Revista trimestral • Informação Geral • Distribuição gratuita • SETEMBRO 2012 • Nº27
Destaque
PRESIDENTE
DA REPÚBLICA
Visita ALNG, no Soyo
NOVA ERA DO GÁS NATURAL
nacional
SATÉLITES DO KIZOMBA
Iniciam actividade
Produção de petróleo vai aumentar.
ZONA ECONÓMICA ESPECIAL,
LUANDA-BENGO
17 Fábricas já em pleno funcionamento.
notícias
revista disponivel nos voos da:
22
Nacional
SONANGOL
INVESTIMENTOS
INDUSTRIAIS
09 Notícias
17 Fábricas já estão
a operar na ZEE
Luanda-Bengo
Breves da Actualidade
Reabilitação do Centro Pré-Universitário
Católico, no Huambo.
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28
NACIONAL
ANGOLA E REPÚBLICA
DO CONGO CHEGAM
A ACORDO
Exploração de campo
transfronteiriço.
DESTAQUE
18 Nacional
SATÉLITES DO KIZOMBA
Iniciam produção de 100 mil barris diários.
CHEFE DE ESTADO VISITA UNIDADE DE GÁS
NO SOYO
40 Cultura
ANGOLA DEU SHOW NA EXPO
YEOSU
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Opinião
No aproveitar está o ganho
palavra dO director
João Rosa Santos
O
Projecto Angola LNG, no município do Soyo, na província do
Zaire, é já uma realidade que se
afirma. Tido como uma das maiores realizações do sector petrolífero angolano
no pós independência, o referido Projecto está a transformar o quotidiano
da população local.
No Soyo, as equipas de trabalho desdobram-se permanentemente em testes e
ensaios aos equipamentos, acções formativas acontecem diariamente, afina-se com rigor e a todo o gás a máquina
que transporta consigo progresso e
desenvolvimento nacional.
Pelas melhores razões, o município do
Soyo está hoje na boca do mundo. Não
são poucos os elogios ao Projecto que
conquista, contagia e enche de orgulho
toda uma nação.
O ALNG é sinónimo de competência,
respeito, admiração, capacidade de
trabalho, audácia, visão. É de facto uma
fonte de inspiração, um modelo a seguir.
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• Setembro 2012 - Nº27
Perseguindo nobres e promissores objectivos, o Projecto reúne qualidade e
vantagens que fazem já dele uma referência e afirmação de cultura da dignidade e da promoção do crescimento.
O início das actividades deste gigante da
indústria petrolífera angolana significa,
certamente, a geração de mais recursos
financeiros para o país através da exportação do produto, melhorias no mercado
interno com o aumento da oferta de gás
doméstico e, como não poderia deixar
de ser, o ambiente saudável através da
redução da queima de gás.
De igual forma, divisam-se milhares de
novos postos de trabalho e oportunidades de realização profissional, particularmente para os mais jovens, bem
como o crescimento e melhoria do nível
de vida na região.
A expectativa é grande agora que é hora
da verdade, num tempo em que as exigências são cada vez mais complexas
e a história não espera.
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29ª edição da FILDA
Mais um Leão de Ouro “ruge” na galeria da Sonangol
A Sonangol foi distinguida, na 29ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA),
que decorreu na capital do país, de 17 a 22 de Julho de 2012, como a Melhor Empresa
Pública, o que lhe valeu o correspondente Leão de Ouro.
No referido evento, a petrolífera estatal angolana apresentou um stand caracterizado pelas suas Cadeias de Valor (Primária, Complementar, de Mandato Governamental e de Responsabilidade Social). A oportunidade foi aproveitada por várias
Subsidiárias da Sonangol E.P. para exporem alguns dos seus produtos. São os casos,
por exemplo, da SIIND, que exibiu produtos das suas fábricas localizadas na ZEE
Luanda-Bengo, da Sonagás, que “desfilou” a já conhecida garrafa de gás butano
Levita, e da MSTelcom com interessantes produtos do mundo das telecomunicações.
No dia consagrado aos Petróleos (20 de Julho) no referido certame, o ministro do
pelouro, Botelho de Vasconcelos, visitou o stand da Sonangol e das demais empresas do ramo petrolífero em exposição no pavilhão do sector, tendo-se manifestado satisfeito com o que vu. O Dia dos Petróleos registou ainda a apresentação
do Projecto Angola LNG.
Participaram também das actividades a propósito da data, o vice-ministro dos
Petróleos, Aníbal Silva, Administradores da Sonangol E.P., Presidentes das Comissões Executivas das Subsidiárias da concessionária nacional, gestores do Ministério
dos Petróleos e da Sonangol, responsáveis das mais diversas companhias petrolíferas a operar em Angola, bem como convidados.
INAUGURADO PARQUE DE COMBUSTÍVEIS DA SONANGOL
NO KUANDO KUBANGO
O ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, em representação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos,
procedeu no dia 25 de Agosto de 2012, no Kuando Kubango, à
inauguração do parque de combustíveis da Sonangol naquela
província localizada no sudoeste de Angola.
O referido parque inclui uma instalação de stockagem de combustíveis com capacidade para 4.500m3, sendo 2 mil de gasóleo, mil de gasolina, mil de JET1 e 500 de querosene (petróleo),
bem como centrais de enchimento de gás com capacidade para
armazenar 200 toneladas métricas de LPG e encher quatro mil
garrafas de 12kg/dia.
Participaram do acto de inauguração o Presidente do Conselho
de Administração da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José
Maria, a Vice Governadora para a Área Económica do Kuando
Kubango, Verónica Mutango Adolfo, a Administradora da petrolífera estatal angolana, Raquel Vunge, e os Presidentes das Comissões Executivas da Sonangol Logística e da Sonagás, Mateus
Neto e Paulo Gouveia Júnior, respectivamente. Na sua breve
intervenção, o ministro dos Petróleos destacou a importância
da actividade realizada e os benefícios que o parque de combustíveis trará para o progresso e o desenvolvimento da região.
Dois milhões de horas de trabalho sem acidentes
Fábrica de Umbilicais da Angoflex regista feito notável
A Angoflex Industrial Limitada alcançou em 2012, ano de
comemoração do seu 10º aniversário, mais um feito notável para a indústria petrolífera nacional a nível global, ao tornar-se na primeira entidade possuidora de uma Fábrica de
Umbilicais sem registo de acidentes de trabalho com afastamento desde a data da sua inauguração, a 27 de Março
de 2004, até ao momento.
No total são mais de 2.969 dias ou 2 milhões de horas de
trabalho alocadas a projectos de fabricação de mais de 304
quilómetros de umbilicais que foram utilizados pelos principais operadores petrolíferos em Angola.
Este sucesso, resultante do profissionalismo, dedicação e
sentido de responsabilidade dos colaboradores e da Direcção da Angoflex, tem como base a perfeita concepção e
execução de programas de formação e o seguimento rigoroso dos procedimentos e práticas internacionais em políticas de Qualidade, Higiene e Segurança adoptadas pelo
Grupo Technip e pela Sonangol E.P. A Angoflex tem no seu
prestigiado currículo o facto de ter sido a empresa responsável pela primeira exportação de material de exploração
offshore fabricado em Angola, em 2010, e de possuir, no
Lobito, província de Benguela, a única Fábrica de Umbilicais que opera em toda a África.
Actualmente a referida Fábrica tem em fase bastante adiantada as obras de instalação de 2 carrosséis tão necessários
para a modernização do seu equipamento e, consequente,
aumento da capacidade de produção.
A conclusão da instalação dos carrosséis, que têm capaci-
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• Setembro 2012 - Nº27
dade unitária de 2.500 toneladas, está prevista para Agosto
deste ano.
Angoflex financia Estação de Captação e Tratamento de Água na Barra do Dande
Por outro lado, no âmbito das suas acções de responsabilidade
social, a Angoflex financiou a reabilitação da Estação de Captação e Tratamento de Água e de Resíduos da Barra do Dande,
na província do Bengo, infra-estruturas que foram reinauguradas no dia 18 de Junho de 2012. A Estação, que tem uma capacidade para tratamento e bombeamento de 300 metros cúbicos
de água/hora, vai beneficiar não só as comunidades da Barra do
Dande e a Base de Enrolamento de Tubos Rígidos da Angoflex
aí localizada, mas também as pessoas que residem nas áreas
adjacentes. O acto de reinauguração da referida infra-estrutura, que está dotada de um laboratório, fontes alternativas de
energia e vários reservatórios de água tratada, foi presidido pelo
vice-governador do Bengo para a Área Técnica, Jorge Bessa.
Presentes à cerimónia estiveram também representantes das
autoridades tradicionais locais, responsáveis da Angoflex e das
companhias petrolíferas BP e Total, bem como convidados.
Na ocasião, o Director do Departamento de Desenvolvimento
e Negócios da Angoflex, Fernando Amaral, reafirmou o engajamento da empresa em projectos de desenvolvimento social e
formação de quadros na província do Bengo. Recorde-se que
em 2011 a Angoflex financiou igualmente a reabilitação de uma
escola primária localizada na Barra do Dande, com capacidade
para cerca de 200 alunos.
7
Estudantes da SADC e PALOP beneficiam de formação
no Instituto Nacional de Petróleos
O Instituto Nacional de Petróleos (INP), localizado na cidade do
Sumbe, província do Kwanza-Sul, já formou, desde a sua constituição, em 1983, um total de quatro mil e quinhentos técnicos em diversas áreas da indústria petrolífera, cento e vinte e
cinco dos quais provenientes de países da SADC e dezoito de
São Tomé e Príncipe.
Ainda a nível dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), de realçar que no presente ano lectivo, que
termina em 2013, estão matriculados no INIP quinze estudantes de Moçambique.
Por outro lado, o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, inaugurou recentemente, no INP, uma nova biblioteca, sendo
esta melhor dotada de meios tecnológicos. A biblioteca tem, na
sua estrutura, uma sala de leitura, videoteca, reprografia, sala
de informática com internet, uma secretaria pedagógica, uma
sala para professores e um armazém com o mais diversificado
acervo bibliográfico.
Recorde-se que o INP resulta da fusão, em 1983, da antiga Escola
Central de Petróleos, que foi criada pelo Ministério dos Petróleos em 1983, e do então Instituto Médio de Petróleos criado no
Sumbe pelo Ministério da Educação. A referida instituição dedica-se à formação profissional direccionada ao sector petrolífero.
Pilotos da SonAir recebem asas em Portugal
Um grupo de dezassete (17) pilotos de helicóptero da SonAir,
que esteve em formação ab initio (Curso Inicial de Aviação)
na Gestair Flying Academy, instituição já reconhecida como
IATA Authorized Training Center, recebeu recentemente, em
Tires, Portugal, as suas respectivas asas (distintivos em
forma de asa usados no sector da aviação), bem como certificados do Curso.
Aos 17 pilotos, que começaram a referida formação em 2011,
juntaram-se este ano mais 19 formandos, estando já em preparação um terceiro grupo integrado por vinte e quatro (24).
A cerimónia de entrega dos distintivos contou com a presença
do Vogal da Comissão Executiva da SonAir, António Domingos Júnior, e do Gestor da Direcção de Treinamento de Pessoal Navegante (DTPN) dessa Subsidiária da Sonangol E.P.,
José Pizarro Júnior.
Curso de Gestão de Contratos a Juristas da Sonangol
Decorreu no IPROF, de 30 de Julho a 08 de Agosto de 2012, um
curso de Gestão de Contratos, Destinado a Juristas do Grupo
Sonangol. No decurso da ação de formação foi proporcionada
uma visita cultural à zona histórica de Belém, tendo os formandos visitado o Palácio Nacional da Ajuda, devidamente acompanhados pela Formadora Maria do Céu Cruz.
Estágios profissionais para estudantes angolanos
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O Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC) e a Siemens Angola formalizaram, no dia 18 de
Julho de 2012, um protocolo de cooperação para o desenvolvimento de recursos humanos e de projectos, tecnologias
e produtos especializados nas áreas da
Engenharia e da Economia e Gestão.
O acordo, assinado pelo Director Geral
do ISPTEC, Baltazar Miguel, e pelo Chief
Executive Officer (CEO) da Siemens
Angola, Jorge Tropa, inclui programas
nos sectores da Energia, Gás e Petróleo, Indústria, Infra-estruturas e Cidades e Saúde.
seus alunos. “O protocolo com a Siemens
é o primeiro celebrado por esta instituição com o sector empresarial, estando
enquadrado num dos principais objectivos definidos para o ISPTEC”, enfatizou.
Considerou igualmente que o acordo
proporciona aos estudantes um contacto próximo com a realidade do sector
industrial, essencial para o desenvolvimento futuro da sua vida profissional.
Para a instituição, a aposta na aproximação ao sector empresarial faz parte
das suas linhas estratégicas, com vista
a proporcionar um ensino de qualidade e
rigor aos seus estudantes. Por seu lado,
(ISPTEC), chefiada pelo seu Director
Geral, Baltazar Miguel, esteve recentemente no Brasil, onde manteve
contactos com responsáveis da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), através da sua Coordenadoria
de Relações Institucionais e Internacionais (CORI).
De acordo com o assessor da CORI,
Maurício Aguiar Serra, a visita teve
como objectivo analisar a possibilidade de parceria entre o ISPTEC e a
UNICAMP. “Por se tratar de uma instituição jovem localizada num país
promissor (Angola), a parceria com
Em termos práticos, o protocolo prevê a
realização de estágios profissionais para
os alunos dos cursos ministrados no ISPTEC e começará a vigorar já no final do
presente ano lectivo, estendendo-se, no
entanto, aos anos subsequentes. Apesar
de ter sido assinado por um período de
três anos, renováveis, a Directora Académica e Científica do ISPTEC, Mariana
Santos, referiu que as perspectivas da
instituição é que este seja “o início de
um acordo que se possa prolongar por
várias décadas”.
