando determinado sub-item não está de acordo; • Não aplicável (NA): sempre que não se enquadre determinado procedimento ou equipamento no estabelecimento. Desta forma, para calcular a Pontuação do Módulo da lista de verificação, é preciso saber o número total de nota Sim (S) e de Não Aplicável (NA) de cada Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 15 módulo. Primeiro, torna-se necessário multiplicar o número de Sim (S) pelo Peso do Módulo (P), sendo obtida através da seguinte fórmula: Sendo que: PM = Pontuação de cada Módulo; S = Total de Sim; P = Peso do Módulo; K = Constante de Módulo NA = Total de Não Aplicável. (24,27) Para que o valor da Pontuação de cada Módulo seja transformado em percentagem e torne possível a classificação dos Módulos e da lista de verificação, são necessárias as seguintes fórmulas, respectivamente (15,24,27): % Global = Σ PM Desta forma, com a obtenção dos valores percentuais, consegue classificar-se qualitativamente quer os módulos, quer o serviço de Catering (13,27). Classificação Qualitativa Muito Bom Intervalos de Pontuação (%) ≥ 90 Bom ≥ 75 < 90 Aceitável ≥ 50 < 75 Não Aceitável Leila Isadora Machado da Silva < 50 2009 16 FCNAUP Trabalho de Investigação Tabela 2 – Classificação qualitativa Global e por Módulos, aplicável à lista de verificação. Os resultados destes cálculos são necessários para obter a avaliação final expressa sob a forma de pontuação quantitativa e classificação qualitativa de qualquer serviço em análise através da presente lista de verificação. 2. Avaliação Hígio-Sanitária Na segunda etapa, procedeu-se à avaliação hígio-sanitária dos três serviços da empresa de Catering em análise, realizados em três locais, aplicando a ferramenta elaborada. A avaliação foi efectuada recorrendo a observação directa em todas as áreas e todos os dias pelo mesmo indivíduo e permitiu uma valoração quantitativa e qualitativa. 3. Tratamento dos dados O tratamento dos dados baseou-se na análise da lista de verificação, da qual se construiu uma base de dados, pela análise descritiva das variáveis identificadas nos diferentes parâmetros e domínios, através da média e frequência das observações estatísticas. Para tratamento, utilizou-se o programa informático Microsoft Office Excel ®2007 – Windows Vista. 4. Recursos utilizados A realização do estudo, desde o seu planeamento até à culminação (desenho, aplicação, análise e interpretação do instrumento), foi feita pela própria investigadora. O orçamento gasto no desenvolvimento desta investigação foi Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 17 pessoal. Leila Isadora Machado da Silva 2009 18 FCNAUP Trabalho de Investigação RESULTADOS Caracterização da Amostra Quintas A, B e C Nº de Funcionários 18 Sistema de Produção Catering – Cozinha tradicional Refeições servidas Aperitivos, Almoço e Jantar Tipo de Serviço Buffet/volante, serviço empratado Tabela 3 – Descrição da Amostra Avaliação Global A análise dos resultados obtidos através da lista de verificação permitiu a classificação global de cada serviço de Catering, bem como a sua classificação por módulos. Assim, são apresentados os resultados, tendo em conta as não – conformidades verificadas, bem como os itens que contribuem para os resultados mais baixos de cada módulo. Local Classificação Quantitativa (%) Classificação Qualitativa Quinta A 85,24 Bom Quinta B 84,95 Bom Quinta C 85,99 Bom Tabela 4 – Classificação, quantitativa e qualitativa, global dos três locais. Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 19 Módulo I – Instalações Físicas e Ambiente Local Quinta A Quinta B Quinta C Classificação Quantitativa (%) 77,9 73,5 86,8 Classificação Qualitativa Bom Aceitável Bom Tabela 5 – Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo I – Instalações Físicas e Ambiente. Gráfico 1 – Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo I nas três Quintas. Legenda: 1 - Construção e Concepção; 2 - Instalações ; 3 - Espaço de Trabalho; 4 - Instalações Sanitárias; 5 - Vestiários; 6 – Pavimento; 7 – Paredes; 8 – Tectos; 9 – Janelas; 10 – Portas; 11 – Lava-Mãos; 12 – Água de Abastecimento; 13 – Gelo; 14 – Lixo ou Resíduo alimentar. Instalações Sanitárias Separadas por Sexo Número Suficiente Autoclismo de Comando Não Manual Torneira de Comando Não Manual Torneira com Água Quente e Fria Sem Contacto Directo Com os Locais de Manipulação de Alimentos Leila Isadora Machado da Silva Quinta A Quinta B Quinta C S S N N N S S N N S S S N N S S S S 2009 20 FCNAUP Ventilação Adequada (nat/artif) Trabalho de Investigação S S S Tabela 6 – Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Instalações Sanitárias - Módulo I. Vestiários Separados Por Sexo Dotados de Chuveiro Lavatórios Limpo Organizado Dimensão Adequada ao Número de Funcionários Cacifos Individuais Quinta A Quinta B Quinta C S S S S S S N S S S S N N N S S S S N S S Tabela 7 – Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Vestiários – Módulo I. Lava-Mãos Em Todas ou Nas Principais Áreas de Manipulação Procedimento de Lavagem Especificado Dotado de Água Quente e Fria Sabonete Líquido Desinfectante Dispositivo de Secagem Adequado Quinta A Quinta B Quinta C S N N S S N S N N S S N S N S S N S Tabela 8 – Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Lava-Mãos – Módulo I. Lixo ou Resíduo Alimentar Em Caixotes com Tampa e Saco Plástico Accionamento Não Manual Limpos e Bem Conservados Caixote Próprio e de Fácil Higienização Adequada Remoção e Eliminação de Resíduo Alimentar Local Para Recolha Mantido Limpo e Livre de Animais e Pragas Local Refrigerado Leila Isadora Machado da Silva Quinta A Quinta B Quinta C N N N N N N N N S S S S N N N S S S S S S 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 21 Tabela 9 – Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Lixo ou Resíduo Alimentar – Módulo I. Módulo II – Manipuladores de Alimentos Local Quinta A Quinta B Quinta C Classificação Quantitativa (%) 66,65 66,65 66,65 Classificação Qualitativa