Expediente
Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica
Jornalista Responsável
Maria Alice Dalledone Machado MTB 1015- DF
Supervisão Editorial
Manoel Eduardo Miranda Negrisoli
Superintendente de Regulação dos Serviços
de Distribuição (SRD)
Maria Alice Dalledone Machado
Superintendente de Comunicação Social (SCS)
Editor
Gabriel Maimoni
[email protected]
Subeditor
Guto Melo
[email protected]
Diretor-Geral
Jerson Kelman
Diretores
Edvaldo Alves de Santana
Joísa Campanher Dutra Saraiva
Jaconias de Aguiar (até 12/2005)
Isaac Pinto Averbuch (até 01/2006)
Reportagens
Fernanda Argolo
Guto Melo
Áreas responsáveis por P&D
Consultores Técnicos
Aurélio Calheiros de Melo Junior
José Luiz Pereira Brittes
Projeto gráfico e Diagramação
Marcos Vinicius Neves Almeida
Colaboradores
Glaucia Regina da Cruz Gomes
Caroline Luciane Broering Dutra
Micheline Ferreira Facuri
Paulo Roberto Gomes Pato (arte)
Sérgio Roberto Maes
Artigos
Alankardek Ferreira Moreira
Cyro Vicente Boccuzzi
Djalma Bastos
Manoel Arlindo Zaroni Torres
Marcelo Llévenes
Sidnei Martini
Wilson Ferreira Junior
Impressão
Coronário Editora Gráfica ltda - Brasília - DF
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA
SGAN 603 módulo J Brasília DF CEP 70830-030
CNPJ - 02.270.669/0001-29
Telefone Geral: 0 XX 61 2192 8600
Dúvidas, sugestões e comentários
[email protected]
Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição (SRD)
Manoel Eduardo Miranda Negrisoli
Superintendência da Regulação dos Serviços de Geração (SRG)
Rui Guilherme Altieri Silva
Superintendência de Regulação dos Serviços de Transmissão (SRT)
Davi Antunes Lima até 06/2006
Roberto Knijnik a partir de 06/2006
A revista P&D é uma publicação conjunta das superintendências de Comunicação Social (SCS)
e de Regulação dos Serviços de Distribuição (SRD) da ANEEL. Foi produzida com recursos provenientes do III Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica (Citenel), realizado em
dezembro de 2005, em Florianópolis. Esta edição também teve o apoio da Associação Brasileira
de Distribuição de Energia Elétrica (Abradee).
índice
Editorial 4
Mensagem do diretor 5
Projetos Sociais
Contra a fraude
Três empresas investem em aparelhos para
combater furtos de energia elétrica
Escelsa 8
Coelba 10
Ampla 13, 14 e 16
Celpe 18
)DWXUDHPEUDLOHSDUDSRUWDGRUHVGHGH¿FLrQFLDYLVXDO
Projetos Ambientais
CPFL Energia 23
Óleo vegetal é alternativa de isolante
para transformadores
AES Eletropaulo 25
Pesquisa investiga impacto dos campos
magnéticos para a saúde
Manaus Energia 28
Reutilização da bauxita reduz lixo industrial
Elektro 30
Cruzetas mais resistentes são produzidas
FRPPDGHLUDVGHUHÀRUHVWDPHQWR
Tractebel 32
Educação ambiental auxilia preservação
GHIDXQDHÀRUD
CPFL Energia 35
*DVHL¿FDGRUDELRPDVVD
Tractebel 36
3ODQRGHSUHVHUYDomRH¿VFDOL]DomRSDUDFRPEDWH
à pesca predatória na hidrelétrica de Itá
Copel 38
Filtros reduzem contaminação por ascarel
Projetos de Energia
Duas empresas desenvolvem células
a combustível não-poluentes
Cemat 86
(TXLSDPHQWRVFRPEDWHPGH¿FLrQFLDVQR
fornecimento da rede de distribuição rural
AES Eletropaulo 42
Cemig 52
Cemat 88
Compensador estático com tecnologia
de baixo custo
Elektro 44
Condicionadores de energia controlam tensão
e melhoram qualidade do fornecimento
Celpa 90
Instrumento ajudará na supervisão
da qualidade da energia no Pará
RGE 46
Simulador facilita operações de manutenção
Coelba 92
Empresa desenvolve sensores de alerta
para desgaste de isoladores
Celtins 49
Sistema diminui gastos com iluminação pública
Enersul 55
Novo método para avaliação de malhas
de terras em subestações
Cemig 94
Condutores com geometria diferenciada
Cemig 96
3XUL¿FDomRGRVLOtFLRSDUDFpOXODVIRWRYROWDLFDV
Light 98
0HGLGRUPDLVUHVLVWHQWHGL¿FXOWDIUDXGHV
Qualidade de Vida e
Segurança no Trabalho
Tractebel 100
Tecnologia aumenta vida útil das turbinas
Cataguazes-Leopoldina 58
Dispositivo aperfeiçoa monitoramento
de circuitos de média tensão
AES Sul 103
Sistema elabora plano de manobra
e evita sobrecarga na rede
CPFL Energia 60
Plataformas de elevação dão mais
segurança aos eletricistas
Eletronorte 106
Regenerador ótico pode reduzir custos de operação
em mais de R$ 1 milhão
CTEEP 63
Robô inspeciona e corrige problemas em
linhas de transmissão
Cataguazes-Leopoldina 108
Detector localiza faltas na rede e diminui em 30%
o tempo de atendimento
CTEEP 65
Equipamento hidráulico minimiza esforços repetitivos
CEEE 109
Sais fundidos barateiam produção
em células a combustível
Celpe 67
Alta incidência de choques elétricos em Pernambuco
é alvo de pesquisa
Copel 70
Técnicas de auscultação geodésica reforçam
controle de segurança de barragens
Light 110
Detecção de corrosão em cabos de transmissão
previne acidentes
Eletronorte 113
(TXLSDPHQWRFRQWURODLQÀXrQFLDGHKDUP{QLFRV
na rede de transmissão
Projetos Tecnológicos
CEB 74
Novo aparelho inspeciona rede de distribuição
CTEEP 76
Isolador anti-poluição é mais resistente
aos efeitos da maresia
AES Eletropaulo 80
Informações meteorológicas dão suporte
à operação em São Paulo
Artigos
Marcelo Llévenes - Ampla 12
Wilson Ferreira Junior - CPFL Energia 22
Alankardek Ferreira Moreira - Celtins 48
Djalma Bastos - Cemig 51
Sidnei Martini - CTEEP 62
Cyro Vicente Boccuzzi - AES Eletropaulo 79
Ampla 82
Veículo de operação remota examina túneis
de adução em hidrelétrica
Manoel Arlindo Zaroni Torres - Tractebel 99
ETEO 84
Programa monitora qualidade dos equipamentos
em subestações
Panorama de P&D
no setor elétrico 116
Editorial
Desafios em P&D
A revista Pesquisa e Desenvolvimento da ANEEL apresenta uma amostra com 51 projetos de empresas do
setor elétrico de todas as regiões do Brasil nas áreas social, ambiental, fontes alternativas, redução de consumo e eficiência, segurança do trabalho e tecnologia. A publicação veicula um panorama do que tem sido feito
em P&D desde o primeiro ciclo, em 1998. Mostra resultados, impactos no setor, grau de investimento e benefícios para a sociedade. Traz ainda sete artigos de agentes do setor sobre os programas em suas companhias.
A ANEEL aprovou, até julho de 2006, 2.991 projetos que movimentaram R$ 870,6 milhões. Foram
gerados 6 mil empregos diretos e 15 mil indiretos. A maior contribuição é do segmento de distribuição,
com 51,8% dos projetos, seguido dos de geração (37,7%) e de transmissão (10,5%).
A obrigatoriedade na aplicação desses recursos está estabelecida em lei e nos contratos de concessão.
A Agência tem o papel de regulamentar o investimento no programa, avaliar e aprovar as condições para a
execução das pesquisas e acompanhar seus resultados. É mais um passo na implantação de infra-estrutura
para gerar inovação tecnológica em inúmeros segmentos do setor. O maior nicho está no desenvolvimento de
novos sistemas, softwares, materiais, dispositivos e equipamentos.
O principal desafio agora é ultrapassar a fase de protótipos em direção à produção industrial, com a
conquista de auto-suficiência tecnológica. É necessário aprimorar a articulação entre universidades, centros de
pesquisa, fabricantes, governo, novas empresas de base tecnológica e demais agentes de mercado. Assim, é possível buscar o fechamento do ciclo de cada projeto, gerar patentes e fortalecer o parque tecnológico brasileiro.
Um ambiente de cooperação, além de favorecer o desenvolvimento da indústria nacional, possibilita
ganhos sociais como geração de emprego, melhor distribuição de renda e capacitação profissional a técnicos
e estudantes. Os avanços também trazem melhora na qualidade do fornecimento e contribuem para a modicidade tarifária, à medida que diminuem o custo de expansão marginal do sistema. Os benefícios são revertidos para o consumidor que, com o pagamento de sua fatura, assegura os recursos aplicados nas pesquisas.
Finalmente, partilhamos com agentes e consumidores o sucesso alcançado em oito anos de investimento em P&D e ressaltamos a importância desta revista para divulgar resultados, dar solidez ao
programa e transparência ao processo.
Editoria
4
Mensagem
do diretor
Somos um país em forte expansão nos segmentos de geração transmissão e distribuição. E, ao contrário dos países “maduros”, temos facilidade para aproveitar as inovações tecnológicas. Como mostra esta revista, já desenvolvemos muitos projetos de P&D
com inegável utilidade para os consumidores e para as empresas.
A ANEEL está empenhada em viabilizar a rota do ciclo completo da inovação, incentivando a associação de agentes em torno de iniciativas que disponham de escala apropriada para transformar boas idéias, experimentos laboratoriais bem sucedidos e
sofisticados modelos matemáticos em resultados práticos que melhorem a vida das pessoas. Para isso é necessário percorrer o ciclo completo, da idéia à transformação em produto, passando pelo desenvolvimento, prototipagem, cabeça de série e lote pioneiro.
O setor elétrico brasileiro aplica em P&D a ordem de R$ 175 milhões/ano, o que corresponde a 20% do que investe o setor elétrico norte-americano. No entanto, nosso esforço é proporcionalmente maior, o que se explica pela Lei 9.991, de 24 de julho de 2000,
tornar compulsório o investimento em P&D, contrariamente ao que ocorre nos EUA, onde
o investimento é voluntário, em busca do lucro.
