ESCOLA DE GUERRA NAVAL CMG (Md) PEDRO PAULO LIMA RIBEIRO A CONTRIBUIÇÃO DA INFORMATIZAÇÃO DA PERÍCIA MÉDICA PARA A MODERNIZAÇÃO DO SUBSISTEMA MÉDICO-PERICIAL DA MARINHA DO BRASIL Rio de Janeiro 2009 CMG (Md) PEDRO PAULO LIMA RIBEIRO A CONTRIBUIÇÃO DA INFORMATIZAÇÃO DA PERÍCIA MÉDICA PARA A MODERNIZAÇÃO DO SUBSISTEMA MÉDICO-PERICIAL DA MARINHA DO BRASIL Monografia apresentada à Escola de Guerra Naval como requisito parcial para a conclusão do Curso de Política e Estratégia Marítimas. (C-PEM) 2009. Orientador: CMG (RM1) Cesar Reis Abrantes Filho Rio de Janeiro Escola de Guerra Naval 2009 ii RESUMO É apresentado o Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde como novo paradigma para a Perícia Médica na Marinha do Brasil. Inicia-se com uma sucinta recapitulação histórica da Perícia Médica na Marinha do Brasil, desde os seus primórdios até os nossos dias, com a atual estruturação do Subsistema Médico-Pericial. Segue-se uma exposição breve e panorâmica da evolução da Teoria da Administração, com ênfase no impacto do avanço tecnológico, em especial no que tange à Tecnologia da Informação. Apresenta-se, a seguir, a situação da Perícia Médica no período pré-informatização, descrevese o Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde, sua implantação, os óbices enfrentados e as perspectivas futuras. A metodologia empregada é a do levantamento bibliográfico, associado à pesquisa participante, pois coube ao autor, na qualidade de Presidente da Junta Regular de Saúde III do Centro de Perícias Médicas da Marinha, a coordenação dos trabalhos de implantação do novo sistema. Comparam-se os processos médico-periciais nas eras pré e pós-informatização com as vantagens e as possíveis desvantagens advindas da informatização. O objetivo deste trabalho é o de caracterizar a relevância do emprego da Tecnologia da Informação (TI) na busca por eficácia, eficiência e efetividade do Subsistema Médico-Pericial. Palavras-chave: Perícia Médica. Tecnologia da Informação. Informatização. Marinha do Brasil. iii ABSTRACT It is presented the computerized system of Naval Health Inspections as a new paradigm for Medical Expertise in the Brazilian Navy. Begins with a brief historical overview of the Medical Expertise in the Brazilian Navy since its beginning until the present day, with the current structure of the Medical-expert Subsystem. It is followed by a brief exposition and overview of the evolution of the Theory of Administration, with emphasis on the impact of technological advances, particularly in relation to Information Technology. It is presented the position of Medical Expertise in pre-computerization era; it describes the Naval Computerized System of Health Inspections, its implementation, the obstacles faced and the future. The methodology used is the bibliography, with the research participant, because the author had, as President of the III Board of Health of the Navy Medical Center of Expertise, the coordination of the work. The new computorized system is compared with the old one and the advantages brought by the informatization. It concludes that the advent of the Naval Health Inspections Computerized System is an important medical advance of the expert subsystem, giving it greater efficacy, efficiency and effectiveness. Key Words: Medical Expertise. Tecnology of Information. Informatization. Brazilian Navy. iv ZUSAMMENFASSUNG Es wird das EDV-System des Navalen Gesundheitsinspektionenamts als neues Paradigma für die medizinische Kompetenz in der brasilianischen Marine vorgestellt. Zu Anfang wird ein kurzer historischer Überblick der medizinischen Kompetenz in der Brasilianischen Marine inclusive mit der aktuellen Struktur des Medizinischen Begutachtungs-Teilsystems vom Beginn bis zum heutigen Tage dargestellt. Im Folgenden befindet sich eine kurze Übersicht mit der Darstellung der Entwicklung der Verwaltungstheorie, wobei der Schwerpunkt auf die Auswirkungen des technologischen Fortschritts - insbesondere in Bezug auf der Informationstechnologie - liegt. Es wird auch präsentiert, wie die Medizinische Kompetenz in der noch nicht informatisierten Ära funktionierte, dann wird das Navale EDV-System für Gesundheitsinspektionen, seine Umsetzung, die Hindernisse und die Perspektiven für die Zukunft beschrieben. Die angewandte Methodik ist die Bibliographie und die eigene Teilnahme am Forschungsprozess, denn der Autor war zu der Zeit Präsident des 3. Gesundheitsinspektionsrats des Gesundheitsinpektionenamts der Brasilianischen Marine und somit verantwortlich für die Implantation des neuen Systems. Beide Methoden werden verglichen, und es wird über die Vorteile und mögliche Nachteile des neuen Systems diskutiert. Schlieβlich findet man in den Schlussfolgerungen den Beweis dafür, dass die Einführung des Navalen EDV-Systems für Gesundheitsinspektionen ein wichtiger Fortschritt des Begutachtung-Teilsystems darstellt, was für eine größere Wirksamkeit, Effizienz und Effektivität steht. Schlüsselwörter: Medizinische Kompetenz. Informationstechnologie. Informatisierung. Brasilianische Marine. v SUMÁRIO INTRODUÇÃO Pág. 1 1 - O SUBSISTEMA MÉDICO-PERICIAL 1.1 Histórico 1.2 A Estrutura do Subsistema Médico Pericial 1.2.1 Competência para realizar as diferentes Inspeções de Saúde 1.2.2 A Auditoria Médico Pericial 4 4 6 8 8 2 - O USO DA INFORMAÇÃO E INFORMÁTICA NA MODERNA ADMINISTRAÇÃO 2.1 Conceito de Administração 2.2 Estado Atual da Teoria da Administração 2.3 Conceito de Informação 2.4 Conceito de Informática 2.5 A Tecnologia da Informação como Ferramenta de Gestão nas Organizações 2.5.1 O Uso da Tecnologia da Informação na Área da Saúde 9 3 - A PERÍCIA MÉDICA NA MARINHA DO BRASIL NA ERA PRÉINFORMATIZAÇÃO 3.1 Fluxograma do Processo Médico-Pericial 3.2 Trâmite Interno do TIS antes da Auditagem 3.3 Trâmite Interno do TIS Datilografado 3.4 Evolução da Operacionalidade dos Processos Médico-Periciais 9 10 12 12 13 15 18 18 19 20 21 22 4 - O SISTEMA INFORMATIZADO NAVAL DE INSPEÇÕES DE SAÚDE (SINAIS) 4.1 Estruturação do SINAIS 4.2 Trâmite Processual das Inspeções de Saúde no Processo Informatizado. 4.3 Processo de Implantação do SINAIS. 22 23 36 5 - DISCUSSÃO 38 6 - CONCLUSÃO 41 REFERÊNCIAS 42 ANEXOS Anexo A - Estrutura Básica do Subsistema Médico-Pericial da Marinha Anexo B - Organograma do Centro de Perícias Médicas da Marinha Anexo C - Competências para Realização das Diversas Inspeções de Saúde Anexo D - Fluxograma do Processo Médico-Pericial Anexo E - Relação de Entrevistas Realizadas 45 46 47 50 51 1 INTRODUÇÃO Em 2008, a Perícia Médica da Marinha do Brasil completou 150 anos de existência formal, desde a criação da Primeira Junta Médica da Marinha, em 27 de julho de 1858. Com a Proclamação da República, o então Hospital Imperial de Marinha da Corte teve seu nome sucessivamente mudado para Hospital Naval da Capital Federal, Hospital da Marinha do Rio de Janeiro e Hospital Central da Marinha (1913). A Perícia Médica passou, então, a constituir um departamento em seu organograma. Em 1995 foi criado o Centro de Perícias Médicas da Marinha (CPMM), em virtude da complexidade e importância crescentes que vinha assumindo a Perícia Médica no âmbito da Marinha do Brasil, e da consequente necessidade de uma Organização Militar exclusivamente incumbida de planejar e controlar as atividades do Subsistema Médico-Pericial (SMP). O termo “Administração”, compreendido simplesmente como prestação de serviço a outrem, sofreu, ao longo do tempo, grande aprofundamento e ampliação em seu significado. Atualmente, a Teoria da Administração compreende simultaneamente seis vertentes reunidas, dentre elas, a tecnologia. A era da informatização que ora atravessamos é pródiga em mudanças e transformações, em turbulência e instabilidade, e impõe novos e crescentes desafios à administração. A demanda por conhecimento vem aumentando os desafios inerentes à utilização da tecnologia de informação como forma de subsidiar o processo de tomada de decisão e nortear as políticas sociais e de saúde. A integração dos sistemas de saúde por meio do uso da Tecnologia da Informação (TI), quando efetivada, contribuirá para o aperfeiçoamento e a consolidação da gestão desses sistemas, racionalizando os recursos disponíveis e trazendo benefícios, tanto para o usuário, como para os profissionais de saúde e gestores. Nesse contexto, o Centro de Perícias Médicas da Marinha deu início, no ano de 2002, à implantação do Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde (SINAIS) que tem a finalidade de gerenciar o Subsistema Médico Pericial e que, integrado ao Sistema Web de Gestão do Sistema de Saúde da Marinha (Sistema SALUS), permitirá atingir objetivos táticos e estratégicos. Até a implantação do sistema informatizado, as Inspeções de Saúde eram realizadas utilizando-se um formulário em papel, denominado Termo de Inspeção de Saúde (TIS), no 2 qual os dados pessoais do inspecionado, a anamnese médico-pericial e os achados do exame físico eram escriturados a mão. Os resultados dos exames complementares eram anexados ao TIS em papel. Uma vez concluída a Inspeção de Saúde, o TIS manuscrito era datilografado e assinado. Esse processo, além de moroso, implicava uma grande carga de retrabalho. Com o aumento da demanda por Inspeções de Saúde, aliado à diminuição de pessoal, muitos TIS, especialmente aqueles referentes às inspeções de saúde para controle periódico, deixaram de ser datilografados, sendo arquivados na sua forma manuscrita nas respectivas Juntas de Saúde, fato que gerou um grande aumento de documentos arquivados nas Juntas de Saúde. Na