Durante a cerimónia, que decorreu nas instalações do ISPTEC, em Talatona, Luanda,
Baltazar Miguel reforçou a importância
deste processo para o desenvolvimento
da qualidade do ensino ministrado aos
o CEO da Siemens Angola salientou o
esforço realizado pelo ISPTEC nesta fase
de arranque das actividades académicas
e manifestou a sua satisfação pelo acordo
recentemente firmado. Jorge Tropa fez
questão de sublinhar que os motivos da
escolha do ISPTEC para celebrar o referido protocolo têm como base o facto de
o mesmo ser “uma entidade de referência nas áreas técnicas da engenharia e da
gestão, o que vai ao encontro dos níveis
de exigência que a empresa procura não
só em Angola como em todo o mundo”.
a UNICAMP irá auxiliar o seu desenvolvimento através do intercâmbio
de alunos e de professores”, realçou
Maurício Aguiar Serra. O assessor da
CORI acrescentou que brevemente
serão feitos novos contactos para a
definição dos próximos passos relativos à referida parceria.
Os contactos mantidos pela delegação do ISPTEC, que foi recebida, entre
outras individualidades, pelo pró-reitor de graduação, Marcelo Knobel, contaram também com a participação de
representantes das Faculdades de
Engenharia Eléctrica e de Computação (FEEC), de Engenharia de Mecânica (FEM) e do Instituto de Filosofia
e Ciências Humanas da UNICAMP.
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ISPTEC CONTACTA UNICAMP
Uma delegação do Instituto Superior
Politécnico de Tecnologias e Ciências
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Centro Pré-Universitário Católico
no Huambo foi reabilitado
Um novo edifício escolar foi inaugurado, no Centro Pré-Universitário Católico (CPUC), na província do Huambo.
A recuperação do imóvel, muito danificado pelo conflito armado, teve o financiamento da Sonangol, BP Angola e
demais parceiros do bloco 31.
O novo empreendimento, que faz parte
de um projecto iniciado em 2007, num
valor superior a um milhão e meio de
dólares norte americanos, possui três
laboratórios para estudos práticos de
biologia, química e física, uma biblioteca,
uma sala de informática, um auditório,
uma sala de reuniões e um gabinete.
Refira-se que a primeira fase do referido centro escolar foi inaugurada em
2007 com um edifício construído de raiz
com dois pisos, nove salas de aula, dois
gabinetes, uma secretaria, uma sala de
professores, uma capela e outras áreas
de apoio como campo gimnodesportivo, cantina e um espaço de recreio. O
estabelecimento de ensino oferece cursos de ciências físicas e biológicas e de
ciências humanas, da 10ª à 12ª classe.
Durante a cerimónia de inauguração,
o vice-presidente da BP Angola, Paulo
Pizarro, destacou a grandeza da infra-estrutura, tendo afirmado que a mesma
“é uma grande obra cuja execução foi
muito difícil pois exigiu a recuperação
dos escombros, em várias fases, mantendo-se a arquitectura original”.
Mentor do projecto
Na cerimónia de inauguração, esteve
presente o antigo director do bloco 31,
Bravo Paulo, o mentor do projecto. Na
ocasião, incentivou os beneficiários a
preservar o património que favorece
as gerações vindouras. Dirigindo-se à
direcção da escola, Bravo Paulo pediu
maior racionalização no uso do imóvel,
demonstrou satisfação em ver a obra
concluída e, sobretudo, “por ter feito
parte da iniciativa para a edificação de
tão valoroso património”.
Novos horizontes de ensino
e esperança
Por seu turno, o arcebispo do Huambo,
Dom José de Queiroz Alves, procedeu
à bênção do imóvel e adiantou que a
entrada em funcionamentos do novo
edifício constitui um passo importante
para o desenvolvimento do ensino e
aprendizagem na província, em par-
ticular, e no país em geral. Dom Queiroz espera que naquela instituição se
forme o homem em todas as dimensões. “Façamos desta escola um verdadeiro pólo de desenvolvimento onde
o ensino de qualidade seja uma prioridade e possamos formar o homem total
para que, além de dotado intelectualmente, seja capaz de criar ambiente
de paz e justiça à sua volta e fazer com
que Angola seja a pátria feliz de todos
os angolanos”, disse o arcebispo.
Ainda segundo Dom José de Queirós
Alves, é necessário que os professores
do CPUC cultivem novos horizontes de
ensino e esperança e que esta instituição de ensino seja um espaço de construção do homem novo e de uma Angola
desejada por todos.
“Façamos desta escola um verdadeiro pólo de desenvolvimento onde
o ensino de qualidade seja uma prioridade e possamos formar o homem
total para que, além de dotado intelectualmente, seja capaz de criar
ambiente de paz e justiça à sua volta
e fazer com que Angola seja a pátria
feliz de todos os angolanos”.
Dom José de Queiroz Alves, arcebispo do Huambo
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Associação do Bloco 18 patrocina construção
de escola no Balombo
A escola da Libata, no município do
Balombo, província de Benguela, construída em tempo recorde (90 dias) com
o patrocínio da Associação do Bloco
18 (Sonangol, BP e SSI), foi inaugurada
no passado dia 3 de Junho. Com este
benefício, mais um, do petróleo angolano, cerca de 600 crianças deixam de
estudar debaixo de mangueiras, passando a fazê-lo em salas de aulas com
todas as condições necessárias para
uma melhor qualidade de ensino.
No acto de inauguração, o administrador do Balombo, Kwanza Santos,
realçou a importância desta acção de
responsabilidade social para as comunidades do referido município no qual a
guerra destruiu muitas infra-estruturas.
“O investimento em capital humano é
determinante para o desenvolvimento
sustentável de uma região, pois o sistema de educação é responsável pela
promoção desse investimento e a sua
eficiência tem impacto sobre a produtividade económica, o acesso à cultura
e ao conhecimento e a inclusão social”,
afirmou o administrador.
O soba grande, Bastana Jundo Chivinga, também se manifestou regozijado com a construção da escola da
Libata. “O povo está muito alegre”,
disse a propósito.
Por seu lado, o responsável da ONG
RISE, Adriano Huambo, mostrou-se
igualmente bastante feliz pelo facto
de a comunidade local poder contar
com tão importante infra-estrutura.
“Tivemos, uma vez mais, a capacidade
de transformar o financiamento num
bem público”, referiu.
Para o presidente regional da BP Angola,
Martin Morris, “foi graças à união de
sinergias entre as autoridades municipais e as comunidades da área, o
Ministério da Educação, a BP Angola,
Sonangol e demais parceiros do bloco
18, que foi possível concretizar este projecto num prazo inferior a 100 dias e
dar assim acesso à educação às crianças que são o pilar do desenvolvimento
sustentável de Angola”, salientou.
De acordo com Martin Morris, a construção da escola constitui mais um
passo modesto mas significativo. “ O
desafio é grande. O objectivo é que
um dia todas as crianças em Angola
possam aceder ao sistema formal de
educação e ensino, de forma a erigir alicerces sólidos e transformá-las
nos homens responsáveis do amanhã,
nos quadros que o país e as empresas
tanto precisam”, acrescentou aquele
responsável da BP Angola.
Rede escolar
O município conta com cerca de 106
mil habitantes, o que corresponde a
uma densidade populacional de 40
habitantes por quilómetro quadrado.
Mais de metade são do sexo feminino.
A população é muito jovem, já que os
cidadãos até aos 19 anos representam
62 % do total. Além da sede, o município tem três comunas: Chindumbo,
Chingongo e Maka Mombolo.
A rede escolar do município era composta, em 2010, por 82 escolas, sendo
apenas 12 (65 salas de aula) de construção definitiva e em bom estado.
Cerca de 27 escolas funcionavam em
locais impróprios, como capelas e
árvores. De acordo com um inquérito
realizado nesse ano, a insuficiência
de salas de aula, o elevado número
de crianças em idade escolar fora do
sistema e o abandono escolar, constituíam os principais problemas do sector da educação.
Reinauguração de escola e Igreja Metodista Unida
Emaús em Luanda
“Acabámos de assistir à reinauguração de dois equipamentos sociais que vão favorecer a comunidade, quer da Igreja
Metodista Emaús, quer do próprio município onde a mesma
está inserida”, afirmou a vice-governadora de Luanda, Juvelina Imperial, por ocasião da respectiva cerimónia realizada
no dia 10 de Junho, no Kilamba Kiaxi, em Luanda.
O novo templo tem capacidade de albergar 2.800 pessoas e a escola passou a contar com 12 salas de aula, uma
biblioteca e sala de informática, que acolhem 650 alunos
da iniciação à 7ª classe. O projecto, no montante de USD 1,5
milhões, foi financiado pela BP Angola, Sonangol e demais
parceiros do bloco 31.
Segundo a governante, “a comunidade vai ganhar muito,
dado que a igreja vai trabalhar na moralização da família,
no resgate dos valores morais e cívicos que fomos perdendo ao longo dos tempos, e a escola permitirá construir
o homem do amanhã”. “É uma acção de louvar, de encorajar, para que a pobreza seja minimizada cada vez mais”,
acrescentou.
Juvelina Imperial considera a Igreja Metodista Emaús “um
bom parceiro que continua a cumprir as solicitações do
governo“ e louvou a iniciativa dos parceiros do bloco 31
“pelo seu apoio responsável e solidariedade para levar
Angola rumo ao desenvolvimento”.
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Vida espiritual e social caminham juntas
Por sua vez, o bispo Gaspar João Domingos exortou os fiéis
a cumprirem as suas obrigações, a conservarem as novas
instalações e agradeceu à Sonangol, BP e parceiros do
bloco 31 “por tudo quanto fizeram para o engrandecimento
da seara e da obra do Senhor nosso Deus”.
Para a directora da escola Emaús, Ondina Francisca, a nova
escola possibilita uma melhor qualidade de ensino. “Salas
de aula condignas, boas carteiras, motivam os professores e alunos”, referiu. Ao intervir, no acto de inauguração,
o vice-presidente para Operações da BP Angola, Fernando
Guitar, afirmou que não bastam apenas os financiamentos,
mas também, e acima de tudo, bons parceiros que possam
fazer a diferença na vida das comunidades. Fernando Guitar
agradeceu ainda à Sonangol o encorajamento que tem dado
à BP para o envolvimento dessa petrolífera nos mais distintos projectos sociais em benefício das comunidades angolanas. Já durante o culto realizado no dia da reinuguração, o
director de Desenvolvimento Sustentável da BP Angola, Gaspar Santos, reiterou a vontade da companhia de continuar
a participar de mais projectos sociais em Angola.
13
Enviado do Presidente da RDC mantém encontro
com PCA da Sonangol E.P.
O enviado especial do Presidente da República Democrática
do Congo, Antoine Ghonda, que esteve durante alguns dias
em visita de trabalho à Angola, manteve no passado dia 17 de
Julho um encontro com o Presidente do Conselho de Administração da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria.
Participaram da reunião, realizada no Edifício Sede da petro-
lífera estatal angolana, o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Vicente, e o ministro da Energia e
Águas, João Baptista Borges.
O Administrador da Sonangol E.P., Gaspar Martins, esteve
também presente ao encontro no decorrer do qual foram
abordados assuntos de interesse dos dois países.
PCA da Sonangol E.P., ao fundo, conversa com o enviado especial do Presidente da RDC, enquanto o ministro de Estado e da Coordenação Económica de Angola saúda um dos membros da comitiva congolesa.
Delegação de petrolífera do Sudão do Sul visita SonAir
Uma delegação da NILEPET, concessionária petrolífera do
Sudão do Sul, efectuou recentemente uma visita às instalações da SonAir, onde foi recebida pelo Presidente da
Comissão Executiva dessa Subsidiária da Sonangol E.P.,
João Alves Andrade.
Na ocasião, a comitiva do Sudão do Sul, que se fazia acompanhar do Presidente da Comissão Executiva da Sonangol
Hidrocarbonetos Internacional, Paulino Jerónimo, foi informada do funcionamento do core business da SonAir.
De recordar que em Março último, uma delegação ministerial daquele jovem país localizado no nordeste de África,
rico em petróleo, esteve no Edifício Sede da Sonangol E.P.
onde manteve um encontro com o Presidente do Conselho
de Administração da petrolífera estatal angolana, Francisco
de Lemos José Maria.
Nacional
Tendências e Percepção da gestão
dos recursos humanos
Mateus João Pedro (Texto)
P
retendo, com esta análise, apresentar um quadro de
tendências cujas implicações levantam muitas vezes
dúvidas e criam um horizonte sombrio aos gestores, no
que diz respeito às práticas da gestão dos Recursos Humanos.
Para o efeito, aos leitores requer-se que tenham um espírito crítico face às teorias que nos são apresentadas
pelos estudiosos e pesquisadores. Devemos, por
conseguinte, contextualizar os discursos,
mensagens e prognósticos sobre os
efeitos e desafios da globalização. Não é um argumento
menos sólido entender também que
“um discurso não
apenas reflete a
realidade mas
também pode
14
• Setembro 2012 - Nº27
interferir, construir e até definir a realidade” in (Phillips, N;
e Hardy,C. Discourse Analysis: Investigating Processes of
Social Construction. Thousand Oaks: Sage,2002).