Como no Brasil é o consumidor de energia elétrica quem efetivamente patrocina a
maior parte do esforço de P&D, cabe à ANEEL regular e fiscalizar a aplicação dos correspondentes recursos para que ele seja recompensado com maior confiabilidade, menor
custo e melhor qualidade do serviço prestado.
Jerson Kelman,
Diretor-Geral da ANEEL
5
Projetos
Projetos
Sociais
Sociais
s
s
Revista P&D - Projetos Sociais
Escelsa
Combate às perdas comerciais
Detector eletrônico de desvio de energia
identifica furtos com maior exatidão
Divulgação/Escelsa
Um aparelho eletrônico
para detecção de desvio de
energia está em fase de teste no
Espírito Santo. O equipamento
foi desenvolvido para reduzir
as perdas comerciais da Escelsa
entre os consumidores de baixa
tensão atendidos pela distribuidora. Hoje, a empresa fornece
energia a cerca de um milhão
de clientes e tem um índice
de perda comercial de 5,1%.
Módulo Transmissor (TX)
O detector é composto
por duas partes: um módulo transmissor (TX), instalado
nos cabos dos postes; e um
O aparelho tem um
transmissor nos
módulo receptor (RX), tam-
postes e um
bém chamado de Remota, co-
receptor no
locado no medidor do cliente.
segue o padrão tecnológico
PLC (Power Line Communication), em que se usa a própria
rede como meio de transmissão de dados. Quando a
diferença entre os valores
A identificação do desvio é
medidor do cliente.
ultrapassa 10%, o Remota
feita por meio da comparação
$LGHQWL¿FDomRGR
registra a informação, gravando data e hora da ocor-
entre os valores de corrente
medidos pelos dois módulos.
Sensores de alta exatidão medem a corrente. A comunicação entre os módulos
8
desvio é feita pela
rência. Os dados podem ser
FRPSDUDomRHQWUH
transportados para um mi-
os valores de
corrente medidos
crocomputador por um leitor
ótico portátil. A operação remota torna possível a leitura
Revista P&D - Projetos Sociais
Escelsa
Divulgação/Escelsa
Modelo desenvolvido pela Escelsa
sem a necessidade de abrir
ano para verificar sua efi-
discreto para fazer o moni-
a caixa onde fica o medidor,
cácia”, afirma João Adal-
toramento sem chamar tan-
o que evita desligamentos.
berto
coordena-
to a atenção do cliente”. O
dor do projeto pelo Lactec.
projeto serviu de base para
Pereira,
O aparelho está em
o desenvolvimento de um
teste no prédio da própria
Alberto Jarske, super-
produto similar, que deve-
empresa, por meio de simu-
visor de investimentos da
rá estar pronto no final do
lações de furto. “O próximo
Escelsa, diz que é necessário
ano e será utilizado para
passo é instalar o produ-
melhorar a engenharia do
detectar desvios de ener-
to em uma área crítica e
equipamento.
gia entre os consumidores
acompanhá-lo durante um
chegar a um modelo mais
“Precisamos
de média e alta tensão.
.
Escelsa - Espírito Santo Centrais Elétricas S.A.
Título: Detector de desvio de energia por diferencial de corrente
Ciclo: 2001/2002
Investimento: R$ 362.106,00
Entidade executora: Lactec – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento
Patente: requerida
9
Revista P&D - Projetos Sociais
Coelba
Identificador
de Furtos
Equipamento da Coelba permite
detecção de desvio embutido
O combate às fraudes
que permitem a visualização
po gasto em inspeções de
na distribuição de energia
do desvio em vários casos. Se-
medições,
elétrica ganhou novo reforço.
gundo a empresa, a redução
produtividade. Com o auxí-
Um aparelho eletrônico de-
das perdas comerciais pode
lio do detector, a equipe de
senvolvido pela Coelba permite a visualização de desvio
aumentando
a
perdas poderá realizar 16
$UHGXomRGDV
mil inspeções anuais além
to da unidade consumidora.
perdas comerciais
to de custos. “Isso contribui
O aparelho pode detectar o
pode chegar a 37%
para o aumento do fatura-
embutido sem o desligamen-
desvio com equipamentos
das previstas, sem aumen-
mento e redução das perdas
elétricos desligados, possui
com o uso do
comerciais”, afirma o geren-
sensibilidade elevada e baixa
detector de desvios
te do projeto Alfredo Brito.
incidência de alarmes falsos.
embutidos
A tecnologia empregada
Hoje, a Bahia registra
4,79% de perdas não-técni-
é baseada em propagação de
chegar a 37% das perdas por
cas. Do total das irregularida-
ondas do campo magnético,
irregularidades
des encontradas, o desvio em-
induzido ou não, gerada por
atualmente na Bahia.
constatadas
ondas acústicas em eletrodu-
butido corresponde a 12%, o
que equivale em média a 27%
to, e em propagação de calor
Outra expectativa é a
da energia recuperada nas re-
com detecção infravermelho,
de diminuir em 20% o tem-
giões centro e norte do esta-
10
Revista P&D - Projetos Sociais
Coelba
do. Desvio embutido é aquele
necessita de aperfeiçoa-
de pesquisa para inclu-
feito por aparelhos conduto-
mento para alcançar uma
são de mais um método
res de energia elétrica ocultos
ergonomia
à
de investigação. O passo
em paredes ou pisos.
utilização em escala in-
seguinte será a confecção
dustrial. A equipe envol-
de um modelo para uso em
O protótipo desen-
vida no projeto irá propor
larga escala e execução
volvido para teste ainda
ainda uma segunda etapa
dos testes em campo.
adequada
.
Divulgação/Coelba
Circuitos do protótipo
Coelba - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
Título: Desenvolvimento de um dispositivo de detecção de desvio embutido de energia elétrica
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$ 243.736,30
Entidade Executora: UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana
11
Revista P&D - Projetos Sociais
Ampla
P&D da Ampla investe no
desenvolvimento de pessoas
por Marcelo Llévenes
Para uma empresa ter sucesso no ágil e compe-
Empreendedorismo, que vem encontrando fórmulas para
titivo mercado energético, ela precisa buscar constante-
transformar conhecimento em negócio, gerando benefí-
mente soluções inovadoras que tragam benefícios para
cios financeiros para a empresa e a sociedade.
clientes, sociedade e para a manutenção da companhia.
Nesse ambiente, nossa área de Pesquisa e Desenvolvi-
O combate ao furto de energia associado ao uso
mento exerce papel fundamental como catalisadora e
consciente desse produto são temas de alguns dos prin-
estimuladora de idéias geradas entre seus colaboradores,
cipais projetos desenvolvidos pela área de P&D. Dois deles
além de propiciar a evolução de conhecimentos nas insti-
– o inibidor de furto e o lacre eletrônico - já saíram da
tuições de ensino e pesquisa nacionais.
fase do protótipo para a implantação em campo. No caso
do inibidor de furto (equipamento que introduz um ruído
Apostamos nessa linha de atuação e, para tal, o
na rede, evitando a utilização da energia antes do medi-
P&D está desenvolvendo 36 projetos (ciclos 2004/2005 e
dor) foram instalados equipamentos para atender cerca
2005/2006) que envolvem aproximadamente R$ 7,9 mi-
de 300 clientes. Os resultados preliminares mostram que
lhões de investimentos. Com uma visão mais abrangente
a perda de energia caiu de 53% para 5% nesses circui-
do seu negócio – distribuição de energia - a Ampla, por
tos. Em relação aos lacres eletrônicos (equipamentos que
meio de sua Pesquisa e Desenvolvimento, buscou encon-
funcionam via radiofreqüência e detectam qualquer tipo
trar progressos em áreas não tecnológicas por essência.
de violação sem a necessidade de inspeção visual), pre-
Voltou sua atenção para o desenvolvimento do ser huma-
tendemos instalar 45 mil unidades nos próximos meses
no, apostando na valorização dos nossos colaboradores,
a título de teste.
parceiros e clientes.
As palavras do cientista Stephen Hawking repreDestacamos alguns estudos que têm impactado
sentam bem a filosofia adotada pela Ampla para Pesquisa
diretamente no clima laboral, no meio ambiente e no
e Desenvolvimento: “As coisas são como são porque nós
combate ao furto de energia. O projeto de Cultura Orga-
existimos”. Por isso, nossos estudos colocam a tecnologia
nizacional é um bom exemplo dessa moderna gestão. Ele
e o conhecimento a serviço da melhoria da qualidade de
propõe estratégias para alinhar os indicadores de controle
vida do ser humano e da sustentabilidade, dentro e fora
gerenciais com a cultura interna da empresa. Outra idéia
de nossa empresa. E, ao percorrer esse caminho, busca-
com relevantes resultados é a pesquisa sobre Inovação e
mos fazer da sociedade um lugar melhor para se viver.
12
Marcelo Llévenes é presidente da Ampla Energia e Serviços S.A.
.
Revista P&D - Projetos Sociais
Ampla
Lacre eletrônico
Dispositivo inibe fraudes e ajuda a reduzir custos com inspeções
O lacre eletrônico é mais
impede que uns sejam trocados
um projeto da Ampla motivado
por outros sem prévia autorização
pelo alto índice de perdas comer-
da empresa e identifica, de imedia-
ciais. A integridade do dispositi-
to, os pontos onde houve fraude.
Divulgação/Ampla
vo é analisada em campo, o que
O dispositivo da Ampla
permite identificar com rapidez
O produto auxilia na solu-
se ele foi rompido, adulterado
ção de dois tipos de problemas: o
ou trocado. É possível também
alto número de inspeções e o furto
faz hoje um número de inspeções
verificar se houve adulteração no
de lacres. Segundo Acacio Barreto
bastante elevado e isso representa
um custo significativo. “Com o lacre
medidor de energia elétrica, além
de dificultar o acesso ao aparelho.
Ao contrário dos
eletrônico haverá uma redução, pois
convencionais,
iremos apenas onde algum problema for identificado”, diz Acacio.
A gravação de dados é feita por um tag de identificação por
RQRYRODFUHQmR
radiofreqüência. O lacre tem um
pode ser substituído
Outro ponto a ser combatido
é o furto de lacres convencionais. “O
componente que o danifica quando
violado, impossibilitando a leitura
por outro
lacre eletrônico pode ser rastreado e
dos dados. Um sistema computa-
semelhante sem
o sistema de gerenciamento forne-
cional instalado em uma central de
controle organiza e avalia a identificação dos lacres e a compara
que a empresa
perceba a fraude
ce o número de inscrição do cliente,
endereço e outros dados, de modo
que só é possível colocá-lo em um
.
ponto específico. Com isso, não há
com informações disponíveis no
sistema da concessionária para seus
Neto, gestor de pesquisa e desen-
como o infrator usá-lo para alterar
pontos de instalação. A operação
volvimento da Ampla, a empresa
outro medidor”, explica Acacio.
