Expediente Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica Jornalista Responsável Maria Alice Dalledone Machado MTB 1015- DF Supervisão Editorial Manoel Eduardo Miranda Negrisoli Superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição (SRD) Maria Alice Dalledone Machado Superintendente de Comunicação Social (SCS) Editor Gabriel Maimoni [email protected] Subeditor Guto Melo [email protected] Diretor-Geral Jerson Kelman Diretores Edvaldo Alves de Santana Joísa Campanher Dutra Saraiva Jaconias de Aguiar (até 12/2005) Isaac Pinto Averbuch (até 01/2006) Reportagens Fernanda Argolo Guto Melo Áreas responsáveis por P&D Consultores Técnicos Aurélio Calheiros de Melo Junior José Luiz Pereira Brittes Projeto gráfico e Diagramação Marcos Vinicius Neves Almeida Colaboradores Glaucia Regina da Cruz Gomes Caroline Luciane Broering Dutra Micheline Ferreira Facuri Paulo Roberto Gomes Pato (arte) Sérgio Roberto Maes Artigos Alankardek Ferreira Moreira Cyro Vicente Boccuzzi Djalma Bastos Manoel Arlindo Zaroni Torres Marcelo Llévenes Sidnei Martini Wilson Ferreira Junior Impressão Coronário Editora Gráfica ltda - Brasília - DF AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA SGAN 603 módulo J Brasília DF CEP 70830-030 CNPJ - 02.270.669/0001-29 Telefone Geral: 0 XX 61 2192 8600 Dúvidas, sugestões e comentários [email protected] Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição (SRD) Manoel Eduardo Miranda Negrisoli Superintendência da Regulação dos Serviços de Geração (SRG) Rui Guilherme Altieri Silva Superintendência de Regulação dos Serviços de Transmissão (SRT) Davi Antunes Lima até 06/2006 Roberto Knijnik a partir de 06/2006 A revista P&D é uma publicação conjunta das superintendências de Comunicação Social (SCS) e de Regulação dos Serviços de Distribuição (SRD) da ANEEL. Foi produzida com recursos provenientes do III Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica (Citenel), realizado em dezembro de 2005, em Florianópolis. Esta edição também teve o apoio da Associação Brasileira de Distribuição de Energia Elétrica (Abradee). índice Editorial 4 Mensagem do diretor 5 Projetos Sociais Contra a fraude Três empresas investem em aparelhos para combater furtos de energia elétrica Escelsa 8 Coelba 10 Ampla 13, 14 e 16 Celpe 18 )DWXUDHPEUDLOHSDUDSRUWDGRUHVGHGH¿FLrQFLDYLVXDO Projetos Ambientais CPFL Energia 23 Óleo vegetal é alternativa de isolante para transformadores AES Eletropaulo 25 Pesquisa investiga impacto dos campos magnéticos para a saúde Manaus Energia 28 Reutilização da bauxita reduz lixo industrial Elektro 30 Cruzetas mais resistentes são produzidas FRPPDGHLUDVGHUHÀRUHVWDPHQWR Tractebel 32 Educação ambiental auxilia preservação GHIDXQDHÀRUD CPFL Energia 35 *DVHL¿FDGRUDELRPDVVD Tractebel 36 3ODQRGHSUHVHUYDomRH¿VFDOL]DomRSDUDFRPEDWH à pesca predatória na hidrelétrica de Itá Copel 38 Filtros reduzem contaminação por ascarel Projetos de Energia Duas empresas desenvolvem células a combustível não-poluentes Cemat 86 (TXLSDPHQWRVFRPEDWHPGH¿FLrQFLDVQR fornecimento da rede de distribuição rural AES Eletropaulo 42 Cemig 52 Cemat 88 Compensador estático com tecnologia de baixo custo Elektro 44 Condicionadores de energia controlam tensão e melhoram qualidade do fornecimento Celpa 90 Instrumento ajudará na supervisão da qualidade da energia no Pará RGE 46 Simulador facilita operações de manutenção Coelba 92 Empresa desenvolve sensores de alerta para desgaste de isoladores Celtins 49 Sistema diminui gastos com iluminação pública Enersul 55 Novo método para avaliação de malhas de terras em subestações Cemig 94 Condutores com geometria diferenciada Cemig 96 3XUL¿FDomRGRVLOtFLRSDUDFpOXODVIRWRYROWDLFDV Light 98 0HGLGRUPDLVUHVLVWHQWHGL¿FXOWDIUDXGHV Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho Tractebel 100 Tecnologia aumenta vida útil das turbinas Cataguazes-Leopoldina 58 Dispositivo aperfeiçoa monitoramento de circuitos de média tensão AES Sul 103 Sistema elabora plano de manobra e evita sobrecarga na rede CPFL Energia 60 Plataformas de elevação dão mais segurança aos eletricistas Eletronorte 106 Regenerador ótico pode reduzir custos de operação em mais de R$ 1 milhão CTEEP 63 Robô inspeciona e corrige problemas em linhas de transmissão Cataguazes-Leopoldina 108 Detector localiza faltas na rede e diminui em 30% o tempo de atendimento CTEEP 65 Equipamento hidráulico minimiza esforços repetitivos CEEE 109 Sais fundidos barateiam produção em células a combustível Celpe 67 Alta incidência de choques elétricos em Pernambuco é alvo de pesquisa Copel 70 Técnicas de auscultação geodésica reforçam controle de segurança de barragens Light 110 Detecção de corrosão em cabos de transmissão previne acidentes Eletronorte 113 (TXLSDPHQWRFRQWURODLQÀXrQFLDGHKDUP{QLFRV na rede de transmissão Projetos Tecnológicos CEB 74 Novo aparelho inspeciona rede de distribuição CTEEP 76 Isolador anti-poluição é mais resistente aos efeitos da maresia AES Eletropaulo 80 Informações meteorológicas dão suporte à operação em São Paulo Artigos Marcelo Llévenes - Ampla 12 Wilson Ferreira Junior - CPFL Energia 22 Alankardek Ferreira Moreira - Celtins 48 Djalma Bastos - Cemig 51 Sidnei Martini - CTEEP 62 Cyro Vicente Boccuzzi - AES Eletropaulo 79 Ampla 82 Veículo de operação remota examina túneis de adução em hidrelétrica Manoel Arlindo Zaroni Torres - Tractebel 99 ETEO 84 Programa monitora qualidade dos equipamentos em subestações Panorama de P&D no setor elétrico 116 Editorial Desafios em P&D A revista Pesquisa e Desenvolvimento da ANEEL apresenta uma amostra com 51 projetos de empresas do setor elétrico de todas as regiões do Brasil nas áreas social, ambiental, fontes alternativas, redução de consumo e eficiência, segurança do trabalho e tecnologia. A publicação veicula um panorama do que tem sido feito em P&D desde o primeiro ciclo, em 1998. Mostra resultados, impactos no setor, grau de investimento e benefícios para a sociedade. Traz ainda sete artigos de agentes do setor sobre os programas em suas companhias. A ANEEL aprovou, até julho de 2006, 2.991 projetos que movimentaram R$ 870,6 milhões. Foram gerados 6 mil empregos diretos e 15 mil indiretos. A maior contribuição é do segmento de distribuição, com 51,8% dos projetos, seguido dos de geração (37,7%) e de transmissão (10,5%). A obrigatoriedade na aplicação desses recursos está estabelecida em lei e nos contratos de concessão. A Agência tem o papel de regulamentar o investimento no programa, avaliar e aprovar as condições para a execução das pesquisas e acompanhar seus resultados. É mais um passo na implantação de infra-estrutura para gerar inovação tecnológica em inúmeros segmentos do setor. O maior nicho está no desenvolvimento de novos sistemas, softwares, materiais, dispositivos e equipamentos. O principal desafio agora é ultrapassar a fase de protótipos em direção à produção industrial, com a conquista de auto-suficiência tecnológica. É necessário aprimorar a articulação entre universidades, centros de pesquisa, fabricantes, governo, novas empresas de base tecnológica e demais agentes de mercado. Assim, é possível buscar o fechamento do ciclo de cada projeto, gerar patentes e fortalecer o parque tecnológico brasileiro. Um ambiente de cooperação, além de favorecer o desenvolvimento da indústria nacional, possibilita ganhos sociais como geração de emprego, melhor distribuição de renda e capacitação profissional a técnicos e estudantes. Os avanços também trazem melhora na qualidade do fornecimento e contribuem para a modicidade tarifária, à medida que diminuem o custo de expansão marginal do sistema. Os benefícios são revertidos para o consumidor que, com o pagamento de sua fatura, assegura os recursos aplicados nas pesquisas. Finalmente, partilhamos com agentes e consumidores o sucesso alcançado em oito anos de investimento em P&D e ressaltamos a importância desta revista para divulgar resultados, dar solidez ao programa e transparência ao processo. Editoria 4 Mensagem do diretor Somos um país em forte expansão nos segmentos de geração transmissão e distribuição. E, ao contrário dos países “maduros”, temos facilidade para aproveitar as inovações tecnológicas. Como mostra esta revista, já desenvolvemos muitos projetos de P&D com inegável utilidade para os consumidores e para as empresas. A ANEEL está empenhada em viabilizar a rota do ciclo completo da inovação, incentivando a associação de agentes em torno de iniciativas que disponham de escala apropriada para transformar boas idéias, experimentos laboratoriais bem sucedidos e sofisticados modelos matemáticos em resultados práticos que melhorem a vida das pessoas. Para isso é necessário percorrer o ciclo completo, da idéia à transformação em produto, passando pelo desenvolvimento, prototipagem, cabeça de série e lote pioneiro. O setor elétrico brasileiro aplica em P&D a ordem de R$ 175 milhões/ano, o que corresponde a 20% do que investe o setor elétrico norte-americano. No entanto, nosso esforço é proporcionalmente maior, o que se explica pela Lei 9.991, de 24 de julho de 2000, tornar compulsório o investimento em P&D, contrariamente ao que ocorre nos EUA, onde o investimento é voluntário, em busca do lucro. Como no Brasil é o consumidor de energia elétrica quem efetivamente patrocina a maior parte do esforço de P&D, cabe à ANEEL regular e fiscalizar a aplicação dos correspondentes recursos para que ele seja recompensado com maior confiabilidade, menor custo e melhor qualidade do serviço prestado. Jerson Kelman, Diretor-Geral da ANEEL 5 Projetos Projetos Sociais Sociais s s Revista P&D - Projetos Sociais Escelsa Combate às perdas comerciais Detector eletrônico de desvio de energia identifica furtos com maior exatidão Divulgação/Escelsa Um aparelho eletrônico para detecção de desvio de energia está em fase de teste no Espírito Santo. O equipamento foi desenvolvido para reduzir as perdas comerciais da Escelsa entre os consumidores de baixa tensão atendidos pela distribuidora. Hoje, a empresa fornece energia a cerca de um milhão de clientes e tem um índice de perda comercial de 5,1%. Módulo Transmissor (TX) O detector é composto por duas partes: um módulo transmissor (TX), instalado nos cabos dos postes; e um O aparelho tem um transmissor nos módulo receptor (RX), tam- postes e um bém chamado de Remota, co- receptor no locado no medidor do cliente. segue o padrão tecnológico PLC (Power Line Communication), em que se usa a própria rede como meio de transmissão de dados. Quando a diferença entre os valores A identificação do desvio é medidor do cliente. ultrapassa 10%, o Remota feita por meio da comparação $LGHQWL¿FDomRGR registra a informação, gravando data e hora da ocor- entre os valores de corrente medidos pelos dois módulos. Sensores de alta exatidão medem a corrente. A comunicação entre os módulos 8 desvio é feita pela rência. Os dados podem ser FRPSDUDomRHQWUH transportados para um mi- os valores de corrente medidos crocomputador por um leitor ótico portátil. A operação remota torna possível a leitura Revista P&D - Projetos Sociais Escelsa Divulgação/Escelsa Modelo desenvolvido pela Escelsa sem a necessidade de abrir ano para verificar sua efi- discreto para fazer o moni- a caixa onde fica o medidor, cácia”, afirma João Adal- toramento sem chamar tan- o que evita desligamentos. berto coordena- to a atenção do cliente”. O dor do projeto pelo Lactec. projeto serviu de base para Pereira, O aparelho está em o desenvolvimento de um teste no prédio da própria Alberto Jarske, super- produto similar, que deve- empresa, por meio de simu- visor de investimentos da rá estar pronto no final do lações de furto. “O próximo Escelsa, diz que é necessário ano e será utilizado para passo é instalar o produ- melhorar a engenharia do detectar desvios de ener- to em uma área crítica e equipamento. gia entre os consumidores acompanhá-lo durante um chegar a um modelo mais “Precisamos de média e alta tensão. . Escelsa - Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. Título: Detector de desvio de energia por diferencial de corrente Ciclo: 2001/2002 Investimento: R$ 362.106,00 Entidade executora: Lactec – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento Patente: requerida 9 Revista P&D - Projetos Sociais Coelba Identificador de Furtos Equipamento da Coelba permite detecção de desvio embutido O combate às fraudes que permitem a visualização po gasto em inspeções de na distribuição de energia do desvio em vários casos. Se- medições, elétrica ganhou novo reforço. gundo a empresa, a redução produtividade. Com o auxí- Um aparelho eletrônico de- das perdas comerciais pode lio do detector, a equipe de senvolvido pela Coelba permite a visualização de desvio aumentando a perdas poderá realizar 16 $UHGXomRGDV mil inspeções anuais além to da unidade consumidora. perdas comerciais to de custos. “Isso contribui O aparelho pode detectar o pode chegar a 37% para o aumento do fatura- embutido sem o desligamen- desvio com equipamentos das previstas, sem aumen- mento e redução das perdas elétricos desligados, possui com o uso do comerciais”, afirma o geren- sensibilidade elevada e baixa detector de desvios te do projeto Alfredo Brito. incidência de alarmes falsos. embutidos A tecnologia empregada Hoje, a Bahia registra 4,79% de perdas não-técni- é baseada em propagação de chegar a 37% das perdas por cas. Do total das irregularida- ondas do campo magnético, irregularidades des encontradas, o desvio em- induzido ou não, gerada por atualmente na Bahia. constatadas ondas acústicas em eletrodu- butido corresponde a 12%, o que equivale em média a 27% to, e em propagação de calor Outra expectativa é a da energia recuperada nas re- com detecção infravermelho, de diminuir em 20% o tem- giões centro e norte do esta- 10 Revista P&D - Projetos Sociais Coelba do. Desvio embutido é aquele necessita de aperfeiçoa- de pesquisa para inclu- feito por aparelhos conduto- mento para alcançar uma são de mais um método res de energia elétrica ocultos ergonomia à de investigação. O passo em paredes ou pisos. utilização em escala in- seguinte será a confecção dustrial. A equipe envol- de um modelo para uso em O protótipo desen- vida no projeto irá propor larga escala e execução volvido para teste ainda ainda uma segunda etapa dos testes em campo. adequada . Divulgação/Coelba Circuitos do protótipo Coelba - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia Título: Desenvolvimento de um dispositivo de detecção de desvio embutido de energia elétrica Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$ 243.736,30 Entidade Executora: UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana 11 Revista P&D - Projetos Sociais Ampla P&D da Ampla investe no desenvolvimento de pessoas por Marcelo Llévenes Para uma empresa ter sucesso no ágil e compe- Empreendedorismo, que vem encontrando fórmulas para titivo mercado energético, ela precisa buscar constante- transformar conhecimento em negócio, gerando benefí- mente soluções inovadoras que tragam benefícios para cios financeiros para a empresa e a sociedade. clientes, sociedade e para a manutenção da companhia. Nesse ambiente, nossa área de Pesquisa e Desenvolvi- O combate ao furto de energia associado ao uso mento exerce papel fundamental como catalisadora e consciente desse produto são temas de alguns dos prin- estimuladora de idéias geradas entre seus colaboradores, cipais projetos desenvolvidos pela área de P&D. Dois deles além de propiciar a evolução de conhecimentos nas insti- – o inibidor de furto e o lacre eletrônico - já saíram da tuições de ensino e pesquisa nacionais. fase do protótipo para a implantação em campo. No caso do inibidor de furto (equipamento que introduz um ruído Apostamos nessa linha de atuação e, para tal, o na rede, evitando a utilização da energia antes do medi- P&D está desenvolvendo 36 projetos (ciclos 2004/2005 e dor) foram instalados equipamentos para atender cerca 2005/2006) que envolvem aproximadamente R$ 7,9 mi- de 300 clientes. Os resultados preliminares mostram que lhões de investimentos. Com uma visão mais abrangente a perda de energia caiu de 53% para 5% nesses circui- do seu negócio – distribuição de energia - a Ampla, por tos. Em relação aos lacres eletrônicos (equipamentos que meio de sua Pesquisa e Desenvolvimento, buscou encon- funcionam via radiofreqüência e detectam qualquer tipo trar progressos em áreas não tecnológicas por essência. de violação sem a necessidade de inspeção visual), pre- Voltou sua atenção para o desenvolvimento do ser huma- tendemos instalar 45 mil unidades nos próximos meses no, apostando na valorização dos nossos colaboradores, a título de teste. parceiros e clientes. As palavras do cientista Stephen Hawking repreDestacamos alguns estudos que têm impactado sentam bem a filosofia adotada pela Ampla para Pesquisa diretamente no clima laboral, no meio ambiente e no e Desenvolvimento: “As coisas são como são porque nós combate ao furto de energia. O projeto de Cultura Orga- existimos”. Por isso, nossos estudos colocam a tecnologia nizacional é um bom exemplo dessa moderna gestão. Ele e o conhecimento a serviço da melhoria da qualidade de propõe estratégias para alinhar os indicadores de controle vida do ser humano e da sustentabilidade, dentro e fora gerenciais com a cultura interna da empresa. Outra idéia de nossa empresa. E, ao percorrer esse caminho, busca- com relevantes resultados é a pesquisa sobre Inovação e mos fazer da sociedade um lugar melhor para se viver. 12 Marcelo Llévenes é presidente da Ampla Energia e Serviços S.A. . Revista P&D - Projetos Sociais Ampla Lacre eletrônico Dispositivo inibe fraudes e ajuda a reduzir custos com inspeções O lacre eletrônico é mais impede que uns sejam trocados um projeto da Ampla motivado por outros sem prévia autorização pelo alto índice de perdas comer- da empresa e identifica, de imedia- ciais. A integridade do dispositi- to, os pontos onde houve fraude. Divulgação/Ampla vo é analisada em campo, o que O dispositivo da Ampla permite identificar com rapidez O produto auxilia na solu- se ele foi rompido, adulterado ção de dois tipos de problemas: o ou trocado. É possível também alto número de inspeções e o furto faz hoje um número de inspeções verificar se houve adulteração no de lacres. Segundo Acacio Barreto bastante elevado e isso representa um custo significativo. “Com o lacre medidor de energia elétrica, além de dificultar o acesso ao aparelho. Ao contrário dos eletrônico haverá uma redução, pois convencionais, iremos apenas onde algum problema for identificado”, diz Acacio. A gravação de dados é feita por um tag de identificação por RQRYRODFUHQmR radiofreqüência. O lacre tem um pode ser substituído Outro ponto a ser combatido é o furto de lacres convencionais. “O componente que o danifica quando violado, impossibilitando a leitura por outro lacre eletrônico pode ser rastreado e dos dados. Um sistema computa- semelhante sem o sistema de gerenciamento forne- cional instalado em uma central de controle organiza e avalia a identificação dos lacres e a compara que a empresa perceba a fraude ce o número de inscrição do cliente, endereço e outros dados, de modo que só é possível colocá-lo em um . ponto específico. Com isso, não há com informações disponíveis no sistema da concessionária para seus Neto, gestor de pesquisa e desen- como o infrator usá-lo para alterar pontos de instalação. A operação volvimento da Ampla, a empresa outro medidor”, explica Acacio. Ampla - Ampla Energia e Serviços S.A. Título: Lacre eletrônico Ciclo - 2003/2004 Investimento - R$398.000,00 Entidade executora - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - Lactec Patente: requerida 13 Revista P&D - Projetos Sociais Ampla Redução Total Ampla desenvolve inibidor de furto e conscientiza comunidades de baixa renda sobre o problema O inibidor de furto da para quem furta. Sem a filtra- cer as comunidades de bai- Ampla apresentou redução gem, geladeiras e outros eletrodo- xa renda sobre os prejuízos total das ligações clandesti- mésticos não funcionam e a insis- que as ligações clandestinas nas nos locais onde foi ins- tência na ligação pode queimá-los. podem causar. Um exemplo talado. É o que afirma Acacio Barreto Neto, gestor de Pesquisa e Desenvolvimento desse trabalho pode ser visto ³1mRH[LVWHPDLV no bairro de Itaipu, em Niterói, onde a empresa instalou da empresa. O equipamento furto de energia o inibidor em 19 residências foi testado no início do ano onde os inibidores – sete delas de clientes de foram colocados” car o funcionamento do apa- nos municípios de Niterói, São Gonçalo, Magé, Petrópolis e Itaboraí, em oito circuitos que alimentam 281 clientes no Rio de Janeiro. baixa renda. Além de explirelho, a empresa trocou as Acacio Barreto Neto, gestor de P&D da Ampla instalações internas das sete casas e sorteou uma geladeira nova. “Dessa forma, evita- O produto é coloca- Os testes foram reali- do junto ao transformador zados com recursos próprios e age como um gerador de da empresa, já que o inves- A ação social levou a ruídos, que distorce a tensão timento em P&D contempla empresa a batizar o projeto e “polui” a energia a ser con- apenas o desenvolvimento de Energia Segura. “O nome sumida. Próximo ao medidor do protótipo do medidor. Inibidor de Furto é agressi- de cada cliente, é instalado um filtro que elimina a mos o conflito”, diz Barreto. vo. Pode sugerir que todos Responsabilidade Social distorção e torna a energia os clientes atendidos na área em teste fazem liga- . novamente adequada para A Ampla conta com uma ções clandestinas, o que não o uso. A tensão modifica- equipe de assistentes sociais é verdade. Por isso, o alte- da impossibilita o consumo e psicólogos para esclare- ramos”, explica Barreto. 