INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM UM PACIENTE COM LESÃO
MEDULAR
Hugo Leonardo Lopes de Moura – NOVAFAPI
Jonas de Almeida Alves – NOVAFAPI
INTRODUÇÃO
A Lesão Medular (LM) pode ser resultado de algum trauma (automobilístico, por
ferimento arma de fogo e arma branca, queda, esporte, cirurgias, etc.), defeitos genéticos ou
doenças. De acordo com o nível da lesão medular o paciente pode tornar-se paraplégico
(perda da função motora e/ou sensitiva dos segmentos torácicos, lombares e sacrais da medula
espinhal) ou tetraplégico (perda da função dos membros superiores, do tronco e dos membros
inferiores).
“A lesão traumática é uma das mais devastadoras entre as lesões que podem afetar
o ser humano, e a faixa etária mais exposta a acidentes compreende entre 20 e 40 anos de
idade e os homens são mais atingidos que as mulheres. Os pacientes com Lesão Medular
precisam de programa de reabilitação bem coordenado e especializado com profissionais de
saúde que forneça as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de um estilo de vida
satisfatório e produtivo.” (UMPHRED, 2004).
Segundo KOTTKE e LEHMANN (1994), quando a lesão medular atinge o
décimo segundo nível torácico, o indivíduo tem total controle abdominal e virtualmente total
controle dorsal assim como reserva respiratória intacta. O indivíduo com um nível T 12 tem
membros superiores normais com uma cadeia de fortes fixadores no tronco normal para dar
virtualmente função ilimitada para os membros superiores na posição sentada. A marcha
funcional continua a ser um problema, uma vez que as demandas de energia tornam-na
altamente impraticável para a grande maioria.
“A fisioterapia tem importante papel em pacientes com lesão medular, visando
facilitar uma transição rápida e eficiente para o processo de reabilitação. Isso pode incluir a
prevenção de deformidades, manter ou melhorar a função muscular e respiratória e aquisição
de postura em pé para equilíbrio e fortalecimento de tronco. Quando esses pacientes se
recuperam dos problemas agudos, são feitos planos de reabilitação baseados no prognóstico
de futuras habilidades funcionais baseados na escolha de metas realistas.” (O’SULLIVAN,
1993).
O objetivo desse trabalho é mostrar a eficácia do tratamento fisioterapêutico na
lesão medular, prevenindo comprometimento da pele, quadros algicos, déficits de força
muscular, contraturas das articulações, espasticidade, flacidez, deformidades e osteoporose.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso de um paciente com lesão medular, desenvolvido
na Clínica de Fisioterapia da NOVAFAPI.
De acordo com o exame clínico funcional do paciente, foi elaborado um projeto
de intervenção fisioterapêutica com os seguintes objetivos: cicatrizar escaras, equilíbrio de
tronco e membros inferiores, equilíbrio e estabilização de pelve, fortalecimento de membros
inferiores.
Um dos procedimentos utilizado foi o uso de Laser, com regime de emissão
contínuo de forma pontual, com intensidade 5 J e tempo de 5 minutos para cicatrização de
escaras; Uso de mesa ortostática com 70º a 90º de inclinação para equilíbrio de tronco, e
estabilização de pelve e evitar a desmineralização óssea; Exercícios ativo-resistido de
extensores de joelho e quadril direito e esquerdo, abdutores e adutores de quadril direito e
esquerdo
para
fortalecimento
de
quadríceps,
psoas
maior,
ilíaco
e
sartório.
Hidrocinesioterapia de anteversão e retroversão de quadril, rotação de tronco, adução e
abdução de quadril.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A intervenção fisioterapêutica ainda na fase aguda da lesão medular, melhora o
prognóstico para o retorno da função do paciente.
O tratamento se realiza de forma contínua e prolongada, e os pacientes passam a
freqüentar as clínicas de fisioterapia por um longo período para manutenção do quadro ou até
que adquiram independência funcional.
Verificou-se a importância das orientações durante o tratamento, tanto ao paciente
quanto ao cuidador, quando for o caso, a necessidade em se estar trabalhando para possibilitar
maior independência ao paciente e quando possível o seu retorno às AVDs e a importância de
atuar na prevenção das complicações.
Palavras-chaves: Lesão Medular, Intervenção Fisioterapêutica.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
O’SULLIVAN, S. B. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 2. ed. São Paulo: Manole,
1993.
KOTTKE, F. J.; LEHMANN, J. F. Tratado de Medicina Física e Reabilitação de Krusen.
4. ed. Vol. 2. São Paulo: Manole, 1994.
UMPHRED, D. A. Reabilitação Neurológica. 4. ed. São Paulo: Manole, 2004.
Relator: [email protected]
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