Trabalho Submetido para Avaliação - 31/08/2012 10:04:27 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A FUNÇÃO PATERNA E A IDENTIFICAÇÃO EDIVAINE ALI PINHEIRO ([email protected]) / PSICOLOGIA- ULBRA-SM, SANTA MARIA-RS Palavras-Chave: FUNÇÃO PATERNA, IDENTIFICAÇÃO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A FUNÇÃO PATERNA E A IDENTIFICAÇÃO PINHEIRO, Edivaine Ali ([email protected]) / Acadêmica do curso de Psicologia/Universidade Luterana do Brasil- Campos Santa Maria- RS PEREIRA, Luis Henrique ([email protected]) / Psicólogo, Mestre em Educação UFSM e professor do curso de Psicologia ULBRA-SM. Professor Orientador Palavras-Chave: FUNÇÃO PATERNA, IDENTIFICAÇÃO A palavra função nos diz sobre utilidade, desempenho de uma atividade, sendo assim, a função paterna está relacionada a desempenhar um papel e possuí uma utilidade a qual é de suma importância na constituição psíquica de um sujeito. O papel desempenhado pela função paterna é o de possibilitar a castração, ou seja, tirar a criança do lugar de objeto fálico da mãe para o lugar de sujeito. A castração denomina uma experiência psíquica completa que é vivida inconscientemente pela criança aproximadamente aos cinco anos de idade (NASIO, 1997, p.13). A respeito da utilidade da função paterna está na ordem da identificação. Tal identificação diz respeito a um laço emocional, o menino toma o pai como modelo, gostaria de ser como ele e tomar o seu lugar em tudo. O pai torna-se o seu ideal. (FREUD, 1996, p.115). Identificação se refere a um processo e transformação que acontece no próprio aparelho psíquico sendo ele imperceptível pelos nossos sentidos. Ainda é designada como sendo o surgimento de uma nova instância psíquica, a construção de um novo sujeito (NASIO, 1997, p.100, 101). O sentimento que surge no menino com relação ao seu pai é o sentimento de ódio, porém, não se instala de modo absoluto na mente da criança, trava uma luta com a afeição e a admiração que já estava presente pela figura paterna. A identificação tem caráter ambivalente, ora desperto afeto, ora desperta um desejo de se afastar da pessoa. Apresenta-se como originado da fase oral, onde o objeto que queremos aprisionar e ansiamos é aprendido pela ingestão, assim o mesmo é destruído (FREUD, 1996, p. 115). Após a ansiedade que se instalou começar a diminuir, ocorrerá a identificação com a criatura temida aliviando assim a ansiedade. Esse conflito é recalcado consolidando a interdição do incesto. “A atitude emocional ambivalente, que até hoje caracteriza o complexo-pai em nossos filhos e com tanta freqüência persiste na vida adulta, parece estender-se ao animal totêmico em sua capacidade de substituto do pai” (FREUD, 1996, p.134 e 145). Freud em seu texto “Totem e Tabu” apresenta a relação existente entre o totem e o tabu com a função paterna. No totem assim como no tabu está instaurado algo da ordem do poder da onipotência, o que está em jogo é ser o detentor do poder. Na relação entre mãe, bebê e pai, o poder falo circula e no final o mesmo fica com o pai. Sendo assim, o que fica para a criança é uma falta, um espaço vazio que o levará a uma constante busca na tentativa de preenchimento desse vazio. “... aquilo que falta é a própria potência, e que, afinal de contas, é o segredo de sua potência verdadeira. Aquilo nada mais é que uma falta” (LACAN, 1995, p.170, 171). Essa falta é importantíssima para que uma criança se insira no social, é a partir de suas experiências de frustração e castração que suportará as imposições e as normas que regem as relações sociais. O espaço vazio é que motivará o sujeito a buscar e se mover no intuito de alcançar algo para preencher esse espaço. Conclusão As considerações feitas nesse texto buscaram de modo sucinto refletir sobre a função paterna pelo viés da identificação. A partir dessas reflexões é possível constatar que na constituição psíquica de um sujeito, estão acoplados vários papeis e acontecimentos. Sendo a identificação com a figura paterna primordial, para que a consolidação e interdição do incesto ocorram, inserindo assim o sujeito no social. É através da identificação, que o sujeito poderá na vida adulta, responder positivamente as imposições do social e se constituir como um ser independente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREUD, Sigmund. Obras psicológicas completas. V. XIII (1913-1914). Imago: Rio de Janeiro, 1996. FREUD, Sigmund. Obras psicológicas completas. V. XVII (1920-1922). Imago: Rio de Janeiro, 1996. LACAN, Jacques. O seminário, a relação de objeto (1956-1957). Zahar: Rio de Janeiro. 1995. NASIO, Juan David. Lições sobre os 7 conceitos cruciais da psicanálise. Zahar: Rio de Janeiro. 1997. REFERÊNCIAS: JAYME SALOMÃO; OBRAS PSICOLÓGICAS COMPLETAS DE SIGMUND FREUD V. XVIII (1920-1922); RIO DE JANEIRO; IMAGO EDITORA; 1996. JAYME SALOMÃO; OBRAS PSICOLÓGICAS COMPLETAS DE SIGMUND FREUD V. XIII (1913-1914); RIO DE JANEIRO; IMAGO EDITORA; 1996. JORGE ZAHAR; O SEMINÁRIO, A RELAÇÃO DE OBJETO (1956-1957); RIO DE JANEIRO; ZAHAR; 1995. JORGE ZAHAR; LIÇÕES SOBRE 7 CONCEITOS CRUCIAIS DA PSICANÁLISE; RIO DE JANEIRO; ZAHAR; 1997.