UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Tempera em aço carbono Prof. Dr. Fernando Cruz Barbieri S.J. dos Campos - Dutra UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1. Diagrama Ferro-Carbono • Ferro é o metal mais utilizado pelo homem. •A abundância dos minerais, o custo relativamente baixo de produção e as múltiplas propriedades físico-químicas que podem ser obtidas com adição de outros elementos de liga são fatores que dão ao metal uma extensa variedade de aplicações • Aço é a denominação genérica para ligas de ferro-carbono com teores de carbono de 0,008 a 2,11%, contendo outros elementos residuais do processo de produção e podendo conter outros elementos de liga propositalmente adicionados. •Ferro fundido é a designação genérica para ligas de ferrocarbono com teores de carbono acima de 2,11%. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.1. O equilíbrio ferro-carbono • Alguns elementos químicos apresentam variedades alotrópicas, isto é, estruturas cristalinas diferentes que passam de uma para outra em determinadas temperaturas, chamadas temperaturas de transição. • O ferro apresenta 3 variedades, conforme a seguir descrito. Ao se solidificar (temperatura de aproximadamente 1540°C), o ferro apresenta estrutura cúbica de corpo centrado, chamada de ferro delta (Fe ). • Permanece nesta condição até cerca de 1390ºC e, abaixo desta, transforma-se em ferro gama (Fe ), com estrutura cúbica de face centrada. Abaixo de 912°C, readquire a estrutura cúbica de corpo centrado, agora chamada de ferro alfa (Fe ). UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.1. O equilíbrio ferro-carbono Ligado com o carbono, o comportamento das variedades alotrópicas do ferro e a solubilidade do carbono nele variam de forma característica, dependendo da temperatura e do teor de carbono. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.2. Solubilidade de carbono em ferro •O carbono forma uma solução sólida intersticial com o ferro, isto é, os átomos de carbono se colocam nos interstícios da estrutura cristalina do ferro. •A conseqüência prática deste tipo de solução é que teremos uma liga de baixo custo e com possibilidades de uma grande variação nas propriedades dependendo do teor de carbono e do tratamento térmico utilizado (versatilidade). CARBONO UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.2. Solubilidade de carbono em ferro •Os interstícios variam de tamanho de acordo com a estrutura, isto é, interstícios da estrutura CCC são menores do que os da estrutura CFC. •Exemplo, no caso da liga ferro-carbono os raios máximos do interstícios os no ferro corresponde a 0,36 ângstrons para a estrutura CCC, e 0,52 ângstrons para a estrutura CFC. • Como o raio atômico do carbono é de aproximadamente 0,77 ângstrons é fácil notar que em qualquer situação teremos uma distorção do reticulado sempre que um átomo de carbono se colocar em um interstício • Isto significa que de acordo com o tamanho do interstício teremos um menor ou maior espaço disponível para que um átomo de uma solução intersticial venha se colocar naquela posição. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.2. Solubilidade de carbono em ferro Ferro Puro= até 0,02% de Carbono Aço= 0,02 até 2,06% de Carbono Ferro Fundido= 2,1- 4,5% de Carbono Fe3C (CEMENTITA)= 6,7% de C FERRO = FERRITA = 0,022 % de C FERRO = AUSTENITA = 2,11 % de C FERRO = FERRITA = 0,09 % de C UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.3. Fases sólidas presentes no diagrama Fe-Fe3C UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.3. Fases sólidas presentes no diagrama Fe-Fe3C UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.3. Fases sólidas presentes no diagrama Fe-Fe3C UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.4 Diagrama Fe-Fe3C AçO FERRO FUNDIDO Diagrama de fases Fe- Fe3C , Ferrita (CCC) eutético , Austenita (CFC) Transformações polimórficas 100X eutetóide , Ferrita (CCC) Macia e magnética Dura e quebradiça (metaestável) Cementita (Fe3C) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.5.Microestrura das fase sólidas do Fe-C MICROESTRUTURAS / EUTETÓIDE Supondo resfriamento lento para manter o equilíbrio UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.5.Microestrura das fase sólidas do Fe-C MICROESTRUTURAS / EUTETÓIDE Supondo resfriamento lento para manter o equilíbrio UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.5.Microestrura das fase sólidas do Fe-C UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.5.Microestrura das fase sólidas