Aceitável Aceitável Aceitável Tabela 10 - Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo II – Manipuladores de Alimentos. Gráfico 2 – Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo II nas três Quintas. Legenda: 1 – Vestuário/Calçado; 2 – Ausência de ; 3 - Formação; 4 – Saúde e HST; 5 – Lavagem das mãos; 6 – Hábitos Higiénicos. Ausência de: Adornos Maquilhagem Unhas Compridas Unhas Sujas Unhas com Verniz/Gel Lesões Cutâneas Leila Isadora Machado da Silva Quinta A Quinta B Quinta C N N S S S S N N S S S S N N S S S S 2009 22 FCNAUP Lesões Desprotegidas Fragrâncias Fortes Trabalho de Investigação S N S N S N Tabela 11 – Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Ausência de – Módulo II. Formação Quinta A Quinta B Quinta C Formação e/ou Instrução Adequada Para Desempenho Correcto das Funções Supervisão Constante Por Pessoa Com Formação Adequada Formação Básica Formação Periódica Formação Complementar N N N N N N S S S S S S S S S Tabela 12 – Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Formação – Módulo II. Lavagem das Mãos Quinta A Quinta B Quinta C Frequência Necessidade Durante Tempo Certo Com o Produto Adequado N S N N N S N N N S N N Tabela 13 – Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Lavagem das Mãos – Módulo II. Módulo III – Equipamentos e Utensílios Local Quinta A Quinta B Quinta C Leila Isadora Machado da Silva Classificação Quantitativa (%) 90 90 90 Classificação Qualitativa Muito Bom Muito Bom Muito Bom 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 23 Tabela 14 - Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo III – Equipamentos e Utensílios. Gráfico 3 – Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo III nas três Quintas. Legenda: 1 – Superfícies (contacto com os alimentos); 2 – Equipamentos; 3 – Utensílios e Recipientes; 4 – Procedimentos. Módulo IV – Recepção e Armazenamento Local Quinta A Quinta B Quinta C Classificação Quantitativa (%) 96,2 96,2 94,4 Classificação Qualitativa Muito Bom Muito Bom Muito Bom Tabela 15 - Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo IV Leila Isadora Machado da Silva 2009 24 FCNAUP Trabalho de Investigação Gráfico 4 – Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo IV nas três Quintas. Legenda: 1 – Recepção; 2 – Economato; 3 – Armazenagem em frio; 4 – Equipamentos de Refrigeração (…); 5 – Descongelação. Módulo V – Preparação, Confecção, Copa e Distribuição Local Quinta A Quinta B Quinta C Classificação Quantitativa (%) 96,85 96,85 96,85 Classificação Qualitativa Muito Bom Muito Bom Muito Bom Tabela 16 - Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo V - Preparação, Confecção, Copa e Distribuição. Gráfico 5 – Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo V nas três Quintas. Legenda: 1 – Alimentos Crus; 2 – Fritura; 3 - Confecção; 4 – Pós-Confecção; 5 – Refrigeração/Manutenção (…); 6 – Alimentos Transportados; 7 – Regeneração ou Aquecimento; 8 – Área de Limpeza e Armazenamento; 9 – Lavagem Loiça Fina; 10 – Lavagem Loiça Grossa; 11 Higienização. Neste Módulo obteve-se um Não Aplicável nas três Quintas correspondente ao item Alimentos Transportados, no sub-item Carros Fechados. Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 25 Módulo VI – Serviço Local Quinta A Quinta B Quinta C Classificação Quantitativa (%) 90 90 90 Classificação Qualitativa Muito Bom Muito Bom Muito Bom Tabela 17 - Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo VI – Serviço. Gráfico 6 – Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo VI nas três Quintas. Legenda: 1 – Vestuário/Calçado; 2 – Ausência de ; 3 – Sala de Refeições; 4 – Instalações; 5 – Alimentos Transportados. Ausência de: Adornos Maquilhagem Unhas Compridas Unhas Sujas Unhas com Verniz/Gel Lesões Cutâneas Lesões Desprotegidas Fragrâncias Fortes Leila Isadora Machado da Silva Quinta A Quinta B Quinta C N N S S S S S N N N S S S S S N N N S S S S S N 2009 26 FCNAUP Trabalho de Investigação Tabela 18 – Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Ausência de – Módulo VI. Neste Módulo obteve-se um Não Aplicável nas três Quintas correspondente ao item Alimentos Transportados, no sub-item Carros Fechados. Módulo VII – Controlo de Qualidade Local Quinta A Quinta B Quinta C Classificação Quantitativa (%) 80,4 82,4 80,4 Classificação Qualitativa Bom Bom Bom Tabela 19 - Classificação, quantitativa e qualitativa, dos três locais, relativa ao Módulo VII - Controlo de Qualidade. Gráfico 7 – Frequência de Não-Conformidades (N - Não) verificadas nos itens do Módulo VII nas três Quintas. Legenda: 1 – Implementação de Procedimentos e Sistemas; 2 – Documentação e Registos ; 3 – Plano de Higienização; 4 – Plano de Controlo de Pragas; 5 – Pessoal não Manipulador de Alimentos; 6 – Análise Microbiológica/Registo; 7 – Amostra-Testemunho. Pessoal Não Manipulador de Alimentos Quinta A Quinta B Quinta C Todos Recebem Vestuário Adequado N N N Cumprem as Regras da Unidade de Produção N N N Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 27 Tabela 20 – Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Pessoal Não Manipulador de Alimentos – Módulo VII. Análise Microbiológica/Registo Alimento Superfície Manipulador Equipamento Utensílio Quinta A Quinta B Quinta C N N N N N N N N N N N N N N N Tabela 21 –Conformidades (S - Sim) e Não-Conformidades (N - Não) obtidas nos sub-itens relativos a Análise Microbiológica/Registo. Leila Isadora Machado da Silva 2009 28 FCNAUP Trabalho de Investigação DISCUSSÃO Atendendo à primordial importância da protecção da saúde humana e segurança dos géneros alimentícios, a defesa dos interesses da comunidade constitui uma preocupação crescente. É necessário que os géneros alimentícios sejam seguros ao longo de toda a cadeia alimentar, desde a produção ao consumo (28). A preservação da Saúde Pública, os aspectos sociais e económicos em prol da garantia ao consumidor de que os alimentos que ingerem são seguros fazem da Segurança Alimentar um pilar fulcral para a atingir