29 Out. 22 Nov. Instalações | Projecções | Espectáculos | Encontros cam ccb cinemateca portuguesa culturgest eira33 espaço alkantara maria matos teatro municipal mar adentro café mnac - museu do chiado SÉTIMO ANO do festival de artes e performance TEMPS D’IMAGES PORTUGAL Costuma dizer-se dos casamentos que o sétimo ano é sempre difícil, mas numa época em que toda a gente fala de crise económica, a arte parece revestir-se ainda de menos importância que antes no discurso público. No entanto esta ideia é muito perigosa, despreza um factor da maior importância expresso por muitos homens sagazes ao longo dos séculos: se travássemos agora o trabalho dos artistas, todas as sociedades seriam arrastadas para o marasmo em poucas semanas. Novos caminhos, novas direcções, invenções, conexões invulgares, restaurações, memórias, valores humanos, valores universais, territórios comuns, resistência, protótipos e modelos apenas podem ser criados através do pensamento artístico e criativo, esse mesmo que nos garante a sobrevivência, a audácia, o livre arbítrio e o prazer da vida. Enquanto director e produtor do festival, procuro fazer parte dessa lista de contribuidores para as artes e espero que a esta malha de esplêndidos lugares de performance, curadores empenhados, artistas arrojados e esforçados trabalhadores de produção, venham agora juntar-se, com espírito de abertura, com curiosidade, com interesse e sem preconceito, os espectadores – vocês. museu colecção berardo negócio # 24-rentagallery são luiz teatro municipal Temos sofrido uma evolução ao longo de sete anos e esperamos que outro tanto aconteça com o público. Parece-me muito mais fácil expressar desagrado acerca de um espectáculo ou de uma exposição do que tomar consciência do imenso investimento do artista, que se sujeita às luzes da ribalta e dedica toda a sua investigação, corpo, energia e visão aos espectadores, para que estes possam ver, viver, sentir e pensar de forma diferente da do seu dia-a-dia. Desejando-vos uma boa viagem pelos universos artísticos do TEMPS D’IMAGES, edição 2009, António Câmara Manuel temps d’images Portugal 2009 :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Na sua 7.ª edição, o Temps d’Images Portugal continua a dar protagonismo ao movimento das A programação do Temps d’Images Portugal 2009 apresenta cerca de vinte iniciativas imagens e à sua permanente reinvenção. Sempre assente em cruzamentos entre as várias independentes. O seu todo – instalações, projecções e espectáculos – desenha durante o áreas artísticas, a utilização da imagem, enquanto recurso técnico e estético, revela-se este período aproximado de um mês na cidade de Lisboa um único percurso que se estende a ano em cerca de duas dezenas de projectos muito diversos, mas todos eles caracterizados doze espaços culturais diferentes: o Centro Cultural de Belém, o Museu Colecção Berardo, por uma marcada disposição interrogativa. No seu todo, agrega um conjunto de obras a Culturgest, o Teatro Maria Matos, a Cinemateca, o Museu do Chiado, o CAM Fundação artísticas que, para além do seus contornos imediatos, se apropriam assumidamente das Gulbenkian, a #24-rentagallery, eira33, Negócio, o Espaço Alkantara e o Teatro São Luiz. impressões que deixam junto do espectador. Desta forma, é a arte que intervém, participa, Estreia uma dezena de novas criações nacionais, consolidando-se assim a importância provoca reflexão, que se revela como potencial geradora de conhecimento. do Temps d’Images no que respeita à vitalidade do panorama das artes no nosso país. Desafia os criadores a integrarem os “estaleiros”, em que se ensaiam encontros entre os As fronteiras entre as artes, entendidas como convenções insustentáveis, materializam- criativos do vídeo com as outras artes. No domínio das projecções surgem três iniciativas -se aqui em substância artística e estabelecem francos diálogos com a actualidade. Nos que assentam num mesmo propósito, construído a partir do registo filmado do universo espectáculos de Lúcia Sigalho, de Michel Schweizer e de Raquel Freire com Marta Mateus das artes: para além do Prémio de Cinema Temps d’Images para Filmes Sobre Arte, um (a voz do colectivo O’queStrada), assim como nas instalações de Jesper Just e de Patrícia dos poucos prémios de cinema existentes em todo o mundo sobre a temática da produção Portela, interpela-se directamente a sociedade contemporânea, confrontando e assumindo artística, com direcção e programação de Rajele Jain, terá ainda lugar um ciclo de cinema comprometimentos ideológicos, pontos de vista. Documentam-se e recriam-se as múltiplas na Cinemateca com assinatura de Teresa Garcia e Pierre Marie Goulet, no qual o Teatro facetas da adolescência em “Às vezes as luzes apagam-se” de Cláudia Varejão com Pedro terá particular predominância, e uma mostra de trabalhos vídeo-dança – FRAME research Gil, assim como no vídeo de Dina Campos Lopes “For All”, realizado a partir do Projecto / 1.ª edição –, cuja abrangência permitirá visionar animação, mini-documentários, trabalhos Respira de Aldara Bizarro. Nos espectáculos de Isabella Soupart, da mala voadora, de Rafael experimentais e obras específicas de vídeo-dança com base no contexto híbrido de duas Alvarez e de Tânia Carvalho com Vera Suchánková e na instalação de Luciana Fina expõem-se linguagens, a dança e o vídeo/filme. Espaço ainda para ateliês de formação dirigidos aos vivências íntimas com o distanciamento de quem sabe já não ser preciso chocar. Recriam-se mais novos – que à semelhança de anos anteriores também são contemplados com dois propósitos e procedimentos artísticos nos espectáculos de Inês Jacques, Gustavo Ciríaco espectáculos que lhes são dirigidos – e seis produções estrangeiras, conforme o desígnio e Elsa Aleluia. Buscam-se renovados sentidos em referências colectivas do passado no internacional que está na origem do festival. Por fim, e após alguns dos espectáculos, a espectáculo de Kotomi Nishiwaki com Teresa Furtado, o mesmo acontecendo nos de Sónia jornalista Mónica Guerreiro dinamizará conversas participadas pelo público em torno das Baptista e de antóniopedro com Ana Araújo e Filipe Rocha, estes dirigidos ao público juvenil. temáticas abordadas, nas quais contará também com a contribuição de vários convidados. Revisita-se a inquietação minimalista de Steve Reich. Quatro destes encontros terão lugar no próprio Ponto de Encontro do Festival, o bar/lounge e restaurante Mar Adentro, que receberá os artistas e o público num ambiente descontraído. O convite fica aqui feito. :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: 4 | temps d’images portugal 2009 instalações Apresentação do Festival Temps d’Images 2009 8 OUT | 18h30 CAM Fundação Calouste Gulbenkian Cocktail de inauguração da exposição JESPER JUST | Entrada livre :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Jesper Just 9 OUT 2009 > 17 JAN 2010 | 10h00 > 18h00 [terça a domingo] CAM Fundação Calouste Gulbenkian - Sala de Exposições Temporárias :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: David Claerbout Inauguração 12 NOV | 19h00 13 NOV 2009 > 28 FEV 2010 | 10h00 > 18h00 [terça a domingo] MNAC – Museu do Chiado :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Patrícia Portela&Christoph de boeck | Audiomenus 2 – O Chiado de Acácio 13, 14, 15, 20, 21 e 22 NOV | 16h00 MNAC – Museu do Chiado :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Luciana Fina | Hors Sujet portrait Inauguração 6 NOV | 19h00 Espaço Alkantara e #24-rentagallery HORS SUJET portrait, VUE portraits 7 NOV > 6 DEZ | 14h00 > 23h00 [terça a domingo] Espaço Alkantara 6 | temps d’images portugal 2009 PORTRAIRE notas nas margens de um retrato 7 > 15 NOV | 14h00 > 23h00 [terça a domingo] #24-rentagallery Jesper Just [instalação | vídeo] :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Inauguração 8 OUT | 18h30 | Entrada livre 9 OUT 2009 > 17 JAN 2010 | 10h00 > 18h00 [terça a domingo] CAM Fundação Calouste Gulbenkian - Sala de Exposições Temporárias O artista de vídeo de renome internacional Jesper Just apresenta-se pela primeira vez com uma exposição individual em Portugal, no CAM Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Os vídeos de Jesper Just caracterizam-se pela sua extraordinária beleza, pela estética fílmica e pela sua ambiguidade; oferecendo uma consciente complexidade psicológica e convidando o espectador a múltiplas interpretações. No centro de todas as suas obras encontra-se o desenvolvimento emocional das personagens principais, frequentemente relacionado com um afastamento individual ou com uma quebra relativa aos padrões convencionais do papel do género, encenado como se se tratasse da sucessão de etapas existenciais que cada indivíduo tem de percorrer ao longo da sua vida. Esta exposição individual de Jesper Just inclui o seu primeiro trabalho, intitulado No Man Is an Island (2002), This Love is Silent (2003), It will all end in Tears (2006) e Something to Love (2005). Integra ainda uma instalação vídeo composta por três filmes inter-relacionados do ponto de vista temático: A Voyage in Dwelling, A Room of One’s Own e A Question of Silence (2008). Esta trilogia trata da viagem interior, mas também física, de uma mulher de meia-idade que vive em relação com os seus desejos; a forma como em alternância aprecia, afasta e rejeita o seu próprio desenvolvimento. Os filmes mostram o movimento entre os diferentes estados psicológicos e diferentes destinos, enquanto enquadramento mental adoptado pela protagonista. :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Visitas Guiadas 25 Out | 29 Nov | 20 Dez – 12h00 Domingos com Arte com Sofia Pontes :: Oficinas para Crianças JUST REMIXED – Vídeo em Tempo Real [oficina de criação vídeo] Concepção e orientação: Sofia Ponte e Tiago Pereira JUST REMIXED – Vamos Fazer um Vídeo? [oficina de criação vídeo] Concepção e orientação: Sofia Ponte e Tiago Pereira CORPO, ACÇÃO E MOVIMENTO [oficina de fotografia, dança e movimento] Concepção e orientação: Andreia Dias e Catarina Claro No que respeita à componente visual, o trabalho This Love is Silent contém referências ao clássico film noir e ao género cinematográfico dos filmes sobre a máfia. A dramaturgia do trabalho centra-se no jogo psicológico que se desenvolve entre três homens. À medida que o vídeo progride, o equilíbrio de poder desloca-se entre os dois mafiosos velhos