Outrossim, sabemos de igual modo que nem sempre os
discursos e as práticas são coincidentes. Os benefícios
da dúvida para aceitabilidade e refutabilidade na
aquisição e/ou introdução de “boas práticas”
em qualquer organização requerem ter em
conta os aspectos relacionados com a
visão do desenvolvimento histórico, social, político, económico
e tecnológico específico,
pois eles têm fortes
implicações para a
gestão de Recursos Humanos.
Repensando
15
deste modo as ideias, incluindo típicas, e os conceitos sobre
os Recursos Humanos, os pesquisadores actuais tendem
a ver em cada ideia e em cada pensador um “microcosmo”
no qual se articulam o passado e o presente, enquanto se
investe na construção do futuro, in (Tanure,B et al. A gestão
de pessoas no Brasil – virtudes e pecados capitais. Rio de
Janeiro: Campus, 2007). Eis o argumento apresentado: isto
significa navegar entre paradoxo e dualidades, uma das
principais funções da gestão de Recursos Humanos…Aqui,
factores estratégicos e os de Recursos Humanos estão, de
facto, profundamente interligados.
O foco está no desenvolvimento das capacidades da organização e nas pessoas para prosperarem num mundo
de contínua mudança. É administrar construtivamente as
tensões entre forças opostas. Esse papel desempenhado pelos Recursos Humanos é entendido como o de um
navegador que transita entre forças contraditórias, aqui
denominadas de dualidades (ou paradoxo).
Desta feita, não precisamos de ter “uma posição” definida sobre todas as questões, principalmente sobre aqueles
assuntos que ainda não analisamos cuidadosamente, pois
manter uma mente aberta ao mesmo tempo em que se
pensa criticamente sobre o que nos é dito ou apresentado
é uma forma de aferição e maturação. É a maturação vivencial e intelectual de se deixar convencer apenas quando
“as experiências da vida realmente nos fazem perceber a
realidade”.
Por conseguinte, podemos entender que o estudo da evolução dos Recursos Humanos pode servir de terreno experimental para a compreensão de sistemas, problemas,
métodos e ensaios ad-hoc, de estratificação e sistematização
das ideias no seu sentido holístico local.
As demandas vindas de várias áreas de negócio, dos clientes internos e externos representam inequivocamente as
frentes e desafios da classe Recursos Humanos. Dentre
várias questões levantadas acrescem sempre as dúvidas
enraizadas na mente: os profissionais de RH terão ou não
a capacidade de darem respostas com dimensões locais
e específicas às necessidades das empresas? In (Evans,
P. et al. The global challenge: frameworks for international human resource management. New York: McGraw-Hill.
2002), cujo argumento é o seguinte: é importante frisar que
tais dualidades não são excludentes, mas demandam uma
busca de equilíbrio dinâmico. O pêndulo passa de um lado
para outro, em contexto também mutável e, dessa forma, a
grande máxima passa a ser a de ter de se construir o futuro
no presente… de maneira que essas tensões funcionem
como forças propulsoras do desenvolvimento e não como
fontes de conflito.
De facto, os esforços envidados pelos profissionais, especialistas e estudiosos nos processos de mudanças nas práticas
de gestão, nomeadamente, a introdução de “Nova Cultura”,
local content, open-space, avaliação de desempenho, treinamento-recrutamento online, trabalho em equipa, gestão
de conflitos e carreiras, estão todos ligados a um conjunto
de variáveis que concorrem para o reforço da inovação em
todos os campos de formação profissional, bem como ao
reequacionamento de conceitos, objectivos e práticas, à
luz das novas relações entre formação e emprego, educação e formação, qualificações e competências, informação
e aprendizagem, aceleração da inovação tecnológica e a
necessidade de aprendizagem num processo de aquisição
de novas competências.
Em consequência, nas empresas, a área dos Recursos Humanos tem sofrido uma progressiva “metamorfose”, senão
mesmo o alargamento da sua missão, valores e cultura que
anteriormente pareciam estar em desalinhamento com a
realização do planeamento estratégico do negócio. Neste
sentido, a equipa de coopers e lybrand in Remuneração por
habilidade e por competências: Preparando a organização
para a Era das empresas de conhecimento intensivo. São
Paulo: Atlas, (1997, p 73) afirma: “A premissa adoptada era
que o factor humano está na base da gestão estratégica dos
negócios. Por isso, é necessário que os gestores de negócio
se envolvam nas questões de RH tanto quanto o pessoal
de RH se envolva nas questões de negócio”.
Portanto, os Recursos Humanos ao terem um papel mais
interventivo no planeamento estratégico do negócio para
além das suas próprias fronteiras significa que o seu relacionamento com os seus clientes internos e externos é de
não traçar limites. O inverso daria origem a antagonismos,
invenção de batalhas, fomento de competições, criação de
adversários. Assim surge o fomento das atitudes defensivas,
as quais tendem a quebrar o alinhamento entre as áreas
das empresas. Em síntese, as pressões e desafios de uns e
de outros dentro de uma empresa convergem na interacção
e partilha de experiências lá onde todos querem realmente
a melhoria contínua de tudo e de todos.
NACIONAL
Angola e República do Congo
chegam a acordo
para exploração de campo
transfronteiriço
Angola e a República do Congo chegaram a acordo quanto à exploração do campo Lianzi,
localizado em águas profundas na região transfronteiriça entre os dois países e que contém
reservas provadas de 70 milhões de barris de petróleo
A
ngola e a República do Congo chegaram a acordo quanto à repartição dos rendimentos petrolíferos
resultantes da exploração do campo
petrolífero Lianzi, situado no Bloco 14,
na linha de fronteira marítima entre os
dois países. O acordo final foi rubricado
no mês de Julho de 2012 em Brazaville,
culminando um processo que se iniciou
em 2007 com o estabelecimento de um
protocolo, assinado em Julho desse
ano, em Luanda, entre os ministérios
dos Petróleos de Angola e o dos Hidrocarbonetos do Congo. Foi tendo como
base o referido protocolo que decorreram desde 2009 as conversações respeitantes ao processo de partilha de
petróleo na zona de interesse comum à
Angola e à República do Congo.
Em Março deste ano, recorde-se, já
16
• Setembro 2012 - Nº27
haviam sido rubricados em Luanda dois
acordos para o desenvolvimento e produção do campo transfronteiriço Lianzi
pelo ministro dos Petróleos, Botelho de
Vasconcelos e o ministro congolês dos
Hidrocarbonetos André Raphael Luemba.
Os acordos respeitaram ao mecanismo
de partilha de receitas resultante da
futura exploração do jazigo e à abertura
de uma conta conjunta para o depósito
dos rendimentos gerados pela exploração do campo.
A exploração do campo Lianzi, que contém reservas comprovadas de 70 milhões
de barris de petróleo, deverá ter início
em 2015 envolvendo um investimento
da ordem dos 2 mil milhões de dólares,
o qual será assegurado pelas petrolíferas que integram o consórcio que detém
a concessão na proporção das respec-
tivas participações. O consórcio integra
a norte-americana Chevron, a empresa
operadora, a portuguesa Galp Energia
(com 4,5%), Chevron (o operador, com
15,75%), CABGOC (a petrolífera estatal congolesa com 15,5%), a Sonangol
(10,0%), SNPC (7,5%), Total (36,75%)
e Eni (10,0%).
O projecto de exploração do campo
Lianzi já foi aprovado pelo Conselho de
Ministros de Angola, faltando agora apenas passar pela Assembleia Nacional.
O campo Lianzi situa-se no Bloco no
bloco 14K–A–IMI fica situado em águas
profundas na fronteira entre Angola e a
República do Congo, o qual apresenta
uma área de 700 quilómetros quadrados numa profundidade de água de 500
– 1000 metros.
Nacional
Satélites do Kizomba iniciam
produção de 100 mil barris diários
O
s Satélites do Kizomba, abarcando os campos Mavacola e
Clochas, integrados no mega
complexo do Kizomba, no Bloco 15 do
offshore angolano, irá produzir 100 mil
barris de petróleo diariamente e permitir a recuperação de cerca de 250
milhões de barris. A primeira fase do
projecto compreende a perfuração de
18 poços e optimizará a capacidade instalada no bloco atribuído à Esso Exploration Angola
18
• Setembro 2012 - Nº27
A produção da Fase 1 do projecto Satélites do Kizomba arrancou em Julho no
Bloco 15 do offshore angolano, de acordo
com o anúncio feito pela empresa operadora do bloco, a Esso Exploration
Angola, subsidiária da ExxonMobil, e a
concessionária, a Sonangol E.P. Prevê-se que a Fase 1 da produção dos Satélites do Kizomba venha a atingir um nível
de 100 mil barris de petróleo diariamente (bdp), permitindo a recuperação
de cerca de 250 milhões de barris nos
campos de Mavacola e Clochas, situados a 135 Km da costa angolana a uma
profundidade de água de aproximadamente 1.380m. A Fase 1 do projecto
compreende a perfuração de 18 poços
com a ligação submarina aos navios de
produção, armazenagem e descarga
(FPSO) existentes em Kizomba A e B,
possibilitando assim a optimização da
capacidade das instalações de produção do Bloco 15.
Na cerimónia que assinalou o início de
19
O Consórcio do Bloco 15
40%
20%
26,67%
13,3%
Concessionária:
produção de petróleo nos campos Satélites do Kizomba, o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, realçou
‘que a execução da fase 1 do projecto
Satélites do Kizomba, foi concluída antes
do tempo previsto, antecipando, desta
forma, o início de produção’, acrescentando que o desenvolvimento dos novos
campos foi efectuado ‘com um desempenho de segurança líder na indústria
petrolífera. Estes dois exemplos, sublinhou, testemunham a abnegação e
empenho do operador, dos parceiros e
colaboradores na execução do projecto,
e devem servir de referência para o sector petrolífero nacional’.
A Fase 1 do Projecto Satélites do Kizomba
foi lançado em 2008, abarcando o desenvolvimento de dois campos descobertos
por satélite, Clochas e Mavacola. Foram
adquiridos, para o efeito, pelos parceiros
do consórcio, mais de 2.500 quilómetros quadradoa de dados sísmicos em
3D de elevada qualidade. Os dois satélites descobertos, Clochas e Mavacola,
que se estima, como se referiu, conterem 250 milhões de barris de petróleo,
foram desenvolvidos em articulação
com os projectos Kizoma A e Kizomba
B. Na sua segunda fase (Fase 2), o projecto vai incluir o desenvolvimento de
descobertas contíguas.
O desenvolvimento dos Satélites do
Kizomba deu sequência a um programa
de perfuração desenvolvido ao longo de
do período 1997-1999. As quatro descobertas anunciadas em 1998 (campos de
Hungo, Chocalho, Kissange e Dikanza)
compõem o gigantesco complexo de
Kizomba.
O complexo Kizomba integra o Bloco
15 do offshore nacional, tendo sido a
sua concessão atribuída à ExxonMobil
em 1994. Trata-se de uma das primeiras fracções de superfície de águas profundas concessionadas pelo Governo
angolano. Os reservatórios datam do
médio e do baixo Mioceno. Os poços
penetraram vários reservatórios de alta
qualidade, dando uma coluna de óleo
superior a 1.000 m. O Kizomba apresenta reservas recuperáveis próximas
de 2 biliões de barris de óleo equivalente, prevendo-se que venham a ser
ligados à sua estrutura outros campos
existentes nas proximidades.
As diferentes fases de desenvolvimento
do projecto, designadas Kizomba A,
Kizomba B e Kizomba C arrancaram em
2004, 2005 e 2008, respectivamente.
Em 1998 foram descobertos os campos
Mungo, Chocalho, Kissange e Dikanza.
Em 1999 foram descobertos ou reavaliados os campos Chocalho e Xicomba.
Em 1998 foram descobertos os campos
Mungo, Chocalho. A primeira produção
aconteceu em 2003 no campo Xicomba.
Em Julho do ano 2000 deu-se a descoberta do campo Mondo, situado a 370
quilómetros a Oeste de Luanda.
As fases do Kizomba
A construção e desenvolvimento em
águas profundas de Kizomba A foi iniciada em 2001, abrangendo os campos
Hungo e Chocalho. O projecto começou
a produzir petróleo (130 mil mbd) em
Agosto de 2004, tendo a meta de produção sido fixada em 250 mil bpd. Em
Julho de 2002 teve início a construção
do campo Xicomba, também em águas
profundas. O desenvolvimento desta
fase do projecto permitiu a recuperação de 100 milhões de barris de petróleo.
Em 2003 arrancou a construção de
Kizomba B, abarcando os campos Kissange e Dikanza, localizados em águas
profundas de 3.300 a 3.400 pés, a qual
tem em vista a recuperação de um bilião
de barris de petróleo. O objectivo fixado
para a produção foi de 250 mil bdp. O
projecto inclui a combinação de uma plataforma de poço de superfície e poços
submarinos ligados a um navio FPSO. Na
sua configuração o Kizomba B replica
a do Kizomba A, o que permitiu uma
significativa poupança de custos e
OS CAMPOS
Kizomba A: Hungo, Chocalho e Xikomba | Kizomba B: Kissange e Dikanza | Kizomba C: Mondo, Saxi e Batuque
Satélites: Clochas e Mavacola
de tempo. A ExxonMobil investiu 750
milhões de dólares na unidade FPSO,
a qual apresenta uma capacidade de
armazenamento de 2,2 milhões de barris de petróleo. A unidade mede 285 m
por 63 m e tem 32 m de altura, pesando
81 mil toneladas e disponibilizando alojamento para 100 funcionários.
