Nutrigenômica: Perspectivas x Doenças Crônicas Neuza Maria Brunoro Costa Departamento de Nutrição e Saúde Universidade Federal de Viçosa [email protected] Aumento dos conhecimentos do efeito dos nutrientes sobre a saúde humana e do desenvolvimento de novas tecnologias Prevenção de deficiências nutricionais Promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas como o câncer, doenças cardiovasculares e metabólicas DNA e Genoma Humano 1953 descoberta do DNA James Watson Francis Crick 2001 seqüenciamento do genoma humano Nature Science Nutrigenômica – Novo paradigma • O termo nutrigenômica ou genômica nutricional tem sido usado para descrever estudos na interface da bioquímica, fisiologia, genômica e nutrição que buscam esclarecer as interações recíprocas que existem entre nutrientes e o genoma de um indivíduo em níveis moleculares e genômicos. Foco • Interação gene-nutriente que pode ocorrer de duas formas: • 1- Nutrientes podem influenciar o funcionamento do genoma; • 2- Variações no genoma podem influenciar a resposta individual à alimentação. Premissas • Constituintes dietéticos agem no genoma humano de maneira direta ou indireta, alterando a expressão ou a estrutura gênica; • Sob certas circunstâncias e em alguns indivíduos (dependendo do seu perfil genético), a dieta pode ser um importante fator de risco para alguns cânceres, doenças cardiovasculares e outras doenças relacionadas à nutrição; • Alguns genes regulados pela dieta têm papel na iniciação, promoção e/ou progressão do câncer e no desenvolvimento de outras doenças; • Intervenções dietéticas baseadas no conhecimento das necessidades nutricionais, no estado nutricional e no genótipo, podem ser usadas para prevenir, diminuir ou tratar doenças relacionadas à nutrição e alguns cânceres. Ômicas x Nutrição e Saúde Revolução Genômica • Técnicas de genômica, proteômica, metabolômica e bioinformática • Estudo das interações gene-nutriente nos níveis celular, individual e populacional Perspectivas da nutrigenômica • Bloquear a expressão de enfermidades metabólicas, como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. • Por outro lado, acarretará problemas éticos e legais, que deverão estar voltados para a proteção e confiabilidade do paciente. Perspectivas da nutrigenômica • Identificar polimorfismos que predispõem à enfermidade frente a uma alimentação não saudável. • O risco de enfermidades como diabetes tipo 2, enfermidade cardiovascular e neurológica, câncer, homocromatose e outras pode diminuir modificando-se a ingestão alimentar do indivíduo. Pisabarro, Ver Med Urug 2006; 22:100-107. Perspectivas da nutrigenômica • Personalização das recomendações nutricionais, com base no genótipo, para a promoção da saúde e redução de risco de doenças crônicas não-transmissíveis. BIOLOGIA DE SISTEMAS NUTRICIONAIS Nutriente Funções Genômica nutricional Metabolômica FT Proteômica Transcriptômica DNA Genômica e Epigenômica Nutrigenética e epigenômica nutricional • Todos os seres humanos são 99,9% idênticos na sua sequência genética; • 0,1% na variação produz alterações fenotípicas (cor da pele e do cabelo, altura, peso, etc); • A maioria dos genes sofre polimorfismos. Os mais comuns são SNPs (single nucleotide polymorphisms); • Já foram identificados mais de 3 milhões de SNPs em humanos com potencial para promover variações, como, por exemplo, a resposta nutricional ao ambiente Nutrigenética e epigenômica nutricional • Pequenas diferenças na sequência ou polimorfismos como deleções, inserções e troca de bases únicas (SNPs) ocorrem entre os indivíduos a cada 1000-2000 nucleotídeos. • Estas variações podem se localizar em regiões codificadoras, promotoras ou sinalizadoras de modificações pós-traducionais ocasionando alteração da expressão, da bioatividade ou da estrutura da proteína interferindo nas interações desta com outras proteinas ou com substratos. Nutrigenética e epigenômica nutricional • A herança da informação baseada na sequência de DNA é conhecida como herança genética, enquanto que a informação transmitida com base na expressão gênica é chamada de epigenética. • O