AVALIAÇÃO DAS ENZIMAS PEROXIDASE E FOSFATASE ALCALINA EM AMOSTRAS DE LEITE PASTEURIZADO PRODUZIDO NO ESTADO DA BAHIA. EVALUATION OF PEROXIDASE AND ALKALINE PHOSPHATASE IN SAMPLES OF PASTEURIZED MILK PRODUCED IN THE STATE OF BAHIA. Samanta Souza Rodrigues da Conceição¹, Daniela Benevides Melo², David de Morais da Silva³, Renata Veiga Tenório de Albuquerque³ RESUMO Alimento completo por sua biodisponibilidade de nutrientes, o leite é rico em proteínas de alto valor biológico, minerais, sobretudo o cálcio, e vitaminas lipo e hidrossolúveis. Desta forma, torna-se ótimo substrato para o desenvolvimento de microrganismos que comprometem a qualidade do produto e põe em risco a saúde da população. O presente trabalho teve por objetivo de atestar a eficácia do processo de pasteurização do leite pasteurizado produzido no estado da Bahia, a fim de monitorar a qualidade dos produtos disponíveis no mercado. As análises foram realizadas no Laboratório de Microbiologia e físico-quimica de Alimentos no Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Muniz (LACEN-Bahia). Das 14 amostras avaliadas, todas foram negativas para fosfatase alcalina e 3 foram negativas para peróxidase, esta última evidenciando superaquecimento das amostras. Palavras-chave: Leite, Fosfatase alcalina, Peroxidase, Bahia SUMMARY Complete food on the bioavailability of nutrients, milk is rich in proteins of high biological value, minerals, especially calcium, vitamins and water soluble and lipo. Thus, it is excellent medium for the growth of microorganisms that compromise product quality and endangers the health of the population. This study aimed to verify the effectiveness of pasteurization pasteurized milk produced in the state of Bahia, in order to monitor the safety of products on the market. Analyses were performed in the microbiology and physical chemistry laboratory of the Central Laboratory of Public Health Professor Gonçalo Moniz (LACEN-Bahia). Of the 14 samples tested, all were negative for alkaline phosphatase and 3 were negative for peroxidase, the latter indicating overheating of the samples. Key-words: Milk, Alkaline phosphatase, Peroxidase, Bahia. No Brasil, de modo geral, os leites pasteurizados normalmente são produzidos em condições higiênicas inadequadas ou são mal conservados nos pontos de venda. Apesar disso, tornou-se um dos alimentos básicos mais consumidos pela população, a No Brasil, de modo geral, os leites pasteurizados normalmente são produzidos em condições higiênicas inadequadas ou são mal conservados nos pontos de venda. Apesar disso, tornou-se um dos alimentos básicos mais consumidos pela população, qual fica exposta ao desenvolvimento de doenças infecciosas ou intoxicações alimentares passíveis de transmissão pelo leite (CERQUEIRA, 1995; MACIEL et al., 2003). A pasteurização é caracterizada como uma medida preventiva através _______________________ 1 Graduada em Medicina Veterinária na Universidade Federal da Bahia. Autor para correspondência:[email protected] 2 Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal da Bahia e Mestre em Ciência de Alimentos pela Universidade Federal da Bahia 3 Acadêmico de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia de um um processo térmico obrigatório que tem por objetivo eliminar bactérias patogênicas (transmissores de doenças) e reduzir as deterioradoras, alterando o mínimo possível a sua composição e estrutura (WENDPAP e ROSA, 1995). Para verificar se a temperatura e tempo utilizados na pasteurização foram adequados, são realizadas pesquisas de duas enzimas encontradas no leite cru: a fosfatase e a peroxidase. Durante a correta pasteurização do leite, a fosfatase é inativada e a peroxidase deve permanecer ativa (TIMM et al., 2003). Portanto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a atividade das enzimas peroxidase e fosfatase alcalina no leite pasteurizado produzido no estado da Bahia, a fim de monitorar a inocuidade dos produtos disponíveis no mercado. O presente estudo foi realizado nos laboratórios de microbiologia e físico-química de alimentos do Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz (LACEN-Bahia), entre os meses de janeiro e abril de 2011. Neste período realizou-se a pesquisa das enzimas peroxidase e fosfatase alcalina em 14 amostras de leite pasteurizado, coletadas por técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado da Bahia (ADAB), englobando diferentes tipos de marca. Para o preparo da amostra foi realizada a assepsia da área externa da embalagem do leite com etanol 70%, para remoção de possíveis contaminantes. Procedeu-se ainda a agitação da amostra de forma que o leite fosse distribuído uniformemente. Em seguida, realizou-se diluições decimais seriadas de 10-1 até 10-5 utilizando-se tampão fosfato Butterfield como diluente. As análises das enzimas foram feitas , seguindo a metodologia descrita na Instrução Normativa nº 68 de 12 de dezembro de 2006 regulamentada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Na pesquisa da enzima fosfatase alcalina, foi observado que todas as 14 amostras apresentaram resultado negativo, evidenciando que as amostras atingiram a temperatura de pasteurização. Na pesquisa da peróxidase, 3 amostras (21,4%), apresentaram resultado negativo, o que sugere que estas amostras foram superaquecidas, uma vez que a peróxidase é inativada em temperaturas superiores à 80ºC. O superaquecimento altera a composição do leite e é utilizado quando a matéria prima é ruim, sendo um recurso para garantir a durabilidade e parâmetros microbiológicos até a data de validade (TAMANINI et al., 2007). Mesmo após as alterações introduzidas nos regulamentos técnicos vigentes, o leite pasteurizado continua apresentando problemas com relação a sua qualidade. Portanto, esse trabalho reitera a atual necessidade de maior rigor nas fiscalizações a fim de que se faça cumprir o que rege a legislação para assegurar ao consumidor um produto de qualidade. REFERÊNCIAS CERQUEIRA, M. M. O. P. & LEITE, M. O. Doenças Transmissíveis pelo Leite e Derivados. Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária da UFMG, v. 13, p. 39-62, 1995. MACIEL, J.F. et al. Qualidade microbiológica de leite pasteurizado comercializado em Itapetinga-BA. In: XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS, 2003. Anais.... Juiz de Fora: Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 2003. TAMANINI, R.; SILVA, L. C.; MONTEIRO, A. A.; MAGNANI, D. F.; BARROS, M. A. F.; BELOTI, V. Avaliação da Qualidade Microbiológica e dos Parâmetros Enzimáticos da Pasteurização de Leite Tipo C Produzido na Região do Norte do Paraná. Revista de Ciencias Agrarias, Londrina, v. 28, n. 3, p. 449-454, 2007. TIMM , C. D.; GONZALEZ, H. L.; OLIVEIRA, D. S.; BÜCHLE , J.; ALEXIS, M. A.; COELHO , F. J. O.; PORTO C. Avaliação da qualidade microbiológica do leite pasteurizado integral produzido em microusinas da região sul do Rio Grande do Sul. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 17, n. 106, p. 100-104, 2003. WENDPAP, L. L.; ROSA, O. O. Qualidade microbiológica do leite pasteurizado tipo C comercializado em Cuiabá – MT. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 9, n. 39, p. 11-14, 1995. 2