FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – CPPA MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL INÊZ PEREIRA DE MELO QUEIROZ Gestão da Inovação: A Percepção do Desempenho da Implantação do Projeto Agentes Locais da Inovação do SEBRAE -PE RECIFE 2012 2 INÊZ PEREIRA DE MELO QUEIROZ Gestão da Inovação: A Percepção do Desempenho da Implantação do Projeto Agentes Locais da Inovação do SEBRAE -PE Dissertação apresentada à coordenação do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da Faculdade Boa Viagem. Orientador: Professor Dr. James Anthony Falk RECIFE 2012 3 AGRADECIMENTOS A Deus, por minha vida, pela fé de cada dia, resistência e esperança de que tudo está no controle Dele. A minha primeira família, meu pai Paulo, minha mãe Maria e meu irmão Marcelo, que têm um valor enorme na minha vida e cada um sabe da importância e contribuição que me deram, obrigada por tudo, sem vocês nada teria conquistado. A Christiane por ter me indicado a realizar este mestrado e pelo apoio de alcançar mais um título. Agradeço, imensamente, ao meu marido Gabriel, um homem de todos os momentos da minha vida, sabendo apoiar com amor e paciência. Sem isso eu não teria a tranquilidade necessária para a finalização da jornada. Agradeço a minha filha Luana que, mesmo com os seus pequeninos 5 aninhos, soube compreender e torcer junto comigo, para que eu ganhasse essa “estrelinha” do mestrado. A Senhor Queiroz, Dona Margarida, a Larissa e a Débora pela torcida e pelos momentos com Luana, para que eu estudasse. A Madelan (Malu), o anjo da guarda de Deus que nos apoia e cuida todos os dias. Agradeço imensamente a meu orientador, Professor Dr. James Falk, por cada momento de aprendizado, conselhos e orientações, sem os quais não obteria êxito nessa empreitada. Ao Professor Dr. Walter Moraes por anos de aprendizagem e por ter aceitado fazer parte também, deste sonho. Ao Professor Dr. José Olímpio, por ter aceitado participar da banca examinadora, por cada correção que garantiu a melhoria contínua. Ao SEBRAE de Pernambuco por todo apoio prestado, por meio de entrevistas e materiais, em especial a Péricles Montenegro, muito obrigada pelas horas dedicadas. 4 Às empresas que se dispuseram a contribuir com as pesquisas, recebendo-me com atenção para o sucesso da entrevista. A todos os amigos que ficaram na torcida comigo, em especial Maurício e Alécia. Aos amigos do mestrado da turma 6 e todos os professores e funcionários da FBV. 5 RESUMO A presente pesquisa tem por objetivo geral compreender a percepção do desempenho da implantação do Projeto ALI nos segmentos de Metal Mecânica, Confecção e Gastronomia e Turismo, além de demonstrar os possíveis acertos e erro das empresas estudadas e do Projeto ALI. O Estado de Pernambuco tem apresentado desenvolvimentos, melhorias e crescimentos significativos nos últimos anos, junto a esse novo cenário. As micro e pequenas empresas têm acompanhado este crescimento de perto, como se pode perceber em seu desempenho em diversos setores da nossa economia. A busca dos empresários por novos meios de se tornarem competitivos, empreendedores e inovadores se deve pelo advento no Estado de Pernambuco, ter um conjunto de oportunidades para vários segmentos. Neste sentido, o SEBRAE NACIONAL elaborou um projeto de inovação para as micro e pequenas empresas denominado “Agentes Locais de Inovação (ALI)” com base nos estudos de Sawhney (2006) que se utiliza de 12 dimensões as quais auxiliam as empresas a acharem o caminho para inovar, esta ferramenta sofreu uma adaptação por de Bachmann (2008) incluindo a 13º dimensão chamada “ambiência inovadora”, essa dimensão trata de clima organizacional. Pernambuco tem se destacado neste Projeto ALI por ser o primeiro a ter sido implantado por completo nos anos de 2009 a 2011. Palavra Chave: Gestão da Inovação, Projeto ALI e Micro e Pequena Empresa. 6 ABSTRACT This present research has the general objective of understanding the perception of the executives of micro and small businesses of the industrial segments of Metal Mechanics and Clothing, and the Service Area of Gastronomy and Tourism on the performance of the implementation of Project ALI (Local Innovation Agents), besides demonstrating the possible hits and mistakes of the studied enterprises and of the Project ALI itself. The State of Pernambuco has presented development, improvements and significant growth in many areas during the last years. Micro and small enterprises have been accompanying this growth closely, as it may be seen through its performance in several sectors of our economy. The search of executives for new ways to become competitive, enterprising and innovative is due to the advent in the State of Pernambuco of a set of opportunities provided by several segments. The NATIONAL SEBRAE, for exemple, prepared a project for innovation of the micro and small enterprises called “Local Agents of Innovation-ALI” based on the studies of Sawhney (2006) who uses 12 dimensions of innovation to diagnose and help enterprises find their way to innovation. This tool suffered an adaptation by Bachmann (2008) where a 13th dimension called “innovative ambience” was included that treats organizational climate. Pernambuco has excelled in Project ALI by being the first state to completely introduce the Project during the years from 2009 to 2011. Keywords: Innovation Management, ALI Project and Micro and Small companies. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Ciclo de Vida Econômica do Produto Figura 2: Radar da Inovação LISTA DE QUADROS Quadro 1: Relação objetivos com o roteiro de pesquisa Quadro 02: Metal mecânica bem e pouco sucedida, número de visitas realizadas e satisfação Quadro 03: Metal mecânica bem e pouco sucedida, o motivo da importância do Projeto ALI Quadro 04: Metal mecânica bem e pouco sucedida, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação Quadro 05: Metal mecânica bem e pouco sucedida, forma de criação de novas ideias na empresa Quadro 06: Metal mecânica bem e pouco sucedida, recomendações do agente para as empresas, após realização do diagnóstico Quadro 07: Metal mecânica bem e pouco sucedida, Recomendações do agente para realização de cursos no SEBRAE Quadro 08: Metal mecânica bem e pouco sucedida, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto Quadro 09: Metal mecânica bem e pouco sucedida, após a implementação, o que a empresa conquistou. Quadro 10: Metal mecânica bem e pouco sucedida, impacto externo Quadro 11: Metal mecânica bem e pouco sucedida, nota e sugestões de melhoria para o Projeto ALI 8 Quadro 12: Gastronomia bem e pouco sucedida, número de visitas realizadas e satisfação Quadro 13: Gastronomia bem e pouco sucedida, O motivo da importância do Projeto ALI Quadro 14: Gastronomia bem e pouco sucedida, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação Quadro 15: Gastronomia bem e pouco sucedida, Criação de novas ideias Quadro 16: Gastronomia bem e pouco sucedida, recomendações do agente para as empresas, após realização do diagnóstico Quadro 17: Gastronomia bem e pouco sucedida, recomendações do agente para que os empresários fizessem os cursos no SEBRAE Quadro 18: Gastronomia bem e pouco sucedida, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto Quadro 19: Gastronomia bem e pouco sucedida, após a implementação o que a empresa conquistou Quadro 20: Gastronomia bem e pouco sucedida, impacto externo Quadro 21: Gastronomia bem e pouco sucedida, nota e sugestões de melhoria para o Projeto ALI Quadro 22: Confecção bem e pouco sucedida, número de visitas realizadas e satisfação Quadro 23: Confecção bem e pouco sucedida, o motivo da importância do Projeto ALI Quadro 24: Confecção bem e pouco sucedida, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação Quadro 25: Confecção bem e pouco sucedida, forma de criação de novas ideias na empresa Quadro 26: Confecção bem e pouco sucedida, recomendações do agente para as empresas, após feito o diagnóstico Quadro 27: Confecção bem e pouco sucedida, Recomendações do agente para realização de cursos no SEBRAE 9 Quadro 28: Confecção bem e pouco sucedida, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto Quadro 29: Confecção bem e pouco sucedida, após a implementação o que a empresa conquistou Quadro 30: Confecção bem e pouco sucedida, impacto externo Quadro 31: Confecção bem sucedida, nota e sugestões de melhoria para o Projeto ALI Quadro 32: Os três setores bem sucedidos, número de visitas realizadas e satisfação Quadro 33: Os três setores bem sucedidos, o motivo da importância do Projeto ALI Quadro 34: Os três setores bem sucedidos, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação Quadro 35: Os três setores bem sucedidos, criação de novas ideias Quadro 36: Os três setores bem sucedidos, recomendações do agente para as empresas, após realização do diagnóstico Quadro 37: Os três setores bem sucedidos, recomendações do agente para realização de cursos no SEBRAE Quadro 38: Os três setores bem sucedidos, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto Quadro 39: Os três setores bem sucedidos, após a implementação o que a empresa conquistou Quadro 40: Os três setores bem sucedidos, impacto externo Quadro 41: Os três setores bem sucedidos, nota e sugestões de melhoria para o projeto ALI Quadro 42: Os três setores pouco sucedidos, número de visitas realizadas e satisfação Quadro 43: Os três setores pouco sucedidos, o motivo da importância do projeto ALI Quadro 44: Os três setores pouco sucedidos, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação 10 Quadro 45: Os três setores pouco sucedidos, forma de criação de novas ideias na empresa Quadro 46: Os três setores pouco sucedidos, recomendações do agente para as empresas, após realização do diagnóstico Quadro 47: Os três setores pouco sucedidos, recomendações do agente para realização de cursos no SEBRAE Quadro 48: Os três setores pouco sucedidos, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto Quadro 49: Os três setores pouco sucedidos, após a implementação o que a empresa conquistou Quadro 50: Os três setores pouco sucedidos, impacto externo Quadro 51: Os três setores pouco sucedidos, nota e sugestões de melhoria para o projeto ALI LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ALI: Agentes Locais de Inovação Anpei: Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras BNDS : Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social FBV : Faculdade Boa Viagem FINEP : Financiadora de Estudo e Projeto IP : Intellectual Property MCTI : Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação MPE : Micro e Pequena Empresa PIB : Produto Interno Bruto PII : Plano de Investimento da Inovação P&D : Processo e Desenvolvimento 11 SEBRAE : Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas OECD : Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico LISTA DE APÊNDICES Apêndice A - Roteiro de Entrevista 12 SUMÁRIO 1. PROBLEMA ....................................................................................................................... 14 1.1 Introdução ......................................................................................................................... 14 1.2 Objetivos ............................................................................................................................ 18 1.3 Justificativa ....................................................................................................................... 19 2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 22 2.1. Inovação............................................................................................................................ 22 2.2. Gestão da Inovação .......................................................................................................... 35 2.3 Projeto Agentes Locais da Inovação (ALI) .................................................................... 38 3. METODOLOGIA............................................................................................................... 40 3.1 Procedimentos Metodológicos ......................................................................................... 40 3.2 Tipo de pesquisa .............................................................................................................. 42 3.3 Amostra ............................................................................................................................. 44 3.4 Instrumento de Coleta de Dados .................................................................................... 46 3.5 Processo de coleta de dados ............................................................................................. 47 3.6 Análise dos Dados ............................................................................................................ 47 4. RESULTADO ..................................................................................................................... 49 4.1 Análise por setor de atividade bem sucedido e pouco sucedido ................................... 50 4.1.1 Setor de Metal Mecânica ............................................................................................... 50 4.1.2 Setor de Gastronomia .................................................................................................... 60 4.1.3 Setor de Confecção ........................................................................................................ 70 4.2 Análise dos setores metal mecânica, gastronomia e confecção, bem sucedidos .......... 80 4.3 Análise dos setores metal mecânica, gastronomia e confecção, pouco sucedidos ...... 91 5. CONCLUSÃO................................................................................................................... 102 5.1. Sugestões de Pesquisas Futuras .................................................................................... 105 13 5.2 Limitações da Pesquisa .................................................................................................. 105 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 106 7. APÊNDICES ..................................................................................................................... 109 14 1. PROBLEMA 1.1 Introdução Percebe-se no mercado a necessidade frenética de ocupar espaço mercadológico, seja da concorrência ou de cliente. Essa busca teve início com o advento da gestão da qualidade. A sua consolidação foi especialmente durante as décadas de 80 e 90, elevando as empresas a um patamar de eficácia operacional e profissionalização (SCHERER e CARLOMAGNO, 2009). O mercado demonstrava também a forte tendência ao que se denomina de isomorfismo, provocado pela imitação e adoção de padrões de gestão a fim de causar uma diminuição nos custos e uma qualificação para o aumento na competição entre concorrentes. Sendo assim, o novo desafio passou a ser a necessidade de as empresas saírem na frente das demais para minimizar a competitividade, começando, desse modo, uma abertura de espaço para a inovação. Com base nos dados da Revista Valor Especial, pode-se afirmar que desde 2004, quando a Lei na Inovação foi promulgada, uma verdadeira transformação aconteceu no ambiente de pesquisa e desenvolvimento, com maior integração da academia e da iniciativa privada, quando o orçamento saltou de 1,26% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2003, para 1,62% em 2010. Ainda com os dados da revista, pode-se afirmar que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), constatou um crescimento real da economia cujo montante de aportes atingiu R$ 60,9 bilhões em 2010 ( 46% aplicados pelas empresas). 15 Hoje já se identificam vários incentivos ficais auxiliando os empresários de micro e pequenas empresas que se interessam por inovação, nas organizações, com de intuito proporcionar aos executivos condições de aquecer o mercado, além de não perder espaço para um mundo globalizado. Uma oportunidade para o empresário é o financiamento do BNDES que oferece o Plano de Investimento da Inovação (PII), que tem o objetivo de capacitar micro e pequenas empresas a realizarem inovação de forma contínua e estruturada. Esse é um dos incentivos disponíveis ao empresário, pois desde o início deste século que o país tenta formular diversas iniciativas no âmbito da política para ver se alavancava a capacidade de inovação das empresas brasileiras. Um dos maiores incentivadores desses planos do governo é o SEBRAE Nacional, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Trata-se de uma entidade privada sem fins lucrativos criada em 1972, por meio de parcerias com os setores públicos e privados. Estudos da Associação Nacional das Empresas Inovadoras (Anpei), junto com o SEBRAE, apontam que 70% das micro e pequenas empresas (MPE) reconheciam que inovar era uma das formas mais importantes para concorrer, e que as empresas que inovavam conseguiam crescer mais, em média, 20% ao ano (SEBRAE, 2010). O SEBRAE promove programas de capacitação, estímulo ao associativismo, desenvolvimento territorial e acesso de mercado. Trabalha pela diminuição da carga tributária e burocrática para facilitar a abertura de mercado e ampliação de acesso ao crédito, à tecnologia e à inovação das micro e pequenas empresas. Preocupados com as novas regras do mercado em relação à inovação e à competitividade para as MPE, o SEBRAE (2010) estabeleceu, como uma de suas 16 diretrizes estratégicas, o Projeto Agentes Locais da Inovação (ALI) que tem como objetivo levar o conhecimento aos empresários a respeito da inovação, proporcionando à cultura da inovação, à realidade das micro e pequenas empresas de Pernambuco, com isso promovendo o aumento na capacidade competitiva das empresas. É um grande investimento a se fazer internamente nas empresas, caso queiram crescer continuamente, superar crises, enfim, se manter no mercado do século XXI. Porém, é necessário para ter bons resultados que haja alterações nos processos do modelo de gestão, o que resulta muitas vezes em migrar para o modelo de gestão da inovação. Inúmeras pesquisas realizadas por empresas1 de consultoria constataram que: 70% dos executivos afirmam que a inovação é a prioridade máxima em suas empresas (MCKINSEY, 2007); Menos de um quarto dos executivos acredita que eles dominam completamente a arte de obter valor, a partir da inovação (ADL, TUCKER, 2008); 63% das empresas usam menos de cinco medidas da inovação, sendo a principal o acompanhamento dos gastos em projetos e inovação (BCG Boston Consulting Group, 2005). Com base nos estudos mencionados, entende-se que os empresários se preocupam com a importância de implantar a inovação no ambiente interno do trabalho e tê-la como estratégia competitiva. Desse modo, pode- se afirmar que as empresas não adotam práticas consistentes de inovação, não preparam seus líderes e não possuem maneiras de medir o processo da inovação. (SCHERER E CARLOMAGNO, 2009) 1 Citado por SCHERER; CARLOMAGNO, 2009, P. 3-4. 