Ampla - Ampla Energia e Serviços S.A.
Título: Lacre eletrônico
Ciclo - 2003/2004
Investimento - R$398.000,00
Entidade executora - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - Lactec
Patente: requerida
13
Revista P&D - Projetos Sociais
Ampla
Redução Total
Ampla desenvolve inibidor de furto e conscientiza
comunidades de baixa renda sobre o problema
O inibidor de furto da
para quem furta. Sem a filtra-
cer as comunidades de bai-
Ampla apresentou redução
gem, geladeiras e outros eletrodo-
xa renda sobre os prejuízos
total das ligações clandesti-
mésticos não funcionam e a insis-
que as ligações clandestinas
nas nos locais onde foi ins-
tência na ligação pode queimá-los.
podem causar. Um exemplo
talado. É o que afirma Acacio Barreto Neto, gestor de
Pesquisa e Desenvolvimento
desse trabalho pode ser visto
³1mRH[LVWHPDLV
no bairro de Itaipu, em Niterói, onde a empresa instalou
da empresa. O equipamento
furto de energia
o inibidor em 19 residências
foi testado no início do ano
onde os inibidores
– sete delas de clientes de
foram colocados”
car o funcionamento do apa-
nos municípios de Niterói,
São Gonçalo, Magé, Petrópolis e Itaboraí, em oito circuitos que alimentam 281
clientes no Rio de Janeiro.
baixa renda. Além de explirelho, a empresa trocou as
Acacio Barreto Neto,
gestor de P&D da Ampla
instalações internas das sete
casas e sorteou uma geladeira nova. “Dessa forma, evita-
O produto é coloca-
Os testes foram reali-
do junto ao transformador
zados com recursos próprios
e age como um gerador de
da empresa, já que o inves-
A ação social levou a
ruídos, que distorce a tensão
timento em P&D contempla
empresa a batizar o projeto
e “polui” a energia a ser con-
apenas o desenvolvimento
de Energia Segura. “O nome
sumida. Próximo ao medidor
do protótipo do medidor.
Inibidor de Furto é agressi-
de cada cliente, é instalado um filtro que elimina a
mos o conflito”, diz Barreto.
vo. Pode sugerir que todos
Responsabilidade Social
distorção e torna a energia
os clientes atendidos na
área em teste fazem liga-
.
novamente adequada para
A Ampla conta com uma
ções clandestinas, o que não
o uso. A tensão modifica-
equipe de assistentes sociais
é verdade. Por isso, o alte-
da impossibilita o consumo
e psicólogos para esclare-
ramos”, explica Barreto.
14
Revista P&D - Projetos Sociais
Ampla
Divulgação/Ampla
Montagem do protótipo para teste em laboratório
Ampla - Ampla Energia e Serviços S.A.
Título: Desenvolvimento e construção de protótipo de equipamento inibidor de furto de energia elétrica por consumidores de baixa tensão monofásicos
Ciclo: 2003/2004
Investimento: R$ 297.000
Entidade executora: Universidade Federal Fluminense – UFF
Patente: requerida
15
Revista P&D - Projetos Sociais
Ampla
Medidor Blindado
Sistema da Ampla coíbe fraudes e vandalismo
A facilidade de acesso
trifásico blindado que pode
nologia utilizada dificultam
aos medidores atuais pos-
ser instalado nos ramais
a atuação de fraudadores.
sibilita fraudes e práticas
aéreos da rede e ter a lei-
de vandalismo. Para com-
tura dos dados feita via
bater o problema, a Ampla
radiofreqüência. A locali-
poste, o medidor processa
desenvolveu
zação, a blindagem e a tec-
os dados eletronicamente e
um
modelo
Instalado
próximo
ao
Divulgação/Ampla
Display do sistema – medição protegida
Revista P&D - Projetos Sociais
Ampla
transmite sinais que podem ser
raturas acima de 40º. “Quando
Federal Fluminense (UFF) e co-
lidos de 20 a 30 metros de dis-
se fala em equipamento blin-
ordenador do projeto.
tância em área livre. Na casa
dado, as pessoas imaginam
do cliente é colocado um
algo duro, rígido. Optamos por
O sistema permite ainda
display, separado do corpo
um medidor flexível, de tama-
a leitura simultânea em vários
de medição, que mostra a
nho e peso reduzidos e mais
displays, com margem de erro
quantidade de energia con-
compacto”, afirma Elcio Decca-
de 1%. “Queremos diminuir
sumida. Diferença entre os
che, professor da Universidade
esse percentual para cerca de
valores medidos indica a
ocorrência de fraude.
O sistema traz uma série de inovações. Uma delas é que o cliente não tem
mais acesso ao mecanismo
0,2%”, diz Deccache. Todos os
A Ampla já instalou
500 medidores
QDUHJLmR
metropolitana do Rio
medidores residenciais são
cadastrados com um código
identificador, para verificar no
.
momento da leitura se o aparelho monitorado corresponde
ou não ao que foi instalado.
de registro do seu consumo
Divulgação/Ampla
de energia. Também não é
possível apagar os valores
no display nem alterá-los,
mesmo em caso de violação.
Se o visor sofrer qualquer
dano, a leitura não é comprometida, pois os dados
continuam armazenados.
Outra novidade é o revestimento do medidor, feito com
uma resina que o torna mais
resistente a impactos e a condições climáticas adversas como
chuva, ventos fortes ou tempe-
Sistema instalado em unidade consumidora da Ampla
Ampla - Ampla Energia e Serviços S.A.
Título: Medidor trifásico blindado
Ciclo: 2003/2004
Investimento: R$ 275.000
Entidade executora: Universidade Federal Fluminense - UFF
Patente: requerida
17
Revista P&D - Projetos Sociais
Celpe
Acesso garantido
Celpe investe na inclusão social de deficientes visuais
Os consumidores por-
Para obter subsídios ao
dutos, a empresa ouviu 100
tadores de deficiência visu-
desenvolvimento dos pro-
indivíduos com deficiência
visual grave que indicaram
al da Celpe em Pernambuco
podem receber a fatura de
“Pela primeira vez
suas principais reivindicações
energia elétrica em braile.
em 30 anos pude
em relação à forma de aces-
A iniciativa já beneficiou
20 clientes da empresa, que
têm ainda a possibilidade
ler minha fatura de
energia elétrica”
sibilidade desejada e à possibilidade de desenvolvimento
de produtos específicos. Dos
entrevistados, 64% solicita-
de acessar a conta no site
ram a emissão da fatura de
da empresa por meio de um
Gustavo Dantas,
leitor de tela (software sin-
GH¿FLHQWHYLVXDO
energia em letra ampliada;
sobre a fatura em braile
31% por telefone; 27% em
tetizador de voz).
A coordenadora do projeto na Celpe, Mirella Pessoa,
explica que o número de beneficiados ainda é pequeno
porque muitos deficientes
não foram alfabetizados em
braile. “Esperamos que nossas ações estimulem programas de educação para
o deficiente visual. Muitos
dos clientes entrevistados
não freqüentaram escolas e
as instituições voltadas para
esse público recebem poucos incentivos”.
18
Divulgação/Celpe
Laboratório do Centro de Estudos Inclusivos, implantado para avaliar necessidades de deficientes
Revista P&D - Projetos Sociais
Celpe
Divulgação/Celpe
braile; 11% por e-mail; 2%
pelo site da empresa; e 4%,
no modelo já utilizado. A
partir desses dados, a Celpe
decidiu investir na tecnologia de fatura em braile e na
melhoria da acessibilidade
de sua página na internet.
A iniciativa obteve o
reconhecimento da sociedade e de instituições voltadas para o desenvolvimento do deficiente visual.
“Fiquei muito feliz com a
implementação da conta em
braile. Sou cego desde que
nasci e, pela primeira vez
em 30 anos, pude ler minha fatura de energia elétrica”, diz Gustavo Dantas,
Modelo da conta de energia elétrica em braile
técnico do Centro de Apoio
Pedagógico do Instituto de
Cegos de Pernambuco.
de 16,5 milhões de deficientes
A fatura pode ser so-
visuais no país – cerca de 160
licitada pela internet, pelo
Dados do censo demo-
mil são cegos. Só no estado de
telefone 0800 81 0120 ou
gráfico realizado pelo IBGE em
Pernambuco, são 964 mil de-
em qualquer agência de
2000 apontam uma população
ficientes visuais e 8 mil cegos.
atendimento da Celpe.
.
Celpe - Companhia Energética de Pernambuco
7tWXOR$FHVVLELOLGDGHjFRPXQLFDomRSURPRYHQGRDFLGDGDQLDGDSHVVRDSRUWDGRUDGHGH¿FLrQFLD
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$198.826,82
Entidade executora: Universidade Federal de Pernambuco
19
Projeto
Projetos
ambientais
ambientais
os
s
Revista P&D - Projetos Ambientais
CPFL Energia
P&D: a CPFL
cumpre seu papel
por Wilson Ferreira Junior
A inovação tecnológica está cada vez mais
A CPFL Energia desenvolve projetos de inova-
presente nas empresas, como um elemento fun-
ção tecnológica que resultam em produtos concre-
damental da estratégia competitiva. No caso do
tos incorporados aos nossos processos produtivos.
setor elétrico, é uma questão essencial para o ne-
Para tal, a empresa recorre aos mais sofisticados
gócio. Ela permite às empresas prestarem serviços
conhecimentos científicos disponíveis no país, por
de qualidade cada vez melhor, com menor custo e
meio de 54 centros de pesquisa ligados a 39 insti-
maior satisfação dos clientes. Conseqüentemen-
tuições ou universidades de sete estados brasilei-
te, as empresas se tornam mais competitivas e
ros. As boas idéias têm gerado produtos diferencia-
capacitadas para conquistar espaços no mercado.
dos. Ao todo, o programa de P&D soma 94 projetos.
A política de P&D da CPFL Energia está cen-
Muitas dessas idéias foram expostas na sede
trada em uma efetiva integração entre empresa,
da CPFL, em Campinas, em abril de 2006, na 1ª Mos-
universidades e centros de pesquisa, buscando
tra de P&D, que contou inclusive com a presença do
formas de fomentar o desenvolvimento de tecno-
diretor-geral da ANEEL, Jerson Kelman. Na oportu-
logia nacional sustentável.
nidade, pôde-se conferir nos estandes - montados
em parceria com os centros de pesquisa e univer-
.
