Real Estate Out 2013 / Mar 2014 Número 3 Novidades I Tendências I Projeções I Análises TM Rio 2016 Novas percepções e pontos de atenção • Levantamento exclusivo revela como a oferta, a demanda e os preços devem se comportar • James R. Worms, presidente e CEO da Paladin Realty Partners, afirma: “Não acredito que o mercado imobiliário brasileiro vivencie uma bolha” • Artigo fala sobre a Lei Anticorrupção e seu impacto sobre a cultura de negócios no País Real Estate Repor t • Out 2013 / Mar 2014 1 Editorial Análise Análises, previsões e pontos de atenção E sta edição do Real Estate Report traz uma novidade: as previsões da EY para o mercado de escritórios no Rio de Janeiro. Considerando um cenário de crescimento do PIB de 2% ao ano, nossas previsões indicam uma elevação da oferta de escritórios entre 2014 e 2015, ao mesmo tempo em que a demanda permanecerá regular e consistente. Já em relação à região metropolitana de São Paulo, devemos nos preparar para dois panoramas distintos referentes a projeções de oferta, demanda e preço por metro quadrado de escritórios, entre 2014 e 2017. Num primeiro momento, que teve início em 2012 e se estenderá até 2014, verificamos que a diferença entre os volumes de oferta e demanda é acentuada. Esse período é marcado pelo boom da construção verificado nos últimos anos, e o mercado ainda estará absorvendo a grande oferta do setor. Na fase seguinte, entre 2015 e 2017, o cenário se modifica. Em razão da redução no número de novas obras, a demanda se expande e irá superar a oferta. O efeito disso será observado nos preços de venda e de aluguel, como revela a nossa a análise. Também abordamos dois assuntos essenciais para o setor no Brasil. O primeiro está num artigo de José Francisco Compagno, sócio-líder de FIDS da EY. Compagno fala sobre a Lei Anticorrupção, sancionada em meados de 2013, que trará grandes mudanças culturais ao ambiente brasileiro de negócios. O outro assunto é a possibilidade de haver uma bolha imobiliária no Brasil. Esse risco existe? Para James R. Worms, presidente e CEO da Paladin Realty Partners, gestora norte-americana de fundos imobiliários, é muito improvável. Saiba por que na entrevista que ele concedeu ao Real Estate Report. André Viola Ferreira Sócio-líder para Mercados Estratégicos e líder de Real Estate da EY no Brasil e América do Sul Real Estate Report é uma publicação da EY que aborda questões relevantes para o mercado imobiliário. As informações publicadas não devem ser utilizadas de maneira isolada para a tomada de decisões por parte de empresas e investidores. Existem particularidades relacionadas a cada situação que podem, eventualmente, alterar o enfoque transmitido. Recomendamos que, antes de a decisão ser tomada, os interessados discutam as informações com seus consultores. Estamos à disposição para discutir os dados e sua aplicação em cada caso. Out 2013 / Mar 2014 | Número 3 Expediente Contatos para o setor de Real Estate Coordenação técnica | Viktor Andrade Conteúdo técnico | José Francisco Compagno e Viktor Andrade André Viola Ferreira | Sócio-líder para o Brasil e América do Sul +55 11 2573 5250 • [email protected] Diretora executiva de Marca, | Marly Parra Marketing e Comunicação Júlio Assis | Sócio de Impostos +55 11 2573 3309 • [email protected] Coordenação editorial | Alexandre Moschella (MTb 23.575/SP) Marcos Pupo | Sócio de Auditoria + 55 11 2573 3048 • [email protected] Texto e reportagem | Andrea Allabi e Felipe Datt Projeto gráfico e diagramação | Alexandre Rugério, Mariana Batista e Marcos Mazzei Hélcio Bueno | Gerente Sênior Executivo de Consultoria +55 11 2573 3024 • [email protected] Viktor Andrade | Líder de fusões e aquisições da EY para o Brasil +55 11 2573 3042 • [email protected] Conheça os outros periódicos da EY: Assurance Journal e Tax View. Acesse www.ey.com.br 2 Out 