Bepa 2009;6(68):22-24
Análise do potencial antigênico de proteínas excretadas por taquizoítos de
Toxoplasma gondii
Thaís Alves da Costa Silva, Vera Lucia Pereira-Chioccol. Laboratório de Parasitologia. Instituto Adolfo Lutz.
São Paulo, SP, 2008 [Dissertação de Mestrado – Área de concentração: Pesquisasas Laboratoriaias em
Saúde Pública – Programa de Pós-graduação em Ciências. Coordenadoria de Controle de Doenças.
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo]
Este estudo avaliou aspectos da resposta imune protetora desencadeada por
proteínas excretadas/secretadas (ESAs) de Toxoplasma gondii. A escolha do
antígeno baseou-se na forma evolutiva do protozoário, uma vez que taquizoítos são
responsáveis pela estimulação da resposta imunocelular e humoral nos
hospedeiros intermediários. As ESAs foram obtidas de sobrenadantes de culturas
células VERO infectadas com taquizoítos da cepa RH, após 48 horas de infecção.
Grupos de cinco camundongos fêmeas da linhagem A/Sn foram imunizados, por
via intraperitonial, com quatro doses quinzenais de 20µg de ESAs e 5µg de
hidróxido de alumínio, como adjuvante. Os grupos controle receberam nas mesmas
datas somente o adjuvante dissolvido em 200µl de PBS. Um pool de soros de
animais cronicamente infectados foi utilizado como controle positivo. Coletas de
sangue foram realizadas 15 dias após cada imunização e a análise dos anticorpos foi
feita por Elisa, RIFI e Imunobloting. A capacidade de interação dos anticorpos antiESAs com outros mecanismos da resposta imune foi avaliada por lise mediada por
complemento, teste de aglutinação e Antibody-mediated celular toxicity. Após 15
3
dias da última imunização, ambos os grupos de animais foram desafiados com 10
taquizoítos da cepa RH. A parasitemia, determinada pela PCR, e os índices de
sobrevida foram monitorados diariamente. Os resultados demonstraram que os
títulos dos anticorpos anti-ESAs foram crescentes a cada imunização.
Reconheceram um lisado bruto de taquizoítos e ligaram-se ao redor de toda
membrana de taquizoítos, porém, mais especificamente na região apical. Foram
capazes de aglutinar taquizoítos, interagir com proteínas do sistema de
complemento e com células esplênicas para lisar taquizoítos in vitro. Mesmo
desafiando os camundongos com uma dose letal de uma cepa altamente virulenta,
os resultados da PCR sugeriram que os animais imunizados apresentaram menor
parasitemia quando comparados aos do grupo controle. Consequentemente, o
mesmo aconteceu com os índices de sobrevida, em que os imunizados
sobreviveram 48 horas a mais do que os animais controle. Esses dados sugerem a
capacidade das ESAs em estimular a resposta imune protetora em camundongos
isogênicos.
Suporte Financeiro: Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo CCD-SES/SP e Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp)
Correspondência
Thaís Alves da Costa Silva
Av. Dr. Arnaldo, 351
CEP: 01246-902 – São Paulo/SP – Brasil
Tel.:55 11 3068-1991
Potencial antigênico de proteínas ESAa por taquizóitos de T. gondii/Silva TAC et al.
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