A terceira fase do projecto, Kizomba
C, integra os campos Mondo, Saxi e
Batuque e destina-se a aproveitar
600 milhões de barris de petróleo em
cerca de 2.400 pés de água. O campo
Mondo, situado a 145 quilómetros ao
largo da costa angolana, começou a
produzir petróleo em Janeiro de 2008,
ao passo que os outros dois campos,
Saxo e Batuque, iniciaram as respectivas produções em Agosto do mesmo
ano, devendo contribuir com uma produção de 100 mil bdp.
O desenvolvimento de Kizomba C
envolve dois navios FPSO e 36 poços
submarinos, representando a maior
exploração submarina de petróleo operada pelas filiadas da ExxonMobil em
todo o mundo. Esta fase do projecto
envolveu um investimento de perto
de 1,5 milhões de dólares na aquisição
de bens e serviços contratados localmente, incluindo contratos de fabrico
no país, logística de apoio e formação
de colaboradores e quadros angolanos.
Conteúdo nacional
De salientar que o projecto Kizomba vem
envolvendo um elevado grau de participação nacional. O que foi salientado
pelo ministro dos Petróleos, Botelho
de Vasconcelos, durante a cerimónia
de lançamento do Projecto Satélites
do Kizomba. ‘ Grande parte dos módulos e equipamentos submarinos foram
fabricados no país. Isto significa que
podemos ir mais longe, neste domínio.
Assim, encorajamos a concessionária
nacional e seus parceiros, a prosseguir
os esforços em curso para aumentar
o conteúdo nacional no sector petrolífero’, referiu Botelho de Vasconcelos,
sublinhando que ‘é certo que o caminho
a percorrer é longo e os desafios enormes, já que precisamos de desenvolver
de forma continuada várias capacidades e competências. A esse respeito,
importa referir o Decreto-Lei-17/09 de
26 de Junho e respectivos regulamentos. Ao abrigo destes instrumentos, as
empresas petrolíferas devem celebrar
um contrato programa com o Ministério dos Petróleos que defina metas a
atingir no processo de formação e integração do pessoal angolano, com vista
à materialização de uma angolanização efectiva’, acrescentou.
Fornecedores
Entre os fornecedores do complexo
do Kizomba contam-se Saipem, responsável pela engenharia, fabricação
e instalação dos equipamentos submarinos, a Oceaneering International,
a AMEC, a quem foi adjudicada a concepção, logística de aquisição e fornecimento dos serviços de apoio ao
projeto, que irá executar em conjunto
com Paragon Angola, uma joint-venture que estabeleceu com a Prodiaman; para fornecer equipamentos de
produção submarina ao projecto, a
Esso Exploration Angola seleccionou
a GE Oil & Gas, que irá fornecer uma
vasta gama de equipamentos submarinos e de superfície; com a Oliver Valves foi celebrado um contrato para o
fornecimento de submarinos e válvulas ‘topside’.
A cronologia
de um mega projecto
20
• Setembro 2012 - Nº27
Atribuição da concessão:
1994
Primeira produção:
2003
Início produção Kizomba A:
2004
Início produção Kizomba B:
2005
Início produção Kizomba C:
2008
Arranque Projecto Satélites:
2012
NACIONAL
Sonangol investimentos
Industriais já Pôs a operar 17
Fábricas na ZEE Luanda-Bengo
Trata-se de um dos mais ambiciosos projectos lançados em Angola, compreendendo
um pólo industrial, outro comercial e ainda um centro de tecnologia e de convenções.
Na Zona Económica Especial Luanda-Bengo, cujo desenvolvimento está confiado
à Sonangol Investimentos Industriais, já funcionam 17 fábricas e uma ETAR, o que permitiu
a criação de mais de 3.000 novos empregos
J
á se encontram a funcionar as 17
novas unidades fabris na Zona Económica Especial (ZEE), Luanda-Bengo. As oito primeiras unidades
fabris da Zona Económica Especial
Luanda/Bengo (ZEE), foram inauguradas a 27 de Maio de 2011 pelo Presidente
da República e, praticamente um ano
decorrido, em Maio de 2012, foram inauguradas seis novas fábricas. A inauguração destas seis unidades contou com
a presença dos ministros da Geologia e
Minas e Indústria, Joaquim David, e dos
Petróleos, Botelho de Vasconcelos. No
último dia do mês de Julho do corrente
ano, foi inaugurada uma fábrica vocacionada para a produção de bombas de
água pelo ministro dos Petróleos Botelho de Vasconcelos. Finalmente, já em
Agosto, o ministro dos Petróleos inaugurou mais duas unidades, uma fábrica
de ferragens e uma unidade de galvanização, as quais vão acrescentar 130
postos de trbalho directos aos já existentes na ZEE. Os investimentos efectuados foram assegurados, na totalidade,
pela Sonangol Investimentos Industriais
(SIIND), sem recurso a qualquer financiamento bancário.
Um processo que começa em 2005
A ZEE Luanda-Bengo foi criada pelo
Decreto Presidencial Nº 50/09 de 11 de
Setembro. A materialização do projecto
de lançamento de Zonas Económicas
22
• Setembro 2012 - Nº27
Especiais que configurassem modelos adequados, do ponto vista institucional, administrativo e económico, em
determinadas regiões do país, ao relançamento e desenvolvimento da economia real e do empresariado nacional,
remonta a 2005, quando o Presidente
da República incumbiu o Gabinete de
Reconstrução Nacional da missão de
por em marcha a constituição de eixos
regionais geradores de desenvolvimento
o novo parque industrial.
Posteriormente, em Abril de 2010, teve
início o processo de transferência de responsabilidade do Gabinete de Reconstrução Nacional para a Sonangol. O auto
de recepção do património foi assinado
pelas partes a 11 de Outubro de 2010,
tendo a implementação da ZEE Luanda-Bengo sido confiada à SIINDE, Sonangol Investimentos Industriais, criada a
7 de Outubro de 2010, e que tem como
missão promover, desenvolver e coordenar a gestão dos projectos industriais
da Sonangol EP e subsidiárias, a concretizar na ZEE Luanda-Bengo.
Noutras partes do mundo já foram
implantadas ZEE, desde a China à Argentina, passando pelo Brasil (Manaus),
Índia e Emirados Árabes Unidos, entre
outros. Recentemente foi criada também uma nova zona económica especial em Moçambique (Matola). As Zonas
Económicas Especiais (ZEE) procuram
potenciar inúmeras vantagens, desde
vantagens fiscais e outras concedidas
pelas autoridades, assim como de sinergias que se estabelecem entre as unidades industriais e empresas que nelas se
instalam e beneficiam da mesma infraestrutura (energia, saneamento, acessos
e também, normalmente, o tratamento
de resíduos – ETAR). Foram implementadas em diferentes países,
Um projecto de fôlego
Cobrindo uma área total de 8 300 hectares, a Zona Económica Especial (ZEE)
Luanda-Bengo, localiza-se no quilómetro 30 em Viana, entre os municípios de
Viana e Cacuaco, província de Luanda,
e nos municípios de Icolo-e-Bengo,
Dande, Ambriz e Namboangongo, província do Bengo. Trata-se de um projecto de grande fôlego, integrando um
pólo industrial e outro comercial e ainda
um centro de tecnologia e convenções.
Foi ainda inaugurada, em Maio de 2012,
a par das seis novas fábricas, uma nova
estação de tratamento de águas residuais (ETAR), que atenderá todas as
unidades previstas para o primeiro quadrante da ZEE. A nova ETAR apresenta,
para já, uma capacidade de 42 litros
por segundo e ainda uma capacidade
adicional de 11 litros por segundo para
receber parte dos resíduos do segundo
quadrante. A ETAR será ampliada para
a capacidade de 84 litros por segundo,
permitindo o atendimento integral das
indústrias do segundo quadrante e, numa
23
terceira e última fase, a sua capacidade
será elevada para 126 litros por segundo.
Do ponto de vista do suprimento de energia eléctrica a ZEE conta, para já, com
60 kilovolts de uma subestação local e
30 kilovolts provenientes de uma barragem, para além de um grupo de geradores que funcionam em alternativa.
Aposta na produção
E empresariado nacional
A ZEE Luanda-Bengo procura aproveitar o potencial de uma das regiões
mais povoadas do país e, em consequência, aquela que apresenta também maior dimensão de mercado, como
ainda a que dispõe das melhores condições logísticas. Tem como objectivo
fundamental criar grupos económicos
nacionais fortes e competitivos nos
domínios tecnológico, organizativo e
financeiro, fazendo com que o controlo
da economia seja assegurado, fundamentalmente, por cidadãos angolanos,
promovendo a consolidação e desenvolvimento do empresariado nacional,
nomeadamente a criação de grupos
económicos nacionais fortes e competitivos nos domínios tecnológico, organizativo e financeiro, fazendo com que
o controlo da economia seja assegurado, fundamentalmente, por cidadãos
angolanos. No entanto será também
acolhida a iniciativa estrangeira que,
em parceria com empresários nacionais, contribuam para a incoporação de
tecnologia e know-how susceptível de
valorizar os diferentes projectos que a
ZEE alberga. Embora habitualmente as
empresas existentes numa ZEE produzam para exportar, a ZEE Luanda-Bengo
estará virada, numa primeira fase, para
o consumo interno devido às carências
do mercado nacional. Será dotada de
um porto seco para matérias-primas e
equipamentos importados e destinados à produção de bens e ao funcionamento das unidades fabris.
A agenda da SIIND
O programa da SIIND prossegue o objectivo de colocar em funcionamento na
ZEE 25 unidades industriais até ao início de 2013 e um total de 53 unidades
industriais até 2014.
Dezassete unidades industriais já se
encontram a laborar na ZEE Luanda-Bengo no domínio da produção industrial, produzindo desde colchões e
espuma a cabos eléctricos e material
eléctrico de média e baixa tensão, passando pelo fabrico de cabos de fibra
óptica, torres metálicas, equipamento
de irrigação, vedações e arames, tintas
e vernizes, tubos de polietileno, tubos e
acessórios de PVC e PE, telhas metálicas
e bombas de água. As últimas fábricas
a entrar em funcionamento operam no
domínio das ferragens e da galvanização.
A comissão executiva da SIIND espera
que, até ao final deste ano, outras 9 fábricas entrem em funcionamento (metalomecânica, embalagens metálicas,
sacos de plástico, galvanização, pavilhões metálicos, vidros para construção
civil e cartonagem). A SIIND prossegue
assim o objectivo de colocar em funcionamento na ZEE 26 unidades industriais até ao início de 2013 e um total de
53 unidades industriais até 2014. Até
ao momento foram já criados na ZEE
Luanda – Bengo mais de três mil postos
de trabalho, um terço dos quais nas 14
unidades industriais que se encontram
já a operar, e dois terços em empregos
indirectos criados no âmbito da ZEE,
designadamente nos ramos da construção civil, segurança e prestação de serviços. O objectivo é que, quando a ZEE
estiver a funcionar na sua plenitude, dê
emprego a 10 mil angolanos.
NACIONAL
As 17 fábricas uma a uma
Angolacabos
Inauguradas em Maio de 2011:
Fabrico de cabos de fibra óptica. Ocupando 2.500 metros quadrados é das
poucas unidades existentes no continente. Nela se encontram instaladas
quatro linhas de máquinas diferentes.
Na primeira linha estão as duas de pintura para diferenciação da fibra óptica
no tubete. Na segunda linha ocorre a
fabricação no tubete com fibras ópticas e geleia de protecção. Na terceira
é feita a união dos diferentes tubetes
ao redor de um núcleo de protecção.
Na quarta e última linha o cabo óptico
recebe um revestimento, a capa final.
Concluído este processo ocabo passa
por um teste de controlo de qualidade.
Pivangola
Produção de equipamento de irrigação.
Indutive
Fabrico de torres metálicas. A sua linha de produção
apresenta capacidade para o fabrico de 444 unidades
anualmente. Nesta fábrica encontram-se instaladas
cinco prensas, duas para diferentes cortes de cantoneiras e três para os mais diversos tipos de perfurações
das peças. Na unidade produzem-se dois tipos de toros: uma de transporte de energia eléctrica e para as
telecomunicações. Nela operam 45 técnicos. Quando
se atingir a plena capacidade de produção passará a
integrar mais 75 trabalhadores.
Induplastic
Vedatela
fabrico de vedações e arames.
Matelétrica
Fabricação de tintas e vernizes. Produz
anualmente 24, 96 milhões de litros de
tinta (19,6 milhões de tinta de água,
3,44 milhões de litros de tinta de óleo
e 1,248 milhões de litros de verniz. Emprega 53 técnicos mas quando todas as
fases de desenvolvimento da unidade
forem concluídas empregará 130 pessoas. Possui 24 tanques de despressão e homegeização com capacidade
total de 176 mil litros. A matéria-prima
para a produção de tintas e vernizes
fica armazenada em seis tanques com
uma capacidade total de 230 metros
cúbicos
24
Mangotal
• Setembro 2012 - Nº27
Produção de material eléctrico – Apresenta sete linhas de produção de vários
materiais eléctricos, desde interruptores, tomadas, caixas de derivação interior ou exterior ou caixas de derivação
para telefone ou internet. Fabrica todos
os componentes necessários ao fabrico
das caixas de derivação, apresentando
uma capacidade mensal de produção
de 37.400 peças. O seu mercado é a
construção civil, designadamente o
segmento da habitação social. Numa
primeira fase a unidade emprega cerca
de 40 técnicos mas, com o aumento da
produção, poder-se-á atingir um total
de 156 técnicos
Produção de materiais plásticos destinados à construção civil e louça. Implantada
numa área total de 17,8 mil
metros quadrados, apresenta capacidade para fabricar
em plástico quase tudo:
acessórios para cozinha
que vão desde os copos aos
baldes para depósito de lixo.