campo da epigenética é, portanto, o estudo das modificações do DNA, das proteinas ligadoras de DNA e de histonas que causam alteração da estrutura da cromatina sem alterar a sequência de nucleotídeos. Nutrigenética e epigenômica nutricional • A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi desenvolvida a partir da década de 80 e permite a amplificação de virtualmente qualquer sequencia gênica de interesse, oportunizando os estudos genômicos. • Esta técnica, associada a sofisticados métodos de hibridação e marcação de nucleotídeos e ao sequenciamento automatizado do DNA, tem permitido o grande avanço observado na identificação de vários genes marcadores de risco de câncer. Transcriptômica Nutricional • Componentes dietéticos bioativos são capazes de modular a taxa de expressão gênica através principalmente dos fatores de transcrição. • Fatores de transcrição são proteinas envolvidas na regulação da expressão que, uma vez ativadas, migram para núcleo celular e se ligam a sequências específicas do DNA localizadas na região promotora dos genes, facilitando ou inibindo a transcrição. Transcriptômica Nutricional • Os fatores de transcrição respondem a sinais fisiológicos (como nutrientes ou seus metabólitos e hormônios), farmacológicos e patológicos, agindo como sensores, modulando e regulando a transcrição conforme as necessidades e demandas celulares. • Receptores nucleares como os receptores ativados por proliferadores de peroxissomos (PPARs) que ligam ácidos graxos e seus metabólitos se ligam em elementos na região promotora de numerosos genes. • Desta maneira, os nutrientes, ativando estes receptores, são capazes de influenciar uma grande variedade de funções celulares. Transcriptômica Nutricional • Ex: uma das três isoformas de PPAR, o PPARα, que está presente primariamente no fígado, regula a transcrição de mais que 3000 a 4000 genes envolvidos em numerosos processos metabólicos incluindo metabolismo de aminoácidos e ácidos graxos, cetogênese, gliconeogênese, proliferação celular e resposta de fase aguda. Vá i á id t d Transcriptômica Nutricional • A reação em cadeia da polimerase em tempo real (Real Time PCR) tem sido o método mais utilizado para análise da expressão de um ou de pequeno número de genes. • A análise da expressão de genes por este método é baseada na detecção e quantificação da fluorescência produzida à medida que os produtos da PCR são gerados, sendo assim, proporcional à quantidade de produto formado. • O molde utilizado na reação consiste de DNA complementar (cDNA) gerado pela transcriptase reversa, a partir do RNA mensageiro do gene de interesse. • Assim, o registro da quantidade de fluorescência emitida em cada ciclo da PCR permite monitorar a reação durante a fase exponencial na qual o primeiro aumento significativo de produto da PCR correlaciona-se com a quantidade inicial de molde, ou seja, de RNA mensageiro produzido. Transcriptômica Nutricional • Nos estudos de transcriptômica nutricional, uma das estratégias utilizadas é a realização de estudos de intervenção nutricional com avaliação do impacto dos nutrientes sobre a expressão gênica. • Entretanto os efeitos de intervenções nutricionais sobre a expressão gênica são frequentemente difíceis de detectar e interpretar, porque muitas vezes os efeitos são múltiplos e pequenos. • Numerosos genes podem ser sutilmente regulados e apenas a ação orquestrada destes resulta em uma diferença detectável no fenótipo. Transcriptômica Nutricional • Ex: Isoflavonas provenientes de soja têm sido associadas com o efeito protetor para câncer de cólon e de mama. • No entanto, a capacidade da microbiota intestinal de formar o metabólito equol a partir da daidzeína (uma isoflavona da soja) é considerada um importante modulador da resposta individual. • Usando microarranjos de RNA, amostras de mRNA de linfócitos periféricos foram analisadas em mulheres que receberam por três meses altas doses de isoflavonas de soja purificadas. • A administração de isoflavonas afetou diferencialmente a expressão gênica de indivíduos que produzem e que não produzem equol. Niculescu et al. J Nutr Biochem. 