2013 / Mar 2014 • Real Estate Repor t Prepare-se para a Lei Anticorrupção Por José Francisco Compagno | Sócio-líder de FIDS [email protected] N o fim de janeiro deste ano, entra em vigor a Lei 12.846/2013, que prevê responsabilidade administrativa e civil para as pessoas jurídicas envolvidas em atos de corrupção contra a administração pública brasileira ou estrangeira. Até então, apenas as pessoas físicas envolvidas em situações como essas eram responsabilizadas. A Lei Anticorrupção, como ficou conhecida, passou não somente a considerar as pessoas jurídicas como, também, fechou o cerco na cadeia inteira: a responsabilidade da empresa se estende aos atos cometidos pelos seus terceiros em seu benefício. Agora, as empresas deverão desenvolver, reforçar e rever suas políticas anticorrupção – de forma sistemática e periódica. A decisão faz parte de um movimento amplo, que tem ecoado globalmente. A corrupção tornou-se uma grande preocupação para países e empresas. Nos Estados Unidos, o DOJ, o departamento de justiça, e a SEC, a Comissão de Valores Mobiliários do país, vêm aumentando a fiscalização. Um dos motivos é como os malfeitos afetam a tomada de decisão de investidores – quanto maior a corrupção, mais avessos ao risco eles se tornam. Para os países, o risco é desestimulá-los a investir em suas economias. Dentre os objetivos das legislações anticorrupção em vigor, a exemplo da legislação americana FCPA e da recente legislação brasileira, está o aumento da confiança do investidor na economia do país, tornado o risco de corrupção aceitável sob o ponto de vista legal, financeiro e reputacional. Como a Lei Anticorrupção funcionará na prática A nova lei prevê penalidades administrativas que podem chegar a 20% do faturamento da empresa, além de perda de bens, suspensão das atividades, dissolução compulsória, impedimento de negociar com entidades públicas e proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas por até cinco anos. Ela prevê, ainda, que as sociedades controladoras, controladas, coligadas ou consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos nessa lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado. Por outro lado, a lei estimula novas posturas, não só defensivas, como também proativas. Foram considerados itens que merecem atenção, como: • A possibilidade de leniência para a primeira empresa que manifestar interesse em cooperar durante toda a investigação, desde que admita sua participação no delito; •A consideração da existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades, e a criação de políticas, processos e controles que visem mitigar a exposição ao risco de suborno e corrupção a que esteja exposta a entidade jurídica; e • A consideração da cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações também na aplicação das sanções. A EY conta com um time com experiência global em projetos anticorrupção. Nossos profissionais participaram de diversas investigações nos últimos anos, em empresas de diversos setores. Realizamos avaliações do risco de corrupção e auxiliamos no desenvolvimento de programas de compliance anticorrupção em vários clientes. Quando há suspeita de uma atividade irregular, a EY pode investigar, descobrir provas eletrônicas e analisar relatórios financeiros – tudo com a discrição e a urgência necessárias. E, conforme o caso, podemos oferecer testemunhos periciais para explicar as descobertas. Nossa área de FIDS – sigla em inglês para serviços de investigação de fraudes e disputas – ajuda nossos clientes a avaliar o risco presente nas relações entre empresas e governos, desenvolver políticas específicas, treinar as equipes para agirem em conformidade com essas políticas e estabelecer e acompanhar os controles que indicarão quanto as atitudes definidas vêm sendo respeitadas. Trata-se da aceitação e principalmente