14 Revista P&D - Projetos Sociais Ampla Divulgação/Ampla Montagem do protótipo para teste em laboratório Ampla - Ampla Energia e Serviços S.A. Título: Desenvolvimento e construção de protótipo de equipamento inibidor de furto de energia elétrica por consumidores de baixa tensão monofásicos Ciclo: 2003/2004 Investimento: R$ 297.000 Entidade executora: Universidade Federal Fluminense – UFF Patente: requerida 15 Revista P&D - Projetos Sociais Ampla Medidor Blindado Sistema da Ampla coíbe fraudes e vandalismo A facilidade de acesso trifásico blindado que pode nologia utilizada dificultam aos medidores atuais pos- ser instalado nos ramais a atuação de fraudadores. sibilita fraudes e práticas aéreos da rede e ter a lei- de vandalismo. Para com- tura dos dados feita via bater o problema, a Ampla radiofreqüência. A locali- poste, o medidor processa desenvolveu zação, a blindagem e a tec- os dados eletronicamente e um modelo Instalado próximo ao Divulgação/Ampla Display do sistema – medição protegida Revista P&D - Projetos Sociais Ampla transmite sinais que podem ser raturas acima de 40º. “Quando Federal Fluminense (UFF) e co- lidos de 20 a 30 metros de dis- se fala em equipamento blin- ordenador do projeto. tância em área livre. Na casa dado, as pessoas imaginam do cliente é colocado um algo duro, rígido. Optamos por O sistema permite ainda display, separado do corpo um medidor flexível, de tama- a leitura simultânea em vários de medição, que mostra a nho e peso reduzidos e mais displays, com margem de erro quantidade de energia con- compacto”, afirma Elcio Decca- de 1%. “Queremos diminuir sumida. Diferença entre os che, professor da Universidade esse percentual para cerca de valores medidos indica a ocorrência de fraude. O sistema traz uma série de inovações. Uma delas é que o cliente não tem mais acesso ao mecanismo 0,2%”, diz Deccache. Todos os A Ampla já instalou 500 medidores QDUHJLmR metropolitana do Rio medidores residenciais são cadastrados com um código identificador, para verificar no . momento da leitura se o aparelho monitorado corresponde ou não ao que foi instalado. de registro do seu consumo Divulgação/Ampla de energia. Também não é possível apagar os valores no display nem alterá-los, mesmo em caso de violação. Se o visor sofrer qualquer dano, a leitura não é comprometida, pois os dados continuam armazenados. Outra novidade é o revestimento do medidor, feito com uma resina que o torna mais resistente a impactos e a condições climáticas adversas como chuva, ventos fortes ou tempe- Sistema instalado em unidade consumidora da Ampla Ampla - Ampla Energia e Serviços S.A. Título: Medidor trifásico blindado Ciclo: 2003/2004 Investimento: R$ 275.000 Entidade executora: Universidade Federal Fluminense - UFF Patente: requerida 17 Revista P&D - Projetos Sociais Celpe Acesso garantido Celpe investe na inclusão social de deficientes visuais Os consumidores por- Para obter subsídios ao dutos, a empresa ouviu 100 tadores de deficiência visu- desenvolvimento dos pro- indivíduos com deficiência visual grave que indicaram al da Celpe em Pernambuco podem receber a fatura de “Pela primeira vez suas principais reivindicações energia elétrica em braile. em 30 anos pude em relação à forma de aces- A iniciativa já beneficiou 20 clientes da empresa, que têm ainda a possibilidade ler minha fatura de energia elétrica” sibilidade desejada e à possibilidade de desenvolvimento de produtos específicos. Dos entrevistados, 64% solicita- de acessar a conta no site ram a emissão da fatura de da empresa por meio de um Gustavo Dantas, leitor de tela (software sin- GH¿FLHQWHYLVXDO energia em letra ampliada; sobre a fatura em braile 31% por telefone; 27% em tetizador de voz). A coordenadora do projeto na Celpe, Mirella Pessoa, explica que o número de beneficiados ainda é pequeno porque muitos deficientes não foram alfabetizados em braile. “Esperamos que nossas ações estimulem programas de educação para o deficiente visual. Muitos dos clientes entrevistados não freqüentaram escolas e as instituições voltadas para esse público recebem poucos incentivos”. 18 Divulgação/Celpe Laboratório do Centro de Estudos Inclusivos, implantado para avaliar necessidades de deficientes Revista P&D - Projetos Sociais Celpe Divulgação/Celpe braile; 11% por e-mail; 2% pelo site da empresa; e 4%, no modelo já utilizado. A partir desses dados, a Celpe decidiu investir na tecnologia de fatura em braile e na melhoria da acessibilidade de sua página na internet. A iniciativa obteve o reconhecimento da sociedade e de instituições voltadas para o desenvolvimento do deficiente visual. “Fiquei muito feliz com a implementação da conta em braile. Sou cego desde que nasci e, pela primeira vez em 30 anos, pude ler minha fatura de energia elétrica”, diz Gustavo Dantas, Modelo da conta de energia elétrica em braile técnico do Centro de Apoio Pedagógico do Instituto de Cegos de Pernambuco. de 16,5 milhões de deficientes A fatura pode ser so- visuais no país – cerca de 160 licitada pela internet, pelo Dados do censo demo- mil são cegos. Só no estado de telefone 0800 81 0120 ou gráfico realizado pelo IBGE em Pernambuco, são 964 mil de- em qualquer agência de 2000 apontam uma população ficientes visuais e 8 mil cegos. atendimento da Celpe. . Celpe - Companhia Energética de Pernambuco 7tWXOR$FHVVLELOLGDGHjFRPXQLFDomRSURPRYHQGRDFLGDGDQLDGDSHVVRDSRUWDGRUDGHGH¿FLrQFLD Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$198.826,82 Entidade executora: Universidade Federal de Pernambuco 19 Projeto Projetos ambientais ambientais os s Revista P&D - Projetos Ambientais CPFL Energia P&D: a CPFL cumpre seu papel por Wilson Ferreira Junior A inovação tecnológica está cada vez mais A CPFL Energia desenvolve projetos de inova- presente nas empresas, como um elemento fun- ção tecnológica que resultam em produtos concre- damental da estratégia competitiva. No caso do tos incorporados aos nossos processos produtivos. setor elétrico, é uma questão essencial para o ne- Para tal, a empresa recorre aos mais sofisticados gócio. Ela permite às empresas prestarem serviços conhecimentos científicos disponíveis no país, por de qualidade cada vez melhor, com menor custo e meio de 54 centros de pesquisa ligados a 39 insti- maior satisfação dos clientes. Conseqüentemen- tuições ou universidades de sete estados brasilei- te, as empresas se tornam mais competitivas e ros. As boas idéias têm gerado produtos diferencia- capacitadas para conquistar espaços no mercado. dos. Ao todo, o programa de P&D soma 94 projetos. A política de P&D da CPFL Energia está cen- Muitas dessas idéias foram expostas na sede trada em uma efetiva integração entre empresa, da CPFL, em Campinas, em abril de 2006, na 1ª Mos- universidades e centros de pesquisa, buscando tra de P&D, que contou inclusive com a presença do formas de fomentar o desenvolvimento de tecno- diretor-geral da ANEEL, Jerson Kelman. Na oportu- logia nacional sustentável. nidade, pôde-se conferir nos estandes - montados em parceria com os centros de pesquisa e univer- . Até o final de 2006, cerca de R$ 80 milhões sidades - que a criatividade e o desenvolvimento terão sido investidos pela CPFL no programa de tecnológico caminham de mãos dadas, colaborando P&D, implantado em 1999. Nossa política para essa para o futuro sustentável do nosso país. área busca, com a ajuda dos parceiros tecnológicos, ampliar a eficiência nos nossos processos, que irão refletir em ganhos de produtividade e, conseqüentemente, benefício tarifário para os consumidores. 22 Wilson Ferreira Junior é presidente do Grupo CPFL Energia Revista P&D - Projetos Ambientais CPFL Energia Transformador Verde Uso de óleo vegetal aumenta vida útil de equipamento e reduz agressão ao meio ambiente A principal novidade O líquido isolante pode convencionais geralmente pos- dos transformadores de dis- ser feito de soja, semente de suem um recorte nos cantos. O tribuição de maior vida útil girassol e outras plantas. O que desenvolvemos não. E ainda e menor agressividade am- óleo vegetal é decomposto no leva uma quantidade maior de biental é o uso de óleo vegetal como isolante. O óleo permite ampliar a potência ferro em sua constituição. Com O óleo vegetal é do transformador, que pas- decomposto no sa a comportar mais kVA por meio ambiente em quilo e ajuda a diminuir as falhas técnicas, além de ser totalmente biodegradável. apenas 45 dias, enquanto o mineral isso, o núcleo fica mais maciço e as perdas são menores”, explica Vagner Vasconcellos, engenheiro de planejamento da CPFL. Até o momento dez aparelhos estão em testes. “Os transformadores foram co- Os transformadores apresentam melhora no rendimento porque o líquido leva a celulose, substância mais importan- leva 15 anos para locados em locais de falhas ser totalmente constantes”, diz Vasconcellos. degradado te no sistema de isolação, a se Os resultados surpreenderam. “Em dois anos e meio, nenhuma falha foi verificada”. A dis- deteriorar mais lentamente. O meio ambiente em 45 dias, en- tribuidora já efetuou a compra óleo vegetal é mais higros- quanto o mineral leva 15 anos de mais 500 transformadores e cópico (absorve mais água) para ser totalmente degradado. planeja realizar um teste mais que o mineral à base de pe- abrangente para validar o pro- tróleo. Como a água acelera A composição e o dese- duto. A empresa pretende a degradação da celulose, o nho do núcleo do transforma- instalar metade dos equipa- óleo vegetal faz o papel fi- dor contribuem para deixar o mentos até o final de 2006 e car mais seco. equipamento mais robusto. “Os a outra metade em 2007. . 23 Revista P&D - Projetos Ambientais CPFL Energia Divulgação/CPFL Energia Transformador com óleo vegetal como isolante CPFL Energia - Companhia Paulista de Força e Luz Título do Projeto: Transformador de distribuição de maior vida útil e menor agressividade ambiental Ciclo: 2001/2002 Investimento: R$ 900.960,00 Entidades Executoras: B&M e Itaipu Transformadores Patente: requerida Revista P&D - Projetos Ambientais AES Eletropaulo Pesquisa avalia efeitos de campos magnéticos Cartilha da Eletropaulo esclarece limites de exposição aos campos da rede elétrica A Eletropaulo realizou de que os índices estão em níveis cia de obras embargadas por uma pesquisa para avaliar seguros para exposição humana processos judiciais e a crescen- o impacto dos campos elé- e produziu cartilhas para orien- te dificuldade de implantação trico e magnético emitidos tar e esclarecer a população. de novos empreendimentos. pelas suas redes de distribui- Os processos são gerados pelo ção, subestações e linhas de Os fatores motivadores transmissão. Por meio de me- da pesquisa foram a ausência dições em instalações pró- de regulamentação nacional prias e da análise de estudos sobre o tema, a internacionais sobre o tema, existên- a empresa investigou valores e estabeleceu padrões. Chegou à conclusão temor da comunidade acerca de danos à saúde associados à exposição a campos elétricos e magnéticos de instalações elétricas. aulo trop /Ele o ã ç ulga Div 25 Revista P&D - Projetos Ambientais AES Eletropaulo O estudo verificou que os Após esse levantamento, escolhidas foram o interior de valores detectados na medição foram selecionados os locais das subestações transformadoras de estão abaixo dos estabelecidos medições. Considerou-se, na área distribuição (ETD), interior e peri- pela International Comission on de concessão da Eletropaulo, as feria de faixas de linhas de sub- Non-Ionizing Radiation Protec- subestações, linhas de transmis- transmissão (LS) e proximidades de circuitos de distribuição (CD). tion (ICNIRP), órgão que determina os limites para exposição imediata e de longo prazo. A Eletropaulo produziu normas inter- Os valores GHWHFWDGRVHVWmR Nas subestações, a medição foi realizada em pontos nas e cartilhas para o público ge- DEDL[RGRV como entrada/saída de trans- ral com esclarecimentos , como OLPLWHVGH¿QLGRV formadores, chaves secciona- ambiental e ocupacional a cam- internacionalmente disjuntores, banco de capacito- pos eletromagnéticos de baixa SDUDH[SRVLomR res, sob as linhas de entrada/sa- limites para exposição humana, freqüência. Esses produtos e as informações da pesquisa têm servido de subsídios a agentes do setor e órgãos do governo. doras, cabines de comando, ída e pontos periféricos. Nas LSs humana aos e CDs os pontos escolhidos per- campos elétricos mitiam um mapeamento longi- e magnéticos A pesquisa tudinal, transversal e vertical da densidade de fluxo magnético e intensidade de campo elétrico. são e circuitos de distribuição Para os estudos de exposição A primeira etapa compre- que representassem todas as ocupacional, as medidas foram endeu uma revisão bibliográfi- configurações típicas e as condi- realizadas em CDs, LSs e ETDs nas ca. “Foi analisada a influência do ções mais críticas de operação do condições em que são realiza- campo eletromagnético nos seres seu sistema elétrico. As regiões dos os serviços de manutenção. humanos de acordo com normas Divulgação/AES Eletropaulo e orientações de organismos internacionais aplicadas à realidade brasileira, relacionando o tempo de exposição aos gradientes emitidos pela fonte geradora. A literatura internacional também foi alvo de análise, com referência aos estudos epidemiológicos sobre o assunto”, explica o gerente do projeto José de Melo Camargo 26 Revista P&D - Projetos Ambientais AES Eletropaulo Outros critérios foram evitados. No solo, foi defi- média da população adulta. adotados para medição, como nida a altura de 1m para as Para levar em conta a esta- a seleção de pontos no meio medições, em conformidade tura de crianças, foram sele- dos vãos das linhas, por apre- com a metodologia interna- cionadas medidas a 1,50m. sentarem magnitudes impor- cional e com os critérios ado- Os horários foram definidos tantes de campos elétricos e tados pela ICNIRP para den- considerando-se as curvas de magnéticos no nível do solo. sidade de fluxo magnético. cargas das instalações para se Locais próximos a estruturas obter os campos máximos, que . metálicas e outros agentes “Adotamos a altura de ocorrem no período em que interferentes, como árvores 1,70m para comparar os resul- as correntes e tensões são as e demais obstáculos, foram tados a 1m, porque é a altura máximas” explica Camargo. Divulgação/AES Eletropaulo Medição de campos em subestação da Eletropaulo AES Eletropaulo - Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A. Título: Gerenciamento de campos magnéticos de baixa freqüência: normalização, método de medições e limite de exposição segura a radiação Ciclo: 2001/2002 Investimento: R$ 561.309,11 Entidades executoras: Eletropaulo, Abricem, Furnas, IEEE/USP, Inpe, Incor, Fundacentro, Unicamp, Instituto do Coração 27 Revista P&D - Projetos Ambientais Manaus Energia Recuperação da bauxita reduz impacto ambiental Material pode ser reaproveitado e utilizado na fabricação de telhas de cerâmica Um método para re- Energia e implementado Durante a regeneração cuperar bauxita e mini- com sucesso na Subesta- dos óleos são produzidos re- mizar impac- ção Manaus I. O minério síduos de bauxita saturada, gerados é usado como adsorven- posteriormente descartados pelo seu descarte foi de- te dos óleos isolantes de em aterros industriais. Es- senvolvido transformadores elétricos. ses dejetos podem provocar tos custos e ambientais pela Manaus Divulgação/Manaus Energia Sistema regenerador de bauxita contaminada com óleos e graxas 28 Revista P&D - Projetos Ambientais Manaus Energia danos ambientais e contaminar o dos municípios brasileiros os permite a proliferação de do- solo e sistemas aqüíferos, como resíduos sólidos são deposi- enças. Some-se a isso o fato lençóis freáticos. tados em aterros. A degrada- de os compostos inorgânicos, não-degradáveis, O equipamento de descon- O equipamento taminação desenvolvido utiliza jatos de ar quente de alta pressão para retirar o óleo impregna- ar quente de outro recipiente, um tanque de armazenagem. O procedimento é semelhante ao de um aspirador de alto desempenho. “O minério é completamente puri- metais pesados que podem afetar a saúde da população. utiliza jatos de do na bauxita e depositá-lo em liberarem DOWDSUHVVmRSDUD retirar o óleo impregnado QDEDX[LWD ficado e pode ser reutilizado na Manaus, por exemplo, não possui local apropriado para a deposição final dos resíduos sólidos. O aterro municipal recebe diariamente 2 mil toneladas desse lixo, dos tipos residencial, in- . dustrial, hospitalar, entulho regeneração de novas cargas de ção deles acelera a lixiviação de construção civil e res- óleo ou até incorporado à mas- (empobrecimento) dos solos e tos orgânicos de plantas. sa para fabricação de cerâmicas vermelhas”, explica o coordenador de P&D da Manaus Energia, Benjamin Júnior. A empresa pretende fabricar o aparelho em escala industrial em três anos. Além do avanço tecnológico e redução de gastos com material, os pesquisadores comemoraram a possibilidade de minimizar im- Divulgação/Manaus Energia pactos ambientais. Em 64% Painel de controle do sistema Manaus Energia S.A. Título: Desenvolvimento de processo para recuperação de bauxita utilizada na regeneração de óleos minerais isolantes Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$ 151.200,00 Entidade executora: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC Patente: requerida 29 Revista P&D - Projetos Ambientais Elektro Cruzetas ecológicas Elektro usa madeira de reflorestamento revestida com resina e obtém maior durabilidade A Elektro estudou as pro- Os testes da empresa re- pinheiro. O resultado moti- priedades mecânicas e elétricas velaram que a madeira resina- vou a Elektro a defini-la como das madeiras Pinus elliottii e da isola melhor a eletricidade e carro-chefe do projeto. Até o Eucalyptus citriodora, impreg- atende a todas as exigências da momento já são 180 cruzetas nadas com resina poliuretana Associação Brasileira de Nor- instaladas em alimentadores lo- derivada de óleo de mamona. mas Técnicas (ABNT). A regra calizados em Anaurilândia (MS). O material serve para fazer as estabelece as condições para a cruzetas usadas como meio preparação e recebimento de Para que a madeira fique de sustentação para isolado- cruzetas de madeira destinadas mais resistente, ela passa ini- res e cabos de distribuição a redes aéreas de distribuição. cialmente por um processo de de energia. A alternativa tem Os ensaios também mostra- secagem. Depois, é submetida impacto ambiental menor e ram que a espécie de eucalip- a um tratamento químico para proporciona maior resistên- to apresentou características preservá-la da ação de fungos, cia e durabilidade às cruzetas. mecânicas melhores que a do bactérias e cupins. A resina à Divulgação/Elektro 30 Revista P&D - Projetos Ambientais Elektro base de óleo de mamona