do Fe-C MICROESTRUTURAS /HIPOEUTETÓIDE Supondo resfriamento lento para manter o equilíbrio UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.5.Microestrura das fase sólidas do Fe-C UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.5.Microestrura das fase sólidas do Fe-C MICROESTRUTURAS /HIPEREUTETÓIDE Supondo resfriamento lento para manter o equilíbrio UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 1.5.Microestrura das fase sólidas do Fe-C ALTO 0,85%C Cementita UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 2. Reações no estado sólido – não equilíbrio Microestruturas Microestruturas “Supondo resfriamento fora do equilíbrio” EFEITOS DO NÃO-EQUILÍBRIO: • Ocorrências de fases ou transformações em temperaturas diferentes daquela prevista no diagrama. • Existência a temperatura ambiente de fases que não aparecem no diagrama. • Cinética das transformações: equação de Arrhenius UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 2. Reações no estado sólido – não equilíbrio Microestruturas Microestruturas BAINITA: - Ocorre a uma temperatura inferior a do joelho - Forma de agulhas que só podem ser vista com microscópio eletrônico Dureza: bainita superior 40-45 Rc e bainita acidular 50-60 Rc ESFEROIDITA: - É obtida pelo reaquecimento (abaixo do eutetóide) da perlita ou bainita, durante um tempo bastante longo TROOSTITA: - os carbonetos precipitam de forma globular (forma escura) - Tem baixa dureza (30-40 Rc) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 2. Reações no estado sólido – não equilíbrio Microestruturas: Microestruturas: Bainita Bainita • Microestrutura da Bainita contendo finíssimas agulhas das fases UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 2. Reações no estado sólido – não equilíbrio Microestruturas: Microestruturas: Martensita Martensita // Martensita Martensita revenida revenida MARTENSITA: - É uma solução sólida supersaturada de carbono (não se forma por difusão) - Forma de agulhas - É dura e frágil - Tem estrutura tetragonal cúbica (é uma fase metaestável, por isso não aparece no diagrama) MARTENSITA REVENIDA: - É obtida pelo reaquecimento da martensita (fase alfa + cementita) - A dureza cai - Os carbonetos precipitam - Forma de agulhas escuras UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 2. Reações no estado sólido – não equilíbrio Martensita Martensita “A transformação Martensítica ocorre com o aumento de volume.” Martensita no Titânio Martensita no Aço UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA 2. Reações no estado sólido – não equilíbrio Transformações Transformações AUSTENITA Ferro (configuração CFC) Resfriamento lento Perlita ( + Fe3C) + a fase próeutetóide Ferrita ou Cementita Resfriamento Moderado Resfriamento Rápido (têmpera) Bainita Martensita ( + Fe3C) (fase tetragonal) reaquecimento Martensita Revenida + Fe3C (cementita) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA TRATAMENTOS TÉRMICOS FINALIDADE Alterar as microestruturas e como conseqüência as propriedades mecânicas, elétricas e químicas das ligas metálicas. •Operações de aquecimento de um material a uma dada temperatura e esfriamento após certo tempo, em condições controladas, com a finalidade de dar ao material propriedades especiais. •São executados por alteração da velocidade de esfriamento e da temperatura de aquecimento ou da temperatura a que são esfriados ou de ambos. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA TRATAMENTOS TÉRMICOS Objetivos: Remoção de tensões internas; Aumento ou diminuição da dureza; Aumento da resistência mecânica; Melhora da ductilidade; Melhora da usinabilidade; Melhora da resistência ao desgaste; Melhora da resistência à corrosão; Melhora da resistência ao calor; Melhora das propriedades elétricas e magnéticas. UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE PAULISTA PAULISTA -- UNIP UNIP ENGENHARIA MECATRÔNICA, PRODUÇÃO E ENGENHARIA ELÉTRICA AERONÁUTICA Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Temperatura Tempo Velocidade de resfriamento Atmosfera* * no caso dos aços para evitar a oxidação e descarbonetação UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Temperatura de austenitização Geralmente o aquecimento é feito acima da linha crítica (A1 no diagrama de fases Fe-Fe3C). Ou linha crítica A austenita é geralmente o ponto de partida para as transformações posteriores desejadas UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Temperatura Recomendada Aços Hipoeutetóides Aços Hipoeutetóides 50 °C acima da linha A3 no diagrama de fases Fe-Fe3C. Temperatura inferior à linha Acm e acima da A1 do diagrama de fases Fe-Fe3C. Aços Eutetóides Hipereutetóides A linha Acm sobe muito em temperatura com o teor de Carbono Temperaturas muito altas são prejudiciais por promoverem crescimento de grão da austenita. Neste caso é menos prejudicial ter a presença de certa quantidade de carboneto não dissolvido. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Temperatura de austenitização Quanto mais alta a temperatura acima da linha crítica (A1 no diagrama de fases Fe-Fe3C): maior a segurança completa dissolução fases na austenita da das maior será o tamanho de grão da austenita oxidação (degradação) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Tempo Quanto maior austenitização: o tempo na temperatura maior a segurança da completa dissolução na austenita das de fases maior será o tamanho de grão da austenita Tempos longos descarbonetação facilitam a oxidação e a Aproximação: Tempo em minutos ~ em milímetros 1,5 x espessura da amostra UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Resfriamento O resfriamento é um dos métodos mais importantes porque é ele que efetivamente determinará a microestrutura, além da composição do aço (teor de Carbono e elementos de liga) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Meios de Resfriamento Ambiente do forno (+ brando) Ar Banho de sais ou metal fundido (+ comum é o de Pb) Óleo Água Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl (+ severos) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA TÊMPERA UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Têmpera Objetivo Obter estrutura matensítica que promove: - Aumento na dureza - Aumento na resistência à tração - Aumento da resistência ao desgaste - Redução na tenacidade *** A têmpera gera tensões deve-se fazer revenido posteriormente UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Têmpera Aplicação Materiais que necessitam de boas propriedades mecânicas como desgaste, dureza e esforças de altas cargas; Muito aplicado na indústria automobilística (peças); UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Têmpera Metodologia: Aquecimento de austenitização Aquecimento do material até uma temperatura acima da sua zona crítica. Manutenção à temperaturas de tratamento para homogeneização. Aços hipoeutetóides: A temperatura deve estar acima da linha de transformação completa (austenitização plena) somente aços com % C acima de 0,4. Aços eutetóides e hipereutetóides: A temperatura deve estar acima de 7230C (+500C) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Têmpera Temperatura Recomendada Aços Hipoeutetóides Aços Hipoeutetóides 50 °C acima da linha A3 no diagrama de fases Fe-Fe3C. Temperatura inferior à linha Acm e acima da A1 do diagrama de fases Fe-Fe3C. Aços Eutetóides Hipereutetóides A linha Acm sobe muito em temperatura com o teor de Carbono Temperaturas muito altas são prejudiciais por promoverem crescimento de grão da austenita. Neste caso é menos prejudicial ter a presença de certa quantidade de carboneto não dissolvido. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Têmpera UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Têmpera Metodologia: temperatura Metodologia: Aquecimento Depende muito da composição do aço (% de carbono e elementos de liga) e da espessura da peça UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Fatores de Influência na Têmpera Tempo Quanto maior austenitização: o tempo na temperatura maior a segurança da completa dissolução na austenita das de fases maior será o tamanho de grão da austenita Tempos longos descarbonetação facilitam a oxidação e a Aproximação: Tempo em minutos ~ em milímetros 1,5 x espessura da amostra UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Têmpera Metodologia: Resfriamento Resfriamento brusco Fator mais importante que influenciará nas propriedades finais do material do material até uma temperatura acima da sua zona crítica, de forma a obter-se estrutura martensita. É realizado em meios tais como: Banho de sais ou metal fundido (+ comum é o de Pb); Óleo; Água; Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl (+ severos); Salmoura e etc.... UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Têmpera Metodologia: Resfriamento UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Bainita UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA TRANSFORMAÇÃO BAINITICA A bainita foi encontrada pela primeira vez por Davenport e Edgar Bain durante seus estudos de decomposição