a Qualidade Alimentar. (15) Assim, uma intervenção ao nível da cadeia alimentar deverá ser integral, actuando de forma inter-dependente em todas as suas partes, de forma a ser efectiva. (13-15) Neste trabalho, foi criada uma Lista de Verificação Hígio-Sanitária, pretendendo adequar e facilitar a correcta avaliação e monitorização em Catering. Esta ferramenta direcciona a avaliação para as condições sanitárias das infraestruturas, instalações, equipamentos e utensílios e permite, ainda, recolha de dados relativos à conformidade de boas práticas de higiene e fabrico (27). Para além disso, torna-se também possível avaliar a parte do serviço no Evento, focando sobretudo nas boas práticas e condições do mesmo. O instrumento de trabalho utilizado, com fundamentação legal, é simples, sintético, objectivo, economicamente vantajoso e de fácil aplicação e tratamento, face ao elevado número de parâmetros a avaliar, num total de 317, bem como à heterogeneidade dos locais (13,15,27). Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 29 Tal como utilizado por outros autores, optou-se por adoptar variáveis tricotómicas, com opção entre sim, não ou não aplicável, permitindo que se averigúe as situações do cumprimento ou incumprimento da lei, ou ainda a exclusão de parâmetros sempre que não sejam aplicáveis devido às características dos serviços (15,24,27). A resposta não aplicável é usada quando não se verifica determinado parâmetro. No presente trabalho, só houve um caso desses, uma vez que neste serviço de Catering não são usados carros transportadores de alimentos da cozinha para o salão do evento. Este transporte é feito de forma adequada, com tampas nos recipientes, contudo é realizado manualmente por cada colaborador. A estruturação da Lista de Verificação foi feita por domínios de avaliação, cada um dos quais com uma série de parâmetros a apreciar, no sentido de englobar o maior número possível de itens, agrupando-os de forma a permitir obter informação sobre o comprometimento de cada domínio na observação final do local avaliado, bem como dos parâmetros isoladamente (13,15,24,27). Relativamente ao valor atribuído a cada módulo, o objectivo foi atribuir diferentes ordens de importância, de acordo com um maior grau de gravidade. Neste sentido, consideraram-se as situações que previnem a contaminação cruzada, as que asseguram a salubridade dos alimentos e a integridade da indumentária dos manipuladores, bem como práticas adequadas dos mesmos, como descrito por Santos (2005) foram Manipuladores de (13) . Assim, os módulos com maior pontuação Alimentos e Preparação, Confecção, Copa e Distribuição. Da mesma forma, foi atribuída a mesma pontuação ao Serviço, sendo que em Catering é um dos principais momentos considerados (8) . Em segundo lugar de ponderação consideraram-se as condições que concorrem para Leila Isadora Machado da Silva 2009 30 FCNAUP Trabalho de Investigação a manutenção de boas condições higiénicas no local de laboração, evitando situações nefastas para os géneros alimentícios, nomeadamente Instalações Físicas e Ambiente e Equipamentos e Utensílios. Em terceiro lugar de severidade, foi avaliado Recepção e Armazenamento e Controlo de Qualidade, sendo que este último se trata sobretudo de registos de condições que estão avaliadas anteriormente. Assim, fica salvaguardada a detecção do cumprimento ou incumprimento das mesmas. A verificação e registos só fazem sentido se os procedimentos de boas práticas e os pré-requisitos estiverem implementados. De uma forma geral, foi atribuído maior peso aos domínios em que a atitude, procedimento e consciência profissional e pessoal dos manipuladores é expressada, uma vez que, havendo um desvio, são os que mais penalizam a segurança dos géneros alimentícios (13). No que diz respeito às instalações e equipamentos, são, em grande parte, condições que à partida já teriam sido examinadas pelas entidades que conferem o licenciamento. O reduzido número de trabalhos de investigação, acessíveis e publicados, relativos a Catering de Eventos em Portugal, bem como a inexistência de dados que permitam estabelecer comparações são factores apontados como limitações para a discussão dos resultados. Mais importa referir que a maioria dos estudos existentes tem âmbitos diferentes, havendo divergências na metodologia utilizada (13-15) . O serviço de Catering avaliado foi realizado em locais de realização de Eventos, em regime de aluguer do espaço. Nestes casos, o Catering deve, aquando da escolha, assegurar que se reúnam as condições necessárias e obrigatórias, como instalações e requisitos básicos. Assim, alguns dos parâmetros Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 31 da Lista de Verificação foram analisados tendo em conta que, apesar de serem da responsabilidade dos locais, a empresa certificou-se do seu cumprimento. Como tal, os parâmetros são a Água de Abastecimento potável em todos os pontos, o Plano de Controlo de Pragas, a Construção e Concepção, bem como Pavimento, Tectos, Janelas, Portas, higienização que é realizada pelos responsáveis pelos locais. Estes parâmetros obtiveram classificação positiva (Sim) (Gráficos 1 e 7). Partindo da avaliação global para a avaliação por módulos, verificou-se que as alterações ocorreram apenas a nível quantitativo. No que concerne aos resultados obtidos por módulos, pode constatar-se que a pior classificação nos três locais foi relativa ao de Manipuladores de Alimentos (Tabela 10). Ora, constitui um dado preocupante, sobretudo por, aos manipuladores, supostamente ser fornecida instrução e formação no âmbito da higiene pessoal, profissional e dos alimentos, tal como mostram as respostas Sim às formações básica, periódica e complementar (Tabela 12). Porém, foi também constatado, pelo valor atribuído ao item correspondente, que a formação não é realizada de forma adequada para desempenho correcto das funções, nem há supervisão constante por pessoa com formação adequada (Tabela 