Para casa de banho produz
polibans, tampas de pia,
suportes penduradores e
saboneteiras, entre outros.
O tipo de material a produzir
depende sobretudo das necessidades do mercado pois
a fábrica tem moldes para
vários produtos. Emprega,
na sua primeira fase de desenvolvimento, 52 trabalhadores mas com o aumento
da produção poderá atingir
100 postos de trabalho que
se distribuirão por três turnos.
25
Inauguradas em Maio de 2012:
Pipeline Angola
Produção de tubos PVC. Apresenta
quatro linhas de produção de PVC e
uma de polietileno, ou seja mangueiras flexíveis. A unidade industrial está
preparada para produzir cerca de 17 quilómetros de tubo PVC mensalmente.
Emprega 66 técnicos que receberam
formação ‘on job’ pela empresa promotora da fábrica.
Indutubos
Dedica-se à produção de tubos de polietileno de alta densidade, apresentando uma
capacidade de produção de 5.802 toneladas de tubos por ano. A fábrica, que ocupa
uma área de produção de 1.900 m2 e uma
área de armazém de 2.000 m2, emprega,
directamente, 33 pessoas. Tem como principais clientes a EPAL, a construção civil e
os armazéns de revenda de materiais de
construção.
Inaugurada
em Julho de 2012:
Bombágua
Telhafal
Fabrico de telhas e cumeeiras. Está equipada com 10 perfiladoras para o fabrico de
telhas e uma para o fabrico de cumeeiras,
dispondo ainda de uma máquina de corte
de esponja. Empregando 63 trabalhadores, produz, em cada turno de oito horas,
telhas para a cobertura de 96 casas. Os
seus clientes-alvo são as empresas de
construção civil e de revenda de materiais
de construção.
MBT
Fabrica equipamento de média e baixa
tensão – aparelhagens, transformadores e
isoladores. Com capacidade para produzir
anualmente 20 mil unidades com apenas
um turno de trabalho, e empregando 96
trabalhadores, conta entre os potenciais
clientes com a ENE, EMEL, EDEL, ENCEL
e EMICOL.
Fabrico de bombas de água, designadamente a montagem, pintura e rectificação
de bombas domésticas, industriais e para
sistemas de rega, produzindo bombas de
uma a seis polegadas. Ocupa uma área
de 5.000 metros quadrados e apresenta
uma capacidade de produção mensal de
750 unidades e uma capacidade anual de
9.000 unidades. Os potenciais clientes da
fábrica são os sectores agrícola, a construção civil e a indústria petroquímica e
mineira. Numa primeira fase, a fábrica irá
gerar 51 postos de trabalho.
InauguradaS
em agosto de 2012:
INFER
Inducabos
Voltada para o fabrico de cabos de baixa,
média e alta tensão, destinados a instalações residenciais e industriais, bem como
linhas de distribuição e transmissão. Apresenta uma capacidade de produção anual
de mais de 71,8 milhões de metros de cabo
no primeiro ano de laboração, passando
a 163 milhões de metros após o terceiro
ano de funcionamento. Emprega 87 profissionais e tem como potenciais clientes
a ENE, EDEL e as empresas de construção.
Indústria de Ferragens LDA vai produzir
95.000 fechaduras de quatro tipos diferentes, 35.000 cilindros de dois tipos,
48.000 puxadores de quatro tipos e
200.000 dobradiças de dois tipos diferentes. Tem 90 trabalhadores para
a área fabril e 12 para a área administrativa. Implantada numa área total de
25.166 metros quadrados, conta com
90 trabalhadores afectos à área fabril
e 12 à área administrativa.
INDULGAV
Ninhoflex
Transplás
Apresenta uma capacidade de produção de acessórios em PVC e polietileno de 1.973 toneladas anualmente. A
unidade emprega 50 pessoas e tem
como potenciais clientes os armazéns
de revenda de materiais de construção
e as empresas de construção civil.
Fabrico de colchões de espuma, molas e
almofadas de diversos tamanhos e densidades. Apresenta uma capacidade de
produção mensal de 42 mil colchões de
espuma, 4.200 colchões de molas e 8.000
almofadas e ainda de 23 mil m3 de espuma
industrial. A unidade emprega 80 pessoas
e a sua produção dirige-se inteiramente
para o mercado interno.
É outra das recém-chegadas. A fábrica
de galvanização vai produzir linha de
níquel/crómio à razão de 96 metros
quadrados diariamente. A linha de Zincagem produzirá 554 kg diariamente,
sendo que a linha de pintura (lacagem),
a líquido e a pó, apresenta uma capacidade de produção de 122,4 m/dia.
Emprega 18 pessoas na fábrica e 11 na
área administrativa. Entre os clientes
potenciais figuram as indústrias de material eléctrico, as indústrias torneiras
e as de ferragens
OPINIÃO
ZONA ECONÓMICA ESPECIAL LUANDA- BENGO
UM IMPULSIONADOR DO FOMENTO
DA INDÚSTRIA
Carlos Guerreiro (Texto)
DR (Fotos)
C
om o advento da paz, muitas decisões e planos estratégicos saíram das gavetas e começaram
a ser implementados a uma velocidade
alucinante, dando corpo a objectivos
definidos pelo governo. É o caso da
industrialização do país, que tem nas
unidades fabris da Zona Económica
Especial (ZEE) Luanda-Bengo, gerida
pela Sonangol Investimentos Industriais (SIIND), Subsidiária da Sonangol
E.P., um argumento de peso.
Desde Outubro de 2011 que têm sido
inauguradas novas fábricas na referida Zona Económica, proporcionando
um alicerce seguro para o augurado
relançamento da indústria nacional e
atendimento a um mercado em franco
crescimento e cada vez mais exigente,
no que concerne a produtos para as
várias áreas que dão suporte e alavancam a economia nacional.
Nesse âmbito, com visão estratégica, a
Sonangol soube interpretar os anseios e
as necessidades do mercado na actualidade, a médio e longo prazo, e colocou
em acção um plano-mestre abrangente,
com políticas e um padrão de objectivos muito bem definidos e aprovados
pelo executivo.
Um aspecto que também merece referência particular é o facto de as unidades fabris da ZEE terem garantido, até
ao momento, cerca de 3.600 postos
de trabalho, um contributo significativo
para a melhoria da condição social de
cidadãos angolanos.
Em suma, a Sonangol, através da SIIND,
está uma vez mais envolvida num programa a todos os títulos benéfico para
o país, que inclui a diminuição da importação de produtos tão necessários para
o desenvolvimento nacional, bem como
a criação de emprego, principalmente
para jovens angolanos.
Ainda em relação à ZEE Luanda-Bengo,
uma das fábricas aí localizada, no caso
concreto a Unidade Industrial AngolaCabos, organizou em Luanda, no mês
de Junho de 2012, um simpósio internacional sobre cabos de fibra óptica.
O Vogal da SIIND, Ernesto Maria, proce-
Simpósio Internacional sobre Fibra Óptica organizado recentemente em Luanda,
pela AngolaCabos, uma das unidades industriais localizadas na ZEE Luanda-Bengo.
26
• Setembro 2012 - Nº27
deu à abertura do simpósio, em representação da Comissão Executiva dessa
Subsidiária da Sonangol E.P. O evento
contou também com a presença da
Vogal Eremita de Carvalho Marques,
igualmente da SIIND, bem como de directores das distintas unidades industriais.
“O grande objectivo da realização
deste evento pela AngolaCabos é o
de a empresa apresentar-se ao mercado interno e externo como um produtor e fornecedor de cabos de fibra
óptica, cumprindo e assegurando os
parâmetros internacionais de qualidade técnica como factor incontornável da exigência dos nossos clientes,
sendo esta uma prova de idoneidade
e de garantia segura da oferta de um
produto nacional competitivo”, destacou na sessão de abertura o Vogal
Ernesto Maria.
O simpósio, de grande importância
para o mercado nacional, teve como
palestrantes responsáveis de empresas
internacionais como a Delta, a Draka,
a Ultra Sat, a Fundação CPqD e a Con-
Equipamento na AngolaCabos.
27
nect House que acederam gentilmente
ao convite da AngolaCabos para participarem e dissertarem sobre temas da
actualidade no domínio da fibra óptica.
O grupo de palestrantes incluiu ainda
responsáveis e técnicos de empresas
públicas e privadas angolanas ligadas ao ramo.
No decurso das várias intervenções foi
recordado o facto de que actualmente
as redes de fibra óptica e os seus com-
ponentes não são apenas utilizados nos
sistemas de telecomunicações tradicionais para a transmissão de dados, voz e
imagem, mas também em áreas como
a medicina, indústria, redes de computadores de empresas, escritórios e até
mesmo em residências.
Com cerca de 59 trabalhadores, entre
os quais 51 nacionais, a Unidade Industrial AngolaCabos dedica-se à produção
de cabos de fibra óptica e seus com-
ponentes integradores com qualidade
diferenciadora para o mercado nacional
e regional, assim como ao desenvolvimento de projectos de infraestruturas
de cabos de fibra óptica. De realçar que
no seu processo produtivo a AngolaCabos já observa parâmetros ambientalmente correctos, utilizando um solvente
ecológico não biodegradável, sendo que
a quantidade ínfima de lixo resultante
da produção é reciclável.
ESPECIAL
Chefe de estado visitou unidade
de gás no Soyo
O
Presidente da República foi recebido por milhares de militantes, simpatizantes e amigos do
MPLA, no aeroporto do Soyo.
Um calor humano que se estendeu no
trajecto de 2 quilómetros até à Administração Municipal, no centro da cidade,
onde o aguardavam os ministros de
Estado Manuel Vicente, Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, Carlos Feijó
e outros membros do Executivo. Depois
de uma breve reunião com as autoridades locais, o Presidente da República ofereceu aos deficientes do Soyo
cadeiras de rodas, motorizadas e bicicletas adaptadas, televisores, frigoríficos e arcas congeladoras.
28
• Setembro 2012 - Nº27
29
José Eduardo dos Santos visitou ainda
a Angola LNG, na Base do Kwanda, uma
unidade estratégica que está pronta a
arrancar com o carregamento de gás
líquido nos próximos dias. A vista à
fábrica foi guiada pelos vários departamentos para mostrar como irá funcionar.
A LNG tem as três docas de carregamento prontas a receber os navios
preparados para o transporte de gás
líquido. Este é um dos maiores investimentos na indústria angolana moderna,
orçado em mais de 10 mil milhões de
dólares norte-americanos e financiado
pela multinacional Chevron em 36,4,
pela Sonangol em 22,8, a italiana ENI
e a Total e a britânica BP, com uma
participação apenas de 13,6 por cento
cada no capital investido. A fábrica
Angola LNG terá uma capacidade instalada de 5.2 mil milhões de toneladas
do produto/ano, dos quais 125 milhões
de pés cúbicos vão ser entregues diariamente à Sonangol para o abastecimento do mercado nacional. A fábrica
vai produzir três tipos de gases, nomeadamente, o gás natural liquefeito, o
propano e o butano.
As equipas operacionais da fábrica
estão já a fazer testes aos equipamentos de última geração ali instalados e à
eficácia dos cincos tanques, no sentido
de garantir o primeiro carregamento de
gás natural liquefeito com segurança
exigida, atendendo às especificidades
do produto.
A nível do município do Soyo, o projecto conta com uma linha de mais de
500 quilómetros de gasodutos que vão
transportar o gás dos campos de exploração em on-shore e off-Shore a partir
dos blocos 2 e 17 no Zaire.
Neste momento procedem-se os testes hidráulicos dos tanques, antes do
primeiro carregamento de gás, para o
início da exploração.
A fábrica vai operar com sete imponentes navios encomendados propositadamente para o transporte de gás
natural da fonte para os mercados de
consumo, nomeadamente Ásia, para
aonde vai ser canalizada cerca de 50
por cento do produto, Europa e América do Norte.
ESPECIAL
Projecto Angola LNG
O Projecto Angola LNG começa a produzir Gás Natural Liquefeito no terceiro trimestre
do ano. É a nova era do gás natural em Angola.
A
participação da Sonangol no
Projecto Angola LNG assenta
numa Visão Estratégica englobando o petróleo e o gás/energia. Em relação ao petróleo, a Visão
Estratégica da Sonangol consiste no
seguinte: permitir o ulterior desenvolvimento dos blocos de águas profundas
(14, 15, 17, 18 e outros blocos futuros) sem
queima de gás e contribuir para a redução da queima de gás na Concessão de
Cabinda; Solução integrada e de múltiplos blocos, para evitar a queima de gás
(sinergias e economia de custos); Protecção ambiental e cumprimento da
legislação angolana que regulamenta
as actividades petrolíferas e não permite a produção com queima de gás.
No que concerne ao gás/energia, a
Sonangol pretende que o Angola LNG
se torne um “projecto âncora” que facilite
o desenvolvimento de futuras oportunidades que advenham do gás natural (petroquímica e outras) e que o gás
natural associado, antes considerado
um produto das actividades petrolíferas, seja estabelecido como uma fonte
de receita, emprego e desenvolvimento
regional. “Permitir que a Sonangol participe e adquira novas competências
(técnicas, operação de uma unidade de
LNG e comercialização de gás natural)
30
• Setembro 2012 - Nº27
numa nova era de negócios” constitui
também um desiderato da petrolífera
estatal angolana na sua Visão Estratégica relativa ao gás/energia.