e brutais e a jovem vítima, que consegue penetrar as suas duras fachadas cantando e dançando. O título do filme de estreia de Just, No Man Is an Island, refere-se a uma famosa citação do poeta inglês do século XVII, John Donne, que sublinha o facto de nenhum ser humano poder existir totalmente isolado. Neste filme, um homem de meia idade dança em câmara lenta em volta da praça Blågårds, em Copenhaga, ao mesmo tempo que um outro homem mais jovem permanece sentado na praça, sozinho e a chorar. Este cenário, acompanhado por um jazz etéreo, chega-nos como um pastiche de um filme dos anos cinquenta, simultaneamente auto-irónico e vagamente irreal. Apoios Statens Kunstrad – Danish Arts Council, Nordisk, SETH e Hempel 8 | temps d’images portugal 2009 [instalação] :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: David Claerbout Inauguração 12 de NOV | 19h00 | Entrada livre 13 NOV 2009 > 28 FEV 2010 | 10h00 > 18h00 [terça a domingo] MNAC – Museu do Chiado Os trabalhos de David Claerbout operam conjuntamente fotografia e filme de forma a produzir pela imagem uma experiência física destas categorias e um conhecimento das suas potencialidades. Se a fotografia se fixa num tempo específico, que está ali, documentado e não se apaga em direcção a outro momento; o filme, pelo contrário, evolui continuamente de imagem para imagem. Ao rebater o filme e a fotografia para um meio computorizado, num único e mesmo sinal electrónico – que os codifica em informação emitida como vídeo –, conceitos de fotografia e de filme subsistem ainda nesse meio digital. A imagem fixa e o registo fílmico em tempo real constituem-se como duas modalidades de tempo que concorrem em simultâneo. Apesar da condensação dos tempos diferentes por um só meio, é neste vaivém que David Claerbout realiza o seu trabalho. Entre o presente suspenso da fotografia e o presente continuado do filme, que, através das arquitecturas, aludem por vezes a um passado histórico específico, revela-se um fascínio pela imagem e os seus tempos. Nostalgia e reivindicação tornam-se pólos centrais destes seus trabalhos iniciais. Posteriormente através de vídeo-instalações, por vezes interactivas, o súbito acordar da imagem fixa em imagem em movimento, com a presença do espectador, desenvolve a experiência física da imagem conferindo-lhe uma dimensão performativa. Ao utilizar um medium sem corpo – o filme –, David Claerbout reclama o diálogo entre o filme e o espectador, ambos envolvidos num acontecer que repõe o corpo como processo comunicativo. A partir de 2004 os seus trabalhos utilizam uma dimensão narrativa para interrogar o lugar do espectador e o papel do cenário enquanto construção do tempo e forma da sua duração. Os trabalhos mais recentes de David Claerbout apresentam-se como amplas séries de fotografias tiradas de múltiplas perspectivas de um só e mesmo instante. A sua apresentação numa sequência define potenciais situações narrativas, por vezes complexas e diversas, mas que paradoxalmente não se constituem como tal, uma vez que todas as imagens se referem a um só instante, não existindo por isso David Claerbout | Shadow Piece, 2005, Still Cortesia / Courtesy David Claerbout | Gallery Hauser & Wirth, Zurique, Londres | Yvon Lambert, Paris New York. progressão temporal. Por outro lado, a proliferação espacial criada desconstrói a unidade do instante, da sua presença. De certa forma, é sempre um tempo diferido que os seus trabalhos abordam. Pedro Lapa Director do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado 10 | temps d’images portugal 2009 :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Apoios Companhia de Seguros Lusitânia - Seguradora Oficial do Instituto dos Museus e da Conservação; Bairro Alto Hotel [instalação exterior | som] Patrícia Portela & Christoph de boeck Audiomenus 2 - O Chiado de Acácio 13, 14, 15, 20, 21 e 22 NOV | 16h00 MNAC – Museu do Chiado Em Audiomenus 1- Patrícia Portela convidou-nos a sentar à mesa e escolher, mediante a consulta de uma ementa bem recheada, a paisagem sonora que queríamos escutar. Havia de tudo à disposição, desde sons da natureza até cartas de amor. Desta vez somos conduzidos até ao bairro do Chiado, à luz de um projecto urbanístico concebido nos anos 20 do século passado e que, apesar da indescutível melhoria que traria para a qualidade de vida deste bairro, nunca se chegou a concretizar. Uma visita guiada a vários espaços para apreciar o que poderia ser hoje o Chiado se ontem tivesse soado de maneira diferente. Um exercício lúdico que desperta a consciência acerca da dimensão auditiva da nossa existência e que revela as mais imprevistas reflexões. :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Uma produção Prado | Texto e Som Christoph de Boeck e Patrícia Portela | Voz Tiago Rodrigues | Apoio à pesquisa Isabel Garcez | Imagem e efeitos especiais Irmã Lúcia efeitos especiais | Produção Conceição Narciso | Com o apoio de CNC e DuplaCena / Festival Temps d’Images / Museu do Chiado | Produtores associados ZDB Prado é uma associação com o apoio do MC/Dgartes 12 | temps d’images portugal 2009 HORS SUJET portrait Inauguração 6 NOV | 19h00 HORS SUJET portrait, VUE portraits 7 NOV > 6 DEZ | 14h00 > 23h00 [terça a domingo] Espaço Alkantara PORTRAIRE, notas nas margens de um retrato 6 > 15 NOV | 14h00 > 23h00 [terça a domingo] #24-rentagallery [instalação| vídeo] Luciana Fina HORS SUJET portrait 2009, 3 DVD, cor, som Elle est lá, dans une exactitude provocante, elle n’est rien, elle est l’horreur sacrée de sa présence… (G. Bataille, Manet 1955) Chaque être crie en silence pour être lu autrement. (Simone Weil) Com a modelo desta nova composição de retratos, voltámos a olhar para as diversas obras de Edouard Manet em que Victorine Meurent posou para o pintor. O irritante enigma do olhar da Olympia, a nua e fria Olympia, “monstro do amor banal”… Grisette ou cortesã? Viva ou morta? A mulher sentada no almoço na relva… Victorine cortesã, Victorine cantora de rua, mulher com o papagaio, criança com o pífaro, Victorine con la espada, Victorine na estação de comboio, o retrato de Victorine.... Inaugurada este ano no Stenersen Museum de Oslo, no âmbito da exposição internacional “Off the Beaten Path, Violence Women and Art”, HORS SUJET portrait surgiu na sequência de um workshop de cinema para mulheres com histórias de vida ligadas à prostituição. Com um título que aparenta uma antítese, a nova instalação de Luciana Fina, HORS SUJET portrait, questiona o poder de representação do retrato e vem juntar-se à Galeria de Retratos Filmados que a autora inaugurou em 2003 com o tríptico CHANT portraits, uma das primeiras apostas do Festival Temps d’Images para a secção Estaleiros. Nesta exposição, apresentada no interdisciplinar e renovado Espaço Alkantara, poderão ver mais uma das instalações da Galeria de Retratos de Luciana Fina, VUE portraits (2006), resultado de uma anterior colaboração com Danças na Cidade. Em complemento, têm lugar durante os primeiros dez dias da exposição, num novo espaço do mesmo bairro de Santos, #24-Rentagallery, projecções contínuas de PORTRAIRE, notas nas margens de um retrato, caderno de notas da autora sobre a escolha do retrato e a nova criação. :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: VUE portraits 2006, 3 DVD, cor, som Sabes o que é que eu vejo da janela da minha casa? Sacos de carvão, muitos sacos de carvão… (Sérgio, Maputo) De manhã vê-se um prédio, enorme, monstruoso, exactamente igual ao meu… (André, New York) A imagem de uma janela evocada pelos performers retratados, sobrepõe-se à imagem dos seus rostos. As “janelas” foram filmadas em Lisboa, durante o encontro “Dançar o que é nosso”, com performers oriundos de diversos países do mundo. Série de retratos de duração variável em composição de múltiplas projecções. :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: PORTRAIRE notas nas margens de um retrato 2009, 22 min, cor, som “No decorrer da criação da instalação HORS SUJET portrait, os meus apontamentos de trabalho assumiram a forma de um caderno de imagens: PORTRAIRE notas nas margens de um retrato é um momento de reflexão que gostaria de partilhar convosco.” O rosto do outro não espera a intencionalidade do conhecimento, a visão totalizadora, a compreensão do sentido da história, para ser significante. Procuro o Tempo do acontecer de um face a face, um entre-nous alheio à intenção ou ao poder de representação do outro, que se contrapõe às formas de violência e de aniquilamento da alteridade. 14 | temps d’images portugal 2009 Acompanhamento curatorial Luísa Santos | Acompanhamento design do espaço Moritz Elbert | Som Miguel Cervini | Direcção técnica Ricardo Madeira | Co-Produção DuplaCena/Festival Temps d’Images; Artworks for Change | Residência de Criação Espaço Alkantara | Apoio Museu Colecção Berardo, #24-rentagallery, Atelier Re.Al | Projecto Financiado pela Direcção Geral das Artes/Ministério da Cultura Agradecimentos Inês Oliveira, Randy Rosenberg, Catarina Saraiva, Paula Varanda, Bruno de Almeida, Mariana Lemos, Sofia Neuparth, Carlos Ramos, Sofia Campos espectáculos Cláudia Varejão + Pedro Gil | Às Vezes as Luzes Apagam-se Elsa Aleluia | Che Cosa 29 OUT | 21h00 e 30 OUT | 15h00 e 21h00 CCB – Pequeno Auditório :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: 5 e 6 NOV | 23h30 São Luiz Teatro Municipal – Jardim de Inverno :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Marta Mateus + Raquel Freire | Nósoutrxs Kotomi Nishiwaki + Teresa Furtado | The Snake Chamber 30 e 31 OUT | 23h30 São Luiz Teatro Municipal - Jardim de Inverno :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: 13 e 14 NOV |20h30 eira33 Inês Jacques | Liars Lúcia Sigalho | E a Mulher Teve Morte Quase Instantanêa 31 OUT e 1 NOV | 19h00 CCB – Sala de Ensaio :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Sónia Baptista | Um Capucho, Dois Lobos e um Porco Vezes Três 31 OUT e 1 NOV | 16h00; 2 NOV | 10h00; 3 NOV | 10h00 e 14h30 e 4 NOV | 10h00 Maria Matos Teatro Municipal – Sala Ensaio :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: antóniopedro + Ana Araújo | Matinée 3 > 5 NOV | 10h00 e 8 NOV | 15h30 antóniopedro + Filipe Rocha | Sherlock Jr. 6 NOV | 10h00 ; 7 NOV | 15h30 e 8 NOV | 11h30 CCB – Sala de Ensaio :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Steve Reich and Bang on a Can 1 NOV | 21h00 CCB – Grande Auditório :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Programa Conjunto mala voadora | O Duplo + Isabella Soupart | Collision(s) 6 e 7 NOV | 21h00 CCB – Pequeno Auditório :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: 16 | temps d’images portugal 2009 :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: 14 > 17 NOV | 21h30 Maria Matos Teatro Municipal – Sala Principal :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Rafael Alvarez | Long Distance Call 17 e 18 NOV | 21h30 Negócio :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Gustavo Ciríaco | Nada. Vamos ver. 18 e 19 NOV | 21h30 Culturgest – Palco do Grande Auditório :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Tânia Carvalho + Vera Suchánková | Der Mann ist verrückt 20 NOV | 21h30 21 NOV | 19h00 Culturgest – Pequeno Auditório :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Michel Schweizer | Bleib opus #3 21 e 22 NOV | 21h30 Maria Matos Teatro Municipal – Sala Principal :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: [performance | concerto | vídeo | estaleiro] Cláudia Varejão + Pedro Gil Às Vezes as Luzes Apagam-se 29 OUT | 21h00 30 OUT | 15h00 e 21h00 CCB – Pequeno Auditório © Cláudia Varejão Duração: 100 min | M/12 anos | Preço: 3 euros Nove adolescentes ao vivo dão a ver e a ouvir quem são num espectáculo onde a palavra e a acção, o audiovisual e a música se fundem num concerto performativo. Retrato e quotidiano de pessoas com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos, provenientes de diferentes estratos sociais. Às vezes as luzes apagam-se é também sobre a expectativa da primeira vez, os pequenos e grandes segredos, o pensar demais, o corpo que se tem e aquele que se gostava de ter, os sonhos, os medos, o aborrecimento, os pais divorciados e os pais casados, a escola e os amigos, a noite, o álcool e as drogas, a música e o futebol, o primeiro amor, as inseguranças e os desejos, é também sobre aquele sorriso quando se fala daquela pessoa. :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Direcção Artística Cláudia Varejão e Pedro Gil | Com Beatriz Pessoa, Daniel Duarte, Duarte Águas, Filipa Silva, Mariana Meireles, Marta Fatela, Nuno Cerqueira, Simão Lamas e Wilma Brito | Assistência à Direcção Ricardo Gageiro | Espaço Cénico Pedro Silva | Desenho Vídeo Paulo Américo da Silva | Director de Fotografia Rui Xavier | Director de Som Adriana Bolito | Direcção de Produção Ana Pereira | Assistência de Produção Ana Feteira | Co-produção CCB Fábrica das Artes / DuplaCena / Festival Temps d´Images | Apoio Allianz Falcão Marques, Casa do Gaiato de Lisboa, Instituto Português da Juventude 18 | temps d’images portugal 2009 NÓSOUTRXS 30 e 31 OUT | 23h30 São Luiz Teatro Municipal - Jardim de Inverno Preço: 10 euros [performance | estaleiro] Marta Mateus + Raquel Freire Marta Mateus, a voz do colectivo O’queStrada, e Raquel Freire, cineasta, convidam um grupo de actores, não-actores e performers para, durante aproximadamente uma hora, interagir e partilhar com o público uma experiência de alteridade. “É como se o mundo estivesse à minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.” Clarice Lispector ... As pessoas são identificadas e autodefinem-se de maneiras diferentes, constroem novas identidades sociais, culturais, sexuais. Surgem novas maneiras de ser e de estar no mundo. O ‘normal’ e o ‘natural’ estão a rebentar. Somos metamorfoses ambulantes. Somos novas/outras pessoas. Tecno e bio, sujeit@s e consumidores de desejos e frustrações. Podes vir só, nós fazemos-te companhia. :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Um espectáculo de Marta Mateus e Raquel Freire | Com Joana Manuel, Margarida Carvalho, Maria Marta Mateus, Marta Mateus, Pol Galofre, Raquel Freire, Sandra Rosado, Vasco Freire e várias outras pessoas maravilhosas | Som Vasco Pimentel | Styling João Pedro Filipe | Pintura Joana Villaverde | Produção Ana Rita Osório | Agradecimentos Guerrilla Travolaka, Incrível Club, Piajio Associação Cultural, Bomba Suicida, Inês Lamim, Cristiana Pena | Co-produção SLTM; DuplaCena Imagem adaptada do cartaz “Diferentes” – Herederos de Juan Palomo (creative commons) 20 | temps d’images portugal 2009 Liars © Lois Gray [filme | concerto] Inês Jacques 31 OUT e 1 NOV | 19h00 CCB – Sala de Ensaio Preço: 5 euros A identidade da imagem-movimento própria do cinema é aqui traduzida e recriada em composição coreográfica. Com música do projecto de João Branco Kyron “O Maquinista”, Inês Jacques apresenta um espectáculo em que o movimento se materializa em lógicas de manipulação e edição importadas da sétima arte. No seguimento de Renée Adorée, que trouxe as imagens dos primórdios do cinema para o corpo, esta peça aprofunda esta abordagem evidenciando a imagem- :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: movimento como metalinguagem que reflecte os seus próprios mecanismos. Aqui, mantenho o objectivo da peça anterior: fazer “cinema ao vivo” recorrendo apenas ao movimento e a uma relação directa, relação essa que exige do público um estado de atenção dinâmica através do questionar da ficção, da linearidade, raccords verdadeiros e falsos, da narrativa; no fundo, o ponto de vista da mesa de montagem. Mantém-se a intenção da sensação de cinema através do uso das suas características: planos, tipos de montagem, noção de tempo e espaço, entre outras. Estas características estão, a meu ver, intimamente ligadas à composição 22 coreográfica, tendo presente a ideia de que o movimento é uma imagem que Direcção Artística, Coreografia e Espaço Cénico Inês Jacques | Interpretação Carlota Corte-Real, continuamente se constrói e destrói a si mesma. Filipe Pereira, Tiago Barbosa | Música O Maquinista | Assistência de Direcção Artística Pietro Romani | Desenho de Luz José Manuel Rodrigues | Vídeo Sérgio Cruz | Performer no Vídeo Nick | Figurino da “Entidade Peluda” Pedro Pedro | Produção Zut! | Co-Produção DuplaCena / Festival Temps d’Images (pt); Escola Superior de Dança (pt); Parc de la Villette (fr); Pépinières pour les Jeunes Artistes (fr) | Residências de Criação O Espaço do Tempo (pt); Parc de la Villette (fr) | Apoios Financeiros Fundação Calouste Gulbenkian; Embaixada de Portugal em França | temps d’images portugal 2009 d’O Capuchinho Vermelho e d’Os Três Porquinhos. Com humor e malícia q.b. apresenta um espectáculo dirigido a todos os públicos, emprestando novas leituras e dialogando com o nosso imaginário colectivo. Há ainda lugar para danças, filmes, canções e cançonetas. Sónia Baptista [performance | público infantil] O kitsch irónico de Sónia Baptista recai desta vez sobre as histórias Um Capucho, Dois Lobos e um Porco Vezes Três 31 OUT e 1 NOV | 16h00 2 NOV | 10h00 3 NOV | 10h00 e 14h30 4 NOV | 10h00 Maria Matos Teatro Municipal – Sala Principal Preço: 2,5 euros criança | : 5 euros adulto (a partir de “A Menina do Capuchinho Vermelho” e de “Os Três Porquinhos”) Lê-se duas histórias e fica-se a matutar: – Então não é que não só o capuchinho viaja descaradamente de uma história para a outra como os dois lobos, na sua desgraçada e malfadada brutidade ferina, se não são parentes são de certeza aparentados? E os porcos? Claramente trigémeos apatetados. Agressores e vítimas trocam agilmente de lugar. Nem a menina é tão indefesa (Ui! longe disso), nem o lobo é tão bestial, nem o porco é tão feliz no final. E o que é que se faz a seguir? Constrói-se uma imagética tão soberbamente rica, tão visualmente deliciosa, tão (mas tão) inspiradora que ainda mais longe faz a imaginação viajar; acrescentando mais um ponto aos contos originais e tecendo aí uma nova e original trama; apresentando um versejar único, original e (espante-se) porque não em forma de canção? Cançonetas vividas e criadas quase como se de um devaneio onírico se tratasse; apresentadas tanto em filme como ao vivo, em palco e sempre com uma pontinha de Rock&Roll reinventado, de Pop alterado, de fervor musical misturado. Fazendo as histórias vibrar desbragadas, com humor e malícia, apresenta-se um espectáculo alegremente transdisciplinar em que três intérpretes se desdobram, transformam, encarnam e povoam palavras em verso, músicas dançantes e imagens em movimento delirantes. Direcção Artística, Concepção Musical e Adaptação de Textos Sónia Baptista | Intérpretes e Co-Criadores Sónia Baptista, Miguel Bonneville, Rogério Nuno Costa | Vídeo Sérgio Cruz | Assistente de Realização Micaela Fonseca | Direcção Musical Alex Alves Tolkmitt | Desenho de Luz Pedro Machado | Cenografia e Adereços Nuno Coelho, Célia Esteves, Sónia Baptista | Fotografia Rui Ribeiro | Produção Executiva João Lemos | Uma Produção Ninho de Víboras | Uma Encomenda FCD/Serviço Educativo do TCA para 2009 | Co-Produção Maria Matos Teatro Municipal; DuplaCena / Festival Temps d’Images | Agradecimentos Carl Simmonds; Helena Silva; Rui Ribeiro; Teatro Praga 24 | temps d’images portugal 2009 © Rui Ribeiro :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: [filme | concerto | público juvenil] antóniopedro + Ana Araújo antóniopedro + Filipe Rocha Matinée e Sherlock Jr. Matinée 3, 4 e 5 NOV | 10h00 8 NOV | 15h30 Sherlock Jr. 6 NOV | 10h00 7 NOV | 15h30 8 NOV | 11h30 CCB – Sala de Ensaio M/6 anos | Preço: dias úteis 3 euros | fins-de-semana 5 euros :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: MATINÉE de Fyodor Khitruk, antóniopedro e Ana Araújo Nesta matiné encontra-se três obras-primas de Fyodor Khitruk, o mais importante e influente autor russo de cinema de animação: História de um Crime, sátira visual e sonora aos tempos modernos e à vida encavalitada das grandes cidades; As Férias de Bonifácio, sobre as ternurentas férias de um leão do circo; e A Ilha, um fresco sociológico sobre o mundo actual, com nota final de esperança e optimismo. São aqui acompanhados ao vivo pelos músicosactores-sonoplastas antóniopedro e Ana Araújo. Narração em português | Filmes: História de um Crime (1962), As Férias de Bonifácio (1965) e A Ilha (1973), de Fyodor Khitruk | Composição, Bateria, Voz, Metalofone, Percussões, Sampler antóniopedro | Composição, Piano, Teclados, Efeitos Ana Araújo Este espectáculo nasceu de um desafio lançado pela MONSTRA. 