12). Segundo Billsborough (1999), a formação é fulcral para que se evitem afastamentos ao conforme e se melhorem as condições, não só da própria manipulação, como também dos procedimentos em todas as etapas desde a recepção até à criação do produto final (29) . Da mesma forma, estes dados comprovam o descrito por Black, et al (1981), onde afirmou a higiene na preparação, a formação e o serviço como pontos cruciais na prevenção de toxinfecções alimentares e contaminação cruzada (30). Leila Isadora Machado da Silva 2009 32 FCNAUP Trabalho de Investigação Contrariamente a alguns estudos realizados, nomeadamente por Santos (2005) (13) , é importante referir que os colaboradores apresentam uma escolaridade alta, na sua maioria, sendo jovens. Segundo Sangole, et al (2002), há uma relação entre a baixa de literacia e a falta de higiene pessoal (31) . No entanto, no presente estudo a problemática prende-se, sobretudo, com o facto de haver uma grande falta de consciencialização dos colaboradores sobre os perigos associados a comportamentos errados, tal como uma falta de disciplina. A falta de atenção demonstrada é bem visível, contribuindo para a ineficácia da formação que é dada, ainda que esta seja insuficiente. Para além dos Manipuladores de Alimentos, apenas a Quinta B apresentou classificação Aceitável em Instalações Físicas e Ambiente (Tabela 5). Sobressaem pela negativa parâmetros como autoclismos e torneiras de comandos não manuais, existência de procedimentos de lavagem de mãos especificados, lavatórios com dispositivo de secagem adequado, lavagem frequente e correcta das mãos, bem como presença de caixotes do lixo em número suficiente e bem localizados (Tabela 6), parâmetros também verificados no estudo de Veiros, M., et al. (2009). Segundo esta autora, as condições do ambiente de trabalho e as instalações interferem directamente com a qualidade do serviço apresentado, tendo forte influência na saúde e higiene dos manipuladores (32) . Igualmente na Quinta B, verificou-se que os parâmetros relativos a vestiários organizados, com dimensão adequada ao número de funcionários e com cacifos individuais também contribuíram para a classificação mais baixa (Tabela 7). Como exposto, a frequência de lavagem das mãos é baixa, não sendo realizada durante o tempo certo, nem com produto adequado (Tabela 13). Assim Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 33 sendo, o perigo de contaminação e infecções aumenta, o que, segundo Ehiri, et al. (1996), revela pouco conhecimento de Segurança Alimentar por parte dos manipuladores (33). Como parâmetros positivos, destacam-se os relativos aos módulos Serviço; Preparação, Confecção, Copa e Distribuição; Recepção e Armazenamento; Equipamentos e Utensílios, que obtiveram classificação de Muito Bom (Tabelas 14, 15, 16 e 17). Estes resultados são bastante favoráveis, contrariando o observado por Santos (2005) e Sun & Ockerman (2005), referindo este último que, sobretudo a Recepção e Armazenamento, constituem etapas primárias de carácter extremamente importante para assegurar a Segurança Alimentar (13,32,34). Realça-se, portanto, a boa classificação do Serviço, dada a sua importância num Evento, englobando, e com pontuações positivas, o vestuário e calçado dos colaboradores, a elevada apreciação da sala de refeições e das instalações, assim como o transporte e distribuição dos alimentos (Gráfico 6). Contudo, mais uma vez se verifica o incumprimento por parte dos colaboradores, usando maquilhagem, adornos e fragrâncias fortes (Tabela 18). Com estas questões, justifica-se o interesse em estudar o parâmetro, tendo em conta o descrito por Wongworawat & Jones (2007), que demonstraram na sua investigação uma forte relação entre o uso de adornos e a contaminação dos alimentos (35). No módulo do Controlo da Qualidade, é feita referência ao pessoal não manipulador de alimentos. Neste caso, são considerados colaboradores, da empresa, que prestam outro tipo de serviços inerentes ao Evento, exteriormente à cozinha. Quanto à avaliação, verificou-se que estes não recebem vestuário adequado, nem cumprem as regras da unidade da produção (Tabela 20). Ainda Leila Isadora Machado da Silva 2009 34 FCNAUP Trabalho de Investigação neste módulo, destaca-se a ausência de análise microbiológica e seu registo a alimentos, superfícies, manipuladores, equipamentos e utensílios (32,36) (Tabela 21). Acresce referir a existência de módulos em que o número de parâmetros avaliados não é muito extenso. Tal facto condiciona uma menor amplitude de resultados possíveis como classificação, porquanto maior probabilidade de coincidirem, o que também pode explicar a existência de valores iguais nos três locais, alvo de estudo. Para além disso, todos os colaboradores recebem a mesma formação e não trabalham exclusivamente num dos locais, sendo variável a distribuição de pessoal, justificando uma maior homogeneidade nos serviços realizados. Num Catering de Eventos, o stress e a azáfama são bem característicos, tratando-se de serviços por um dia, em que há grande volume de trabalho. Foley (1995) e Matos & Proença (2003) demonstraram a relação entre o stress e o risco de acidentes e más práticas na manipulação. Desta forma, e porque a preocupação maior do serviço é que este se traduza na satisfação dos clientes, o cuidado com determinados pré-requisitos torna-se difícil de fazer cumprir, sendo complexo mudar comportamentos e mentalidades. A supervisão constante por uma pessoa com formação adequada seria determinante para um melhor funcionamento e melhor garantia de Segurança Alimentar (32,37,38). Apesar das classificações globais serem Bom nos locais A, B e C, com 85,24%, 84,95% e 85,99%, respectivamente (Tabela 4), é fundamental, em termos de prevenção, apostar na formação adequada dos manipuladores em higiene dos alimentos e pessoal, para uma melhoria do Serviço. Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 35 A higiene deve ser entendida como um modo de estar e não só como um conjunto de regras e obrigações, ideia reforçada igualmente por outros investigadores (13-15,32,38-41). Pelo exposto, insiste-se na importância da presença de profissionais qualificados para a promoção da saúde com competências bem definidas ao nível da Segurança Alimentar, uma vez que podem desempenhar um papel preponderante na Restauração de Eventos, nomeadamente em Catering. Leila Isadora Machado da Silva 2009 36 FCNAUP Trabalho de Investigação CONCLUSÃO Foi exequível diagnosticar e avaliar o serviço de Catering, na perspectiva da higiene e salubridade, pela utilização da Lista de Verificação Hígio-Sanitária criada. A avaliação final permitiu demonstrar as características hígio-sanitárias, quantitativa e qualitativamente, dos três locais, alvo deste estudo. Tornou-se possível evidenciar, através desta avaliação, a conformidade ou não conformidade da aplicação dos pré-requisitos e das boas práticas de higiene e fabrico nestes locais. De uma forma global, a avaliação é positiva, tendo sido os três locais classificados com Bom. As principais falhas destacam os incumprimentos por parte dos colaboradores, a nível de higiene pessoal e na manipulação de alimentos. Desta forma, a formação adequada e a supervisão constante seria o ideal, traduzindo-se numa maior eficácia e garantia da Segurança Alimentar. O presente trabalho permitiu elaborar uma ferramenta que foi testada e que tanto poderá ser utilizada em situações similares de Catering de Eventos, como em outros tipos de Catering. Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 – Ferco. Ferco’s Position Paper on Hygiene. In. Brussels: European Federation of Contract Catering Organisations; 2001. 2 – Breda J, Nunes E. Manual para uma alimentação saudável em jardins de infância. Lisboa: DGS 2001. 3 – Hjalager AM, Corigliano MA. “Food for Tourists – Determinants of an image”. International Journal of Tourism Research. 2000:281-93. 4 – Diário da República, 1ª Série Nº116 – Decreto – Lei nº 234/2007 de 19 de Junho. Contém o regime jurídico da instalação e do funcionamento dos estabelecimentos de restauração ou de bebidas. Artigos 2º e 3º. 5 – Ribeiro, J.N. Segurança Alimentar – Do Prado ao Prato [resumo]. In: Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Livro de resumos da I Conferência em Segurança Alimentar em Restauração; Estoril; 2004. P.3. 6 – Proença, Rossana Pacheco da Costa. Inovação Tecnológica na Produção de Alimentação Colectiva – Florianópolis. 1997, Editora Insular. p.24. 7 – Brito, João Villa. Restauração em eventos: a importância da segurança alimentar. I Ciclo de Conferências de Saúde Pública Veterinária, Porto, 22 de Junho de 2007. 8 – Azevedo, Maria. T., O Catering em Portugal, Fevereiro de 2007. 9 – WHO FAO. Recommended international code of practice: general principles of food hygiene. Codex Alimentarius. Roma. 1999. Leila Isadora Machado da Silva 2009 38 FCNAUP Trabalho de Investigação 10 – O’Brien SJ, De Valk H. Salmonella – ”old” organism, continued challenges! Eurosurveillance 2003;8:29-31. 11 - World Health Organization (WHO). WHO Global Strategy for Food Safety – Safe food for better health. Food Safety Programme; 2002. 12 – Cahill Sarah. Risk assessment of microbiological hazards in foods: an international approach. Food Nutrition and Agriculture 2000;27:26-27. 13 – Santos M.C.T.R.D.T. Segurança Alimentar/ Porto Euro 2004 [Tese de Mestrado]. Lisboa: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa; 2005. 14 – Guilherme S. Segurança Alimentar em Unidades de Restauração Escolares [Tese de Licenciatura]. FCNAUP. 2006. 15 – Lopes P. Caracterização Hígio-Sanitária dos Estabelecimentos de Restauração e Bebidas do Município de Ourém [Tese de Licenciatura]. FCNAUP. 2005. 16 – Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia. Regulamento (CE) nº 178/2002 de 28 de Janeiro de 2002, que determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e estabelece procedimentos em matéria de segurança dos géneros alimentícios. Jornal Oficial das Comunidades Europeias L 31/1. 17 – Conselho de Ministros. Decreto-Lei nº 237/2005. Diário da República. I Série – A; Nº250 (30 de Dezembro.7486 – 97. Cria a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica. Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 39 18 – APHORT. Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo. Código de Boas Práticas de Higiene e Segurança Alimentar. Aplicação dos Princípios de HACCP para a Hotelaria e Restauração. Outubro de 2008. 19 – Parlamento Europeu e Conselho da União Europeia. Regulamento (CE) nº 852/2004. Jornal Oficial da União Europeia; L 139/1 (de 29 de Abril de 2004). Relativo à higiene dos géneros alimentícios. 20 - ARESP. “Coimas mais elevadas para a Higiene e Segurança Alimentar”. Revista ARESP. Agosto 2006; nº 121:50-51. 21 – Guerra, S. Rastreabilidade na Restauração. Comunicação apresentada no Curso de Actualização Profissional Novas Perspectivas em Restauração e Hotelaria; Porto; 2005. 22 – Zanussi Professional – Higiene na Restauração e HACCP – Parte 1. Manual para uma correcta prática de higiene na restauração. p.5. 2005. 23 – Bolton, J. Declan, et al, Guia para Controlo da Segurança Alimentar em Restaurantes Europeus, traduzido por Amorim J., Novais, Maria do Rosário e Laboratório de Microbiologia dos Alimentos – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Lisboa, Portugal. 2006. 24 - Bramorski A, Deschamps C, Freygang J, Tommasi D. Avaliação higiênicosanitária de cozinhas industriais instaladas no município de Blumenau, SC. Revista Higiene Alimentar 2003;17(112):12-15. 25 - ASAE. Ficha Técnica de Fiscalização Restauração e Bebidas. In: Ministério da Economia e Inovação; Autoridade Segurança Alimentar Económica; 2006. p. 30. Leila Isadora Machado da Silva 2009 40 FCNAUP Trabalho de Investigação 26 – Amorim J. Lista de Verificação Higiene Alimentar na Restauração Colectiva. In. Portugal: Instituto Nacional Saúde Dr. Ricardo Jorge; Ministério da Saúde; 2006. p. 26. 