2007;18:380-390 Proteômica • Componentes dietéticos podem também alterar a tradução do mRNA em proteinas e as modificações póstraducionais que podem afetar a atividade proteica. • O termo proteoma se refere a todas as proteinas produzidas por uma célula, tecido ou organismo, assim como o genoma se refere ao conjunto de genes. • Diferente do genoma, o proteoma é extremamente dinâmico e varia de acordo com o tipo celular e o estado funcional da célula. • Então, estudos proteômicos permitem comparações apenas em determinado momento ou tempo da intervenção nutricional. • No entanto, a importância destes estudos está no fato de que a produção de mRNA nem sempre se correlaciona com a expressão protéica. Proteômica • As proteinas celulares apresentam natureza química altamente diversa e muitas vezes são produzidas apenas transitoriamente em baixas quantidades. • Além disto, enquanto as estimativas do número de genes humanos ficam ao redor de 20 a 30 mil, o número de proteinas produzidas por uma célula são estimadas em centenas de milhares, tornando o proteoma infinitamente mais complexo. Proteômica • Ex: O tratamento com butirato alterou a expressão de várias proteinas do sistema ubiquitina-proteasoma, sugerindo que a proteólise pode ser o mecanismo pelo qual o butirato pode regular proteinas chaves no controle do ciclo celular, apoptose e diferenciação. (Tan et al. Int J Cancer. 2002;98:523-531) • Flavona presente em frutas e vegetais foi identificada como potente indutor de apoptose em células de câncer humano, apresentando um amplo espectro de efeitos relacionados tanto a apoptose quanto ao metabolismo celular. (Herzog et al. Proteomics. 2004;4:2455-2464) Metabolômica • Metabolômica é o estudo dos metabólitos de uma célula ou organismo em um dado momento. • Os metabólitos representam o produto final do metabolismo e dos processos fisiológicos regulatórios envolvidos. • Sua análise pode fornecer informações relevantes sobre os eventos moleculares associados com a ingestão de nutrientes e as adaptações orgânicas para aumentar ou reduzir o fluxo de certos nutrientes através das vias metabólicas. Metabolômica • A informação sobre o perfil de metabólitos avaliado pela metabolômica pode ser alterado durante a vida de acordo com a dieta ou outros fatores de estilo de vida, exposição a toxinas ambientais, terapia medicamentosa e doenças. Metabolômica • Análise de amostras de sangue e urina já são rotineiramente testadas para metabólitos como colesterol, glicose, homocisteína e outros, os quais são usados como indicadores de saúde e como guias para o aconselhamento dietético a décadas. • A novidade dos estudos metabolômicos é a tentativa de tabular e quantificar todas as pequenas moléculas em uma amostra para encontrar novos biomarcadores para doenças ou padrões de metabólitos indicadores do estado nutricional. Metabolômica • Os efeitos biológicos da nutrição sobre o metaboloma resultam da interação entre o metaboloma do indivíduo, o metaboloma do alimento que fornece numerosos compostos bioativos tanto nutrientes como não nutrientes e o metaboloma da microbiota intestinal que pode interferir com a biodisponibilidade de certos componentes. • A resposta metabólica é multifatorial e reflete a modulação de muitas vias simultaneamente tornando a abordagem mais complexa do que aquela baseada em uma substância farmacológica ou tóxica. Metabolômica • Ex: Os metabólitos plasmáticos de mulheres foram analisados por Ressonância Nuclear Magnética (RNM) antes e após o consumo de uma dieta controlada contendo soja. • Os perfis bioquímicos plasmáticos observados foram característicos e únicos para cada indivíduo, refletindo as complexas interações entre fatores como variabilidade genética, saúde, idade e estilo de vida. • No entanto apesar da presença de substancial variação interindividual, a análise metabólica permitiu a identificação de biomarcadores relacionados à intervenção dietética. • Foram observadas claras diferenças nos perfis de lipoproteinas, aminoácidos e carboidratos após a intervenção, sugerindo uma alteração no metabolismo energético induzida por soja. A extensão da intervenção foi dependente do indivíduo, mas a natureza da resposta foi consistente entre os indivíduos. • Solanky et al. Anal Biochem. 