realidade, foi essa carga aumentada de trabalho e o número de documentos arquivados que, em 2002, gerou a resposta, o início do processo de implantação do SINAIS. A Junta Regular de Saúde III foi inicialmente selecionada para realizar a implantação do Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde (SINAIS). Paulatinamente, o SINAIS foi implantado, sucessivamente, no Departamento de Auditoria Médico Pericial, nas demais Juntas de Saúde do Centro de Perícias Médicas da Marinha e nas Juntas de Saúde extraCPMM da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Atualmente, algumas Juntas de Saúde de outros Distritos Navais já se encontram ligadas ao Sistema, e outras estão em processo de implantação. Brevemente, todas as Juntas de Saúde e os Médicos Peritos Isolados (MPI) do Brasil estarão conectados ao SINAIS. O processo de implantação foi árduo e penoso: o Sistema “caía” com muita frequência, acarretando a perda de informações, obrigando os médicos da JRS III a realizar as Inspeções de Saúde também no formulário em papel, como forma de backup. À medida que os problemas eram sanados por meio de novas versões do programa, o processo ia sendo progressivamente retomado até a sua conclusão final, isto é, sendo feito no sistema informatizado, desde o evento de criação da Inspeção de Saúde até a sua conclusão, auditagem, numeração e impressão do TIS. Hoje em dia, o sistema continua em aperfeiçoamento, no sentido de permitir a geração de relatórios gerenciais, o que propiciará o aprimoramento do controle sobre todo o Subsistema Médico-Pericial e a produção de dados estratégicos que permitirão a atualização das políticas de saúde. No período no qual o SINAIS foi implantado em todas as Juntas de Saúde do Centro de Perícias Médicas da Marinha e nos MPI do Hospital Central da Marinha, pode-se constatar uma melhora significativa dos processos médico-periciais no que tange à agilidade processual, economia de meios, com consequente diminuição de custos, uniformidade dos processos, interface mais ágil com a Auditoria Médico-Pericial, padronização de condutas, otimização do controle exercido pelo CPMM sobre o Subsistema Médico-Pericial, prevenção 3 contra eventuais processos fraudulentos e melhor descortino por parte dos peritos de todo o histórico médico-pericial do inspecionado. O objetivo deste trabalho é o de caracterizar a relevância do emprego da Tecnologia da Informação (TI) na busca por eficácia, eficiência e efetividade do Subsistema MédicoPericial. 4 1 O SUBSISTEMA MÉDICO PERICIAL 1.1 Histórico A história da Perícia Médica na Marinha do Brasil remonta ao século XIX, com a criação do Hospital Imperial de Marinha da Corte, instalado nas dependências da Fortaleza de São José, conforme o decreto de 3 de março de 1837. As atividades médicas do estabelecimento tiveram início em março de 1837, em atendimento às necessidades da Família Naval. Há registros da determinação do Imperador D. Pedro II para que os médicos do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro realizassem inspeções de Saúde de Ingresso, e controle de saúde de seus empregados. Em 1841 o governo imperial autorizou a construção de um asilo para militares inválidos e estendeu o mesmo direito aos seus dependentes, evidência indireta da existência de perícias médicas para a concessão de benefícios. Em 1849, o Dr. Joaquim Cândido Soares de Meirelles, atualmente o Patrono do Corpo de Saúde da Marinha, é nomeado Cirurgião-Mor da Armada Nacional e Imperial e primeiro Diretor de Saúde Naval(1). Em 1858, o Imperador D. Pedro II aprova a criação da 1ª Junta Médica da Marinha Brasileira, e a perícia médica na Marinha é estabelecida e regulamentada por meio do Decreto nº 1981, de 1857, e do Aviso de 27 de julho de 1858, com a finalidade de executar perícias e inspecionar oficias e praças(1). Inicialmente, as perícias médicas eram consignadas em livros de tombo, segundo uma ordem cronológica, onde constavam os dados do inspecionado, a moléstia do qual padecia e a conclusão (laudo). O Decreto nº 2583, de 30/04/1860, do Imperador, que tratava da reforma dos Arsenais do Império, estabeleceu, dentre outras obrigações assistenciais do cirurgião, aquela de realizar as inspeções “nos operários e aprendizes, que tenhão de ser admittidos no quadro dos effectivos, e nas companhias de artífices”. O decreto estabeleceu também que aquelas "inspecções requisitadas pelos próprios interessados para obter em alguma graça do governo" (Inspeção de Saúde para Concessão de Benefício) deveriam ser realizadas por uma junta de saúde e “nas províncias em que as não houver, por uma junta médica nomeada “ad hoc” pelo presidente da província”.(1) 5 Com a Proclamação da República, o Hospital Imperial da Marinha da Corte passou a ser sucessivamente denominado Hospital Naval da Capital Federal (1889), Hospital da Marinha do Rio de Janeiro (1890) e Hospital Central da Marinha (1913). A perícia médica passou a constituir um Departamento em seu organograma.(1) Diante da crescente relevância da Perícia Médica no âmbito do Sistema de Saúde da Marinha, a Administração Naval constatou a necessidade da criação de uma organização militar que controlasse o Subsistema Médico-Pericial. O Centro de Perícias Médicas da Marinha (CPMM) foi, então, criado pela Portaria Ministerial nº 0184, de 16 de março de 1995, e passou a funcionar no Pavilhão Dr. Soares Meirelles, situado no Complexo do Hospital Central da Marinha.(2) Desde a sua criação, os sucessivos Diretores do Centro de Perícias Médicas da Marinha, em consonância com as medidas preconizadas pelo EMA-131 (Manual de Gestão Contemporânea)(3), vêm implementando a modernização de suas instalações, dos processos médico-periciais e também o aprimoramento técnico-científico de seus profissionais de saúde. Nesse sentido, o Centro de Perícias Médicas da Marinha, em comum acordo com a Escola de Saúde do Hospital Naval Marcílio Dias, está preparando cursos de formação na área da Perícia Médica – como o Curso Expedito de Perícias Médicas –, e na área de Medicina Legal – o Curso Especial de Medicina Legal –, este atualmente em fase de preparação curricular. Inicialmente, houve a tentativa de implementação do chamado Termo de Inspeção de Saúde Informatizado, que se limitava a gerar um Termo de Inspeção de Saúde por meio de computadores, não havendo, portanto, preocupação com o trâmite de documentos, que continuaria a ser feito por formulários em papel. No Capítulo 3 será descrito com detalhes o trâmite dos documentos médico-periciais. Posteriormente, o CA (Md) Manoel Moreira Filho, durante a sua gestão como Diretor do Centro de Perícias Médicas da Marinha (2000–2003), concebeu o Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde (SINAIS), que constitui um novo paradigma de informatização da perícia médica no âmbito da Marinha do Brasil. Este sistema preconiza a informatização de todo o processo médico-pericial, incluindo a tramitação eletrônica dos documentos médicopericiais. Além disso, com a constituição de um banco de dados, o SINAIS poderá funcionar como um sensor epidemiológico, com o objetivo de orientar ações de saúde preventivas, bem como a reabilitação. 6 1.2 A Estrutura do Subsistema Médico-Pericial O Subsistema Médico-Pericial da Marinha (Anexo A), integrante do Sistema de Saúde da Marinha, é responsável pela verificação e controle do estado de higidez do pessoal militar e civil, tanto em serviço ativo como inativo, e aquele em processo de seleção para ingressar nas fileiras da Marinha do Brasil. (4) O Centro de Perícias Médicas da Marinha é a estrutura organizacional central do Subsistema Médico Pericial. Seu diretor é um Contra-Almirante Médico, diretamente subordinado ao Diretor de Saúde da Marinha, e exerce, cumulativamente, a Presidência da Junta Superior de Saúde da Marinha (JSS). Subordinado ao Diretor do Centro de Perícias Médicas da Marinha está o Vice-Diretor, a quem estão subordinados diretamente os quatro departamentos, a saber: Departamento de Perícias Médicas, Departamento de Planejamento, Departamento de Auditoria e Departamento de Administração (Anexo B). Ao Centro de Perícias Médicas da Marinha compete contribuir para a execução das atividades do Subsistema Médico Pericial mediante ao exercício das seguintes tarefas:(2,5) I) Planejamento, coordenação e controle das atividades médico-periciais no âmbito da Marinha do Brasil;(5) II) Realização de Inspeções de Saúde dos militares, funcionários civis e seus dependentes e dos candidatos aos concursos de admissão aos diversos corpos e quadros da Marinha do Brasil, bem como outras modalidades de Inspeções de Saúde determinadas em regulamentação específica;(5) III) Proposição à Diretoria de Saúde da Marinha de medidas para o aperfeiçoamento do Subsistema Médico-Pericial.(5) As Inspeções de Saúde são regidas pela DGPM-406, Normas Reguladoras para Inspeções de Saúde na Marinha, atualmente na sua 4ª revisão.