26 | temps d’images portugal 2009 SHERLOCK JR. de Buster Keaton, antóniopedro e Filipe Rocha No início da sessão, um pequeno filme mudo (este acompanhado apenas pelo som do projector, como nos primórdios do cinema) mostra as peripécias dos dois músicos a chegarem ao teatro. Nisto, como que saltando do próprio ecrã, Buster Pedro e Buster Rocha entram na realidade e o filme-concerto começa. Sherlock Jr. é um dos filmes mais geniais do cómico que nunca ri, onde Buster sonha entrar no filme e ser Sherlock Jr., o maior detective de todos os tempos! Filme: Sherlock, Jr. (1924), de Buster Keaton | Filme aperitivo: Realização antóniopedro e Rita Figueiredo | Composição, Bateria, Piano, Voz, Melódica, Percussões, Efeitos antóniopedro | Composição, Contrabaixo, Baixo Eléctrico, Piano, Efeitos Ana Araújo | Câmara e Montagem Rita Figueiredo | Maquilhagem e Assistência Vanessa Mourato Reis | Figurinos Maria Gonzaga | Produção Executiva Gil Pereira Este espectáculo nasceu de um desafio lançado pela Mediateca da Guarda Co-produção Festival IndieLisboa Dois filmes/concerto para os quais se construiu uma nova banda sonora que é tocada ao vivo: Matinée, uma antologia de curtas do cineasta russo Fyodor Khitruk; e Sherlock Jr., de Buster Keaton. Espécie de falso trio em que o terceiro elemento é o ecrã e o que nele se passa, este projecto alia uma preparação rigorosa à improvisação, tornando única cada apresentação. Para além da música, a sonoplastia é recriada ao vivo e os filmes são narrados em português. [concerto] Steve Reich and Bang on a Can 1 NOV | 21h00 CCB – Grande Auditório M/12 anos | Preços: 1.ª Plateia 30 euros | 2.ª Plateia 25 euros | Laterais 20 euros | Camarotes Centrais 30 euros | Camarotes Laterais 22 euros | 1.º Balcão 20 euros | Balcão Lateral 17 euros | 2.º Balcão 12 euros | Galerias 8 euros Steve Reich é um nome maior da música contemporânea e o expoente máximo do minimalismo musical. Neste seu regresso a Portugal fazse acompanhar do Bang on a Can All Stars. O agrupamento novaiorquino integra um dos mais interessantes projectos da actualidade postura ecléctica, demonstrando competências tão diversas como as de uma banda Rock ou de um ensemble de música de câmara. Interpreta agora obras de Reich, como as célebres Clapping Music ou Music for Pieces of Wood. ©Jeffrey Harmann vocacionados para a promoção da nova música. Distingue-se pela sua :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Steve Reich, nascido em Nova Iorque em 1936, é um dos maiores compositores da actualidade e um dos mais influentes dos últimos trinta anos. Nome incontornável da música erudita, é sobretudo reconhecido como figura de proa da corrente minimalista, embora seja também aclamado e tenha influenciado muitas outras áreas musicais. Em 2009, foi-lhe atribuído o Pulitzer Prize de música pela sua obra Double Sextet. No CCB, Steve Reich apresenta-se com o grupo Bang on a Can All-Stars, descrito pelo New York Times como “um grupo agressivo, que combina o poder e a força de uma banda de rock com a precisão e a clareza de um ensemble de câmara”. Juntos vão interpretar obras emblemáticas como Clapping Music ou Music for Pieces of Wood. Bang on a Can All-Stars: baixo Robert Black | bateria e percussão David Cossin | guitarras Mark Stewart | clarinetes Evan Ziporyn | piano e teclas Lisa Moore | violoncelo Wendy Sutter 28 | temps d’images portugal 2009 Mala Voadora | O Duplo + Isabella Soupart | Collision(s) mala voadora O Duplo 6 e 7 NOV | 21h00 CCB – Pequeno Auditório M/12 anos | Preço: 8 euros As personagens que tiveram origem no teatro não são as mais presentes no [performance | vídeo] Programa Conjunto: imaginário colectivo. Fora de um campo de relativa erudição, o Batman é uma referência mais presente do que Hamlet; e a Barbie mais do que a Mãe Coragem. “Contar histórias” não é o mesmo depois da instauração de uma cultura pop. É na consideração deste contexto cultural que, em O Duplo, a mala voadora coloca a possibilidade da construção de uma personagem, recorrendo para isso a vários dos artificialismos de um espectáculo de teatro (em particular o vídeo). O Duplo parte do confronto com a História das personagens criadas ou adoptadas pela “cultura de massas” ocidental. Parte, mais concretamente, do confronto com algumas das mais populares personagens dessa História: aquelas que se tornaram efectivas referências culturais; aquelas que retêm o paradigma da hiper-individualidade; aquelas com as quais também a possibilidade de uma narrativa não pode deixar de confrontar-se. Este espectáculo integra-se num ciclo que a mala voadora tem vindo a desenvolver em torno das prerrogativas e limitações – sociais e artísticas – da identidade. (1) Em O decisivo na política não é o pensamento individual, mas sim a arte de pensar a cabeça dos outros (disse Brecht)., promove-se uma “decantação” da retórica das tomadas de posição ideológicas através da justaposição de discursos políticos díspares. (2) Chinoiserie baseia-se em fenómenos de construção de identidade cultural. (3) Huis Clos, de Jean-Paul Sartre, evidencia que a identidade de cada indivíduo reside no reflexo que dela é devolvido pelos outros. (4) Agora, em O Duplo, evoca-se a identidade ficcional da “personagem”. Direcção Jorge Andrade | Com Ana Brandão, Bruno Huca e Jorge Andrade | Cenografia José Capela | vídeo UZI filmes | Banda Sonora Rui Lima e Sérgio Martins A mala voadora é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes A mala voadora é uma estrutura associada da Associação Zé dos Bois (ZDB) 30 | temps d’images portugal 2009 Collision(s) 6 e 7 NOV | 21h00 CCB – Pequeno Auditório [performance | vídeo] Isabella Soupart M/12 anos | Preço: 8 euros :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Em palco, um homem e uma mulher dançam e dialogam sobre acontecimentos que podiam muito bem não ter sucedido. Imaginam como tudo poderia ter sido diferente se naquele instante não se tivesse verificado uma dada situação. Neste sentido, entende-se por colisão qualquer evento com profundo impacto nas nossas vidas, ainda que se trate de uma circunstância banal. Esta é uma coreografia de gestos e de sentidos. Uma acumulação aparentemente caótica de pontos de vista, de cenários de vida alternativos. A palavra colisão remete-nos para as ideias de acidente, velocidade e imprevisibilidade de situações. Mas é claro que há diversos tipos de acidentes, dos mais banais aos mais trágicos, das catástrofes naturais e acidentes industriais e científicos até aos acontecimentos mais felizes, como um golpe de sorte ou o amor à primeira vista. O acidente é uma surpresa, um acontecimento inesperado, imprevisível. No projecto Collision(s), Isabella Soupart concentra-se nos acontecimentos que poderiam não ter acontecido ou que nem deveriam ter acontecido, mas que, ainda assim, tiveram lugar. Projecto de Isabella Soupart | Performers Bérengère Bodin; Olivier Taskin | Som Marc Doutrepont | Cenografia e Luz Jim Clayburgh | Direcção Técnica Ana Samoilovich 32 | temps d’images portugal 2009 [performance | vídeo] Elsa Aleluia Che Cosa 5 e 6 NOV | 23h30 São Luiz Teatro Municipal – Jardim de Inverno :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Che Cosa, performance, negociação numa terra de cinema, um espaço de resistência territorial. Um set onde se marcam fronteiras, se resiste a elas, se bombardeiam territórios, se avança clandestinamente, ©Joana Linda Preço: 10 euros se desiste, se volta, possuídos por um intruso numa história de insurreição sobre a exterioridade da representação. Che Cosa é um território cinematográfico que se desenvolve como um organismo de produção constante de imagens, intérpretes e público num cinema expandido, procura a formação da cena, do agir, do movimento, do cinema, tudo é sempre real, escapa-se muitas vezes a força por que se é conduzido (já não está na moda dizer possuído?). Um trio ensaia o real e o real e o real, performativo, teatral, dançado, corpos saturados de representações, o terror insinua-se. Um filme de terror ou um conto de fábulas, Che Cosa é uma performance cinematográfica dum corpo aqui agora, barroco, réptil e nato. Imagens reproduzidas, produzidas, imaginadas durante a produção do estar para acontecer. Sonda-se nas fronteiras do erotismo, da violência e do território que ocupa ou se esquece que ocupa, produz-se em cenas paralelas no mesmo filme, o estado de provocação do acontecimento sem legendas. Real, remake, retake. Algo de muito certo se passa em cena, algo de muito errado se passa em cena, logo porque esse certo e errado são perversamente relativos e desde sempre. O que desejas sentir? Cegueira ou profana luz. Elsa Aleluia 34 | temps d’images portugal 2009 Concepção, Espaço de Vídeo, Sonorização Elsa Aleluia | Intérpretes Ana Moreira, Elsa Aleluia e Miguel Ramos | Vídeo Jorge Cramez | Visual dos intérpretes Elsa Aleluia e Paulo Guimarães | Fotografia Joana Linda | Direcção Técnica e Desenho de Luz Mafalda Oliveira | Direcção de Produção Sérgio Parreira | Produção Estúdio Performas (Acto) financiado por DGArtes / MC | Co-Produção Intrusa; Duplacena/Festival Temps d’Images | Apoio à Residência GDA Gestão dos direitos dos Artistas | Residências Artísticas Atelier RE.AL e Estúdio Performas | Apoio eira33, Teatro Aveirense, Clube dos Galitos | Co-Apresentação São Luiz Teatro Municipal Agradecimentos Maria Elsa Marinho, Alexandre Beirão, Rui Raposo, Gretua, BES, André Lourenço, Fernando Silva desafio de iniciarem um objecto artístico experimental. Trata-se pois de uma criação que surge do encontro entre duas desconhecidas e que implica uma convergência de inquietações. O trabalho colaborativo de Kotomi Nishiwaki e de Teresa Furtado recorre a bonecos e brinquedos transfigurados em material simbólico, para rescrever e desconstruir contos tradicionais japoneses. Este trabalho resulta da insatisfação das autoras com o discurso masculino dominante Kotomi Nishiwaki + Teresa Furtado The Snake Chamber 13 e 14 NOV |20h30 eira33 5 euros nos contos tradicionais, procurando fazer o seu reconto recriando as figuras femininas de modo autónomo, activo, assertivo e positivo. Projecto proposto por eira33 | Criação e Concepção Artística Kotomi Nishiwaki e Teresa Furtado | Performance Kotomi Nishiwaki | Videoprojecção Teresa Furtado | Apoio Departamento de Artes Visuais da Universidade de Évora | Co-Produção eira33; DuplaCena / Festival Temps d’Images 36 | temps d’images portugal 2009 [performance | instalação | vídeo] “Estaleiro” que resulta de um encontro entre uma performer e uma artista visual com o [teatro] Lúcia Sigalho E a