do desenvolvimento de uma nova cultura – extremamente benéfica para o crescimento da empresa e, também, para a evolução do ambiente brasileiro de negócios. Real Estate Repor t • Out 2013 / Mar 2014 3 Mercado Mercado Panorama para o mercado imobiliário H á um certo nível de incerteza entre analistas e investidores do mercado imobiliário brasileiro sobre as tendências de preços de venda, aluguéis e vacância - embora haja consenso de que os fundamentos socioeconômicos e demográficos são muito positivos. Portanto, há algumas questões essenciais que – por serem mais complexas – ainda precisam ser esclarecidas. Entre elas, podemos citar o comportamento dos preços, a variação do gap entre oferta e demanda e os níveis de lucratividade. Para elucidar esses questionamentos, esta edição do Real Estate Report traz uma pesquisa exclusiva da EY, com projeções econométricas para oferta, demanda e preços no mercado brasileiro. Confira a seguir os números da pesquisa que retratam as percepções em nível global e nacional do mercado imobiliário brasileiro. Cenário internacional Os dados do cenário internacional integram o estudo Global Capital Confidence Barometer*, elaborado pela EY. Este extrato revela as expectativas dos entrevistados (CEOs, CFOs, heads e diretores de grandes empresas de real estate, listadas e não listadas, em todo o mundo) sobre o mercado imobiliário nos próximos meses. * Para solicitar o estudo completo, envie um e-mail para [email protected] Níveis de confiança dos entrevistados 36% 35% 18% Valor dos ativos 35% 34% 26% out/12 abr/13 27% 25% 17% 10% - 20% 25% 21% abr/13 out/13 37% 39% Total de executivos entrevistados: 1600 Executivos entrevistados no Brasil: 59 Out 2013 / Mar 2014 • Real Estate Repor t 38% Otimizar *Questão respondida em outubro de 2013 30% 37% 28% 31% out/13 31% 48% 47% 27% 48% Permaneça nos níves atuais 44% 50% 21% Baixe 8% 23% 4 Investir 29% Aumente 37% Crédito disponível 12% 35% 17% O que você espera que aconteça com o preço/ valuation dos ativos que são alvos de fusões e aquisições nos próximos 12 meses? 36% 39% 31% 31% 15% Captar Mercado de escritórios na região metropolitana de São Paulo – Projeções de oferta, demanda e preços 34% Estabilidade do mercado 21% - 30% out/12 Crescimento econômico Aumento da empregabilidade 13% Maior que 30% 37% 27% Preservar Você acredita que o gap de valuation entre compradores e vendedores hoje é... Menor que 10% 24% Lucratividade das empresas Qual afirmação melhor descreve o foco de sua organização para os próximos 12 meses*? out/12 abr/13 out/13 Para o período entre 2012 e 2014, verifica-se uma expectativa de redução entre a disparidade dos volumes de oferta e demanda. Trata-se de um período em que o mercado ainda estará absorvendo o boom da construção verificado nos anos anteriores, pois ainda há altos estoques a ser consumidos. A oferta de metros quadrados de área de escritórios foi projetada considerando as seguintes variáveis: preços, cap rates e volume de crédito total tomado pelas empresas do setor. Essas variáveis são proxys estatisticamente significativas das variáveis que efetivamente afetam a decisão de incorporadores, construtores e investidores de ofertar imóveis. Como a decisão de construir é tomada em média três anos antes da entrega, para projetar a entrega de cada determinado ano, foram considerados os valores das variáveis de três anos antes. Para o segundo momento, entre 2015 e 2017, no entanto, as análises da EY mostram a inversão dessa tendência por conta da redução no número de novas obras, fenômeno que estamos verificando desde o ano passado – o que pode ser observado no gráfico ao lado. O que deve ocorrer é a demanda tomando a dianteira e superando a oferta – movimento que terá efeitos nos preços de venda e de aluguel, como se verá ao longo desta análise. A demanda de