(4) As atividades médico-periciais são desempenhadas pelos diversos Agentes MédicoPericiais (AMP), Juntas de Saúde e Médicos Peritos Isolados (MPI) organizados segundo o princípio de hierarquia funcional com a seguinte precedência: a) Junta Superior de Saúde (JSS) – é o AMP de maior nível hierárquico na Marinha do Brasil, destinada a realizar as inspeções de saúde (IS) em grau de revisão ou recurso 7 efetuadas pelas JSD e JSAE/CPMM, e é presidida pelo Diretor do Centro de Perícias Médicas da Marinha, Contra-Almirante Médico e composta por mais quatro médicos e um secretário, também médico, porém sem direito a voto. b) Juntas Superiores Distritais (JSD) – são as AMP de maior nível hierárquico nas áreas de jurisdição dos respectivos Distritos Navais. São compostas por um presidente, preferencialmente oficial superior médico da ativa, e quatro membros. c) Junta de Saúde para Atividades Especiais / CPMM – é o AMP destinado a efetuar Inspeções de Saúde relacionadas ao exercício de atividades especiais que exijam elevado grau de higidez psicofísica. É composta por um Presidente, preferencialmente oficial superior médico da ativa qualificado em Medicina de Aviação ou Submarino e Escafandria, e quatro membros, sendo dois especializados em Medicina de Aviação e, outros dois, em Medicina de Submarino e Escafandria. d) Junta de Saúde para Atividades Especiais / ComForAerNav (JSAE/ComForAerNav) – é composta por um Presidente, preferencialmente oficial superior médico da ativa, e dois membros, todos especializados em medicina de aviação, destinada à realização dos controles anuais referentes à aviação e atividades aéreas. Só é competente para conferir a aptidão. e) Junta de Saúde para Atividades Especiais de ComForS (JSAE/ComForS) – é composta por um Presidente, preferencialmente oficial superior médico da ativa, e dois membros, todos especializados em medicina de Submarino e Escafandria, destinada a realizar os controles anuais referentes as atividades de imersão, mergulho e ambiente hiperbárico. Só é competente para conferir aptidão. f) Juntas Regulares de Saúde (JRS) – são constituídas por um Presidente, preferencialmente oficial superior médico da ativa, e dois membros, designados pelo SDP, exceto aquelas localizadas na área de jurisdição do Comando do 1ºDN, cujos presidentes e demais membros serão designados mediante Portaria do Diretor do CPMM, destinada a realizar as inspeções de rotina contidas no Anexo C item II. g) Médico Perito Isolado (MPI) – é o AMP de menor precedência hierárquica no Subsistema Médico Pericial, constituído por um médico militar ou civil da Marinha do Brasil, designado por portaria do Titular da OM ao qual estiver subordinado. 8 1.2.1 Competência para realizar as diferentes Inspeções de Saúde Existem dois tipos de Inspeção de Saúde, a saber: a) Inspeções de Saúde de Rotina são aquelas previstas na DGPM-406; e b) Inspeções de Saúde Extraordinárias são as IS determinadas por Autoridade Judiciária, ou aquelas de interesse da Administração Naval, não previstas na DGPM-406. As competências para realizar as diversas Inspeções de Saúde encontram-se registradas no Anexo C. 1.2.2 Auditoria Médico-Pericial A Auditoria Médico-Pericial constitui um Departamento do CPMM subordinado ao Vice-Diretor, encarregado de auditar as Inspeções de Saúde e atos afins realizados na Marinha do Brasil. A fiscalização que esse setor exerce sobre a documentação médico-pericial é meticulosa no intuito de determinar se a forma e o conteúdo da referida documentação estão em consonância com a Norma em vigor.(2,4,5) Caso a documentação médico-pericial não esteja em consonância com as normas reguladoras, quer sob o ponto de vista formal, quer sob o ponto de vista do conteúdo, ela deverá ser remetida ao AMP de origem com as indicações das discrepâncias encontradas e os procedimentos para saná-las. Cabe ressaltar que a Auditoria não tem o caráter disciplinar ou punitivo, mas somente o objetivo de detectar os erros documentais e verificar a coerência entre o texto e o laudo emitido, uniformizando, assim, os atos médico-periciais em toda a Marinha do Brasil. Essa documentação tem caráter médico-legal, e daí advem a importância de sua precisão e correção, pois frequentemente é solicitada pelas Justiças Militar e Comum.(2) Dentre as atribuições da Auditoria, cabe, ainda, ressaltar a emissão de Certidões nos casos de invalidez e o fornecimento de cópia ou certidão de documento médico-pericial para fins administrativos e judiciais, podendo até mesmo ser por solicitação do interessado. Tem, também, sob a sua responsabilidade, o controle e o arquivamento desses documentos.(2,5) 9 2 O USO DA INFORMAÇÃO E DA INFORMÁTICA NA MODERNA ADMINISTRAÇÃO 2.1 Conceito de Administração Administração é um processo integrativo da atividade organizacional que permeia nossa vida diária. A necessidade de administrar surge do confronto entre as variáveis que compõem uma atividade estruturada formalmente, como recursos materiais e humanos ou tecnologia, entre outros. A administração não está restrita aos setores produtivos de bens e serviços, sendo até mesmo necessária em um núcleo familiar. Quanto maior o grau de complexidade da atividade definida pelo grupo formal, maior a necessidade de aplicação dos conhecimentos proporcionados pela ciência administrativa.(6) A teoria das organizações amplia de forma apreciável a tipologia das organizações: as de transformação, (p.ex., fábricas); as de serviço, (p.ex., hospitais, bancos, o Centro de Perícias Médicas da Marinha) e as assistenciais, (p.ex., igrejas, ONGs).(6) Há um corpo de conhecimentos que é peculiar ao estudo da administração. No decorrer dos anos, certos conceitos têm sido desenvolvidos com base em pesquisas, em experiências da vida real, em conexão com conceitos originados de outros campos da ciência, que, adaptados à administração, contribuem para o sucesso de qualquer empreendimento. Sendo assim, a administração é um campo teórico sujeito à evolução e mutação. É necessário um esforço concentrado no estudo, compreensão e aplicação das teorias administrativas para nos envolvermos eficazmente com os complexos problemas sociais, presentes e futuros.(6) A palavra administração tem várias acepções. Não há um padrão universalmente aceito para definirmos administração. Os dicionários da língua portuguesa mostram esta pluralidade de significados: entre outros, pode ser expressa por meio de verbos como gerir, mostrar e conferir. O vocábulo administração vem do latim e pode ser desmembrado em duas partes: ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência). Originalmente significava aquele que realiza uma função sob o comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro. Administratio, segundo o dicionário, significa ajuda, ministério, assistência, serviço, ou ainda governo, administração e manejo. Administratio rerum (Justino) foi utilizado para designar administração de negócios. Já o termo administratio belli foi 10 cunhado por Cícero e definia a direção da guerra e administratio gentis, também de Justino, era usado em relação ao governo de um país.(7,8) O mais importante e consistente uso do termo administração é aquele no qual é caracterizado como um processo integrativo fundamental objetivando a busca de resultados específicos. Administrar é um processo pelo qual o administrador cria, dirige, opera e controla uma organização. Um segundo significado do termo, complementar ao precedente, é o de uma área do conhecimento: Administração como disciplina organizada pesquisada e ensinada em instituições de ensino superior. Um terceiro aspecto, considerado dentro do conjunto de conceitos sobre administração, é o do campo profissional de uma carreira que abranja coletivamente o grupo envolvido com o processo de administrar. Como uma concepção de carreira, apresenta variedade de interesses e desafios enfocando especializações dentro de cada área funcional: marketing, finanças, recursos humanos e produção.(6) 2.2 Estado Atual da Teoria da Administração A visão da Administração ao longo da história é importantíssima para se conhecer sua trajetória e tendências futuras. As organizações passaram por três etapas ao longo do Século XX: A era industrial clássica; A era industrial neoclássica e A era da informação. Na era industrial clássica, a Teoria da Administração procurou enfatizar as tarefas (Administração Científica de Taylor), partindo posteriormente para a ênfase na estrutura organizacional (Teoria Clássica e Teoria da Burocracia), para depois enfatizar as pessoas (Teoria das Relações Humanas). Na era industrial neoclássica, em razão das mudanças e transformações, houve uma reformulação das teorias anteriores (Teoria Neoclássica, Teoria Existencialista e Teoria Comportamental), além do surgimento da ênfase na tecnologia, a Teoria Neoestruturalista e no Ambiente, a Teoria de Sistemas e Teoria da Contingência. Com a intensificação das mudanças e as transformações na era da informação, as preocupações passaram a ser centradas na globalização dos negócios e consequentemente, na qualidade, 11 produtividade e competitividade. A tabela 1 a seguir apresenta-nos as principais teorias administrativas e seus principais enfoques.(9) Tabela 1 As principais teorias administrativas e seus principais enfoques. ÊNFASE TEORIA ADMINISTRATIVA Administração Científica Tarefas Teoria Clássica Teoria Neoclássica Estrutura Teoria da Burocracia Teoria Estruturalista Teoria das Relações Humanas Pessoas Teoria do Comportamento Organizacional Teoria do Desenvolvimento Organizacional Teoria Estruturalista Ambiente Teoria da Contingência Tecnologia Teoria da Contingência Competitividade Novas Abordagens na Administração PRINCIPAIS ENFOQUES Racionalização do trabalho no nível Operacional Organização formal Princípios gerais da Administração Funções do administrador Organização formal burocrática Racionalidade organizacional Múltipla abordagem: - organização formal e informal - análise intra-organizacional - análise inter-organizacional Organização informal Motivação, liderança, comunicação e dinâmica de grupo Estilos de Administração Teoria das decisões Integração dos objetivos organizacionais e individuais Mudança organizacional planejada Abordagem de sistema aberto Análise intra-organizacional e análise ambiental Abordagem de sistema aberto Análise ambiental (imperativo ambiental) Abordagem de sistema aberto Administração da tecnologia (imperativo tecnológico) Caos e complexidade Aprendizagem organizacional Capital intelectual Fonte: CHIAVENATO (2006, p. 10). Há um efeito cumulativo e abrangente das diversas teorias com suas diferentes abordagens. Todas elas ainda são válidas e atuais, embora cada qual valorize uma ou algumas das seis variáveis básicas. Cada teoria administrativa surgiu como resposta aos problemas empresariais relevantes de sua época, e todas foram bem-sucedidas nas soluções específicas para tais problemas. Desse modo, todas as Teorias Administrativas são aplicáveis às situações atuais. A Teoria Geral da Administração estuda a administração das organizações do ponto de vista da interação e interdependência das variáveis expostas na Tabela 1. 