2003;323:197-204 Envelhecimento Doenças Cardiovasculares • Single nucleotide polymorphisms (SNPs) relacionados com DCV: • C677T (gene metileno tetrahidrofolato redutase - MTHFR): > homocisteína (> risco de DCV); • A suplementação com ácido fólico contrapõe os efeitos desse polimorfismo Doenças Cardiovasculares • Indivíduos com genotipo apoE 4 alimentados com dieta rica em lipídios: > risco de DCV; • Indivíduos com mutação na região promotora do gene apo A-1 necessitam de maiores quantidades de ácidos graxos polinsaturados para elevar seus níveis de HDL; • A superexpressão do gene da IL-1 aumenta a resposta inflamatória e o risco de DCV; • Polimorfismo no gene ABCG5 aumenta a absorção intestinal de colesterol: > risco de DCV – fitoesterol pode contrapor esse efeito (?) Subbiah, Omics, 12, 2008. Doenças Cardiovasculares Doenças Cardiovasculares Doenças Cardiovasculares Soja na redução do risco de doenças cardiovasculares e câncer • Lunasin • Peptídio da soja descoberto em 1996 • Bloqueia a divisão celular por se ligar a proteínas cromossomais específicas, chamadas de “histonas hipoacetiladas”. • Reduz a atividade da HMGCoA redutase, inibindo a síntese de colesterol (semelhante à estatina) Resveratrol Resveratrol e Restrição Calórica (CR) na longevidade Diabetes Diabetes x Ácidos Graxos • Foi identificada relação entre a ingestão de ácidos graxos trans e saturados e diabetes tipo 2 em indivíduos portadores do polimorfismo PPARgama2Pro12Ala, muito frequente na população caucasiana (15 a 20%). • Os ácidos graxos saturados (AGS) de cadeia longa se relacionam com insulinorresistência. Indivíduos com sobrepeso são mais suscetíveis a desenvolver insulinorresistência quando alimentados com dieta rica em AGS. • Nesses indivíduos predominam os AGS nos triglicerídeos plasmáticos Pisabarro et al. Diabetes Care, 2004; 27:2251-2. Diabetes x Ácidos Graxos • Os AGS e possivelmente os AG trans induzem alterações na fluidez da membrana que pode alterar a acessibilidade ao receptor de insulina, a união da insulina ao seu receptor e, portanto, a ação insulínica (Resistência Insulínica – RI), além de aumentar a gliconeogênese hepática, o que determina hiperinsulinemia compenstória (IC). Diabetes x Ácidos Graxos SREBP-1: Sterol Regulatory Element Binding Protein-1 Obesidade Obesidade – Polimorfismos nos genes leptina e do seu receptor • O gene que codifica o hormônio leptina (LEP) se localiza no cromossomo 7 região 7q31.3 (recessivo) e quando mutado está associado a fenótipos de hipometabolismo, hiperfagia, atraso puberal, infertilidade, intolerância à glicose devido à deficiência de leptina. • O gene que codifica o receptor de leptina (LEP-R) localizado no cromossomo 1 região 1p31 (recessivo) apresenta como fenótipos associados a mutações deste gene hipometabolismo, hiperfagia, retardo puberal devido a transdução desordenada da leptina. (Rosebaum, 2002). Obesidade • Hoje já são conhecidos mais de 600 genes e regiões cromossômicas que estão associados à gênese da obesidade. • A predisposição genética na obesidade afeta tanto o consumo calórico quanto o gasto energético. • O polimorfismo Gln223Arg do receptor de leptina pode ser considerado um preditor significante de 5% de variabilidade da composição corporal, pode afetar a funcionalidade do receptor e alterar sua capacidade de sinalização. • Homozigotos para o alelo Gln223 são mais suscetíveis a anormalidades metabólicas (maior elevação do nível de leptina, maior intolerância à glicose, decréscimo de HDL e aumento de triglicerídeos), quando expostos a balanço energético positivo durante longo período. Câncer Processos da carcinogênese passíveis de serem alterados por componentes alimentares bioativos. Câncer x Alimentos Funcionais • Estima-se que uma alimentação saudável possa reduzir em até 35% a incidência global de câncer. • Os alimentos contêm diversas substâncias biologicamente ativas, que podem exercer efeitos