27 – Veiros, M., e tal. Check-list de Avaliação Hígio-Sanitária Para Unidades de Restauração. Artigo publicado na Revista da Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação. P51-61. 2007 28 – Monteiro S. “Avaliação das Condições Hígio-Sanitárias do Sector Alimentar em Instituições de 3ª idade”. Poster apresentado no Congresso Internacional Food Safety 2002; Porto. 29 – Billsborough, S. An approach to food hygiene and safety training, Health and Hygiene, London, Vol.20, Nº1, 5-6. 1999 30 – Martínez-Tomé, M, Vera, AM, Murcia, MA. Improving the control of food production in catering establishments with particular reference to the safety of salads. Food Control 11: 437-445. 2000. 31 - Sangole, S. S., et al. Personal hygiene and it’s association with some factors in food handlers. Indian Journal of Occupational and Environmental Medicine, 6(2), 71–74. and 79. 2002. 32 – Veiros M., et al. Food Safety practices in a Portuguese Canteen. Food Control 20, 936-941. 2009. 33 – Ehiri, J. E., et al. Hygiene training and education of food handlers. Does it work? Ecology of food and Nutrition, 35, 243-251. 1996. Leila Isadora Machado da Silva 2009 Trabalho de Investigação FCNAUP 41 34 - Sun, Y.-M., & Ockerman, H. W. A review of the needs and current applications of hazard analysis and critical control point (HACCP) system in foodservice areas. Food Control, 16(4), 325–332. 2005. 35 - Wongworawat, M. D., et al. Influence of rings on the efficacy of hand sanitization and residual bacterial contamination. Infection Control and Hospital Epidemiology, 28(3), 351–353. 2007. 36 - Walker, E., Pritchard, C., & Forsythe, S. Food handlers’ hygiene knowledge in small food businesses. Food Control, 14(5), 339–343. 2003. 37 – Foley, G. Restaurants, hotels and clubs industry: Occupation health and safety performance overview. Journal of Occupational Health and Safety 11 (1), 75-86. 1995. 38 – Matos, C. H., et al. Work Conditions and Nutritional Status of Workers from the Food Service Sector. A case study. Brazilian Journal of Nutrition 16 (4), 493502. 2003. 39 – Prangle, A., et al. Food Workers’ perspectives on hand washing behaviors and barriers in the restaurant environment. Journal of Environment Health, 69 (10), 27-32. 2007. 40 - Mitchell, R. E., et al. Preventing food-borne illness in food service establishments: Broadening the framework for intervention and research on safe food handling behaviors. International Journal of Environmental Health Research, 17(1), 9–24. 2007 41 – Legani P., et al. Hygienic control of mass catering establishments, microbiological monitoring of food and equipment. Food Control 15: 205-211. 2004. Leila Isadora Machado da Silva 2009 ANEXOS LISTA DE ANEXOS Anexo 1 Lista de Verificação Hígio-Sanitária para Serviços de Catering………………a1 Anexo 2 Apresentação dos valores obtidos por Quinta…………………………………a11 a1 ANEXO 1 Lista de Verificação Hígio-Sanitária para Serviços de Catering a2 a3 LISTA DE VERIFICAÇÃO HÍGIO-SANITÁRIA PARA CATERING Lista de Verificação de Avaliação Higio-Sanitária para Catering Nome /Tipo Morada Data Nº de Funcionários Sistema de Produção Refeições servidas Tipo de Serviço Baseado nos Reg CE nº178/2002, nº853/2004 e nos nº884/2004, Decretos-Lei Pt nº560/99, nº132/2000, nº179/2004, nº195/2005, nº113/2006 e no Codex Alimentarius (2003) I - Instalações Físicas e Ambiente Construção e Concepção: Permite higienização [__] conservação [__] evita fluxo mecânico de ar zonas contaminadas para as limpas [__] layout: fluxo zona limpa - zona suja [__] controlo qualidade do ar e da ventilação [__] Instalações: Limpas [__] conservadas [__] bem iluminadas [__] bem ventiladas [__] sistema exaustão eficiente [__] temperatura ambiente adequada [__] Espaço de Trabalho: áreas fisicamente separadas [__] espaço adequado para circulação de pessoas e materiais de apoio [__] permite operações com higiene [__] Instalações sanitárias: Separadas por sexo [__] nº suficiente [__] autoclismo de comando não manual [__] torneira comando não manual [__] torneiras com água quente e fria [__] sem contacto directo com os locais de manipulação de alimentos [__] ventilação adequada (nat/artif) [__] Vestiários: Separados por sexo [__] dotados de chuveiro [__] de lavatórios [__] limpo [__] organizado [__] dimensão adequada ao nº funcionários [__] cacifos individuais [__] Pavimento: Material adequado [__] limpo [__] bom estado conservação [__] escoamento adequado [__] anti-derrapante [__] Paredes: Material adequado [__] facilmente lavável até 1,5 m de altura [__] limpas [__] bem conservadas [__] cantos arredondados [__] Tectos: Material adequado [__] evita propagação de fogo [__] limpo [__] bem conservado [__] evita desprendimento partículas [__] protecção de lâmpadas [__] Janelas: Material adequado [__] limpas [__] conservadas [__] dotadas de redes mosquiteiras [__] Portas: Material adequado [__] limpas [__] conservadas [__] as de acesso externo fechadas ou com cortina de ar ou telas [__] Lava mãos: Em todas ou nas principais áreas de manipulação [__] procedimento de lavagem especificado [__] dotado de água quente e fria [__] sabonete líquido [__] desinfectante [__] dispositivo secagem adequado [__] Água de abastecimento: Potável em todos os pontos [__] Gelo: de água potável [__] não contaminado durante manipulação [__] Lixo ou Resíduo Alimentar (RA)? Em caixotes com tampa e saco plástico [__] accionamento não manual [__] limpos e bem conservados [__] caixote próprio e de fácil higienização [__] adequada remoção e eliminação do RA [__] local para recolha mantido limpo e livre de animais e pragas [__] local refrigerado [__] TOTAL P 5 6 3 7 7 5 5 6 4 4 6 1 2 7 68 S N NA a4 a5 II - Manipuladores de Alimentos P Vestuário/Calçado: ergonómico [__] adequado [__] completo [__] limpo [__] bem conservado [__] uso exclusivo áreas laboração [__] Ausência de: adornos [__] maquilhagem [__] unhas compridas [__] unhas sujas [__] unhas com verniz/gel [__] lesões cutâneas [__] lesões desprotegidas [__] fragrâncias fortes [__] Formação: formação e/ou instrução adequada para desempenho correcto das funções [__] supervisão constante por pessoa com formação adequada [__] formação básica [__] formação periódica [__] formação complementar [__] Saúde e HST: Existem Programas de Medicina, Saúde e Segurança no Trabalho [__] Manipuladores de alimentos em bom estado de saúde aparente [__] Existem EPI's [__] EPI's usados adequadamente [__] EPI's usados sempre que necessário [__] Lavagem das mãos: Frequência [__] necessidade [__] durante tempo certo [__] com o produto adequado [__] Hábitos higiénicos: Comportamento e/ou procedimento seguro na manipulação [__] uso correcto luvas descartáveis [__] 6 TOTAL N NA S N NA S N NA 8 5 5 4 2 30 III - Equipamentos e Utensílios (EU) P Superfícies (contacto com alimentos): material adequado [__] conservadas [__] higienizadas [__] Equipamentos: conservação [__] manutenção [__] não avariado [__] limpeza [__] disposição a facilitar o fluxo da produção [__] dispositivos de controlo (automáticos) [__] evitam contaminação dos alimentos [__] câmpanula exaustora onde necessário [__] boas práticas de higiene [__] permitem controlo e monitorização temperatura [__] Utensílios e Recipientes: limpos [__] bem conservados [__] material adequado [__] separados e identificados por áreas [__] Procedimentos: higienização após o contacto cru-cozinhado [__] higienização frequente durante o turno de trabalho [__] específico de cada zona e tarefa [__] 3 TOTAL 10 4 3 20 IV - Recepção e Armazenamento Recepção: presença de responsável [__] no horário pré-definido [__] registo recepção [__] Verificação quantitativa de produtos [__] verificação qualitativa de produtos [__] temperatura [__] embalagens íntegras [__] veículo de transporte [__] prazo de validade [__] pré-lavagem hortícolas quando necessário [__] rastreabilidade [__] Economato: ventilação [__] ausência de humidade [__] iluminação [__] empilhamento [__] afastamento da parede [__] alimentos colocados em estrados e/ou prateleiras [__] sem embalagens amassadas ou rasgadas [__] rótulos [__] rotulagem em português [__] prazos validade [__] FIFO ou FEFO [__] bom estado conservação [__] limpeza [__] separação e identificação de produto não-conforme [__] estiva correcta [__] substâncias perigosas ou não comestíveis rotuladas, identificadas e separadas [__] evita acesso a pragas [__] reduz a deterioração do alimento [__] ausência de alimentos em contacto com o pavimento [__] Armazenagem em frio: equipamentos de frio distintos para diferentes alimentos [__] à temperatura adequada [__] controlo e registo das temperaturas [__] alarme de alteração de temperatura funcionante [__] alimentos dentro do prazo de validade [__] alimentos bem acondicionados [__] com rotulagem visível [__] separação e identificação de produto nãoconforme [__] Equipamentos de refrigeração, congelação e de manutenção de congelados: conservação [__] manutenção periódica [__] limpeza adequada [__] capacidade adequada ao volume de alimentos [__] com dispositivos para verificar ou registar a temperatura funcionantes [__] registro electrónico ou manual [__] sistema de abertura interna [__] iluminação adequada [__] Descongelação: correcta (refrigeração e microondas) [__] separação/escoamento de líquidos da descongelação [__] hortícolas directamente para confecção [__] realizada antes da confecção sempre que necessário [__] congelados não usados no momento mantidos à temperatura de ≤ -18°C [__] descongelados não recongelados [__] descongelados mantidos sob refrigeração [__] TOTAL S P 11 19 8 8 7 53 a6 a7 V - Preparação, Confecção, Copa e Distribuição Alimentos crus: bem separados de alimentos cozidos ou pré-cozidos [__] manipulados por pessoas diferentes [__] hortícolas e frutas crus são higienizados [__] se necessário monitorizada a temperatura [__] Fritura: fritadeira com termostato funcionante [__] temperatura ≤ 180°C [__] óleo filtrado antes do uso [__] monitorização das características sensoriais [__] recolha de amostra para verificação de compostos polares [__] total troca caso haja alteração do óleo [__] Confecção: garantidas temperaturas seguras (≥ 75°C) no centro geométrico [__] utilização de ovos pasteurizados em preparações que assim o exijam [__] procedimentos seguros em carnes e ovos mal passados [__] Pós confecção: curto intervalo até consumo [__] alimentos não servidos são imediatamente refrigerados [__] manutenção adequada da temperatura do alimento [__] controlo da temperatura [__] Refrigeração/ Manutenção congelados/ Congelação: refrigeração imediata de alimentos a servir numa refeição posterior [__] refrigeração a T > 0°C e ≤ 5°C [__] monitorização adequada da refrigeração [__] monitorização adequada da congelação [__] efectuada congelação rápida [__] conservação de congelados a ≤ - 18°C [__] utilização de células de arrefecimento rápido/abatedor de temperatura [__] Alimentos transportados: equipamento adequado [__] carros fechados [__] temperatura > 60°C para quentes [__] protegidos em recipientes fechados [__] com temperatura de 4°C ou max até 7°C durante o transporte para frios [__] alimentos congelados com temperatura < 18°C com tolerância até - 12°C durante transporte [__] Regeneração ou aquecimento: atinge temperatura min 75°C no centro térmico [__] uso de equipamentos adequados para esse fim [__] distribuição num curto intervalo de tempo [__] Área de limpeza e armazenamento: instalações adequadas [__] higienizadas [__] armazenagem correcta dos utensílios e equipamentos [__] material resistente à corrosão [__] de fácil limpeza [__] dotado de água quente e fria [__] com equipamentos de limpeza (máquinas de lavagem) [__] Lavagem loiça fina: área limpa [__] bem conservada [__] circuito adequado [__] eficiente [__] produtos de higienização adequados [__] produtos usados devidamente [__] água quente e sob pressão [__] pré-lavagem adequada [__] lavagem mecânica [__] escoamento/secagem adequados [__] armazenamento adequado da loiça [__] Lavagem loiça grossa: área limpa [__] bem conservada [__] circuito adequado [__] produtos de higienização adequados [__] produtos usados devidamente [__] lavagem mecânica [__] escoamento/secagem adequados [__] armazenamento adequado da loiça [__] presença de 2 cubas em caso de lavagem manual [__] Higienização: produtos adequados [__] procedimentos adequados [__] impede contacto de produtos químicos com os alimentos [__]presença de sinalética [__] TOTAL S N NA S N NA 4 6 3 4 7 6 3 7 11 9 4 64 VI - Serviço Vestuário/Calçado: ergonómico [__] adequado [__] completo [__] limpo [__] bem conservado [__] uso exclusivo do serviço [__] Ausência de: adornos [__] maquilhagem [__] unhas compridas [__] unhas sujas [__] unhas com verniz/gel [__] lesões cutâneas [__] lesões desprotegidas [__] fragâncias fortes [__] Sala de refeições: mobiliário, equipamentos e pavimentos higienizados [__] reposição de géneros alimentícios em recipientes adequados e higienizados [__] alimentos frios a T > 0°C ≤ 5°C [__] alimentos quentes mantidos a T ≥ 65°C [__] controlo e registo de temperatura [__] Instalações: Limpas [__] conservadas [__] bem iluminadas [__] bem ventiladas [__] sistema exaustão eficiente [__] temperatura ambiente adequada [__] Alimentos transportados: equipamento adequado [__] carros fechados [__] temperatura > 60°C para quentes [__] protegidos em recipientes fechados [__] com temperatura de 4°C ou max até 7°C durante o transporte para frios [__] alimentos congelados com temperatura < 18°C com tolerância até - 12°C durante transporte [__] TOTAL P P 6 8 5 6 6 31 a8 a9 VII - Controlo de Qualidade Implementação de procedimentos e sistemas: cumprimento dos requisitos de higiene (prérequisitos) [__] Código de Boas Práticas de Higiene [__] Código de Boas Práticas de Fabrico [__] Qualificação de fornecedores [__] Caderno de encargos [__] Notas de encomenda [__] Controlo do produto não conforme [__] Sinalética diversa bem afixada [__] Sistema baseado nos princípios do HACCP [__] Fichas técnicas de produto final [__] gestão e controlo de sobras [__] gestão e controlo de desperdício de alimentos [__] rastreabilidade [__] Documentação e Registos: Programa de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho [__] Programa de Formação [__] Programa de Controlo de Pragas [__] Programa de higienização [__] Temperaturas [__] matéria-prima [__] Rastreabilidade [__] Produto Não-conforme [__] Código de Boas Práticas [__] Código de Fabrico [__] Fichas técnicas de produtos de higienização [__] Plano de Higienização: procedimentos para lavagem e desinfecção [__] definição das zonas a serem limpas [__] equipamentos [__] materiais e procedimentos adequados [__] responsáveis pelos processos e áreas [__] Plano de controlo de pragas: registo [__] mapa (plano de desinfecção) [__] empresa específica [__] desratização e desbaratização periódicas [__] ausência de vestígios de pragas [__] insectocaçador/electrocutor [__] redes mosquiteiras nas janelas [__] Pessoal não manipulador de alimentos: todos recebem vestuário adequado [__] cumprem as regras da unidade de produção [__] Análise microbiológica/Registo: alimento [__] superfície [__] manipulador [__] equipamento [__] utensílio [__] Amostra-testemunho: recolha diária [__] todos os produtos [__] armazenada sob refrigeração ou congelação [__] conservada no mínimo 3 dias (72h) após consumo [__] quantidade mínima de 100g [__] recipiente estéril [__] procedimento de recolha correcto [__] momento de recolha correcto [__] TOTAL P S N NA 13 11 5 7 2 5 8 51 Legenda: P – Número total de ponto por item; S – Sim; N – Não; NA – Não Aplicável; EPI – Equipamento de Protecção Individual; FIFO – First in first out; FEFO – First expire first out; HST – Higiene e Segurança no Trabalho. a10 a11 ANEXO 2 Apresentação dos valores obtidos por Quinta a12 a13 VALORES OBTIDOS EM CADA ITEM, POR QUINTA Módulo VII Módulo VI Módulo V Módulo IV Módulo III Módulo II Módulo I ŽŶƐƚƌƵĕĆŽĞŽŶĐĞƉĕĆŽ /ŶƐƚĂůĂĕƁĞƐ ƐƉĂĕŽĚĞdƌĂďĂůŚŽ /ŶƐƚĂůĂĕƁĞƐ^ĂŶŝƚĄƌŝĂƐ sĞƐƚŝĄƌŝŽƐ WĂǀŝŵĞŶƚŽ WĂƌĞĚĞƐ dĞĐƚŽƐ :ĂŶĞůĂƐ WŽƌƚĂƐ >ĂǀĂͲDĆŽƐ ŐƵĂĚĞďĂƐƚĞĐŝŵĞŶƚŽ 'ĞůŽ >ŝdžŽŽƵZĞƐşĚƵŽůŝŵĞŶƚĂƌ sĞƐƚƵĄƌŝŽͬĂůĕĂĚŽ ƵƐġŶĐŝĂĚĞ &ŽƌŵĂĕĆŽ ^ĂƷĚĞĞ,^d >ĂǀĂŐĞŵĚĂƐDĆŽƐ ,ĄďŝƚŽƐ,ŝŐŝĠŶŝĐŽƐ ^ƵƉĞƌĨşĐŝĞƐ;ŽŶƚĂĐƚŽĐŽŵ ƋƵŝƉĂŵĞŶƚŽƐ hƚĞŶƐşůŝŽƐĞZĞĐŝƉŝĞŶƚĞƐ WƌŽĐĞĚŝŵĞŶƚŽƐ ZĞĐĞƉĕĆŽ ĐŽŶŽŵĂƚŽ ƌŵĂnjĞŶĂŐĞŵĞŵ &ƌŝŽ ƋƵŝƉĂŵĞŶƚŽƐĚĞZĞĨƌŝŐĞƌĂĕĆŽ;͙Ϳ ĞƐĐŽŶŐĞůĂĕĆŽ ůŝŵĞŶƚŽƐƌƵƐ &ƌŝƚƵƌĂ ŽŶĨĞĐĕĆŽ WſƐͲŽŶĨĞĐĕĆŽ ZĞĨƌŝŐĞƌĂĕĆŽͬDĂŶƵƚĞŶĕĆŽ;͙Ϳ ůŝŵĞŶƚŽƐdƌĂŶƐƉŽƌƚĂĚŽƐ ZĞŐĞŶĞƌĂĕĆŽŽƵƋƵĞĐŝŵĞŶƚŽ ƌĞĂĚĞ>ŝŵƉĞnjĂĞ >ĂǀĂŐĞŵ>ŽŝĕĂ&ŝŶĂ >ĂǀĂŐĞŵ>ŽŝĕĂ'ƌŽƐƐĂ ,ŝŐŝĞŶŝnjĂĕĆŽ sĞƐƚƵĄƌŝŽͬĂůĕĂĚŽ ƵƐġŶĐŝĂĚĞ ^ĂůĂĚĞZĞĨĞŝĕƁĞƐ /ŶƐƚĂůĂĕƁĞƐ ůŝŵĞŶƚŽƐdƌĂŶƐƉŽƌƚĂĚŽƐ /ŵƉůĞŵĞŶƚĂĕĆŽĚĞWƌŽĐĞĚŝŵĞŶƚŽƐ ŽĐƵŵĞŶƚĂĕĆŽĞZĞŐŝƐƚŽƐ WůĂŶŽĚĞ,ŝŐŝĞŶŝnjĂĕĆŽ WůĂŶŽĚĞŽŶƚƌŽůŽĚĞWƌĂŐĂƐ WĞƐƐŽĂůEĆŽDĂŶŝƉƵůĂĚŽƌĚĞ ŶĄůŝƐĞDŝĐƌŽďŝŽůſŐŝĐĂͬZĞŐŝƐƚŽ ŵŽƐƚƌĂͲdĞƐƚĞŵƵŶŚŽ Quinta A S ϱ ϲ Ϯ ϰ ϲ ϱ ϱ ϲ ϯ ϯ ϯ ϭ Ϯ Ϯ ϱ ϱ ϯ ϰ ϭ Ϯ ϯ ϵ ϯ ϯ ϭϭ ϭϴ ϳ ϴ ϳ ϯ ϲ ϯ ϰ ϳ ϱ ϯ ϳ ϭϭ ϵ ϯ ϲ ϱ ϱ ϲ ϱ ϭϮ ϭϭ ϱ ϲ Ϭ Ϭ ϳ N Ϭ Ϭ ϭ ϯ ϭ Ϭ Ϭ Ϭ ϭ ϭ ϯ Ϭ Ϭ ϱ ϭ ϯ Ϯ ϭ ϯ Ϭ Ϭ ϭ ϭ Ϭ Ϭ ϭ ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϭ ϯ Ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϯ ϱ ϭ Quinta B S ϱ ϲ ϯ ϱ ϰ ϰ ϰ ϱ ϯ ϯ ϯ ϭ Ϯ Ϯ ϱ ϱ ϯ ϰ ϭ Ϯ ϯ ϵ ϯ ϯ ϭϭ ϭϴ ϳ ϴ ϳ ϯ ϲ ϯ ϰ ϳ ϱ ϯ ϳ ϭϭ ϵ ϯ ϲ ϱ ϱ ϲ ϱ ϭϮ ϭϭ ϱ ϳ Ϭ Ϭ ϳ N Ϭ Ϭ Ϭ Ϯ ϯ ϭ ϭ ϭ ϭ ϭ ϯ Ϭ Ϭ ϱ ϭ ϯ Ϯ ϭ ϯ Ϭ Ϭ ϭ ϭ Ϭ Ϭ ϭ ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϭ ϯ Ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϯ ϱ ϭ Quinta C S ϰ ϲ ϯ ϱ ϲ ϱ ϱ ϲ ϯ ϯ ϰ ϭ Ϯ ϲ ϱ ϱ ϯ ϰ ϭ Ϯ ϯ ϵ ϯ ϯ ϭϭ ϭϳ ϳ ϴ ϳ ϯ ϲ ϯ ϰ ϳ ϱ ϯ ϳ ϭϭ ϵ ϯ ϲ ϱ ϱ ϲ ϱ ϭϮ ϭϭ ϱ ϲ Ϭ Ϭ ϳ N ϭ Ϭ Ϭ Ϯ ϭ Ϭ Ϭ Ϭ ϭ ϭ Ϯ Ϭ Ϭ ϭ ϭ ϯ Ϯ ϭ ϯ Ϭ Ϭ ϭ ϭ Ϭ Ϭ Ϯ ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϭ ϯ Ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϭ Ϭ ϭ Ϯ ϱ ϭ T ϱ ϲ ϯ ϳ ϳ ϱ ϱ ϲ ϰ ϰ ϲ ϭ Ϯ ϳ ϲ ϴ ϱ ϱ ϰ Ϯ ϯ ϭϬ ϰ ϯ ϭϭ ϭϵ ϴ ϴ ϳ ϰ ϲ ϯ ϰ ϳ ϲ ϯ ϳ ϭϭ ϵ ϰ ϲ ϴ ϱ ϲ ϲ ϭϯ ϭϭ ϱ ϳ Ϯ ϱ ϴ Tabela X - Apresentação dos valores obtidos em cada item, por quinta, tendo em conta as conformidades (S - Sim) e não conformidades (N - Não) e T (Total de sub-itens de cada item).