Até o final de 2006, cerca de R$ 80 milhões
sidades - que a criatividade e o desenvolvimento
terão sido investidos pela CPFL no programa de
tecnológico caminham de mãos dadas, colaborando
P&D, implantado em 1999. Nossa política para essa
para o futuro sustentável do nosso país.
área busca, com a ajuda dos parceiros tecnológicos,
ampliar a eficiência nos nossos processos, que irão
refletir em ganhos de produtividade e, conseqüentemente, benefício tarifário para os consumidores.
22
Wilson Ferreira Junior é presidente
do Grupo CPFL Energia
Revista P&D - Projetos Ambientais
CPFL Energia
Transformador Verde
Uso de óleo vegetal aumenta vida útil de equipamento e
reduz agressão ao meio ambiente
A principal novidade
O líquido isolante pode
convencionais geralmente pos-
dos transformadores de dis-
ser feito de soja, semente de
suem um recorte nos cantos. O
tribuição de maior vida útil
girassol e outras plantas. O
que desenvolvemos não. E ainda
e menor agressividade am-
óleo vegetal é decomposto no
leva uma quantidade maior de
biental é o uso de óleo vegetal como isolante. O óleo
permite ampliar a potência
ferro em sua constituição. Com
O óleo vegetal é
do transformador, que pas-
decomposto no
sa a comportar mais kVA por
meio ambiente em
quilo e ajuda a diminuir as
falhas técnicas, além de ser
totalmente biodegradável.
apenas 45 dias,
enquanto o mineral
isso, o núcleo fica mais maciço e
as perdas são menores”, explica
Vagner Vasconcellos, engenheiro de planejamento da CPFL.
Até o momento dez aparelhos estão em testes. “Os
transformadores foram co-
Os transformadores apresentam melhora no rendimento
porque o líquido leva a celulose, substância mais importan-
leva 15 anos para
locados em locais de falhas
ser totalmente
constantes”, diz Vasconcellos.
degradado
te no sistema de isolação, a se
Os resultados surpreenderam.
“Em dois anos e meio, nenhuma falha foi verificada”. A dis-
deteriorar mais lentamente. O
meio ambiente em 45 dias, en-
tribuidora já efetuou a compra
óleo vegetal é mais higros-
quanto o mineral leva 15 anos
de mais 500 transformadores e
cópico (absorve mais água)
para ser totalmente degradado.
planeja realizar um teste mais
que o mineral à base de pe-
abrangente para validar o pro-
tróleo. Como a água acelera
A composição e o dese-
duto. A empresa pretende
a degradação da celulose, o
nho do núcleo do transforma-
instalar metade dos equipa-
óleo vegetal faz o papel fi-
dor contribuem para deixar o
mentos até o final de 2006 e
car mais seco.
equipamento mais robusto. “Os
a outra metade em 2007.
.
23
Revista P&D - Projetos Ambientais
CPFL Energia
Divulgação/CPFL Energia
Transformador com óleo vegetal como isolante
CPFL Energia - Companhia Paulista de Força e Luz
Título do Projeto: Transformador de distribuição de maior vida útil e menor agressividade ambiental
Ciclo: 2001/2002
Investimento: R$ 900.960,00
Entidades Executoras: B&M e Itaipu Transformadores
Patente: requerida
Revista P&D - Projetos Ambientais
AES Eletropaulo
Pesquisa avalia efeitos
de campos magnéticos
Cartilha da Eletropaulo esclarece limites de exposição
aos campos da rede elétrica
A Eletropaulo realizou
de que os índices estão em níveis
cia de obras embargadas por
uma pesquisa para avaliar
seguros para exposição humana
processos judiciais e a crescen-
o impacto dos campos elé-
e produziu cartilhas para orien-
te dificuldade de implantação
trico e magnético emitidos
tar e esclarecer a população.
de novos empreendimentos.
pelas suas redes de distribui-
Os processos são gerados pelo
ção, subestações e linhas de
Os fatores motivadores
transmissão. Por meio de me-
da pesquisa foram a ausência
dições em instalações pró-
de regulamentação nacional
prias e da análise de estudos
sobre o tema, a
internacionais sobre o tema,
existên-
a empresa investigou valores
e estabeleceu padrões.
Chegou à conclusão
temor da comunidade acerca
de
danos à saúde associados à exposição a campos
elétricos
e
magnéticos
de instalações
elétricas.
aulo
trop
/Ele
o
ã
ç
ulga
Div
25
Revista P&D - Projetos Ambientais
AES Eletropaulo
O estudo verificou que os
Após esse levantamento,
escolhidas foram o interior de
valores detectados na medição
foram selecionados os locais das
subestações transformadoras de
estão abaixo dos estabelecidos
medições. Considerou-se, na área
distribuição (ETD), interior e peri-
pela International Comission on
de concessão da Eletropaulo, as
feria de faixas de linhas de sub-
Non-Ionizing Radiation Protec-
subestações, linhas de transmis-
transmissão (LS) e proximidades
de circuitos de distribuição (CD).
tion (ICNIRP), órgão que determina os limites para exposição
imediata e de longo prazo. A Eletropaulo produziu normas inter-
Os valores
GHWHFWDGRVHVWmR
Nas subestações, a medição foi realizada em pontos
nas e cartilhas para o público ge-
DEDL[RGRV
como entrada/saída de trans-
ral com esclarecimentos , como
OLPLWHVGH¿QLGRV
formadores, chaves secciona-
ambiental e ocupacional a cam-
internacionalmente
disjuntores, banco de capacito-
pos eletromagnéticos de baixa
SDUDH[SRVLomR
res, sob as linhas de entrada/sa-
limites para exposição humana,
freqüência. Esses produtos e as
informações da pesquisa têm
servido de subsídios a agentes
do setor e órgãos do governo.
doras, cabines de comando,
ída e pontos periféricos. Nas LSs
humana aos
e CDs os pontos escolhidos per-
campos elétricos
mitiam um mapeamento longi-
e magnéticos
A pesquisa
tudinal, transversal e vertical da
densidade de fluxo magnético e
intensidade de campo elétrico.
são e circuitos de distribuição
Para os estudos de exposição
A primeira etapa compre-
que representassem todas as
ocupacional, as medidas foram
endeu uma revisão bibliográfi-
configurações típicas e as condi-
realizadas em CDs, LSs e ETDs nas
ca. “Foi analisada a influência do
ções mais críticas de operação do
condições em que são realiza-
campo eletromagnético nos seres
seu sistema elétrico. As regiões
dos os serviços de manutenção.
humanos de acordo com normas
Divulgação/AES Eletropaulo
e orientações de organismos internacionais aplicadas à realidade
brasileira, relacionando o tempo
de exposição aos gradientes emitidos pela fonte geradora. A literatura internacional também foi
alvo de análise, com referência
aos estudos epidemiológicos sobre o assunto”, explica o gerente
do projeto José de Melo Camargo
26
Revista P&D - Projetos Ambientais
AES Eletropaulo
Outros critérios foram
evitados. No solo, foi defi-
média da população adulta.
adotados para medição, como
nida a altura de 1m para as
Para levar em conta a esta-
a seleção de pontos no meio
medições, em conformidade
tura de crianças, foram sele-
dos vãos das linhas, por apre-
com a metodologia interna-
cionadas medidas a 1,50m.
sentarem magnitudes impor-
cional e com os critérios ado-
Os horários foram definidos
tantes de campos elétricos e
tados pela ICNIRP para den-
considerando-se as curvas de
magnéticos no nível do solo.
sidade de fluxo magnético.
cargas das instalações para se
Locais próximos a estruturas
obter os campos máximos, que
.
metálicas e outros agentes
“Adotamos a altura de
ocorrem no período em que
interferentes, como árvores
1,70m para comparar os resul-
as correntes e tensões são as
e demais obstáculos, foram
tados a 1m, porque é a altura
máximas” explica Camargo.
Divulgação/AES Eletropaulo
Medição de campos em subestação da Eletropaulo
AES Eletropaulo - Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A.
Título: Gerenciamento de campos magnéticos de baixa freqüência: normalização, método de medições e limite de
exposição segura a radiação
Ciclo: 2001/2002
Investimento: R$ 561.309,11
Entidades executoras: Eletropaulo, Abricem, Furnas, IEEE/USP, Inpe, Incor, Fundacentro, Unicamp, Instituto do Coração
27
Revista P&D - Projetos Ambientais
Manaus Energia
Recuperação da bauxita reduz
impacto ambiental
Material pode ser reaproveitado e utilizado na
fabricação de telhas de cerâmica
Um método para re-
Energia e implementado
Durante a regeneração
cuperar bauxita e mini-
com sucesso na Subesta-
dos óleos são produzidos re-
mizar
impac-
ção Manaus I. O minério
síduos de bauxita saturada,
gerados
é usado como adsorven-
posteriormente descartados
pelo seu descarte foi de-
te dos óleos isolantes de
em aterros industriais. Es-
senvolvido
transformadores elétricos.
ses dejetos podem provocar
tos
custos
e
ambientais
pela
Manaus
Divulgação/Manaus Energia
Sistema regenerador de bauxita contaminada com óleos e graxas
28
Revista P&D - Projetos Ambientais
Manaus Energia
danos ambientais e contaminar o
dos municípios brasileiros os
permite a proliferação de do-
solo e sistemas aqüíferos, como
resíduos sólidos são deposi-
enças. Some-se a isso o fato
lençóis freáticos.
tados em aterros. A degrada-
de os compostos inorgânicos,
não-degradáveis,
O equipamento de descon-
O equipamento
taminação desenvolvido utiliza
jatos de ar quente de alta pressão para retirar o óleo impregna-
ar quente de
outro recipiente, um tanque de
armazenagem. O procedimento
é semelhante ao de um aspirador de alto desempenho. “O
minério é completamente puri-
metais pesados que podem
afetar a saúde da população.
utiliza jatos de
do na bauxita e depositá-lo em
liberarem
DOWDSUHVVmRSDUD
retirar o óleo
impregnado
QDEDX[LWD
ficado e pode ser reutilizado na
Manaus, por exemplo,
não possui local apropriado
para a deposição final dos
resíduos sólidos. O aterro
municipal recebe diariamente 2 mil toneladas desse lixo,
dos tipos residencial, in-
.
dustrial, hospitalar, entulho
regeneração de novas cargas de
ção deles acelera a lixiviação
de construção civil e res-
óleo ou até incorporado à mas-
(empobrecimento) dos solos e
tos orgânicos de plantas.
sa para fabricação de cerâmicas
vermelhas”, explica o coordenador de P&D da Manaus Energia, Benjamin Júnior. A empresa
pretende fabricar o aparelho em
escala industrial em três anos.