Mulher Teve Morte Quase Instantanêa :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Morreu uma mulher às nove horas da manhã à porta do infantário onde ia deixar o seu filho de seis anos. O ex-marido, um polícia a quem já tinha sido retirada a arma, roubou a arma de um colega, deslocou-se setenta quilómetros, fez-lhe uma espera, foi directo a eles, arrancou-lhe o filho e, com a criança pela mão, disparou dois tiros sobre 14 a 17 NOV | 21h30 Maria Matos Teatro Municipal – Sala Principal a mãe. Matou-a e fugiu com a criança. O presidente da Câmara de Santarém declarou Preço: 12 euros / < 30 anos 5 euros sobre ela. Sequer o nome, a cor dos cabelos, se era alegre ou triste ou o que levava à imprensa que “a mulher teve morte quase instantânea”. Assim. Não sei mais nada nos olhos. Mas este apagamento, este esquecimento que a morte lhe trouxe é a morte “matada”. Ela passou a ser “a mulher”, “a mulher” morta. E a memória, a memória dela, passou a ser nada. No meu país, todas as semanas morre, pelo menos, uma. Todas as semanas há uma mulher morta por um homem que é, foi ou pretendia ser seu namorado, seu marido, seu amante. Todas as semanas, há uma que passa a ser “a mulher”: sem in memoriam, sem rasto nem história, que deixa de existir assim, trocada em números para a estatística. Lúcia Sigalho Dramaturgia, Pesquisa e Textos Lúcia Sigalho, Fernanda Câncio e Mafalda Ivo Cruz | Interpretação Deborah Crystal e outros a anunciar | Som João Lucas | Luzes Daniel Worm D’Assumpção | Cenário e Figurinos João Pedro Vale | Produção Sensurround | Co-Produção DuplaCena / Festival Temps d’Images e Teatro Maria Matos Sensurround é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes 38 | temps d’images portugal 2009 [dança | performance | vídeo] Rafael Alvarez Long Distance Call 17 e 18 NOV | 21h30 Negócio :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Long Distance Call concluiu uma trilogia desenvolvida em torno de objectos, identidades, viagens e relações amorosas, iniciada com os solos Última Chamada (2005) e Colecção Privada (2007). Nesta última peça, Separação, Perda, Resgate e Memória, são as linhas conceptuais que estão na base de uma paisagem coreográfica, onde objectos e acções se transformam em rituais de múltiplas leituras ou, simplesmente, numa colecção de imagens. Este espectáculo, criado entre Lisboa e Frankfurt, propõe-se falar sobre distâncias, lugares longínquos, habitações, vizinhos, estranhos e estrangeiros, famílias, turismo, dinheiro, mapas, fronteiras, estereótipos e ideias feitas, arrependimentos, objectos insignificantes, raridades, sentimentos desconhecidos, amantes, casais, cópias, verdades e mentiras, biografias, espelhos e outros efeitos. :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: © André Uerba Direcção Artística e Instalação Rafael Alvarez | Vídeo André Uerba e Rafael Alvarez | Criação e Interpretação André Uerba, Rafael Alvarez e Solomon Holly-Massey | Produção EIRA 33 | Co-Produção Plateaux Festival/Künstlerhaus Mousonturm [Frankfurt]; DuplaCena/Festival Temps d’Images [Lisboa]; EIRA 33 [Lisboa] | Apoio Instituto Camões – Portugal 40 | temps d’images portugal 2009 [dança | performance] Gustavo Ciríaco Nada. Vamos ver. :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: 18 e 19 NOV | 21h30 Culturgest – Palco do Grande Auditório © Paula Kossatz M/12 anos | Preço: 18 euros / < 30 anos 5 euros Este é um trabalho meticuloso, um artesanato de representação performativa que assenta no domínio dos tempos cénicos e das tensões dramáticas. Em “Nada. Vamos ver.” as convenções de um espectáculo de dança são desafiadas através do diálogo directo estabelecido com o espectador, através de um registo de actuação naturalista cuja força reside na genuinidade e no despojamento pessoal dos intérpretes. Instala-se então uma ambiência algures situada entre a ficção e a realidade em que o processo criativo é partilhado com o público em jeito de histórias contadas. A oficina do artista sobe à cena, como se se tratasse de uma visita guiada pela síntese daquilo que é especificamente teatral. Sem excessos nem efeitos, são mínimos os recursos que proporcionam uma experiência que se promete intensa, um encontro essencial. A arte é meio, é pretexto. Não se lhe deve impor demasiadas verdades. Algumas histórias. A do público. A do performer. Um ponto de encontro: a sala de espetáculo. Um espaço de expectação, de convivência, de evasão. Um espaço de códigos compartilhados. Nada. Vamos ver começou com uma questão: como tornar visível aquilo que está presente e constitui a situação de um espetáculo de dança em um teatro. Como explicitar o óbvio, o já acordado, porém já esquecido na relação público-performer? Em um desenho chamado Nada. Ello dirá. (Nada. Vocês verão.), onde um cadáver escreve a palavra “Nada” em uma pedra, o pintor espanhol Goya faz uma alusão à expectativa diante da morte, da evasão do mundo material e da ausência de divino, de um nada ao qual todos estaríamos destinados. Um mundo sem Deus. Sem além. De modo estranhamente similar, o lugar físico do teatro está associado a uma série de expectativas que produzem um certo além, um certo transpor de realidade, de evasão mesmo, onde há a criação de dois tempos, dois campos aparentemente separados, na claridade da cena e na escuridão da plateia. Gustavo Ciríaco 42 | temps d’images portugal 2009 Concepção e Coreografia Gustavo Ciríaco | Criação e Performance Francini Barros, Gustavo Ciríaco, Ignacio Aldunate, Milena Codeço, Leo Nabuco | Assistência de Direcção e Colaboração Artística Flavia Meireles | Bailarina Convidada Dyonne Boy | Vídeos Leo Nabuco, Ignacio Aldunate e Gustavo Ciríaco | Bailarino Virtual Leo Nabuco e Gustavo Ciríaco | Banda Sonora Rodrigo Marçal | Desenho de Luz José Geraldo Furtado | Consultor Cenográfico Joelson Gusson | Professores de Dança Flavia Meirelles, Maria Alice Poppe, Renata Reiheimmer e Joelson Gusson | Administração e Produção Executiva Fomenta Produções – Carla Mullulo e João Braune | Co-Produção Culturgest e SESC São Paulo | Residência Centre International d’Accueil et d’Éxchanges Des Récollets, com apoio do Centre National de la Danse – CND (accueil studio) e do Mica Danses – Paris; Teatro Gláucio Gil, parte do projecto de ocupação Orquestra Improviso, com apoio do Panorama de Dança – Rio de Janeiro | Apoio para Pesquisa Prémio Klauss Vianna, Funarte [dança | performance] Tânia Carvalho + Vera Suchánková Der Mann ist verrückt Tânia Carvalho, coreógrafa-cantora, volta a inspirar-se na poesia de Patrícia Caldeira, uma fonte de imagens inesgotável. Conta ainda com a colaboração de Vera Suchánková, que responde pela banda sonora tocando ao vivo theremin, um instrumento que usa o simples movimento das mãos em contacto com o ar para gerar sons a partir de um campo magnético. 20 NOV | 21h30 21 NOV | 19h00 Culturgest – Pequeno Auditório M/12 anos / 5 euros (preço único) Gosto de escolher poemas e deixar-me inspirar por eles. As palavras proporcionam criar imagens que mais ninguém vê. Show Off I just want to shout in silence Do you hear my mouth shut? I just want to shout in silence To show off. I am dancing like a stone. Do you see me rock? Rocks dance to show off. To show off nothing in particular. Nothing in particular Particles of nothingness I am nothing Just to show off I want to sing no song. And singing this contradictions Makes me remember I want nothing at all. Do you see me disappearing? A tiny dot in your memory. Do you see me disappearing? Forgetting into nothingness. Just to show off Nothing in particular. Poema de Patrícia Caldeira Escolho este texto porque com este crio na minha cabeça as mais confusas e intrigantes imagens, as quais preciso de explorar. Colaboro neste projecto com uma thereminista, a tocar ao vivo. Escolhi o theremin por ser um instrumento tocado no ar, como se não existisse, como que tocado em silêncio, como diz no texto “shout in silence / do you hear my mouth shut? Particles of nothingness… do you see me disappearing?” Começamos por explorar o “nothingness”, ou seja, um lugar onde tudo é possível. E a partir daí foram aparecendo ideias, associações, contaminações, etc. Tânia Carvalho :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: © Gustave Doré- A Divina Comédia-Paraíso-Canto XVI 44 | temps d’images portugal 2009 Direcção e Coreografia Tânia Carvalho | Thereminista e Co-Criadora Vera Suchánková | Intérpretes Tânia Carvalho e Vera Suchánková | Banda Sonora Vera Suchánková, Händel, Bach, A. Caldara | Poema Patrícia Caldeira | Desenho de Luz e Direcção Técnica Anatol Waschke | Figurinos Aleksandar Protisch | Adereços Vera Suchánková e Tânia Carvalho | Vídeo Nothingness: Edição de Vídeo Paulo Azinhaga | Baixista (gravação) Zeca Iglésias | Produção Bomba Suicida | Apoios Dupla Cena / Festival Temps d’Images, O Espaço do Tempo e Culturgest 21 e 22 NOV | 21h30 Maria Matos Teatro Municipal – Sala Principal © Frédéric Desmesur Bleib opus #3 [performance] Michel Schweizer Preço: 12 euros / < 30 anos 5 euros Espectáculo em francês, legendado em português Co-apresentação festival alkantara, festival Temps d’Images e Teatro Maria Matos O que é que cinco magníficos cães pastor belga, um filósofo, um psicanalista, um bailarino e um actor poderão estar a fazer juntos num palco de teatro? Desde Maio de 2005 que Michel Schweizer mantém uma conversa fértil com Dany Robert Dufour, filósofo, e Jean-Pierre Lebrun, psiquiatra e psicanalista, sobre alguns dos temas cruciais da sociedade contemporânea: a liberdade individual e a imposição do consumismo, o ensino e a uniformização, a política e a manipulação. É impressionante como o espectáculo BLEIB, criado em 2007, profetiza a falência do capitalismo desenfreado que gerou a actual crise mundial. Interroga os comportamentos sociais e as atitudes do novo “homem sem gravidade”, que é induzido a acreditar que a soma das ambições individuais iguala o bem comum. “Já não precisamos de pensar!”, exclama Jean-Pierre Lebrun no espectáculo, “já não precisamos de nos organizar colectivamente, já não precisamos de nos esforçar para viver em sociedade… “ Tornámo-nos numa sociedade de consumidores – individualistas e obcecados pelo poder de compra, mas sem nos dar conta de que estamos a ser dirigidos e manipulados. “Na sala reinava um silêncio absoluto”, escreveu o De Volkskrant depois das apresentações em Roterdão, “as