12 Essas variáveis constituem os principais componentes no estudo da Administração das organizações e atuam de maneira sistêmica e complexa, onde cada componente influencia, e é influenciado pelos outros. Estudaremos o enfoque da tecnologia e especialmente a tecnologia da informação.(7) 2.3 Conceito de Informação Informação, seja no ponto de vista leigo, ou do ponto de vista científico, envolve um processo de redução da incerteza. Na linguagem diária, a ideia de informação está associada àquela de novidade e utilidade, pois a informação e o conhecimento (não qualquer conhecimento) disponível para uso imediato nos permite orientar nossas ações com o objetivo de diminuir o nível de incerteza que cerca as nossas decisões cotidianas.(7) 2.4 Conceito de Informática A informática é o ramo do conhecimento que lida com o tratamento racional e sistemático da informação por meios automáticos. A informática não se confunde com computadores, mas é consequência da existência dos computadores. As principais consequências da informática na administração são:(7) Automação, Tecnologia da informação, Sistemas de informação gerencial, Integração do negócio e e-Business. 13 2.5 A Tecnologia da Informação como Ferramenta de Gestão nas Organizações As organizações hodiernas inserem-se em um ambiente de competição crescente que apresenta características peculiares, a saber: a forte concorrência, a diversidade de produtos e serviços, e a crescente demanda de qualidade de produtos e serviços, o que impõe às empresas uma nova postura gerencial condizente com os crescentes desafios de uma eficiente gestão organizacional.(10) A Tecnologia da Informação (TI) surgiu como resposta às necessidades crescentes de distribuição e gerenciamento e também como forma de facilitar a gestão de um número cada vez maior de informações numa economia altamente competitiva e instável. A gestão das informações constitui-se, seguramente, em um dos campos do trabalho gerencial mais dinâmico, especialmente em razão das céleres mudanças associadas à TI.(10) A velocidade e a confiabilidade dos dados são de extrema relevância para a execução de uma gestão eficaz auxiliada pela qualificação e aprimoramento cada vez maior dos profissionais envolvidos na administração. As decisões gerenciais estão sempre em busca da ampliação da efetividade dos resultados organizacionais a partir dos recursos disponíveis. No que tange aos sistemas de informações, essa busca tem-se destacado diante dos demais sistemas organizacionais, principalmente devido ao que se convencionou denominar por revolução da informação, decorrente dos grandes efeitos que a TI tem provocado no âmbito da corporação e da vida cotidiana das pessoas. O desenho predominante nas empresas contemporâneas considera a presença de vários stakeholders, ou seja, governo, consumidores, fornecedores, meio ambiente, concorrentes etc., com alto nível de interligação, o que preconiza que as informações sejam precisas, adequadas, pontuais, confiáveis e rápidas. A operacionalização dos sistemas de informação das organizações deve desenvolver-se com adequação a essas exigências para o recebimento e transmissão das informações.(10) Os sistemas de informação podem ser definidos de várias maneiras, todas com a mesma ideia de envolver os elementos tradicionais da teoria geral dos sistemas na relação entre dados e informações.(10) 14 Sistemas de informações são definidos como uma série de elementos e componentes interrelacionados que coletam, manipulam e armazenam, disseminam os dados e informações, além de fornecer um feedback. Por outro lado, procura-se enfatizar a natureza gerencial desses sistemas definindo-os como o processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória de uma empresa, proporcionando ainda a sustentação administrativa para melhorar os resultados esperados.(10) Há dois tipos fundamentais de sistemas de informações: o manual, no qual parte da operacionalização das atividades prescinde do uso dos computadores, e os informatizados. Normalmente há uma progressão dos sistemas manuais para os sistemas eletrônicos. Tal progressão tem como causa principal a complexidade operacional das atividades relacionadas ao processamento e à armazenagem dos dados.(10) O uso crescente da TI é observado em grande parte das organizações, favorecido pelo barateamento dos recursos de informática, pela rápida evolução dos modelos de gerenciamento de dados e informações, além da rapidez que esses sistemas proporcionam.(10) Identificam-se três níveis operacionais dos sistemas de informações: O nível estratégico, que oferece suporte ao mais alto nível organizacional de decisão; O nível tático, o oferece suporte ao nível intermediário com atividades de controle de recursos empresariais; e O nível operacional, que fornece suporte ao nível executivo. Há especificidade dos sistemas de informação de acordo com a área funcional da organização, como também de acordo com o setor no qual a organização atua. Desse modo, não é possível identificar um sistema de informações padronizado. Entretanto, em qualquer organização dividem-se em quatro tipos básicos: Sistemas de processamento de transações (atividades rotineiras e repetitivas); Sistemas de informações gerenciais; 15 Sistemas de apoio à decisão; e Sistemas especialistas. Os principais benefícios que o sistema de informação traz às organizações são: maior segurança, melhor serviço, maior valor agregado aos produtos e serviços, vantagem competitiva, menor incidência de erros, maior precisão, aperfeiçoamento da comunicação, maior produtividade, maiores oportunidades, redução de custos e apoio aos processos de tomada de decisões superiores.(10) 2.5.1 O uso da Tecnologia da Informação na Área da Saúde Existe um amplo entendimento quanto à importância capital da informação na avaliação do sucesso das políticas de saúde. A definição de políticas para a Informação e Informática em Saúde vem se difundindo mundialmente. As experiências de países com sistemas públicos de saúde são de especial interesse para a elaboração da política brasileira. Esse consenso manifesta-se não apenas na literatura especializada, mas também em relatórios e recomendações de conferências de saúde e eventos de sociedades científicas. As informações epidemiológicas, financeiras, orçamentárias, socioeconômicas, demográficas etc., oriundas de dados de qualidade, podem revelar a realidade dos serviços, ações de saúde e a saúde da população, proporcionando aos gestores o estabelecimento de prioridades de investimento. A demanda por informações em saúde vem aumentando os desafios inerentes à sua utilização para a tomada de decisões, bem como permite correções de trajetória.(11) A Tecnologia da Informação surgiu como resposta às crescentes necessidades de distribuição gerenciamento, e também como forma de facilitar a gestão de um número cada vez maior em uma economia altamente competitiva e instável. Fatores como velocidade e confiabilidade dos dados relevantes para a execução de uma gestão eficaz, auxiliados pelo aprimoramento e qualificação cada vez maior dos profissionais envolvidos na administração, e que não encontravam ferramentas capazes de suprir as suas necessidades, também foram forças motrizes que impulsionaram a expansão dos conceitos de Tecnologia da Informação em âmbito mundial, em um período muito curto da nossa história contemporânea.(12) A evolução dessas ferramentas e soluções ao redor do mundo foi acompanhada por inúmeras questões acerca de sua eficácia e funcionalidade, assim como da sua aplicabilidade 16 aos modelos de gestão existentes. Inúmeras frentes discutem incessantemente os modelos de TI apresentados e utilizados.(11) Percebe-se que em virtude da pressão da sociedade por transparência, racionalização dos recursos, demanda por melhor qualidade dos serviços públicos e principalmente pela mudança nos paradigmas da administração pública, consubstanciados na busca por eficiência, foco no cidadão e nos resultados, a TI está cada vez mais presente como fator qualificador da gestão das políticas públicas. No setor de saúde pública, a demanda por informações vem aumentando os desafios inerentes à sua utilização como forma de subsidiar o processo de tomada de decisão e o controle social. Muitos avanços foram alcançados desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), porém ainda insuficientes frente à necessidade de caminhar para a integração dos sistemas e na utilização da informática para a melhoria dos processos de trabalho em saúde. A integração dos sistemas de informação em saúde por meio do uso da TI, quando efetivada, contribuirá para o aperfeiçoamento e consolidação da gestão descentralizada do SUS, com a racionalização dos recursos disponíveis, trazendo benefícios para usuários, profissionais e gestores.