metros quadrados de área de escritórios foi projetada considerando os valores atuais dos cap rates em comparação com as taxas de juros, de forma a refletir a decisão do usuário entre alugar ou comprar. Além disso, o PIB do ano anterior foi utilizado para refletir o fato de que a demanda por áreas de escritórios do ano corrente se forma a partir do crescimento dos negócios das empresas no ano anterior. As previsões da EY para o mercado de escritórios na região metropolitana de São Paulo apontam para um panorama que deve se dividir em duas fases diferentes – há um tipo de cenário para 2012 a 2014 e outro entre 2015 e 2017, como mostram os gráficos nas páginas a seguir. Real Estate Repor t • Out 2013 / Mar 2014 5 Mercado Mercado Panorama para o mercado imobiliário Lucratividade 4.379 Crescimento 14,70% Crescimento - Capacidade de financiamento3 0,22% Crescimento 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Fator Custo de aluguel e atratividade de investimento em aquisição de imóvel1 4.768 5.937 4.516 5.909 7.043 7.870 9.312 11.500 11.509 12.017 9% 25% -24% 31% 19% 12% 18% 23% 0,1% 4,4% 13,80% 12,30% 11,90% 11,90% 12,50% 11,00% 10,50% 8,61% 8,61% 8,61% -6% -11% -3% 0% 5% -12% -5% -18% 0,0% 0,0% 0,28% 0,34% 0,47% 0,73% 0,87% 1,03% 1,23% 1,46% 1,74% 2,00% 28% 23% 36% 55% 19% 19% 19% 19% 19,0% 15,0% Oferta (m2/ ano) verificada 496.710 579.797 600.333 722.703 1.192.058 Oferta (m2/ ano) projetada 498.111 577.385 600.740 722.847 1.192.624 Diferença entre projeção e dado verificado 0,3% -0,4% 0,1% 0,0% 1.627.642 1.561.507 1.765.199 1.516.169 1.805.858 2.098.529 0,0% 1. Variável: Preço (valor de três anos antes em reais) 2. Variável: Cap Rate (índice de três anos antes) 3. Variável: Crédito para pessoa jurídica do setor imobiliário | PIB (valor de três anos antes) Dados verificados Dados projetados + Cap Rates 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 11,90% 11,90% 12,50% 11,00% 10,50% 8,61% 7,32% 6,95% 6,95% 7,30% 7,67% 0% 5% -12% -5% -18% -15,0% -5,0% 0,0% 5,0% 5,0% 12,28% 9,97% 9,80% 11,77% 10,90% 7,63% 7,63% 7,63% 7,63% 7,63% 3% -19% -2% 20% -7% -30,0% -5,0% 0,0% 5,0% 5,0% 2,66 3,03 3,24 3,77 4,14 4,39 4,78 5,22 5,65 6,11 12% 14% 7% 16% 10% 6% 7,1% 7,1% 7,1% 7,1% 1.490.050 1.356.347 1.602.644 1.800.202 1.927.062 2.062.861 Crescimento + Atratividade de investimento em aquisição de imóvel e custo de financiamento2 CDI (Interest) 11,92% Crescimento - Ano Ano Necessidade de espaço em virtude de crescimento (em trilhões de reais)3 GDP previous year (R$ trillions) 2,37 Crescimento - Preço dos aluguéis (verificado e projetado) de escritórios na região metropolitana de São Paulo Cenário de crescimento de 2% no PIB (2014-2017) Demanda por escritórios (m2) verificada 472.371 553.126 549.905 706.081 1.131.263 Demanda por escritórios (m2) projetada 458.700 575.274 556.503 693.937 1.126.220 -2,9% 4,0% 1,2% -1,7% -0,4% Diferença entre projeção e dado verificado 1. Variável: Cap rates 200 2. Variável: CDI 3. Variável: PIB do ano anterior Dados verificados Dados projetados Ano Ano 180 Oferta e demanda (verificada e projetada) de escritórios na região metropolitana de São Paulo Cenário de crescimento de 2% no PIB (2014-2017) 160 Em reais /m2./mês 140 Fonte: BACEN, IBGE, Collins e EY - 2009 120 100 80 60 40 2007 2008 2009 Preços de oferta projetados 6 2010 2011 2012 2013 Preços de demanda projetados Out 2013 / Mar 2014 • Real Estate Repor t 2014 2015 Preços praticados 2016 2017 2.50 Oferta projetada Oferta verificada 2.00 Demanda projetada 1.50 Fonte: BACEN, IBGE, Collins e EY + Lucratividade2 2008 Em milhões de metros quadrados + 2007 1 Fonte: BACEN, IBGE, Collins e EY Fator 1.00 50 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Real Estate Repor t • Out 2013 / Mar 2014 7 Fonte: BACEN, IBGE, Collins e EY Projeção de demanda (proxy) Projeção de oferta (proxy) Mercado