Na sua apresentação, o Presidente do
Conselho de Administração do Angola
LNG falou também das principais características do Projecto. A propósito desse
aspecto particular, António Órfão referiu-se à utilização do gás associado de
blocos da zona marítima (Cabinda e
blocos 14, 15, 17 e 18) e do gás não associado de quatro campos descobertos
que serão futuramente desenvolvidos.
Com uma capacidade nominal de produção de 5,2 milhões de toneladas/ano,
o Angola LNG tem 3 pontões de carregamento (refira-se que a previsão é
de 74 carregamentos/ano), uma frota
exclusiva de 7 navios de LNG e uma
rede de gasodutos de 500 quilómetros. Ainda de acordo com estimativas,
o Angola LNG, que terá 125 MMSCFD
(1,2 bcm por ano) de gás disponíveis
para consumo doméstico, deverá produzir durante mais de 30 anos.
Na zona terrestre, as instalações do
Projecto, adjacentes à base da Sonangol E.P. no Kwanda, junto ao rio Congo,
e que ocupam uma área de 136 hectares, têm uma capacidade de cerca de
60.000 barris/dia de LPG e condensados. Essas instalações permitirão
o fornecimento de butanos pressurizados igualmente para o mercado
nacional.
31
ESPECIAL
PLANO DE COMERCIALIZAÇÃO
Organizar e garantir a venda viável para
mercados de maior valor, fora de Pascagoula (Mississipi, Estados Unidos da
América), é um dos objectivos principais
do Plano de Comercialização segundo
o qual os concursos iniciais serão feitos no âmbito DES (entregue a bordo
do navio), no sentido da garantia das
vendas. São também objectivos principais o estabelecimento do Angola LNG
como protagonista-chave e fiável nos
mercados flexíveis e à vista de LNG,
bem como o desenvolvimento de uma
32
• Setembro 2012 - Nº27
carteira com uma combinação de vendas à vista e de médio a longo prazo.
O Presidente do Conselho de Administração do Angola LNG realçou ainda
que as vendas de Gás Natural Liquefeito serão constituídas de uma combinação que incluirá vendas à vista
ou a curto prazo, através da abertura
de concursos transparentes, sendo
utilizados para o efeito contratos-base de venda pré-negociados pela
Angola LNG. A referida combinação
inclui também contratos de compra
e venda de LNG a prazo e vendas FOB
(sem encargos a bordo) e DES (entre-
gue a bordo do navio).
Entretanto, os investidores do Projecto anunciaram muito recentemente
a constituição, no Reino Unido, de uma
nova empresa, a Angola LNG Marketing Ltd. (ALM), que terá a missão de
comercializar carregamentos de LNG
a nível mundial em nome da Angola
LNG Limited. Com sede em Londres, a
ALM tem como accionistas a Sonangol Gás Natural Limitada (50%), a Chevron Global Energy Inc. (23,6%), a BP
Exploration (Angola) Limited (8,8%), a
Eni International B.V. (8,8%) e a Total
Angola Ltd. (8,8%).
33
OUTRAS PARTICULARIDADES DO PROJECTO
O Angola LNG tem tudo para se constituir como a pedra angular para a criação de uma nova base industrial e um
catalisador do desenvolvimento regional. O Projecto, que representa seguramente a nova era do gás natural em
Angola, vai gerar emprego e incentivar a
criação de pequenos negócios e investimentos comunitários locais, ou seja, no
Soyo. Recorde-se que o auge da fase
de construção da fábrica proporcionou
mais de 6.500 empregos, 60% dos quais
para cidadãos angolanos.
Ainda do ponto de vista de investimento
comunitário, o Projecto Angola LNG tem
as seguintes referências: reabilitação e
ampliação do hospital municipal do Soyo
e da escola do bairro da Marinha, programa de beneficiação de estradas do
Soyo, programa de reabilitação do aeroporto local, novas turbinas a gás de 22
MW, para melhorar o fornecimento de
energia eléctrica na área do Soyo, nova
estrada e ponte para interligar o local da
fábrica à nova zona industrial e o financiamento de habitações comunitárias.
O Angola LNG vai permitir também que
Angola tenha reservas adicionais de gás
natural que serão provenientes da futura
pesquisa desse produto da indústria
petrolífera. Um outro importante marco
do Projecto é o facto de o mesmo ter
registado até ao momento um excelente
desempenho de segurança, tendo como
indicador 24 milhões de horas-homem
trabalhadas sem uma lesão com Dias
de Ausência ao Trabalho (DAFW).
No que concerne ao Ambiente, destacam-se programas de protecção da Biodiversidade, entre os quais a Protecção
da Vida Selvagem, o Plano de Monitorização dos Mangais e o Programa de
Conservação das Tartarugas Marinhas.
HISTÓRICO DO PROJECTO
Os primeiros passos foram dados em
Novembro de 1997, com a realização de
uma reunião inicial entre a Sonangol e
a Texaco. Em Abril de 1998 foi concluída a Viabilidade Conjunta, sendo que
em Março de 2002 foram integrados
novos parceiros no Projecto (Acordo de
Participação).
Em Março de 2005, o governo de Angola
aprovou o Memorando de Entendimento Fiscal, enquanto Setembro do
ano seguinte registou a Adjudicação
do Contrato de Dragagem e Recuperação de Terrenos e Janeiro de 2007 a
Adjudicação do Contrato de Engenharia e Aprovisionamento à Bechtel. Em
Outubro desse mesmo ano, o Decreto-Lei relativo ao Projecto foi publicado
em Diário da República. No dia 10 de
Dezembro de 2007 houve a celebração do Contrato de Investimento (FID)
e a Adjudicação do Contrato de Construção à Bechtel. Quatro anos depois
(2011), em Junho, a fábrica tinha a primeira quantidade de gás, sendo que o
início da produção está previsto para o
terceiro trimestre de 2012.
Hélder Sirgado (Compilação)
LNG (Fotografia)
O Angola LNG é um Projecto
integrado, com uma forte
parceria. Refira-se que os seus
investidores e os accionistas da
Angola LNG Limited, proprietária
da fábrica de LNG e de outros
activos do referido Projecto
em Angola, são a Sonangol
Gás Natural Limitada (22,8%),
a Cabinda Gulf Oil Company
Limited (36,4%), a BP Exploration
(Angola) Limited (13,6%), a Eni
Angola Production B.V. (13,6%) e
a Total LNG Angola Ltd. (13,6%).
INTERNACIONAL
Novas descobertas
no pré-sal brasileiro
No pré-sal brasileiro as descobertas somam e seguem. A Sonangol participa em consórcios
que anunciaram recentemente ter encontrado novos reservatórios
A
34
dmite-se que os maiores reservatórios petrolíferos da camada
pré-sal, ou seja, os que se encontram entre as rochas constituídas por
sal-petrificado depositado sob outras
lâminas menos densa no fundo dos oce-
Pesquisa Energética (EPE) do Brasil já
avançou uma estimativa segundo a
qual a produção brasileira de petróleo deverá quase triplicar até 2020,
passando dos actuais 2,3 milhões de
barris diários (bpd) para 6,1 milhões
cias de novas descobertas no pré-sal
brasileiro, algumas delas reportando-se
às posições que a Sonangol aí detém.
É o caso da Sonangol Starfish, adquirida pela Sonangol à brasileira Starfish em 2010, que descobriu indícios de
anos, se encontram no Brasil (entre as
regiões Nordeste e a sul), no Golfo do
México e na costa ocidental africana.
Como que a confirmá-lo a Empresa de
bpd. Este projectado aumento, ainda
segundo a EPE, deverá vir de áreas com
reservas ainda não confirmadas.Com
efeito, não nos param de chegar notí-
petróleo no pré-sal da bacia de Campos, no bloco C-M-622, tendo informado a ANP (a Agência Nacional do
Petróleo brasileira) que encontrou indí-
• Setembro 2012 - Nº27
35
cios de petróleo em dois reservatórios
com a perfuração de apenas um poço,
o 6STAR24PRJS, nas profundidades de
4.700 metros e 5.200 metros, segundo
informações da companhia. O poço foi
denominado Gaivota.
Refira-se que a Sonangol Starfish é a
sexta produtora de petróleo no Brasil,
de acordo com ranking da ANP, com produção de 832 barris diários e 1,6 milhão
de metros cúbicos de gás natural. A
Starfish originalmente era composta
por ex-funcionários da Petrobras e produzia petróleo em blocos terrestres.
Também a Petrogal Brasil, controlada
pela Galp Energia, onde a Sonangol
detém uma relevante posição, anunciou a descoberta de evidências de
petróleo num dos seus poços pela terceira vez em três meses.
A descoberta foi efectuada no poço
7AND2RN, situada no campo Andorinha, na Bacia de Potiguar, no nordeste
brasileiro. O anúncio foi feito à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis brasileira. A 4 de
Janeiro, foi feita uma descoberta de
evidências de petróleo no poço 1GALP40RN, no bloco POT-T-563, numa
concessão detida a 50% pela Galp e
pela Petrobras, na Bacia de Potiguar.
Também nessa bacia do nordeste do
Brasil foram divulgadas descobertas
de evidências de petróleo por parte
da Petrogal Brasil. Neste caso, foi no
poço 1GALP41RN, do bloco POT-T-608,
no qual a Petrogal detém a posição
de operadora responsável. A petrolífera estatal brasileira Petrobras detém
50% do bloco.
Nos três casos, não foi determinado
se as evidências de petróleo se consubstanciam em matéria comercialmente viável.
Estes três anúncios deram-se em 2012,
depois de, em Novembro do último
ano, a Galp ter anunciado que o poço
BRSA-946C-SPS, conhecido como
Biguá e situado no pré-sal da Bacia de
Santos, tinha petróleo de ‘boa qualidade’. O poço é explorado pela Galp em
consórcio com a Petrobras e a Shell.
A Petrogal Brasil integra ainda o consórcio que explora o bloco BM-S-8,
onde, em Março, foi detectado um
novo poço durante a perfuração de
um outro reservatório a 232 quilómetros do litoral paulista. O poço situa-se na camada do pré-sal na Bacia de
Santos, onde já existem mega campos
como o Lula e o Iara. Uma amostragem feita no material comprovou que
o petróleo tem cerca de 31º API (escala
que mede a densidade do óleo), o que
indica boa qualidade.
A Petrobras controla o consórcio, com
66% do total. A Petrogal Brasil (14%), a
Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás
(10%) e a Queiroz Galvão Exploração
e Produção (10%) completam a lista
dos administradores.
No passado mês de Junho coube à
Petrobras o anúncio da descoberta de
petróleo de boa qualidade no terceiro
poço perfurado na área Sul de Guará,
na camada do pré-sal da Bacia de
Campos. Denominado 1-BRSA-1045SPS (1-SPS-96), o poço estende-se por
uma lâmina d'água de 2.202 metros e
fica localizado a uma distância de 320
km do litoral do Estado de São Paulo.
‘De acordo com o contrato, nessa área
a Petrobras tem o direito de produzir até 319 milhões de barris de óleo
equivalente’, informou a empresa, em
comunicado.
O poço fica na área de cessão onerosa,
contrato firmado entre a petrolífera
estatal e o governo federal brasileiro,
no qual a Petrobras recebeu R$ 75
milhões (USD 36,44 milhões) em troca
de 5 mil milhões de barris de petróleo retirados da camada do pré-sal.
O pré-sal brasileiro
As reservas de petróleo, encontradas na camada pré-sal do litoral brasileiro
situam-se no Atlântico Sul, dentro da Zona Económica Exclusiva (ZEE)
do Brasil, apresentando média a alta qualidade, segundo a escala API.
O conjunto de campos petrolíferos do pré-sal estende-se entre o litoral
dos estados do Espírito Santo até Santa Catarina, com profundidades
que variam de 1.000 a 2.000 metros de lâmina d'água e entre 4.000
e 6.000 metros de profundidade no subsolo, chegando portanto até
8.000 metros da superfície do mar, incluindo uma camada que varia
de 200m a 2.000m de sal.
Apenas com a descoberta dos três primeiros campos do pré-sal, Tupi,
Iara e Parque das Baleias, as reservas brasileiras comprovadas, que
eram de 14 biliões de barris, aumentaram para 33 bilhões de barris.
Além destas, existem reservas possíveis e prováveis de 50 a 100 biliões
de barris.
A descoberta do petróleo nas camadas de rochas localizadas abaixo
das camadas de sal só foi possível devido ao desenvolvimento de novas
tecnologias como a sísmica 3D e sísmica 4D, de exploração oceanográfica, mas também de técnicas avançadas de perfuração do leito
marinho, sob até 2 km de lâmina d'água.
É possível que novas reservas do pré-sal sejam encontradas ainda mais
distantes do litoral brasileiro, fora da ZEE, mas ainda na área da plataforma continental, o que permitiria ao Brasil reivindicar exclusividade
sobre futuras novas áreas próximas. Recorde-se, a propósito, que alguns
países nunca assinaram a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e que alguns dos que o fizeram não ratificaram o tratado.
Desporto
JOGOS OLÍMPICOS 2012
Angola com a maior delegação
Africana nos Jogos Olímpicos
em Londres
A
delegação angolana nos Jogos
Olímpicos Londres 2012 foi a mais
numerosa dos Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa (PALOP) com
34 atletas distribuídos por sete modalidades entre o andebol, basquetebol,
atletismo, natação, canoagem, boxe e
judo.
