O SERVIÇO DE REFERÊNCIA E A ACESSIBILIDADE AOS DEFICIENTES VISUAIS Elizabete Cristina de Souza de Aguiar Monteiro1 1 Bibliotecária, Universidade Estadual Paulista, Marília, São Paulo RESUMO As bibliotecas são espaços para o acesso a cultura e a informação e desempenham um importante papel social com a inclusão das pessoas com necessidades especiais. Os profissionais que atuam nas bibliotecas devem conhecer os recursos e formas de atendimento a esses usuários. No Brasil existem algumas bibliotecas universitárias com trabalhos voltados para os usuários com deficiência visual, porém, são praticamente raras as que incorporam ao seu planejamento garantias de acesso pleno a seus produtos e serviços, envolvendo o atendimento no setor de referência com todos os recursos necessários em tecnologia e profissionais especializados. O objetivo do trabalho é demonstrar as possibilidades que os agentes inteligentes e a Tecnologia Assistiva permitem para o Serviço de Referência e Informação como facilitadores na busca, recuperação e acesso às informações científicas que contemple a interação atendimento-informaçãousuário com deficiência visual e demonstrar a importância em promover a integração dos mesmos às atividades acadêmicas e a biblioteca através da disponibilização de condições estruturais adequadas ao desenvolvimento de suas potencialidades, levando-se em conta as suas limitações. Palavras-Chave: Deficiente visual. Acessibilidade e inclusão. Serviço de referência e informação. Tecnologia Assistiva. ABSTRACT The libraries are spaces for access to culture and information and make important role in the inclusion of person with special needs. Professionals who work in libraries must Know appeals and approaches of treatment to these users. In Brazil there are a few university libraries with works related to users with visual disabilities but are virtually rare that incorporate in their planning guarantees of full access to its products and services, involving treatment in reference service with all the necessary resources in technology and professionals. The objective this work is to demonstrate the possibilities that Intelligent Agents and Assistive Technology allow for Information and Reference Services like facilitators in the search, retrieval and access to information scientific that addresses the interaction between treatment-information-user with visual disability and demonstrate the importance to promote the integration of these activities and the academic library by providing appropriate structural conditions to develop their potential, taking into account their limitations. Keywords: Visual disability. Accessibility and inclusion. Information and Reference Service. Assistive Technology 1 Introdução As bibliotecas são espaços para o acesso a cultura e a informação e desempenham um importante papel social com a inclusão das pessoas com necessidades especiais. Os profissionais que atuam nas bibliotecas devem conhecer os recursos e formas de atendimento a esses usuários e as ferramentas disponíveis para busca, recuperação e acesso aos documentos. Temos no Brasil algumas bibliotecas universitárias com trabalhos voltados para os usuários com deficiência visual. Porém, são praticamente raras as que incorporam ao seu planejamento garantias de acesso pleno a seus produtos e serviços, envolvendo o atendimento no setor de referência com todos os recursos necessários em tecnologia especialmente desenvolvidas para utilização dos mesmos e profissionais especializados para um bom atendimento. Geralmente o acervo e os suportes informacionais estão voltados ao atendimento dos usuários que não possuem necessidades especiais, “resultando daí a acessibilidade parcial e, na maioria das vezes, inacessibilidade total à informação disponibilizada pela biblioteca” (SILVEIRA, 2000, p. 3). As atividades do setor de referência e dos bibliotecários em relação aos deficientes visuais não devem ficar isoladas. Devem envolver o maior número possível de profissionais e bibliotecas. É necessária e importante a discussão sobre o tema, a pesquisa das estratégias e metodologias voltadas para esse público e a disseminação das mesmas, mostrar o que existe disponível para o atendimento e aplicar os recursos e produtos no que se refere a busca, recuperação, acesso e uso à informação e fornecer subsídios para que os profissionais das bibliotecas possam atender a todos os usuários