benéficos ao organismo. • Compostos como sulfurano, curcumanos, licopeno e polifenóis do chá verde se situam entre os mais promissores agentes protetores contra o câncer até o presente momento. Pisabarro, Ver Med Urug 2006; 22:100-107. Ácido Fólico e Câncer • Alterações do padrão de metilação geneespecíficas parecem ser um evento precoce e consistente da carcinogênese. • Em células tumorais observa-se hipometilação em geral do DNA genômico. • A hipometilação promove instabilidade genômica. • O folato é um doador de grupos metila em reações de metilação. • A forma circulante de folato no plasma (5metilTHF) fornece um grupo metila para a síntese de novo de metionina e metilação do DNA. A forma circulante do folato, 5-metiltetrahidrofolato (5metilTHF), está envolvida na remetilação de homocisteína a metionina, que é precursora de S-adenosil-metionina (SAM), o doador primário de grupos metil para a maioria das reações biológicas de metilação, incluindo do DNA. Ácido Fólico e Câncer • • • • Um SNP (single nucleotide polymorphism) no gene MTHFR substituição de citosina (C) para timina (T) no nucleotídeo 677, é a variante mais comum conhecida das vias metabólicas do ácido fólico e uma das mais consideradas nos estudos das interações gene-nutriente e risco de câncer. A enzima variante apresenta menor atividade com conseqüente redução dos níveis circulantes de 5-metilTHF, acúmulo de 5,10metilenoTHF e hiperhomocisteinemia. Este SNP tem sido proposto como fator de risco para doenças cardiovasculares e para defeitos do tubo neural associados com baixa ingestão de folato e os indivíduos homozigotos para o alelo variante (T) parecem requerer um consumo maior de folato para manter níveis séricos similares aos apresentados pelos indivíduos carreadores do alelo C. Recentes meta-análises e revisões da literatura observaram um aumento do risco para cânceres de mama, esôfago, estômago, pâncreas e colorretal em indivíduos homozigotos para o alelo T, especialmente naqueles com baixo status de folato ou alto consumo de álcool – Interação GENE - NUTRIENTE. Polimorfismos x Câncer • mulheres que apresentam consumo abaixo da mediana de frutas e vegetais (<764g/dia), ácido ascórbico (<155mg/dia) e α-tocoferol (<7,5 mg/dia) apresentam maior risco de câncer de mama como resultado de um SNP que causa uma mudança de valina para alanina na posição 9 da sequência sinal da enzima superóxido dismutase dependente de manganês (MnSOD). Polimorfismos x Câncer • Em chineses, foi observado menor risco de câncer colorretal em indivíduos com baixo consumo de vegetais crucíferos apresentando os genótipos nulos para as isoenzimas GSTM1 e GSTT1 (glutationa-S-transferases), que metabolizam e excretam mais lentamente os isotiocianatos. • Informações sobre as consequências celulares destes e outros polimorfismos são ainda escassas. Apenas uma análise mais detalhada incorporando o estudo de vários SNPs em vários genes, dentro de uma abordagem nutrigenômica permitirá esclarecer os riscos e potenciais benefícios dos componentes dietéticos. Considerações Finais • Embora as novas fronteiras das disciplinas “ômicas” aplicadas à nutrição estejam ainda em fase inicial de desbravamento, os resultados dos estudos realizados demonstram o grande potencial para a descoberta de novos biomarcadores do efeito dos compostos dietéticos sobre a saúde humana. • Estes estudos podem auxiliar a revelar indicadores precoces de predisposição ao câncer e outras doenças; ajudar a definir a homeostase, o metabolismo e o fenótipo “saudáveis”; ajudar a diferenciar entre indivíduos “responsivos” dos “não responsivos” às intervenções dietéticas; e por último, mas não menos importante, descobrir compostos dietéticos bioativos ou funcionais. Considerações Finais Subbiah, Omics, 12, 2008. Considerações Finais • • • • Impacto nas recomendações nutricionais; Mercado de alimentos funcionais; Alto custo dos exames genéticos; Conhecimento e modificação na composição dos alimentos; • Ensino de genética, de biologia molecular e de bioinformática na graduação e pósgraduação em Nutrição. • Desafio ético-legal. Obrigada!