reves- zetas é de no mínimo 30 anos, portante dessa resina é o seu te a madeira tratada e dá uma mais do dobro da anterior, que grau de absorção. “Nos en- proteção adicional, impedindo não era resinada”, afirma José saios, colocávamos a resina a entrada de umidade. “A esti- Resende, gerente do projeto. nas pontas de dois pedaços de mativa de vida útil dessas cru- Outra característica im- madeira e uníamos um ao outro para verificar a aderência à superfície. Os resultados fo- As espécies usadas no projeto ram excelentes”, diz Resende. Embora seja difícil medir o impacto ambiental, o projeto tem Da família das Pináceas, o gênero Pinus é o mais famoso. Engloba espécies que chegam a atingir até 24 metros de altura, DSUHVHQWDP IROKDV ¿QDV H SRQWLDJXGDV apreciam solos rochosos ou arenosos e seu crescimento é lento. A mais conhecida no Brasil é o Pinus elliottii, usado HPUHÀRUHVWDPHQWRHDSOLFDGRQDLQG~Vtria de papel e na fabricação de móveis. Já o Eucalyptus citriodora possui tronco completamente liso, branco-acinzentado, folhas estreitas e compridas. Apresenta ramos bem altos, podendo atingir de 25 a 50 metros de altura. A característica PDLVSHFXOLDUTXHMXVWL¿FDRQRPHFLHQWt¿FRpRDJUDGiYHODURPDGHOLPmRGDV folhas, em especial quando cortadas. grande apelo ecológico, uma vez que a empresa trabalhou apenas com madeira de reflorestamento. A iniciativa segue as tendências de países como a Noruega e Es- . tados Unidos, que possuem leis severas de restrições ambientais ao uso de espécies nativas. Divulgação/Elektro Cruzeta de eucalipto com reforço de manta geotêxtil Elektro Eletricidade e Serviços S.A. Título: Estudo das propriedades elétricas e mecânicas da madeira de Pinus elliotti e Eucaplyptus grandis, impregnada com resina poliuretana derivada de óleo de mamona e ensaios de NBI de estruturas da Elektro Ciclo: 2003/2004 Investimento: R$ 301.636,69 Entidade executora: Escola de Engenharia de São Carlos (USP) Patente: em fase de requisição 31 Revista P&D - Projetos Ambientais Tractebel Monitoramento identifica espécies em extinção no RS Projeto desenvolve programas de educação ambiental e medidas de preservação de fauna e flora A preservação de es- da pela Tractebel Energia em biológicas do lago da UHPF pécies vegetais e animais na parceria com a Neotropical subsidiaram o planejamento região da Usina Hidrelétrica Consultoria Ambiental. As in- de atividades para a conser- de Passo Fundo (UHPF) foi o formações colhidas sobre as vação e o manejo sustentável objetivo da pesquisa realiza- condições físicas, químicas e dos recursos do reservatório. Divulgação/Tractebel Caracterização de áreas a jusante da casa de máquinas da UHPF Revista P&D - Projetos Ambientais Tractebel manejo do reservatório, que Hemiancistrus Chlorostictus Divulgação/Tractebel Uma das etapas limitou a utilização de áreas do estudo, a do monito- de desova e crescimento de ramento limnológico, ajudou espécies de peixes. Essa fase a identificar níveis de metais rendeu ao projeto o prêmio pesados em tecidos muscula- “Expressão em Ecologia”, da res e fígado de peixes do lago Revista Expressão. da usina. Já o levantamento icDesde o tiofaunístico (relativo a peixes) Durante a análise das ori- início da pesqui- registrou a presença de cerca gens de contaminação do re- sa, em 2003, já foram registradas 142 espécies de servatório a partir de amostras A pesquisa de sedimento, água e peixes foi ameaçadas de extinção. SHUPLWLUiLGHQWL¿FDU de maior concentração de me- A partir desse estudo de- os locais de maior tais pesados, o que permitiu a arbustos e árvores, várias senvolveu-se o programa de educação “Envolvidos ambiental pela Vida”. elaboração de medidas de con- FRQFHQWUDomRGH trole ou eliminação de emissão. metais pesados O consumo habitual de água e Também foram implementadas medidas de preser- e implementar vação de espécies animais medidas para e vegetais. Um exemplo é a classificação da área de possível identificar os pontos FRQWUROHGHHPLVVmR ocorrência do peixe cascu- alimentos contaminados com esses metais traz sérios riscos à saúde humana. Eles se infiltram no tecido ósseo e gorduroso e deslocam minerais nobres dos ossos e músculos para a circula- do como de “uso restrito” de 50 espécies na área de in- ção. Com isso, podem prejudicar no Plano de Uso e Ocupa- fluência da UHPF. As informa- funções mentais e neurológicas, ção do Entorno do Reserva- ções sobre padrão de com- além de causar inflamação, endu- tório da UHPF. Outra ação portamento, alimentação e recimento das artérias foi o cultivo de sementes reprodução determinaram o de plano de espécies ameaçadas e osteoporose. para posterior utilização no Programa de Restauração Florestal, que inclui as 64 ilhas da região e áreas do entorno do reservatório. Characidium Vestigipinne Divulgação/Tractebel 33 Revista P&D - Projetos Ambientais Tractebel Divulgação/Tractebel Conscientização cípios do RS, onde são realizados encontros e palestras com pro- O programa “Envolvidos fessores da rede pública e pri- Pela Vida” inclui ações de cons- vada de ensino e também com cientização para preservação da alunos das escolas da região. O natureza, como a divulgação da programa atende cerca de 10 pesquisa em escolas e comuni- mil estudantes e oferece cursos dades do entorno do reservató- de capacitação a aproximada- rio da UHPF. Já foram criadas mente 350 professores sobre região” e “O uso e ocupação salas de estudos em nove muni- os temas “Ictiofauna e flora da do reservatório da UHPF”. Monitoramento ictiofaunístico . Divulgação/Tractebel Monitoramento limnológico Tractebel Energia S.A. Título: Monitoramento Ambiental do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Passo Fundo, RS. Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$ 414.920,00 Entidades executoras: Tractebel Energia e Neotropical Consultoria Ambiental Glossário Limnologia: parte da biologia que trata das águas doces e de seus organismos, principalmente do ponto de vista ecológico. Revista P&D - Projetos Ambientais CPFL Energia Baixa emissão Gaseificador ecológico da CPFL gera energia elétrica a partir de biomassa A biomassa é uma das alter- dução de hidrogênio e monóxido nativas energéticas mais viáveis de carbono. Entretanto, de acordo para substituir os combustíveis com o coordenador do projeto fósseis e seus derivados, responsá- pela Universidade Federal de Ita- veis por emissão elevada de gases jubá (Unifei), Electo Silva, ajustes que agravam o efeito estufa. Mo- serão necessários. “É preciso, por tivada por essa realidade, a CPFL exemplo, avançar o tempo de ig- Divulgação/CPFL investiu em um gaseificador para geração de energia elétrica até 12 kVA a partir de resíduos de vários tipos de biomassa. O sistema é li- O sistema melhora o poder gado a um motor, menos poluente FDORUt¿FRGRJiV por possuir um método catalítico em 30%, pois de limpeza que transforma as impurezas em mais gás combustível. RWLPL]DDSURGXomR de hidrogênio Esse tipo de limpeza é Gerador a vapor em teste Embora com menor emissão de gases, o motor movido a gás apresentou rendimento inferior ao movido a gasolina. Os testes foram realizados na própria Unifei. A biomassa usada foi a realizado a seco e evita o esco- HPRQy[LGR lenha de eucalipto, por ser abun- amento de água contaminada de carbono dante na região do sul de Minas Gerais. “Depois dos ajustes, a idéia com alcatrão e outros materiais . para o ambiente. O sistema ain- nição do motor e aumentar sua é produzi-lo em pequena esca- da melhora o poder calorífico do taxa de compressão para que la para atender principalmente gás em 30%, pois otimiza a pro- ele seja mais eficiente”, afirma. regiões isoladas”, diz Silva. CPFL Energia - Companhia Paulista de Força e Luz Título: Geração elétrica de resíduos de biomassa para reduzir emissões Ciclo: 2003/2004 Investimento: R$ 145.324,00 Entidade executora: UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá) 35 Revista P&D - Projetos Ambientais Tractebel P&D na preservação de espécies Tractebel investe em projeto para proteção de peixes em Itá A pesca predatória no no deslocamento, nas áreas A implantação dos trans- rio Uruguai, em especial na de estadia e de importância missores foi feita em dois lo- região da Usina Hidrelétrica para o ciclo biológico das es- cais: a jusante da UHE Itá e no de Itá, motivou um estudo pécies. Os dados ajudaram, Parque do Turvo. Cada peixe sobre o padrão de desloca- recebeu um transmissor com mento dos peixes a jusante codificação para identificação da barragem até a região de O estudo visa precisa. Os aparelhos emitem Tiradentes do Sul (RS). O obje- desenvolver um sinais de rádio, em intervalos tivo foi desenvolver um plano de preservação e fiscalização SODQRGHSUHVHUYDomR da área. As informações tam- H¿VFDOL]DomRDOpP bém subsidiaram uma pesquisa para criação de rotas alternativas que auxiliem as espécies a completar o ciclo reprodutivo, impactado pela construção da barragem. GDFULDomRGHURWDV alternativas que DX[LOLHPDVHVSpFLHV regulares, captados por estações fixas de recepção de dados distribuídas em quatro pontos do rio Uruguai: a jusante da UHE Itá; em Goio-en, na região de Chapecó (SC); em Mondaí (SC) e em Porto Soberbo, na região de Tiradentes do Sul (RS). a completar o ciclo Além das bases fixas, os peixes reprodutivo são periodicamente monito- Para identificar os pa- rados por via fluvial e aérea. drões de migração dos peixes Pesca predatória foi utilizada a biotelemetria, por exemplo, a determinar técnica que envolve a implan- que locais devem ser proibi- tação de radiotransmissores dos para pesca. O dourado foi Um dos maiores empeci- na cavidade abdominal dos o foco da investigação, que lhos à preservação das espécies peixes e permite localizá-los contemplou ainda as espécies é a pesca predatória. Apesar do por meio de estações de re- grumatão, curimbatá, bra- apoio da comunidade local à cepção. O estudo se deteve canjuba, piracanjuba e piava. pesquisa ambiental, o gerente 36 Revista P&D - Projetos Ambientais Tractebel do projeto da Tractebel, Sérgio Um exemplo da gravi- pescando em área interditada. Luiz Souza, afirma que a ativi- dade do quadro é o episódio Tiveram equipamentos e 15 dade continua a existir, prati- relatado pela capitã da Polícia quilos de peixe apreendidos. cada por pescadores da região. Ambiental Lucimar Savaris. Em “Os pescadores foram autuados Para coibi-la, a Polícia Ambien- janeiro, próximo à casa de for- administrativamente e o proce- tal de Chapecó realiza patru- ça da Usina Hidrelétrica de Itá, dimento criminal foi encami- lhamentos constantes na área. três pessoas foram flagradas nhado à Justiça”, diz Lucimar. . Divulgação/Tractebel Implantação do radiotransmissor em um dourado Tractebel Energia S.A. Título: Estudo das migrações de peixes a jusante da usina hidrelétrica de Itá com técnicas de biotelemetria Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$ 371.686,00 Entidades executoras: Tractebel e Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce-Universidade Federal de Santa Catarina (LAPAD/UFSC) 37 Revista P&D - Projetos Ambientais Copel Sistema elimina ascarel de transformadores Filtros poliméricos permitem redução da contaminação dos óleos isolantes Um projeto desenvol- do produto com o trans- seguida vido com materiais polimé- formador operação. dentro do equipamento. ricos uretânicos pela Copel O sistema funciona como “A quantidade de filtros em é o mais novo recurso do devolve-o para depende do grau de con- setor elétrico para reduzir taminação do óleo, mas O ascarel é o nível de ascarel dos óle- a troca é por engate, fa- os isolantes. A substância, adsorvido na cilitando o procedimento resultado da mistura de espuma utilizada para o operador”, explica hidrocarbonetos deriva- dos de petróleo, era am- FRPR¿OWURHVHXV plamente utilizada como UHVtGXRVVmR isolante em equipamentos elétricos, especialmente Ana Guimarães, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Copel Distribuição. armazenados para A espuma utilizada transformadores de po- SRVWHULRULQFLQHUDomR como filtro foi sintetiza- tência. Sua manipulação em empresas da a partir de um poliol especializadas por reação de halogenação foi proibida no Brasil em 1981, quando se desco- quimicamente modificado briu seus efeitos tóxicos, (introdução de átomos de altamente danosos ao am- uma um halogênios) com adição de biente e à saúde. bombeamento que circula átomos de bromo. O asca- o óleo isolante, levando rel é adsorvido na espu- Com o projeto é pos- o líquido da máquina aos ma devido à interação dos sível reduzir a quantidade filtros uretânicos e em átomos de bromo da espu- 38 diálise: opera Revista P&D - Projetos Ambientais Copel ma com os átomos de cloro A evacuação do asca- gerar danos irreversíveis do ascarel. Os resíduos são rel no ambiente pode cau- ao sistema nervoso cen- armazenados para posterior sar impactos desastrosos, tral. A eliminação comple- incineração em empresas es- como a contaminação do ta do ascarel só é possível pecializadas. A tecnologia já solo e da água. Além de pela incineração em alto- está sendo aplicada pela Copel ser carcinogênico, atacan- fornos. O procedimento em dois centros de manuten- do sobretudo fígado, baço envolve custos entre R$ ção em Cascavel e Curitiba. e rins, a substância pode 10 e R$ 20 por quilo de material a ser incinerado, valor elevado considerando-se que os equipamentos com alta contamina- . ção e todo o material que entrou em contato com o óleo deve ser eliminado. Poliuretano utilizado FRPR¿OWUR Divulgação/Copel Copel - Companhia Paranaense de Energia 7tWXOR'HVHQYROYLPHQWRGHPDWHULDLVSROLPpULFRVXUHWkQLFRVSDUDSXUL¿FDomRRQOLQHGH transformadores contaminados com ascarel Ciclo: 2000/2001 Investimento: R$ 726.729,00 Entidade executora: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - LACTEC Patente: requerida Glossário Adsorção:¿[DomRGHPROpFXODV de uma substância na suérfície de outra substância. 39 Projetos Projetos Energia Energia a 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD AES Eletropaulo Célula a combustível reforça produção Tecnologia limpa é alternativa de geração para pequenas propriedades e cargas isoladas A Eletropaulo desen- obtido com a reforma do tras fontes de biomassa. E o volveu um modelo compacto gás natural, etanol e de ou- oxigênio é retirado do ar. A célula se destaca pelo baixo de célula a combustível nãopoluente para geração de energia, que consegue alimentar até 500 lâmpadas in- O gerador alimenta até 500 candescentes de 100W ou 50 lâmpadas residências pequenas. Após incandescentes aperfeiçoamento, poderá impacto ambiental. O protótipo de 50 kW foi desenvolvido com polímero sólido, tolerante ao CO2. Tem operação e partida rápidas a baixas ser usada para suprir cargas de 100W ou temperaturas. “Nos testes a cé- isoladas, como propriedades 50 residências lula alimentou cargas resistivas pequenas verificado o funcionamento de rurais, e também pequenas cargas, como semáforos, sinalizações, outdoors e bancas de jornal. Outra aplicação possível é na geração distribuída, realizada junto ou próxima ao consumidor. A célula a combustível geralmente utiliza o hidrogênio como combustível e o oxigênio como oxidante para gerar energia, água e calor. O hidrogênio pode ser Divulgação/AES Eletropaulo Stack, o coração da célula 42 como lâmpadas, onde pôde ser 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD AES Eletropaulo Divulgação/AES Eletropaulo Modelo completo com célula e sistema inversor todos os sistemas integrados: sustentável é um desafio. O instabilidades. O Brasil, embo- células, sistema de alimenta- modelo atual de geração, ba- ra tenha parque gerador com ção de hidrogênio e controles seado em combustíveis fósseis, pouca participação de com- eletrônicos”, explica Douglas não-renováveis, gera poluentes bustíveis fósseis, tem oportu- Camargo, engenheiro respon- atmosféricos, como o dióxido de nidades de expansão da oferta sável pelo projeto. carbono, principal responsável apenas em áreas muito distan- pelo efeito estufa, e é depen- tes dos centros de carga, o que A busca de alternativas dente de jazidas concentradas torna importante investimen- para a expansão da produção em poucas regiões do mundo, tos em energias alternativas, de energia elétrica de forma com preços sujeitos a grandes como células a combustível. . AES Eletropaulo - Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A. Título: Desenvolvimento de células a combustível de polímero sólido (Pemfc Proton Exchange Membrane Fuell Cell) para aplicação em geração elétrica distribuída Ciclo: 2000/2001 Investimento: R$ 1.870.436,51 Entidades executoras: Eletrocell e USP 43 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Elektro Condicionador de Energia Equipamento da Elektro estabiliza tensão e supre pequenas interrupções em clientes industriais As variações de tensão distúrbios. O equipamento O equipamento é ba- de curta duração (VTCDs) desenvolvido atende espe- seado em Custom Power têm sido apontadas como cificamente clientes indus- Controllers (CPOWER), mé- um dos principais fenôme- triais. Além de eliminar as todo bastante difundido nos que afetam a qualidade VTCDs, ele regula a tensão, na Europa e nos Estados da energia elétrica. Consi- corrige fator de potência, re- Unidos. Quando há uma derando a importância do aliza filtragem ativa de har- oscilação na tensão, o apa- problema, a Elektro investiu mônicos e supre pequenas relho consegue acertá-la. em uma tecnologia de pon- interrupções. Assim, evita “Seja qual for a alteração ta para condicionamento da a paralisação da produção na entrada, a variação na energia e compensação de em fábricas e indústrias. saída fica em torno de 2%”, Divulgação/Elektro 44 3HU¿OGDVWHQV}HVGHHQWUDGDHVDtGDGRFRQGLFLRQDGRU 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Elektro afirma Luis Dias, analista apenas uma linha de pro- os funcionários nem per- de operações da Elektro dução ceberam o que aconteceu”. estava ativa, o e integrante da equipe. “É o primeiro do gênero As variações instalado no Brasil”, diz. momentâneas de Funcionando em potência máxima (250 kVA, em tensão de 380 V), o aparelho consegue abas- WHQVmRUHSUHVHQWDP cerca de 90 % das reclamações dos A fonte para o suprimento da energia é proveniente de um motor que converte rapidamente energia cinética em elétrica, ou vice-versa. Para isso, utiliza dispositivos avan- tecer o cliente por até 13 clientes industriais çados com base em ele- segundos de interrupção. da empresa trônica de potência. Atual- “Em um dos testes, uma . mente, está instalado em fábrica ficou sem luz du- equipamento foi capaz de uma fábrica da Nestlé, lo- rante um minuto. Como gerar energia suficiente e calizada em Araras (SP). Divulgação/Elektro Condicionador converte energia cinética em elétrica, ou vice-versa Elektro - Elektro Eletricidade e Serviços S.A. Título: O Impacto de dispositivos eletrônicos de potência na qualidade da energia elétrica. Ciclo: 2000/2001 Investimento: R$ 1.468.136,00 Entidades executoras: COPPE/UFRJ e Microtran P. System A. Corp. 45 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD RGE Prevenção digital Simulador melhora tempo de análise e intervenção nos sistemas de energia elétrica A RGE desenvolveu um mais segurança ao operador, que sistema gráfico para simular pode verificar como a rede rea- condições reais de opera- girá em cada contingência. Isso ção, avaliar ações tomadas diminui o tempo de análise e cor- pode ser utilizado para o ou prever efeitos de futuras reção do problema”, explica Ro- treinamento dos operado- drigo Bertani, gerente do projeto. O SIMOPER também ações de controle a partir de dados obtidos da superDivulgação/RGE visão em tempo real ou de histórico de vários eventos e cenários, como abertura e fechamento de linhas de transmissão, entrada e saída de carga, perda de interligação e outras situações. O SIMOPER, como foi batizado, permite reduzir em até seis vezes o tempo de intervenção sobre as falhas ocorridas durante a operação. O simulador projeta o comportamento da área eletricamente observável do sistema frente a inúmeras falhas, como a queda de uma linha de transmissão. “A análise criteriosa do SIMOPER dá Telas da ferramenta SIMOPER 46 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD RGE res. Como o ambiente gráfico