da mesma forma, viabilizando o processo de inclusão social com responsabilidade no desenvolvimento de suas tarefas e no seu papel de agente de mudança social, minimizando as dificuldades e os problemas inerentes ao atendimento, disponibilização e acesso as informações científicas. O objetivo do trabalho é demonstrar as possibilidades que os agentes inteligentes e a Tecnologia Assistiva permitem para o Serviço de Referência e Informação como facilitadores na busca, recuperação e acesso às informações científicas que contemple a interação atendimento-informação-usuário com deficiência visual e demonstrar a importância em promover a integração dos mesmos às atividades acadêmicas e a biblioteca através da disponibilização de condições estruturais adequadas ao desenvolvimento de suas potencialidades, levando-se em conta as suas limitações. 2 Revisão de Literatura A biblioteca oferece produtos e serviços aos usuários para satisfazerem suas necessidades informacionais e desempenha importante papel na integração de pessoas com necessidades especiais. Deve ser um espaço democrático e de inclusão a pluralidade e a diversidade da sociedade principalmente à aqueles que apresentam dificuldades de acesso à informação. O bibliotecário tem como objetivo satisfazer essas necessidades e proporcionar o acesso e recuperação de documentos e informações relevantes através dos materiais de referência e fontes de informações. Com o advento da Internet, as bibliotecas passaram a disponibilizar produtos e serviços por esse meio e o serviço de referência e informação passou a atender os usuários presenciais e remotos. O setor de referência é o local em que o profissional tem contato direto com os usuários e faz a mediação entre eles e a informação. É um processo de pergunta e resposta ou problema-solução complexo, pois envolve sempre uma questão de informação. O bibliotecário de referência faz a mediação da questão do usuário ao ambiente da unidade de informação e, por isso, a negociação da questão é importante (DIAS; HENN; SILVA, 2007). É ela que possibilita a exatidão da questão e melhora a busca e recuperação dos documentos nas fontes de referência. Os setores e as atividades desenvolvidas pelas unidades de informação se beneficiaram com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TICs) que se tornaram poderosas ferramentas de coleta, tratamento, organização, armazenamento, recuperação, preservação e disseminação de informações e conhecimentos. Com as TICs, o serviço de referência e informação sofreu mudanças em sua natureza e transpôs para o ambiente digital os serviços tradicionalmente realizados nas unidades. Essas tecnologias possibilitam a inclusão de pessoas com deficiência visual, pois facilitam o acesso a várias manifestações do conhecimento e da atividade intelectual. A acessibilidade consiste em tornar disponível ao usuário com necessidades especiais, de forma autônoma, toda a informação que precisa para o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Ferreira (2004, p. 3) afirmou que as novas tecnologias iriam introduzir algumas mudanças decorrentes da própria natureza do serviço: a missão educativa continuará a existir, irão surgir modelos mais consultivos, a mediação será mais complexa, irá ocorrer a necessidade de parcerias com peritos, a tecnologia será utilizada como um “medium” e como uma ferramenta, serão quebradas as fronteiras da biblioteca como um local físico, mantendo-se, no entanto, os seus valores e a sua herança, irá ser desenvolvida a fusão de recursos, serviços e colecções e poderá ocorrer a adopção de um modelo empresarial, para além do balcão de referência para além das paredes da biblioteca. O serviço de referência e informação não pode ficar limitado à capacidade de recursos humanos da instituição para o atendimento dos usuários e de recursos tecnológicos para atendimento de usuários com necessidades especiais. É preciso estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana e que seu atendimento seja imparcial e nesse trabalho a utilização dos agentes inteligentes e de Tecnologia Assistiva se torna fundamental. “Para tanto, é preciso que os próprios bibliotecários e cientistas da informação desenvolvam agentes para atuarem de forma conjunta na diversidade de serviços de informação que podem oferecer.” (DIAS; HENN; SILVA, 2007, p. 50). Os bibliotecários de referência, os agentes inteligentes e a Tecnologia