Além do avanço tecnológico e redução de gastos
com material, os pesquisadores comemoraram a possibilidade de minimizar im-
Divulgação/Manaus Energia
pactos ambientais. Em 64%
Painel de controle do sistema
Manaus Energia S.A.
Título: Desenvolvimento de processo para recuperação de bauxita utilizada na regeneração de óleos minerais isolantes
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$ 151.200,00
Entidade executora: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC
Patente: requerida
29
Revista P&D - Projetos Ambientais
Elektro
Cruzetas ecológicas
Elektro usa madeira de reflorestamento revestida
com resina e obtém maior durabilidade
A Elektro estudou as pro-
Os testes da empresa re-
pinheiro. O resultado moti-
priedades mecânicas e elétricas
velaram que a madeira resina-
vou a Elektro a defini-la como
das madeiras Pinus elliottii e
da isola melhor a eletricidade e
carro-chefe do projeto. Até o
Eucalyptus citriodora, impreg-
atende a todas as exigências da
momento já são 180 cruzetas
nadas com resina poliuretana
Associação Brasileira de Nor-
instaladas em alimentadores lo-
derivada de óleo de mamona.
mas Técnicas (ABNT). A regra
calizados em Anaurilândia (MS).
O material serve para fazer as
estabelece as condições para a
cruzetas usadas como meio
preparação e recebimento de
Para que a madeira fique
de sustentação para isolado-
cruzetas de madeira destinadas
mais resistente, ela passa ini-
res e cabos de distribuição
a redes aéreas de distribuição.
cialmente por um processo de
de energia. A alternativa tem
Os ensaios também mostra-
secagem. Depois, é submetida
impacto ambiental menor e
ram que a espécie de eucalip-
a um tratamento químico para
proporciona maior resistên-
to apresentou características
preservá-la da ação de fungos,
cia e durabilidade às cruzetas.
mecânicas melhores que a do
bactérias e cupins. A resina à
Divulgação/Elektro
30
Revista P&D - Projetos Ambientais
Elektro
base de óleo de mamona reves-
zetas é de no mínimo 30 anos,
portante dessa resina é o seu
te a madeira tratada e dá uma
mais do dobro da anterior, que
grau de absorção. “Nos en-
proteção adicional, impedindo
não era resinada”, afirma José
saios, colocávamos a resina
a entrada de umidade. “A esti-
Resende, gerente do projeto.
nas pontas de dois pedaços de
mativa de vida útil dessas cru-
Outra característica im-
madeira e uníamos um ao outro para verificar a aderência
à superfície. Os resultados fo-
As espécies usadas
no projeto
ram excelentes”, diz Resende.
Embora seja difícil medir o
impacto ambiental, o projeto tem
Da família das Pináceas, o gênero Pinus
é o mais famoso. Engloba espécies que
chegam a atingir até 24 metros de altura,
DSUHVHQWDP IROKDV ¿QDV H SRQWLDJXGDV
apreciam solos rochosos ou arenosos e
seu crescimento é lento. A mais conhecida no Brasil é o Pinus elliottii, usado
HPUHÀRUHVWDPHQWRHDSOLFDGRQDLQG~Vtria de papel e na fabricação de móveis.
Já o Eucalyptus citriodora possui tronco
completamente liso, branco-acinzentado,
folhas estreitas e compridas. Apresenta
ramos bem altos, podendo atingir de 25
a 50 metros de altura. A característica
PDLVSHFXOLDUTXHMXVWL¿FDRQRPHFLHQWt¿FRpRDJUDGiYHODURPDGHOLPmRGDV
folhas, em especial quando cortadas.
grande apelo ecológico, uma vez
que a empresa trabalhou apenas
com madeira de reflorestamento.
A iniciativa segue as tendências
de países como a Noruega e Es-
.
tados Unidos, que possuem leis
severas de restrições ambientais
ao uso de espécies nativas.
Divulgação/Elektro
Cruzeta de eucalipto com
reforço de manta geotêxtil
Elektro Eletricidade e Serviços S.A.
Título: Estudo das propriedades elétricas e mecânicas da madeira de Pinus elliotti e Eucaplyptus grandis, impregnada com
resina poliuretana derivada de óleo de mamona e ensaios de NBI de estruturas da Elektro
Ciclo: 2003/2004
Investimento: R$ 301.636,69
Entidade executora: Escola de Engenharia de São Carlos (USP)
Patente: em fase de requisição
31
Revista P&D - Projetos Ambientais
Tractebel
Monitoramento identifica
espécies em extinção no RS
Projeto desenvolve programas de educação ambiental
e medidas de preservação de fauna e flora
A preservação de es-
da pela Tractebel Energia em
biológicas do lago da UHPF
pécies vegetais e animais na
parceria com a Neotropical
subsidiaram o planejamento
região da Usina Hidrelétrica
Consultoria Ambiental. As in-
de atividades para a conser-
de Passo Fundo (UHPF) foi o
formações colhidas sobre as
vação e o manejo sustentável
objetivo da pesquisa realiza-
condições físicas, químicas e
dos recursos do reservatório.
Divulgação/Tractebel
Caracterização de áreas a jusante da casa de máquinas da UHPF
Revista P&D - Projetos Ambientais
Tractebel
manejo do reservatório, que
Hemiancistrus
Chlorostictus
Divulgação/Tractebel
Uma das etapas
limitou a utilização de áreas
do estudo, a do monito-
de desova e crescimento de
ramento limnológico, ajudou
espécies de peixes. Essa fase
a identificar níveis de metais
rendeu ao projeto o prêmio
pesados em tecidos muscula-
“Expressão em Ecologia”, da
res e fígado de peixes do lago
Revista Expressão.
da usina. Já o levantamento icDesde o
tiofaunístico (relativo a peixes)
Durante a análise das ori-
início da pesqui-
registrou a presença de cerca
gens de contaminação do re-
sa, em 2003, já foram registradas 142 espécies de
servatório a partir de amostras
A pesquisa
de sedimento, água e peixes foi
ameaçadas de extinção.
SHUPLWLUiLGHQWL¿FDU
de maior concentração de me-
A partir desse estudo de-
os locais de maior
tais pesados, o que permitiu a
arbustos e árvores, várias
senvolveu-se o programa
de
educação
“Envolvidos
ambiental
pela
Vida”.
elaboração de medidas de con-
FRQFHQWUDomRGH
trole ou eliminação de emissão.
metais pesados
O consumo habitual de água e
Também foram implementadas medidas de preser-
e implementar
vação de espécies animais
medidas para
e vegetais. Um exemplo é
a classificação da área de
possível identificar os pontos
FRQWUROHGHHPLVVmR
ocorrência do peixe cascu-
alimentos contaminados com
esses metais traz sérios riscos à
saúde humana. Eles se infiltram
no tecido ósseo e gorduroso e
deslocam minerais nobres dos
ossos e músculos para a circula-
do como de “uso restrito”
de 50 espécies na área de in-
ção. Com isso, podem prejudicar
no Plano de Uso e Ocupa-
fluência da UHPF. As informa-
funções mentais e neurológicas,
ção do Entorno do Reserva-
ções sobre padrão de com-
além de causar inflamação, endu-
tório da UHPF. Outra ação
portamento, alimentação e
recimento das artérias
foi o cultivo de sementes
reprodução determinaram o
de
plano de
espécies
ameaçadas
e osteoporose.
para posterior utilização
no Programa de Restauração Florestal, que inclui as 64 ilhas da região e áreas do entorno
do reservatório.
Characidium
Vestigipinne
Divulgação/Tractebel
33
Revista P&D - Projetos Ambientais
Tractebel
Divulgação/Tractebel
Conscientização
cípios do RS, onde são realizados
encontros e palestras com pro-
O programa “Envolvidos
fessores da rede pública e pri-
Pela Vida” inclui ações de cons-
vada de ensino e também com
cientização para preservação da
alunos das escolas da região. O
natureza, como a divulgação da
programa atende cerca de 10
pesquisa em escolas e comuni-
mil estudantes e oferece cursos
dades do entorno do reservató-
de capacitação a aproximada-
rio da UHPF. Já foram criadas
mente 350 professores sobre
região” e “O uso e ocupação
salas de estudos em nove muni-
os temas “Ictiofauna e flora da
do reservatório da UHPF”.
Monitoramento ictiofaunístico
.
Divulgação/Tractebel
Monitoramento limnológico
Tractebel Energia S.A.
Título: Monitoramento Ambiental do Reservatório
da Usina Hidrelétrica de Passo Fundo, RS.
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$ 414.920,00
Entidades executoras: Tractebel Energia e Neotropical Consultoria Ambiental
Glossário
Limnologia: parte da biologia que trata das águas
doces e de seus organismos, principalmente do
ponto de vista ecológico.
Revista P&D - Projetos Ambientais
CPFL Energia
Baixa emissão
Gaseificador ecológico da CPFL gera energia
elétrica a partir de biomassa
A biomassa é uma das alter-
dução de hidrogênio e monóxido
nativas energéticas mais viáveis
de carbono. Entretanto, de acordo
para substituir os combustíveis
com o coordenador do projeto
fósseis e seus derivados, responsá-
pela Universidade Federal de Ita-
veis por emissão elevada de gases
jubá (Unifei), Electo Silva, ajustes
que agravam o efeito estufa. Mo-
serão necessários. “É preciso, por
tivada por essa realidade, a CPFL
exemplo, avançar o tempo de ig-
Divulgação/CPFL
investiu em um gaseificador para
geração de energia elétrica até 12
kVA a partir de resíduos de vários
tipos de biomassa. O sistema é li-
O sistema
melhora o poder
gado a um motor, menos poluente
FDORUt¿FRGRJiV
por possuir um método catalítico
em 30%, pois
de limpeza que transforma as impurezas em mais gás combustível.
RWLPL]DDSURGXomR
de hidrogênio
Esse
tipo de limpeza é
Gerador a vapor em teste
Embora com menor emissão de gases, o motor movido a
gás apresentou rendimento inferior ao movido a gasolina. Os testes foram realizados na própria
Unifei. A biomassa usada foi a
realizado a seco e evita o esco-
HPRQy[LGR
lenha de eucalipto, por ser abun-
amento de água contaminada
de carbono
dante na região do sul de Minas
Gerais. “Depois dos ajustes, a idéia
com alcatrão e outros materiais
.
para o ambiente. O sistema ain-
nição do motor e aumentar sua
é produzi-lo em pequena esca-
da melhora o poder calorífico do
taxa de compressão para que
la para atender principalmente
gás em 30%, pois otimiza a pro-
ele seja mais eficiente”, afirma.
regiões isoladas”, diz Silva.