Mercado Panorama para o mercado imobiliário Mercado de escritórios no Rio de Janeiro – Projeções de oferta, demanda e preços reformar e fazer mudanças). Apesar de a taxa de vacância tender a aumentar um pouco nos próximos dois anos, ela deve permanecer abaixo de 8% a 10%. A partir de 2014, a taxa de vacância pode cair ainda mais, uma vez que a oferta deve crescer menos que a demanda a partir de 2015. Considerando um cenário de crescimento do PIB de 2% ao ano, assim como todas as demais premissas da tabela, as previsões da EY para o mercado de escritórios no Rio de Janeiro indicam um aumento da oferta de escritórios em 2014 e 2015, enquanto a demanda deve permanecer consistente e regular, mantendo a pressão de alta sobre os preços de aluguéis. Como mostra o gráfico à página 12, historicamente a demanda do Rio de Janeiro absorveu todas as áreas já ofertadas, salvo a vacância normal dada pela dinâmica do mercado (um certo nível de vacância sempre existirá em função do tempo necessário para alugar, desalugar, Considerando a base da economia do estado do Rio de Janeiro, amparada em segmentos muito estáveis e que não podem ser deslocados (setor público, indústria petroquímica, telecom, serviços básicos, comércio exterior etc), acreditamos que existem fundamentos para que a demanda continue crescendo e absorvendo a oferta. Projeção de oferta (proxy) trimestral de 2009 até 2016 Fatores + Lucratividade1 2009,1 2009,2 2009,3 2009,4 2010,1 2010,2 2010,3 2010,4 2011,1 2011,2 2011,3 2011,4 2012,1 2012,2 2012,3 2012,4 2013,1 3013,2 2013,3 2013,4 2014,1 2014,2 2014,3 2014,4 2015,1 2015,2 2015,3 2015,4 2016,1 2016,2 2016,3 2016,4 55 55 55 55 65 65 68 85 85 85 98 103 103 113 115 115 115 120 120 120 155 155 155 175 175 175 175 175 175 175 175 175 0% 0% 0% 18% 0% 4% 26% 0% 0% 15% 5% 0% 10% 2% 0% 0% 4% 0% 0% 29% 0% 0% 13% 0% 0% 0% 0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 577 603 642 617 661 673 708 694 758 787 791 729 787 826 895 855 927 963 1.02 962 1.04 1.04 1.09 1.03 1.10 1.09 1.16 1.19 1.21 1.23 1.26 6% 5% 6% -4% 7% 2% 5% -2% 9% 4% 0% -8% 8% 5% 8% -4% 8% 4% 6% -6% 8% 0% 4% -5% 7% 0% 6% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 3,03 3,07 3,09 3,11 3,18 3,21 3,21 3,28 3,25 3,28 3,28 3,31 3,31 3,32 3,33 3,34 Crescimento + Expectativa de Crescimento2 - em milhares 545 Crescimento - Oferta (m2/ano) verificada - em milhões 2,64 2,68 2,70 2,71 2,71 2,72 2,76 2,78 2,81 2,84 2,89 2,99 2,99 3,00 3,02 3,11 Oferta (m2/ano) projetada - em milhões 2,63 2,65 2,66 2,69 2,72 2,75 2,77 2,86 2,85 2,88 2,94 2,96 2,93 2,99 3,01 3,05 Diferença entre projeção e dado verificado -0,4% -1,1% -1,3% -0,7% 0,6% 1,0% 0,2% 2,9% 1,5% 1,3% 1,9% -1,1% -2,1% -0,3% 0,0% -2,1% 1. Aluguéis de três anos antes 8 Out 2013 / Mar 2014 • Real Estate Repor t 2. PIB de três anos antes Dados verificados Dados projetados Real Estate Repor t • Out 2013 / Mar 2014 Ano Ano 9 Mercado Mercado Panorama para o mercado imobiliário Projeção de demanda (proxy) trimestral de 2009 até 2016 + Fatores 2009,1 2009,2 2009,3 2009,4 2010,1 2010,2 2010,3 2010,4 2011,1 2011,2 2011,3 2011,4 2012,1 2012,2 2012,3 Atratividade de Investimento em Aquisição de Imóvel1 11,50% 11,50% 11,50% 11,50% 10,50% 10,50% 10,50% 10,50% 10,50% 10,50% 10,50% 10,50% 9,50% 9,50% 9,50% 9,50% 9,00% 9,00% 0% 0% 0% -9% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% -10% 0% 0% 0% -5% 0% 0,75% 0,69% 0,72% 0,76% 0,79% 0,84% 0,93% 0,92% 0,95% 0,94% 0,90% 0,81% 0,64% 0,54% 0,53% 0,54% 0,59% 0,70% 0,70% -22% -8% 5% 5% 4% 7% 10% -1% 4% -1% -4% -11% -21% -16% -1% 1% 10% 18% 0% 7,58 7,87 7,91 7,29 7,88 8,26 8,95 8,55 9,27 9,63 1,02 9,62 1,04 1,04 1,09 1,03 1,10 1,09 1,16 9% 4% 0% -8% 10% 5% 8% -4% 8% 4% 6% -6% 8% 0% 4% -5% 7% 0% 6% Crescimento + Atratividade de Investimento em Aquisição de Imóvel & Custo de Financiamento2 0,97% Crescimento + Necessidade de espaço em virtude de crescimento3 - em trilhões 6,94 Crescimento (nominal) 2012,4 2013,1 3013,2 2013,3 2013,4 Demanda por escritórios (m2) - verificada - em milhões 2,55 2,60 2,62 2,61 2,61 2,64 2,67 2,72 2,72 2,76 2,80 2,87 2,86 2,89 2,93 3,03 Demanda por escritórios (m2) - projetada - em milhões 2,54 2,63 2,66 2,67 2,59 2,66 2,71 2,79 2,75 2,83 2,87 2,93 2,87 2,95 2,96 3,00 Diferença entre projeção e dado verificado -0,4% 0,9% 1,9% 2,4% -0,7% 0,9% 1,4% 2,7% 0,8% 2,5% 2,5% 2,2% 0,2% 2,2% 0,9% -0,9% 2,94 3,01 9,00% 2014,1 9,00% 3,01 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 9,00% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,70% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,11 1,13 1,15 1,15 1,17 1,20 1,22 1,24 1,27 1,29 1,32 1,34 1,37 -5% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% Pib anualizado real 2,03% CDI Anual 8,68% 3,02 3,04 3,09 3,11 3,13 3,15 3,18 3,20 3,22 3,25 3,27 3,08 1. Variável: Cap rates Fatores 2009,1 2009,2 2009,3 2009,4 2010,1 2010,2 2010,3 2010,4 2011,1 2011,2 2011,3 2011,4 2012,1 2012,2 2012,3 2012,4 Preços de escritórios/m2 - praticados 103 113 115 115 115 120 120 120 155 155 155 175 175 175 175 175 "Preços de oferta aluguel de escritórios/m2 (reais na proj)" 94 101 103 102 102 107 112 119 120 126 133 146 144 150 158 Preços de demanda aluguel de escritórios/m2 - (reais na proj) 106 113 114 113 113 118 123 130 131 136 143 155 153 159 166 10 Out 2013 / Mar 2014 • Real Estate Repor t 2014,2 2014,3 2014,3 2014,4 2015,1 2015,2 2015,3 2015,4 2016,1 2016,2 2016,3 2016,4 3,07 2. Variável: CDI 3,07 3. Variável: PIB do ano anterior Dados verificados Dados projetados Ano Ano 2013,1 3013,2 2013,3 2013,4 2014,1 2014,2 2014,3 2014,4 2015,1 2015,2 2015,3 2015,4 2016,1 2016,2 2016,3 2016,4 179 161 175 175 189 175 178 182 185 189 193 196 200 204 208 212 217 185 168 182 181 194 181 184 187 190 193 196 199 203 206 209 213 216 Real Estate Repor t • Out 2013 / Mar 2014 11 Mercado Mercado Panorama para o mercado imobiliário Oferta e demanda (verificada e projetada) de escritórios no Rio de Janeiro - RJ (Em milhões de m2) Cenário de crescimento de 2% no PIB (2014-2016) Preço dos aluguéis (verificado e projetado) de escritórios no Rio de Janeiro (RJ) (Em reais/m2/mês) Cenário de crescimento de 2% no PIB (2014-2017) 3.600 3.400 20% 240 18% 220 16% 3.200 14% 3.000 12% 2.800 10% 8% 2.600 2.400 2.200 2.000 180 160 140 6% 120 4% 100 2% 80 0% 2009,1 2009,3 2010,1 2010,3 2011,1 2011,3 2012,1 2012,3 2013,1 2013,3 2014,1 2014,3 2015,1 2015,3 2016,1 2016,3 200 60 40 Total de oferta Total de demanda Demanda total verificada Vacância 20 0 2009,1 2009,3 2010,1 2010,3 2011,1 2011,3 2012,1 2012,3 2013,1 2013,3 2014,1 2014,3 2015,1 2015,3 2016,1 2016,3 Preços de oferta projetado 12 Out 2013 / Mar 2014 • Real Estate Repor t Preços de demanda projetado Preços praticados Real Estate Repor t • Out 2013 / Mar 2014 13 Entrevista Entrevista Bolha imobiliária no Brasil? Para James R. Worms, presidente e CEO da Paladin Realty Partners, gestora norteamericana de fundos imobiliários com forte atuação no Brasil, é muito improvável que esse risco se torne realidade. E há várias razões para ele acreditar nisso Por Felipe Datt A combinação de uma população economicamente ativa bastante jovem, o crescimento econômico contínuo, as baixas taxas de desemprego, a chegada de quase 40 milhões de pessoas à classe média e o aumento da renda transformaram o mercado imobiliário brasileiro na última década. De acordo com dados do Banco Central, em agosto de 2013, o volume total de crédito imobiliário atingiu a marca de R$ 314,8 bilhões, ultrapassando pela primeira vez na história o crédito pessoal (para consumo), que somou R$ 311,5 bilhões. Em 12 meses até agosto, a oferta de crédito imobiliário cresceu 35%. A farta oferta de crédito e a demanda aquecida