Assistiva devem responder as solicitações dos usuários e antecipar, adaptar e buscar maneiras de lhes dar suporte e ter interação facilitada no processo de busca, recuperação e acesso das informações. A área de agentes inteligentes é uma ramificação da Inteligência Artificial (IA), mais especificamente da Inteligência Artificial Distribuída (IAD) que “visa a investigar modelos de conhecimento, bem como técnicas de comunicação e raciocínio para que os agentes possam participar de ambientes compostos por pessoas e computadores.” (MORENO, 2005, p. 40). Os agentes inteligentes são definidos na computação como assistentes de tarefa, ou seja, entidades de hardware/software que empregam técnicas de Inteligência Artificial e permitem repensar a natureza da Interação Humano-Computador (IHC). O uso de agentes cria uma nova forma de trabalho, que permite delegar a um programa (o agente) tarefas como esta que antes eram realizadas pelo usuário, otimizando a realização de atividades rotineiras e/ou complexas. (GUZZO, 2004, p. 2). No contexto do serviço de referência e informação digital e especificamente na recuperação da informação os agentes são capazes de realizar suas tarefas muito mais rapidamente que as pessoas, podendo encontrar-se disponíveis durante as 24 horas do dia. Podem administrar, manipular e juntar informação de fontes distribuídas, englobando muitas vezes mecanismos de pesquisa e navegação flexíveis e algoritmos de classificação poderosos. É possível afirmar ainda que um dos focos da utilização de agentes é a construção de ferramentas capazes de um diálogo personalizado, com formas específicas de como tratar a informação e retorná-la ao usuário. (GUZZO, 2004, p. 2). Guzzo (2004, p. 1) afirma ainda que “interfaces Inteligentes partem da premissa que os sistemas devem adaptar-se as pessoas, e não ao contrário [...]" e que o foco deve estar “centrado na realização de um trabalho de adequação da interface de acordo com o nível de preferência do usuário, poupando-lhe esforços e atuando em seu auxílio.” e adequado ao nível de necessidades especiais, no caso a necessidade visual, para facilitar suas atividades e satisfazer suas necessidades informacionais. Tecnologia Assistiva é o conjunto de "recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência [...]" (BERSCH, 2009, p. 1) e proporcionar maior independência, autonomia e inclusão social. Engloba leitores e ampliadores de tela, lupa eletrônica, teclados especiais, impressora Braile, scanner entre outros. A biblioteca tem o intuito de sanar as necessidades informacionais dos usuários e oferecer-lhes informações relevantes para as atividades de ensino, pesquisa e extensão, facilitando a busca, recuperação e acesso. É fundamental que não se omita perante os usuários com necessidades especiais, estruturando seus produtos e serviços para essas necessidades. As bibliotecas desempenham um importante papel na integração das pessoas com limitações oriundas de deficiência, cabendo aos profissionais que atuam nas bibliotecas conhecer e saber atender às necessidades desses 1 usuários, para que a informação desejada possa chegar a eles. (JANIK , 1997 apud TORRES; MAZZONI; ALVES, 2002, p. 87). A portaria nº 3.284, de 7 de novembro de 2003 dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências e traz em seu teor a infraestrutura adequada com equipamentos e serviços aos alunos com algum tipo de deficiência para assegurar condições básicas de acesso ao ensino superior (BRASIL, 2003). De acordo com Barreto e Fortunato (2004, p. 1) A inclusão social dos portadores de necessidades especiais é uma questão que vem mobilizando a comunidade acadêmica nas últimas décadas. Ao mesmo tempo, as transformações tecnológicas favorecem a investigação e a criação de programas específicos que permitem o uso da informática como elemento de acesso ao conhecimento para os privados de visão. A inclusão precisa ser enfocada como forma de dar respostas para os desafios que se apresentam diante dos portadores de necessidades especiais. Embora a exclusão digital seja evidente em um país com sérias distorções sociais e educacionais, o mundo digital é um caminho para que essas pessoas tenham acesso ao conhecimento, de forma independente. O desenvolvimento de novas tecnologias para inclusão do deficiente visual está crescendo, inclusive no Brasil. São softwares e equipamentos conhecidos como 1 JANIK, S. Place