centenas de espectadores pareciam estar a sentir a mesma inquietação. Como se sentíssemos todos a trela apertar…” Mas, por dentro, esconde-se sempre o lobo… 46 | temps d’images portugal 2009 Conceito, Direcção e Cenografia Michel Schweizer com Philippe Desamblanc e Titeuf de la Fontaine St. Maurice, Jean Gallego e Ulster, François Vavasseur e Robot du Vieux Marronnier, Frédéric Prulhière e Khéops, Hervé Guével e Bosco, Dany-Robert Dufour, Gérard Gourdot, Jean-Pierre Lebrun e Friedrich Lauterbach | Colaboração Artística Severine Garat | Direcção Técnica e Luz Marc-Emmanuel Mouton ou Eric Blosse | Criação de Som Nicolas Barillot | Desenho Franck Tallon | Fotografia Frederic Desmesure e Jean-Paul Dubecq | Conselheiros, Treino de Cães e Assistência Técnica Yann Armand e Andrej Skrha | Produção e Digressão Nathalie Nilias | Administração Hélène Vincent | Administração Digressão e Comunicação Cécile Broqua | Produção La Coma – centre de profit, Espace Malraux - scène nationale de Chambéry et de la Savoie; O.A.R.A - Office Artistique de la Région Aquitaine; TnBA - Théâtre National de Bordeaux Aquitaine, Festival Novart – Bordeaux; Château Rouge – Annemasse; ARCADI - Action régionale pour la création artistique et la diffusion en Ile de France | Parceria La Coma – centre de profit e Le Cuvier – Centre de Développement Chorégraphique d’Aquitaine (200809) | Apoio à Apresentação em Lisboa Culturesfrance e Next Step – Programa Cultura da União Europeia Agradecimentos Patricia Chen, Jean-Yves Coquelin, Jean-Paul Dubecq, Romain Louveau, Cécile Pécondon-Lacroix, Jean-Luc Petit, Eric Servant e Scorpion du Musher, Jean-Marc Toillon e Jean-Marc Teulé. Agradecimentos (Desenho de Luz) Eric Blosse, Marc-Emmanuel Mouton e Yannick Taleux projecções Dina Campos Lopes | For All - Sobre o Projecto Respira, de Aldara Bizarro 1 NOV | 15h00 e 17h00 CCB – Pequeno Auditório :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: FRAME research | 1.ª edição 7 NOV | 17h00 e 19h00 Museu Colecção Berardo - Sala Polivalente :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: O cinema à volta de cinco artes, cinco artes à volta do cinema CINEMATOGRAFIA E TEATRALIDADE 4.ª Edição | O Teatro no Cinema 30 OUT a 11 NOV Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Temps d’Images Prémios de Cinema Para Filmes Sobre Arte | 2.ª Edição 13 a 15 NOV | 11h00 > 21h00 [4 sessões diárias] Museu Colecção Berardo - Sala Polivalente 48 | temps d’images portugal 2009 “A Simplicidade é justamente o meio” François Fénelon, Verdadeira e Falsa Simplicidade Dina Campos Lopes For All - Sobre o Projecto Respira, de Aldara Bizarro 1 NOV | 15h00 e 17h00 CCB – Pequeno Auditório M/6 anos :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Realização Dina Campos Lopes | Montagem Maria João Taborda | Pós-produção Pedro Paiva | Produção Jangada de Pedra | Co-Produção Jangada de Pedra; DuplaCena / Festival Temps d’Images Jangada de Pedra é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes 50 | temps d’images portugal 2009 [documentário | dança] For All resulta do acompanhamento que a realizadora Dina Campos Lopes fez do primeiro Projecto Respira, no ano lectivo 07/08. Sob a direcção de Aldara Bizarro, profissionais de diversas áreas artísticas e alunos do 6.º ano tiveram aí a oportunidade de participar em conjunto num processo de experimentação artística e na criação de um espectáculo de dança profissional. Este filme apresenta um olhar sobre a iniciativa, levantando questões sobre a ligação entre as artes e a educação, sobre o modo como a simplicidade pode contribuir para a inovação humana e social. O Projecto Respira alia a experimentação artística à criação de um espectáculo de dança. Na sua construção participam alunos do 6.º ano de escolaridade e profissionais de várias áreas do espectáculo. Iniciado no ano lectivo 07/08, o Projecto Respira contará este ano a sua terceira realização. Este filme é um olhar sobre o desenvolvimento do primeiro Projecto Respira que resulta do acompanhamento feito pela realizadora Dina Campos Lopes. O ponto de partida para este documentário foi a busca do valor justo da simplicidade e da sua contribuição para a inovação humana. São as palavras do filósofo francês François Fénélon, no seu texto Verdadeira e Falsa Simplicidade, que nos convidam a ver o processo de criação do Projecto Respira à luz do conceito de Simplicidade. Aceitarmo-nos como somos, não aspirando à perfeição, é para este filósofo a verdadeira simplicidade. Quando estes jovens retomam um contacto com o corpo, matéria primeira, falamos de simplicidade, da restituição do fundamental. A Simplicidade está também no processo, no acto de tornar simples enunciados que são complexos, sem que, todavia, percam a sua riqueza. Trabalhar sobre “o fazer” e o retorno ao corpo permite uma descoberta do que cada um tem de mais verdadeiro no fundo de si. Estes aspectos essenciais parecem evidentes, mas são muitas vezes necessários processos criativos como este para que surjam como uma revelação, potenciadora da génese de algo novo. Para Dina Campos Lopes, este processo de criação é um processo de inovação social. Face a um discurso académico vigente que diz já não existir a inovação social nas nossas sociedades, que é necessário criar novos “agentes de inovação”, este documentário demonstra-nos precisamente o contrário: eles existem, basta mostrar o seu trabalho. O seu filme inscreve-se num projecto de investigação mais vasto iniciado pela Jangada de Pedra. O objectivo, para além de documentar o Projecto Respira e o seu processo de construção, é engendrar uma reflexão sobre as questões levantadas por um projecto desta natureza e contribuir para a construção de novas formas de fazer. E se pudéssemos interferir com a criação na vida das pessoas? E se o corpo voltasse ao centro do processo de aprendizagem? Que novas pontes são estas, construídas entre alunos, artistas e a comunidade em geral? 1.ª edição 7 NOV | 17h00 e 19h00 Museu Colecção Berardo - Sala Polivalente Entrada Livre [mostra de vídeo/dança] FRAME research :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: EXÓTICA by Sérgio Cruz Durante vários anos apresentámos um festival de vídeo-dança denominado FRAME, cujo propósito era apresentar ao público trabalhos resultantes da criação de um contexto híbrido de duas linguagens: a dança e o vídeo/filme. O vídeo-dança ainda é uma terminologia indefinida, extremamente moldável e cujas possibilidades FRAME é o nome do festival de vídeo-dança que tem vindo a acontecer estão sempre a ser conduzidas a extremos. Uma câmara fixa e uma pessoa a nos últimos anos e que assenta no contexto híbrido composto pela mover-se pode dar origem a uma obra de vídeo-dança. Uma grande produção dança e pela imagem filmada. Em resultado das múltiplas abordagens também. Uma sequência de movimentos improvisados pode gerar um excelente possíveis deste propósito surge agora o FRAME research, no qual trabalho. Uma coreografia estruturada em função do espaço, de uma temática, sobressai a vertente mais comprometida com a interacção entre as novas e pensada na sua forma de apresentação final, também. Portanto, abre-se uma tecnologias e as artes performativas. Assim, apresenta-se um programa diversidade de caminhos a quem se aventura nesta área. Ainda mais se contarmos com o desenvolvimento de softwares de captação e reprodução de movimento e o trabalho desenvolvido continuadamente por artistas e pesquisadores procurando abrangente que inclui mini-documentários, trabalhos experimentais e obras específicas de vídeo-dança. unir áreas diversas na performance … Decorrente disto surgiu o FRAME research. Um evento aberto à interacção das novas tecnologias com as artes performativas. Com certeza que uma das áreas deste evento continua a ser uma mostra de vídeo-dança, tanto pela possibilidade de mostrar novos trabalhos de criadores que optaram por esta via, bem como incentivar a criação nacional, proporcionando um espaço de apresentação e de difusão nacional e internacional (através da série Short Screening. Esta compilação apresentada no Festival Temps d’Image 2009, possui um carácter bastante abrangente, pois apresenta várias propostas de vídeo-dança: animação, minidocumentários, trabalhos experimentais e obras específicas de vídeo-dança (obras pensadas e realizadas de raiz como tal). Permite-se assim mostrar a versatilidade de criação nesta área: vídeo-dança. Curadoria e Direcção de Produção Alberto Magno | Co-Produção Teatro Aveirense; ESMAE / Teatro Helena Sá e Costa | Colaboração FNAC; Escola das Artes / Universidade Católica; Palácio das Artes / Fundação da Juventude; Contagiarte; DuplaCena / Festival Temps d’Images (Portugal); Festival de VídeoDanza de Buenos Aires (Argentina); Move Festival (Inglaterra); 700i Festival (Islândia); UMove (EUA) | Apoios Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes Fábrica de Movimentos é financiada pelo Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes 52 | temps d’images portugal 2009 [ciclo de cinema] :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: O cinema à volta de cinco artes, cinco artes à volta do cinema CINEMATOGRAFIA E TEATRALIDADE 4.ª Edição “O Teatro no Cinema” 30 OUT a 11 NOV Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema “O cinema à volta de cinco artes, cinco artes à volta do cinema”, programa do Temps d’Images que questiona o cinema e a sua relação com as outras artes, entra este ano na sua quarta edição. Se nos dois últimos anos foi abordada a coreografia no cinema, nesta edição interroga as relações entre o cinema e o teatro. Os filmes apresentados serão olhados e comentados do ponto de vista da teatralidade através da própria matéria do cinema: a sua forma, a sua construção, a representação. Como tem acontecido nas outras edições, é a relação entre os filmes escolhidos, o catálogo, constituido por textos, em grande parte originais que olham os filmes desta perspectiva, e o encontro com os autores dos textos, realizadores, críticos, autores, etc., o que faz a base e a matéria que singulariza este programa. Serão apresentados filmes de Gregory Markopoulos (que nunca foram apresentados em Portugal), Adolfo Arrieta, Pierre Léon, Jean Renoir, Pedro Costa, João César Monteiro, Marie-Claude Treilhou, John Cassavettes, George Cukor, Yasujiro Ozu, Kenji Mizogushi e muitos outros. Será ainda dedicada uma pequena homenagem a JeanAndré Fieschi, realizador recentemente desaparecido, que tem sido também um importante interveniente neste programa desde há alguns anos (este ano ainda). O ciclo abre em 30 de Novembro com o novo filme de Pedro Costa, “Ne Change Rien”, com a sua presença e a de Jeanne Balibar, e continuará entre 2 e 11 de Novembro, diáriamente na Cinemateca Portuguesa com a presença constante dos seus participantes. Pierre Léon, Adolfo Arrieta, Marie Claude Treilhou, Bernard Eisenchitz, Bernard Benoliel, Jean Breschand, Émile Breton, Luce Vigo, virão apresentar estes filmes e dialogar com realizadores e autores portugueses. A programação é coordenada por Pierre-Marie Goulet e Teresa Garcia com a colaboração de Ricardo Matos Cabo, em conjunto com a Cinemateca Portuguesa, e com a participação muito próxima de todos os intervenientes, em especial, nesta edição, Jean-André Fieschi e Bernard Eisenchitz. Ervas Flutuantes de Yasojiro Ozu :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: 54 | temps d’images portugal 2009 2.