17 Gary Hamel e Liisa Välikangas, em um artigo publicado para Harvard Business Review, 2007, afirmam que “A capacidade de adaptação depende da variedade. Quanto maior a variedade de ações disponíveis a um sistema, tanto maior será a variedade das perturbações que terá que lidar.” Ademais, para contextualizar o estudo, é interessante relatar o que Judith A. Ross, (2007) em seu artigo “Inovação Interna”, afirma que alguns elementos chaves são fundamentais para construir um compromisso permanente com a inovação dentro da empresa, destacando-se um modelo de compromisso feito de comum acordo, a disponibilidade de contribuições iniciais e a existência de estruturas capazes de incentivar a experimentação e suportar os fracassos, além da capacidade de medir o valor da inovação. Estes são os elementos necessários para garantir um ambiente propício para a inovação. O SEBRAE procura executar o programa com base nesses elementos-chave, nas empresas de vários segmentos em Pernambuco e apresenta diversas ações para que cada micro ou pequeno empresário alcançasse melhorias em busca da inovação continuada. O diagnóstico final do programa demonstrou que as empresas estão muito defasadas em termos de gestão de inovação. Acreditando que um estudo detalhado da realidade atual das pequenas e micro empresas de Pernambuco, especialmente depois do diagnóstico e da formulação de sugestões de ações de melhorias para cada setor trabalhado pelo SEBRAE, esta dissertação pretende responder à seguinte pergunta de pesquisa: Qual a percepção dos gestores das micro e pequenas empresas dos segmentos metal mecânica, confecção, e gastronomia e turismo a respeito da implementação do projeto Agentes Locais da Inovação (ALI) do Sebrae-PE? 18 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Conhecer a percepção dos gestores de empresas de micro e pequeno porte sobre o desempenho da implementação do Projeto ALI, no Sebrae de Pernambuco. 1.2.2 Objetivos Específicos 1. Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI; 2. Levantar o nível de conhecimento dos gestores das empresas estudadas, a respeito do conceito e dos diversos tipos de inovação; 3. Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI; 4. Descrever o impacto alcançado pela implementação Projeto ALI da consultoria do Sebrae/PE, internamente na empresa e externamente na comunidade. 5. Comparar as práticas desenvolvidas nas empresas que foram bem sucedida e pouco sucedidas no projeto de inovação ALI do Sebrae/PE. 19 1.3 Justificativa 1.3.1 Justificativa Teórica Para se tornarem mais competitivos e não entrarem na conhecida taxa de mortalidade, as empresas precisam se organizar internamente. Para isso, o SEBRAE/ PE está usando a metodologia Radar da Inovação que foi desenvolvida pela Kellogg School of Management apresentada pelo Professor Mohanbir Sawhney e seus colaboradores. Estudos afirmam no Manual de Oslo que tudo o que for implantado ou significativamente alterado em uma empresa e que dê retorno financeiro e gere satisfação aos clientes pode ser considerado como inovação. (MANUAL DE OLSO, 2005) Sendo assim, o estudo de Sawhney ( 2006) mostra aos empresários através do Radar da Inovação 12 dimensões para alcançar a Inovação, sendo assim é importante analisar se o estudo proporciona aos empresários mais oportunidades de adequar-se a alguma das dimensões, aumentando assim as oportunidade para os empresários. Associado ao complemento que Bachamann (2008) fez incluindo a 13º dimensão a mesma é chamada de “ambiência inovadora”, sendo responsável por medir o clima organizacional propício a inovação. A importância desse estudo da gestão de inovação, primeiramente para se conhecer a metodologia Radar da Inovação aplicada pelo Projeto ALI nas micro e pequenas empresas é viável para conseguir alcançar o objetivo de empresa com gestão voltada para a inovação. É importante que os empresários atuais conheçam a metodologia que leva a organização a atingir um escore melhor de uma gestão da inovação propriamente dita. 20 Este estudo visa justamente descrever as práticas adotadas de bem sucedidas e pouco sucedidas das MPEs que implementaram o modelo de gestão a partir do projeto desenvolvido pelo SEBRAE/PE. Tratar da gestão da inovação nas micro e pequenas empresas (MPEs) vinculadas ao Projeto ALI (agente local da inovação) do SEBRAE irá contribuir com o aumento da competitividade das empresas por, justamente, estudar as práticas boas adotadas que levaram para o sucesso do empreendimento de implementação de gestão da inovação, ou as práticas não tão boas que levaram ao fracasso. 1.3.2 Justificativa Prática O Governo Federal investe em empresas através de incentivos para desenvolver a inovação e um dos facilitadores é o SEBRAE NACIONAL, levando aos empresários apoio adicional e de baixo custo. Atualmente, grande parte das empresas ainda não sabe qual o melhor caminho a percorrer e muitas vezes não conhece os processos e indicadores internos que demonstram a necessidade para a inovação, para tornar-se mais competitiva e agregando valor em seus produtos e/ou serviços, mas reconhecem que é importante trazer para dentro de suas organizações a gestão da inovação. Do ponto de vista prático, este trabalho contribui por apresentar a percepção de empresários que vivenciaram a implantação do Projeto ALI por meio de uma metodologia estudada e acompanhada pelo SEBRAE de Pernambuco, para o crescimento da inovação nas empresas que tem o intuito de alcançarem as empresas com gestão de inovação bem sucedida. 21 Outro aspecto são os pontos do estudo que será desenvolvido, considerando os acertos e erros de outras micro e pequenas empresas dos segmentos estudados. Podemos considerar também como relevante conhecer o impacto interno que este projeto causou na empresa e como o empresário lida com esse novo contexto. 22 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Inovação O tema inovação tomou uma proporção de escala mundial nos últimos anos e as iniciativas para inovar se originam dos mais diversos lugares, como por exemplo: do governo através de incentivos fiscais, da academia apoiando desenvolvimento de pesquisas e das iniciativas privadas. Um dos estudiosos pioneiros no tema foi Joseph Alois Schumpeter, economista e cientista político, que propôs em seu livro Capitalismo, Socialismo e Democracia, 1985, o conceito da destruição criativa afirmando: “... incessantemente destruindo a velha, incessantemente criando uma nova. Este processo de destruição criativa é o fato essencial acerca do capitalismo.” (SCHUMPETER, 1985, p. 82). A partir desse conceito foram criados muitos estudos sobre inovação. As interpretações normalmente convergiam para a importância de destruir o velho e criar o novo, desde já incentivando estudiosos, empresários ou governos a se reposicionarem diante de uma nova perspectiva perante o mercado, o capitalismo. Shumpeter (1985) também defende uma ideia diferente dos economistas neoclássicos. Ele acredita que a tecnologia pode ser um bem disponível a todos e que a competitividade estava diretamente ligada às atividades inovadoras que eram mobilizadas pelo empreendedor ou pelo desenvolvimento da empresa ou até mesmo pelos laboratórios de pesquisa. 23 Para o autor, há uma diferença entre invenção e inovação. A invenção é toda a descoberta que não gera retorno financeiro, só passando a ser inovação se houver aceitação de mercado e retorno financeiro. Importante trazer a atenção para alguns conceitos clássicos que levam a um melhor discernimento sobre inovação. No estudo de Scherer e Carlomagno (2009), o processo de melhoria se caracteriza por uma ação com um baixo grau de novidade, onde há possibilidade de medir os resultados. É comum haver trocadilhos conceituais entre melhoria e inovação. Erroneamente, o mercado entende que uma alteração de um processo interno da organização ou uma modificação de um piso antideslizante na entrada da fábrica poderiam ser inovações desde que não se caracterize como tal e sim como uma melhoria. Foi assim que os empresários começaram a trabalhar em busca da competitividade. Geralmente ela é vista de forma positiva pelos empresários por exigir um reposicionamento e por estar atualizada com as possíveis estratégias que possam impulsionar a um novo e melhor cenário. Carvalho (2009) afirma que na década de 1980 reinaram os critérios competitivos qualidade e custo, aos quais se somaram a flexibilidade, confiabilidade e rapidez nas décadas seguintes. No século XXI, é a inovação que desponta como um fator chave para a criação de valor. Garcia e Calantone (2002) afirmam que a inovação é um processo que compreende o desenvolvimento tecnológico combinado com a introdução no mercado dessa inovação, mediante a sua adoção e difusão. Para eles, o processo de inovação é interativo por natureza e assim, automaticamente, inclui a primeira introdução de uma nova inovação e a reintrodução de uma inovação melhorada. 24 Para que o mercado e os estudos pudessem ter um ponto de partida sobre o conceito de inovar foi realizado um trabalho de pesquisa durante os anos 1980 e 1990 para a elaboração de um modelo de estruturas de análise e estudos de inovação, dando início ao Manual de Oslo. Assim, foi instituída a primeira edição do chamado Manual de Oslo (1992) publicada pela OECD2. Esta publicação fornece diretrizes e medições das atividades científicas e técnicas, propostas para coleta e interpretação de dado sobre inovação tecnológica. Ela estava mais centrada na inovação tecnológica de produtos e processos (TPP) na indústria de transformação. Assim: Inovação Tecnológica em Produtos e Processos (TPP) compreende as implantações de produtos e processos tecnologicamente novos e substanciais melhorias tecnológicas em produtos e processo. Uma inovação TPP é considerada implantada se tiver sido introduzida no mercado (inovação de produto) ou usada no processo de produção (inovação de processo). Uma inovação TPP envolve uma série de atividades científicas tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais. (OECD,1997, p.130) Pesquisas adicionais foram feitas para que se examinassem a natureza e os impactos no setor comercial. Uma dessas pesquisas foi realizada pelo European Community Innovation Survey apresentando resultados com um maior detalhamento e refino na estrutura do Manual de Oslo. A nova pesquisa gerou novos conceitos, definições e metodologia. Foi quando houve a inclusão do setor de serviço, que foi posta no mercado na segunda edição do manual em 1997. Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. (OECD,2005,P.46) 2 Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. 25 Cada vez mais as pesquisas foram se aperfeiçoando, novas necessidades de mercado e políticas foram surgindo, resultando em uma terceira edição do Manual de Oslo, em 2005. Um dos pontos altos desta revisão foi a expansão de abordagem para dois importantes assuntos: inovação de marketing e inovação organizacional. É importante ressaltar, nesta edição de 2005, a preocupação com a dimensão sistêmica da inovação, mensuração dos insumos e resultados da inovação e melhoria dos métodos de coleta de dados. Ainda na terceira edição Lam (2005, p. 17) apud Manual de Oslo (2005), enaltece o papel da inovação organizacional com a seguinte frase: “Os economistas supõem que a mudança organizacional é uma resposta a uma mudança técnica, quando de fato a inovação organizacional poderia ser uma condição necessária para a inovação técnica." As inovações organizacionais não são apenas um fator de apoio para as inovações de produto e processo; elas mesmas podem ter um impacto importante sobre o desempenho da empresa. Inovações organizacionais podem também melhorar a qualidade e a eficiência do trabalho, acentuar a troca de informações e refinar a capacidade empresarial de aprender, utilizar conhecimentos e tecnologias. É possível identificar o crescimento gradativo a respeito do conceito da inovação se complementando e suprindo, na medida do possível, as necessidades e desenvolvimentos do mercado frenético e competitivo. Coral, (2008, p. 2) afirma que: “A importância da inovação pode ser estabelecida, entre outros aspectos, com base no ciclo de vida do produto.” Conforme apresentado na figura 1: 26 Fonte: Adaptada de Patterson e Lightman,(1993) apud Coral, et al, (2009) Figura1: Ciclo de Vida Econômica do Produto A figura retrata o ciclo de vida do produto desde suas fases de desenvolvimento até o seu crescimento comercial, quando o novo produto atinge a maturidade e começa a fase de retorno sobre o capital investido. Esta última fase garante que o novo produto seja uma inovação, de fato, e não apenas um simples invento sem aceitação do mercado. Como todo produto, pode haver um certo tempo até iniciar-se a fase de declínio. (CORAL, 2008) A compreensão desta figura ajuda o empresário a perceber a fase que pode estar vivenciando na organização, como também a prever o estágio que sofrerá em seguida, dando-lhe a oportunidade de, a cada ciclo vivenciado, trazer â tona algum novo tipo de inovação, até mesmo porque a cada ciclo haverá influências internas e externas diferentes. Acredita- se que assim o empresário poderá estar à frente do seu concorrente, mais bem preparado para mudanças do próprio mercado e melhorando a competitividade. Com certeza, vão existir novos concorrentes no mercado. E com a entrada de novas tecnologias, haverá o surgimento de novas exigências e influências da globalização nos 27 mercados onde os produtos brasileiros competem com produtos de toda parte do mundo, podendo ser mais competitivos em preço. Os estudos para a inovação estão cada vez mais aprofundados em busca de se manterem atuais, em um mercado exigente e cada vez mais diferenciado. O Governo Brasileiro vem promovendo estudos, campanhas e ações para entender os conceitos e assim poder promover estratégias que auxiliem as empresas interessadas. 2.1.1. Tipo de Inovação Para que haja maior compreensão do tipo de inovação que deve ser usada na organização, cabe aos gestores conhecerem de forma clara e consistente, quais as estratégias de negócios da empresa, alinhadas ao perfil de atuação, à intenção de crescimento e à parcela de participação de mercado. Esse conhecimento mais profundo do gestor a respeito do próprio negócio é importante, como proposto em um artigo de Gary Hamel e Alejandro Sayago (2007, p 29) na Harvard Business School. Os autores afirmam que “descrever as iniciativas altamente bem-sucedidas de sua própria organização para assegurar a inovação como parte integrante do DNA da empresa e da consciência de cada funcionário”. É importante que haja o conhecimento dos tipos de inovação, auxiliando assim esta compreensão. O Manual de Oslo, em sua segunda edição de 1997, fez uma distinção sobre grau de novidade, quando considerou que o novo para o mundo teria um grau máximo de novidade, novo para um país ou região teria um grau intermediário e novo para a empresa teria um grau mínimo. 28 Esta é uma observação válida sobre as principais características e tipologias de inovação. É necessário conhecer o grau de novidade da inovação. Alguns estudos, inclusive, tem uma preocupação em analisar a relação entre o grau de novidade da inovação e o seu impacto na organização. Nos estudos de Carvalho (2009) observou-se que uma das tipologias mais difundidas foi proposto, por Schumpeter, 1934, onde descreve dois níveis: radical e incremental. Para ele, as inovações radicais provocam grandes mudanças no mundo e as inovações incrementais provocam um processo contínuo de mudança. Para HBE, (2003, p 07) apud Coral et al (2008, p 03) “a inovação radical inclui produtos ou processos cujas características, atributos ou uso que difiram significativamente, se comparados com os produtos e processos existentes”. No que diz respeito à inovação radical, como o próprio nome já afirma, haverá grandes transformações em processos produtivos, produtos novos que influenciam no comportamento do consumidor, como foram os casos da entrada no mercado do meio de comunicação móvel. Essas inovações impactaram não só nos clientes assim com nas indústrias, fornecedores, distribuidores e até na economia de determinados segmentos de mercado. Por outro lado, a inovação incremental normalmente é entendida como sendo a melhoria de produto ou processo existente, cujo desempenho tenha sido significativamente melhorado ou a reconfiguração de uma tecnologia já existente, para outro propósito. Posteriormente, foram inclusos mais três conceitos para o que pode ser chamado de originalidade das inovações: nova para o mercado, nova para o mundo e inovações capazes de provocar rupturas OECD,(1999, p.24). 