CPFL Energia - Companhia Paulista de Força e Luz
Título: Geração elétrica de resíduos de biomassa para reduzir emissões
Ciclo: 2003/2004
Investimento: R$ 145.324,00
Entidade executora: UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá)
35
Revista P&D - Projetos Ambientais
Tractebel
P&D na preservação de espécies
Tractebel investe em projeto para
proteção de peixes em Itá
A pesca predatória no
no deslocamento, nas áreas
A implantação dos trans-
rio Uruguai, em especial na
de estadia e de importância
missores foi feita em dois lo-
região da Usina Hidrelétrica
para o ciclo biológico das es-
cais: a jusante da UHE Itá e no
de Itá, motivou um estudo
pécies. Os dados ajudaram,
Parque do Turvo. Cada peixe
sobre o padrão de desloca-
recebeu um transmissor com
mento dos peixes a jusante
codificação para identificação
da barragem até a região de
O estudo visa
precisa. Os aparelhos emitem
Tiradentes do Sul (RS). O obje-
desenvolver um
sinais de rádio, em intervalos
tivo foi desenvolver um plano
de preservação e fiscalização
SODQRGHSUHVHUYDomR
da área. As informações tam-
H¿VFDOL]DomRDOpP
bém subsidiaram uma pesquisa para criação de rotas
alternativas que auxiliem as
espécies a completar o ciclo
reprodutivo, impactado pela
construção da barragem.
GDFULDomRGHURWDV
alternativas que
DX[LOLHPDVHVSpFLHV
regulares, captados por estações fixas de recepção de dados
distribuídas em quatro pontos
do rio Uruguai: a jusante da
UHE Itá; em Goio-en, na região
de Chapecó (SC); em Mondaí
(SC) e em Porto Soberbo, na região de Tiradentes do Sul (RS).
a completar o ciclo
Além das bases fixas, os peixes
reprodutivo
são periodicamente monito-
Para identificar os pa-
rados por via fluvial e aérea.
drões de migração dos peixes
Pesca predatória
foi utilizada a biotelemetria,
por exemplo, a determinar
técnica que envolve a implan-
que locais devem ser proibi-
tação de radiotransmissores
dos para pesca. O dourado foi
Um dos maiores empeci-
na cavidade abdominal dos
o foco da investigação, que
lhos à preservação das espécies
peixes e permite localizá-los
contemplou ainda as espécies
é a pesca predatória. Apesar do
por meio de estações de re-
grumatão, curimbatá, bra-
apoio da comunidade local à
cepção. O estudo se deteve
canjuba, piracanjuba e piava.
pesquisa ambiental, o gerente
36
Revista P&D - Projetos Ambientais
Tractebel
do projeto da Tractebel, Sérgio
Um exemplo da gravi-
pescando em área interditada.
Luiz Souza, afirma que a ativi-
dade do quadro é o episódio
Tiveram equipamentos e 15
dade continua a existir, prati-
relatado pela capitã da Polícia
quilos de peixe apreendidos.
cada por pescadores da região.
Ambiental Lucimar Savaris. Em
“Os pescadores foram autuados
Para coibi-la, a Polícia Ambien-
janeiro, próximo à casa de for-
administrativamente e o proce-
tal de Chapecó realiza patru-
ça da Usina Hidrelétrica de Itá,
dimento criminal foi encami-
lhamentos constantes na área.
três pessoas foram flagradas
nhado à Justiça”, diz Lucimar.
.
Divulgação/Tractebel
Implantação do radiotransmissor em um dourado
Tractebel Energia S.A.
Título: Estudo das migrações de peixes a jusante da usina hidrelétrica de Itá com técnicas de biotelemetria
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$ 371.686,00
Entidades executoras: Tractebel e Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce-Universidade Federal de
Santa Catarina (LAPAD/UFSC)
37
Revista P&D - Projetos Ambientais
Copel
Sistema elimina ascarel
de transformadores
Filtros poliméricos permitem redução da
contaminação dos óleos isolantes
Um projeto desenvol-
do produto com o trans-
seguida
vido com materiais polimé-
formador
operação.
dentro do equipamento.
ricos uretânicos pela Copel
O sistema funciona como
“A quantidade de filtros
em
é o mais novo recurso do
devolve-o
para
depende do grau de con-
setor elétrico para reduzir
taminação do óleo, mas
O ascarel é
o nível de ascarel dos óle-
a troca é por engate, fa-
os isolantes. A substância,
adsorvido na
cilitando o procedimento
resultado da mistura de
espuma utilizada
para o operador”, explica
hidrocarbonetos
deriva-
dos de petróleo, era am-
FRPR¿OWURHVHXV
plamente utilizada como
UHVtGXRVVmR
isolante em equipamentos
elétricos,
especialmente
Ana Guimarães, gerente de
Pesquisa e Desenvolvimento da Copel Distribuição.
armazenados para
A
espuma
utilizada
transformadores de po-
SRVWHULRULQFLQHUDomR
como filtro foi sintetiza-
tência. Sua manipulação
em empresas
da a partir de um poliol
especializadas
por reação de halogenação
foi proibida no Brasil em
1981, quando se desco-
quimicamente modificado
briu seus efeitos tóxicos,
(introdução de átomos de
altamente danosos ao am-
uma
um
halogênios) com adição de
biente e à saúde.
bombeamento que circula
átomos de bromo. O asca-
o óleo isolante, levando
rel é adsorvido na espu-
Com o projeto é pos-
o líquido da máquina aos
ma devido à interação dos
sível reduzir a quantidade
filtros uretânicos e em
átomos de bromo da espu-
38
diálise:
opera
Revista P&D - Projetos Ambientais
Copel
ma com os átomos de cloro
A evacuação do asca-
gerar danos irreversíveis
do ascarel. Os resíduos são
rel no ambiente pode cau-
ao sistema nervoso cen-
armazenados para posterior
sar impactos desastrosos,
tral. A eliminação comple-
incineração em empresas es-
como a contaminação do
ta do ascarel só é possível
pecializadas. A tecnologia já
solo e da água. Além de
pela incineração em alto-
está sendo aplicada pela Copel
ser carcinogênico, atacan-
fornos. O procedimento
em dois centros de manuten-
do sobretudo fígado, baço
envolve custos entre R$
ção em Cascavel e Curitiba.
e rins, a substância pode
10 e R$ 20 por quilo de
material a ser incinerado,
valor elevado considerando-se que os equipamentos com alta contamina-
.
ção e todo o material que
entrou em contato com o
óleo deve ser eliminado.
Poliuretano utilizado
FRPR¿OWUR
Divulgação/Copel
Copel - Companhia Paranaense de Energia
7tWXOR'HVHQYROYLPHQWRGHPDWHULDLVSROLPpULFRVXUHWkQLFRVSDUDSXUL¿FDomRRQOLQHGH
transformadores contaminados com ascarel
Ciclo: 2000/2001
Investimento: R$ 726.729,00
Entidade executora: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - LACTEC
Patente: requerida
Glossário
Adsorção:¿[DomRGHPROpFXODV
de uma substância na suérfície
de outra substância.
39
Projetos
Projetos
Energia
Energia
a
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
AES Eletropaulo
Célula a combustível
reforça produção
Tecnologia limpa é alternativa de geração para
pequenas propriedades e cargas isoladas
A Eletropaulo desen-
obtido com a reforma do
tras fontes de biomassa. E o
volveu um modelo compacto
gás natural, etanol e de ou-
oxigênio é retirado do ar. A
célula se destaca pelo baixo
de célula a combustível nãopoluente para geração de
energia, que consegue alimentar até 500 lâmpadas in-
O gerador
alimenta até 500
candescentes de 100W ou 50
lâmpadas
residências pequenas. Após
incandescentes
aperfeiçoamento,
poderá
impacto ambiental.
O protótipo de 50 kW foi
desenvolvido com polímero sólido, tolerante ao CO2. Tem operação e partida rápidas a baixas
ser usada para suprir cargas
de 100W ou
temperaturas. “Nos testes a cé-
isoladas, como propriedades
50 residências
lula alimentou cargas resistivas
pequenas
verificado o funcionamento de
rurais, e também pequenas
cargas, como semáforos, sinalizações, outdoors e bancas de jornal. Outra aplicação possível é na geração
distribuída, realizada junto
ou próxima ao consumidor.
A célula a combustível
geralmente utiliza o hidrogênio como combustível e
o oxigênio como oxidante
para gerar energia, água e
calor. O hidrogênio pode ser
Divulgação/AES Eletropaulo
Stack, o coração da célula
42
como lâmpadas, onde pôde ser
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
AES Eletropaulo
Divulgação/AES Eletropaulo
Modelo completo com célula e sistema inversor
todos os sistemas integrados:
sustentável é um desafio. O
instabilidades. O Brasil, embo-
células, sistema de alimenta-
modelo atual de geração, ba-
ra tenha parque gerador com
ção de hidrogênio e controles
seado em combustíveis fósseis,
pouca participação de com-
eletrônicos”, explica Douglas
não-renováveis, gera poluentes
bustíveis fósseis, tem oportu-
Camargo, engenheiro respon-
atmosféricos, como o dióxido de
nidades de expansão da oferta
sável pelo projeto.
carbono, principal responsável
apenas em áreas muito distan-
pelo efeito estufa, e é depen-
tes dos centros de carga, o que
A busca de alternativas
dente de jazidas concentradas
torna importante investimen-
para a expansão da produção
em poucas regiões do mundo,
tos em energias alternativas,
de energia elétrica de forma
com preços sujeitos a grandes
como células a combustível.
.
AES Eletropaulo - Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A.