aux personnes handicapées dans nos bibliotèques. Quebéc: Office des Personnes Handicapées du Quebec, 1997. “tecnologias específicas” que englobam ampliadores de telas que permitem, para pessoas de baixa visão, visualizar os elementos gráficos e textuais apresentados como a lupa eletrônica, a Lente de Aumento da Microsoft Windows, o Zoom da Ai Squared, o Magic da Freedom Scientific e o LentePro para usuários de baixa visão, o leitor autônomo que vê o documento, reconhece todo o texto e o lê para o usuário. Softwares leitores de tela como o sistema DOSVOX que se comunica com o usuário através de sintetizadores de voz, desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ), o Jaws da Freedom Scientific e o Virtual Vision da MicroPower, que leem o conteúdo da tela do computador em voz alta. Impressoras Braille, impressoras de relevo, como por exemplo a Tiger Max. Scanners que digitaliza o documento e o converte em áudio como o Plustek BookReader entre outros. Universidades como Universidade Estadual Paulista (Unesp) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de Londrina (UEL) têm iniciativas em prol dos deficientes visuais. Pesquisadores da unidade de São José do Rio Preto da Unesp desenvolveram o Dispositivo Unesp, onde um console reconfigurável em tempo real exibe diferentes sinais do alfabeto braille e permite a leitura de páginas da internet por deficientes visuais. A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara está desenvolvendo trabalhos voltados para o atendimento de seus usuários com deficiência visual com um laboratório, equipamentos e formação de um acervo informacional. A UFRJ tem o projeto DOSVOX e, de acordo com Silveira (2000, p. 5) O Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ tem se dedicado a projetos que visam especificamente a atender deficientes visuais, investindo no desenvolvimento de sistemas de computação que possibilitam pessoas não videntes a atingir nível elevado de independência no estudo e no trabalho. A USP oferece o "’Disque Braille’ serviço informatizado que presta informações sobre livros em Braille e falados, constantes dos acervos das bibliotecas da Grande São Paulo. (SILVEIRA, 2000). A UFMG possui o Centro de Atendimento aos Deficientes Visuais (CADV) que dá suporte técnico aos alunos com deficiência visual. A biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFISH) recebeu em outubro de 2007 uma impressora que converte texto comum para sistema Braille. Recebeu também um ampliador de tela com voz e uma lupa eletrônica de ampliação2. A UEL possui a Comissão Permanente de Apoio aos Alunos Portadores de Deficiência (CODE). Sua biblioteca Central atende aos usuários com deficiência visual internos e externos e disponibiliza para empréstimo sua coleção em Braille e as fitas gravadas e possui o DOSVOX no setor de referência para melhorar a qualidade do atendimento (FERNANDES; AGUIAR, 2000). O Ministério da Educação, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, lançou uma ferramenta, a MECDaisy, que transforma o texto escrito em áudio e que pode ser utilizado gratuitamente no portal do MEC. Esse software tem uma opção de impressão em braille. A Mecdaisy possibilita a geração de livros digitais falados e sua reprodução em áudio, gravado ou sintetizado. Existem páginas da Web e bibliotecas digitais desenvolvidas para acessibilidade dos deficientes visuais com textos diversos para leitura. No que se refere a deficientes visuais que cursam o ensino superior e necessitam de informações específicas e científicas, o problema se agrava, uma vez que os textos disponíveis na web normalmente não se tratam de literatura científica. Dessa forma, como o usuário que cursa o ensino superior e precisa de textos científicos e específicos fazem? Como o profissional da informação vai auxiliá-lo na busca, recuperação, acesso e leitura dos conteúdos? Se o usuário vai até a biblioteca e pede um documento sobre um assunto específico, o bibliotecário vai buscar o documento no acervo e o entrega para o usuário, e termina ai? O usuário procura sozinho meios para ler o documento? Seria melhor e completaria o trabalho de disseminação se o bibliotecário ao pegar o documento já pudesse informar ao 2 Disponível em: <http://www.ufmg.br/online/arquivos/006976.shtml>. Acesso em: 8 jan. 2008. usuário as alternativas para ele ter acesso ao conteúdo, como escanear e ler pelo software de leitura de tela, ou imprimir em braille ou se tem em alguma outra biblioteca que possui aquele texto gravado em áudio. De acordo com depoimentos de alunos com deficiência visual coletados na UFMG e transcrito por Silveira (2000, p. 13) demonstram a importância de ter um comprometimento do trabalho no setor de referência voltado para esses usuários: O deficiente visual de um curso universitário público tem a sua aquisição de conhecimento prejudicada devido à falta de recursos didáticos e a completa inexistência de metodologia do corpo docente da instituição [...]