ª Edição [prémios de cinema] Temps d’Images Prémios de Cinema Para Filmes Sobre Arte 13 a 15 NOV | 11h00 > 21h00 [4 sessões diárias] Museu Colecção Berardo - Sala Polivalente :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Automorphosis, USA 2008 © Harrod Blank «Porque fazem filmes sobre artistas? É para documentar um trabalho artístico, ou para promover um artista, ou são filmes educacionais, encomendados pela TV ou coisa assim?», perguntou-me recentemente uma amiga, realizadora e guionista portuguesa bem conhecida, intrigada com o meu entusiasmo em receber e ver tantos filmes para a competição – cerca de 200 vindos do mundo inteiro. E então expliquei-lhe a investigação do realizador israelita DAN GEVA, no filme DESCRIPTION OF A MEMORY, que começa com o seu inesquecível grito «Que sonho restou? Vá, digam lá!», onde tenta descobrir o que Chris Marker previu realmente no filme Description of a Struggle, premiado em Berlim em 1962. Intenção semelhante é a do japonesa RIKA OHARA ao confrontar de forma descomprometida o pensamento de Yoko Ono com o mundo de hoje, no seu filme THE HEART OF NO PLACE, ou a de CEDRIC VENAIL na pegada do artista franco-israelita Absalon, que morreu aos 29 anos mas nos deixou A VIRUS IN THE CITY – todos eles demonstram que um artista tem o poder de comover ou inspirar as outras pessoas para o resto da vida. Contei-lhe que me vi literalmente sentada em casa do famoso pintor COLVILLE enquanto ele falava da sua vida e do seu trabalho de forma tão solta e íntima, tornando evidente a confiança que depositava em ANDREAS SCHULTZ quando este se propôs fazer um filme acerca dele; igual comportamento encontramos no artista Wolfgang Tillmans em relação ao realizador alemão HEIKO KALMBACH no filme IF ONE THING MATTERS – a film about Wolfgang Tillmans. Testemunhei o segredo e o risco quando Michael Biberstein pinta um quadro no filme O MEU AMIGO A TRABALHAR, do realizador português FERNANDO LOPES; suspendi a respiração ao entrar no universo do tão insultado pintor Gottfried Helnwein, graças à sensibilidade artística da realizadora CLAUDIA SCHMID no filme THE 56 | temps d’images portugal 2009 SILENCE OF INNOCENCE – The Artist Gottfried Helnwein; e, sim, até conheci Arnold Schwarzenegger sentado no seu escritório a falar de arte! Estes filmes não podem ser pura e simplesmente «encomendados» – requerem um entendimento e confiança mútuos, profundos, entre o realizador e o artista, podem levar anos a realizar, 40 anos no caso do filme de JEFFREY PERKINS intitulado THE PAINTER SAM FRANCIS, que me fez correr as lágrimas ao saber que este grande artista tinha morrido no ano passado... A minha amiga realizadora sentiu curiosidade de ver como se combinam múltiplos obstáculos e grandes esperanças na vida de um artista, como nos é dado ver em CINEMA PARADISE, do realizador coreano KIM TAI-YONG, ou as reacções ao processo de selecção artística em ART AGAINST THE ODDS, de R. F. SIMPSON. Consegui por fim convencê-la de que é possível haver filmes inspiradores, não didácticos, sobre artistas que podem nem sequer falar para a câmara ou já ter morrido, como acontece em BARTHOLOMEU CID DOS SANTOS – Por terras devastadas, de JORGE SILVA MELO, que me disse: «Não houve artistas da Guerra Colonial; não era conveniente, evidentemente...» – ideia que nunca me tinha ocorrido –, ou em ISA HESSE RABINOVITCH – Das Grosse Spiel Film, de ANKA SCHMID, onde conheci uma incrível pessoa/artista que, não se demovendo com obstáculos na prossecução do seu trabalho, antes os tomava por desafio: «A partir da minha existência estrangeira e marginal tento construir um sentimento de orgulho...» Confesso que me foi impossível descrever à minha amiga o que senti ao ver o filme EL SISTEMA, de PAUL SMACZNY e MARIA STODTMEIER, acerca do visionário músico venezuelano Jose Antonio Abreu, que com a sua força e arte já consegui transformar para melhor a vida de milhares de seres humanos, e continua a fazê-lo... e como fiquei sem palavras ao conhecer a personalidade e obra do poeta bósnio Goran Simic no filme WHEN YOU DIE AS A CAT, de ZORAN MASLIC – porque às vezes pode parecer embaraçoso e humilhante reconhecer que a arte é de facto uma estratégia de sobrevivência humana... pelo que toda a gente terá de ver na tela para crer... As intervenções artísticas em público são ainda mais surpreendentes quando compreendemos a visão do artista, como nos é dado a ver em DAYDREAMING IN PUBLIC, de SOFIA PONTE e TIAGO PEREIRA, ou em ON INDIAN TIME. ON RIGO 23, de LUIS CARAPETO. Quando me deparei com as transformações artísticas da realidade no filme TERRITÓRIOS DE PASSAGEM, de SOLVEIG NORDLUND, custou-me a crer nos meus olhos; e AUTOMORPHOSIS, de HARROD BLANK, metamorfosear-nos-á a todos, seguramente... E depois há aquela faceta da prática artística... quando os artistas parecem tão por dentro de... coisas que nos escapam... e magistralmente detectam ligações e relações. É o caso de CALDER – Sculptor of the Air, de FRANÇOIS LEVY-KUENTZ, maravilhosamente narrado: «Adorei o nariz dela. Parecia lançar-se no espaço» – razão bastante para o fazer visitar o planetário... Ou do exi[l]stencialista videoflaneur KONSTANTINOS-ANTONIOS GOUTOS, que este ano voltou a descobrir uma coisa «sem propósito nem plano» que nos é apresentada no seu filme MALANCHOLIA I, tão claro, tão por dentro, tão evidente, que nos interrogamos: mas porque nunca vi eu isto, desta maneira? Por fim creio ter conseguido convencer a minha amiga realizadora dos atractivos do programa deste ano e de que não se trata de fazer grandes planos sobre quadros, nem de espiar um escultor a talhar a pedra enquanto resmoneia umas explicações acerca da sua obra, nem de fazer diaporamas animados por uma voz jornalística a tecer loas à história e importância do artista, nem de três horas de documentação acerca de uma performance que devia ser assistida ao vivo, a três dimensões, e não na planeza de uma tela! Tão-pouco se trata de filmes experimentais. São, simplesmente, filmes sobre arte. Mas quando finalmente lhe falei da ideia nova, notável, que tínhamos para forçar a consciência da importância e do atractivo da arte para toda a gente – e da sua aceitação por parte da RTP2 – alargando a competição de cinema às antenas de emissão, utilizando o voto público na selecção do TEMPS D’IMAGES|RTP2 – PRÉMIO DE AUDIÊNCIA PARA FILMES SOBRE ARTE, aí consegui pasmá-la. Peço-lhes que vejam o programa e respectivos pormenores no catálogo do TEMPS D’IMAGES PRÉMIO DE CINEMA PARA FILMES SOBRE ARTE 2009, que reservem as vossas noites de 2 a 12 de Novembro às sessões de televisão, e os vossos dias de 13 a 15 de Novembro ao festival no Museu Berardo, e que levem a cabo a vossa própria investigação sobre «Que sonhos restam? Vá, digam lá!» Rajele Jain, Setembro 2009 Apoio: Tradução Rui Viana Pereira Informações mais detalhadas no catálogo específico Prémios de Cinema Temps d’Images e em www.tempsdimages-portugal.com encontros conversas com artistas | outros encontros | ponto de encontro :: Conversas com Artistas CCB | 31 OUT | Inês Jacques São Luiz | 31 OUT | Marta Miranda + Raquel Freire CCB | 6 NOV | Isabella Soupard + Jorge Andrade Mar Adentro Café | 8 NOV | 18h30 | Luciana Fina Conversas com Artistas Mónica Guerreiro :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: Se um festival é sempre um espaço privilegiado de troca de Mar Adentro Café | 9 NOV | 18h30 | Elsa Aleluia + Jorge Cramez eira33 | 13 NOV | Kotomi Nishiwaki e Teresa Furtado Mar Adentro Café | 14 NOV | 18h30 | Patrica Portela e Christoph de boeck Negócio | 17 NOV | Rafael Alvarez Culturgest | 18 NOV | Gustavo Ciríaco Culturgest | 20 NOV | Tânia Carvalho cumplicidades, então o Temps d’Images é o terreno ideal para permutar olhares e perspectivas, pois é justamente em justaposição de imagens que se pratica, se afirma e se arrisca. Faz sentido, :: Outros Encontros então, face a uma programação multíplice e interdisciplinar, provocar situações de encontro entre criadores e espectadores, propositadamente intituladas “conversas” (porque o tom será Conversa com Paula Varanda, Aldara Bizarro e Dina Campos Lopes | For All 1 NOV | 15h00 e 17h00 [após cada uma das projecções] CCB – Pequeno Auditório informal e os intervenientes todos os que o quiserem), nos instantes que se seguem à apresentação de espectáculos e em momentos determinados no caso das projecções e instalações. Prontos para Conversa com David Claerbout 13 NOV | 18h00 MNAC – Museu do Chiado interpelar, problematizar, discutir, esmiuçar - como agora se diz as muitas criações em estreia absoluta deste festival, em primeira mão e a quente. Além dos artistas e dos seus públicos, contaremos Conversa com Lúcia Sigalho | E a mulher teve morte quase instantânea 15 NOV | 18h30 MM Café ainda com a presença, sempre que possível, de especialíssimos convidados, para ajudar a animar a conversa. Conversa com Michel Schweizer, Dany Robert-Dufour e Jean-Pierre Lebrun | BLEIB opus #3 19 NOV | 18h30 Espaço Alkantara Mónica Guerreiro é jornalista e crítica, actualmente a desempenhar funções de consultora na Direcção-Geral da Artes / Ministério da Cultura. Todas as conversas têm lugar imediatamente após as apresentações e no próprio local do espectáculo, excepto quando indicação em contrário. 