Título: Desenvolvimento de células a combustível de polímero sólido (Pemfc Proton Exchange Membrane Fuell Cell) para
aplicação em geração elétrica distribuída
Ciclo: 2000/2001
Investimento: R$ 1.870.436,51
Entidades executoras: Eletrocell e USP
43
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Elektro
Condicionador de Energia
Equipamento da Elektro estabiliza tensão e supre
pequenas interrupções em clientes industriais
As variações de tensão
distúrbios. O equipamento
O equipamento é ba-
de curta duração (VTCDs)
desenvolvido atende espe-
seado em Custom Power
têm sido apontadas como
cificamente clientes indus-
Controllers (CPOWER), mé-
um dos principais fenôme-
triais. Além de eliminar as
todo bastante difundido
nos que afetam a qualidade
VTCDs, ele regula a tensão,
na Europa e nos Estados
da energia elétrica. Consi-
corrige fator de potência, re-
Unidos. Quando há uma
derando a importância do
aliza filtragem ativa de har-
oscilação na tensão, o apa-
problema, a Elektro investiu
mônicos e supre pequenas
relho consegue acertá-la.
em uma tecnologia de pon-
interrupções. Assim, evita
“Seja qual for a alteração
ta para condicionamento da
a paralisação da produção
na entrada, a variação na
energia e compensação de
em fábricas e indústrias.
saída fica em torno de 2%”,
Divulgação/Elektro
44
3HU¿OGDVWHQV}HVGHHQWUDGDHVDtGDGRFRQGLFLRQDGRU
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Elektro
afirma Luis Dias, analista
apenas uma linha de pro-
os funcionários nem per-
de operações da Elektro
dução
ceberam o que aconteceu”.
estava
ativa,
o
e integrante da equipe.
“É o primeiro do gênero
As variações
instalado no Brasil”, diz.
momentâneas de
Funcionando em potência máxima (250 kVA,
em tensão de 380 V), o
aparelho consegue abas-
WHQVmRUHSUHVHQWDP
cerca de 90 % das
reclamações dos
A fonte para o suprimento da energia é proveniente
de
um
motor
que converte rapidamente
energia cinética em elétrica, ou vice-versa. Para isso,
utiliza dispositivos avan-
tecer o cliente por até 13
clientes industriais
çados com base em ele-
segundos de interrupção.
da empresa
trônica de potência. Atual-
“Em um dos testes, uma
.
mente, está instalado em
fábrica ficou sem luz du-
equipamento foi capaz de
uma fábrica da Nestlé, lo-
rante um minuto. Como
gerar energia suficiente e
calizada em Araras (SP).
Divulgação/Elektro
Condicionador converte energia cinética em elétrica, ou vice-versa
Elektro - Elektro Eletricidade e Serviços S.A.
Título: O Impacto de dispositivos eletrônicos de potência na qualidade da energia elétrica.
Ciclo: 2000/2001
Investimento: R$ 1.468.136,00
Entidades executoras: COPPE/UFRJ e Microtran P. System A. Corp.
45
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
RGE
Prevenção digital
Simulador melhora tempo de análise e intervenção
nos sistemas de energia elétrica
A RGE desenvolveu um
mais segurança ao operador, que
sistema gráfico para simular
pode verificar como a rede rea-
condições reais de opera-
girá em cada contingência. Isso
ção, avaliar ações tomadas
diminui o tempo de análise e cor-
pode ser utilizado para o
ou prever efeitos de futuras
reção do problema”, explica Ro-
treinamento dos operado-
drigo Bertani, gerente do projeto.
O
SIMOPER
também
ações de controle a partir
de dados obtidos da superDivulgação/RGE
visão em tempo real ou de
histórico de vários eventos
e cenários, como abertura
e fechamento de linhas de
transmissão, entrada e saída
de carga, perda de interligação e outras situações. O SIMOPER, como foi batizado,
permite reduzir em até seis
vezes o tempo de intervenção sobre as falhas ocorridas durante a operação.
O simulador projeta o comportamento da área eletricamente observável do sistema frente a
inúmeras falhas, como a queda
de uma linha de transmissão. “A
análise criteriosa do SIMOPER dá
Telas da ferramenta SIMOPER
46
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
RGE
res. Como o ambiente gráfico reflete o de operação,
é possível criar uma rotina
de treinamento em que os
técnicos
são
incentivados
a tomar decisões frente a
eventos reais já ocorridos e
analisar o efeito de suas ações.
Pelo processo anterior, a análise das contingências era realizada por
um técnico da área de
controle
separadamente
da operação. Com o SIMOPER, isso é feito simultaneamente e diminui
o tempo de avaliação, assim como o risco de falha
durante
a
intervenção.
A RGE já implementou o
simulador à sua rotina e
obteve melhora nos indicadores de qualidade da
transmissão. Apesar de
ter sido testada em sistemas de transmissão, a
.
ferramenta também pode
ser adaptada aos de distribuição.
Necessidades e vantagens
do sistema
• Prover o simulador de funções que permitam a aquisição de informações do sistema de supervisão, em condições de tempo
real, utilizando o Histórico On-Line do Sistema de Supervisão da RGE (SCADA) e a
base de dados cadastrais, mantendo assim o cenário de simulação sempre ajustado à situação operativa real. Dessa forma,
permite simular condições (passadas, presentes e futuras) e analisar seus efeitos
em termos de carregamento, sobrecarga
HSHU¿VGHWHQVmR&RPLVVRSRGHVHUXWLlizado como um sistema para estudos de
programação da operação e manutenção;
• Desenvolver um conjunto de interfaces grá¿FDVSDUDYLVXDOL]DomRHFRQWUROHGRFHQiULR
de simulação. A interface deve permitir acesso
a todas as informações, funções de operação
em tempo real e controles que estiverem disponíveis no centro de controle da operação;
• Por meio da monitoração e simulação veUL¿FDUDVSRVVLELOLGDGHVGHDWHQGLPHQWRVRE
condições normais e de emergência em regime permanente, levando em conta os limites de nível de tensão e o carregamento
dos transformadores e linhas de transmissão.
RGE - Rio Grande Energia S.A.
Título: Sistema computacional para simulação de cenários operativos em tempo real: SIMOPER.
Ciclo: 2003/2004
Investimento: R$ 309.756,56
Entidades executoras: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/ Rio Grande Energia S.A. e Grupo de
Sistemas de Energia Elétrica – GSEE - PUC-RS
47
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Celtins
P&D é sinônimo de
inovação na Celtins
por Alankardek Ferreira Moreira
Na Companhia de Energia Elétrica do Es-
da e integrada para controle, proteção, medição,
tado do Tocantins (Celtins), a aplicação dos re-
regulação e comando para pequenas centrais
cursos de P&D tem conquistado resultados que
hidráulicas” propiciou a implementação de um
justificam os investimentos. Nos últimos anos,
protótipo que preenche uma lacuna existente
foram desenvolvidos três produtos de bom de-
de um produto economicamente viável na ope-
sempenho e um deles já está sendo considerado
ração de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
para futuros programas de eficiência energética
da concessionária, em função dos bons resulta-
A comercialização de energia elétrica será
dos apresentados na aplicação dos protótipos.
inovada com o projeto “Sistema inteligente para
análise do melhor cenário para a captação de
O primeiro projeto, intitulado “Desenvolvi-
recursos financeiros e recuperação de receitas”,
mento e implementação de soluções tecnológi-
assim que for finalizado o software que está sen-
cas para acionamento em grupo de lâmpadas de
do desenvolvido em parceria com a Elucid, uma
iluminação pública de alta potência com curva
empresa de soluções de informática do Grupo
de redução de consumo” resultou na criação de
Rede. Com ele, será possível a projeção de mer-
um relé economizador de alta eficácia. Instala-
cado num horizonte de curto e longo prazos para
do em uma quadra da capital do Tocantins, seu
receita, arrecadação e fluxo de caixa, trazendo
protótipo possibilitou até 25% de redução de
mais agilidade e precisão de informações essen-
consumo de energia elétrica no local. O proje-
ciais para tomadas de decisão da organização.
to foi desenvolvido em parceria com o Instituto
de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec).
Acreditamos que esses produtos trarão otimi-
.
zação aos processos e proporcionarão benefícios para
Na área de automação, o projeto “Desenvolvimento de uma estrutura totalmente digitaliza-
48
todos os envolvidos, como investidores, trabalhadores
do setor elétrico, clientes e comunidades.
Alankardek Ferreira Moreira é superintendente
comercial da Celtins
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Celtins
Economia de eletricidade
na iluminação pública
Sistema reduz luminosidade em horários de menor
tráfego e propicia diminuição do consumo
Para reduzir o consumo
presença de luz durante a
convencional. Os intervalos
de energia na iluminação pú-
operação desligue o grupo,
para redução do consumo
blica, a Celtins investiu em
situação comum no sistema
são programados conforme
um sistema para ativação
em grupo de lâmpadas com
mecanismos de controle de
luminosidade em horários
pré-programados. O acionamento é local ou remoto e
gera mais luz nos horários
de tráfego intenso e menos
durante a madrugada, o que
propicia economia de eletricidade. O dispositivo possui
também proteções como a
de não-desligamento devido a flashes momentâneos (raios, radares, faróis).
O protótipo opera via
fotocélula. Ela envia sinais ao
sistema de controle eletrônico, que ativa um timer e permite o acionamento do grupo após 30 segundos. Esse
Divulgação/Celtins
mesmo timer impede que a
Protótipo tem proteção contra curto-circuito
49
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Celtins
as especificidades de cada
tendente comercial da Cel-
local do grupo de lâmpadas.
tins,
Alankardek
Ferreira.
Dados da Eletrobrás
mostram que a iluminação
O comando possui ainda sis-
pública no Brasil corres-
tema de proteção contra cur-
ponde a aproximadamente
to-circuito e controle eletrô-
Testes demonstraram
7% da demanda nacional
nico de descarga atmosférica.
XPDUHGXomRGH
e a 3,3% do consumo to-
80% no custo da
país. É o equivalente a
energia elétrica
uma demanda de 2,2 GW
As vantagens são estimadas de acordo com o
tal de energia elétrica do
.
número de lâmpadas e a
e a um consumo de 9,7
potência do grupo instala-
bilhões
do. Os testes comprovaram
de
kWh/ano.
a economia. O consumo de
uma quadra da cidade de
Palmas (TO) apresentou redução significativa ao final
do mês. O custo da energia
com o método convencional
era de R$ 882,58/mês e foi
reduzido a R$ 158,86/mês.
A produção industrial
já está nos planos da empresa. “Temos intenção de
fabricá-lo em larga escala.
Já há interesse de prefeituras pela instalação do
Divulgação/Celtins
produto”, diz o superinO bastidor protótipo em campo
Celtins - Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins
Título: Desenvolvimento e implementação de soluções tecnológicas para acionamento em grupo de lâmpadas de iluminação pública de alta potência com curva de redução de consumo.