reflete o de operação, é possível criar uma rotina de treinamento em que os técnicos são incentivados a tomar decisões frente a eventos reais já ocorridos e analisar o efeito de suas ações. Pelo processo anterior, a análise das contingências era realizada por um técnico da área de controle separadamente da operação. Com o SIMOPER, isso é feito simultaneamente e diminui o tempo de avaliação, assim como o risco de falha durante a intervenção. A RGE já implementou o simulador à sua rotina e obteve melhora nos indicadores de qualidade da transmissão. Apesar de ter sido testada em sistemas de transmissão, a . ferramenta também pode ser adaptada aos de distribuição. Necessidades e vantagens do sistema • Prover o simulador de funções que permitam a aquisição de informações do sistema de supervisão, em condições de tempo real, utilizando o Histórico On-Line do Sistema de Supervisão da RGE (SCADA) e a base de dados cadastrais, mantendo assim o cenário de simulação sempre ajustado à situação operativa real. Dessa forma, permite simular condições (passadas, presentes e futuras) e analisar seus efeitos em termos de carregamento, sobrecarga HSHU¿VGHWHQVmR&RPLVVRSRGHVHUXWLlizado como um sistema para estudos de programação da operação e manutenção; • Desenvolver um conjunto de interfaces grá¿FDVSDUDYLVXDOL]DomRHFRQWUROHGRFHQiULR de simulação. A interface deve permitir acesso a todas as informações, funções de operação em tempo real e controles que estiverem disponíveis no centro de controle da operação; • Por meio da monitoração e simulação veUL¿FDUDVSRVVLELOLGDGHVGHDWHQGLPHQWRVRE condições normais e de emergência em regime permanente, levando em conta os limites de nível de tensão e o carregamento dos transformadores e linhas de transmissão. RGE - Rio Grande Energia S.A. Título: Sistema computacional para simulação de cenários operativos em tempo real: SIMOPER. Ciclo: 2003/2004 Investimento: R$ 309.756,56 Entidades executoras: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/ Rio Grande Energia S.A. e Grupo de Sistemas de Energia Elétrica – GSEE - PUC-RS 47 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Celtins P&D é sinônimo de inovação na Celtins por Alankardek Ferreira Moreira Na Companhia de Energia Elétrica do Es- da e integrada para controle, proteção, medição, tado do Tocantins (Celtins), a aplicação dos re- regulação e comando para pequenas centrais cursos de P&D tem conquistado resultados que hidráulicas” propiciou a implementação de um justificam os investimentos. Nos últimos anos, protótipo que preenche uma lacuna existente foram desenvolvidos três produtos de bom de- de um produto economicamente viável na ope- sempenho e um deles já está sendo considerado ração de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). para futuros programas de eficiência energética da concessionária, em função dos bons resulta- A comercialização de energia elétrica será dos apresentados na aplicação dos protótipos. inovada com o projeto “Sistema inteligente para análise do melhor cenário para a captação de O primeiro projeto, intitulado “Desenvolvi- recursos financeiros e recuperação de receitas”, mento e implementação de soluções tecnológi- assim que for finalizado o software que está sen- cas para acionamento em grupo de lâmpadas de do desenvolvido em parceria com a Elucid, uma iluminação pública de alta potência com curva empresa de soluções de informática do Grupo de redução de consumo” resultou na criação de Rede. Com ele, será possível a projeção de mer- um relé economizador de alta eficácia. Instala- cado num horizonte de curto e longo prazos para do em uma quadra da capital do Tocantins, seu receita, arrecadação e fluxo de caixa, trazendo protótipo possibilitou até 25% de redução de mais agilidade e precisão de informações essen- consumo de energia elétrica no local. O proje- ciais para tomadas de decisão da organização. to foi desenvolvido em parceria com o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec). Acreditamos que esses produtos trarão otimi- . zação aos processos e proporcionarão benefícios para Na área de automação, o projeto “Desenvolvimento de uma estrutura totalmente digitaliza- 48 todos os envolvidos, como investidores, trabalhadores do setor elétrico, clientes e comunidades. Alankardek Ferreira Moreira é superintendente comercial da Celtins 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Celtins Economia de eletricidade na iluminação pública Sistema reduz luminosidade em horários de menor tráfego e propicia diminuição do consumo Para reduzir o consumo presença de luz durante a convencional. Os intervalos de energia na iluminação pú- operação desligue o grupo, para redução do consumo blica, a Celtins investiu em situação comum no sistema são programados conforme um sistema para ativação em grupo de lâmpadas com mecanismos de controle de luminosidade em horários pré-programados. O acionamento é local ou remoto e gera mais luz nos horários de tráfego intenso e menos durante a madrugada, o que propicia economia de eletricidade. O dispositivo possui também proteções como a de não-desligamento devido a flashes momentâneos (raios, radares, faróis). O protótipo opera via fotocélula. Ela envia sinais ao sistema de controle eletrônico, que ativa um timer e permite o acionamento do grupo após 30 segundos. Esse Divulgação/Celtins mesmo timer impede que a Protótipo tem proteção contra curto-circuito 49 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Celtins as especificidades de cada tendente comercial da Cel- local do grupo de lâmpadas. tins, Alankardek Ferreira. Dados da Eletrobrás mostram que a iluminação O comando possui ainda sis- pública no Brasil corres- tema de proteção contra cur- ponde a aproximadamente to-circuito e controle eletrô- Testes demonstraram 7% da demanda nacional nico de descarga atmosférica. XPDUHGXomRGH e a 3,3% do consumo to- 80% no custo da país. É o equivalente a energia elétrica uma demanda de 2,2 GW As vantagens são estimadas de acordo com o tal de energia elétrica do . número de lâmpadas e a e a um consumo de 9,7 potência do grupo instala- bilhões do. Os testes comprovaram de kWh/ano. a economia. O consumo de uma quadra da cidade de Palmas (TO) apresentou redução significativa ao final do mês. O custo da energia com o método convencional era de R$ 882,58/mês e foi reduzido a R$ 158,86/mês. A produção industrial já está nos planos da empresa. “Temos intenção de fabricá-lo em larga escala. Já há interesse de prefeituras pela instalação do Divulgação/Celtins produto”, diz o superinO bastidor protótipo em campo Celtins - Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins Título: Desenvolvimento e implementação de soluções tecnológicas para acionamento em grupo de lâmpadas de iluminação pública de alta potência com curva de redução de consumo. Ciclo: 2000/2001 Investimento: R$ 592.883,42 Entidades executoras: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC, Centro Politécnico da UFPR, unidade ALEN/UTMI – Unidade de Microeletrônica e Eletrônica de Potência Patente: requerida 50 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Cemig Crescimento e Inovação por Djalma Bastos Está comprovado: as empresas que investem em Os programas anuais de P&D têm contribuído para pesquisa e desenvolvimento apresentam resultados criar um ambiente favorável à inovação tecnológica e à sua substancialmente melhores que as demais e são mais utilização pelo setor industrial. Direcionam as necessidades competitivas, evidenciando uma relação positiva en- e oportunidades para alavancar projetos concretos em te- tre progresso tecnológico e crescimento econômico. mas e áreas sinérgicos às diretrizes e estratégias empresariais, bem como às necessidades do setor. Isso contribui O mundo empresarial tem convivido com um para aumentar o lucro das empresas e a riqueza da nação. processo de acelerada inovação, que influencia diretamente - pelo uso contínuo de novas tecnologias - o Além disso, as atividades de P&D sob a coordenação crescimento das empresas e a excelência de suas ope- da ANEEL contemplam integralmente as parcerias entre as rações. É uma realidade que exige das organizações universidades e centros de pesquisas - onde se produz o co- decisões ágeis sobre quais tecnologias utilizar, quais nhecimento - com as empresas privadas – que são os poten- desenvolver internamente ou quais obter de fornece- ciais fabricantes dos produtos gerados. É o que nos permitirá, dores externos. Nesse contexto, as empresas do setor, muito em breve, ver traduzidos os resultados desses projetos por meio dos projetos de Pesquisa e Desenvolvimen- em novas invenções e patentes, contribuindo para o cresci- to, vêm apoiando os esforços com foco em inovação mento econômico do país pela via da inovação tecnológica. tecnológica. Desenvolvem novas alternativas para geração, transmissão e distribuição de energia e estimulam as atividades de criação de conhecimentos. A Cemig é uma empresa que faz uso intensivo da tecnologia, aplicando sua experiência para desenvolver ou adaptar as soluções mais eficazes e avançadas às suas necessidades. Tem Informações, imagens e dados dos programas sido pioneira em desenvolvimento tecnológico e em pesquisa anuais de pesquisa e desenvolvimento tecnológi- aplicada. E tem estimulado cada vez mais – com seus programas co das várias concessionárias constituem exemplos anuais de pesquisa e desenvolvimento – a criatividade, assim concretos de mudanças bem-sucedidas em práticas como otimizado recursos e resultados. Dessa forma, sempre afi- tradicionais, pois otimizam os processos operacionais nada com as melhores práticas ambientais e tecnológicas, vem das empresas, reduzindo custos e oferecendo ao con- cumprindo de maneira eficiente seu papel de gerar crescimento sumidor uma energia de melhor qualidade. econômico para seus acionistas e para toda a sociedade. . Djalma Bastos é presidente da Cemig 51 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Cemig Geração limpa Nova célula a combustível produz energia não-poluente e isenta de ruídos A Cemig desenvolveu um a operação de um laboratório lidade técnica da produção. O programa de produção de hi- experimental, o protótipo de domínio da tecnologia permitiu drogênio e células a combus- polímero condutor iônico e à empresa produzi-lo em pe- tível capazes de gerar energia um outro de óxido sólido. quena escala a partir da água, não-poluente e isenta de ruí- por meio de eletrólise. Nessa dos. São quatro projetos inte- Os primeiros estudos do fase, também foi projetada a grados, que englobam a gera- hidrogênio como combustível construção do Laboratório Ex- ção de hidrogênio eletrolítico, das células apontaram a viabi- perimental de Hidrogênio, que Divulgação/Cemig A célula desenvolvida 52 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Cemig funciona na Usina Térmica de (Citenel), em Brasília. Os mo- so possibilita eliminar a etapa Igarapé, em Juatuba (MG). O delos foram construídos com de produção de hidrogênio fora local é usado como “vetor ener- tecnologia nacional e são os da célula, o que facilita o uso do gético”, onde os testes com o primeiros registros de célula a combustível”, explica José Hen- combustível são realizados. combustível na América Latina, rique Diniz, superintendente de de acordo com o Departamento Tecnologia e Alternativas Ener- de Energia dos Estados Unidos. géticas da Cemig. Entretanto, a Em um segundo projeto, a empresa desenvolveu a tecnolo- empresa já produz hidrogênio gia para a utilização do hidro- Esse projeto engloba tam- gênio. O resultado foi a criação bém um outro modelo a etanol de dois protótipos de célula a direto, que está em teste, mas Diniz acredita que o ál- combustível de polímero con- ainda é inviável e precisa de me- cool seja, a longo prazo, o in- dutor iônico – uma de 500 W e lhora em seu tempo de vida útil. sumo ideal para a obtenção outra de 1 kW – que foram lan- “Nesse tipo de célula, o hidro- do hidrogênio que abastece çados em 2001 e apresentados gênio é retirado diretamente de as células, pois é renovável, no 1º Congresso de Inovação uma mistura de etanol e água, de fácil suprimento e tem Tecnológica em Energia Elétrica sem reforma externa. O proces- um custo menos elevado. a partir da reforma do etanol. Divulgação/Cemig 53 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Cemig estabilizado com ítria) é usado No momento, a pesquisa como eletrólito. Esse tipo de ma- está na fase de produção dos Uma outra pesquisa sobre terial permite que a célula gere compostos. O passo seguinte é célula a combustível de óxido só- calor e energia, com resistência desenvolver uma célula unitá- lido também está sendo realizada para trabalhar com temperaturas ria e, em seguida, protótipos de pela Cemig. No projeto, um com- de até 1000ºC. Para esse modelo, a 50 W e 1 kW, que deverão estar posto cerâmico (óxido de zircônio fonte de hidrogênio é o gás natural. prontos até o fim deste ano. Próxima etapa Como funciona e de outras fontes de biomassa. O oxigênio é retirado do ar. A célula a combustível funciona As células a combustível se des- como uma espécie de pilha e geral- tacam pelo baixo impacto ambiental e mente utiliza o hidrogênio como com- redução significativa de ruídos. São bustível e o oxigênio como oxidante compactas e de fácil manutenção. Po- para gerar energia, vapor de água e dem ser usadas em residências, pe- calor. O hidrogênio pode ser obtido quenas e médias empresas, hospitais com a reforma do gás natural, etanol e repartições públicas, entre outros. Cemig - Cemig Geração e Transmissão S.A. Título: Programa de Hidrogênio e Células a Combustível Investimento total: R$ 7.888.000,00 Patente: em fase de requisição 54 . 5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD Enersul Aterramento seguro Protótipo auxilia medição e avaliação de malhas das subestações A Enersul pesquisou uma A avaliação da malha de terra to. E propôs o desenvolvimento de nova metodologia para avaliação indica se ela ainda se encontra em seu pesquisas e textos, o que levou à de malhas de terras de subesta- estado original de projeto ou se está em criação da Comissão de Estudos de ções e construiu um protótipo processo de alteração que possa com- Aterramento, vinculada ao Comitê para realizar a medição dos ele- prometer seus componentes elétricos Brasileiro de Eletricidade (COBEI). mentos necessários à atividade. O ou a segurança de seus operadores e objetivo foi aperfeiçoar as técni- instalações vizinhas. Pela metodologia cas existentes para medir outros da Enersul, essa avaliação é realizada fatores além da resistência, como de modo mais completo e engloba a impedância, sem necessida- todos os componentes que pos- de de desernegizar a subestação. sam afetar o desempenho da malha. Já adicionado à operação Em uma ação mais ampla, da empresa, a expectativa agora a empresa mobilizou os agentes é que o método reduza os custos do setor elétrico acerca do assun- reais de perda de suprimento e gere ganho operacional nos programas de manutenção ao evitar, por exemplo, o deslocamento de subestações móveis aos locais de medições. O sistema de avaliação . O funcionamento O protótipo opera com uma corrente elétrica, gerada em diversas freqüências. Ela é injetada entre o sistema de aterramento e um eletrodo de terra auxiliar para medir diferenças de potenciais em pontos do solo de suas proximidades. Os dados passam por um software dotado de interfaFH JUi¿FD SDUD receber, processar, armazenar e apresentar os resultados. também melhora os índices de qualidade, pois possibilita inspeDivulgação/Enersul ção sem interrupção de energia. Painel do medidor desenvolvido Enersul - Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S.A. Título: Medição de malhas de aterramento de subestações energizadas Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$ 289.079,64 Entidades executoras: Fundação Paulista de Tecnologia e Educação – FPTE Glossário Impedância: 4XRFLHQWHHQWUHDDPSOLWXGHGHXPDWHQVmRDOWHUQDGDH a amplitude da corrente que ela provoca em um circuito. Aterramento: acoplamento permanente de partes metálicas para formar um caminho condutor de eletricidade, garantir a continuidade 55 HOpWULFDHDVHJXUDQoDGDLQVWDODomRHOpWULFD Projetos Projetos qualidade qualidade devida vida de segurança segurança notrabalho trabalho no Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho Cataguazes - Leopoldina Controle digital Detector localiza faltas na rede elétrica e reduz tempo e custos com inspeções visuais Um detector “Tradicionalmente, a com inspeção visual das Cataguazes localização do ponto onde equipes de eletricistas ao é capaz de identificar houve uma falta é feita longo da rede, às vezes remoto novo da com precisão e rapidez o ponto da rede elétrica onde ocorreu uma falta, incidente que provoca o desligamento total ou parcial de circui- tos de distribuição ou transmissão de energia. O equipamento permite a redução do tempo de restabelecimento no fornecimento e dos custos de manutenção. A s f a l t a s g e r a l me n t e são pr o v o c a d as p o r c u r to s-ci r c u i t o s r e s u l t a n t es do r o mp i men t o d e u m o u m a i s c o n d u t o r e s, d e vido a descargas atmosférica s, p i p as, g al h o s d e árvo re s o u q u a l q u e r o u tro o b j et o q u e s e c h o - q ue e ve n t u a l me n t e c o n s ze tra a r e d e el ét r i c a. ua a C o/ 58 g ul iv D ã aç g ta Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho Cataguazes - Leopoldina por dezenas de quilôme- tro de Operação da Distri- à equipe de manutenção tros, com chuva e durante buição (COD), que informa onde ocorreu o proble- a noite. Em alguns casos, ma. “Nos pontos em que o contato de consumido- “Com o sistema, o sistema já foi instalado, res no call center da em- KRXYHUHGXomRGH houve redução de cerca de presa auxilia a identifi- 30% no tempo de resta- cação”, explica Sebastião cerca de 30% Soares, no tempo de coordenador da Divisão de Engenharia da Cataguazes. restabelecimento de energia” passa a ser feita no Cen- O equipamento possui sensores de campos elétrico e magnético. Em caso de variações devi- A partir da instalação do detector, a localização belecimento”, diz Soares. 6HEDVWLmR6RDUHV FRRUGHQDGRUGD'LYLVmRGH Engenharia da Cataguazes do a faltas, são enviados dados por ondas de rádio sobre a situação da rede no ponto em que o detector está instalado, se há falta de energia no . local ou se os valores dos campos estão acima ou Divulgação/Cataguazes abaixo dos esperados. Protótipos instalados em campo para testes Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina 7tWXORGRSURMHWR6LVWHPDSDUDUHGXomRGRWHPSRGHLQWHUUXSomRDWUDYpVGDLGHQWL¿FDomRHORFDOL]DomRSRQWXDOGHIDOWDHPUHGH de distribuição com monitoramento em tempo real e comunicação full-duplex com a central de controle da concessionária. Ciclo:2001/2002 Investimento: R$ 864.555,20 Entidade executora: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 59 Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho CPFL Energia Segurança e Agilidade Elevadores da CPFL melhoram a qualidade do trabalho de seus eletricistas A CPFL criou uma plataforma de elevação com técnicas robóticas e de automação que O que é Robótica? proporciona maior segurança e agilidade ao trabalho de eletricistas que operam em redes de distribuição. O sistema é acionado remotamente e deve substituir a escada, poupando cerca de 1.500 profissionais de esforços repetitivos. A empresa já testou com sucesso o primeiro protótipo. Os ensaios preliminares foram feitos dentro da própria CPFL e tiveram a participação efetiva dos eletricistas, que apresentaram propostas para melhorar o desempenho do equipamento. “Além da elevação, eles sugeriram que o sistema fosse giratório e oferecesse a possibilidade de inclinação”, afirma Ronaldo Roncolatto, gerente da Divisão de Engenharia de Manutenção e coordenador do projeto. 