O sonho de uma medalha esteve nas
mãos da judoca Antónia de Fátima
"Faia", a porta-estandarte na cerimónia
de abertura de Londres2012, que acabou por perder no seu primeiro e único
combate com a colombiana Yuri Alvear,
a 23 segundos do fim do combate. A judoca angolana fez o seu melhor, mas do
outro lado estava uma adversária que
é a nona no ranking mundial, enquanto
Faia é somente 34ª.
Na natação os atletas falharam a classificação para a fase seguinte, tanto Pedro Pinotes de 23 anos, nos 400 metros
estilos, e Mariana Henriques de 18 anos,
nos 50 metros livres, ambos estreantes
nos jogos Olímpicos.
A selecção nacional sénior feminina de
basquete também não esteve muito bem
com cinco derrotas contra a Turquia, Estados Unidos da América, China, Croácia
e, por último, com a República Checa.
A desilusão estendeu-se também ao
basquete masculino, a selecção que foi
10 vezes campeã do continente africano
não conseguiu qualificar-se.
Na canoagem Fortunato Pacavira disputou a final B K1 1000 metros, ficando na
sexta posição e na final B K2 1000 metros
a dupla Fortunato Pacavira/Nelson Henriques conseguiu apenas o quarto lugar.
Já o pugilista N’tumba Silva foi o único
angolano que não competiu. O combate
com o bicampeão do mundo, o italiano
Clemente Russo, na categoria de mais
de 90 quilos, não chegou a realizar-se
porque o atleta faltou à pesagem.
Esta foi a oitava vez que Angola competiu nos Jogos Olímpicos, depois de se
36
• Setembro 2012 - Nº27
A 37 segundos dos medalhados
A Dupla Fortunato Pacavira de 34
anos e Nelson Henriques de 25 anos
era a esperança de Angola ganhar
uma medalha nos Jogos Olímpicos
de Londres. Ainda não foi desta que
subiram ao pódio, mas a dupla promete
trazer um melhor resultado daqui a 4
anos, no Rio de Janeiro.
37
Michael Phelps foi o rei na piscina, alcançou mais quatro medalhas de ouro e
duas de prata, passou a ser o atleta com
o maior número de medalhas na história dos jogos olímpicos, um total de 22
medalhas, sendo 18 medalhas de ouro.
Outro destaque nestes jogos olímpicos
foi a nadadora chinesa Liuyang Jiao que
ganhou a medalha de ouro nos 200 metros em mariposa e bateu o recorde olímpico na prova com o tempo de 2.04.06,
tirando 12 centésimos de segundo ao anterior máximo olímpico que pertencia à
sua compatriota Liu Zige.
No basquete masculino o ouro foi para os USA numa luta renhida com a
Espanha que tentava o primeiro ouro
olímpico, mas os Estados Unidos mostraram porque é que eram considerados os favoritos. LeBron James e Kobe
Bryant comandaram as acções ofensivas e conquistaram a 46º medalha
de ouro norte-americana em Londres.
Mas nem tudo foi um mar de rosas.
Das 204 delegações representadas nos
jogos olímpicos, 119 regressaram a casa sem uma única medalha, incluindo
países com tradição desportiva como o
Paquistão, Nigéria ou a Áustria. Dentro
do bloco da lusofonia, foi ainda mais desanimador, com a excepção do Brasil
que arrecadou 17 medalhas. Portugal só
conseguiu um pódio com a dupla de canoagem Fernando Pimentel/ Emanuel
Silva.
Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste não conquistaram qualquer medalha.
© Corbis/VMI
ter estreado em Moscovo (1980), Seul
(1988), Barcelona (1992), Atlanta (1996),
Sydney (2000), Atenas (2004) e Pequim
(2008).
Esperemos que o número de medalhas
dos países de língua portuguesa aumente nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro,
em 2016.
Na história destes jogos Olímpicos em
Londres ficaram algumas estrelas.
O velocista jamaicano Usain Bolt e o nadador norte-americano Michael Phelps
foram as grandes figuras dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Bolt repetiu as
três medalhas de ouro que arrecadou há
quarto anos, em Pequim, nos 100, 200
e 4x100 metros, mas este ano com um
recorde olímpico no hectómetro (9,63)
e um espantoso recorde mundial na estafeta (36,84).
MODERNIZAÇÃO
Nova Marginal da Baía
de Luanda
A baía de Luanda está mais bonita! A obra de requalificação fui inaugurada no dia 28
de Agosto pelo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, no dia do seu aniversário.
E
ste projecto público-privado,
desenvolvido pela “Sociedade
Baía de Luanda, SA” tendo como
principais accionistas a Sonangol,
o Banco Privado Atlântico, o Banco
Comercial Português e a Finicapital,
foi conduzido ainda pelas construtoras Mota-Engil e Soares da Costa
e custou cerca de 36 mil de kwanzas, uma obra realizada sem necessidade de se recorrer ao orçamento
Geral do Estado.
38
• Setembro 2012 - Nº27
A capital angolana tem agora um novo
rosto para o bilhete postal. A nova
Baía de Luanda, agora despoluída,
conta com 147 mil metros quadrados
de espaços pedonais, 3,1 quilómetros
de passeio marítimo e de ciclovias,
três parques infantis, três espaços
para prática de desporto, cinco campos de basquete de rua, cinco espaços para eventos culturais e 10 novas
praças públicas ao longo do passeio
marítimo.
Os habitantes de Luanda podem agora
desfrutar de uma área completamente
renovada com espaços de lazer e culturais com maior fluidez rodoviária e
parques de estacionamento.
A Sociedade Baía de Luanda compromete-se a assegurar, numa concessão
por cinco anos, que a nova marginal
será um espaço com regular actividade de eventos culturais e desportivos, assim como fará a manutenção
do espaço e das zonas verdes.
“Jazz: as Sombras e a Luz”
Mais de 30 figuras do mundo do Jazz retratadas numa exposição fotográfica assinada
por Rosa Reis, no Instituto Camões, em Luanda.
A
exposição que teve como objectivo tornar o jazz numa música
mais conhecida pelos angolanos
veio para incentivar as pessoas a assistirem aos concertos de jazz realizados
em várias partes do mundo.
Segundo Rosa Reis, a ideia nasceu em 1997, no Festival Internacional Seixal Jazz, em Portugal, quando
viu e sentiu a intimidade dos músicos
e a harmonia entre os instrumentos.
“É linda a relação que existe entre eles
e foi assim que passei a fotografar.
Foi paixão de imediato ao ver a intrusão
entre os músicos e os instrumentos. Aqui
nasceu a vontade de fotografar o que
há de mais bonito no mundo do Jazz e
nunca mais parei de fotografar”, acrescenta Rosa Reis.
A fotógrafa disse também que pouca
gente conhece o jazz e este trabalho
leva-a a conhecer o quanto é bonito
o jazz. Para o crítico de Jazz, Jerónimo
Belo, que partilha da mesma opinião,
“esta exposição é muito importante
para as pessoas que queiram conhecer o jazz, pois têm aqui uma excelente
oportunidade. Em Angola o Jazz ainda
não ganhou o espaço merecido, por isso
toda a iniciativa para elevar o nome do
Jazz em Angola é muito bem vinda. É
um caminho que as pessoas têm para
conhecer mais o Jazz e saberem que
é uma arte como qualquer outra e, ao
mesmo tempo, é muito profunda, algo
que toca na alma de qualquer pessoa”.
O espaço do Instituto Camões pareceu
pequeno para os amantes e amigos do
Jazz que apareceram para apreciar o trabalho da fotógrafa. Uma grande profissional que trabalha por amor ao Jazz e
isso espelha-se nas fotografias expostas, mais de trinta figuras de renome
do Jazz como a cantora norte americana Dee Dee Bridgewater, o vibrafonista e marimbista Bobby Hutcherson
ou a baterista Cindy Blackman. De realçar que Dee Dee Bridgewater é considerada a voz do Jazz clássico actual e
esteve no ano passado no Luanda Internacional Jazz.
Cultura
39
Cultura
CULTURA ANGOLANA “DEU SHOW” NA EXPO YOESU 2012
Sul-coreanos vibraram
com actuação de músicos
angolanos
O
pavilhão de Angola recebeu diariamente cerca de 10% do total
de visitantes da Expo Yoesu,
evento que decorreu de 12 de Maio a 12
de Agosto de 2012, na Coreia do Sul, e
no qual a Sonangol esteve representada
com um stand exibindo a sua essência
e potencial.
Os vídeos, nos quais foram apresentadas as zonas costeiras do país, a área
interactiva que levou os visitantes a
uma pequena viagem pela biodiversidade, o compromisso com a preservação do ambiente e a cultura angolana
despertaram bastante curiosidade aos
visitantes do pavilhão.
Dos 106 países presentes na Expo 2012,
sendo 26 do continente africano, mais
40
• Setembro 2012 - Nº27
de metade dos seus representantes
esteve no Pavilhão de Angola, atraídos sobretudo pelo restaurante Mufete
que ofereceu o melhor da gastronomia
angolana e umas "festas de quintal"
com música ao vivo, com performances diárias dos cantores Gelsom Castro, Gisela Silva e do grupo de dança e
percussão Kina Ku Moxi.
O grupo de dança Kintueni Yinduta, da
província de Cabinda, norte do país, foi
a principal atracção do primeiro de oito
espectáculos músico-culturais que artistas angolanos abrilhantaram nos diversos recintos fora do pavilhão de Angola
na Expo Yeosu 2012.
Com um repertório com temas tradicionais dos povos daquela província
de Angola, o grupo levou ao delírio muitos sul-coreanos que encheram, por
completo, a sala de exibições do Multi-Purpose Hall e aplaudiram de forma
entusiasta a sua actuação.
De acordo com a representante do Departamento de Acção e Artes da Secretaria
Provincial da Cultura de Cabinda, Maria
do Céu, os números apresentados retrataram a dança típica local, o Kintuene,
que deu nome ao conjunto. Maria do Céu
considerou bastante valioso o intercâmbio cultural entre os povos do mundo.
Subiram também ao palco e com merecida ovação os músicos Lulas da Paixão, Nicol e Walter Ananás, Canícia, Duo
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O dia de Angola
Foi de forma entusiástica, como só o angolano o sabe fazer, que Angola viveu o seu dia (20 de Julho) na EXPO Yeosu 2012.
A delegação governamental angolana, que participou das actividades alusivas ao Dia de Angola, foi chefiada pelo ministro da Geologia e Minas e Indústria, Joaquim David, integrando também outros membros do executivo, embaixadores e
deputados à Assembleia Nacional.
No âmbito cultural, o destaque foi sem dúvida para o momento em que um cidadão sul coreano interpretou a música angolana Muxima … em Kimbundu, o que levou a plateia ao delírio. Mas, verdade seja dita que as apresentações dos angolanos
ao longo das várias actividades culturais também foram efusivamente recebidas pelos sul coreanos.
A próxima edição deste importante evento internacional terá lugar em 2015, na cidade italiana de Milão.
Canhoto e o grupo Nguami Maka. Nadir Tati, estilista angolana, também esteve em acção, com manequins angolanas
e coreanas a exibirem a sua criatividade.
Lula da Paixão, por sua vez, apresentou três dos seus muitos
temas e disse sentir-se regozijado pelo convite que lhe foi formulado para representar o Semba no conjunto de músicos
angolanos presente em Yoesu.
No final do primeiro espectáculo, o director de eventos culturais da Comissão Nacional da Expo, Kayaya Júnior, afirmou que
o mesmo correspondeu às expectativas e abriu boas perspectivas para as actuações posteriores. Kayaya Júnior realçou
o facto de as pessoas se terem mostrado animadas, tendo
referido que a música angolana conseguiu entrar na alma
dos sul-coreanos que vibraram com espectáculos de imagens contagiantes. "Penso que estamos a conseguir passar
a nossa cultura. Houve uma química muito boa que funcionou na feira entre o povo sul-coreano e os artistas angolanos", acrescentou.
Cultura
4ª Edição do Luanda
Internacional Jazz Festival
O
Luanda Internacional Jazz festival já ganhou lugar na rota anual
dos grandes eventos musicais,
artísticos e culturais internacionais. Em
Julho, como tem sido hábito nos últimos 4
anos, o calendário aponta Luanda, como
destino para assistir a um grande espectáculo de Jazz. Foram três dias de uma
enorme diversidade, não apenas musical, mas também cultural e etnográfica
com a vinda de artistas de vários azimutes de África, Europa e América e com
géneros e sonoridades dispares desde
o Jazz ao Pop, passando pela música
soul, R&B até aos sons tradicionais e
modernos de África.
Ao longo destes últimos anos, tem-se
notado a presença de um cartaz mais
42
• Setembro 2012 - Nº27
luso-angolano, com apostas nos ícones do afro-jazz e enaltecendo a música
popular angolana. Este ano também não
foi diferente com a presença do Conjunto Angola 70, os Djs Djeff e Darcy,
a jovem Aline Frazão e a interpretação
do artista angolano Coréon Dú, uma
actuação com base no trabalho discográfico “The Coréon Experiment” e que
teve nota positiva da plateia.
A organização do Luanda Internacional Festival Jazz ofereceu também um
curso de formação em jornalismo cultural aberto a todos os jornalistas e
escritores de várias áreas, de forma a
aumentar as competências e usar o
evento como um trampolim para uma
escrita mais criativa e técnica.