29 Outros autores, como Chistensen (1997), por exemplo, defendem uma nomenclatura do grau de inovação por sustentação e ruptura. Freeman (1994) menciona o grau sistêmico, principal, menos incremental e sem registro, enquanto Kleinshmidt e Cooper (1991) apud Carvalho (2009) utilizam a classificação de novidade baixa, moderada e alta. No início do século XXI, Chesbrough (2002) apresentou uma nova abordagem do processo de inovação. O autor caracteriza dois tipos de processo: a inovação aberta (open innovation) e a inovação fechada (close innovation). Esse novo critério de inovação aberta representa uma mudança drástica na forma de gerenciar inovação, porque utilizando esse critério a empresa tem foco em novos mercados. Uma organização comercializa não só suas próprias ideias, mas as de outras empresas também. O autor acredita que esse meio de inovação faz com que as empresas tenham maior mobilidade de trabalhadores intelectuais e maior disponibilidade de capital de risco (venture capital), ajudando assim a financiar novas empresas. Nas palavras de Chebrough (2002, p. 67) “A inovação aberta permite combinar ideias, que não são aderentes ao mercado atual, as tecnologias externas, para alavancar seu potencial em novos mercados.” Para a inovação fechada, Chebrough (2002, p. 67 ) entende que “se você quer fazer algo certo, faça você mesmo”, pois com essa inovação existe um maior controle sobre todo processo de inovar, desde a concepção da idéia, o seu desenvolvimento até chegar ao mercado. Em contrapartida, há maior investimento de P&D (Projeto e Desenvolvimento) e uma maior proteção da propriedade intelectual (intellectual property – IP) com o intuito de 30 impedir que os concorrentes se apropriem de seu esforço de inovação (CHESBROUGH, 2002). 2.1.2. Radar da Inovação Estudos realizados na Kellog School of Management por Sawhney (2006) classificam a inovação quanto à dimensão denominando-a de radar da inovação. A idéia é fazer o gestor pensar em quais dimensões do negócio ele quer inovar. Mas para que esta decisão seja produtiva, é importante serem levados em conta as limitações de recursos e o controle de risco. O radar da inovação é composto por quatro polos e dentro destes quadrantes ocorrem mais três divisões, formando um radar de 12 dimensões da inovação. Os polos fundamentais centrais estão baseados nas quatro perguntas básicas de inovação, em Inglês: What, Who, How e Where.. O polo What é o polo dedicado aos termos de produtos ou serviços novos. Who vai indicar qual o cliente a ser atendido com a inovação ou mesmo, qual o cliente novo. O polo How trabalha com os processos que serão utilizados como inovação na produção ou oferta de serviços. Por último, o polo Where indica os pontos de presença ou mercado onde os produtos ou serviços serão ofertados. Todas as dimensões estão mais detalhadas a seguir: 2.1.2.1 Inovação de Oferta (What) consiste no desenvolvimento de novos produtos e serviços que agreguem valor para os consumidores, constituindo uma das formas mais tradicionais de inovação; 2.1.2.2 Inovação de Plataforma dá-se através da construção de algum produto ou serviço, pois daí é montado um portfólio que servirá como base, 31 possibilitando a outras empresas lançar uma variedade de tipos ou modelos, em caso de produto, customizando as necessidades específicas dos consumidores; 2.1.2.3 Inovação de Solução consiste na criação de ofertas integradas e customizadas de produtos, serviços e informações para oferecer soluções e alternativas de amplo espectro; 2.1.2.4 Inovação de Clientes (Who) ocorre quando se descobre as necessidades que nem o próprio consumidor sabe quais são, podendo ser do segmento do negócio já existente ou ampliando para uma possível necessidade de mercado; 2.1.2.5 Inovação na Experiência do Consumidor é uma forma de buscar um relacionamento mais profundo com o próprio consumidor, pois ele estaria ampliando esta relação, aguçando os sentidos de audição, visão e outras sensações. Essa interação aumenta quando os consumidores trocam experiências, quando usam esse produto ou serviço; 2.1.2.6 Inovação na Captura de Valor tem como foco o redimensionamento e geração de novas fontes de receita, criando novas formas de preço e pacotes de serviços; 2.1.2.7 Inovação de Processo (How) incentiva a criação de um redesenho dos principais processos operacionais a fim de ampliar a eficiência e aumentar a produtividade; 2.1.2.8 Inovação na Organização consiste na busca de novas formas de estruturar a empresa e redesenhar o papel dos colaboradores e parceiros; 32 2.1.2.9 Inovação na Cadeia de Fornecimento busca, pelo redimensionamento das operações que agregam valor ao produto, ajustar as atividades de todos os agentes envolvidos no processo de fabricação e prestação de serviço; 2.1.2.10 Inovação de Presença (Where) procura recriar os canais de distribuição para aproximar a empresa do cliente através da presença em novos pontos de venda; 2.1.2.11 Inovação de Relacionamento promove a interação de clientes e parceiros para o oferecimento de uma solução mais competitiva; 2.1.2.12 Inovação de Marca consiste na criação de novos contextos e aplicações para a marca. Fonte: Scherer e Carlomagno,2009 Figura 2: Radar da Inovação A proposta da Kellog School of Management de utilização deste radar da inovação nas empresas é dividi-la em três etapas com funções específicas cada uma. São elas: 33 1. Identificação do perfil da inovação atual O importante nesta etapa é identificar qual o momento atual do perfil de inovação da empresa e, a partir daí, visualizar qual a sua significância, qual a intensidade, a interdependência e dimensão e com essas informações fazer emergir uma figura que traduza o perfil de inovação existente na empresa. Com esse diagnóstico, é possível fazer futuramente analogias com os concorrentes. Além do mais, é muito importante prover o entendimento das mudanças futuras, necessárias na estratégia de inovação da empresa. 2. Análise do perfil de inovação do setor / concorrentes Esta etapa consiste na utilização do desenho do perfil de inovação dos principais concorrentes ou do setor de oportunidades de diferenciação. Nesta utilização irá se enaltecer um conjunto de tipos de inovação mais significativos durante um bom período. É importante afirmar que os questionamentos dessa estratégia de inovação podem abrir oportunidades de inovação em outras dimensões, gerando assim novos resultados para a empresa inovadora. 3. Definição da estratégia de inovação O terceiro e último passo na utilização do radar consiste na definição dos tipos de inovação intencionados. Esses tipos irão guiar o empresário para obter geração de ideias e seleção de experimentos futuros na empresa. Com tudo isto o empresário poderá ter a forma mais clara, a situação atual e a situação idealizada, podendo assim desenvolver as iniciativas necessárias para o alcance de uma estratégia. Um dos pontos de atenção que se deve ter com a aplicação do radar da inovação é o conjunto de patologia identificada em empresa inovadora. Essas patologias podem ter 34 relação com a intensidade que ocorre quando a empresa foca apenas em buscar melhorias e, assim, perde o foco de criar forças para a competitividade e outras possíveis contribuições que a inovação pode proporcionar. Outra patologia é a de dimensão, quando o empresário foca em apenas uma das 12 dimensões de inovação do radar. Essa patologia é comum quando o empresário tem sucesso com uma determinada inovação e muitas vezes fica depositando forças na mesma inovação e perde a oportunidade de ver se os concorrentes estão em outra dimensão, ou se o mercado busca por empresas desenvolvendo outros negócios. Por fim, há patologia de portfólio das inovações. Essa acontece quando a empresa não estabelece nenhuma articulação entre as diferentes iniciativas de inovação nela existentes. Neste caso, o empresário perde por não estabelecer um relacionamento entre os diferentes tipos de dimensão de negócio que poderiam gerar uma inovação mais robusta. O que pode acontecer, também, é não haver relacionamento entre iniciativas de curto e longo prazo. Não se pode deixar de relatar que as patologias descritas acima servem de alerta para aquelas empresas que querem superar os desafios e vencer por meio da inovação. O empresário que tem o cuidado com cada uma das patologias por conseguir minimizar a chance de fracasso na gestão da inovação além de conseguir ampliar o potencial de geração de grandes oportunidades. O ponto forte da utilização do radar da inovação é que ele permite a integração de todos os tipos de inovação em uma só ferramenta para evidenciar o diagnóstico bemchmark e a definição de uma estratégia. Essa integração dos 12 tipos de inovação facilita para o empresário perceber quais as possibilidades existentes para inovar, assim como pode ampliar os seus negócios através do incentivo de geração de ideias. 35 2.2. Gestão da Inovação Nos estudos de Carvalho (2009), foi observado que a maioria do conhecimento necessário para desenvolver a inovação nas organizações de empresas nos países que se destacavam no cenário internacional não vinha diretamente das universidades e dos centros técnicos das indústrias, mas sim de outras forças, tais como clientes, produção e marketing. Isto levava a crer que o foco tinha que vir de como integrar todas as contribuições em um conceito de processo de inovação, em um sistema de inovação. O termo sistema da inovação foi introduzido por Lundvall (1985). O conceito passou a ser usado nas comparações internacionais entre estilos de gestão da inovação das nações, passando a ser conhecido por sistema nacional de inovação. Em Scherer (2009), encontra-se a afirmação que: Para uma empresa desempenhar uma posição competitiva é importante incorporar a inovação na sua estrutura fisiológica, definido em três princípios básicos: 1. A inovação deve ser um processo continuado e não episódico; 2. A inovação deve ser um processo gerenciado, ela pode começar tanto na criatividade como no caos, e em seguida deriva para um processo estruturado com definições estratégicas e monitoramento de resultados, aproximando-se até de outros conceitos já consolidados no meio da gestão empresarial, como política de recursos humanos e gestão da qualidade; 3. Por fim, a inovação deve ser feita por métodos e ferramentas específicas. 36 É importante que o empresário tenha os devidos cuidados com a gestão da inovação, procurando envolver todos os setores, comprometendo os funcionários ou até formando núcleos de inovação. Geisler e Coral (2008, p. 45), corroboram, afirmando que: a inovação é um processo que perpassa toda a organização e por isso, a integração e o trabalho conjunto de áreas distintas são fundamentais para o sucesso de um sistema de gestão voltado ao desenvolvimento de novos desenvolvimentos. O primeiro passo para implementar um processo de gestão da inovação na empresa é estabelecer uma estrutura organizacional adequada. Para que esta estrutura seja conquistada com êxito, Coral (2009) sugere a realização de um diagnóstico da organização, cujo propósito é avaliar sua situação atual, destacando seus pontos fortes e as principais oportunidades de melhoria relacionadas à inovação. 2.2.1. Vantagens e Desvantagens da Gestão da Inovação Vantagens organizacionais são sucessos que agregam valor trazendo para a empresa um posicionamento competitivo em relação aos demais concorrentes, em gestão da inovação. Um dos pontos relevantes para se obter este sucesso é a forma como se planeja a gestão da inovação na organização. Em Coral, Ogliari, Abreu (2009), a inovação das empresas demanda um conjunto de fatores adicionais necessários para sua implementação. São eles: a) a cultura organizacional para apoiar a criatividade; b) a participação comprometimento; dos colaboradores gerando, assim, maior envolvimento e 37 c) mobilização de equipe servindo como divulgadores e garantindo uma comunicação eficiente; d) um sistema de recompensas com base em resultados produzidos como forma de motivação dos criadores de novas ideias aceitas para implementação; e) a preocupação com o entendimento do mercado sempre visando atender às necessidades do cliente em primeiro lugar; f) monitoramento constante e contínuo da tecnologia visando aproveitar as novidades nos produtos e processos da empresa; g) captação de recursos externos para viabilizar a fase de desenvolvimento dos novos projetos; h) maior gerenciamento de uma carteira de inovações equilibrada e baseada em critérios de priorização para garantia da melhoria dos produtos existentes enquanto viável e o desenvolvimento de novos produtos no período mais propício para seu lançamento, i) e um constante planejamento para a solução de problemas. Os pontos citados acima visam estabelecer uma visão sistêmica no desenvolvimento interno e externo, como por exemplo: novos produtos e processos, ajudando a empresa a visualizar novas oportunidades, com otimização de tempo e lucro. É possível ver nos estudos de Fleury e Fleury (2008) um ponto forte que vem a contribuir de forma positiva. É que a importância da aprendizagem no sistema de gestão de inovação esteja associada e balizada pela aprendizagem na empresa como um todo e que isso implica a busca da integração organizacional para atingir objetivos compartilhados, seguindo uma estratégia para a qual organizacional sabem como contribuir. cada pessoa e cada unidade 38 No artigo O Risco é o custo da inovação? de Plotkin (2007, p.89) escrito para Harvard Business School, diz-se que: “ Administradores experientes afirmam que a melhor alternativa de estabelecer os devidos limites é combinar uma política claramente definida que anteveja os equívocos com um programa de premiação dos que tiveram sucesso.” Assim como podemos ainda visualizar em Fleury e Fleury (2008), o maior desafio está na identificação dos fatores críticos de sucesso no mercado competitivo no qual a empresa se lançou e na busca da melhor combinação de capacitação. Estas capacitações deverão, necessariamente, estar concentradas nas funções que são consideradas críticas para atingir os resultados almejados, através da estratégia escolhida. Outro ponto crítico a ser considerado seria a organização poder sofrer com falta de planejamento, pois essa falta assim irá, muito provavelmente, atingir a situação financeira da empresa, e o administrador tem que ter os indicadores bem acompanhados para que possa controlar ao máximo os custos, risco, aceitação e satisfação do cliente. Com base nessas informações, é importante levar em consideração o estudo do impacto da inovação que pode ser visto no ambiente organizacional e no ambiente externo. O impacto decorrente do relacionamento desses fatores é amplificado, já que as empresas operam em um mundo de rede, onde a intensidade extrema de conexões entre os diversos agentes afetam sensivelmente a estabilidade do ambiente (SCHERER e CARLOMAGNO, 2009). 2.3 Projeto Agente Locais da Inovação (ALI) O ALI é projeto que foi elaborado pelo SEBRAE que visa oferecer aos micro e pequenos empresários uma oportunidade de tornar-se mais competitivo junto ao mercado 39 do seu segmento de atuação. A didática dessa difusão de informações está de acordo com as peculiaridades de cada negócio, com a intenção de gerar impacto interno na gestão empresarial e impactos externos no mercado, concorrentes e clientes. A forma que o SEBRAE se utiliza para promover a inovação nas empresas é por intermédio do Agente Local da Inovação. Eles são profissionais recém-formados, com os pré-requisitos necessários para prestar consultorias em concordância com o empresário. O Projeto ALI é dividido em seis etapas, que são: Sensibilização de empresários: para a adesão, esta parte é composta pela sensibilização através de palestras, captação e seleção das empresas; Adesão da empresa ao Projeto ALI: as empresas se comprometem a fazer parte do projeto assinando um Termo de Adesão, com a finalidade de se comprometerem a implantarem as futuras ações propostas pelos agentes; Diagnóstico empresarial: é quando o agente aplica um questionário na empresa que busca informações de vários assuntos com o objetivo de identificar oportunidades de melhorias que viabilizem a inovação nas empresas; Medir grau de inovação: com base no diagnóstico e na aplicação de um questionário que identifica o grau de inovação da empresa; Plano de Trabalho: é neste momento que é apresentado um plano de trabalho com as sugestões diversas e ações para a melhoria da empresa; Implantação das Ações: momento fundamental tanto para o agente como o empresário. é quando efetivamente se desempenha todo o passo a passo do plano de trabalho na prática. Caso seja necessário, pode ser convidado um provedor de soluções, sendo este acompanhado pelo Agente Local de Inovação. 40 3. METODOLOGIA 3.1 Procedimentos Metodológicos O procedimento usado para esse estudo está dividido em duas etapas. A primeira, sendo um levantamento bibliográfico e documental dos relatórios, documentos, tabelas e pesquisas do programa ALI desenvolvido pelo SEBRAE no período de 2010 e 2011. Segundo Fonseca (2002), a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas e a pesquisa documental se dá em forma de trilha recorrendo a fontes mais diversas sem tratamento analítico tais como: documentos oficiais, relatórios de empresa entre outros. Este estudo contribuiu para a definição de que serão pesquisados os segmentos de metal mecânico, confecção e gastronomia e turismo. Essas escolhas foram feitas com base no crescente desenvolvimento das regiões do Cabo, Toritama e Recife respectivamente. A segunda etapa acontece na seleção das empresas de cada setor, sendo duas empresas com o melhor desempenho na implementação do projeto e duas empresas que tiveram mais dificuldades. Foram utilizados os resultados das pesquisas feitas pelos agentes locais da inovação nas empresas, onde foi comparado com o grau de inovação. O critério usado para a definição dessas duas empresas de cada segmento considerada como as melhores e as que tiveram dificuldades Segundo o SEBRAE Nacional (2010), todas as empresas com o escore 1 é considerada uma organização pouco ou nada inovadora, com o escore 3 organização inovadora ocasional e com o escore 5 é uma organização inovadora sistêmica. 