58 | temps d’images portugal 2009 :: Ponto de Encontro No Mar Adentro Café conversas com Mónica Guerreiro e Cerimónia de Entrega de Prémios de Cinema para Filmes sobre Arte ponto de encontro Temps d’Images Portugal 2009 29 OUT - 22 NOV :: Conversas no Mar Adentro com Mónica Guerreiro Luciana Fina 8 NOV [domingo] | 18h30 Elsa Aleluia e Jorge Cramez 9 NOV [2ª-feira] | 18h30 Rua do Alecrim, 35 [cais do Sodré] 29 OUT > 22 NOV segunda a sábado | 10h00 > 2h00 domingo | 17h00 > 24h00 Patricia Portela 14 NOV [sábado] | 18h30 :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: O Festival Temps d’Images tem um ponto de encontro. No período em que decorre a programação, de 29 de Outubro a 22 de Novembro, o bar/lounge e restaurante Mar Adentro recebe artistas e público junto ao Cais do Sodré. Um espaço para trocar ideias, folhear catálogos e visionar vídeos de edições anteriores, consultar toda a informação sobre o dia-adia do festival, reconfortar o estômago ou tomar uma bebida. Pode-se ainda participar em várias conversas com os artistas, coordenadas por Mónica Guerreiro, e assistir à cerimónia de entrega dos Prémios de Cinema Temps d’Images para Filmes sobre Arte, no dia 15 de Novembro. O convite fica aqui feito! 60 | temps d’images portugal 2009 :: Também no Mar Adentro Cerimónia de Entrega dos Prémios de Cinema Temps d’Images para Filmes sobre Arte 15 NOV [domingo] | 23h00 :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: calendário 8 OUTT JESPER JUST Inauguração 8 OUT | 18h30 CAM | 9 OUT > 18 JAN | 10h00 > 18h00 29 OUT Cláudia Varejão + Pedro Gil | Às Vezes as Luzes Apagam-se CCB | 21h00 30 OUT Cláudia Varejão + Pedro Gil | Às Vezes as Luzes Apagam-se CCB | 15h00 e 21h00 Cinematografia e Teatralidade Pedro Costa | Ne Change Rien Cinemateca Portuguesa | 21h30 Marta Mateus + Raquel Freire | NÓSOUTRXS São Luiz Teatro Municipal | 23h30 31 OUT Sónia Baptista | Um Capucho, Dois Lobos e Um Porco Vezes Três Maria Matos Teatro Municipal | 16h00 Marta Mateus + Raquel Freire [encontro] Mar Adentro Café | 16h00 Inês Jacques | Liars CCB | 19h00* Marta Mateus + Raquel Freire | NÓSOUTRXS São Luiz Teatro Municipal | 23h30* 1 NOV Dina Campos Lopes | For All – Sobre o Projecto Respira, de Aldara Bizarro CCB | 15h00 e 17h00 Projecções seguidas de conversa com Aldara Bizarro, Paula Varanda e Dina Campos Lopes Sónia Baptista | Um Capucho, Dois Lobos e Um Porco Vezes Três Maria Matos Teatro Municipal | 16h00 Inês Jacques | Liars CCB | 19h00 62 | temps d’images portugal 2009 Steve Reich and Bang on a Can CCB | 21h00 2 NOV Sónia Baptista | Um Capucho, Dois Lobos e Um Porco Vezes Três Maria Matos Teatro Municipal | 10h00 Cinematografia e Teatralidade Cinemateca Portuguesa www.tempsdimages-portugal.com 3 NOV Sónia Baptista | Um Capucho, Dois Lobos e Um Porco Vezes Três Maria Matos Teatro Municipal | 10h00 e 14h30 antóniopedro + Ana Araújo | Matinée CCB | 10h00 Cinematografia e Teatralidade Cinemateca Portuguesa www.tempsdimages-portugal.com 4 NOV Sónia Baptista | Um Capucho, Dois Lobos e Um Porco Vezes Três Maria Matos Teatro Municipal | 10h00 antóniopedro + Ana Araújo | Matinée CCB | 10h00 Cinematografia e Teatralidade Cinemateca Portuguesa www.tempsdimages-portugal.com 5 NOV antóniopedro + Ana Araújo | Matinée CCB | 10h00 Cinematografia e Teatralidade Cinemateca Portuguesa www.tempsdimages-portugal.com Elsa Aleluia | Che Cosa São Luiz Teatro Municipal | 23h30 6 NOV antóniopedro + Filipe Rocha | Sherlock Jr. CCB | 10h00 Luciana Fina | HORS SUJET portrait Espaço Alkantara e #24-rentagallery Inauguração | 19h00 Espaço Alkantara | 7 NOV > 6 DEZ | 14h00 > 23h00 #24-rentagallery | 7 NOV > 15 NOV | 14h00 > 23h00 Cinematografia e Teatralidade Cinemateca Portuguesa www.tempsdimages-portugal.com PROGRAMA CONJUNTO mala voadora | O Duplo Isabella Soupart | Collision(s) CCB | 21h00* Elsa Aleluia | Che Cosa São Luiz Teatro Municipal | 23h30 7 NOV antóniopedro + Filipe Rocha | Sherlock Jr. CCB | 15h30 Frame Research | 1.ª Edição Museu Colecção Berardo | 17h00 E 19h00 Cinematografia e Teatralidade Cinemateca Portuguesa www.tempsdimages-portugal.com PROGRAMA CONJUNTO mala voadora | O Duplo Isabella Soupart | Collision(s) CCB | 21h00 8 NOV antóniopedro + Filipe Rocha | Sherlock Jr. CCB | 11h30 antóniopedro + Ana Araújo | Matinée CCB | 15h30 Luciana Fina [encontro] Mar Adentro Café | 18h30 9 NOV Cinematografia e Teatralidade Cinemateca Portuguesa www.tempsdimages-portugal.com Elsa Aleluia e Jorge Cramez [encontro] Mar Adentro Café | 18h30 10 NOV e 11 NOV Cinematografia e Teatralidade Cinemateca Portuguesa 12 NOV David Claerbout MNAC – Museu do Chiado | Inauguração | 19h00 13 NOV > 28 FEV 2010 | 10h00 > 18h00 13 NOV Prémios De Cinema Para Filmes Sobre Arte | 2.ª Edição Museu Colecção Berardo www.tempsdimages-portugal.com Patrícia Portela&Christoph de boeck | Audiomenus 2 – O Chiado de Acácio Mnac – Museu do Chiado| 16h00 David Claerbout [outros encontros] MNAC - Museu do Chiado | 18h30 Kotomi Nishiwaki + Teresa Furtado | The Snake Chamber eira33 | 20h30* 14 NOV Prémios De Cinema Para Filmes Sobre Arte | 2.ª Edição Museu Colecção Berardo www.tempsdimages-portugal.com Patrícia Portela&Christoph de boeck| Audiomenus 2 – O Chiado de Acácio Mnac – Museu do Chiado| 16h00 Patrícia Portela e Christoph de boeck [encontro] Mar Adentro Café | 18h30 Kotomi Nishiwaki + Teresa Furtado | The Snake Chamber eira33 | 20h30 Lúcia Sigalho | E a Mulher Teve Morte Quase Instantânea Maria Matos Teatro Municipal | 21h30 15 NOV Prémios De Cinema Para Filmes Sobre Arte | 2.ª Edição Museu Colecção Berardo www.tempsdimages-portugal.com Patrícia Portela&Christoph de boeck | Audiomenus 2 – O Chiado de Acácio Mnac – Museu do Chiado| 16h00 Lúcia Sigalho [outros encontros] MM Café - Maria Matos Teatro Municipal | 18h30 Lúcia Sigalho | E a Mulher Teve Morte Quase Instantânea Maria Matos Teatro Municipal | 21h30 Prémios De Cinema Para Filmes Sobre Arte [cerimónia de entrega de prémios] Mar Adentro Café | 23h00 16 NOV Lúcia Sigalho | E a Mulher Teve Morte Quase Instantânea Maria Matos Teatro Municipal | 21h30 17 NOV Lúcia Sigalho | E a Mulher Teve Morte Quase Instantânea Maria Matos Teatro Municipal | 21h30 Rafael Alvarez | Long Distance Call Negócio | 21h30* 18 NOV Gustavo Ciríaco | Nada. Vamos ver. Culturgest | 21h30* Rafael Alvarez | Long Distance Call Negócio | 21h30 19 NOV Michel Schweizer e Dany Robert-Dufour e Jean-pierre Lebrun [outros encontros] Espaço Alkantara | 18h30 Gustavo Ciríaco | Nada. Vamos ver. Culturgest | 21h30 PROGRAMADORES: 20 NOV Patrícia Portela&Christoph de boeck| Audiomenus 2 – O Chiado de Acácio Mnac – Museu do Chiado| 16h00 Wallenstein | Mark Deputter | Pedro Lapa | Pierre Marie Goulet | Teresa Garcia | Isabel Tânia Carvalho + Vera Suchánková | Der Mann Ist verrückt Culturgest | 21h30* Direcção António Câmara Manuel em colaboração com Jean-François Chougnet | 21 NOV Patrícia Portela&Christoph de boeck| Audiomenus 2 – O Chiado de Acácio Mnac – Museu do Chiado| 16h00 António Câmara Manuel | Alberto Magno | Gil Mendo | Luísa Taveira | Madalena Carlos | Ricardo Matos Cabo Consultadoria Artística Irit Batsry | Coordenação de Produção Rajele Jain | Produção Executiva Sérgio Parreira | Assistente de Produção Hélder Gomes | Coordenação de Comunicação Tânia Guerreiro | Assessoria de imprensa Sara Goulart | Design Maria José Peyroteo | Estagiária Design Jeannine Marques Crepon | Produção e Revisão de Textos Rui Campos Leitão | Consultoria Técnica Alexandre Coelho | Direcção Michel Schweizer | Bleib Opus #3 Maria Matos Teatro Municipal | 21h30 Financeira Paula Caruço | Vídeos divulgação Maile Colbert | Help Desk Pedro Joel Tânia Carvalho + Vera Suchánková | Der Mann Ist verrückt Culturgest | 19h00 Prémios de Cinema | Direcção e Programação Rajele Jain 22 NOV Patrícia Portela&Christoph de boeck | Audiomenus 2 – O Chiado de Acácio Mnac – Museu do Chiado| 16h00 Agradecimentos: Ami Daisy, António Rodrigues, António Vilela, Carla Ruiz, Carlos Dias, Michel Schweizer | Bleib Opus #3 Maria Matos Teatro Municipal | 21h30 * Após a sessão conversa com artistas e Mónica Guerreiro Coordenação ARTE | Frédérique Champs e Angélique Oussedik Catarina Saraiva, Cláudia Belchior, Cristina Martins, Delfim Sardo, Elsa Aleluia, Fátima Ramos, Francisco Camacho, Gisela Telles Ribeiro, Jacinto Lageira, Joana Câmara Manuel, João Gata, João Manuel de Oliveira, Jonas Omberg, Juan Goldin, Kazike, Lara Morbey, Luísa Ramos, Lorenzo Deho, Maria Antónia Câmara Manuel, Maria Antónia Linhares, Zé Branco, Maria José Camecelha, Maria José Ribeiro, Maria Schiappa, Mário infos úteis Rei, Patrícia Brito, Patricia Henriques, Patrícia Silva, Tierry Bert, Paulo Seabra, Pedro Joel, DUPLACENA | FESTIVAL TEMPS D’IMAGES tel: 213 230 074 | [email protected] www.duplacena.com MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL bilheteira: 218 438 801 | [email protected] www.teatromariamatos.egeac.pt CAM tel: 217 823 474 | [email protected] www.camjap.gulbenkian.pt MNAC – MUSEU DO CHIADO bilheteira: 213 432 148 | [email protected] www.museudochiado-ipmuseus.pt CCB bilheteira: 213 612 560 | [email protected] www.ccb.pt MUSEU COLECÇÃO BERARDO tel: 213 612 878 | [email protected] www.museuberardo.com CINEMATECA PORTUGUESA bilheteira: 213 596 200 | [email protected] www.cinemateca.pt #24-RENTAGALLERY [email protected] CULTURGEST bilheteira: 217 905 155 | [email protected] www.culturgest.pt EIRA 33 tel: 213 530 931 | [email protected] http://eira33.blogspot.com ESPAÇO ALKANTARA tel: 213 152 267 | [email protected] www.alkantara.pt 64 | temps d’images portugal 2009 SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL bilheteira: 213 257 650 | [email protected] www.teatrosaoluiz.pt MAR ADENTRO CAFÉ – Ponto de Encontro Rua do Alecrim, 35 | Lisboa tel: 213 469 158 | [email protected] NEGÓCIO tel: 213 430 205 | [email protected] www.zedosbois.org Ricardo Custódio, Roger Teboul, Rui Vau, Liliana Coutinho, Paula Pereira, Rafael Alvarez, Sofia Campos, Sara Vizinho, Zambeze / Fundação Moranguinho. DEDICADO A Jean-André Fieschi :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: PRODUÇÃO INICIATIVA CO-PRODUÇÃO e PROJECTO APOIADO PELA COMISSÃO EUROPEIA A DUPLACENA É UMA ESTRUTURA FINANCIADA PELO PARCEIROS APOIOS INSTITUCIONAIS APOIOS À DIVULGAÇÃO APOIOS APOIOS POR PROJECTO David Claerbout Jesper Just Luciana Fina | Hors Sujet portrait Elsa Aleluia | Che Cosa Rafael Alvarez | Long Distance Call acto Prémios de Cinema para Filmes sobre Arte