por imóveis residenciais e comerciais tiveram impacto direto nos preços das unidades, que dispararam em praticamente todas as regiões do País, o que acendeu o sinal de alerta para o eventual risco de uma bolha imobiliária no Brasil no médio ou longo prazo. Um risco que, na opinião de James R. Worms, presidente e CEO da Paladin Realty Partners, gestora norte-americana de fundos imobiliários com forte atuação no Brasil, é muito improvável que isso se torne realidade. “Embora tenhamos verificado o aumento nos preços dos imóveis em alguns setores com taxas que não são sustentáveis, não acredito que o mercado imobiliário brasileiro vivencie uma bolha – e por várias razões”, diz Worms. O executivo utiliza como comparação para afastar o risco de uma bolha dois mercados que foram severamente afetados por uma combinação de preços estratosféricos, investimentos especulativos e baixa qualidade na análise de risco de crédito: os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos, sobretudo Dubai. Na prática, diz 14 Out 2013 Mai 2013 |/ Jun Mar 2013 2014 •• Real Real Estate Estate Repor t Worms, quando os preços sobem a taxas muito superiores à do crescimento da renda da população, especialmente no ramo residencial, é necessário cautela. Mas Worms explica que duas características presentes naqueles mercados não são encontradas no Brasil. A primeira é que, no País, o mercado imobiliário é direcionado pelos próprios usuários (compradores que objetivam morar em sua própria casa ou apartamento), em vez de pelos investidores de olho em lucro rápido. “O Brasil tem investidores que compram casas para posteriormente alugar de olho no fluxo de caixa de longo prazo. No entanto, eles são investidores de longo prazo, e não especuladores”, opina Worms. Ainda que os preços de unidades residenciais tenham crescido a um ritmo maior do que os salários, esse fator vem sendo mitigado pela construção de unidades menores e com preços absolutos menores, assim como taxas de juros mais baixas e financiamentos com prazos maiores. Uma segunda característica que diferencia o Brasil de outros mercados que vivenciaram bolhas imobiliárias é que o real estate brasileiro ainda concentra um baixo grau de endividamento, na opinião do executivo. “É preciso uma grande quantidade de recursos para investir nesse mercado, o que limita a magnitude de atividades que levariam a uma bolha”, diz Worms. A participação do crédito imobiliário brasileiro no mercado hipotecário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) ainda é pequena, totalizando 7,8% em agosto de 2013, o que indica um grande espaço para o crescimento desse mercado. Como base de comparação, no México essa relação é de 9,1% e, no Chile, de 11,5%. Países desenvolvidos, em geral, têm um crédito imobiliário acima de 50% do PIB. As perspectivas positivas de crescimento desse mercado nos próximos anos colocam o Brasil cada vez mais no radar da Paladin Realty Partners. Criada em 1995 em Los Angeles com foco inicialmente no mercado norte-americano, a gestora de fundos imobiliários logo percebeu o potencial do mercado de real estate na América Latina e direcionou esforços para o continente. O Brasil é o carrochefe, com 50% dos investimentos da gestora na região nos últimos 15 anos, um percentual que deve ser mantido nos próximos anos. Os outros montantes foram divididos entre o México, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Costa Rica. Atualmente a gestora investe em seu quarto fundo para a América Latina. O fundo imediatamente anterior somou patrimônio de US$ 554 milhões para a região, o que incluía um sidecar de US$ 100 milhões para investimento exclusivo no Brasil. “O foco principal do nosso negócio é o desenvolvimento de projetos residenciais para venda e, em um segundo patamar, imóveis comerciais. A intenção é pegar carona