(11) Em sintonia com esse entendimento, tornou-se um objetivo setorial do Ministério da Saúde o estabelecimento de uma Política Nacional de Informação e Informatização na Saúde (PNIIS) com os objetivos de subsidiar os processos de produção e produção de conhecimento, gestão, organização da atenção à saúde e controle social.(11) O Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 327, de 17 de fevereiro de 2009, instituiu o Comitê de Informação e Informática em Saúde – CIINFO/MS.(13) No âmbito do Sistema de Saúde da Marinha, várias ações vêm sendo tomadas pelas diferentes organizações de saúde, a exemplo de outras organizações de saúde das esferas federal, estadual e municipal, bem como das outras forças singulares, no sentido de implementar a informatização de seus processos, a saber: Prontuário Eletrônico, Sistema de Marcações de Consultas e SEDIME. No Centro de Perícias Médicas da Marinha vem sendo desenvolvido o Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde, que no futuro será integrado ao Sistema Web de Gestão do Sistema de Saúde da Marinha (Sistema Salus) e constitui a resposta ao desafio de integrar os Sistemas de Informação em Saúde.(14.15.16) 17 Com relação aos sistemas informatizados de Perícia Médica desenvolvidos em outras organizações, inclusive aquele desenvolvido pelo Exército Brasileiro (SISPMED), o autor decidiu não estudar o assunto por entender que tal procedimento o afastaria do escopo deste trabalho.(17,18) 18 3. A PERÍCIA MÉDICA NA MARINHA DO BRASIL NA ERA PRÉINFORMATIZAÇÃO Após termos discorrido sobre a história da Perícia Médica na Marinha do Brasil, passando pela criação do Centro de Perícias Médicas da Marinha, a importância das novas tecnologias de informação para o aprimoramento da qualidade dos serviços de saúde, e antes de descrevermos o Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde, é mister termos uma visão, ainda que simplificada, dos processos periciais antes da informatização para que melhor compreendamos a absoluta necessidade do emprego dessa ferramenta tecnológica. 3.1 Fluxograma do Processo Médico-Pericial Como foi anteriormente descrito no Capítulo 1, as Inspeções de Saúde eram inicialmente escrituradas em Livros de Tombo. Os lançamentos resumiam-se ao nome no inspecionado, posto, moléstia incapacitante e assinatura dos médicos peritos. Com o passar do tempo, as Inspeções de Saúde foram-se diversificando, e não se restringiam somente às verificações de deficiência funcional e invalidez. Surgiram os Controles de Saúde Periódicos. Por outro lado, o progresso da ciência médica foi incorporando às Inspeções de Saúde exames ancilares, isto é, radiológicos, bioquímicos, hematológicos e imunológicos. A quantidade dessas informações demandou a criação de um formulário próprio, denominado Termo de Inspeção de Saúde (TIS), no qual constavam vários campos onde eram escriturados os dados da anamnese médico-pericial, exame físico, exame odontológico, exames radiológicos, bioquímicos e imunológicos, bem como audiometria, dados biométricos, acuidade visual, pareceres etc. Além disso, havia um campo para a identificação do inspecionado no qual constavam: nome, NIP, Identidade, Endereço, OM de origem, entre outros. Havia também campos destinados à escrituração do laudo médico-pericial, campo destinado à assinatura dos médicos e campo para homologação da Inspeção de Saúde por instância pericial mais elevada, se pertinente. O militar ou funcionário civil apresentados para Inspeção de Saúde compareciam à secretaria em jejum de doze horas munidos do documento de identidade e documento que determinou a sua inspeção de saúde. Na ocasião era preenchido o campo de identificação no 19 Termo de Inspeção de Saúde (rascunho). Posteriormente, o inspecionado era encaminhado para o Laboratório e à Radiologia para realização dos respectivos exames. Concluída essa etapa, o inspecionado passava a realizar o exame odontológico, biométrico, exame de acuidade visual ou outros exames pertinentes (eletrocardiograma e audiometria). Após a realização desses procedimentos, era agendado o retorno do inspecionado em uma data posterior, após recebimento dos resultados dos exames laboratoriais. O rascunho do TIS era, então, arquivado até o retorno do inspecionado. Uma vez recebidos os resultados dos exames laboratoriais sob a forma de documentos impressos, esses eram arquivados no TIS em rascunho até o retorno do inspecionado. Então, no dia do retorno do inspecionado, o Médico Perito Isolado, ou os médicos da Junta de Saúde, entrevistavam o paciente, realizavam o exame físico e verificavam os resultados dos exames laboratoriais. Se caso todos esses elementos estivessem dentro dos limites da normalidade, a Inspeção de Saúde era então concluída, o laudo pericial era escriturado no campo apropriado do TIS, na Caderneta Sanitária, ou, posteriormente, no Prontuário Médico Individual. Caso contrário, os peritos poderiam solicitar a repetição de um ou mais exames ou, ainda, solicitar um parecer especializado que, após ser respondido, retornava ao médico solicitante pela via postal. Nessa situação, o inspecionado deveria retornar mais uma vez à Junta de Saúde ou ao Médico Perito Isolado. Concluído o laudo, era confeccionada a mensagem. 3.2 Trâmite Interno do TIS antes da Auditagem O rascunho do TIS, juntamente com os resultados dos exames laboratoriais e os pareceres eram encaminhados para serem datilografados. Esse processo era extremamente vagaroso, pois era difícil ajustar o formulário corretamente na máquina de escrever, mesmo nas elétricas, já que os campos dificultavam a tarefa de ajustar o texto às linhas. Concluído esse processo, o TIS datilografado, juntamente com o rascunho, retornava à Junta de Saúde para ser conferido e receber as assinaturas dos médicos. Frequentemente constatavam-se erros de datilografia. Quando não fosse possível a correção a carmim por excesso de erros ou erros nos laudos (os laudos não podiam ser rasurados), o documento voltava aos escreventes. 20 3.3 Trâmite Interno do TIS Datilografado Após a assinatura dos médicos, o TIS era, então, encaminhado ao Departamento de Auditoria. Havendo alguma incorreção insanável, o TIS era devolvido à Junta de Saúde ou Médico Perito Isolado (MPI) para ser corrigido, por meio de uma papeleta de retificação. Convém acentuar que todo esse trâmite era extremamente moroso. Lembre-se, também, que o Departamento de Auditoria recebe documentos periciais de todas as Juntas de Saúde e MPI, espalhados por todos os Distritos Navais. Os TIS, uma vez auditados, eram numerados e arquivados em pastas de acordo com a sequência de numeração. Devemos acentuar que o TIS só tem valor legal caso tenha recebido o número de auditagem. A numeração do TIS em papel obedece à seguinte ordenação: dois algarismos para o ano da auditagem, seguidos de um número sequencial de cinco algarismos. Após cinco anos esses TIS são encaminhados ao Serviço de Documentação da Marinha para serem microfilmados; trata-se da única forma, além do documento em papel assinado, aceita pela Justiça. Como os documentos médico-periciais têm valor médico-legal, o Departamento de Auditoria do Centro de Perícias Médicas da Marinha (CPPM) recebe frequentes solicitações das Justiças Militar ou Comum sobre Inspeções de Saúde. Tem-se, então, o processo inverso, isto é, o levantamento das Inspeções de Saúde realizadas pelo indivíduo interessado para o esclarecimento de questões que impliquem benefício pecuniário. Até o ano de 1995, as Inspeções de Saúde auditadas e numeradas eram escrituradas em livro próprio em ordem sequencial nos quais constava o nome do inspecionado e o número do TIS. Após essa data, passou-se a usar um arquivo computadorizado com a relação dos TIS numerados e o nome dos inspecionados. Este processo levanta todos os Termos de Inspeção de Saúde existentes de determinado inspecionado com o ano da Inspeção de Saúde e o número sequencial. De posse do número do TIS, são verificados os arquivos e os arquivos de microfilmagem, conforme necessidade. Embora este processo seja bastante eficaz (Moreira Filho relata que um documento lavrado no início do século XX foi localizado em excelente estado de conservação), não nos permite fazer um levantamento de entidades nosológicas prevalentes na população naval. 21 3.4 Evolução da Operacionalidade dos Processos Médico-Periciais Após a criação do CPMM, em 1995, vários acontecimentos vieram impactar o funcionamento da nova OM: A legislação pericial da época preconizava que todas as Inspeções de Saúde deveriam ser efetuadas por Juntas Regulares de Saúde (JRS), ficando os Médicos Peritos Isolados (MPS) restritos àquelas localidades onde não houvesse uma Junta de Saúde; Começou a ocorrer diminuição do número de praças escreventes como reflexo da reformulação das tabelas de lotação. Em 2000 foi criada uma terceira JRS com a finalidade de realizar os controles periódicos, em substituição ao MPI existente; e Houve um aumento paulatino das Inspeções de Saúde de ingresso nos diversos corpos e quadros da Marinha do Brasil e das Inspeções de Saúde para fim de concessão de benefício. Consequentemente, os escreventes não conseguiam mais atender à demanda crescente, acarretando a queda da qualidade do serviço produzido, aumento dos erros de datilografia e aumento do retrabalho. A partir de então se decidiu que somente os TIS referentes a Inspeções de Saúde para deixar o SAM ou SPG, para verificação de deficiências funcionais e para concessão de benefícios seriam datilografadas; as demais permaneceriam manuscritas, assinadas pelos médicos, tendo todos os documentos periciais anexados e sendo arquivadas na própria Junta de Saúde. A quantidade de papel era enorme, não havia espaço suficiente para o arquivamento adequado, o que acarretou em perda de alguns documentos devorados por cupim ou danificados pela umidade. A solução encontrada foi adotar o processo de informatização das Inspeções de Saúde com a finalidade de melhorar a operacionalidade do sistema com a aceleração da tramitação de documentos e diminuição do consumo e trâmite de papel. 