41 As empresas que foram classificadas como tendo melhor desempenho foram as que mais se aproximaram do escore 3 ou 5 e as empresas consideradas com mais dificuldades foram as empresas que mais se aproximaram do escore 1. No que se diz respeito a questões éticas, foi adotado o item confidencialidade das empresas, visando resguardar os dados pessoais e jurídicos. Segundo Babbie, apud Contandriopoulos et al, (1997, p. 103), “a confidencialidade são considerações éticas de importância capital, assim o pesquisador deve informar como pretende proteger as informações recolhidas. No momento da difusão dos resultados, o pesquisador deve assegurar que nunca será revelada a identidade de um individuo sem o seu consentimento”. Com base no que foi citado acima, ficou estabelecido que para maior facilidade na apresentação dos dados e segurança para as empresas pesquisadas, serão utilizados códigos de identificação, obedecendo aos seguintes critérios: E – S - 00 E – segmento que a empresa atua S – situação (BS bem sucedida) (PS pouco sucedida) 00 – numeração de 0 a 2 Ex: G-BS-01 empresa de gastronomia, bem sucedida, um. Significa que: Empresa do setor de gastronomia, com melhor desempenho de número 01. As perguntas do roteiro de entrevista ( Apêndice A ) também por codificação da seguinte forma: OE1 lê-se objetivo específico 1, e assim sucessivamente. Após a seleção e classificação das empresas a serem trabalhadas, já com o roteiro de entrevista previamente aprovado pelo teste piloto, foi agendada a entrevista com o responsável pela implantação e acompanhamento do Projeto ALI na empresa. 42 O método de abordagem usado foi qualitativo. Assim com os dados devidamente coletados, foi feita a tabulação para que pudesse ser realizada a análise de conteúdo dos resultados e o relatório final. 3.2 Tipo de pesquisa O tipo de pesquisa utilizado neste estudo quanto à abordagem será por meio do método qualitativo. Segundo Oliveira (1999, p.117 ), as abordagens qualitativas facilitam descrever a complexidade de problemas e hipóteses, bem como analisar a interação entre variáveis, compreender e classificar determinados processos sociais, oferecendo contribuições no processo das mudanças, criação ou formação de opiniões de determinados grupos e interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. Visto em Gerhardt e Silveira (2009, p. 31) que a caracterização da pesquisa qualitativa são: objetivação do fenômeno, hierarquização das ações de descrever, compreender e explicar, precisão das relações entre o global e o local em determinado fenômeno, uma das características da pesquisa qualitativa é a sequência de hierarquização descrita acima, este raciocínio ajuda a alcançar os objetivos pois é através da pesquisa qualitativa que também se pode buscar explicar o motivo da coisas, expressando o que convém ser feito sem quantificar valores isso porque os dados analisados são não métricos e se vale de diferentes abordagens. Quanto ao objetivo da pesquisa este estudo terá pesquisa descritiva. 43 Oliveira (2005) afirma que pesquisa descritiva é abrangente, permitindo uma análise aprofundada do problema com relação aos aspectos sociais, econômicos, políticos, entre outros. Um fato importante que deve ser levado em consideração é que uma pesquisa descritiva exige um planejamento rigoroso quanto à definição de método e técnica para coleta e análise de dados. A pesquisa descritiva exige do investigado uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de uma determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). Ainda em Oliveira ( 2005), é visto que nas pesquisas descritivas é recomendável que se trabalhe, utilizando-se as informações que são obtidas através de estudos exploratórios. As pesquisas descritivas não só explicam a relação entre variáveis, como também procuram determinar a natureza desta relação, fundamentando com precisão o objeto de estudo. Um dos exemplos de aplicação de pesquisa descritiva é o estudo de caso. Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O estudo de caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que procura compreender como é o ponto de vista dos participantes, ou uma perspectiva pragmática que visa simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto quanto possível completa e coerente, do objeto de estudo do ponto de vista do investigador. ( FONSCECA, 2002, p 33) Será usada a pesquisa descritiva em um estudo de casos múltiplos, por via de comparação. A comparação, enquanto momento de atividade cognitiva, pode ser considerada como inerente ao processo de construção do conhecimento nas ciências sociais. É lançada mão de um tipo de raciocínio comparativo no qual podemos descobrir regularidades, perceber deslocamentos e transformações, construir modelos e tipologias, 44 identificando continuidade e descontinuidades, semelhanças e diferenças e explicando as determinações mais gerais que regem os fenômenos sociais ( SCHNEIDER e SCHMITT, 1998). 3.3 Amostra O processo de seleção de empresas para coleta de dados destinados à pesquisa iniciou com reuniões com o responsável do Projeto ALI, no SEBRAE/PE, para esclarecimentos a respeito do desenvolvimento do diagnóstico da situação de inovação nas micro e pequenas empresas, vinculadas à instituição, que participaram do projeto, para que assim fossem extraídas as fontes das informações a serem coletadas. Segundo a metodologia do Projeto ALI em Pernambuco, foi abordado de forma setorial e territorial que tenha relevância para a economia do estado, tais como: Comércio Varejista, Confecção, Construção Civil, Gastronomia e Turismo, Gesso, Metal-Mecânica, Móveis, Panificação, Plástico, Tecnologia de Informação e Comunicação. Contudo verificou-se que seria interessante realizar o estudo nos setores de confecção, gastronomia e turismo e metal mecânico, devido à acessibilidade e ao desenvolvimento econômico em potencial para o estado de Pernambuco. Foram analisadas pelos agentes do projeto ALI em média 50 empresas do setor de metal mecânica, 150 empresas do setor de gastronomia e turismo e 50 empresas de confecção, desse quantitativo foram retiradas, para a realização desse estudo, duas amostras de empresas que obtiveram sucesso e fracasso de cada setor, respectivamente. Para que os agentes tivessem acesso às empresas desses segmentos, foram realizados treinamentos a respeito da metodologia definida em nível nacional com todos os 45 agentes previamente selecionados e só após a uma rigorosa seleção prática e psicológica é que os agentes estavam aptos para as intervenções de consultoria, nas empresas cadastradas. Para esse estudo, foram usados os documentos preenchidos na fase de diagnóstico e plano de ação, pois é por meio do cumprimento das seis etapas concluídas que é possível analisar as empresas que passaram por completo pelo projeto ALI. O critério de melhor e pior adotado foi baseado na evolução da implantação do projeto, com base nas 13 dimensões, usando a diferença entre os momentos do diagnóstico T0 e T2 de cada dimensão que foi ranqueada entre todas as empresas do setor e os maiores e menores indicadores através do método de comparação. Depois esses dados foram analisados junto ao deslocamento no radar da inovação, medindo o escore de inovação das empresas que tiveram o escore mais próximo de 1, ou seja, mais perto do centro do radar, foram consideradas pouco sucedidas e as empresas que tiveram o escore mais afastado do centro, ou seja, próximo de 3 e/ou 5, foram consideradas bem sucedidas. Com as empresa já selecionadas entre o total, foram agendadas as entrevistas de forma presencial. Como o foco do estudo é entender a percepção dos gestores a respeito da implantação, foi importante focar no nível gerencial estratégico da empresa que foram os proprietários, os gerentes ou os responsáveis que acompanharam o agente na implantação do projeto. 46 3.4 Instrumento de Coleta de Dados Para que a coleta de dados fosse possível, fez-se necessário usar como instrumento pesquisa os documentos e relatórios do SEBRAE de Pernambuco. Os documentos utilizados foram reportagens de jornais, folhetos relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, arquivos públicos, privados, pesquisas eletrônicas, assim como entrevistas esclarecedoras com o funcionário do SEBRAE responsável pelo projeto em todo Pernambuco. Para extrair as informações do objeto de estudo, elaborou-se um roteiro de entrevista com base nos estudos e pesquisas bibliográficas, para que embasasse o sentido lógico e técnico e ajudasse a ser mais preciso na forma de perguntar. Como forma de aplicação para a coleta de dados, construiu-se um formulário que serviu com roteiro formado com perguntas padronizadas, a fim de proporcionar maior facilidade para serem codificados e tabulados, propiciando comparações com os dados entre os setores e condições das empresas. O questionário foi preenchido pela própria pesquisadora. Foi usado um pré-teste do roteiro como uma estratégia para ajudar a garantir maior compreensão e precisão na pesquisa, pois o uso do pré-teste ajuda a evitar possíveis falhas, questões desnecessárias, constrangimento para o entrevistado ou exaustão. Outro instrumento de busca para obter dados foi feito a partir de entrevistas semiestruturadas, pois era permitido que o entrevistado pudesse falar livremente sobre os assuntos que surgiam com o desenrolar das perguntas com os empresários da amostra. 47 3.5 Processo de coleta de dados Foram disponibilizados pelo SEBRAE dados cadastrais das empresas para que houvesse o agendamento para a entrevista. Era entregue ao entrevistado uma carta de apresentação elaborada pela Faculdade Boa Viagem ( FBV) explicando do que se tratava, a importância e contribuição daquela entrevista. Já havia sido passado previamente pelo SEBRAE uma carta de apresentação , explicando que a instituição estava ciente do estudo que estava sendo feito. Em contra partida será disponibilizado todo esse estudo para uso de informação e possíveis melhorias para o Projeto ALI 2 que será realizado de 2012 a 2015. O processo de coleta de dados foi desenvolvido pessoalmente por meio de um roteiro de entrevistas com cada empresário da amostra e autenticado pelos mesmos em anexo. Era previamente agendado com o empresário por telefone e em seguida era realizada a entrevista na própria empresa. Em média durava aproximadamente uma hora e trinta minutos cada uma. O primeiro setor a ser entrevistado foi o setor de metal-mecânica, em seguida confecção e por fim gastronomia. O critério usado foi de maior aceitabilidade por parte das empresas. 3.6 Análise dos Dados Nesta seção, serão analisados os resultados dos dados da pesquisa por meio de entrevista com auxílio de um roteiro. A análise será qualitativa com o uso da análise de conteúdo. 48 Richardson (1999) afirma que a análise de conteúdo ajuda a compreender melhor um discurso, ajuda a aprofundar as características o autor basear-se em teorias relevantes que sirvam de marco de explicação para as descobertas do pesquisador. Para Cooper e Schindler (2003, p. 347) “análise de conteúdo protege contra a percepção seletiva de conteúdo, garante a aplicação rigorosa de critérios de confiabilidade e validade e é receptiva a computadorizarão”. As perguntas que concernem aos respectivos objetivos estão descritas no quadro abaixo: Quadro 01: Relação dos objetivos com o roteiro de pesquisa Objetivo 1. Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI. 2.Levantar o nível de conhecimento dos gestores das empresas estudadas, a respeito do conceito e dos diversos tipos de inovação. 3.Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI. Perguntas do Roteiro de Entrevista (OE1) O senhor se lembra da visita dos agentes do Projeto ALI na sua empresa? sim _ não __ Quantas realizadas?_ Foram suficientes? Por quanto tempo foi prestado assistência na sua empresa?______________ (OE1) Você acha que o Projeto ALI foi importante na sua empresa? sim __ não __ (OE1)Por quê?________________ (OE2) Para o senhor o que é inovação? (OE2) Você sabe que existe mais de um tipo de inovação/ dimensão? Sim____ Não______ (OE2) Quantos o senhor lembra? Pode citar? (OE2) Qual desses a sua empresa se encaixa? (OE3) O que a implementação do Projeto ALI contribui na sua empresa ? (OE3) Como o senhor e/ou seus funcionários levantam novas ideias para implantar na empresa? Reunião_____bate papo informal________ por crise necessitando de solução_______ caixa de sugestão________ Outros_______ (OE3) Quem é responsável pela análise das novas ideias para serem implantada? (OE3) Já conseguiu implantar alguma nova ideia? (OE3) Houve alguma recomendação do agente do Projeto ALI para ajudar a empresa a implementar a inovação na sua empresa? sim ______ não_______ (OE3) O senhor lembra quais foram? (OE3) Implantou? Sim____ não___Quais?__ (OE3) Recomendou algum curso para melhorar a inovação na empresa? Sim_____ não_____ 49 4.Descrever, na opinião dos gestores, o impacto alcançado pela implementação do Projeto ALI da consultoria do SEBRAE, internamente na empresa e externamente na comunidade. 5.Comparar as práticas desenvolvidas nas empresas que tiveram as melhores e/ou piores no projeto de inovação Ali do Sebrae/PE. Fonte: Elaboração Própria (OE3) Alguém fez curso? Sim____ não_____ Cargo? ____Quais? (OE3) Aplicou na empresa o que foi ensinado? Sim___não________ Quais?___________________ (OE4) Após a implementação o senhor acha que a sua empresa, conquistou? (OE4)Qual sugestão de melhoria que você daria para o Projeto ALI. (OE4) Qual nota o senhor daria à implementação do Projeto ALI na sua empresa? Nota (OE4) Seus clientes ficaram sabendo que você fez esse trabalho com o Projeto ALI? Sim__não____Como ficaram sabendo? 50 4. RESULTADO Nesta seção foram analisadas as 12 empresas que foram submetidas ao projeto dos agentes locais da inovação no estado de Pernambuco. A divisão foi feita por 3 setores e em cada setor houve 2 empresas com os resultados da implantação bem sucedida e 2 empresas com o resultado da implantação pouco sucedida. As entrevistas foram feitas com os proprietários em sala reservada para oferecer mais atenção e dedicação ao entrevistado, para o melhor desempenho da pesquisa. Seguem os resultados relacionados por objetivos específicos. 4.1 Análise por setor de atividade (bem sucedido e pouco sucedido) 4.1.1 Setor de Metal Mecânica O setor de metal mecânica abordado estava mais concentrado em Recife, pois as empresas pesquisadas que estavam no Cabo de Santo Agostinho já não estão mais no mesmo endereço, sendo uma limitação para a pesquisa. Com base no SEBRAE de Pernambuco, o setor precisa de modernização e cada vez mais aumenta a busca pela inovação para que ajude na sobrevivência empresarial, pois a dinâmica da região exige da empresa uma estrutura mais moderna, informatizada e com melhor gestão organizacional. 51 OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas sobre a importância da implementação do Projeto ALI – Visitas realizadas e satisfação dos gerentes Quadro 02: Metal mecânica bem e pouco sucedida, número de visitas realizadas e satisfação Setor Empresas Quantidade de visita Tempo por mês Satisfação com a quantidade Média de visita por período Fonte: Pesquisa realizada M-BS-01 5 5m Metal Mecânica M-BS-02 M-PS-01 2 2 1m 1m 1 2 Legenda : 2 Sim M-PS-02 2 1m 2 Não Percebe-se que tanto as empresas bem sucedidas como as pouco sucedidas do segmento de metal-mecânica tiveram um número de visitações muito baixa, com exceção da empresa M-BS-01 e um grau de insatisfação alto em relação a essa quantidade de visitas. O que é interessante é que a empresa bem sucedida M-BS-02, com apenas 1 mês de consultoria e duas visitas, era a única empresa do setor satisfeita. As empresas pouco sucedidas ficaram insatisfeitas com a quantidade de visitação que foram de 2 visitas em 1 mês, o que demonstra falta de continuidade do projeto. Aparentemente, a empresa já estava em melhores condições do que as demais, ao iniciar o programa. A outra empresa bem sucedida levou cinco meses de consultoria, com uma visita por mês em média, mesmo assim não estava satisfeita com o programa. OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI – Importância do projeto Quadro 03: Metal mecânica bem e pouco sucedida, o motivo da importância do Projeto ALI 52 Setor Empresas É importante para a empresa Motivos de inovação Motivos de conhecimento Motivos administrativos Fonte: Pesquisa realizada M-BS-01 Metal Mecânica M-BS-02 M-PS-01 X Legenda : X - X Sim M-PS-02 X Não Verifica-se que todas as empresas entrevistadas do segmento achavam importante o Projeto ALI para as empresas. Em termos de razões de importância e o que moveu os empresários para participarem do Projeto ALI foi predominantemente por motivos de conhecimento, com exceção de uma empresa pouco sucedida que afirmou que seria para obter inovação. Infelizmente, esta motivação aparentemente não foi atingida, o que pode ter sido ocasionando pelo pouco tempo de consultoria ou número de visitas do agente responsável pelo setor. (OE2) Levantar o nível de conhecimento existente dos gestores das empresas estudadas a respeito do conceito e dos diversos tipos de inovações Quadro 04: Metal mecânica bem e pouco sucedida, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação Setor Empresas M-BS-01 Novidade Melhoria Mudança Ter qualidade X Há outro tipo de inovação Quais são? (*) Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder (*) Metal Mecânica M-BS-02 M-PS-01 X X (*) Sim (*) Não M-PS-02 X (*) 53 A pesquisa buscou conhecer, no setor como um todo, qual seria o nível de conhecimento dos empresários do segmento de metal–mecânica sobre o conceito de inovação. Verificou-se que a compreensão deles é muito baixa. Mesmo após a consultoria, não souberam responder com precisão e segurança o que é inovação. Para os empresários das empresas pouco sucedidas, inovação seria apenas melhoria. Já na percepção dos empresários das empresas consideradas bem sucedidas, o conceito varia entre inovação como novidade e inovação como ter qualidade. Nenhuma das empresas citou inovação como “mudança”. Em termos do conhecimento sobre os tipos de inovação, das quatro empresas entrevistadas, só uma afirmou que havia mais de um tipo, mas mesmo assim não soube dizer qual seriam os outros tipos de inovação. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – analisar levantamento de novas ideias Quadro 05: Metal mecânica bem e pouco sucedida, forma de criação de novas ideias na empresa Setor Empresas Meio de levantamento de ideias Responsável pelas análises Já implantou alguma ideia Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder M-BS-01 Bate papo Diretor Metal Mecânica M-BS-02 M-PS-01 Bate papo (*) Diretor (*) Legenda : (*) Sim M-PS-02 Bate papo Diretor Não Com base na pergunta que trata do meio em que os empresários do segmento levantam novas ideias na empresa para a gestão da inovação, o setor metal-mecânica 54 utiliza o bate papo exclusivamente para este fim, informalmente, demonstrando um traço peculiar do setor. É relevante observar, também, que quem analisa as ideias para definir quais seriam implantadas é exclusivamente pelo cargo de Diretor da empresa, demonstrando um perfil centralizador. Como se pode observar acima, apenas as empresas consideradas bem sucedidas foram as que já implantaram uma nova ideia alguma vez. Isto reforça a opinião de que a empresa M-BS-02 já apresentava melhores condições anteriormente ao início do programa, pois já implantou alguma inovação no período mínimo de um mês de consultoria, após apenas duas visitas do Agente ALI. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Mensurar recomendação do agente Quadro 06: Metal mecânica bem e pouco sucedida, recomendações do agente para as empresas, após feito o diagnóstico Setor Empresas Houve recomendação do agente Organização dos processos Designer Implantou a recomendação Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder M-BS-01 Metal Mecânica M-BS-02 M-PS-01 X - (*) X - Sim (*) (*) M-PS-02 (*) (*) Não Com base na pergunta que trata de conhecer se o Agente ALI fez alguma recomendação de melhoria depois do diagnóstico elaborado, foi visto que sim, porém só nas empresas consideradas bem sucedidas e a recomendação foi sobre organização dos 55 processos em ambas. Mesmo assim, só uma empresa chegou a implantar, efetivamente, o recomendado. Com relação às empresas pouco sucedidas, os empresários achavam que não houve nenhuma recomendação do Agente ALI ou pelo menos não lembravam ter recebido. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – recomendação de curso Quadro 07: Metal mecânica bem e pouco sucedida, recomendações do agente para realização de cursos no SEBRAE Setor Empresas Foi recomendado do curso Alguém fez o curso Qual foi o cargo Aplicou na empresa Fonte: Pesquisa realizada M-BS-01 Metal Mecânica M-BS-02 M-PS-01 Técnico Legenda : - Sim M-PS-02 Não No item que avalia se o Agente ALI fez alguma recomendação de curso pra o setor, é visto que quase todas as empresas recebiam esta recomendação, com exceção de uma empresa pouco sucedida que achava que não, ou pelo menos não lembrava. Mesmo recebendo esta recomendação, apenas uma empresa enviou um funcionário do setor técnico para participar de um curso no SEBRAE. Foi o curso de 5 “Ss”, mas mesmo assim, o entrevistado considerou que não houve aplicação na empresa posteriormente. O empresário argumentou que foi por motivos de falta de planejamento. 56 OE3- Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Expectativa do empresário Quadro 08: Metal mecânica bem e pouco sucedida, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto Empresas do Setor Metal-Mecânica Diminuir custo operacional (produtos/serviços) Melhorar a qualidade Obter diferencial competitivo Qualificar se na cadeia produtiva Aumentar a produtividade Atender as exigências de caráter ambiental Atender normas internacionais Desenvolver processo inovador Organizar a empresa Melhorar o ambiente de trabalho Ter acesso à informação Aumentar as vendas Economizar energia Qualificar se para exportação Decidir com embasamento técnico Diminuir desperdícios Substituir equipamento Diversificar oferta de produtos Lançar novo produto Qualificar colaborador Otimizar estoque Investir em outros mercados Fonte pesquisa realizada Legenda : Esperava e atendida Não esperava mas atendida M-BS-01 M-BS-02 M-PS-01 M-PS-02 Esperava mas não atendida Nem esperava nem atendida Na pergunta que buscou avaliar as expectativas dos empresários com sua participação no Projeto ALI, ou seja, se as expectativas foram atendidas ou não, ou até mesmo superadas em relação ao que o projeto poderia estar contribuindo para empresa, observou-se que no setor pouco sucedido, as empresas esperavam que o projeto contribuísse com apenas 4 dos 22 itens. Mesmo assim, os empresários entenderam que não houve implantação do projeto em suas respectivas empresas e consequentemente as 57 melhorias não foram atingidas. Eles argumentaram que foi por falha de continuidade do agente em procurar a empresa para darem andamento. Já no setor das empresas bem sucedidas com a implantação do Projeto ALI, os empresários afirmaram que ambas esperavam diminuir custo operacional e aumentar as vendas, as quais foram plenamente atendidas. As melhorias de “Desenvolver processo inovador”, “Diminuir desperdícios” e “Organizar a empresa” também foram esperadas por ambas as empresas bem sucedidas, mas atendidas em apenas uma delas. O que mais chama atenção, porém, são as melhorias que não foram esperadas pelos empresários, mas que foram atingidas pelo menos por uma das empresas mediante participação no Projeto ALI. As melhorias referem-se aos seguintes itens: Melhoria de Qualidade, Diferencial Competitiva, Atender normas internacionais, Melhorar o ambiente de trabalho, Acesso a informação, Substituir equipamento, Diversificar oferta de produtos, Lançar novo produto e Qualificar colaborador. Os itens Economia de energia e Investir em outros mercados foram atingidos por ambas as empresas onde o modelo ALI foi implantado com sucesso, embora também tenham sido itens não esperados ao iniciar o Projeto. 58 OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo Projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto interno Quadro 09: Metal mecânica bem e pouco sucedida, após a implementação do que a empresa conquistou M-BS-01 Empresas do Setor Metal-Mecânica M-BS-02 M-PS-01 M-PS-02 Cultura organizacional para apoiar a criatividade Participação dos colaboradores gerando maior envolvimento e comprometimento Mobilização de equipe, garantindo uma comunicação eficiente Sistema de recompensa como forma de recompensa de novas ideias Aumento com a preocupação para o entendimento do mercado Monitoramento constante e contínuo da tecnologia Captação de recursos externos Constante planejamento para soluções de problemas Estabilidade dos funcionários Considera que houve implantação Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Sim Não No item em que a entrevista questiona o que a empresa conquistou após a implantação, com o intuito de mensurar o impacto interno do projeto nas empresas, observou-se que os empresários considerados pouco sucedidos afirmaram que não consideram o projeto implantado em suas empresas, sendo assim não houve conquistas. Já nas empresas consideradas bem sucedidas verificou-se que dos 10 itens as empresas conquistaram 7, sendo um bom resultado para o segmento. As empresas tiveram em comum em suas conquistas os itens: cultura organizacional para apoiar a criatividade, participação dos colaboradores gerando maior envolvimento e comprometimento, sistema 59 de recompensa como forma de estimular novas ideias, e cada empresa teve duas conquistas, sendo elas a empresa M-BS-01, que conquistou aumento com a preocupação para o entendimento do mercado e constante planejamento para soluções de problemas e a empresa M-BS-02, que conquistou mobilização de equipe, garantindo uma comunicação eficiente. OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo Projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto externo Quadro 10: Metal mecânica bem e pouco sucedida, impacto externo Setores Empresas Os clientes ficaram sabendo do projeto Por que meio de comunicação? Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder M-BS-01 Conversa (*) Sim Metal Mecânica M-BS-02 M-PS-01 (*) M-PS-02 (*) (*) Não No item que busca compreender o impacto externo, se houve conhecimento por parte dos clientes do Projeto ALI de inovação sendo implantado. O resultado foi que só um cliente de uma empresa ficou sabendo do Projeto, o qual, de acordo com os empresários, ocorreu por meio de conversa informal. Nas demais empresas, a percepção dos empresários é que ninguém externo soube do movimento, resultando em nenhum impacto externo deste segmento muito baixo. OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo Projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto externo Quadro 11: Metal mecânica bem e pouco sucedida, nota e sugestões de melhoria para o Projeto ALI 60 Setor Empresas Sugestão de melhoria Nota para o projeto Média por setor Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder Metal Mecânica M-BS-02 M-PS-01 agente agente 8 6 M-BS-01 agente 6 7 M-PS-02 agente (*) (*) (*) Foi oferecida ao empresário uma oportunidade de dar sugestões de melhoria para futuras implantações do Projeto e uma nota global ao projeto desenvolvido na sua empresa. Sendo assim, constatou-se que todas as empresas sugeriram que deveriam ter agentes com melhor treinamento, comunicação, conhecimento no ramo e no que diz respeito à continuidade do projeto nas empresas. Das empresas participantes do setor metal-mecânica, a média atribuída pelas empresas consideradas mais bem sucedidas em termos de implantação do Projeto, foi regular – com uma média 7. As empresas consideradas pouco sucedidas, a nota foi dada apenas por uma empresa, sendo ela 6, que ainda não corresponde a uma nota satisfatória. Isto indica que há espaço para melhoria no Projeto, especialmente no que se refere à monitoria mais consistente pelo agente responsável. 61 4.1.2 Setor de Gastronomia OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI – Visitas realizadas e satisfação dos gerentes Quadro 12: Gastronomia bem e pouco sucedida, número de visitas realizadas e satisfação Setor Empresas Quantidade de visitas Tempo por mês Satisfação com a quantidade Média de visita por período Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder G-BS-01 10 3m Gastronomia G-BS-02 G-PS-01 (*) 2 3m 2m 3,3 (*) Sim (*) 1 G-PS-02 2 2m 1 Não Analisou-se a quantidade de visitas dos agentes nas empresas e os resultados demonstraram uma quantidade ainda baixa, porém em comparação com os outros setores, foi melhor. Vale ressaltar que o projeto foi planejado para ter visitas por até dois anos. (SEBRAE,2010) É importante observar que só as empresas bem sucedidas ficaram satisfeitas com a quantidade de visitas, ressaltando que a empresa G-BS-01 teve a maior quantidade média de todas as empresas e de todos os segmentos. No mais, os empresários considerados pouco sucedidos, que souberam responder, tiveram um número médio de visitas muito baixo e como consequência uma insatisfação com relação à quantidade, podendo-se entender que para a percepção dos empresários a presença do agente nas empresas é um ponto importante. 62 OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI – Importância do projeto Quadro 13: Gastronomia bem e pouco sucedida, O motivo da importância do Projeto ALI Setor Empresas E importante para a empresa Motivos de inovação Motivos de conhecimento Motivos administrativos Motivos ausência de informação Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder G-BS-01 Gastronomia G-BS-02 G-PS-01 X (*) X Sim X G-PS-02 X Não Observa-se que as empresas que tiveram a classificação bem sucedida os empresários afirmaram que sim, o Projeto ALI é importante e a motivação dos empresários, também foi igual que era para obter inovação em suas empresas. Não foi o mesmo para as empresas classificadas como pouco sucedidas no Projeto ALI, as quais afirmaram que não foram importantes para as suas empresas, porque os empresários entenderam que não houve informações esclarecedoras para que fosse percebida alguma importância com relação ao Projeto ALI (OE2) Levantar o nível de conhecimento dos gestores das empresas estudadas, a respeito do conceito e dos diversos tipos de inovações – conhecimento sobre o conceito e tipo de inovação Quadro 14: Gastronomia bem e pouco sucedida, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação 63 Setores Empresas G-BS-01 Novidade Melhoria X Mudança Ter qualidade X Há outro tipo de inovação Quais são ? (*) A empresa tem algum tipo (*) Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder (*) Gastronomia G-BS-02 G-PS-01 X X (*) (*) Sim G-PS-02 X - (*) (*) (*) (*) Não A pesquisa buscou conhecer do setor qual seria o nível de conhecimento dos empresários do segmento de gastronomia a respeito do conceito inovação. Observou-se que a compreensão dos empresários é muito baixa, levando em consideração que houve antes de iniciar o Projeto ALI uma palestra esclarecedora e os empresários estavam com um agente trabalhando o tema em suas respectivas empresas. Para os empresários bem sucedidos, divergiu-se sobre o que é inovação. A empresa G-BS-01 afirmou que é melhoria e qualidade e a empresa G-BS-02 afirmou que é novidade. Já na percepção dos empresários das empresas consideradas pouco sucedidas, o conceito de inovação foi igual, eles entenderam que inovação é ter melhorias. Com relação se existem outros tipos de inovação, os empresários bem sucedidos e pouco sucedidos afirmaram que não conhecem, demonstrando uma avaliação muito baixa. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – analisar levantamento de novas ideias Quadro 15: Gastronomia bem e pouco sucedida, criação de novas ideias 64 Setor Empresas Meio de levantamento de ideias Responsável pelas análises Já implantou alguma ideia Fonte: Pesquisa realizada G-BS-01 Bate papo Diretor Gastronomia G-BS-02 G-PS-01 Reunião Bate papo Diretor Diretor Legenda : Sim G-PS-02 Bate papo Diretor Não Com base na pergunta que trata o meio em que os empresários do segmento usam para levantar as novas ideias na empresa para gestão da inovação, o setor de gastronomia utiliza-se predominantemente do bate papo, bem evidente nas empresas, inclusive na empresa G-BS-01 considerada bem sucedida, caracterizando um jeito informal de captar ideia, só a empresa G-BS-02 afirmou que fazia reuniões. É relevante afirmar que, predominantemente, quem analisa as ideias para definir quais seriam implantadas é a Diretoria, demonstrando o segmento que tem um perfil mais centralizador. Como podemos ver acima, o ponto positivo é que todas as empresas já implantaram novas ideias alguma vez, mesmo as empresas pouco sucedidas que tiveram poucas visitas. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Mensurar recomendação do agente Quadro 16: Gastronomia bem e pouco sucedida, recomendações do agente para as empresas, após feito o diagnóstico Setor Empresas Houve recomendação do agente Quais foram Organização dos processos Designer Implantou a recomendação Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder G-BS-01 Gastronomia G-BS-02 G-PS-01 X X (*) X - Sim (*) (*) (*) Não G-PS-02 (*) (*) (*) 65 Com base na pergunta que trata de conhecer se o agente fez alguma recomendação de melhoria, depois de preenchido o diagnóstico elaborado pelo agente, foi visto que sim, nas duas empresas consideradas bem sucedidas e a recomendação de melhoria foi para a organização dos processos e designer da marca e embalagem, com a devida implantação. Nas empresas consideradas pouco sucedidas, só uma empresa recebeu recomendação de melhoria. A G-OS-02 afirma que não recebeu, e para dizer quais foram as melhorias e se foram implantadas eles afirmaram que não lembravam. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – recomendação de curso Quadro 17: Gastronomia bem e pouco sucedida, recomendações do agente para que os empresários fizessem os cursos no SEBRAE Setor Empresas Foi recomendado do curso Alguém fez o curso Qual foi o cargo Aplicou na empresa Fonte: Pesquisa realizada G-BS-01 Gastronomia G-BS-02 G-PS-01 Legenda : Sim G-PS-02 Não Na pergunta que buscou avaliar se os empresários haviam recebido recomendação para participarem de cursos, constatou-se que só as empresas bem sucedidas receberam; as duas empresas pouco sucedida não receberam. Mesmo assim os empresários bem sucedidos recebendo a recomendação, não participaram ou não enviaram nenhum funcionário para participar dos cursos oferecidos pelo SEBRAE. 66 OE3- Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Expectativa do empresário Quadro 18: Gastronomia bem e pouco sucedida, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto. Empresas do Setor de Gastronomia Diminuir custo operacional (produtos/serviços) Melhorar a qualidade Obter diferencial competitivo Qualificar se na cadeia produtiva Aumentar a produtividade Atender as exigência de caráter ambiental Atender normas internacionais Desenvolver processo inovador Organizar a empresa Melhorar o ambiente de trabalho Ter acesso à informação Aumentar as vendas Economizar energia Qualificar se para exportação Decidir com embasamento técnico Diminuir desperdícios Substituir equipamento Diversificar oferta de produtos Lançar novo produto Qualificar colaborador Otimizar estoque Investir em outros mercados Fonte pesquisa realizada Legenda : Esperava e atendida Não esperava, mas atendida G-BS-01 G-BS-02 G-PS-01 G-PS-02 Esperava mas não atendida Nem esperava nem atendida No quadro onde buscou avaliar as expectativas dos empresários do setor de gastronomia com sua participação no Projeto ALI, ou seja, se as expectativas foram atendidas ou não, ou até mesmo superadas em relação ao que os esforços dos projetos poderiam estar contribuindo para a empresa, observa-se que no setor pouco sucedido as empresas esperavam 12 itens do total de 22 itens. 