60 Robótica é uma área multidisciplinar que busca o desenvolvimento e a integração de técnicas e algoritmos para a criação e utilização de robôs em sistemas automáticos. Por meio desses sistemas, os mecanismos controlam seu próprio funcionamento, quase sem interferência do homem. Envolve conhecimentos em engenharia mecânica, engenharia elétrica e LQWHOLJrQFLD DUWL¿FLDO HQWUH RXWUDV iUHDV A robótica é muito útil para possibilitar a execução de atividades em lugares onde a presença humana se torna difícil, arriscada ou até mesmo impossível. Nesses casos, os dispositivos permitem a realização dessas atividades sem desconforto para o homem ou risco à vida. Atualmente, há robôs que prestam serviços em diversas atividades, como as de desarmar bombas, fazer SHVTXLVDVFLHQWt¿FDVHDWXDUHPHPSUHVDV Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho CPFL Energia As sugestões foram in- ceptividade entre os eletri- tão executando tarefas que corporadas e a empresa está cistas foi muito boa”, garan- não têm relação com suas desenvolvendo um segun- te Roncolatto. “Quando eles atividades. Eles percebem do modelo, que deve ficar tiram a escada do veículo, a que o sistema vai facilitar o pronto em dezembro. “A re- erguem e a posicionam, es- trabalho deles”, explica. %HQHItFLRV GD DXWRPDomR Divulgação/CPFL . Unidade móvel para automação A automação possibilita grandes ganhos de produtividade no trabalho, uniformiza a produção e elimina perdas. Também UHGX]VLJQL¿FDWLYDPHQWHRVWHPSRVPRUtos, já que a máquina pode funcionar durante um período bastante superior ao que o ser humano pode suportar. 3HUPLWHDLQGDÀH[LELOLGDGHQRSURFHVVR de produção conforme as tendências do mercado, o que evita estoques de produtos invendáveis. Essas características evitam escassez ou desperdício e proporcionam melhor qualidade de vida Divulgação/CPFL e de produção, aliada a um menor esforço. A automação possibilita redirecionar as habilidades humanas para atividades de maior valor agregado e que demandam o que somente o homem pode fazer. Manutenção com o equipamento CPFL Energia - Companhia Paulista de Força e Luz Título: Robótica aplicada à melhoria de processos de linha de frente Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$ 1.307.200,00 (total do projeto em três anos) Entidade executora: USP Patente: em fase de elaboração de requisição 61 Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho CTEEP Eficiência em busca da modicidade tarifária por Sidnei Martini Durante muito tempo, o conceito de Pes- tados se materializarem, é fundamental que a alta ad- quisa e Desenvolvimento esteve reduzido à ótica ministração das empresas do setor elétrico capitaneie de uma atividade de experimentação descompro- o processo, envolvendo-se intensamente no assunto, missada e mantida pelo entusiasmo de alguns assim como se envolve com os demais temas que di- profissionais, que viviam em busca de recursos zem respeito à perenidade e ao futuro da empresa. para implementar soluções idealizadas, sob seus respectivos pontos de vista. É preciso que a inovação tecnológica permeie todos os níveis do setor elétrico brasileiro com a im- Ao ser concebido o “Novo Modelo do Setor portância devida, reconhecendo-se que há um for- Elétrico”, a P&D foi incluída como forma de bus- tíssimo valor estratégico em desenvolvermos nossas car a eficiência nesse novo ambiente, privilegian- próprias soluções, adaptadas ao nosso sistema, às do a otimização e a produtividade como insumos nossas empresas, aos nossos profissionais. Não há na busca da modicidade tarifária, transferindo ao país que tenha se desenvolvido e ganho respeito in- consumidor final o menor preço e a máxima satis- ternacional sem ter elaborado um sério e competen- fação. Se esse assunto foi novo para as concessio- te programa de P&D nas áreas em que se destacou. nárias de energia elétrica, ele foi igualmente novo para a ANEEL. Mesmo para as entidades universi- Com a transparência cada vez maior de to- tárias e de pesquisa, foi caracterizada uma nova dos os processos no setor, os resultados dos in- situação, pois passaram a interagir mais intensa- vestimentos em P&D serão cada vez mais exigidos, mente com as concessionárias de energia elétrica. pois representam investimentos feitos em nome do cidadão comum, que consome energia elétrica Todo esse novo contexto de pesquisa e os esfor- e deseja ver esses investimentos frutificarem em ços decorrentes só terão sentido se os resultados obti- seu benefício. Como tal, somente resultados inova- dos efetivamente contribuírem para o fortalecimento dores que maximizem valor e sejam geradores de empresarial, nos aspectos administrativo, financeiro e transformações para a sociedade poderão justificar técnico, produzindo resultados práticos. Para os resul- a importância e a efetividade dos ciclos de P&D. 62 Sidnei Martini é presidente da CTEEP . Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho CTEEP Inspeção robotizada Autômato checa linhas de transmissão e corrige problemas Um robô que se deslo- ção desse processo, o que integridade física e mecâni- ca ao longo do cabo guarda resulta em menores custos ca, seus defeitos e indica a é a nova aposta da CTEEP e riscos aos técnicos. necessidade de manutenção para inspeção em linhas emergencial ou programa- de transmissão e correção O robô é capaz de fa- da. Dotado de um sistema de eventuais problemas. O zer uma inspeção detalha- de transposição de torres projeto segue uma tendên- da em cabo guarda com ou que lhe confere autonomia, cia mundial de automatiza- sem fibra ótica, verifica sua o equipamento também reDivulgação/CTEEP 63 Robô em linha de transmissão Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho CTEEP Divulgação/CTEEP aliza a inspeção visual dos cabos condutores, espaçadores, isoladores, vegetação sob a linha (incluindo assoreamento na base) e instalação ou retirada de esferas de sinalização aérea, sem necessidade de desligamento da linha de transmissão. As imagens captadas são transmitidas via rádio a uma base de operações em Aparelho examina cabo solo, onde um operador avalia os cabos em um monitor O robô faz uma de notebook. O computador é LQVSHomRGHWDOKDGD responsável pela recepção de dados e envio de comandos ao autômato. • Inspeção e instalação de três esferas de sinalização aérea em Bertioga, no tre- no cabo guarda, cho da linha de transmissão YHUL¿FDVXD Santo Ângelo/Bertioga sobre a rodovia Guarujá/Bertioga. Na seqüência do desenvolvimento do projeto, no ciclo de 2002/2003, o aparelho ganhou ainda a capacidade integridade física e mecânica e indica a necessidade de de fazer reparos e emendas PDQXWHQomR em cabos danificados e um emergencial ou sistema automático • Inspeção no trecho da linha de transmissão BauruEmbu Guaçu, em oito vãos para detecção de problemas no cabo guarda, a pedido da Pirelli. para programada identificação de falhas. • Inspeção em esfera . de sinalização aérea na linha O equipamento está na regional de Bauru (SP) e tem sido utilizado em várias de transmissão São José dos operações. Entre elas: Campos/Taubaté. CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista Título do projeto: Sistema de serviços em linhas de transmissão (SSL) / Manutenção robotizada de cabos guarda Ciclo: 2001-2002 / 2002-2003 Investimento: R$ 199.700,00 / R$ 298.800,00 Entidade executora: EPUSP – Escola Politécnica da USP Patente: requerida 64 Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho CTEEP Ferramentas mais leves facilitam trabalho Equipamento agiliza troca de isoladores e ferragens em linhas de transmissão e evita esforços excessivos dos funcionários Trocar isoladores e mento hidráulico bem mais e minibomba hidráulicos ferragens em linhas de leve que as talhas e ca- pesa 12kg. O sistema evita transmissão tornou tracas atuais. Enquanto as esforços repetitivos e pos- mais fácil para os eletri- ferramentas existentes têm sui blindagem para cam- cistas da CTEEP. A empresa em torno de 30kg, o mode- pos eletromagnéticos, com desenvolveu um equipa- lo composto por cilindros carcaça em alumínio e aço. se Divulgação/CTEEP Cilindros e minibomba hidráulica 65 Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho CTEEP Segundo Olga Maffei, O protótipo conta outro para controle de en- coordenadora do programa ainda com um cilindro chimento. O equipamento de P&D da CTEEP, não há ca- dotado foi testado em Belo Hori- de um sistema sos de acidentes ou doenças zonte, Ribeirão Preto (SP) por esforços repetitivos que O sistema, composto e no Bairro do Limão, em tenham levado os eletricis- por cilindros e São Paulo. “Os resultados tas da empresa a pedirem afastamento. “A motivação do projeto foi melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, pois o equipamento de manutenção utilizado hoje é muito minibomba hidráulicos, pesa apenas 12 kg. Os eletricistas da regional de São Paulo (Limão) gostaram tanto que ele não saiu mais de lá”, diz Olga. O convencional A CTEEP está realizando chega a 30kg um estudo da quantida- grande e pesado”, explica. Além do peso menor, a foram muito animadores. . de de aparelhos necesde válvulas de segurança sários para as regionais contra retorno de óleo, e de Cabreúva e Bauru. minibomba tem blindagem eletromagnética. As existentes no mercado são feitas de plástico, o que inviabiliza o uso em regiões de campo eletromagnético elevado, como no caso de linhas de transmissão e subestações. A ação do campo também pode danificar equipamentos eletrônicos. Por isso o acionamento da minibomba é manual. Divulgação/CTEEP Acionamento do cilindro por minibomba hidráulica CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista Título do projeto: Desenvolvimento de ferramentas de acionamento hidráulico para troca de isoladores e ferragens em linhas de transmissão. Ciclo: 2001/2002 Investimento: R$ 70.000,00 Entidades executoras: CTEEP, Guimmy Industrial Ltda e Ritz do Brasil Patente: requerida 66 Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho Celpe Alta tensão Pesquisa aponta grande incidência de acidentes por choque elétrico em Pernambuco e leva à elaboração de campanha de conscientização elpe ação/C Divulg A cada três dias ocor- A conces- re um acidente fatal en- sionária volvendo choque elétrico tificou as áreas em Pernambuco, segundo mais afetadas e relatórios da Secretaria propôs de Saúde do Estado (SES- preventivas PE). Esses números alar- to às comunidades, maram as autoridades e sobretudo as mais motivaram uma pesquisa carentes. Utilizou como da Celpe sobre impactos amostra a região metro- do uso indevido da rede politana do Recife, consi- de distribuição de energia derada a mais suscetível a pela população. incidentes com eletricidade. iden- medidas jun- Divulgação/Celpe 67 Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho Celpe Divulgação/Celpe Foram realizados mapeamentos dos acidentes ocorridos nas redes de distribuição e nas residências. As principais causas identificadas foram: negligência, imprudência ou imperícia do acidentado, falhas na rede, desconhecimento dos perigos da eletricidade e falhas pro- 7 em Paulista, o que repre- pesquisa que alertou para o vocadas por terceiros. As senta 68% dos acidentes na índice de uma ocorrência fatal a cada três dias no estado. localidades mais afetadas foram Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Recife. Os dados foram fornecidos pela SES-PE. Os casos levantados ocorreram entre 1996 e 2001. Do total de 94 A cada três dias Os acidentes ocorrem ocorre um acidente com mais freqüência entre fatal envolvendo pessoas na faixa de 0 a 30 choque elétrico em Pernambuco anos. As crianças de 0 a 10 anos respondem por 21% e são as mais atingidas. “A renda familiar do grupo analisados, 47 aconteceram na cidade do Recife, 10 em Região Metropolitana do mais afetado varia de 1 a Jaboatão dos Guararapes e Recife no período. Foi essa 5 salários mínimos, o que Divulgação/Celpe 68 Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho Celpe pode justificar a má con- panha para educar a po- reuniões e palestras na servação das instalações pulação sobre os perigos comunidade, escolas e elétricas e dos eletrodo- da rede de distribuição e empresas. A distribuido- mésticos encontrados nas os cuidados no uso dos ra também treinou fun- residências” diz Adriana aparelhos eletrônicos e cionários Brasileiro, instalações elétricas do- as miciliares. A l é m d e d i v u l - os riscos no manuseio gar local e nacionalmen- e contato com os equi- te os dados do estudo, a pamentos da rede, espe- quisa foram utilizados na Celpe cialmente aqueles próxi- elaboração de uma cam- l h a s e c a r t a z e s, r e a l i z o u coordenadora de P&D da Celpe. Os resultados da pes- distribuiu carti- para alertar comunidades sobre mos às subestações. . Divulgação/Celpe Celpe - Companhia Energética de Pernanbuco Título: Estudo das externalidades na atividade de distribuição de energia elétrica, relacionadas aos acidentes com terceiros (público em geral), na Região Metropolitana do Recife Ciclo: 2001/2002 Entidade Executora: Universidade Federal de Pernambuco Investimento: R$ 124.359,09 69 Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho Copel Barragem segura Metodologia da Copel usa auscultação geodésica para monitorar estruturas A Copel investiu na auscul- nitorados interna e externamente “A análise global fornece tação geodésica para fortalecer a à barragem como uma estrutura subsídios sobre o comportamento segurança na Usina Hidrelétrica de única, ao contrário da instrumen- da estrutura e permite aos técni- Salto Caxias, no Paraná, e auxiliar tação tradicional com pêndulos e cos a adoção de procedimentos a construção de uma metodolo- extensômetros, que mede deslo- para minimizar as conseqüências gia de controle e manutenção das camentos horizontais e verticais de um possível deslocamento”, barragens das usinas da empresa. em relação a pontos de referência explica Marcos Soares, geren- A vantagem principal da ausculta- instalados em profundidade na es- te do projeto. O monitoramento ção é permitir a análise de deslo- trutura da barragem, possibilitan- geodésico verifica a variação das camentos de todos os pontos mo- do apenas uma checagem relativa. coordenadas de um conjunto Divulgação/Copel Salto Caxias, com localização dos pontos de medição 70 Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho Copel de pontos em um tempo defini- Na Copel foi implantada uma A Usina de Salto Ca- do apontando se houve desvio. rede de monitoramento a jusante xias está localizada entre os do reservatório, formada por seis municípios de Capitão Leôni- O uso da auscultação geo- pilares de concreto embutidos nas das Marques e Nova Prata do désica é comum na engenharia rochas que compõem a barragem. Iguaçu, no Paraná. Com 1.240 civil e na cartografia. Ela é com- A rede realiza o monitoramento megawatts de potência insta- posta de um conjunto de técnicas externo do muro que forma a es- lada, é a terceira maior central que identifica níveis de altitude, trutura e também do seu interior. A geradora operada pela Copel. medições do terreno na hori- empresa equipou a barragem com A barragem tem 1.100 me- zontal e valores de gravidade em os instrumentos necessários para tros de comprimento e altura diferentes pontos. Com o uso do fazer as medições (medidores trior- média de 67 metros. Algumas GPS (Global Positioning System), togonais, pêndulos, psicômetros, das tecnologias aperfeiçoa- obtém via satélite o posiciona- clinômetros e anereóide) e realizar das no projeto também estão mento exato de um determina- o monitoramento com regularida- sendo utilizadas na constru- do ponto na estrutura. Assim, é de, comparando as medidas regis- ção da Usina Hidrelétrica de possível verificar e acompanhar tradas entre uma inspeção e outra. Fundão, no rio Jordão (PR). deslocamentos e deformações . nas obras de construção civil. Dados de 2002 do Ministério da Integração Nacional indicam que as barragens são obras de elevado potencial de risco devido à possibilidade de eventual colapso, o que provocaria danos catastróficos para a estrutura da construção, ao meio ambiente e à vida humana. Divulgação/Copel Medição na barragem Glossário Clinômetro: Também chamado Inclinômetro, ou Nível Angular, é um aparelho usado para medir o ângulo entre um plano inclinado e o plano horizontal ou entre uma linha inclinada e o plano horizontal. Medidores Triortogonais: UHDOL]DDPHGLomRGRVWUrVFRPSRQHQWHVGLIHUHQFLDLVGREORFRDEHUWXUDHIHFKDPHQWRGHMXQWDUHFDOTXHGLIHUHQFLDO entre blocos e deslizamento horizontal entre blocos. Psicômetros e Aneróides:LQVWUXPHQWRVXWLOL]DGRVSDUDPHGLUWHPSHUDWXUDHSUHVVmR 3rQGXORmede deslocamentos horizontais. Copel - Companhia Paranaense de Energia Título: Integração da auscultação geodésica com a instrumentação de controle e segurança da barragem de Salto Caxias Ciclo: 2002/2003, 2003/2004, 2004/2005 Investimento: R$ 624.319,34 71 Entidade Executora: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC projetos projetos tecnológicos tecnológicos s Revista P&D - Projetos Tecnológicos CEB Periscópio eletrônico Aparelho inspeciona linhas aéreas e subterrâneas da rede de distribuição Divulgação/CEB A CEB desenvolveu um periscópio eletrônico para verificar as instalações de cabos aéreos e subterrâneos de alta e média tensão, de forma remota e segura. “O equipamento facilita o trabalho de inspeção, aumenta a segurança física do operador e a produtividade da equipe”, diz Edival Demétrio, gerente do projeto. Em razão da particularidade da demanda, foram construídos dois modelos, um destinado às inspeções de redes aéreas e outro para as de linhas subterrâneas. O periscópio para inspeções aéreas é composto por dois conjuntos: o de captura de imagem e o de visualização. O primeiro é formado pelas partes eletrônicas e mecânicas, responsáveis pela captação e tratamento da imagem e sua transmissão. Conjunto de captura de imagem 74 Revista P&D - Projetos Tecnológicos CEB Divulgação/CEB É montado na extremidade de um bastão (haste) telescópico, construído com material isolante, com nível de isolação que permite a segurança de manuseio junto a redes de 13,8 kV, e comandado por um sistema de controle remoto. Já o conjunto de visualização, constituído pelo monitor e interface para controlar a câmera, disponibiliza a imagem para os técnicos. O monitor é alojado sobre o tórax do operador. Para o modelo de inspeção das instalações subterrâneas, identificou-se a necessidade de empregar uma câmera com mais recursos e, principalmente, iluminação artificial auxiliar. O manuseio do operador é Conjunto de visualização limitado à entrada de poços . subterrâneos, por isso a câ- por controle remoto) e mo- (pan-tilt). As imagens po- mera precisa do recurso de vimentação na horizontal e dem ser gravadas em forma- zoom motorizado (acionado vertical em baixa velocidade to digital ou analógico. CEB - Companhia Energética de Brasília Título: Periscópio eletrônico para auxílio a inspeções de instalações elétricas subterrâneas e Aéreas Ciclo: 2001/2002 Investimento: R$ 101.365,00 Entidades Executoras: CEB e Finatec 75 Revista P&D - Projetos Tecnológicos CTEEP Contra a maresia Excesso de corrosão de peças em instalações no litoral leva CTEEP a desenvolver isolador antipoluição O alto custo com a tro- rodinâmica diferenciada que mia de 30% a 50% nos gastos ca de isoladores corroídos dificulta o acúmulo de sal com trocas nos trechos litorâ- pela maresia levou a CTEEP em sua superfície. neos – considerando-se itens a desenvolver um novo tipo como manutenção, duplica- de isolador antipoluição, de Com os novos isoladores, ção da vida útil do aparelho perfil aberto e com uma ae- a empresa estima uma econo- e a espessura de zincagem. Isolador antipoluição GHSHU¿ODEHUWR 76 Divulgação/CTEEP Revista P&D - Projetos Tecnológicos CTEEP Pa r a s e t e r u m a i d é i a da dimensão do proble- dos novos padrões de missão de 138 kV EMG-PER cadeias (Embu-Guaçu – Peruíbe), de isoladores. ma, a CTEEP tem substi- por um ano. Após os testes, tuído, anualmente, cerca Foram projetados nove selecionou-se o mais apro- de 7.000 isoladores de- desenhos diferentes e três priado, e dez protótipos vido à corrosão precoce nas linhas de transmissão do litoral. Isso resulta em custos elevados de substituição e manutenção. A corrosão decor- dele ainda permanecem em A CTEEP prevê funcionamento na linha. economia de 30% O e q u i p a m e n t o s, que facilmente acumulam maresia em suas fer- com trocas – tem aplicação mundial, uma vez que problemas considerando-se similares são observa- PDQXWHQomR dos em outros países. ragens pela falta de ven- GXSOLFDomRGDYLGD tilação. A conseqüência útil