22 4 O SISTEMA INFORMATIZADO NAVAL DE INSPEÇÕES DE SAÚDE (SINAIS) 4.1 Estruturação do SINAIS Conforme exposto no Capítulo anterior, nos anos 2000-2001 o Centro de Perícias da Marinha via-se diante de uma crescente demanda de inspeções de saúde. Havia um enorme acúmulo de papéis e a tramitação dos documentos era muito lenta, especialmente no que diz respeito às Inspeções de Saúde para Concessão de Benefício, cuja demora no aprestamento dos documentos periciais acarretavam prejuízos pecuniários aos inspecionados pela procrastinação da percepção de seus benefícios. Houve uma tentativa anterior de implementar um TIS informatizado, porém, como já foi anteriormente exposto, esse sistema apenas gerenciava a impressão de um TIS em papel. Foi, então, idealizado um sistema totalmente novo, o Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde (SINAIS), desenvolvido para gerir todo o Subsistema Médico-Pericial. Optou-se por desenvolver um sistema próprio para que pudesse ser moldado às peculiaridades complexas dos processos médico-periciais. Utilizou-se um software livre 100% Web que gerencia um banco de dados. O acesso se dá na intranet, podendo no futuro ser acessado via Internet, caso seja de interesse para a Marinha do Brasil.(19) A segurança e o sigilo das informações são garantidos por meio de criptografia e senhas individuais de acesso, de acordo com o perfil de cada usuário. Existem, portanto, perfis para o administrador do sistema, secretários de JS e MPI, médico de JRS, médico de JSD, JSS e JSAE, odontólogo e auditor. Assim, os enfermeiros que compõem as secretarias podem lançar os exames, mas não têm acesso aos dados referentes à anamnese e ao exame físico. O médico, apesar de poder visualizar todas as inspeções de saúde (IS), só está habilitado a editar dados naquelas IS realizadas pela junta de saúde (JS) à qual pertença. O auditor tem acesso a todos os campos, porém só pode aprovar ou reprovar. O odontólogo só é habilitado para lançar os dados do exame odontológico, e não tem acesso aos exames laboratoriais, anamnese e exame físico. O Diretor, Vice-Diretor e os médicos da Diretoria de Saúde da Marinha também têm acesso ao Sistema, porém não podem editar qualquer dado. Atualmente ainda não é possível utilizar-se a assinatura digital, o que simplificaria bastante o trâmite dos documentos médico-periciais. A Diretoria de Comunicações e 23 Tecnologia da Informação da Marinha (DCTIM) é a responsável por obter a Certificação Digital. Outra medida de proteção dos dados é a realização diária, pelo CPMM, de cópias de segurança do banco de dados, com cópia de contingenciamento na DSM. 4.2 Trâmite Processual das Inspeções de Saúde no Processo Informatizado O SINAIS apresenta na tela do computador um conjunto de módulos que correspondem aos diferentes campos do TIS, a saber, exame radiológico, diversos exames laboratoriais (sorologia, hematologia, bioquímica, urinálise), exame audiométrico, exame odontológico, biometria, anamnese (entrevista médica), exame médico e conclusão da IS. Além disso, a IS passa por diversos estágios desde a sua criação até a sua auditagem com impressão do TIS. Estes estágios são descritos a seguir: a) aberta e não iniciada; b) encaminhada à área de exames; c) encaminhada à Junta de Saúde/MPI; d) encaminhada à JSD (homologação) ou encaminhada para auditoria; e) auditada; e f) restituída pela auditoria. O trâmite das Inspeções de Saúde é semelhante aquele de era pré-informatizada. O fluxograma do Processo Médico-Pericial é apresentado no Anexo D.(20) 24 1) O CPMM recebe o documento gerador da IS (ofício ou mensagem). O inspecionado é cadastrado com seu nome e NIP e é criado um número de ordem. A IS apresenta-se, então, no estado de aberta e não iniciada (Figura 1). Figura 1 – Inspeção de saúde no estágio ABERTA E NÃO INICIADA 25 2) O inspecionado comparece em jejum de 12 horas, recebe uma senha e seus dados cadastrais são completados. 3) Em seguida o inspecionado dirige-se ao laboratório onde será feita a coleta de sangue e, logo em seguida, ao setor de radiologia. O estágio da IS é mudado para “Encaminhado Exames”. (Figuras 2 e 3) Figura 2 - Inspeção de saúde no estágio ENCAMINHADA A EXAMES. 26 Figura 3 - Inspeção de saúde no estágio DADOS LANÇADOS. 27 4) Concluídos esses exames, retorna à secretaria, de onde é encaminhado aos diversos setores para realizar biometria, audiometria, exame odontológico e de acuidade visual. Esses exames vão sendo lançados no sistema à medida que são realizados e aparecem na tela como “Dados Lançados” (Figura 4). Figura 4 - Inspeção de saúde no estágio DADOS LANÇADOS - RADIOLOGIA 28 5) O inspecionado agendará, então, um retorno em intervalo não superior a sete dias, quando os exames laboratoriais estarão lançados (os resultados dos exames laboratoriais são importados pelo sistema por meio de interface SINAIS/laboratório). Após o lançamento de todos os dados, a IS passa para o estágio “Encaminhada à Junta”. 6) No dia marcado, o inspecionado retorna e se dirige aos médicos da JS ou MPI. Nessa ocasião, a IS se encontra no estágio de “encaminhada à junta de saúde”, e todos os módulos são, então, conferidos pelo médico. Uma vez os exames estejam em conformidade, o médico clicará no botão “confirmar dados do exame”, e no lugar de dados lançados (em vermelho) aparecerá a indicação “verificado” (em verde). A partir desse momento o resultado não poderá ser mais alterado. Verificados os exames laboratoriais, o médico fará a entrevista e o exame físico e concluirá a IS com o laudo apropriado. Também serão lançados todos os códigos nosológicos encontrados nos exames laboratoriais, bem como os referidos pelo inspecionado. No laudo da Inspeção de Saúde o médico ainda poderá lançar recomendações de caráter assistencial ou ainda restrições laborais, se pertinentes. Caso haja uma anormalidade em um exame laboratorial e não seja possível concluir a IS, poderão ser solicitados pareceres especializados, ou a repetição dos exames considerados alterados (Figuras 5 e 6). 29 Figura 5 - Inspeção de saúde no estágio ENCAMINHADA À JUNTA 30 Figura 6 - Inspeção de saúde no estágio ENTREVISTA JUNTA. 31 7) Concluída a IS, essa é encaminhada para ser auditada. Os auditores conferirão todos os dados de identificação do inspecionado e cada módulo da IS. Após a aprovação, desaparece a palavra “verificado” (em letras verdes) e surge “aprovado” (em letras azuis). Estando todos os módulos aprovados, a IS é automaticamente numerada. Caso contrário, retornará à JS para nova correção (Figuras 7, 8 e 9). Figura 7 - Inspeção de saúde no estágio ENCAMINHADA À AUDITORIA. 32 Figura 8 - Inspeção de saúde no estágio CONCLUSÃO DA JUNTA/ENCAMINHADA À AUDITORIA. 33 Figura 9 - Inspeção de saúde no estágio RESTITUÍDA PELA AUDITORIA 34 8) Concluído o processo de auditagem e numeração automática da IS, é então gerado o TIS em papel com os nomes dos médicos e a inscrição no Conselho Regional de Medicina e devidamente assinado (Figura 10). Figura 10 - Inspeção de saúde no estágio AUDITADA. O Sistema fornece, também, uma lista de eventos nos quais são registrados todos os profissionais que, de uma maneira ou outra, lidaram com uma determinada IS, e a sequência temporal de cada evento. Esse recurso garante a segurança das informações periciais, previne fraudes e permite verificar se o trâmite da IS se deu em tempo aceitável; em caso negativo, permite aos gestores identificar os “gargalos” que estejam a prejudicar o bom andamento do processo (Figura 11). 35 Figura 11 – Registro de eventos da inspeção.. 36 Deve-se enfatizar, também, que todos os trâmites se dão por via eletrônica, ficando os papéis reduzidos apenas ao TIS impresso. Isto pode não parecer muito relevante no que diz respeito às IS realizadas no CPMM. Quando se trata de IS realizadas em Juntas de Saúde e por MPI extra-CPMM ou ainda provenientes de outros Distritos Navais, então estas vantagens tornam-se muito mais evidentes. 