67 Mesmo assim, os empresários das empresas pouco sucedidas disseram que na percepção deles não houve implantação do projeto em suas respectivas empresas, tendo como consequência o não atendimento das suas expectativas. Já no setor das empresas consideradas bem sucedidas com implantação do Projeto ALI, esperavam-se ser atendidas 6 itens do total de 22, porém em 5 itens ambas as empresa esperavam obter diferencial competitivo e aumentar as vendas, as quais foram plenamente atendidas. As melhorias de desenvolver processo inovador, melhorar ambiente de trabalho, foram plenamente atendidas pela empresa G-BS-02, A mesma empresa, G-BS-02, teve as expectativas superadas em diminuir custo operacionais (produtos/serviços), qualificar se na cadeia produtiva, aumentar a produtividade, economizar energia, substituir equipamento, diversificar a oferta de produtos e otimizar o estoque. Os itens que eram esperados, porém não foram atendidos, ocorreram da seguinte forma: a empresa G-BS-01 teve 3 itens esperados e não atendidos, que foram os seguintes: desenvolver processo inovador, organizar a empresa e melhorar o ambiente de trabalho; e na empresa G-BS-02 foram 2 diminuir desperdício e qualificar colaborador. OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo Projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto interno Quadro 19: Gastronomia bem e pouco sucedida, após a implementação, o que a empresa conquistou 68 Empresas do Setor Gastronomia G-BS-01 G-BS-02 G-PS-01 G-PS-02 Cultura organizacional para apoiar a criatividade Participação dos colaboradores gerando maior envolvimento e comprometimento Mobilização de equipe, garantindo uma comunicação eficiente Sistema de recompensa como forma de recompensa de novas ideias Aumento com a preocupação para o entendimento do mercado Monitoramento constante e contínuo da tecnologia Captação de recursos externos Constante planejamento para soluções de problemas Estabilidade dos funcionários Considera que houve implantação Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Sim Não Através da entrevista, a questão busca mensurar o impacto interno, questionando os empresários sobre o que eles consideram ter conquistado após a implantação do Projeto ALI em sua empresa. Observa-se que os empresários poucos sucedidos afirmaram que não consideram o projeto implantado em suas empresas, sendo assim não houve conquistas. Diferentemente das empresas bem sucedidas dos 9 itens, os empresários entenderam que 8 foram conquistados pelas empresas após a implantação do projeto, dos quais 5 foram conquistados pelas duas empresas, foram eles: cultura organizacional para apoiar a criatividade, sistema de recompensa como forma de recompensa de novas ideias, aumento com a preocupação para o entendimento do mercado, monitoramento constante e contínuo da tecnologia; e, por fim, constante planejamento para soluções de problemas, assim resultando um alto impacto interno nas empresas bem sucedidas. 69 Os itens descritos: participação dos colaboradores gerando maior envolvimento e comprometimento e mobilização de equipe, garantindo uma comunicação eficiente foram conquistados pela empresa G-BS-02 que esperava ser atendida e conseguiu, assim como o item descrito no quadro: captação de recursos foi o item esperado e atendido pela empresa G-BS-01. OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo Projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto externo Quadro 20: Gastronomia bem e pouco sucedida, impacto externo Setor Empresas Os clientes ficaram sabendo do projeto Por que meio de comunicação? Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder G-BS-01 (*) (*) Sim Gastronomia G-BS-02 G-PS-01 conversa G-PS-02 (*) (*) Não No item que busca compreender o impacto externo, avaliou-se a partir da opinião dos empresários se os clientes de suas empresas ficaram sabendo da implantação do Projeto ALI. O resultado foi que só um cliente de uma empresa ficou sabendo do Projeto ALI, o qual, de acordo com o empresário, ocorreu por meio de conversa informal. Nas demais, a percepção dos empresários é que ninguém externo soube do movimento, resultando em um impacto externo, deste segmento, inexistente. OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo Projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto externo Quadro 21: Gastronomia bem e pouco sucedida, nota e sugestões de melhoria para o Projeto ALI 70 Setor Empresas Sugestão de melhoria Nota para o projeto Média por setor Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder Gastronomia G-BS-02 G-PS-01 agente agente 8 5 G-BS-01 agente 10 9 G-PS-02 agente (*) (*) (*) Foi oferecida aos empresários uma oportunidade de dar sugestões de melhoria para as futuras implantações do Projeto ALI e uma nota global ao projeto pelo desenvolvimento na sua empresa. Sendo assim, todas as empresas ressaltaram que era necessário que os agentes tivessem melhor e maior conhecimento do projeto para poder ter melhor acompanhamento e informação mais coerente para serem transmitidas aos empresários. Das empresas participantes do setor de gastronomia, as notas dadas pela empresa considerada bem sucedida resultaram em uma média excelente, sendo ela 9. Já a nota que o empresário considerado pouco sucedido atribuiu foi muito baixa e o outro empresário não soube responder, mesmo assim podendo considerar uma percepção muito ruim do Projeto ALI. 4.1.3 Setor de Confecção OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI – Visitas realizadas e satisfação dos gerentes Quadro 22: Confecção bem e pouco sucedida, número de visitas realizadas e satisfação. Setor Confecção Empresas C-BS-01 C-BS-02 C-PS-01 C-PS-02 Quantidade de visitas (*) 10 5 8 Tempo por mês (*) 5m 6m 5m Satisfação com a quantidade Média de visita por período (*) 2 1,18 Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder (*) Sim Não 71 Com base na pergunta que buscava identificar a quantidade de visitas que foram feitas pelo agente para a implantação do Projeto ALI, constatou-se que o setor de confecção teve uma média razoável em comparação com os outros setores na quantidade de visitas e a duração maior. Com exceção da empresa classificada com pouco sucedida C-PS-01, todas as outras tiveram um alto grau de insatisfação com relação a quantidade de visitas, até mesmo a empresa que teve 10 visitas em 5 meses . Apesar de a média ter sido razoável, os empresários afirmaram que na percepção deles as dificuldades deveram-se à distância entre Toritama e Recife. OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas sobre a importância da implementação do Projeto ALI – Importância do projeto Quadro 23: Confecção bem e pouco sucedida, o motivo da importância do Projeto ALI Setor Empresas É importante para a empresa Motivos de inovação Motivos de conhecimento Motivos administrativos Motivos ausência de informação Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder C-BS-01 X (*) Confecção C-BS-02 C-PS-01 X - Sim X - C-PS-02 X - Não Com base na pergunta que aborda a importância do projeto para os empresário foi visto pelos resultados que todas concordam que o Projeto ALI é importante para suas empresas. No item que se refere aos motivos pelos quais é importante o projeto ALI, os dados mostraram exclusivamente dois pontos fortes. Para as empresas bem sucedidas foi por motivos administrativos com intuito de melhorar os processos, principalmente no que diz 72 respeito ao processo de produção; para as empresas pouco sucedidas, foi por motivo de ter maior conhecimento, os empresários falaram das dificuldades de participar de algum projeto como esse também por causa de distância. (OE2) Levantar o nível de conhecimento dos gestores das empresas estudadas, a respeito do conceito e dos diversos tipos de inovações – conhecimento sobre o conceito e tipo de inovação. Quadro 24: Confecção bem e pouco sucedida, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação. Setor Empresas C-BS-01 Novidade Melhoria Mudança X Ter qualidade Há outro tipo de inovação Quais são ? processo Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder (*) Confecção C-BS-02 C-PS-01 X X (*) Sim processo C-PS-02 X processo Não Com base na pergunta que aborda o conhecimento a respeito do que é inovação, constatou-se que as empresas classificadas como bem sucedidas entenderam que inovação significa mudança na empresa e as outras consideram que inovação significa ter novidade e ter qualidade. Observa-se que a compreensão do setor a respeito do que é inovação é acertada, visto que na questão que trata se o empresário conhece os diversos tipos de inovação, o setor de confecção também teve um destaque neste item em relação aos outros setores. Dos quatro empresários três afirmaram que conheciam outros tipos de inovação. Dois deles disseram que era a inovação de processo. Somente um empresário da C-BS-02 afirmou 73 que não conhecia outro tipo de inovação. Isso se reflete em um bom rendimento do setor de confecção para com as consultorias prestadas. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – analisar levantamento de novas ideias Quadro 25: Confecção bem e pouco sucedida, forma de criação de novas ideias na empresa Setor Empresas Meio de levantamento de ideias Responsável pelas análises Já implantou alguma ideia Fonte: Pesquisa realizada C-BS-01 Reunião Diretor Confecção C-BS-02 C-PS-01 Reunião Diretor Legenda : Sim C-PS-02 Reunião Diretor Não Com base na pergunta que trata o meio de levantar as novas ideias, todos os que responderam afirmaram que era através de reunião, o que demonstra um jeito mais apropriado e peculiar do setor. Foi relevante observar que quem analisa as ideias para serem implantadas é predominantemente o Diretor, o que aponta para um perfil dos segmentos mais centralizador. Além disso, todos os que responderam já implantaram alguma nova ideia, com exceção da empresa C-PS-01 que não lembra ou não soube responder. Isso demonstra que os empresários estão realmente à busca de novas formas de integrar, envolvendo de alguma forma os funcionários, isso é muito positivo. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Mensurar recomendação do agente Quadro 26: Confecção bem e pouco sucedida, recomendações do agente para as empresas, após o diagnóstico. 74 Setor Empresas Houve recomendação do agente Organização dos processos Designer Implantou a recomendação Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder C-BS-01 Confecção C-BS-02 C-PS-01 (*) (*) X Sim (*) C-PS-02 X Não Com base na pergunta que trata o aspecto se o agente fez alguma recomendação depois do diagnóstico elaborado pelo agente, verificou-se que o agente fez de fato recomendações a todas as empresas do setor. Os empresários que lembraram quais foram elas referiram-se aos processos de produção da empresa. É relevante destacar que só uma empresa considerada pouco sucedida implantou a recomendação no setor de produção. Através das recomendações, o empresário implantou um planejamento de horas de produção, adequando melhor os revezamentos dos funcionários e melhorando a produtividade. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – recomendação de curso Quadro 27: Confecção bem e pouco sucedida, recomendações do agente para realização de cursos no SEBRAE. Setor Empresas Foi recomendado do curso Alguém fez o curso Qual foi o cargo Aplicou na empresa Fonte: Pesquisa realizada C-BS-01 Confecção C-BS-02 C-PS-01 Legenda: Sim C-PS-02 Não 75 No item em que avalia se o Agente ALI fez alguma recomendação de curso para o setor, verificou-se que nenhuma das empresas do setor recebeu recomendação de participarem de cursos oferecidos pelo SEBRAE. Neste ponto é importante relatar que os empresários perceberam esse fato de não terem nem recebido a recomendação de participarem dos cursos, até mesmo porque foi visto por eles como sendo uma forma de receber treinamento do SEBRAE, in loco, devido à dificuldade de localização. OE3- Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Expectativa do empresário Quadro 28: Confecção bem e pouco sucedida, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto. Empresas do Setor Confecção Diminuir custo operacional (produtos/serviços) Melhorar a qualidade Obter diferencial competitivo Qualificar-se na cadeia produtiva Aumentar a produtividade Atender as exigências de caráter ambiental Atender normas internacionais Desenvolver processo inovador Organizar a empresa Melhorar o ambiente de trabalho Ter acesso à informação Aumentar as vendas Economizar energia Qualificar se para exportação Decidir com embasamento técnico Diminuir desperdícios Substituir equipamento Diversificar oferta de produtos Lançar novo produto Qualificar colaborador Otimizar estoque Investir em outros mercados C-BS-01 C-BS-02 C-PS-01 C-PS-02 76 Fonte pesquisa realizada Legenda : Esperava e atendida Não esperava mas atendida Esperava mas não atendida Nem esperava nem atendida No quadro acima, buscou-se avaliar as expectativas do empresário com relação à participação do Projeto ALI, se foram atendidas, não atendidas, superadas com relação ao que o projeto poderia estar contribuindo para a empresa. Observa-se que em itens em comum, as quatros empresas do segmento buscaram ser atendidas. São eles: diminuir custo operacional (produto/serviço), melhorar ambiente de trabalho, economizar energia, diminuir desperdícios foram itens que só uma empresa de cada classificação ( bem sucedida e pouco sucedida) foi atendida. Um ponto relevante é que os itens obter diferencial competitivo, aumentar a produtividade, desenvolver processo inovador, lançar novo produto, qualificar colaborador e otimizar estoque, apesar de serem itens desejados por pelo menos uma das quatro empresas do segmento, nenhuma delas conseguiu ser atendida pelo Projeto ALI. Já com as empresas bem sucedidas com a implantação do Projeto ALI, os empresários afirmaram que esperavam conquistar os itens: melhorar qualidade, organizar a empresa, aumentar a venda e diversificar oferta de produto, o que só foi atendido em apenas uma delas. Observa-se também que pelo menos uma das empresas bem sucedidas do setor teve o item que não esperava, mas foram atendidas, que foram: qualificar se na cadeia produtiva, atender as exigências de caráter ambiental, decidir com embasamento técnico. 77 OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo Projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto interno Quadro 29: Confecção bem e pouco sucedida, após a implementação o que a empresa conquistou. C-BS-01 Empresas do Setor Confecção C-BS-02 C-PS-01 C-PS-02 Cultura organizacional para apoiar a criatividade Participação dos colaboradores gerando maior envolvimento e comprometimento Mobilização de equipe, garantindo uma comunicação eficiente Sistema de recompensa como forma de recompensa de novas ideias Aumento com a preocupação para o entendimento do mercado Monitoramento constante e contínuo da tecnologia Captação de recursos externos Constante planejamento para soluções de problemas Estabilidade dos funcionários Considera houve implantação Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Sim Não Na questão da entrevista que avalia qual seria a conquista que o empresário poderia considerar que teve após a implantação do projeto, foi observado que uma empresa bem sucedida afirma que não houve conquistas, pois para ele não houve a implantação do projeto. Verificou-se que itens em comum para pelo menos uma das quatro empresas tiveram como conquista após o Projeto ALI, foram eles: mobilização da equipe, garantindo uma comunicação eficiente, aumento com a preocupação para o entendimento do mercado e constante planejamento para solução de problemas. 78 Os itens monitoramento constante e contínuo da tecnologia foram conquistas da empresa C-BS-02, assim como o item participação dos colaboradores, o que gerou maior envolvimento e comprometimento foram conquistas das empresas pouco sucedidas no Projeto ALI. OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo Projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto externo Quadro 30: Confecção bem e pouco sucedida, impacto externo. Setor Empresas Os clientes ficaram sabendo do projeto Por que meio de comunicação? Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder C-BS-01 (*) (*) Sim Confecção C-BS-02 C-PS-01 (*) C-PS-02 (*) (*) Não Na questão que se faz ao empresário se os clientes ficaram sabendo que a empresa estava passando pelo processo de implantação do Projeto ALI, com a intenção de medir se houve impacto externo, foram vistoS que todos os empresário disseram que não, os clientes não ficaram sabendo. Resultando em um nível baixo de impacto externo, o que não é muito bom. 79 OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo Projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto externo Quadro 31: Confecção bem e pouco sucedida, nota e sugestões de melhoria para o Projeto ALI. Setor Empresas Sugestão de melhoria Nota para o projeto Média por setor Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder C-BS-01 agente 5 Confecção C-BS-02 C-PS-01 C-PS-02 agente (*) (*) 8 10 (*) 6,5 (*) (*) Na questão que dá oportunidade aos empresários de sugerir alguma melhoria ao projeto, aqueles que responderam afirmaram que precisava melhorar o treinamento dos agentes, que deveria haver mais controle do SEBRAE de como os agentes estão desenvolvendo o projeto nas empresas. O setor considerado bem sucedido ficou com uma média razoável em relação ao projeto. 