E que grande evento, uma enorme “explosão” cultural e artística que encheu o
Cine Atlântico, em Luanda, nos três dias
de espectáculo.
Uma plateia atenta que se deslocou
entre os palcos Welwitschia e o Palanca
para ver brilhar muitas estrelas internacionais, um punhado de nomes representativos do Jazz como o saxofonista
americano Maceo Parker, conhecido
pelo seu trabalho com James Brown em
1960, a muito simpática nigeriana, Asa
que ganhou, há 4 anos, o prémio francês Constantin de melhor novo talento
da indústria da música, o já conhecido
entre nós Manu Dibango, safoxonista
camaronês que, apesar da idade, continua em palco com uma presença extra-
43
ordinária, um verdadeiro gentleman que
nos deixa extenuados, o brasileiro Ivan
Lins que ao piano nos deliciou com temas
bem conhecidos do Jazz, bossa nova
e soul, a muito querida dos angolanos
Sara Tavares, que conseguiu, mais uma
vez, por a plateia de pé a cantar e deixou
um recado emocionado “oiçam sempre
o som da vossa alma, do coração, o som
de África”. O veterano flautista e saxofonista Americano, Hubert Laws com mais
de 40 anos de carreira no Jazz que se fez
acompanhar pela filha. Concha, a Espanha a estrear-se nos palcos de Luanda,
uma mistura de flamenco com soul e Jazz
que surpreendeu a audiência. O tão esperado, Marcus Miller, mestre do contrabaixo
com uma actuação muito electrizante e
que pôs a plateia a vibrar com o tema de
sucesso “Get up, stand up”, de Bob Marley,
ele que já acompanhou muitos artistas
como Bárbara Streisend, Mariah Carey,
Elton John e até mesmo Frank Sinatra,
Aretha Franklin e Miles Davis.
A vocalista do Mississípi, Cassandra Wilson, que teve como integrante na sua
banda o angolano Simmons Massini, o
melhor guitarrista de Angola que está ao
nível dos melhores do mundo, como o qualificam os colegas internacionais Richard
Bonna, Jean Michel Rotin ou Wiclef Jean.
Cassandra surpreendeu ainda a plateia
quando pediu a Afrikannita para subir ao
palco e cantar com ela o tema “Angola”,
da diva dos pés descalços, Cesária Évora.
O encerramento desta 4ª Edição do
Luanda Internacional Festival Jazz ficou
a cargo dos Boyz II Men. Os meninos de
Filadélfia fizeram vibrar a plateia ao recordar os seus maiores êxitos da década
de 90.
Cultura
“Caminho das cores”
Pequenos Rascunhos da vida de Pedro Yaba
E
steve patente no Museu de História
Natural, em Luanda, uma retrospectiva individual do artista angolano Pedro Yaba, cujo percurso ficou
marcado pelo encontro com a artista
Danielle Vassa, em 2007. Daí para a
frente foi havendo uma série de colaborações que culminaram em diversas exposições nos museus e galerias
de arte Moderna, como em Nova Iorque,
Lisboa e em Paris. Passagens essas que
apresentaram a nossa arte contemporânea e que merecem agora ser apreciadas em Angola, no país de origem
de Pedro Yaba, para que a comunidade
artística e os amantes de arte possam
conhecer esse percurso internacional.
Pedro Yaba é natural de Luanda, mas
tem passado grande parte da sua vida
a viajar. Estudou no Brasil, passou pela
América do Sul, Argentina, Bolívia, Chile,
Perú e depois pela Europa onde conheceu
Danielle Vassa, numa pequena aldeia,
na Suíça. “Cruzei-me com uma grande
artista plástica francesa a Danielle Vassa
que já tinha mais de 40 anos de carreira,
uma senhora que se interessou por um
trabalho meu e teve curiosidade em
conhecer-me. Ela é formada em Belas
Artes de Paris e na altura deu-me algumas orientações no que tange à pintura.
Eu tinha algumas lacunas, então trabalhei um ano com ela, uma colaboração tremenda que culminou com uma
exposição colectiva. A partir daí a minha
carreira como artista plástico profissional desabrochou e estamos aqui hoje”.
Pedro Yaba lembra-se de sempre ter
desenhado e pintado, mas como hobby,
aliás a sua formação é em Direito Administrativo e Informática, mas hoje a his-
44
• Setembro 2012 - Nº27
tória do artista está a seguir outro rumo
e já não vive sem pintar como afirma:
“O desenho é algo que está em mim,
aliás em todos os meus momentos de
tormento, momentos difíceis, o meu
refúgio sempre foi o desenho e a pintura. Cada quadro é um projecto que
começa no papel, muitas vezes começa
na escalada da noite, estou deitado
imagino alguma coisa e levanto-me.
Quando sinto que esse projecto está
concretizado no papel, transporto-o
para a tela, depois há o tempo, eu não
corro para pintar, só quando sinto que
o projecto está finalizado na tela é que
começo à procura das cores”
Pedro Yaba intitula-se como um sonhador e observar estes quadros é como
fazer uma viagem. A critica internacional considera que ele conseguiu realizar
em pouco tempo as mesmas obras que
os grandes mestres da pintura levaram
anos. A amiga Danielle Vassa diz haver
uma grande vantagem, ser africano e,
por isso, é-lhe inato. Pedro Yaba ainda
sublinha que “os grandes mestres do
cubismo, do surrealismo só tiveram
grande sucesso quando se voltaram ou
quando começaram a imitar as máscaras africanas, a arte africana e aí conseguiram chegar ao auge, ao topo das
suas realizações”.
Pedro Yaba que já expôs no Museu de
arte Moderna, em Nova Iorque, esteve
até 15 de Agosto, no Museu de História
Natural com a primeira exposição individual com esta retrospectiva onde se
destaca o olhar do artista sobre o continente africano e a silhueta da mulher
de forma surrealista e impressionista.
“As cores fazem a bailarina,
mas as cores não estão estáticas, estão em movimento, exactamente como os movimentos
de uma bailarina, como se o
próprio quadro em si estivesse
em dança”
45
CULTURA
Prémio Sonangol Revelação 2013
Solte as suas Palavras
E
ste prémio, de periodicidade bienal,
foi instituído pela Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola
– Empresa Pública, tendo sido apresentado pelo secretário-geral da União dos
Escritores Angolanos (UEA) Carmo Neto.
O "Prémio Sonangol Revelação" visa
distinguir jovens escritores angolanos,
exclusivamente angolanos e que residam em território angolano, que não
tenham obras publicadas no mercado.
Esta premiação inicia-se a partir de
Fevereiro de 2013 e visa distinguir qualitativamente obras literárias ou de
investigação.
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• Setembro 2012 - Nº27
As obras em concurso terão que ser inéditas e dactilografadas, em cinco exemplares, e deverão ser obrigatoriamente
assinadas com o pseudónimo literário
e entregues num envelope fechado.
O prémio será bienal e as obras em
concurso deverão ser entregues impreterivelmente até ao dia 30 de Setembro de 2012, na sede da UEA.
Quanto ao género literário, de acordo
com o regulamento, as obras literárias submetidas a concurso compreenderão todos os géneros literários,
sendo igualmente considerados todos
os trabalhos científicos ou de ensaios
em língua portuguesa, que se refiram
aos factos e acontecimentos ou personalidades, ocorridos ou relacionados com Angola.
O júri será composto por cinco membros, sendo dois nomeados pela UEA,
um nomeado pelo Ministério da Cultura, outro designado pelo Ministério da
Educação e um indicado pela Sonangol. Cada membro do júri receberá a
quantia de 2.500,00 dólares americanos, pelos serviços prestados.
A cerimónia de entrega do Prémio Literário Sonangol Revelação terá lugar a
25 de Fevereiro de 2013, em Luanda.
47
LAZER
Tarpon Lodge
um paraíso na terra,
na Barra do kwanza
A Barra do Kwanza é a foz onde o maior rio de Angola desagua no oceano Atlântico.
Fica a 70 km a Sul de Luanda. Aqui, antes de chegar à ponte, que limita a fronteira entre
a província do Bengo e a província de Luanda, encontra alguns aldeamentos turísticos de
ambos os lados. Este é um local ideal para passar o fim de semana quer pelos passeios no rio
ou pelas praias quase desertas. Sugerimos o Tarpon Lodge, quer venha em família ou para
namorar, este lodge oferece uma série de infra-estruturas que lhe vai agradar.
O
Tarpon Lodge foi inaugurado
em Setembro de 1984, desde
então tem vindo a crescer,
hoje tem uma série de bungalows, todos em madeira e muito confortáveis. Cada bungalow tem duas camas,
casa de banho e varanda ora com vista
para o rio, ora para o mar. Dispõe ainda
de um restaurante, piscina e uma sala
48
• Setembro 2012 - Nº27
preparada com todos os meios tecnológicos para ser alugada para conferências ou reuniões de trabalho.
A paisagem neste lugar, repleto de palmeiras, é deslumbrante, um contraste
entre o verde da relva, o castanho da
madeira e o azul acinzentado do rio.
Este é o paraíso ideal para quem quer
refugiar-se do movimento agitado da
grande cidade. Pode descansar ou se
preferir algo mais agitado tem a pesca
desportiva. Foi do rio Kwanza que já saíram três recordes do mundo, homologados pela International Game Fish
Association na captura ao “peixe-prata”,
dois em 2006, um com 7,2 quilos e outro
com 12,3 quilos e em Julho de 2007, um
com 32,5 quilos.
49
No Tarpon Lodge encontramos um
ambiente bastante informal e caloroso. O cardápio que tem por base a
mistura de vários pratos típicos do nosso
país e não só, no buffet também pode
optar pelo churrasco de peixe e carne
com saladas diversas e à discrição. O
manjar é saboreado num terraço com
piscina e com vista para o rio.
Este “pequeno paraíso” está a ficar muito
popular, por isso se for de passagem
e quiser parar apenas para almoçar é
melhor ir cedo, para conseguir mesa, se
for dormir tem que fazer a reserva com
alguma antecedência para garantir a
sua hospedagem, pois a procura deste
lugar tem sido cada vez maior.
Contactos Tarpon Lodge,
Barra do Kwanza
Telefone : 912 44 00 52
Internet : www.aasafaris.com
E-mail : [email protected]
Preço : 350 dólares
(fim-de-semana, pensão completa)
Opinião
ENERGIA RENOVAVÉL DESAFIO ALCANSÁVEL
Afonso Chipepe (Texto)
N
a minha mais recente viagem aos
E.U.A pude constatar que a alta
do petróleo e da gasolina voltou
a esvaziar os bolsos da população.
Nos Estados Unidos, o presidente Barack
Obama anunciou planos para diminuir
a dependência dos países do petróleo
importado com o aumento da produção
de etanol.
Fiz referência no meu anterior artigo que
o momento parece favorecer a ascensão
da energia renovável derivada de fontes
como a solar, eólica ou de biomassa.
Essas fontes têm crescido nos últimos
anos, atraindo investidores de peso e
alimentando cadeias de suprimento.
A Alemanha e a China foram os países
que mais investiram no sector (entre
US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões cada,
em 2009), através de empresas que fabricam ou compram equipamentos de
energia renovável e de financiamentos
governamentais para a pesquisa e aplicação de tecnologias de energia limpa
e de redução do consumo energético.
Os EUA ficaram em terceiro lugar com
um total de US $15 Bilhões investidos
em 2009, segundo a Ren 21, um centro
de divulgação de políticas para o sector
50
• Setembro 2012 - Nº27
sedeado em Paris.
Entretanto, a energia renovável ainda não
conseguiu superar críticas que a perseguem. Ela continua cara para concorrer directamente com os combustíveis
fósseis e depende demais de subsídios
governamentais.
Convém referir que a maioria das fontes
de energia renovável enfrenta um grande
desafio: boa parte delas é intermitente e
ainda não surgiram os avanços tecnológicos que podem torná-la uma provedora
de energia confiável em tempo integral.
Mesmo assim, julgo que para o caso de
Angola ela pode ser aplicável nos lugares
mais recônditos onde a energia eléctrica
para lá chegar é um sonho de vários anos.
O custo da energia solar desabou nos
últimos anos mas ela só consegue concorrer com o carvão e o gás natural em
poucos mercados onde o preço da electricidade é alto demais.
Através da energia eólica ou solar, a electricidade só flui quando o vento está a
soprar ou o sol está brilhando e isso é o
que mais temos em Angola e a custo zero
em quase toda a extensão do país, pelo
que, para nós, essas fontes de energia
são bem-vindas.
Os defensores como eu da energia renovável dizem que os governos devem
continuar a apoiar o seu crescimento,
que pode servir obviamente para criar
uma fonte de empregos e produção
económica para as próximas gerações.
Porém, convém também destacar que
Angola poderia dar aproveitamento à
reciclagem de lixo para energia renovável, reduzindo as emissões de dióxido de
carbono, beneficiando com isso o meio
ambiente local, a saúde e a qualidade
do ar local.
Estamos certos de que a busca por um
combustível que substitua o petróleo
levará ainda alguns anos, mas o certo
é que as empresas não desistem, continuando na pesquisa não obstante as
reclamações de haver um preço a ser
pago pela dependência excessiva da
energia renovável e que se pode tornar
um grande fardo económico.
Embora as fontes renováveis ainda sejam
caras, o preço pode melhorar daqui a
vinte anos. E até lá, quando olharmos
para trás, diremos que valeu a pena
a persistência de lutar, de buscar, até
encontrar.
(*Economista)
Download

PResIDeNte Da RePÚBLICa