do aparelho é uma durabilidade baix a , d e 8 a 10 a n o s . A e x pectativa é que os novos A corrosão e espessura A Pa r a o d e s e n v o l v i mento do foram feitas ocor- na superfície do isolador, os inclusive nas partes me- mais adequados. A empre- tálicas. O s a l , a l i a d o à sa confeccionou 30 pro- névoa acumulada entre foram considerados a saia e a campânula, dispositivo, análises Sete mil isoladores das vantagens do uso do VmRVXEVWLWXtGRV esmalte corrosão re pela deposição do sal de zincagem isoladores tenham vida útil de 16 a 20 anos. desen- volvido nessa pesquisa re do perfil inadequado desses isolador a 50% em gastos semicondutivo, proporciona uma alta corrente de fuga. Essa corrente gera descargas estudos de perfis exis- pela empresa na superfície da peça, tentes e simulações de todos os anos que causam a formação CFD (Análise Computa- de ozônio. Este, combi- cional de Fluidodinâmi- GHYLGRjFRUURVmR nado ao nitrogênio do ca e de campo elétrico precoce a r, f o r m a o á c i d o n í t r i co, poluente que acele- por elementos finitos), além de nômica eco- tótipos de cada um e os ra a corrosão. Quanto definição instalou na linha de trans- mais forte a corrente de análise para 77 Revista P&D - Projetos Tecnológicos CTEEP fuga, mais numerosas e intensas são as desc a r g a s, q u e p o d e m a t é mesmo desligar a linha. Outros mecanismos favorecem como a a corrosão, qualidade da zincagem e a distribuição do Procedimentos para a VHOHomR GH XP LVRODGRU adequado campo elétri- • Determinar os níveis de poluição da região e especificar o tipo mais apropriado co proporcionada pelo desenho do disco e das ferragens. Nos últimos anos a CTEEP utilizou isoladores normais nas linhas de transmissão do litoral com resultados insatisfatórios. Eles apresentaram início de corrosão com 4 ou 5 anos . de uso em torres distan- tes em até três quilômetros da praia. • Não basta o modelo ter um bom desempenho e alto grau de resistência à poluição. É necessária uma aerodinâmica adequada para evitar o acúmulo de poluentes nas saias do isolador, para permitir a formação de uma banda seca de grandes dimensões, dificultando a ocorrência de descargas devido à corrente de fuga. CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista 7tWXOR7'HVHQYROYLPHQWRGHQRYRLVRODGRUDQWLSROXLomRFRPSHU¿ODEHUWR Ciclo: 2001/2002 Entidade Executora: CEPEL Investimento: R$ 157.344,00 Patente: requerida 78 Revista P&D - Projetos Tecnológicos AES Eletropaulo Como colher os benefícios de P&D por Cyro Vicente Boccuzzi O setor elétrico nacional vem amadurecen- A efetiva evolução tecnológica do setor elétri- do os critérios para a formação dos Programas de co brasileiro ocorrerá na medida em que as institui- P&D das empresas, conforme a regulamentação ções agirem de modo inovador, incentivando a im- em vigor. Nos últimos seis anos, esses programas plantação de novas tecnologias e seus resultados e evoluíram para benefícios cada vez mais presen- fomentando, por conseqüência, a indústria nacional. tes e mais reconhecidos, algumas vezes extrapolando o âmbito do setor. Assim, seguiremos desenvolvendo competências que podem ser aplicadas em escala. Para viabilizar isso As empresas do Grupo AES no Brasil (AES num prazo menor, necessitamos flexibilizar a forma Eletropaulo, AES Sul, AES Tietê e AES Uruguaiana) de aplicação dos recursos para o P&D. A se conside- possuem estruturas dedicadas à P&D para atuar rar o atual nível tecnológico e o domínio da ciência, desde a prospecção tecnológica até a implemen- da tecnologia e do ciclo completo da inovação, ainda tação dos resultados. No Brasil, o grupo já investiu se espera que o governo brasileiro viabilize o efetivo um montante próximo de R$ 80 milhões e a maior desenvolvimento tecnológico do setor, principalmente parte desses investimentos gerou resultados com frente aos prognósticos de disponibilidade energética enorme potencial e viabilidade de implantação nos próximos anos. Para isso, deve-se reanalisar o mo- – maioria já aplicada, mas em pequena escala. delo atual dos Programas de P&D, para viabilizar a incorporação de tecnologias emergentes, já em uso em O Brasil, infelizmente, ainda carece da capaci- outros países, complementando-as por meio de fon- dade de investimentos para viabilizar a implantação tes de financiamento adequadamente estabelecidas. adequada dos resultados obtidos nesses programas. Os fundos setoriais podem e devem ser destinados Os programas de P&D das empresas de energia a investimentos intensivos de tecnologias desen- elétrica devem buscar seguir um novo modelo estrutu- volvidas dentro desses programas, estendendo seus rado em que rápidas mudanças de ruptura tecnológi- benefícios a todos os consumidores. Além disso, os ca sejam possíveis, de forma que o setor elétrico possa recursos dos Programas de P&D poderiam ser usa- ser visto como um forte agente propulsor da econo- dos na implementação dos projetos bem-sucedidos. mia nacional, como já ocorre em outros países. . Cyro Vicente Boccuzzi é vice-presidente técnico da AES Eletropaulo 79 Revista P&D - Projetos Tecnológicos AES Eletropaulo Previsão do tempo Sistema de informações meteorológicas auxilia área de operação da Eletropaulo Prevenir danos por des- Ele foi adaptado para que as Três módulos integrados cargas atmosféricas, agilizar informações meteorológicas compõem o sistema: previsão, atendimentos e elaborar pla- pudessem ser interpretadas monitoramento e pós-monito- nos de ação ou emergenciais pelos técnicos de operação e ramento. O primeiro é fornecido de manutenção e reparo com utilizadas no acionamento da pelo Centro de Previsão do Tem- mais rapidez são as vantagens obtidas com o novo sistema de monitoramento de fenômenos meteorológicos implantado pela Eletropaulo. O método consiste em fazer uma previsão po e Clima (CPTEC) do Instituto O processo permite planejamento mais preciso para Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Já o monitoramento é realizado a partir de imagens integradas de chuvas e de descargas atmosféricas geradas por do tempo em diversos locais enfrentar condições radares e programas de institu- e enviá-la diariamente para climáticas adversas, tos especializados. A avaliação 1.700 funcionários da empresa, do presidente até eletricistas das turmas de campo. O sistema permite prever os cenários a serem enfrentados por determinada área a partir da análise de infor- é finalizada com a consolidação assim como de dados históricos para a efeti- dimensionar melhor vação de estudos de correlação recursos humanos e materiais a serem utilizados mações meteorológicas his- e dimensionamento de recursos. Em 2003, o sistema ganhou publicidade ao permitir a antecipação do plano de manutenção da rede. Pelo moni- tóricas e atuais. Desde a sua logística necessária ao aten- toramento foi detectada uma implantação, o tempo médio dimento. O método permite extensa linha de descargas at- de atendimento às ocorrên- que as ações previamente mosféricas sobre o Paraná. Um cias caiu de 159 para 98 mi- planejadas sejam efetivadas alerta interno foi enviado, infor- nutos, uma redução de 38,3%. com mais chances de sucesso. mando que em quatro horas a 80 Revista P&D - Projetos Tecnológicos AES Eletropaulo Divulgação/Eletropaulo área de concessão da Eletropaulo seria atingida por tempestade, acompanhada de fortes ventos e descargas atmosféricas. A assessoria de imprensa da empresa informou aos principais meios de comunicação da provável ocorrência do evento e a estratégia para restabelecer o fornecimento de energia aos locais mais atingidos. As operações de reparo foram realizadas em menos tempo e minimizaram os impactos aos consumidores. O sucesso levou a Eletropaulo a expandir a atuação do sistema, que agora é . usado também para auxiliar na análise de pedidos de ressarcimento por danos elétricos. Divulgação/Eletropaulo Imagem do Estado de SP Mapa consolidado após processamento de dados AES Eletropaulo - Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A. Título: Sistema de informações meteorológicas para apoio a engenharia e operação da distribuição Ciclo: 1998-1999 Investimento: R$ 455.654,44 Entidades executoras: USP-Poli, CPTEC/INPE, SIMEPAR, IAG-USP, UNESP – IpMET 81 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Ampla Robô subaquático Protótipo da Ampla realiza inspeção em túneis adutores e evita esvaziamentos A Ampla produziu um apresentou resultados satisfa- e identificar outros danos. A veículo de operação remota tórios. Ele grava imagens que utilização desse robô elimina (ROV) para inspeção em túneis permitem detectar alterações a necessidade de esvaziamen- de adução em águas turvas. nas estruturas das paredes to dos túneis para executar O aparelho foi testado na hi- (fissuras, rachaduras), verificar a operação, antes extrema- drelétrica de Macabu (RJ) e o acúmulo de detritos no leito mente perigosa e demorada. Divulgação/Ampla 82 Protótipo em teste no reservatório da usina Revista P&D - Projetos Tecnológicos Ampla Divulgação/Ampla Pelos métodos tradicionais, a inspeção é feita de duas maneiras: com utilização de mergulhadores ou convencionalmente, após a retirada da água. O esvaziamento deve ser cuidadosamente controlado para evitar que pressões externas causem desmoronamentos e coloquem a vida dos inspetores em risco. O ROV desenvolvido também soluciona o problema da O robô soluciona problema de má visibilidade em rios má visibilidade em rios, causada pela grande quantidade O ROV grava A comunicação é feita por meio de de partículas em suspensão, imagens que modem hidroacústico ou qualquer outro transmissor de dados. No caso que aumenta ainda mais em época de cheias. O robô pos- permitem detectar de veículos que inspecionam túneis sui duas câmeras, uma em co- alterações nas adutores em hidrelétricas, o deslo- res e outra em preto e branco. A primeira executa movimentos verticais e laterais e a segunda permite enxergar melhor em ambientes escuros. camento é horizontal e ocorre por estruturas das longas distâncias. Como o modem SDUHGHVYHUL¿FDUR não funciona nesses locais, o cabo acúmulo de detritos Tem quatro propulsores para QROHLWRHLGHQWL¿FDU deslocamento, um sistema outros danos de navegação e orientação é indispensável e deve apresentar peso e comprimento adequados para que o robô possa arrastá-lo. O túnel de adução da hidre- com controle automático e A maioria dos ROVs existen- létrica de Macabu tem 5 km de outro de iluminação base- tes no mercado opera em mar aber- extensão e só havia sido inspecio- ado em leds (diodos emis- to, movimenta-se verticalmente e nado anteriormente por mergu- sores de luz) de alto brilho. pode dispensar a utilização de cabos. lhadores ou com esvaziamento. . Ampla - Ampla Energia e Serviços S.A. Título do projeto: Desenvolvimento de tecnologia para inspeção de túnel de adução utilizando robôs subaquáticos de operação remota. Ciclo: 2003/2004 Investimento: R$ 373.000 Entidade executora: COPPETEC – Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos. 83 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Eteo Manutenção preventiva Programa monitora qualidade de disjuntores das subestações de transmissão A ETEO investiu em um equipamento, independente- lidade. Os dados são emiti- sistema de monitoramento mente do nível de tensão, tipo dos por cabos de fibra ótica de equipamentos de su- de acionamento ou funciona- até uma central computadorizada na própria subestação bestações de transmissão, mais especificamente de disjuntores e seccionadoras. A intenção foi reduzir 2VGDGRVVmRHPLWLGRV para uma central e e avaliados por um técnico. O monitoramento em os custos com manuten- avaliados por um tempo real do disjuntor ção e aumentar a vida útil técnico, que decide pode prover continuamen- desses componentes. O sistema pode ser facilmente implantado em qualquer entre recolocar o te informações sobre o estado de funcionamento da GLVMXQWRUHPRSHUDomR peça. A partir desses dados, ou repará-lo é possível planejar melhor a manutenção e diminuir Divulgação/ETEO gastos, além de aumentar a confiabilidade e disponibilidade do disjuntor. “Com informações disponíveis on-line ou em tempo real, os operadores têm mais segurança ao tomar decisão de restabelecimento após uma interrupção. Ou mesmo ao agendar manutenção preventiva para prevenir uma falha”, explica Tela de monitoramento da seccionadora 84 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Eteo Luís Antônio Solis, gerente do projeto. A Os custos diminuíram sistema convencional, a informa- a partir da implementação equipe ç ão o b t i d a t a mb é m p o d e do monitoramento. An- trabalha em horários de s e r u s a d a em e s t u d o s d e tes, as inspeções implica- pouca demanda, em ma- c o n f i a b i l i d ad e d o s eq u i - vam em gastos com res- drugadas, feriados e fins p a men t o s e n a d ef i n i ç ão tituição de peças e perda de semana, o que aumen- d e p o l í t i c a s d e ma n u t en - de receita com a parada ta os custos de mão-de- ç ão d a s u b e s t aç ã o . dos equipamentos. “Pelo obra”, diz o gerente. de manutenção . Divulgação/ETEO Tela de monitoramento do disjuntor Eteo - Empresa de Transmissão de Energia do Oeste Ltda. Título: Desenvolvimento de um sistema de monitoramento de equipamentos de subestações de transmissão (disjuntor e seccionadora). Ciclo: 2001/2002/2003 Investimento: R$ 577.250,55 Entidade Executora: Grupo de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GAGTD) da Escola politécnica da Universidade de São Paulo (USP). 85 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Cemat Sem choques Dispositivos melhoram qualidade da energia em redes de distribuição rural Melhorar a qualidade da energia recebida pelos equipamentos de rede e ção de corrente no neutro aos do transformador da subes- aparelhos elétricos. consumidores rurais foi a tação é excessiva, pessoas motivação da Cemat para o Essas correntes resul- podem sofrer choques elé- ciclo 2002/2003 de P&D. A tam da distorção da forma tricos em duas situações: empresa desenvolveu dis- de onda da corrente oriun- ao tocarem na parte metá- positivos e equipamentos de eliminação e inibição lica da caixa do medidor de O transformador da circulação de harmôni- descalças em solo molha- cos em redes de distribui- GHGLVWULEXLomR ção rural, operadas pelo da Cemat reduz sistema monofásico com retorno pela terra (MRT). Por ser mais econômico, o MRT foi adotado pelo programa Luz para Todos. energia ou ao caminharem as perdas de energia nele próprio e na rede A grande quantidade do ao redor da subestação. O fenômeno atinge mais a rede rural porque os transformadores monofásicos, amplamente utilizados nesse meio, necessitam do retorno de corrente pela terra, ao contrário dos de transformadores liga- da dos equipamentos elé- transformadores trifásicos dos à rede de distribui- tricos ou eletrônicos, da- utilizados na rede de dis- ção é um dos responsáveis nificando o transformador tribuição urbana. pela correntes (sobrecarga) e os disposi- distorcidas e harmônicas, tivos de proteção (relés) do O transformador de dis- que sistema. Quando a circula- tribuição desenvolvido pela 86 ação causam de danos aos Revista P&D - Projetos Tecnológicos Cemat Cemat diminui a geração das expandir a rede, reconduto- etapa de substituição paula- correntes harmônicas no sis- rá-las e ampliar a geração. tina dos transformadores e tema e traz benefícios como a estabelecer que a instalação redução das perdas de energia Segundo o gerente de dos novos aparelhos seja no próprio transformador e na projeto Milton de Souza feita como projeto especial rede. Isso reduz a necessida- Ochiuto, ”a empresa pode, a para prevenção de proble- de de construir novas linhas, partir de agora, iniciar uma mas com harmônicos”. . Divulgação/Cemat Protótipo de transformador MRT especial pra inibição de correntes harmônicas para a terra Cemat - Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. Título: Protótipo de transformador MRT especial pra inibição de correntes harmônicas para a terra Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$ 159.360,19 Entidades executoras: UFU/UFMT/CEMAT 87 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Cemat Tensão Regulada Cemat desenvolve compensador estático de baixo custo A Cemat investiu no de- trolar a potência reativa e energia elétrica. O objetivo é senvolvimento de um com- outros fatores que interferem melhorar o controle das ten- pensador estático para con- na operação dos sistemas de sões nos sistemas de 138kV Divulgação/Cemat Reator à núcleo saturado de 34,5 kV e 0,8 MVAr projetado e construído Revista P&D - Projetos Tecnológicos Cemat e 34,5kV e aumentar a capa- verifica a necessidade de entre outros aspectos, o cidade de transporte das li- estabilizar a tensão, di- sistema elétrico brasilei- nhas que funcionam nesses ferentemente dos outros, ro possui muitas linhas níveis de tensão. A vantagem do Compensador Estático tipo Reator à Núcleo Satu- de O compensador transmissão longas, em decorrência de sua vasta extensão territo- rado (CERNS) em relação aos estático é simples e rial. A concentração do demais é a sua viabilidade tem funcionamento consumo de energia em de aplicação, aliada a bom desempenho e baixo custo. regiões inteligente, pois só trabalha O equipamento reduz ou mantém a tensão do TXDQGRYHUL¿FD barramento pela absorção a necessidade de ou injeção de reativos. É construído com materiais HVWDELOL]DUDWHQVmR rígidos e fixos e é menos a específicas geração e majoritaria- mente hidrelétrica também contribuem para a existência desse quadro. Um exemplo de CERNS, operando no nível de tensão de 13kV, foi implemen- oneroso porque não em- que consomem potência o tado com sucesso na Petro- prega tiristores ou qual- tempo todo”, diz Marcílio brás em Macau (RN) para quer sistema de controle Lucas, gerente do projeto. controlar a geração eóli- que necessite de câmara ca de 1,6 MW, numa área de resfriamento e manu- As dificuldades para em que há conexão com a tenção permanente. “As regular a tensão nas bar- Companhia Energética do principais características ras de consumo são gran- Rio Grande do Norte (CO- desse compensador são a des. Em algumas situa- SERN). A Cemat continua a sua simplicidade e o fun- ções, ela pode alcançar pesquisa e está avaliando cionamento valores muito elevados. a atuação do aparelho em Isso vários níveis de tensão. inteligente. Ele só trabalha quando acontece porque, . Glossário Cemat - Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. Título: CERNS- Compensador Estático tipo Reator à Nucleo Saturado Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$ 229.519,72 Entidades executoras: UFU/UFMT/CEMAT Barramento: condutor usado em subestações de energia elétrica a SDUWLUGRTXDOVHUDPL¿FDPOLQKDVGH WUDQVPLVVmR Tiristores: tipo de componente eletrônico semicondutor, usado como UHWL¿FDGRUGHFRUUHQWHHOpWULFD 89 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Celpa Rede monitorada Instrumento da Celpa tem baixo custo e auxilia no diagnóstico de falhas Um novo instrumen- ciamento de acordo com grande. Em alguns pontos, to deve auxiliar a Celpa a uma pre- só é possível chegar de monitorar a qualidade de viamente configurada (a balsa. A lei ambiental não programação tensão na rede de distri- permite cortar árvores. buição de energia elétrica O aparelho São peculiaridades regio- do Pará. Os testes com o será útil no nais que afetam a distri- protótipo foram concluí- buição, mas com esse novo dos com êxito e a empresa planejamento e instrumento será possível agora avaliará a eficiên- RSHUDomRGDUHGH conhecer efetivamente a cia de 200 unidades em qualidade da energia for- campo. O aparelho tem cada meia hora, por exem- um sistema de baixo cus- plo). O técnico também to, pode ser acionado de pode discar para o apa- qualquer local via modem, relho a qualquer momen- celular ou outro meio de to e coletar informações. necida”, explica. Os indicadores de qualidade telecomunicação. Será útil no diagnóstico de falhas Segundo o coordena- A maior preocupação e na construção de esta- dor do Programa de Pes- com a qualidade do forne- tísticas para o planeja- quisa, Desenvolvimento e cimento de energia também mento e operação da rede. Eficiência da se deve à utilização, pelos Celpa, Armando