4.2 Análise dos setores metal mecânica, gastronomia e confecção, bem sucedida OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI. Quadro 32: Os três setores bem sucedidos, número de visitas realizadas e satisfação. Setores Metal-Mecânica Gastronomia M-BS-01 M-BS-02 G-BS-01 G-BS-02 Empresas 5 3 10 (*) Quantidade de visita 5m 3m 3m 3m Tempo por mês Satisfação com a qtd. 1 1 3,3 (*) Média de visita por período Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder (*) Sim Não Confecção C-BS-01 (*) (*) C-BS-02 10 5m (*) 2 80 Com base na pergunta que aborda a respeito da visita do agente, percebeu-se que o item quantidade de visitas teve uma boa média relacionada ao número de visitas versus a quantidade de meses. Porém o requisito satisfação pela quantidade de visitas foi insatisfatório no segmento de confecção. O empresário do segmento explicou que a distância da capital fazia com que houvesse menor atenção; já para o setor de metal- mecânica, a empresa MBS-01 argumentou que a pouca visita do agente fez com que não completasse a implantação do projeto em sua empresa. OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas sobre a importância da implementação do Projeto ALI – Importância do projeto Quadro 33: As empresas bem sucedidas, o motivo da importância do Projeto ALI. Setores Empresas É importante para a empresa Motivos de inovação Motivos de conhecimento Motivos administrativos Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-BS-01 M-BS-02 G-BS-01 G-BS-02 C-BS-01 C-BS-02 X - X - X - X - X X Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder (*) Sim Não Com base na pergunta que aborda a importância do projeto, todos os empresários concordaram que o projeto é importante. No item que se refere aos motivos pelos quais o projeto é importante, os dados mostraram semelhança nos resultados dos segmentos, caracterizando as mesmas necessidades empresariais, sendo por motivos de conhecimento 81 para o setor de metal-mecânica, por motivos de inovação para o setor de gastronomia e por motivos administrativos para o setor de confecção. (OE2) Levantar o nível de conhecimento dos gestores das empresas estudadas, a respeito do conceito e dos diversos tipos de inovações – conhecimento sobre o conceito e tipo de inovação. Quadro 34: Os três setores bem sucedidos, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação. Setores Empresas Novidade Melhoria Mudança Ter qualidade Há outro tipo de inovação Quais são A empresa tem algum tipo Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-BS-01 M-BS-02 G-BS-01 G-BS-02 C-BS-01 C-BS-02 X X - X - X - X - X - (*) (*) (*) (*) (*) (*) (*) (*) (*) (*) (*) (*) Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder (*) Sim Não Com base na pergunta que aborda o conhecimento a respeito do que é inovação, constatou-se por parte das empresas classificadas como bens sucedidas que o nível de conhecimento era baixo. Na questão que se trata de o empresário conhecer os diversos tipos de inovação, só uma empresa do segmento metal mecânica e uma de confecção afirmaram que já ouviram falar, mas não souberam responder em relação aos tipos de inovação e se a empresa obtém algum. 82 (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – analisar levantamento de novas ideias Quadro 35: Os três setores bem sucedidos, criação de novas ideias. Setores Empresas Meio de levantamento de ideia Responsável pelas análises Já implantou alguma ideia Metal-Mecânica M-BS-01 Bate papo Diretor Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder Gastronomia M-BS-02 Bate papo Diretor (*) G-BS-01 Bate papo Diretor Sim Confecção G-BS-02 Reunião C-BS-01 Reunião C-BS-02 Reunião Diretor Diretor Diretor Não Com base na pergunta que trata do meio de levantar as novas ideias, o setor de metal mecânico tem como forma de levantar novas ideias o bate papo, o que se considera um modo informal de captar ideia, diferentemente do segmento de confecção, que se utilizou do modo reunião, demonstrando uma forma mais apropriada para levantar ideias. Já no setor de gastronomia, as empresas se utilizaram de métodos de levantamento de ideias diferentes: G-BS-01 bate-papo e G-BS-02 reunião. Foi relevante observar que quem analisa as ideias para serem implantadas é unicamente o Diretor, o que demonstra um perfil dos segmentos centralizador. E agrega muito valor para empresário o fato de todas terem conseguido implantar as ideias em suas empresas. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Mensurar recomendação do agente Quadro 36: Os três setores bem sucedidos, recomendações do agente para as empresas, após o diagnóstico. 83 Setores Empresas Houve recomendação do agente Quais foram Organização dos processos Design Implantou a recomendação Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-BS-01 M-BS-02 G-BS-01 G-BS-02 C-BS-01 C-BS-02 X - X - X X - (*) (*) X - Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder (*) Sim Não Todos os empresários afirmaram que o agente fez alguma recomendação depois do diagnóstico. O segmento de metal mecânica teve recomendações do mesmo assunto, mas só uma empresa implantou a recomendação. A empresa M-BS-01, que não implantou a recomendação, argumentou que a ausência do agente para dar continuidade foi uma aspecto determinante para a não implantação. O segmento de gastronomia teve êxito por completo, pois recebeu as recomendações e implantou todas as recomendações em suas respectivas empresas. No segmento de confecção, a empresa C-BS-01, apesar de ter recebido as recomendações do agente, afirmou que não lembra quais foram, por conseguinte não as implantou. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – recomendação de curso Quadro 37: Os três setores bem sucedidos, recomendações do agente para realização de cursos no SEBRAE. Setores Empresas Foi recomendado curso Alguém fez o curso Qual foi o cargo Aplicou na empresa Metal-Mecânica M-BS-01 M-BS-02 Gastronomia G-BS-01 G-BS-02 Técnico Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder (*) Sim Não Confecção C-BS-01 C-BS-02 84 Com base na pergunta que trata o item se o agente recomendou algum curso para melhoria e aperfeiçoamento do empresário e colaboradores foi visto que na percepção dos empresários bem sucedidos a recomendação aconteceu nos segmentos de metal-mecânica e gastronomia. Só uma empresa fez o curso e mesmo assim nenhuma aplicou o que aprendeu do curso. Outro ponto relevante é que o empresário do setor de confecção tem como percepção não ter recebido recomendação para participar de cursos de aperfeiçoamento. OE3- Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Expectativa do empresário Quadro 38: Os três setores bem sucedidos, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto. Empresas dos Setores Diminuir custo operacional (produtos/serviços) Melhorar a qualidade Obter diferencial competitivo Qualificar-se na cadeia produtiva Aumentar a produtividade Atender as exigências de caráter ambiental Atender normas internacionais Desenvolver processo inovador Organizar a empresa Melhorar o ambiente de trabalho Ter acesso à informação Aumentar as vendas Economizar energia Qualificar se para exportação Decidir com embasamento técnico Diminuir desperdícios Substituir equipamento Diversificar oferta de produtos Lançar novo produto Qualificar colaborador Otimizar estoque Investir em outros mercados Fonte pesquisa realizada Legenda: M-BS M-BS G-BS G-BS C-BS C-BS 01 02 01 02 01 02 85 Esperava e foi atendida Não esperava, mas foi atendida Esperava, mas não foi atendida Nem esperava nem foi atendida Com base na pergunta que questiona o empresário a respeito da percepção dele sobre quais dos 22 itens citados acima o projeto ALI contribuiu na empresa. O empresário, antes de começar o projeto ALI, respondeu a um questionário com as mesmas perguntas feitas pela pesquisadora. Certo disto, vimos que as duas empresas do setor de metal – mecânica tinham a expectativa de serem atendidas em 12 itens, porém 4 itens tiveram suas expectativas não atendidas pelo menos por uma das empresas. Foram eles: desenvolver processo inovador, organizar a empresa, diminuir desperdício e otimizar estoque. As expectativas atendidas pelas duas empresas foram: diminuir custo operacional e aumentar vendas. E as expectativas superadas foram: melhorar qualidade, obter diferencial competitivo, atender normas, melhorar ambiente de trabalho, ter acesso a informação, substituir equipamento, diversificar oferta de produto, lançar novos produtos, qualificar colaborador e investir em novos mercados, resultando em uma excelente contribuição do projeto no setor metal mecânica. Quanto ao setor de gastronomia, em pelo menos uma das duas empresas, o setor tinha a expectativa de ser atendido e o foi efetivamente nos itens de melhorar qualidade, obter diferencial competitivo, desenvolver processo inovador e aumentar as vendas. Dentre os itens que foram esperados e não foram atendidos, 5 itens tiveram expectativas não atendidas. Com relação às expectativas superadas, só a empresa G-BS-02 conquistou a superação em diminuir custo operacional, qualificar-se na cadeia produtiva, aumentar a produtividade, economizar energia, substituir equipamento, diversificar equipamento, diversificar oferta de produto e otimizar estoque. Este empresário em especial já tem 86 emsua empresa uma cultura em inovar, já que ele busca criar novos produtos sempre quando surge uma necessidade específica do cliente, o que pode ser comprovado nos resultados. Por fim, no setor de confecção, a empresa C-BS-01 não teve nenhum expectativa atendida. Só o item decidir com embasamento técnico é que foi superado. Já a empresa CBS-02 teve como expectativa melhorar a qualidade, organizar a empresa, melhorar ambiente de trabalho, aumentar as vendas, diminuir desperdício e diversificar a oferta de produto atendida. Dois itens foram superados. O primeiro diz respeito a qualificar a cadeia produtiva, que foi através das indicações de otimizar os processo fabril. O segundo referese a atender exigência de caráter ambiental. (OE4) Descrever, na opinião dos gestores, o impacto alcançado pela implementação do Projeto ALI – impacto interno Quadro 39: Os três setores bem sucedidos, após a implementação o que a empresa conquistou Empresas dos Setores Cultura organizacional para apoiar a criatividade Participação dos colaboradores gerando maior envolvimento e comprometimento Mobilização de equipe, garantindo uma comunicação eficiente Sistema de recompensa como forma de recompensa de novas ideias Aumento com a preocupação para o entendimento do mercado Monitoramento constante e contínuo da tecnologia Captação de recursos externos Constante planejamento para soluções de problemas Estabilidade dos funcionários M-BS M-BS G-BS G-BS C-BS C-BS 01 02 01 02 01 02 87 Considera que houve implantação Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Sim Não Coral et al (2008), em seus estudos, afirma que algumas práticas de empresas inovadoras são adquiridas com a gestão de inovação, conforme os itens citados na pergunta 14 do roteiro de pesquisa. Essas práticas são comuns às empresas que apresentam potencial para inovação, por isso é considerado como impacto alcançado pela implantação internamente atendendo o objetivo específico 4, da seguinte forma: após a implantação do projeto, o senhor acha que conquistou quais dos itens? Sendo assim, foi visto que nas duas empresas do setor metal mecânica dos 10 itens, 7 foram conquistados, considerando um bom resultado. No setor de gastronomia, as duas empresas conquistaram 8 itens, segundo a percepção do empresário, o que se configura como um excelente trabalho. Já no setor de confecção, uma empresa entendeu que não houve conquista, pois os empresários consideram que o projeto não foi plenamente implantado. Só a empresa CBS-02 considerou 4 itens conquistados, resultando uma pouca contribuição do Projeto ALI. 88 (OE4) Descrever, na opinião dos gestores, o impacto alcançado pela implementação do Projeto ALI – impacto externo Quadro 40: Os três setores bem sucedidos, impacto externo. Setores Empresas Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-BS-01 M-BS-02 G-BS-01 G-BS-02 C-BS-01 C-BS-02 conversa (*) (*) conversa (*) (*) Os clientes ficaram sabendo do projeto Por que meio de comunicação? Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder (*) Sim Não A finalidade deste item da entrevista é saber se houve impacto externo na comunidade (clientes), perguntando ao empresário se os clientes ficaram sabendo que a empresa estava passando ou passou pelo Projeto ALI e se as mudanças refletiram na percepção dos clientes. Foi visto que só uma empresa do setor de metal - mecânica e uma de gastronomia perceberam que a empresa passou pelo processo de implantação do projeto ALI, através de conversas com os proprietários. Já no setor de confecção, o cliente não percebeu que a empresa passou por um processo de implantação do projeto ALI. (OE4) Descrever, na opinião dos gestores, o impacto alcançado pela implementação do Projeto ALI – impacto externo Quadro 41: Os três setores bem sucedidos, nota e sugestões de melhoria para o projeto ALI. Setores Empresas Sugestão de melhoria Nota para o projeto Média para o setor Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-BS-01 M-BS-02 G-BS-01 G-BS-02 C-BS-01 C-BS-02 agente 6 agente 8 agente 10 agente 8 agente 5 agente 8 Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder 7 9 (*) Sim 6,5 Não 89 Neste item da entrevista foi solicitado que os empresários dessem alguma opinião e/ou sugestão a respeito do Projeto ALI. Os empresários de todos os setores perceberam que o agente tem um grau de relevância muito alto para o sucesso da implantação do projeto na empresa. Considerando esse fator, os empresários perceberam que o agente deveria ter uma melhor conduta do projeto para com eles, já que os agentes deveriam conhecer melhor os segmentos, oferecendo mais conhecimento, acompanhamento e, o mais importante, dar continuidade ao andamento das etapas. Em seguida foi solicitado que o empresário atribuísse uma nota, resultando uma média por setor. Para as empresas consideradas bem sucedidas, a média foi muito boa; a menor média foi a do setor de confecção, refletindo a sua percepção. A melhor foi a do setor de gastronomia que demonstrou em suas entrevistas maior aproveitamento do projeto e em seguida o setor de metal mecânica que tentou aproveitar o máximo que pode do projeto. 4.3 Análise dos setores metal mecânica, gastronomia e confecção, pouco sucedidos OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI – Visitas realizadas e satisfação dos gerentes Quadro 42: Os três setores pouco sucedidos, número de visitas realizadas e satisfação. Setores Metal-Mecânica Gastronomia M-PS-01 M-PS-02 G-PS-01 G-PS-02 Empresas 2 2 2 2 Quantidade de visita 1m 1m 2m 2m Tempo por mês Satisfação com a qtd Média de visita por período 0,5 0,5 1 1 Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder (*) Sim Não Confecção C-PS-01 5 6m C-PS-02 8 5m 0,83 1.6 90 Com base no quadro acima, pode-se verificar que o período de consultoria e a quantidade de visitas realizadas pelo Agente ALI foram muito baixos nos setores de metalmecânica e gastronomia onde pouco sucesso de implantação do Projeto foi identificado. Houve exceção nas empresas de confecções em termos de período de consultoria, mas não em número de visitas por mês. Diante desse fato, não é de estranhar que quase todas as empresas expressaram um grau de insatisfação com o programa. Somente um empresário das empresas de confecções achava que o número de visitas foi suficiente. O outro empresário do mesmo setor considerou que a distância entre Toritama e a capital motivou menor atenção por parte do agente, mesmo que tenha ocorrido quase o dobro de visitas por período de consultoria do que a outra empresa do mesmo setor e mais de três vezes das empresas dos outros dois setores. OE1 - Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI – Importância do projeto Quadro 43: Os três setores pouco sucedidos, o motivo da importância do projeto ALI Setores Empresas É importante para a empresa Motivos de inovação Motivos de conhecimento Motivos administrativos Motivos ausência de informação Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-PS-01 M-PS-02 G-PS-01 G-PS-02 C-PS-01 C-PS-02 X - X - X X X X X - X - Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder (*) Sim Não Com base no quadro acima que aborda a importância do projeto para os empresários dos três setores estudados, os resultados demonstram que só os setores de 91 metal-mecânica e confecção concordaram que o projeto foi importante para suas empresas, mesmo sendo pouco sucedidos em implantação da gestão de inovação. O setor de gastronomia argumentou que mal conseguiu conhecer o projeto direito e que não conseguiu perceber aplicabilidade em suas empresas. Em termos de motivos pelos quais o projeto foi considerado relevante para as empresas, vale salientar que apenas uma das empresas julgou que foi importante devido à inovação, enquanto três das seis empresas acham que o programa foi importante devido aos novos conhecimentos que trouxe para as empresas sobre elas mesmas. Somente o setor de gastronomia achou que houve ausência de informação do próprio programa para poder julgar sua importância ou não. (OE2) Levantar o nível de conhecimento existente dos gestores das empresas estudadas, a respeito do conceito e dos diversos tipos de inovações Quadro 44: Os três setores pouco sucedidos, nível de conhecimento sobre o conceito e tipo inovação. Setores Empresas Novidade Melhoria Mudança Ter qualidade Há outro tipo de inovação Quais são A empresa tem algum tipo Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-PS-01 M-PS-02 G-PS-01 G-PS-02 C-PS-01 C-PS-02 X - X - X - X - - - - - X - - X (*) (*) (*) (*) (*) (*) (*) (*) Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder (*) Sim processo processo (*) (*) Não Com base no quadro 44, que aborda o conhecimento a respeito do que é inovação, os dados demonstram que as empresas classificadas como pouco sucedidas de todos os 92 segmentos têm um nível de conhecimento melhor do que as empresas consideradas bem sucedidas e que a grande maioria entende como sendo uma melhoria em processos e produtos. Na questão que trata se o empresário conhece os diversos tipos de inovação, só uma empresa do segmento metal mecânica, nenhuma de gastronomia e as duas empresas do setor de confecção afirmaram que conhecem outros tipos de inovação. Quando perguntado ao empresário se ele conhece outro tipo de inovação, ele respondeu que seria a inovação de processo. Deve-se lembrar que foi o setor que teve as empresas que mais receberam visitas. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – analisar levantamento de novas ideias Quadro 45: Os três setores pouco sucedidos, forma de criação de novas ideias na empresa. Setores Empresas Meio levantamento de ideias Responsável pelas análises Já implantou alguma ideia Metal-Mecânica M-PS-01 não faz não tem Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder M-PS-02 bate papo diretor (*) Gastronomia G-PS-01 Reunião diretor Sim G-PS-02 bate papo diretor Confecção C-PS-01 não faz não tem C-PS-02 reunião diretor Não O quadro 45 que trata do meio de levantar novas ideias na empresa para a gestão da inovação demonstra que apenas quatro das seis empresas têm alguma forma de coleta de novas ideias implantadas nas empresas. A forma escolhida para isto é através de bate papo informal ou por reunião, em todos os casos o Diretor ficando com a responsabilidade de aprovação das ideias para implantação. Vale salientar que, mesmo com pouco tempo de consultoria e reduzido número de visitas dos Agentes ALI, ambas as empresas do setor de gastronomia conseguiram 93 implantar alguma ideia nova na empresa, enquanto apenas uma empresa do setor confecção, o setor mais beneficiado com consultoria e visitas, implantou um processo de captação de ideias novas e conseguiu implantar alguma ideia nova. (OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Mensurar recomendação do agente Quadro 46: Os três setores pouco sucedidos, recomendações do agente para as empresas, após o diagnóstico Setores Empresas Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-PS-01 M-PS-02 G-PS-01 G-PS-02 C-PS-01 C-PS-02 - - - - - x - Houve recomendação do agente Organização dos processos Design Implantou a recomendação Fonte: Pesquisa realizada Legenda: Não soube responder (*) Sim Não No que se refere ao fato se o Agente ALI elaborou alguma recomendação de melhoria depois do diagnóstico elaborado, os empresários do setor de confecção e de uma empresa de gastronomia recordaram que sim, mas apenas a empresa C-PS-02 lembrou qual foi. Dessas três empresas, apenas aquela que recordava da recomendação feita de fato a implantou. Isso sugere ou reflete, provavelmente, um baixo acompanhamento e envolvimento com o Projeto ALI. OE3) Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – recomendação de curso Quadro 47: Os três setores pouco sucedidos, recomendações do agente para realização de cursos no SEBRAE. 94 Setores Empresas Metal-Mecânica Foi recomendado curso Alguém fez o curso Qual foi o cargo Aplicou na empresa Gastronomia Confecção M-PS-01 M-PS-02 G-PS-01 G-PS-02 C-PS-01 (*) (*) (*) (*) (*) Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder (*) Sim C-PS-02 (*) Não Com base na pergunta que investiga se houve recomendação pelo Agente ALI que alguém fizesse um curso no SEBRAE a fim de aperfeiçoamento, os dados da pesquisa do quando 16 registram que quase todos os empresários disseram que não, com exceção de uma empresa de setor metal-mecânica. Mesmo neste caso, porém, o empresário informa que o mesmo não foi realizado e, consequentemente, nenhuma capacitação dos empregados nas empresas participantes desses setores foi realizada ou conhecimento novo aplicado nas empresas oriundo de cursos. OE3- Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI – Expectativa do empresário Quadro 48: Os três setores pouco sucedidos, o que o empresário esperava antes do projeto e obteve depois do projeto Empresas dos Setores Diminuir custo operacional (produtos/serviços) Melhorar a qualidade Obter diferencial competitivo Qualificar-se na cadeia produtiva Aumentar a produtividade Atender as exigências de caráter ambiental Atender normas internacionais Desenvolver processo inovador Organizar a empresa Melhorar o ambiente de trabalho M-PS M-PS G-PS G-PS C-PS C-PS 01 02 01 02 01 02 95 Empresas dos Setores Ter acesso à informação Aumentar as vendas Economizar energia Qualificar se para exportação Decidir com embasamento técnico Diminuir desperdícios Substituir equipamento Diversificar oferta de produtos Lançar novo produto Qualificar colaborador Otimizar estoque Investir em outros mercados Considera que houve implantação ? Fonte pesquisa realizada Legenda: Esperava e foi atendida Não esperava, mas foi atendida M-PS M-PS G-PS G-PS C-PS C-PS Esperava, mas não foi atendida Nem esperava nem foi atendida Com base na pergunta que questiona o empresário a respeito da percepção dele sobre quais dos 22 itens citados acima, o Projeto ALI contribuiu na empresa, só foi identificado 10 itens que eles buscavam conquistar e conquistaram após o término. Segundo o documento Diagnóstico Empresarial do item 8.4, foi solicitado pelo agente que o empresário antes de começar o projeto em sua empresa, assinalasse quais seriam as suas expectativas em relação ao Projeto ALI. Certo disto, vimos que os setores metal – mecânica e gastronomia consideraram que não houve implantação, sendo assim entenderam que o projeto não contribuiu. O setor de metal mecânica tinha a expectativa de ser atendido em 4 itens iguais, que foram eles: diminuir custos operacionais (produto/serviço), desenvolver processo inovador, organizar a empresa e aumentar as vendas, por isso esses itens foram expectativas não atendidas. 96 Passando para o setor de confecção, que inclusive foi o único que considerou o Projeto ALI implantado, os empresários tinham a expectativa de serem atendidos em 14 itens, sendo 9 o número de itens de expectativa que não foram atendidas para a empresa CPS-01, que foram: obter diferencial competitivo, aumenta a produtividade, desenvolver processo inovador, melhorar o ambiente de trabalho, ter acesso à informação, economizar energia, diminuir desperdício, qualificador colaborador e otimizar estoque. O ponto relevante é que o item qualificar colaborador foi uma expectativa das duas empresas do setor, mas não foi atendido, sendo inclusive o único item a não ser atendido pela empresa C-PS-02, assim como o item diminuir custos operacionais foi conquistado pelas duas empresas. Os itens que a empresa C-PS-02 esperava e foi atendido foram atender as exigências, melhorar o ambiente de trabalho, ter acesso a informação e diminuir desperdício. O setor confecção demonstrou na entrevista um interesse muito grande pelo aprendizado no projeto, mesmo com todas as dificuldades com relação à distância da capital, mão de obra especializada e informação adequada os empresários pouco sucedidos com o Projeto ALI tiveram um posicionamento muito otimista. Podendo verificar que os três setores classificados como pouco sucedidos não tiveram nenhum item que houvesse superação nas expectativas, demonstrando frustração, visto que no item desenvolver processo inovador era desejável por todas as empresas do setor de metal mecânica e gastronomia e uma de confecção porém não foi atendido, confirmando um baixo desempenho do projeto. 97 OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto interno Quadro 49: Os três setores pouco sucedidos, após a implementação o que a empresa conquistou. Empresas dos Setores M-PS M-PS G-PS G-PS C-PS C-PS 01 02 01 02 01 02 Cultura organizacional para apoiar a criatividade Participação dos colaboradores gerando maior envolvimento e comprometimento Mobilização de equipe, garantindo uma comunicação eficiente Sistema de recompensa como forma de recompensa de novas ideias Aumento com a preocupação para o entendimento do mercado Monitoramento constante e contínuo da tecnologia Captação de recursos externos Constante planejamento para soluções de problemas Estabilidade dos funcionários Considera que houve implantação Legenda: Sim Não Fonte: Pesquisa realizada Essas práticas relatadas no roteiro da entrevista são comuns às empresas que apresentam potencial para inovação, por isso é considerado como impacto interno, alcançado pela implantação e atende o objetivo específico quatro, da seguinte forma: após a implantação do projeto, o senhor acha que conquistou quais itens? Constatou-se um baixo rendimento neste item, na percepção dos empresários dos segmentos de metal mecânica e gastronomia que consideraram que não houve implantação, entendendo que não houve conquista e que o projeto não resultou em impacto positivo. 98 Só as empresas do setor de confecção acharam que conquistaram 4 itens, que foram participação dos colaboradores gerando envolvimento e comprometimento, mobilização de equipe, garantindo uma comunicação eficiente, e aumento com a preocupação para o entendimento do mercado. Desse modo, os empresários acreditam que a conquista dos 4 itens mencionados acima resultou em um impacto interno positivo e necessário para as suas empresas. OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto externo Quadro 50: Os três setores pouco sucedidos, impacto externo. Setores Empresas Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-PS-01 M-PS-02 G-PS-01 G-PS-02 C-PS-01 C-PS-02 (*) (*) (*) (*) (*) (*) Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder (*) Os clientes ficaram sabendo do projeto Por que meio de comunicação? Sim Não No que diz respeito ao item que mede o impacto externo, se algum cliente reconheceu ou ficou sabendo do Projeto ALI nas empresas dos segmentos, constataou-se visto que nenhum cliente de nenhum segmento ficou sabendo, o que resultou em nenhum impacto externo, em relação ao projeto por setor. OE4- Descrever na opinião dos gestores o impacto alcançado pelo projeto ALI internamente na empresa e externamente na comunidade – impacto externo Quadro 51: Os três setores pouco sucedidos, nota e sugestões de melhoria para o projeto ALI. 99 Setores Empresas Sugestão de melhoria Nota para o projeto Media para o setor Metal-Mecânica Gastronomia Confecção M-PS-01 M-PS-02 G-PS-01 G-PS-02 C-PS-01 C-PS-02 agente 6 agente agente 5 agente (*) (*) 10 (*) (*) Fonte: Pesquisa realizada Legenda : Não soube responder (*) (*) (*) (*) Sim (*) Não No item que pergunta aos empresários qual seria a sugestão que eles dariam para o Projeto ALI, eles foram unânimes em dizer que seria a melhoria com os agentes. Na percepção deles, foi insuficiente o envolvimento e conhecimento dos agentes para com os empresários. E as notas dadas ao projeto foram variadas, o que resultou na dificuldade de atribuir uma média. 100 5. CONCLUSÃO Esta dissertação analisou detalhadamente o Projeto de Inovação do SEBRAE de Pernambuco conhecido como o Projeto Agente Local da Inovação (ALI), para que fosse possível identificar as principais características do resultado da implantação nas empresas de segmento de Metal Mecânica, Confecção e Gastronomia e Turismo. Observando atenciosamente, através da entrevista in loco a percepção dos empresários a respeito desta relação empresa versus Projeto ALI, pelo período de aproximadamente seis meses podendo variar para mais ou para menos, apesar do Projeto ALI está previsto para dois anos. O trabalho respondeu à seguinte pergunta de pesquisa: qual a percepção dos gestores das micro e pequenas empresas dos segmentos de metal mecânicas, confecção e gastronomia e turismo a respeito da implantação do Projeto dos Agentes Locais de Inovação (ALI)? Dessa forma, atingiu o objetivo geral, que foi conhecer a percepção dos gestores de micro e pequenas empresas sobre o desempenho da implementação do Projeto ALI, no SEBRAE de Pernambuco. Como também atingiu os objetivos específicos, que foram: 1. Levantar a opinião dos gestores das empresas estudadas, sobre a importância da implementação do Projeto ALI.; 2. Levantar o nível de conhecimento dos gestores das empresas estudadas, a respeito do conceito e dos diversos tipos de inovação; 3. Conhecer o grau de implementação do Projeto ALI, 4. Descrever, na opinião dos gestores, o impacto alcançado pela implementação Projeto ALI da consultoria do SEBRAE, internamente na empresa e 101 externamente na comunidade e 5. Comparar as práticas desenvolvidas nas empresas que tiveram as melhores e/ou piores no Projeto de Inovação ALI do SEBRAE/PE. Uma das principais contribuições deste trabalho é a clara evidência de que os empresários de todos os setores das atividades estudadas tiveram interesse de efetivamente ter gestão da inovação em suas empresas. Essa afirmação vem pela aceitação imediata de todas as empresas para a participação do Projeto ALI, e da afirmativa que acham o Projeto importante por motivos diversos como por exemplo: adquirir conhecimento, ter condições de conhecer e melhorar os processos internos, saber como investir em renovação das embalagens e lay out das empresas. Outra contribuição importante foi com relação ao esclarecimento dos empresários a respeito de inovação que foi considerado baixo. Apesar desses empresários terem afirmado que passaram pelas etapas iniciais que contemplam esclarecer e informar o que é inovação e quais são as dimensões do Radar da Inovação, o seu conhecimento foi considerado baixo. Os empresários tiveram dificuldades de esclarecer de forma segura o que entendia sobre inovação ou se conheciam as dimensões da inovação, o que comprometeu o andamento e a continuidade das melhorias dentro da empresa. Esta é uma área que precisa de melhoria antes de iniciar o Projeto ALI 2. Uma das evidências a que se chegou foi que as empresas em sua maioria não têm meios de promover novas ideias. Elas são captadas normalmente em reuniões, mas mesmo assim são poucas ideias novas. Outra evidência era que poucas empresas das entrevistadas se propuseram a fazer os cursos recomendados, demonstrando baixa importância. Os poucos que fizeram os cursos inclusive não implantaram as mudanças sugeridas no curso na empresa. 102 Ademais, uma das principais contribuições deste trabalho é a constatação de que as empresas tiveram dificuldades consideradas como barreiras externas de comunicação, atenção, distância nos casos das empresas que eram em Toritama, o conhecimento a respeito do projeto e de administração em geral com os agentes. Esses fatos dificultaram muito a implantação das recomendações feitas pelos agentes ALI com base nas prévias avaliações feitas das empresas. As barreiras internas das empresas em relação ao projeto foram identificadas mais no setor de Gastronomia com falta de recursos, necessidade de reformas no lay out , falta de mão de obra especializada. Os empresários explicaram que não implantavam as recomendações pelos agentes porque nem lembravam do que foi recomendado, demonstrando um nível de impacto interno muito baixo. O fator mais relevante sobre o grau de implantação do Projeto ALI, contudo, é que o setor de gastronomia teve melhor êxito no projeto. Os demais setores tiveram um grau baixo de implantação, apesar de terem em alguns momentos demonstrado bastante interesse, porém pouca continuidade. No que diz respeito à opinião dos gestores sobre a atenção dada dos agentes para com os empresários todos consideraram muito ruim, inclusive criticando a qualificação de alguns agentes. As empresas consideradas com mais dificuldades no projeto acharam que o tempo dedicado à consultoria foi muito pouco, sendo fator determinante para que não houvesse continuidade no projeto na empresa. Os achados mais relevantes com relação às práticas que mais influenciaram na implementação da gestão da inovação são o conhecimento do empresário em relação ao conceito do que é inovação e o maior envolvimento dos funcionários. 103 5.1. Sugestões de Pesquisas Futuras A seguir são propostos alguns tópicos para pesquisas futuras: A percepção do papel dos empresários no sucesso da implantação de um modelo de gestão da inovação; A importância da ambiência inovadora nas organizações no sucesso na implantação do Projeto ALI. A influência da capacitação dos empresários na gestão da inovação nas pequenas empresas. Estudo dos pontos críticos do Projeto ALI em outros setores. 5.2 Limitações da Pesquisa A seguir são descritas as principais limitações desta pesquisa: Dificuldade de acesso com os empresários do Setor de Gastronomia; Os empresários tinham no primeiro momento dificuldade de lembrar-se do projeto devido ao tempo do término das atividades em algumas empresas. Baixo conhecimento do empresário a respeito de gestão da inovação e as dimensões da inovação; Distância de alguns setores da capital, dificultando na infraestrutura necessária para as empresas, como por exemplo: acompanhamento no setor de confecção. participação dos cursos e melhor 104 6. REFERÊNCIAS BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 2002. BAPTISTA, M.N. e CAMPOS, D. C. Metodologia de Pesquisa em Ciências: Análise Quantitativa e Qualitativa. Rio de Janeiro: LTC, 2007. BACHANANN & ASSOCIADOS. Metodologia para Estimar o Grau de Inovação nas MPE, Curitiba/PR, abril, 2008 CARVALHO. M. M. Inovação: Estratégia e Comunidades de Conhecimento. São Paulo: Atlas, 2009. CONTANDRIOPOULOS, A.P.; CHANPAGNE.F;POTVIN,L;BOYLE,P. Saber preparar uma pesquisa: Definição, Estrutura, Financiamento. 2 ed. São Paulo; Rio de Janeiro: Hucitec Abrasco,1997 CORAL E.; OGLIARI A.;ABREU A.F. 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APÊNDICES Apêndice A1 : Quesitos de 1 a 7 108 Apêndice A2 : Quesitos de 8 a 16 109 Apêndice A3 : Quesitos de 17 a 22