4.3 Processo de Implantação do SINAIS A primeira versão do software foi prontificada em 2002. O processo de implantação começou pela JRS III, então presidida pelo autor. Na ocasião essa JS era responsável pelos controles periódicos e licenciamento do SAM. Aqui cumpre esclarecer: embora uma JRS esteja habilitada a fazer qualquer IS de sua esfera de competência, no CPMM, devido ao elevado número de IS, e a fim de obter padronização de procedimentos, as Juntas Regulares de Saúde assumiam certa “especialização”. Assim, a JRS I era responsável pelos Benefícios e Verificação de Deficiências Funcionais, a JRS II pelas IS de Ingresso nos diversos corpos e quadros da MB, e a JRS III aos Exames Periciais de Controle Periódico e de Licenciamento do SAM. Estas modalidades de IS são as que incorporam maior número de exames e, por esse motivo, foram escolhidas para iniciar o processo de implantação. Na ocasião, fomos alertados que certamente existiriam deficiências do software que teriam de ser sanadas, por meio de novas versões, à medida que fossem se apresentando. Essas dificuldades estão relacionadas à extrema complexidade do processo médico–pericial. Inicialmente o sistema “caía” com frequência. À medida que progredíamos com a implantação, novos bugs surgiam. Foi necessário fazer cópias de segurança em papel de cada Inspeção de Saúde, para que não houvesse solução de continuidade no atendimento ao usuário. Após a realização da correção do problema tecnológico, esses dados eram copiados para o sistema. Pouco a pouco os defeitos foram sendo corrigidos e o processo foi sendo completado mediante sucessivas novas versões do programa. Posteriormente, a JSD/1ºDN, as outras JRS do CPMM, a JSAE e a JSS também passaram a utilizar o Sistema Informatizado. Nesse ínterim começou a ser desenvolvido o Sistema Web de Gestão do Sistema de Saúde da Marinha (Sistema Salus) que integrará o Subsistema Médico Pericial com o com os demais subsistemas. 37 Quando da finalização do Sistema Salus, o SINAIS incorporará melhoramentos não previstos nas versões iniciais, tais como agendamento de Inspeções de Saúde pela própria OM do inspecionado, bem como o acompanhamento das mesmas. Por ocasião do agendamento, a OM lançará todos os dados de identificação do inspecionado, o que contribuirá para a rapidez do processo pericial. Com a integração ao Sistema Salus, as JS terão à disposição uma série de informações dos prontuários eletrônicos do HNMD, o que tornará dispensáveis muitas solicitações de pareceres de especialistas. 38 5 DISCUSSÃO Após termos discorrido sobre os procedimentos periciais nos períodos pré e pós-informatização, passaremos a comparar as duas etapas com o intuito de avaliarmos as possíveis vantagens ou eventuais desvantagens advindas da implantação do SINAIS. No período pré-informatização, o inspecionado chegava ao CPMM munido da mensagem ou ofício de apresentação, no qual constava a finalidade da Inspeção de Saúde. Nesse momento, o funcionário da secretaria preenchia manualmente no TIS em papel todos os dados pessoais do inspecionado. Esse procedimento estava sujeito a erros ou à omissão de algum dado, além de ser mais demorado. Atualmente, o inspecionado apresenta seu documento de identidade e o funcionário da secretaria, por meio do nome ou do NIP do inspecionado, localiza a IS que se encontra no estágio de “aberta e não iniciada”. Após digitar os dados de identificação, o estágio da Inspeção passa a ser “encaminhada à área de exames”. O sistema, por medida de segurança, impede a mudança de estágio da IS se houver omissão de algum dado pessoal. Observa-se, nessa fase, uma vantagem em relação ao período manual no que diz respeito à rapidez e à segurança dos procedimentos. Uma vez concluída a identificação, o inspecionado passa a realizar os exames laboratoriais e os outros exames preconizados da mesma forma que no período anterior, com a vantagem que no novo sistema os resultados dos exames são lançados online, dispensando, portanto, o uso de rascunhos. Além disso, quando os exames laboratoriais são concluídos, os resultados são exportados para a respectiva IS, o que dispensa a impressão em papel e o trâmite de documentos. Podemos observar nessa etapa uma nítida vantagem do novo sistema no que tange à agilidade dos processos, segurança das informações e economia de meios. No período pré-informatização, quando o inspecionado retornava para realizar a entrevista e o exame físico, passava novamente pela secretaria para ser identificado. Nessa ocasião, o rascunho do seu TIS, contendo os exames anexados, era localizado no arquivo e levado ao médico para análise. Esse procedimento, além de demandar um tempo maior de espera por parte do inspecionado, consumia também maior tempo dos funcionários, assim como espaço e organização para arquivamento. Hoje, o inspecionado apresenta-se ao médico munido de sua identidade. Este localiza a IS por meio do nome ou NIP do inspecionado. Os exames são verificados e segue-se a entrevista e exame do inspecionado. Caso o inspecionado 39 já possua alguma IS anterior realizada no novo sistema, esta poderá ser acessada pelo médico neste momento para conferência de informações médico-periciais pregressas. O médico, então, conclui a IS com o lançamento do laudo, dos códigos de nosologias encontradas, bem como recomendações médicas ou restrições laborais, se pertinentes. O laudo também é escriturado no Prontuário Médico Individual (PMI) do inspecionado e este é então liberado. Nessa etapa observa-se, também, nítida vantagem obtida pelo processo informatizado no que diz respeito à rapidez processual e economia de meios. Após a conclusão da IS, esta é encaminhada eletronicamente à auditoria. Antes, o TIS manuscrito era encaminhado para ser datilografado, retornando inúmeras vezes para conferência pelos médicos até ser finalmente assinado. Atualmente essa etapa está eliminada do processo. No período pré-informatização, o TIS assinado era encaminhado à auditoria. Ao ser constatada alguma inconformidade com as Normas, o TIS era devolvido para correção por meio de papeleta de retificação. Atualmente, o processo de auditagem, bem como a restituição para correção, se pertinente, é realizada por meio eletrônico e dispensa o uso de papeletas. Até este momento discorremos apenas sobre as IS realizadas no CPMM. Devemos nos lembrar, entretanto, que o CPMM, como organização central do SMP, recebe Termos de Inspeção de Saúde de todo o Brasil. No período pré-informatização, esses documentos eram recebidos em papel, e muitas vezes era necessário restituí-los à Junta de origem por meio de papeleta de retificação, para serem corrigidos. Esse processo era extremamente moroso, especialmente quando se tratasse de inspeções realizadas em Juntas de Saúde localizadas fora da Área Metropolitana do Rio de Janeiro, ou provenientes de outros Distritos Navais. Atualmente a restituição, se necessária, é feita por meio eletrônico, processo este que mais uma vez elimina possibilidades de extravio de documentação, poupa tempo e garante o sigilo e segurança das informações. No novo processo permanece a necessidade da assinatura dos médicos no TIS impresso, pois a assinatura eletrônica ainda não é aceita judicialmente em documentos periciais. Entretanto, essa desvantagem é minimizada pelo fato de que o documento, quando impresso, já fora conferido e auditado. De maneira semelhante ao período pré-informatização, os TIS auditados e assinados ainda necessitam ser arquivados como documento físico em arquivo convencional e posteriormente microfilmados. Esse processo ganhará em qualidade e 40 eficiência quando da obtenção da Certificação Digital. Então os TIS serão todos assinados eletronicamente e somente necessitarão de impressão se houver solicitação por parte do interessado, da Administração Naval ou da Autoridade Judiciária. Resumidamente, podemos constatar que a informatização da Perícia Médica trouxe uma séria de vantagens em relação ao período anterior no que diz respeito à rapidez dos processos, economia de meios, diminuição do retrabalho e aumento da qualidade do ato pericial, dando-lhe padronização de procedimentos, homogeneidade de leitura, auditagem mais rápida e publicidade. Cabe mencionar, como pequena desvantagem, a falta da Certificação Digital que ainda obriga à impressão do TIS para assinatura e arquivamento do documento em papel, problema que será solucionado num breve período de tempo. Conforme foi descrito no Capítulo 2, esses ganhos qualitativos estão ainda restritos ao nível mais inferior, isto é, o nível operacional. O contínuo processo de aperfeiçoamento do SINAIS e a sua integração ao Sistema Salus permitirá, em breve, a produção de relatórios gerenciais, proporcionando melhor controle exercido pelo CPMM sobre todo o Subsistema Médico-Pericial e o funcionamento como sensor epidemiológico, estabelecendo as entidades nosológicas prevalentes como causa de incapacidades ou restrições operativas, permitindo à Diretoria de Saúde da Marinha melhor orientar as ações de saúde de caráter preventivo. Alcançados esses objetivos, estará caracterizada a atuação do sistema no nível gerencial e no nível estratégico, respectivamente. 41 6 CONCLUSÃO Podemos concluir que a introdução da Tecnologia da Informação no âmbito do Subsistema Médico-Pericial constitui uma verdadeira mudança de paradigma na Perícia Médica da Marinha do Brasil, tornando o ato médico-pericial cada vez mais confiável, melhor elaborado e incontestável do ponto de vista jurídico. Sendo assim, no que se refere ao nível operacional podemos afirmar que a informatização contribui para aumento da eficiência e eficácia do Subsistema Médico-Pericial. O prosseguimento das ações concernentes ao aprimoramento do SINAIS e de sua integração ao Sistema Salus com intuito de atingirmos os objetivos táticos e estratégicos nos permitirá atingir o estado da arte. Entretanto, o progresso tecnológico por si só não pode prescindir do elemento humano, pois é o homem que dirige a máquina. Se considerarmos, ao lado do aperfeiçoamento tecnológico dos processos médico-periciais, as medidas que visam o aprimoramento técnico-profissional dos médicos-peritos, podemos afirmar que a Perícia Médica na Marinha do Brasil, deixa de ser uma atividade marginal e converte-se em um dos elementos norteadores da prontificação dos homens da Força. O SINAIS representa a vertente tecnológica (ênfase nos processos e na tecnologia), e os cursos a vertente humanizadora do Subsistema Médico-Pericial (ênfase nas pessoas). Ousamos dizer, portanto, que a Perícia Médica na Marinha do Brasil nunca avançou tanto na sua centenária história como nos últimos 14 anos, quando da criação do CPMM. Todo esse esforço consubstancia-se no próprio lema do CPMM: “Aqui se faz a prevenção do Homem do Mar”. 