isotérmica da austenita. A bainita pode ser formada durante tratamentos anisotérmicos com altas taxas de resfriamento para impedir a formação de perlita, sem no entanto formar martensita. As características da bainita mudam com a redução da temperatura de transformação. Podem ser identificadas duas formas de bainita, a bainita superior e inferior UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA TRANSFORMAÇÃO BAINITICA Termo usado para designar os produtos de transformação da austenita, constituídos por agregados de ferrita e cementita e formados numa faixa de temperatura situada entre a de formação da perlita fina e a de formação da martesita da faixa de temperatura (bainita superior), ou acicular, lembrando a martesita revenida, se forma na parte inferior da faixa (bainita inferiror). Ocorre a uma temperatura inferior a do joelho. Forma de agulhas, contendo ferrita e cementita, que só podem ser vista com microscópio eletrônico Dureza: bainita superior 40-45 Rc e bainita acidular 50-60 Rc UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Microestrutura da Bainita contendo finíssimas agulhas das fases UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA BAINITA SUPERIOR Para temperaturas entre aproximadamente 300 e 540ºC, a bainita se forma como série de de ripas paralelas (isto é, tiras finas e estritas) ou agulhas de ferrita cada uma com espessura da ordem de 0,2 micrômetro e comprimento de 10 micrômetros, que se encontram separadas por particulas alongadas da fase cementita. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA BAINITA INFERIOR A bainita inferior é o produto da formação em temperaturas mais baixas, entre aproximadamente 200 e 300ºC. Para a bainita inferior, a fase ferrita existe na forma de placas finas, e partículas estreitas de cementita (na forma de bastões ou lâminas muito finas) se formam no interior dessas placas de ferrita. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Martensita UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA MARTENSITA EM AÇOS CARBONO UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA MARTENSITA A martensita é uma solução sólida supersaturada de carbono em ferro tetragonal de corpo centrato (tcc), uma forma distorcida do ferro cúbico de corpo centrado (ccc). A célula unitária tetragonal centrado (tcc) para o aço martensítico mostrando átomos de ferro (cinza) e os sítios que podem ser ocupados por átomos de carbono (preto). Para esta célula unitária tetragonal c>a UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA MARTENSITA O carbono expande o ferro cfc uniformemente, mas ferro ccc a expansão é maior no eixo c, dando origem estrutura tetragonal. Isto se deve ao fato de que octaédrico na estrutura cfc é regular e na estrutura não regular. com o a uma o vão ccc é UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA MARTENSITA A fase martensita da liga Fe-C é obtida através de um resfriamento rápido a partir da temperatura de austenitização, a tendência seria a formação de ferrita + cementita (fases de equilíbrio). Entretanto, o processo de saída do carbono de dentro da célula CFC requer tempo (exige difusão), o qual não é propiciado por um resfriamento rápido. Então, ocorre a transformação para CCC e o carbono fica retido dentro da célula, muito embora não haja espaço para acomodá-lo. Assim, ocorre uma distorção da célula CCC, formando uma célula tetragonal de corpo centrado. A distorção causa tensões internas, que são percebidas através da alta resistência mecânica e dureza da martensita, muito embora tenha grande fragilidade. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA MICROESTRUTURA UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Têmpera Martensita UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA MARTENSITA - MICROESTRUTURA UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA MARTENSITA - MICROESTRUTURA UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA MARTENSITA - MICROESTRUTURA UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA PRÁTICA Laboratório UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Prática: Têmpera Tratamento Térmico em aço carbono SAE 1045 - Têmpera Procedimento experimental •Realizar o resfriamento dos corpos de prova que se encontram no interior do forno a uma temperatura de aproximadamente 8500C (temp. de têmpera do aço 1045) e a um tempo de encharque no forno de 20 a 30 min: •Resfriamento Resfriado por água Resfriado por água e sal (salmoura) Resfriado por óleo mineral da têmpera em um intervalo de tempo de aproximadamente 3 segundos; •Limpar e lixar a superfície das amostras a fim de remover a camada de óxido formada para a medição da dureza. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Prática: Têmpera Caracterização mecânica dos corpos de provas tratados (dureza HRC). • Determinar tratado; a dureza Rockwell C do aço SAE 1045 não • Determinar a dureza Rockwell C do aço SAE 1045 tratado termicamente por têmpera nas três configurações de resfriamento (água, salmoura e óleo); • Fazer uma comparação (comentário) dos perfis de dureza com os 3 resfriamentos em função do padrão (SAE 1045) não tratado; •Fazer um gráfico resfriamento. da dureza em função do tipo de UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Prática: Têmpera Caracterização mecânica dos corpos de provas tratados (dureza HRC). UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Prática: Têmpera Caracterização mecânica dos corpos de provas tratados (Tração). • Através do ensaio de tração do corpo de prova (SAE 1045) temperado sobre resfriamento em água: • Utilizando os dados das propriedades mecânicas do corpo de prova (SAE 1045) não tratado (já realizado na pratica anterior), fazer uma comparação (comentário) dos perfis de dureza com os 3 resfriamentos; •Com os ensaios de tração realizados sobre o corpo de prova temperado por água, identificar e comparar no gráfico: •Analisar Módulo de elasticidade Tensão de escoamento Tensão máxima de tração Tensão de ruptura Ductilidade as propriedades mecânicas (mencionadas acima) da curva tensão-deformação entre o corpo de prova temperado e o não tratado (padrão). UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Prática: Têmpera temperado Não temperado UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Prática: Têmpera Análise microestrutural do aço SAE 1045 Aço ABNT 1045 – Aspecto micrográfico de um aço hipoeutetóide. Ampliação: 400 vezes Aço ABNT 1045 – temperado a água A Figura mostra a microestrutura visualizada no A Figura mostra o aspecto micrográfico do aço microscópio. As áreas brancas são de ferrita e hipoeutetóide temperado. As partes mais as áreas escuras são de perlita, cuja estrutura escuras são os veios da martensita em lamelar não é evidenciada por se tratar de forma de agulha. ampliação relativamente pequena. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Exercícios 1) Responda a) A formação da martensita depende do tempo? b) - Por que a martensita não aparece no diagrama de equilíbrio Fe-C? c) - A martensita é mais facilmente obtida num aço hipo ou hipereutetóide? d) Qual o microconstituinte mais duro dos aços? e) Alto teor de carbono favorece ou dificulta a formação da martensita? f) É possível obter um aço com estrutura martensítica por resfriamento lento? 2) Qual a finalidade e objetivo de realizar tratamentos térmicos em aços? 3) Quais são os fatores de influencia nos tratamentos térmicos? Qual é a função de cada fator? 4) O que é tempera e qual é o principal objetivo da tempera? 5) Porque se deve realizar o aquecimento do material até uma temperatura acima da sua zona crítica numa tempera? 6) Como deve ser a temperatura recomendada nos aços hipoeutetoides, eutetoides e hipereutetoides? UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Exercícios 7) Porque não se deve deixar exceder o tempo de permanência dentro do forno (encharque)? 8) Como deve ser o resfriamento em termos de velocidade e quais são os principais meios de resfriamentos? 9) Qual foi o termo usado para descobrir a transformação da bainita? Quais são dos dois tipos de bainita? 10) Qual é a definição da matersita e como ela é formada ? 11) Foram realizadas temperas em três meios de resfriamentos diferentes: água, óleo mineral e salmoura (água e sal), qual desses três meios de resfriamentos vai formar mais martensita e explique quimicamente a diferença da dissipação de calor entre esses três meios (ou da eficiência do resfriamento do processo). UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Exercícios 12) Foram realizados dois ensaios de tração: CP1 aço 1045 sem tratamento térmico e CP2 aço 1045 temperado a água. Explique qual tratamento obteve melhor resistência mecânica e explique porque ? temperado Não temperado UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA ELÉTRICA Exercícios 13) Através da analise microestrutural, mediante as duas figuras abaixo, identifique e compare pelas figuras abaixo, as seguintes microestruturas, mostrando a amostra não tratada e tratada por têmpera e correlacionando suas estruturas.