Tupiassu, consumidores, de apare- os problemas com forne- lhos cada vez mais sensí- sui uma memória de mas- cimento eletricidade veis a variações de tensão. sa para armazenar dados. no Pará são consideráveis. A ANEEL estabelece indica- Os registros são enviados “A extensão territorial de dores para medir o desem- para um centro de geren- nossa área de cobertura é penho das concessionárias O instrumento pos- 90 Energética de Revista P&D - Projetos Tecnológicos Celpa quanto à continuidade da ríodo, geralmente mensal. Consumidora); FIC (Freqü- prestação do serviço, de- Já o FEC mostra a freqüên- ência de Interrupção por nominados DEC (Duração cia média de interrupção na Unidade Equivalente de Interrupção unidade consumidora. DMIC (Duração Máxima de por Unidade Consumidora) Consumidora) Interrupção por e Unidade e FEC (Freqüência Equiva- Em 2000, a ANEEL im- Consumidora). Este passou lente de Interrupção por plantou mais três índices a ser controlado em 2003 Unidade Consumidora). destinados a avaliar a qua- e tem o objetivo de impe- lidade do serviço oferecido dir que a concessionária O DEC indica o tempo diretamente ao consumi- deixe o consumidor sem médio que um consumidor dor. São eles: DIC (Duração energia elétrica por um fica sem luz durante um pe- de Interrupção por Unidade período muito longo. . Divulgação/Celpa Tela inicial do software desenvolvido Celpa - Centrais Elétricas do Pará Título: Instrumento para monitoração e análise de condições operativas Ciclo: 1999/2000 Investimento: R$ 153.060,00 Entidade executora: UFPA Patente: requerida 91 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Coelba Degradação vigiada Sensores monitoram desgaste de isoladores e evitam descargas parciais A Coelba realizou um es- avisam quando o limiar de pamento não necessita de tudo para determinar o modo de corrente foi atingido, in- bateria (a própria corrente falha e o mecanismo de degradação de isoladores poliméricos de fuga aciona o dispositi- 6mRWUrVWLSRVGH utilizados na rede de distribui- vo, quando o limiar é ultrapassado), nem de sistemas ção. A pesquisa demonstrou a sensores, que de transmissão de infor- limitação da aplicação desses avisam quando mação. A Coelba introduziu equipamentos e apontou a necessidade de mudanças na área de manutenção da empresa. Para isso, foram desenvolvidos sensores remotos que monitoram e avaliam a degradação. o limiar de corrente os sensores em sua operação há um ano e meio. foi atingido e há a necessidade de troca do isolador Causas da degradação A exposição ao sol inicia a degradação dos isoladores Os três tipos de senso- dicando a necessidade de com a perda de material pelo res projetados pela empresa troca do isolador. O equi- fenômeno de “gizamento” - a Divulgação/Coelba Protótipos dos sensores 92 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Coelba Divulgação/Coelba superfície fica com aspecto de pó de giz, próprio da ação dos raios solares. A deterioração aumenta com a umidade, pois os fungos aceleram o desgaste. O estudo da Coelba em sua área de concessão revelou degradações acentuadas na região do sertão baiano, onde os dias quentes alternam-se com noites frias e úmidas. Isso causa a deposição de bolhas de água na superfície dos isoladores e provoca descargas parciais. Esse tipo de descarga interfere nas transmissões de rádio e TV e pode causar desligamento da instalação se o desgaste estiver acentuado. Em levantamento da em- Protótipo 2 instalado no isolador Segundo o gerente poluição severa o tempo é presa para casos específicos, do projeto, Nilton Góis, “o mais curto e deve ser de- constatou-se que isoladores tempo de uso é um fator terminado a cada caso. Não afetados pela poluição gerada importante a ser conside- se deve nunca generalizar. numa fábrica de adubos devem rado. Em zonas de sertão, Por isso a importância de ser trocados em um período peças com 10 a 13 anos um equipamento que sina- de dois anos. Já os afetados de atividade já devem ser lize quando a degradação pela maresia, a cada seis anos. substituídas. Em locais de se torna preocupante”. . Coelba - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia 7tWXOR6HQVRUSDUDYHUL¿FDomRGDGHJUDGDomRHPLVRODGRUHVSROLPpULFRVGHOLQKDVGHWUDQVPLVVmR Ciclo: 2001/2002 Investimento: R$ 622.546,54 Entidade Executora: Fundação CPqD – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações Patente: requerida 93 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Cemig Condutor mais eficiente Fios em forma de trapézio reduzem espaços vazios no cabo e elevam capacidade de condução Para otimizar a trans- vestiu em um modelo de Os fios do cabo têm a for- missão e reduzir as perdas condutor compacto com ma de pequenos trapézios, de energia, a Cemig in- geometria enquanto os condutores diferenciada. Divulgação/Cemig 3HU¿OGRVFRQGXWRUHVGHVHQYROYLGRV Revista P&D - Projetos Tecnológicos Cemig tradicionais normalmen- permanecendo com o mes- os níveis de radiointerfe- te são constituídos por mo diâmetro”, explica Edino rência serão necessários. fios redondos. A mudança Giudice, gerente do projeto. aumenta a capacidade de A intenção é desen- condução da corrente elé- Os ensaios feitos em trica porque reduz os espa- laboratório também apon- mais polida e uma es- ços vazios gerados pela es- taram uma diminuição na trutura mais leve, o que trutura convencional, que podem chegar a 25% da A nova geometria zado em uma liga termorque suporta superfície com o vento e favoreceria O condutor foi utili- uma tornaria menor o atrito sessão reta do cabo. resistente, volver o dimensionamento contribui para das torres das linhas de DUHGXomRGDV transmissão. Já a redu- perdas técnicas níveis elevados de calor. ção nos níveis de radiointerferência possibilita diminuir as faixas de se- O produto tradicional era resistência elétrica do con- gurança das linhas, princi- capaz em dutor entre 16% e 19%, palmente em áreas próxi- temperatura de até 100ºC; variando conforme a tem- mas aos centros urbanos. já o compacto opera em peratura a que estivesse torno de 150ºC em regime submetido. A resistência A empresa preten- contínuo, mas pode tole- menor contribui para re- de começar os testes em rar até 180ºC sem perdas duzir técnicas. campo no próximo ano adicionais para o siste- Entretanto, ajustes para em uma linha de trans- ma. “Praticamente dobramos melhorar a superfície ex- missão trifásica de 25 a capacidade de condução terna do cabo e reduzir km de extensão. de trabalhar perdas . Cemig - Cemig Geração e Transmissão S.A. Título: Desenvolvimento de condutores compactos homogêneos para aplicação em linhas de distribuição e linhas de transmissão, objetivando redução de perdas elétricas Ciclo: 1999/ 2000 Investimento: R$ 516.740,00 Entidades Executoras: Parceria: Furukawa Industrial S.A. Produtos Elétricos; Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 95 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Cemig Silício mais puro Cemig investe na purificação da substância, usada na produção de células solares e na indústria microeletrônica Baixar custos e dominar vados, que possuem cotação ele- a importar o produto tratado. A uma tecnologia ainda inédita vada no mercado internacional e matéria-prima é exportada por no Brasil motivaram a Cemig a são usados em larga escala tam- apenas US$ 1 o quilo e adquirida investir na purificação do silício bém na indústria microeletrônica. por um custo pelo menos cem ve- para uso no desenvolvimento de zes maior. “Dependendo da forma um protótipo de célula solar fo- Minas Gerais é o maior ex- em que esse silício esteja, o preço tovoltaica, que gera eletricidade portador do Brasil de silício me- pode ser bastante alto. As lâminas a partir da luz do sol. O método talúrgico, mais impuro. Como o para indústria de semicondutores, possibilita diminuir as importa- país não tem domínio da tecno- por exemplo, chegam a custar ções da substância e seus deri- logia de purificação, é obrigado US$ 1.200”, explica José Roberto Divulgação/Cemig O silício em três estágios: o disco menor é o de maior pureza. A lâmina quadrada é a mais impura Revista P&D - Projetos Tecnológicos Cemig Branco, coordenador do projeto Células Solares pela Fundação Centro Tecno- O projeto contempla também a instalação de indústrias Muito utilizado na con- competitivas internacionalmen- fecção de semicondutores, o si- te. E contribui para aumentar o Embora seja abundante na lício purificado é o componente acesso à eletricidade em regiões natureza (presente em grande básico da célula solar, unidade distantes da rede convencional. quantidade na areia da praia, por fundamental do gerador foto- Inesgotável, a energia solar é exemplo), atualmente só existem voltaico. A Cemig pretende pro- apontada como uma das alter- quatro fabricantes mundiais do duzir anualmente 400 kg do nativas energéticas mais pro- silício com alto grau de pureza. silício com alto grau de pureza, missoras para este milênio, jun- Isso se deve principalmente à so- assim como fabricar o gerador. tamente com o hidrogênio. lógico de Minas Gerais (Cetec). fisticação da tecnologia utilizada . para purificá-lo. “Além de uma combinação de vários processos célula solar químicos, há fatores ambientais e outros aspectos, como a periculosidade e a corrosibilidade do reagente, que interferem no resultado final e tornam o método mais complexo”, explica Branco. A purificação é feita a partir da produção e refino do clorosilano. Uma rota química estratégica é traçada para “arrastar” o silício e “barrar” as impurezas. O método é antigo e efetivo. A longo prazo, com o crescimento da demanda, deve ser consolidado para produção em pequena escala. Divulgação/Cemig Cemig - Cemig Geração e Transmissão S.A. Título: Desenvolvimento de tecnologia para a produção e processamento de silício na fabricação de células solares de baixo custo Ciclo: 1999/2000 Investimento: R$ 1.728.125,60 Entidade executora: Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC) 97 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Light Leitura protegida Divulgação/Light Instrumento da Light reduz pontos de fácil acesso no medidor e dificulta violação Tornar as instalações mais de Pesquisa e Desenvolvimento mais susce- ágeis e dificultar fraudes são as da Light, José Tenório Barreto. tível à ação promessas do medidor eletrônico de vândalos para faturamento projetado pela O conjunto é composto Light. O instrumento não utiliza por um medidor eletrônico e três por falhas na bornes de corrente, pontos que transformadores instalação. facilitam intervenções fraudu- montados dentro de um mesmo lentas. “Com a implementação invólucro, que serão utilizados em O equipamento já ganhou da tecnologia, a empresa pre- substituição aos sistemas de me- formato industrial e está em fase tende reduzir pontos vulneráveis dições indiretas de até 800A. No de homologação pelo Inmetro. no sistema de medição de clien- modelo convencional, os transfor- Após essa etapa, sua implantação tes atendidos em média tensão, madores de corrente, o circuito se- será submetida à aprovação da como padarias, hotéis e pequenos cundário de medição e os terminais ANEEL. Se admitido, será adotado estabelecimentos comerciais”, eram alocados em caixa separada pela Light para os consumidores explica o gerente do programa e de simples acesso. Isso o deixava atendidos em média tensão. de corrente, e a defeitos . presa está otimista quanto aos benefícios A prova da fraude do produto. “Queremos chegar a um lacre Está em fase de testes um lacre equi- TXHDRVHUIUDXGDGRGHL[HXPDHYLGrQFLD SDGR FRP VHQVRU TXtPLFR SDUD GHWHFomR impossível de ser eliminada e impossibilite GH IUDXGH 8PD HYHQWXDO YLRODomR SURYRFD VXDUHXWLOL]DomR´ XPDUHDomRTXtPLFDTXHDOWHUDDFRUHRHV tado físico do equipamento, permitindo sua LGHQWL¿FDomRSRULQVSHo}HVYLVXDLV “Quando o selo é violado, uma ampola interna se rompe e libera um produto quíPLFRTXHGDQL¿FDHPXGDDFRUGRODFUHGH Título: Desenvolver um novo lacre para medidores, equipado com um sensor químico que permita detectar visualmente a sua violação. Ciclo iniciado: 2002/2003 Investimento: R$ 385.000,00 Entidade executora: UFRJ Patente: não requerida Divulgação/Light IRUPD LUUHYHUVtYHO´ H[SOLFD %DUUHWR$ HP 98 Light Serviços de Eletricidade S.A. Título: Medidor para medição de altas correntes em baixa tensão até 800A Ciclo: 1999/2000 Investimento: R$ 100.000,00 Entidade executora: CEPEL Patente: requerida Glossário Bornes de correntes ou terminais VmRGLVSRVLWLYRVTXHID]HPSDUWHGR medidor convencional, destinados a conectá-lo ao circuito de energia elétrica a ser medido. Selo aberto: partes integrantes Revista P&D - Projetos Tecnológicos Tractebel A importância de P&D para a Tractebel por Manoel Arlindo Zaroni Torres A Tractebel Energia, maior produtor privado idéias e soluções inovadoras. Soluciona problemas de energia elétrica do país, conta com 5.968 MW pontuais, otimiza processos, desenvolve novos pro- de capacidade instalada. É uma empresa do gru- dutos e serviços e garante a continuidade do ne- po Suez e atua em 120 países nas áreas de ener- gócio da Tractebel Energia no mercado brasileiro. gia elétrica, gás, tratamento de águas e resíduos. O grupo é um grande incentivador da inovação Os três projetos publicados nesta edição da tecnológica e anualmente convoca todos os em- revista P&D da ANEEL são exemplos claros dos pregados a participarem de um grande prêmio, objetivos do Programa de Pesquisa e Desenvolvi- chamado “SUEZ Innovation Trophy”, em que são mento da Tractebel Energia: escolhidos os melhores e mais inovadores projetos e soluções implementadas nas empresas do grupo. - Cumprir a legislação vigente e Resoluções da ANEEL para o P&D. - Capacitar e desenvolver competências para No último “Suez Innovation Trophy”, realizado a pesquisa e inovação tecnológica nos centros de em Paris, a Tractebel Energia participou com cinco pesquisa e universidades das regiões onde a Trac- projetos. Dois foram premiados. Esse reconhecimen- tebel Energia está presente. to demonstra o comprometimento da empresa com - Desenvolver tecnologias inovadoras que agre- o desenvolvimento tecnológico e coerência com os guem valor ao produto e serviços da Tractebel Energia. seus objetivos empresariais para o ano de 2006 - - Aplicar e difundir no mercado os resultados que inclui desenvolver um programa de inovação dos projetos de P&D. tecnológica na área geração de energia elétrica. Esses projetos também dão uma amostra do . Assim, o Programa Anual de Pesquisa e De- grande montante de recursos e da atenção que senvolvimento da ANEEL passa a ser uma ferra- o programa dedica ao meio ambiente, que cana- menta importante no desenvolvimento de projetos, liza 70% dos recursos disponíveis. Manoel Arlindo Zaroni Torres é presidente da Tractebel Energia 99 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Tractebel Vida longa às turbinas Técnica de soldagem combate erosão por cavitação Para melhorar a quali- Labsolda da Universidade Fe- forme os testes realizados na dade da manutenção de suas deral de Santa Catarina (UFSC). Usina de Salto Santiago (PR), o turbinas hidráulicas e torná- A tecnologia pode ser aplicada intervalo entre as manutenções la menos onerosa, a Tractebel a qualquer turbina e tem como subiu de quatro para seis anos, investiu em um novo processo principal vantagem o aumento elevando a disponibilidade das de soldagem desenvolvido pelo da vida útil das máquinas. Con- máquinas em cerca de 4 %. Divulgação/Tractebel Soldagem Plasma com Alimentação Automática de Arame na Usina Hidrelétrica de Salto Santiago Revista P&D - Projetos Tecnológicos Tractebel Divulgação/Tractebel O desgaste de turbinas hidráulicas é causa freqüente de perda de faturamento das usinas hidrelétricas. O fenômeno, chamado erosão por cavitação, é provocado pela passagem de água pelas pás e gera a necessidade de manutenção constante. O projeto contemplou o desenvolvimento de equipamentos e softwares que controlam a adição de material durante a soldagem das turbinas por meio de pulsação térmica, integrada ao processo MIG/MAG. Região soldada com arame ao cobalto: pelo sistema do Labsolda (A); por sistema convencional (B) Esse procedimento permite soldar aços de baixa liga, aços inoxidáveis e alumí- Engenheiro da Tracte- e para a conservação das nio, em espessuras a par- bel, Fernando Ribas afir- turbinas. “Antes só po- tir de 0,5 mm, em todas as ma que a tecnologia foi díamos realizar paradas grandes para a manuten- posições. Possui alta taxa de deposição e grande ver- O desgaste de ção. Ficávamos de 30 a satilidade quanto ao tipo turbinas hidráulicas 40 dias com as máquinas inativas. Com o novo pro- de material e espessuras aplicáveis. O equipamento é causa freqüente cesso, em seis dias pode- também comanda os ciclos de perda de mos fazer reparos parciais térmicos da soldagem e pode acionar valores diferentes da corrente para sa- faturamento das usinas hidrelétricas nas turbinas mais desgastadas. Esse ganho de tempo representa menos soldagens, menor agres- tisfazer uma fase de inicialização do cordão de solda essencial para a redução são e mais longevidade e do tempo de manutenção para outra de finalização. os equipamentos”. 101 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Tractebel Os bons resultados obtidos com o projeto incentivaram a continuação da pesquisa. As equipes do Labsolda da UFSC e dos laboratórios de robótica e de metrologia da universidade estão trabalhando no projeto e cons- Prêmios conquistados pelo projeto 2º Prêmio Finep de InoYDomR7HFQROyJLFD&RQferido pela Finep, revista ([SUHVVmRH6LHPHQV em 1999 ³9HQFHQGRD(URVmR das Turbinas” 0HQomR+RQURVDQR3Urmio Mercosul de Ciência e Tecnologia em 2005 “Sistema e processo de soldagem - vencendo D HURVmR GDV WXUELQDV KLdráulicas de grande porte” 7URIpX ([SUHVVmR GH ([celência Tecnológica Conferido pelo Finep e Revista ([SUHVVmRHP “Soldagem Plasma com $OLPHQWDomR$XWRPiWLFD de Arame” Soldadores entre as pás de uma turbina hidráulica trução de um sistema robotizado para a recuperação por soldagem das partes erodidas das turbinas hidráulicas. Mais informações sobre a . pesquisa podem ser encontradas no endereço eletrônico www.roboturb.ufsc.br. 