42 REFERÊNCIAS 1. MOREIRA FILHO, Manoel de Almeida et alli. Perícia Médica na Marinha: Dos Primórdios da Saúde Naval à Atualidade. Arq. Bras. Med. Naval, 63/64(1), Jun. 2002/ Jun. 2003, pág.72-81 2. SETTA, Helton José Bastos. Perspectivas da Perícia Médica na MB. Rio de Janeiro, 1998. Monografia C-PEM - Escola de Guerra Naval, 1998. 3. BRASIL. EMA 131 Manual de Gestão Contemporânea da Marinha do Brasil. Rev. 1 Brasília, DF, 2002 4. BRASIL. DGPM 406 Normas Reguladoras das Inspeções de Saúde da Marinha. Rev. 4 Rio de Janeiro, 2009. 5. BRASIL. Diretoria Geral de Pessoal da Marinha. Portaria nº. 156, de 23 de outubro de 2006. Aprova o Regulamento do Centro de Perícias Médicas da Marinha. 6. KWASNICKA, E.L. Introdução à Administração- 6ª edição revista e ampliada – Ad. Atlas, São Paulo, 2007. 7. CHIAVENATO, Idalberto; Princípios da Administração: o essencial em teoria da administração. 1ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Campus/Elsevier, 2006. 375p. 8. SARAIVA, F. R. dos Santos. Dicionário Latino-Português. 10ª ed. Livraria Garnier, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, 1993. 1297 p. 9. CHIAVENATO, Idalberto; Gestão de Pessoas. 3ªed. Rio de Janeiro, Ed. Campos/Elsevier, 2008. 579p. 10. Da COSTA, Francisco José; BARROSO, Henrique César Muzzio de Paiva. Os Sistemas de Informação como ferramentas de gestão nas organizações de médio porte. Rev. Humanidades, Fortaleza, v. 21, nº. 2, p. 208-214, jul./dez. 2006. 43 11. BRASIL. Ministério da Saúde. PNIIS - Política Nacional de Informação e Informática em Saúde. Proposta versão 2.0; inclui deliberações da 12ª Conferência Nacional de Saúde, Brasília, 2004. <http://www3.datasus.gov.br/APRESENTACAO/ PoliticaInformacaoSaude29_03_2004.pdf.> 12. De CASTRO, Roberta Rodrigues Teixeira; Informação: Ferramenta de gestão para a tomada de decisão em Saúde. Uma proposta de revisão do processo de trabalho da Divisão de Emergência do Hospital Geral de Bonsucesso. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. Abril de 2006. 13. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº. 327, de 17 de Fevereiro de 2009. Publicado no D.O.U. de 20/02/2009, Seção I, pág. 43. 14. De SOUZA, Marcio Coutinho; Tomazeli, Rosilene; de Vasconcelos, César Ricardo Maia. Prontuário eletrônico: um determinante no gerenciamento de cliente/paciente em um sistema de informação hospitalar. <http://eco.unne.edu.ar/ contabilidad/costos/VIII congresso/289.doc> 15. LEÃO, Beatriz de Faria et alli. O desafio de Integrar os Sistemas de Informação em Saúde. <http://www.sbis.org.br/cbis9/arquivos/919.pdf> 16. COLLAZOS L., K.; GOTARDO, R. ; BARRETO, J. M. Metodologia para a Construção do Prontuário Médico Eletrônico. In: XVIII Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica, 2002, São José dos Campos. Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica. São José dos Campos: Renato Amaro Zângaro, Marcos Tadeu Tavares Pacheco, 2002. v. 5. p. 51-56. 17. BRASIL. Governo do Distrito Federal. Decreto nº. 27983, DE 29 de Maio de 2007, Publicado no DODF de 30/05/2007. 18. BRASIL. Exército Brasileiro. Sistemas de Perícias Médicas (SISPMED). http://www. dgp.eb.mil.br/manual/SISPMED/. 19. De MORAES, Ilara Hämmerli Sozzi; Informação em Saúde: Da Prática Fragmentada ao Exercício da Cidadania. Rio de Janeiro e São Paulo, Ed. Hucitec e ABRASCO, 1994. 44 20. TAJRA, S.F. Gestão Estratégica na Saúde – 2ª edição – Ed. Iátria, São Paulo, 2009. 21. FRANÇA, Junia Lessa; VASCONCELLOS, Ana Cristina. Manual para Normalização de Publicações Técnico-Científicas. 8ª ed. Belo Horizonte: UFMG, 2007. 255 p. 45 Anexo A ESTRUTURA BÁSICA DO SUB-SISTEMA MÉDICO-PERICIAL DA MARINHA 46 Anexo B ORGANOGRAMA DO CENTRO DE PERÍCIAS MÉDICAS DA MARINHA 47 Anexo C COMPETÊNCIAS PARA REALIZAÇÃO DAS DIVERSAS INSPEÇÕES DE SAÚDE a) de rotina I) MPI, nos casos de: controle trienal; engajamento e reengajamento; ingresso no SMV de militares oriundos do SMI; prorrogação do tempo de serviço; designação de militares RM1 para Tarefa por Tempo Certo; contratação de pessoal por tempo determinado; designação de militares RM1 para função de atividade; cursos de carreira (não relacionados com atividades especiais); operação com Raios-X, Substâncias Radioativas; manipulação e administração de Terapia Anti-neoplásica; seleção e controle para manuseio do propelente “OTTO FUEL II” e explosivos; missão no exterior; deixar o SMI; deixar o SMV; deixar o SPG; deixar o SAM ; controle anual para serviço em praça de máquinas; e verificação de deficiência funcional e benefícios em localidade onde não exista JS da MB. Casos de incapacidade ou restrições deverão ser encaminhados para as JRS, por declínio de competência. II) JRS, em caso de: casos encaminhados por declínio de competência pelos MPI; verificação de deficiências funcionais; término de LTS ou restrições; ingresso no SAM, SMV (candidatos oriundos do meio civil) ou SPG; servir em localidades deficientes em assistência sanitária; licença para Tratamento de Saúde em Pessoa da Família (LTSPF); Missão Antártica; justiça e disciplina; concessão de benefício previsto em Lei; readaptação, remoção, redistribuição, reintegração e reversão ao SPG; reversão ao SAM; exame de sanidade em AO; controle trienal para militares portadores de restrições por tempo indeterminado (ver Capítulo 8 destas Normas); reintegração no SAM; e apreciação documental ex-officio de IS de VDF/benefício realizadas por MPI. 48 III) JSD, nos casos de: IS por declínio de competência de JRS; IS em grau de recurso de primeira instância; homologação ou revisão ex-officio de IS realizadas por JRS que tenham considerado a existência de incapacidade definitiva para o SAM, em militares da ativa e inativos, nos termos do Estatuto dos Militares, Regulamento da Lei do Serviço Militar (RLSM); revisão ex-officio para avaliação de aptidão para o SAM de militares considerados incapazes definitivamente para atividades especiais; IS ex-officio para militares da ativa, aos quais foram concedidos 36 meses consecutivos de Licença para Tratamento de Saúde (LTS), restrições ou LTS alternados com restrições; homologação de IS realizadas no exterior; verificação de deficiências funcionais por término de LTS ou restrições concedidas previamente por JSD; incapacidade definitiva para o SAM/SMV/SMI; IS fim Justiça e Disciplina para indiciados que estejam em LTS ou restrições concedidas previamente por JSD; revisão ex-officio das IS fim Justiça e Disciplina realizadas por JRS nos casos de incapacidade definitiva; revisão de benefícios concedidos a militares inativos; IS fim revisão de reforma para ao SAM; e apreciação documental ex-offício de IS de VDF/Benefício realizadas por MPI. IV) JSAE/ComForAerNav/ComForS, nos casos de: controle periódico de atividades especiais; missão no exterior (para aqueles forem exercer atividades especiais no exterior); missão na Antártica (para aqueles forem exercer atividades especiais na Antártica); VDF; término de incapacidade/ LTS e restrições; exame de sanidade de AO em atividades especiais; IS pós-acidente; servir em localidade deficiente em assistência sanitária quando forem exercer atividades especiais; e IS pós-ejeção. Se a conclusão das IS for pela incapacidade definitiva, para atividades especiais, deverá ser declinada competência para a JSAE/CPMM. V) JSAE/CPMM, nos casos de: seleção para atividades especiais; controle periódico de saúde para o militar que exerce atividades especiais; incapacidade definitiva para atividades especiais; incapacidade temporária em atividades especiais; missão no exterior e Antártica; servir em localidades deficientes em assistência sanitária para atividades especiais; 49 exame de sanidade em AO de atividades especiais; reclassificação de GS das classes I e III para o pessoal aeronavegante; IS pós acidente; e IS pós ejeção. VI) JSS, em caso de: IS por declínio de competência de JSD; Recursos de Última Instância; Revisão, quando determinado pelo DGPM; Inspeção de Saúde Especial (ISE), prevista na Portaria Ministerial nº 333, de 09dez1998; e homologação ex-officio da revisão de reforma para retorno ao SAM (caso haja aptidão para o retorno). b) Extraordinárias JRS, JSD ou JSS a critério da autoridade requisitante. 50 Anexo D FLUXOGRAMA DO PROCESSO MÉDICO-PERICIAL 51 Anexo E RELAÇÃO DE ENTREVISTAS REALIZADAS 1. MOREIRA FILHO, Manoel. História da Perícia Médica na Marinha do Brasil e a Concepção do Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde. Entrevista concedida pelo ex-Diretor do Centro de Perícias Médicas da Marinha, atual diretor do Hospital Estadual de Saracuruna. Em 16 de abril de 2009. 2. DOS SANTOS, Almir Marcelo Camelo Figueira. A implantação do Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde. Entrevista concedida pelo atual Encarregado da Divisão de Medicina Legal do Centro de Perícias Médicas da Marinha. Em 17 de abril de 2009. 3. SANTOS, Mauro Medeiros. A Estrutura do Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde. Entrevista concedida pelo Encarregado da Divisão de Projetos da Diretoria de Saúde da Marinha. Em 19 de abril de 2009. 4. PASSOS, Rita de Cássia Machado. A implantação do Sistema Informatizado Naval de Inspeções de Saúde. Entrevista concedida pelo membro da JSD/CPMM. Em 15 de junho de 2009.