em fatores demográficos atrativos, crescimento econômico e acesso ao crédito, que combinados estão criando uma grande classe média com uma necessidade de virtualmente qualquer tipo de produto imobiliário moderno. O Brasil é um país de grandes dimensões, com mais de 25 cidades com mais de 1 milhão de habitantes, e acreditamos que existam oportunidades em muitas regiões do País”, diz Worms. O otimismo da Paladin Real Partners se baseia na perspectiva de crescimento do PIB brasileiro entre 3% e 4% nos próximos anos, em linha com as expectativas da maioria dos economistas. A combinação de crescimentos contínuos – ainda que mais baixos do que em anos recentes – com a estabilização do emprego é mais do que suficiente para suportar o crescimento de uma série de setores, incluindo o imobiliário, na visão de Worms. Mas um crescimento mais sustentável da economia brasileira deve envolver, na opinião do executivo, a adoção de políticas concretas do governo no sentido de desenvolver a infraestrutura (especialmente rodovias e zoneamento), considerada antiquada e insuficiente para atender às necessidades da população e das empresas. O executivo elogia a proatividade do governo no sentido de dinamizar as condições de oferta e demanda no mercado imobiliário brasileiro, citando a formulação de políticas que favorecem a compra de imóveis por meio de financiamentos subsidiados, “claramente um fator de estabilização em um mercado emergente”. Ao mesmo tempo, entende como positiva a elevação do teto do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o financiamento de casas e apartamentos residenciais, uma tentativa do governo federal para reduzir o ainda alto déficit habitacional no Brasil. É preciso uma grande quantidade de recursos para investir nesse mercado, o que limita a magnitude de atividades que levariam a uma bolha Os próximos passos, defende Worms, seriam a adoção de políticas efetivas que limitariam as chances de que uma eventual bolha imobiliária venha a ser formada. “Primeiramente, o governo deveria adotar políticas para elevar a oferta de terrenos para desenvolvimento de novos projetos. A lógica é que quando a demanda supera a oferta, os preços tendem a subir. Outro ponto é observar de perto as políticas de financiamento dos bancos de forma a manter a prudência nos critérios de subscrição”, finaliza. Real Estate tate Repor Report t •• Out Mai 2013 2013 /| Mar Jun 2014 2013 15 EY Auditoria | Impostos | Transações Corporativas | Consultoria Sobre a EY A EY é líder global em serviços de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Consultoria. Nossos insights e os serviços de qualidade que prestamos ajudam a criar confiança nos mercados de capitais e nas economias ao redor do mundo. Desenvolvemos líderes excepcionais que trabalham em equipe para cumprir nossos compromissos perante todas as partes interessadas. Com isso, desempenhamos papel fundamental na construção de um mundo de negócios melhor para nossas pessoas, nossos clientes e nossas comunidades. No Brasil, a EY é a mais completa empresa de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Consultoria, com 5.000 profissionais que dão suporte e atendimento a mais de 3.400 clientes de pequeno, médio e grande portes. Em 2012, a EY Brasil tornou-se Apoiadora Oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e fornecedora exclusiva de serviços de Consultoria para o Comitê Organizador. O alinhamento dos valores do Movimento Olímpico e da EY foi decisivo nessa iniciativa. © 2014 EYGM Limited. Todos os direitos reservados. Esta é uma publicação do Departamento de Marca, Marketing e Comunicação. A reprodução deste conteúdo, na totalidade ou em parte, é permitida desde que citada a fonte. ey.com.br ey.com/betterworkingworld #BetterWorkingWorld facebook | EYBrasil twitter | EY_Brasil linkedin | ernstandyoung