'H¿FLrQFLDVGR método antigo especiais de aço inoxidável, chegando às vezes a uma tonelada. Além dos custos com material, o método é muito dispendioso, uma vez que a operação envolve a reti- Anteriormente, a Tractebel utilizava a técnica de soldagem por eletrodos revestidos de rada total de água do setor, construção de andaimes e contratação de pessoal. aço inoxidável ou de cobalto. Pelo processo, anexa-se material às pás para devolver- $ QHFHVVLGDGH GH WUHLQDPHQWR HVSHFt¿FR lhes o formato original, enchendo buracos para o soldador, a exigência de cuidados e reconstituindo contornos. O método apre- especiais com alguns tipos de eletrodos, senta baixa produtividade no que se refere que podem ser afetados pela umidade, e o à taxa de deposição de material e ao tempo grande volume de gases e fumos prejudi- de ocupação do soldador. Em geral, são ciais à saúde gerados durante o processo necessárias grandes quantidades de ligas são outras desvantagens. Tractebel - Tractebel Energia S.A. Título: Desenvolvimento dos processos TIG/Plasma alimentados automaticamente para aplicação manual em reparos de cavitação em turbinas hidráulicas Ciclo: 07/2000 a 10/2002 Investimento: R$ 96.995,00 Entidades Executoras: LABSOLDA/UFSC e Tractebel Energia Patente: requerida Revista P&D - Projetos Tecnológicos AES Sul Programa inteligente Software gera planos de manobra e auxilia no planejamento da operação do sistema de distribuição Para atender ocorrências ma da maneira menos impac- O Interplan evita so- na rede de distribuição com tante para os usuários, reduzin- brecarga na rede – o que mais agilidade, a AES criou um do ao máximo o tempo e a área acontece, sistema chamado Interplan. Ele sem energia. A cada decisão o quando se desenergiza um identifica os pontos onde estão mapa da rede é reconfigurado e ponto carregando demais os defeitos e permite obter um atualizado, o que permite a ela- outro. Torna a tomada de plano de manobra (conjunto de boração do grupo de medidas decisão mais eficiente e ações) para solucionar o proble- mais adequado a cada situação. rápida. Propicia também por exemplo Divulgação/AES Sul Simulação de cenários com resultados das distribuições de tempos de atendimento 103 Revista P&D - Projetos Tecnológicos AES Sul mais segurança para os operadores e eletricistas. É Benefícios do Interplan um recurso especialmente útil em situações de difícil • Disponibiliza um plano de manobras para a previsibilidade, como tem- UHFRQ¿JXUDomRGRVLVWHPD pestades e ventanias. Via 5HVWULQJHDRPtQLPRDiUHDDVHUGHVHQHUJL]DGD satélite, o sistema permite • Restabelece o suprimento de energia para visualizar o posicionamen- os consumidores a jusante o mais rapidamente to da equipe no momento. Está sendo usado com sucesso no Centro de Opera- SRVVtYHO 6LPXODDPDQREUDDXWRPDWLFDPHQWH • Possibilita estudos elétricos em tempo real, com LQIRUPDo}HVGHWHQVmRFRUUHQWHHÀX[RGHSRWrQFLD ção de Distribuição (COD) • Gera mais subsídios para as decisões do opera- da AES Sul, em Porto Alegre. GRUHGRSURJUDPDGRU 5HGX]RWHPSRGHWRPDGDGHGHFLVmR Antes, o procedimento não era feito de modo computadorizado. A manobra era realizada e )OH[LELOL]DDRSHUDomRGRVLVWHPD 3HUPLWHDYLVXDOL]DomRGDVHTXLSHVQDWHODRTXH agiliza o despacho delas. o mapa impresso da rede muitas Divulgação/AES Sul /RFDOL]DomRJHRJUi¿FDGDVRFRUUrQFLDV 104 Revista P&D - Projetos Tecnológicos AES Sul vezes não era atualizado, o que o processo passou a ser instan- Em dias de chuva ou vento forte, prejudicava o controle. Isso gera- tâneo. São exemplos de mano- a média sobe para três. No últi- va situações equivocadas, como a bra: desligar ou abrir uma chave, mo vendaval, foram feitas 21 em de um técnico ir a campo pensan- isolar uma subestação, redistri- uma hora”, relata Guilherme Iop, do que uma chave de secciona- buir a carga de um alimentador. coordenador técnico do COD. O sistema também incor- Algumas atividades ain- pora as reclamações dos clientes da são executadas pelo siste- Em média, o tempo de le- que sinalizam os circuitos onde ma antigo, mas a intenção da vantamento das informações há mais ocorrências. As mano- empresa é criar maneiras de para preparar uma manobra era bras são executadas diariamente. concentrar as operações em de 20 minutos. Com o software, “É feita pelo menos uma por dia. uma única ferramenta. mento estivesse fechada, quando na realidade ela estava aberta. . Divulgação/AES Sul Operação do sistema de distribuição. A tela mostra a localização da equipe, das ocorrências e a inserção do ponto de defeito na rede AES Sul - Distribuidora Gaúcha de Energia S.A. Título: Planejamento da operação e logística de atendimento Ciclo: 2002/2003 Investimento: R$ 482.442,40 Entidades Executoras: USP, Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP), Pargo Tecnologia da Informação Ltda, Imagem Sensoriamento Remoto S/C Ltda 105 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Eletronorte Regenerador ótico Eletronorte desenvolve sistema de transmissão de sinais mais barato e de maior alcance Transmitir sinais em redes também evita deslocamentos de uma rota com extensão maior de longa distância pela metade do equipes de manutenção e loca- que 200 km. Utiliza amplifi- custo foi a principal vantagem ob- ção ou compra de terrenos para cadores, bombeados remota- tida pelo regenerador ótico passi- instalação de estações repetidoras. mente por meio de cabos de vo para sistemas de telecomunica- fibra ótica. Esses amplifica- ções desenvolvido pela Eletronorte. O sistema tem alcance de dores possuem apenas com- Nos locais em que for implantado, até 500 km sem necessidade ponentes passivos e são colo- o investimento e o custo de ope- de repetição de sinais, diferen- cados em bandejas nas caixas ração podem cair de R$ 3 milhões temente dos tradicionais, que de emenda óticas, posiciona- para R$ 1,4 milhão. O modelo não suportam transmissão em das nas torres de transmissão. Divulgação/Eletronorte Sub-bastidor instalado em subestação de Porto Velho 106 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Eletronorte A Eletronorte é uma em- de sinais de telecomunicações de outros agentes externos que presa geradora e transmissora ao longo de suas linhas. “Hoje, encarecem o processo. O siste- que atua nos Estados do Acre, para ter energia em lugares ma atual não precisa de nada Amapá, Amazonas, Maranhão, disso, pois tem bombeamen- Mato Grosso, Pará, Rondônia, O sistema tem to remoto”, explica o gerente Roraima e Tocantins, o que cor- alcance de até 500 de negócios de telecomunica- responde a 58% do território ções, Domingos Sávio dos Reis. nacional. Possui redes de longa km sem repetir sinais. distância situadas em locais de 2VWUDGLFLRQDLVQmR difícil acesso e por isso necessita reduzir cada vez mais a quantidade de estações repetidoras suportam uma WUDQVPLVVmRHP uma rota com Sinais óticos Os sinais óticos trafeJDPVREUH¿EUDVHWrP diversas origens, pois são multiplexados nas duas extremidades da O gerente afirma que ainda não há nada semelhante no mercado e a solução adotada deverá tornar a empresa mais competitiva. Foram feitos testes nos laboratórios do Centro de Pesquisa e Desen- H[WHQVmRPDLRU volvimento em Telecomunicações que 200 km. (CPqD) durante oito meses e depois em Porto Velho e Abunã (RO). “Le- . afastados, é preciso repetidora vamos o equipamento a funcio- convencional com um sistema nar em seu limite extremo. Temos de refrigeração apropriado e uso um protótipo confiável”, diz. linha de transmissão. Podem ser dados corporativos ou do sistema operativo, telecoman- do, teleproteção e telefonia. Eles tornam possível a operação de um sistema elétrico extenso como o da Eletronorte. Divulgação/Eletronorte &DL[DGHHPHQGDyWLFDFRPDPSOL¿FDGRUUHPRWRLQVWDODda na torre de transmissão Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. Título: Desenvolvimento de sistema de regeneração ótica passiva para aplicação em sistemas de telecomunicação Ciclo: 2001/2002 Investimento: R$ 637.040,00 Entidade Executora: Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações – CPqD Patente: em fase de requisição 107 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Cataguazes - Leopoldina De olho na energia Equipamento da Cataguazes realiza monitoramento em circuitos de média tensão Para subsidiar os estu- res da tensão de fornecimen- dos de conformidade do for- to de energia e do fluxo de necimento de energia e os de corrente elétrica, bem como A partir desse trabalho é planejamento e expansão da de outras informações. Portá- possível direcionar ações de me- rede, a Cataguazes investiu em e já está em fase de testes. lhoria do fornecimento, para um aparelho que faz medições O aparelho tem garantir o atendimento de ín- do nível de tensão e do fluxo mobilidade, fácil dices mínimos de qualidade. O de corrente no ponto monitorado, em circuitos de média DGDSWDomRH sistema servirá também como ferramenta para aferição de es- tensão (de 2,3kV a 34,5kV). FRQ¿DELOLGDGH tratégias de planejamento, que O equipamento poderá su- características indicarão correções de rumos prir uma lacuna na atividade de monitoramento de linhas ausentes na maioria energizadas, por apresentar dos produtos mobilidade, fácil adaptação disponíveis no e confiabilidade, caracterís- mercado ticas ausentes nos produtos disponíveis no mercado. til, pode ser instalado em diferentes pontos. É composto O monitoramento con- de um sensor por fase e um siste na obtenção, por um registrador, que faz a leitura determinado período (minu- dos sinais enviados. Suporta tos, horas ou dias), dos valo- qualquer condição climática Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina Título: Sistema de análise e registro de grandezas elétricas em linhas e redes monofásicas e trifásicas de distribuição até 25KV. Ciclo: 2002-2003 Investimento: R$302.563,02 Entidade Executora: PUC-RS . de processos e a necessidade de aquisição de equipamentos. Divulgação/Cataguazes Revista P&D - Projetos Tecnológicos CEEE Células mais econômicas Técnica com sais fundidos reduz gastos de produção A CEEE testou a viabilidade A eletrólise da água para pro- “O projeto se encaixa- do uso de sais na forma fundida em dução de hidrogênio gasta energia va no nosso programa de in- temperaturas baixas, como eletró- muitas vezes gerada a partir da centivo a fontes renováveis e lito suporte no desenvolvimento de queima de combustíveis fósseis (ter- sabíamos que a universidade células a combustível. Os resulta- melétricas), o que torna o método [UFRGS] tinha uma pesquisa dos permitiram o emprego de um de produção caro e poluente. Esse é muito boa na área de quími- meio reacional para a produção de um dos argumentos utilizados pelos ca. Os resultados foram po- hidrogênio (combustível da célula) críticos da célula convencional. Eles sitivos”, explica o gerente do a partir de um sistema que opera consideram o custo de geração do projeto na CEEE, João Félix. A em baixas temperaturas e com alto combustível muito alto, e isso im- tecnologia já despertou o inte- rendimento. A maior vantagem é pacta a eficiência final do sistema. resse de empresas do setor. a redução dos gastos com ener- . Divulgação/CEEE gia durante a eletrólise da água. Os testes com sais de amônio, de fosfônio, de imidazólio e correlatos, fundidos a partir da temperatura ambiente até 80ºC e pressão ambiente, apresentaram de 14% a 67,7% de eficiência. O produto final, caracterizado como de alta pureza, teve o custo de R$ 1,92 por m³ e exigiu apenas 4,82 kWh para sua obtenção. Sistema de avaliação da performance da célula a combustível CEEE - Companhia Estadual de Energia Elétrica Título: Células de combustível utilizando como eletrólito sais fundidos à temperatura ambiente Ciclo: 2001/2002 Investimento: R$ 225.578,16 Entidade Executora: Instituto de Química - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Patente: requerida Glossário Eletrólito: condutor de eletricidade, sólido ou líquido, no qual o transporte de carga se realiza por meio de íons. Eletrólise: processo que separa os elementos químicos de um composto com uso da eletricidade. A palavra eletrólise é originária GRVUDGLFDLVHOHWURHOHWULFLGDGHHOLVLVGHFRPSRVLomR 109 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Light Linhas em dia Aparelho detecta pontos de desgaste em cabos de transmissão e previne acidentes Um sistema de detec- lutions. O método consiste preventiva das linhas para ção de corrosão de cabos no uso de um equipamen- evitar condutores (SDC) em linhas to que desliza pelo cabo e sários, cortes de forneci- de transmissão está em de- detecta pontos de desgas- mento e risco de acidentes senvolvimento pela Light e te. O objetivo do projeto é para comunidades vizinhas pelo CPqD Telecom & IT So- aprimorar a manutenção às redes de distribuição. gastos desneces- Divulgação/Light 110 Protótipo em teste no CPqD em Campinas Revista P&D - Projetos Tecnológicos Light O primeiro ciclo do projeto avaliar o desgaste de um cabo, de balões ou curtos-circuitos durou um ano e meio, período o tempo de vida útil dele, pois de longa duração. Nesses ca- em que foram desenvolvidos o só fazemos inspeções visuais. sos, o atendimento é imediato. modelo do aparelho e o siste- O sistema de identificação vem ma de detecção. Também foram para nos dar uma base confiável Além do Brasil, apenas feitos testes de laboratório no de informações”, afirma Araújo. Japão e Coréia do Sul utilizam CPqD, ensaios no bairro de Rio o mesmo método de detecção. Comprido (RJ) e em uma linha Atualmente, o tempo mé- De acordo com Cláudia Aoki, de transmissão sob condições dio de manutenção preventiva pesquisadora do CPqD e co- reais de operação. A análise varia em função da região. Em ordenadora do projeto, o sis- apontou a necessidade de va- locais urbanos, com bastante tema nacional tem qualidade lidar os resultados do produto em uma amostragem maior. Por isso, haverá um segundo ciclo, a ser concluído em dois anos. Após os testes de campo, o superior aos que já existem no Além do Brasil, DSHQDV-DSmRH mercado. “O modelo que desenvolvemos é mais leve e compacto, tem maior sensibilidade Coréia do Sul eletrônica e autonomia, pois utilizam o SDC. opera mais tempo sem neces- SDC estará pronto para ser utili- sidade de troca ou recarga da zado em todos os cabos da em- O equipamento presa. “Daremos preferência às brasileiro é bateria”, afirma a pesquisadora. travessias e rodovias com grande circulação de veículos e pes- mais leve e opera soas e a linhas antigas. A Light mais tempo sem tem linhas com mais de 70 anos de uso”, ressalta José Benedito Araújo, engenheiro da empresa. necessidade de recarga da bateria Corrosão A maior parte dos cabos utilizados em linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica possui fios de O episódio que motivou a movimentação e número de alumínio por fora e de aço por realização do projeto foi a queda consumidores elevados, as ins- dentro. Por isso, são chamados de um cabo condutor, por motivo peções são mensais. Já em áreas de cabos de alumínio com alma de corrosão, no município de Três mais afastadas, podem ser até de aço (CAA). Os fios de aço Rios, na região serrana do Rio de anuais. A manutenção correti- dão sustentabilidade ao cabo e Janeiro. “Não sabíamos se trocá- va é proporcional ao dano no são revestidos com zinco, que vamos todos os cabos do ramal cabo, que pode ser causado por funciona como uma camada ou se o problema era em um pon- linhas de pipa com cerol, projé- protetora. No caso da Light, to específico. Hoje, não há como teis de arma de fogo, cangalhas todos têm essa estrutura física. 111 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Light A corrosão acontece porque os cabos ficam expostos à chuva, neblina ou umidade do Como funciona ar e a poluentes atmosféricos, em geral gases como nitrogênio e cloro ou elementos não metálicos como o enxofre. A interação entre esses poluentes, a água e o metal produz mecanismos eletroquímicos que ativam o processo de corrosão. “O contato do alumínio com o aço acelera o desgaste do cabo. Daí a importância do zinco, que tem a função de ser O SDC é formado por um equipamento com sensores eletrônicos que percorre o cabo e mede a integridade da camada de zinco em volta dos fios de aço. As medidas são enviadas por rádio em tempo real a um computador portátil que as processa e armazena. um revestimento de sacrifício e corrói em uma velocidade menor. Essas duas propriedades do zinco conferem ao CAA maior resistência”, explica Aoki. Outras áreas que demandam atenção são as juntas, emendas e dobras, vulneráveis à corrosão por estarem mais expostas ao acúmulo . de poluentes, estagnação de água e formação de pares galvânicos (jus- O sistema previne o rompimento inesperado de um CAA e preserva o aspecto físico da linha, pois evita o corte e envio de cabos para análise em laboratório, procedimento necessário no método tradicional de checagem de corrosão. taposição de metais diferentes). Light Serviços de Eletricidade S.A. Título: Sistema de Detecção de Corrosão (SDC) em cabos de alumínio em linhas de transmissão Ciclo: 2003/2004 Investimento: R$ 322.048,00 Entidade Executora: CPqD Telecom & IT Solutions Revista P&D - Projetos Tecnológicos Eletronorte Redução de harmônicos Dispositivo otimiza desempenho de equipamentos de transmissão A Eletronorte desenvol- mentos de transmissão e a valores de tensão e freqüên- veu um sistema de medição qualidade da energia forne- cia fora da faixa normal, e já de distorções harmônicas em cida. O modelo foi incorpora- está instalado em aproxima- alta tensão para melhorar o do ao Alerta QE, instrumento damente 20% dos aplicativos desempenho de seus equipa- que registra em tempo real em operação nas regionais. Divulgação/Eletronorte Placa de condicionamento do sistema 113 Revista P&D - Projetos Tecnológicos Eletronorte As distorções harmô- citores, impedir que motores transformadores e diminuir a nicas podem causar vários atinjam a sua potência máxi- sua capacidade de operação, prejuízos ao setor elétrico. ma, danificar componentes além de afetar o isolamen- Entre eles, queimar fusíveis de disjuntores, aumentar as to de circuitos. Isso aconte- e reduzir a vida útil de capa- perdas no ferro e no cobre de ce porque essas distorções 2TXHVmRGLVWRUo}HV harmônicas Tecnicamente, uma harmônica é a componente de uma onda periódica cuja freqüência é um múltiplo da freqüência fundamental - no caso da energia elétrica, de 60 Hz . Harmônicas são um fenômeno contínuo, e não devem ser confundidas com outros que duram apenas alguns ciclos, como transientes, perturbações elétricas, picos de sobretensão e subtensão. Essas perturbações no sistema podem ser eliminadas com a aplicação GH ¿OWURV GH OLQKD TXH UHGX]HP RX HOLminam correntes e tensões harmônicas. As causas As harmônicas são geradas por cargas não-lineares provenientes de aparelhos como televisão, microcomputadores e lâmpadas fluorescentes compactas. Outros equipamentos causadores dessas distorções são: inversores de freqüência, variadores de velocidade, acionamentos tiristorizados, acionamentos em corrente contínua ou alternada, retificadores, conversores eletrônicos de potência, fornos de indução e a arco e máquinas de solda a arco. 114 Como podem ser eliminadas 1RUPDOPHQWHDVROXomRPDLVFRQ¿iYHOH DFHVVtYHO p IHLWD FRP R XVR GH ¿OWUR GH harmônicas, que é essencialmente um capacitor combinado em série com um reator. Funciona como uma espécie de ³DUPDGLOKD´ 3RU H[HPSOR XP ¿OWUR VLQtonizado para a quinta harmônica vai eliminar da corrente todas as perturbações com freqüência de 300Hz. O princípio de funcionamento do Alerta QE A amostra do sinal de tensão aplicado à entrada do instrumento é tratada digitalmente e armazenada em um microcomputador. Um programa de monitoração e cálculo determina os parâmetros de avaliação da qualidade de energia elétrica. Sempre que ocorrem variações da tensão ou freqüência na rede elétrica, em valores que excedam a faixa normal GH¿QLGDSHORXVXiULRRSURJUDPDHPLWLrá um sinal sonoro de alerta e registrará o evento quando o sinal não voltar à normalidade em um determinado tempo. O sistema de medição de distorções harmônicas aprimora o funcionamento do Alerta QE e o controle da qualidade do fornecimento de energia elétrica. Revista P&D - Projetos Tecnológicos Eletronorte acarretam o aquecimento da os valores medidos. Também esse instrumento, pode- rede, geram interferências, foram transfor- mos conhecer melhor as ruídos e sobretensões. madores de potencial e um harmônicas, o que é fun- processo ótico para separar a damental para a escolha Para realizar a medição tensão das distorções, o que dos filtros adequados para com eficiência, a empresa teve torna a leitura mais precisa. mitigá-las”, afirma Nober- utilizados de modificar o condicionador to Bramatti, Gerente de . de sinais de modo a não co- Além de medir, o sis- P&D do Centro de Tecno- locar outras harmônicas na tema analisa as caracterís- logia da Eletronorte e co- rede e dessa forma alterar ticas das distorções. “Com ordenador do projeto. Divulgação/Eletronorte Protótipo do módulo de medição Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. Título: Desenvolvimento do protótipo de um instrumento virtual para análise on-line de perturbações harmônicas em sistemas de potência Ciclo: 2000/2001 Investimento: R$ 189.100,00 Entidades Executoras: NESC – Núcleo de Engenharia em Supervisão e Controle de Sistemas de Energia e UFPA / LACEN – Laboratório Central da Eletronorte Patente: em fase de requisição 115 Panorama de P&D no setor elétrico Os gráficos a seguir trazem um breve panorama da Pesquisa e Desenvolvimento no setor elétrico. Os resultados de P&D apontam para uma excelente perspectiva de sucesso: cerca de 60% possibilitaram grande avanço tecnológico ao setor. No total de projetos desenvolvidos, 13% geraram patentes, e há elevado potencial de substituição de importação para muitos componentes e sistemas necessários ao crescimento do setor. Os dados deixam claro que a ANEEL e as empresas de energia estão atuando intensamente para o desenvolvimento científico e tecnológico do país e do setor. Além disso, o programa de P&D gera ganhos sociais como empregos, distribuição de renda, capacitação e crescimento do potencial de inovação tecnológica nacional. Por fim, o estímulo à interação entre mundo acadêmico e empresarial traz eviden- . tes ganhos para a educação como um todo e para a competitividade das empresas.