. Sendo o deficiente visual integrante de um grupo minoritário, não há um interesse de se sistematizar, dentro da área pedagógica, metodologias de ensino que satisfaçam às suas necessidades [...]. O estudante que possui a deficiência visual requer uma atenção maior no que diz respeito ao acesso à informação bibliográfica e conteúdos pertinentes ao seu curso. Embora seja minoria, esse aluno necessita de material didático, tanto quanto o aluno vidente. Esse procedimento tem que ser encarado como um direito à cidadania [...]. É preciso que haja a divulgação das dificuldades, para que ocorram procedimentos facilitadores a uma vida mais digna [...]. Os profissionais que trabalham nas unidades de informação precisam discutir sobre a acessibilidade e usabilidade dos ambientes informacionais, incluindo as bibliotecas digitais, sobre a estrutura do ambiente, trabalhando a arquitetura para ficar mais fácil o acesso e uso, para que o deficiente visual tenha mais autonomia. Esse trabalho é fundamental para prestar atendimento sem distinção aos seus usuários. Os portadores de necessidades especiais necessitam de profissionais capacitados que trabalhem no serviço de referência e informação, que façam a mediação entre a informação e usuário, que auxiliem na busca, recuperação e acesso das informações e documentos, que propiciem a educação para o uso desses recursos e do sistema, que façam o trabalho de alerta e disseminação seletiva da informação, a divulgação de novos produtos e serviços e que faça o planejamento e supervisão dessas atividades direcionadas para esse público que cresce no ambiente universitário. 3 Materiais e Métodos O trabalho tem caráter bibliográfico e descritivo, com base no levantamento bibliográfico e revisão da literatura sobre o tema, o qual será a base para o embasamento teórico. A revisão de literatura serviu para comparar informações das diversas fontes, garantir a idoneidade e confiabilidade da pesquisa. 4 Considerações Parciais A biblioteca e o serviço de referência contribui para a inclusão social dos deficientes visuais no mundo acadêmico. Com os Agentes inteligentes e a Tecnologia Assistiva tem produtos e ferramentas para a busca, recuperação e acesso às informações para disponibilizá-las aos deficientes visuais. A acessibilidade dos conteúdos informacionais é fundamental para o desenvolvimento acadêmico e deve ser acessível a todos, respeitando as limitações de cada usuário. A acessibilidade é passo inicial para que a inclusão aconteça. A política de inclusão social vem estimulando o crescimento no meio acadêmico de docentes e discentes portadores de deficiência visual, os quais necessitam que as bibliotecas ofereçam além dos serviços tradicionais, recursos e possibilidades de acesso e uso da informação. A aquisição de recursos tecnológicos que permitam a equiparação de oportunidades, ampliando o acesso de pessoas com deficiências ao conhecimento, através de Agentes Inteligentes e de Tecnologia Assistiva possibilitará suprir as necessidades especiais desses usuários, e facilitará o acesso aos textos de maneira que possam ouvir ou traduzir em Braille o conteúdo informacional dos documentos contribuindo para o desenvolvimento de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. O profissional bibliotecário preparado para o atendimento e conhecedor dos recursos necessários para o pleno acesso as informações científicas facilita a vida acadêmica do usuário e contribui para a inclusão social dos mesmos. 6 Referências BARRETO, L. B. L.; FORTUNATO, M. G. A. Biblioteca virtual sonora: estratégia de inclusão social e transformação intelectual para os privados de visão. Disponível em: <http://www.niee.ufrgs.br/cbcomp/cbcomp2004/html/pdf/Forum/t170100176_3.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2007. BERSCH, R. 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