IX CAIC - Congresso Anual de Iniciação Científica & 4ª Mostra das Ligas Acadêmicas da FAMERP AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOCEREBROVASCULAR DE ACORDO COM O RITMO DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR E POLIMORFISMO DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA EM PACIENTES HIPERTENSOS Gustavo A de Souza¹; José F Vilela-Martin² 1 Acadêmico do curso de Medicina da FAMERP; 2Professor Adjunto Doutor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/Disciplina de Clínica Médica, Clínica de Hipertensão/Hospital de Base Fontes de Financiamento: Bolsa de Iniciação Científica BIC/FAMERP (2011/2012) Introdução: As doenças cardiocerebrovasculares ou sua progressão relacionam- se frequentemente com complicações renais. Redução na taxa de filtração glomerular é responsável por aumentar o risco de mortalidade cardiovascular. Vários genes que codificam as proteínas integrantes do sistema renina-angiotensina têm sido implicados na maior morbidade dessas doenças. Objetivos: Avaliar o risco cardiovascular baseando-se no ritmo de filtração glomerular (TFG) em pacientes da Clínica de Hipertensão Arterial da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto-SP. Associar as lesões em órgãos-alvo (acidente vascular cerebral (AVC), doença arterial coronariana (DAC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), insuficiência arterial periférica e doença carotídea) com o decréscimo da TFG. Pesquisar se polimorfismos gênicos da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) se associam a maior morbidade cardiovascular (AVC, DAC, ICC, insuficiência arterial periférica (IAP) e Doença Carotídea) no grupo pesquisado. Métodos/Procedimentos: A estimativa de perda da função renal foi baseada na TFG, que foi calculada utilizando-se o valor do Modification of Diet Disease (MDRD) e para fins de avaliação do risco cardiovascular os pacientes foram divididos com MDRD ≥60 e <60 ml/min/m2, considerando-os como baixo e alto risco, respectivamente. Comorbidades foram investigadas de acordo com a presença de diabetes mellitus (DM), dislipidemia (DLP), história de AVC, DAC, ICC e IAP. Idade, gênero, índice de massa corpórea, escolaridade e outros fatores de risco também foram avaliados. O polimorfismo gênico foi determinado pela reação em cadeia de polimerase. Resultados: Foram analisados 220 pacientes. 61 indivíduos com média de creatinina de 1,454 g/dL encontravam-se presentes no grupo com MDRD <60 ml/min/m2. Do total de 40 pacientes que apresentaram AVC, 13 tinham MDRD <60 ml/min/m2 (32,5%). Além disso, 27,8% com MDRD <60 ml/min/m2 apresentaram DAC; 32% ICC; 23,1% IAP e 20% doença carotídea. 27,1% tinham diagnóstico de doença carotídea ou DAC ou IAP. 27,7% dos indivíduos com genótipo DD apresentaram correlação positiva entre o polimorfismo da ECA e doença carotídea (p=0,004). Conclusão: Creatinina sérica continua sendo um dos marcadores mais acessíveis de perda de função renal. A falta de associação entre redução da TFG e eventos cardiocerebrovasculares pode ser justificada pela amostragem reduzida. Apesar disso, levantamos questionamentos quanto ao risco de desenvolver eventos cardiovasculares nos indivíduos com perda da função renal. Desenvolvimento de placas de ateroma e o aumento da espessura da camada íntima da artéria parece se correlacionar ao genótipo DD, situação encontrada em nossa casuística que mostra associação entre polimorfismo da ECA e doença carotídea. Arquivos de Ciências da Saúde, Vol. 19, Supl. 1, 2012. ISSN 1807-1325