Ciclo: 2000/2001
Investimento: R$ 592.883,42
Entidades executoras: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC, Centro Politécnico da UFPR, unidade
ALEN/UTMI – Unidade de Microeletrônica e Eletrônica de Potência
Patente: requerida
50
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Cemig
Crescimento e
Inovação
por Djalma Bastos
Está comprovado: as empresas que investem em
Os programas anuais de P&D têm contribuído para
pesquisa e desenvolvimento apresentam resultados
criar um ambiente favorável à inovação tecnológica e à sua
substancialmente melhores que as demais e são mais
utilização pelo setor industrial. Direcionam as necessidades
competitivas, evidenciando uma relação positiva en-
e oportunidades para alavancar projetos concretos em te-
tre progresso tecnológico e crescimento econômico.
mas e áreas sinérgicos às diretrizes e estratégias empresariais, bem como às necessidades do setor. Isso contribui
O mundo empresarial tem convivido com um
para aumentar o lucro das empresas e a riqueza da nação.
processo de acelerada inovação, que influencia diretamente - pelo uso contínuo de novas tecnologias - o
Além disso, as atividades de P&D sob a coordenação
crescimento das empresas e a excelência de suas ope-
da ANEEL contemplam integralmente as parcerias entre as
rações. É uma realidade que exige das organizações
universidades e centros de pesquisas - onde se produz o co-
decisões ágeis sobre quais tecnologias utilizar, quais
nhecimento - com as empresas privadas – que são os poten-
desenvolver internamente ou quais obter de fornece-
ciais fabricantes dos produtos gerados. É o que nos permitirá,
dores externos. Nesse contexto, as empresas do setor,
muito em breve, ver traduzidos os resultados desses projetos
por meio dos projetos de Pesquisa e Desenvolvimen-
em novas invenções e patentes, contribuindo para o cresci-
to, vêm apoiando os esforços com foco em inovação
mento econômico do país pela via da inovação tecnológica.
tecnológica. Desenvolvem novas alternativas para geração, transmissão e distribuição de energia e estimulam as atividades de criação de conhecimentos.
A Cemig é uma empresa que faz uso intensivo da tecnologia, aplicando sua experiência para desenvolver ou adaptar
as soluções mais eficazes e avançadas às suas necessidades. Tem
Informações, imagens e dados dos programas
sido pioneira em desenvolvimento tecnológico e em pesquisa
anuais de pesquisa e desenvolvimento tecnológi-
aplicada. E tem estimulado cada vez mais – com seus programas
co das várias concessionárias constituem exemplos
anuais de pesquisa e desenvolvimento – a criatividade, assim
concretos de mudanças bem-sucedidas em práticas
como otimizado recursos e resultados. Dessa forma, sempre afi-
tradicionais, pois otimizam os processos operacionais
nada com as melhores práticas ambientais e tecnológicas, vem
das empresas, reduzindo custos e oferecendo ao con-
cumprindo de maneira eficiente seu papel de gerar crescimento
sumidor uma energia de melhor qualidade.
econômico para seus acionistas e para toda a sociedade.
.
Djalma Bastos é presidente da Cemig
51
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Cemig
Geração limpa
Nova célula a combustível produz energia
não-poluente e isenta de ruídos
A Cemig desenvolveu um
a operação de um laboratório
lidade técnica da produção. O
programa de produção de hi-
experimental, o protótipo de
domínio da tecnologia permitiu
drogênio e células a combus-
polímero condutor iônico e
à empresa produzi-lo em pe-
tível capazes de gerar energia
um outro de óxido sólido.
quena escala a partir da água,
não-poluente e isenta de ruí-
por meio de eletrólise. Nessa
dos. São quatro projetos inte-
Os primeiros estudos do
fase, também foi projetada a
grados, que englobam a gera-
hidrogênio como combustível
construção do Laboratório Ex-
ção de hidrogênio eletrolítico,
das células apontaram a viabi-
perimental de Hidrogênio, que
Divulgação/Cemig
A célula
desenvolvida
52
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Cemig
funciona na Usina Térmica de
(Citenel), em Brasília. Os mo-
so possibilita eliminar a etapa
Igarapé, em Juatuba (MG). O
delos foram construídos com
de produção de hidrogênio fora
local é usado como “vetor ener-
tecnologia nacional e são os
da célula, o que facilita o uso do
gético”, onde os testes com o
primeiros registros de célula a
combustível”, explica José Hen-
combustível são realizados.
combustível na América Latina,
rique Diniz, superintendente de
de acordo com o Departamento
Tecnologia e Alternativas Ener-
de Energia dos Estados Unidos.
géticas da Cemig. Entretanto, a
Em um segundo projeto, a
empresa desenvolveu a tecnolo-
empresa já produz hidrogênio
gia para a utilização do hidro-
Esse projeto engloba tam-
gênio. O resultado foi a criação
bém um outro modelo a etanol
de dois protótipos de célula a
direto, que está em teste, mas
Diniz acredita que o ál-
combustível de polímero con-
ainda é inviável e precisa de me-
cool seja, a longo prazo, o in-
dutor iônico – uma de 500 W e
lhora em seu tempo de vida útil.
sumo ideal para a obtenção
outra de 1 kW – que foram lan-
“Nesse tipo de célula, o hidro-
do hidrogênio que abastece
çados em 2001 e apresentados
gênio é retirado diretamente de
as células, pois é renovável,
no 1º Congresso de Inovação
uma mistura de etanol e água,
de fácil suprimento e tem
Tecnológica em Energia Elétrica
sem reforma externa. O proces-
um custo menos elevado.
a partir da reforma do etanol.
Divulgação/Cemig
53
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Cemig
estabilizado com ítria) é usado
No momento, a pesquisa
como eletrólito. Esse tipo de ma-
está na fase de produção dos
Uma outra pesquisa sobre
terial permite que a célula gere
compostos. O passo seguinte é
célula a combustível de óxido só-
calor e energia, com resistência
desenvolver uma célula unitá-
lido também está sendo realizada
para trabalhar com temperaturas
ria e, em seguida, protótipos de
pela Cemig. No projeto, um com-
de até 1000ºC. Para esse modelo, a
50 W e 1 kW, que deverão estar
posto cerâmico (óxido de zircônio
fonte de hidrogênio é o gás natural.
prontos até o fim deste ano.
Próxima etapa
Como funciona
e de outras fontes de biomassa. O
oxigênio é retirado do ar.
A célula a combustível funciona
As células a combustível se des-
como uma espécie de pilha e geral-
tacam pelo baixo impacto ambiental e
mente utiliza o hidrogênio como com-
redução significativa de ruídos. São
bustível e o oxigênio como oxidante
compactas e de fácil manutenção. Po-
para gerar energia, vapor de água e
dem ser usadas em residências, pe-
calor. O hidrogênio pode ser obtido
quenas e médias empresas, hospitais
com a reforma do gás natural, etanol
e repartições públicas, entre outros.
Cemig - Cemig Geração e Transmissão S.A.
Título: Programa de Hidrogênio e Células a Combustível
Investimento total: R$ 7.888.000,00
Patente: em fase de requisição
54
.
5HYLVWD3'3URMHWRVGH(QHUJLD)RQWH$OWHUQDWLYD5HGXomRGR&RQVXPRH(¿FLrQFLD
Enersul
Aterramento seguro
Protótipo auxilia medição e avaliação
de malhas das subestações
A Enersul pesquisou uma
A avaliação da malha de terra
to. E propôs o desenvolvimento de
nova metodologia para avaliação
indica se ela ainda se encontra em seu
pesquisas e textos, o que levou à
de malhas de terras de subesta-
estado original de projeto ou se está em
criação da Comissão de Estudos de
ções e construiu um protótipo
processo de alteração que possa com-
Aterramento, vinculada ao Comitê
para realizar a medição dos ele-
prometer seus componentes elétricos
Brasileiro de Eletricidade (COBEI).
mentos necessários à atividade. O
ou a segurança de seus operadores e
objetivo foi aperfeiçoar as técni-
instalações vizinhas. Pela metodologia
cas existentes para medir outros
da Enersul, essa avaliação é realizada
fatores além da resistência, como
de modo mais completo e engloba
a impedância, sem necessida-
todos os componentes que pos-
de de desernegizar a subestação.
sam afetar o desempenho da malha.
Já adicionado à operação
Em uma ação mais ampla,
da empresa, a expectativa agora
a empresa mobilizou os agentes
é que o método reduza os custos
do setor elétrico acerca do assun-
reais de perda de suprimento e
gere ganho operacional nos programas de manutenção ao evitar,
por exemplo, o deslocamento de
subestações móveis aos locais de
medições. O sistema de avaliação
.
O funcionamento
O protótipo opera com uma corrente elétrica, gerada em diversas freqüências. Ela é injetada
entre o sistema de aterramento e
um eletrodo de terra auxiliar para
medir diferenças de potenciais
em pontos do solo de suas proximidades. Os dados passam por
um software dotado de interfaFH JUi¿FD SDUD
receber, processar, armazenar
e apresentar os
resultados.
também melhora os índices de
qualidade, pois possibilita inspeDivulgação/Enersul
ção sem interrupção de energia.
Painel do medidor desenvolvido
Enersul - Empresa Energética de Mato
Grosso do Sul S.A.
Título: Medição de malhas de aterramento de subestações energizadas
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$ 289.079,64
Entidades executoras: Fundação Paulista de Tecnologia e Educação – FPTE
Glossário
Impedância: 4XRFLHQWHHQWUHDDPSOLWXGHGHXPDWHQVmRDOWHUQDGDH
a amplitude da corrente que ela provoca em um circuito.
Aterramento: acoplamento permanente de partes metálicas para
formar um caminho condutor de eletricidade, garantir a continuidade
55
HOpWULFDHDVHJXUDQoDGDLQVWDODomRHOpWULFD
Projetos
Projetos
qualidade
qualidade
devida
vida
de
segurança
segurança
notrabalho
trabalho
no
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
Cataguazes - Leopoldina
Controle digital
Detector localiza faltas na rede elétrica e reduz tempo
e custos com inspeções visuais
Um
detector
“Tradicionalmente, a
com inspeção visual das
Cataguazes
localização do ponto onde
equipes de eletricistas ao
é capaz de identificar
houve uma falta é feita
longo da rede, às vezes
remoto
novo
da
com precisão e rapidez
o ponto da rede elétrica
onde ocorreu uma falta, incidente que provoca o desligamento total
ou
parcial
de
circui-
tos de distribuição ou
transmissão de energia.
O equipamento permite a redução do tempo
de restabelecimento no
fornecimento e dos custos de manutenção.
A s f a l t a s g e r a l me n t e
são pr o v o c a d as p o r c u r to s-ci r c u i t o s r e s u l t a n t es
do
r o mp i men t o d e u m
o u m a i s c o n d u t o r e s, d e vido a descargas atmosférica s, p i p as, g al h o s d e
árvo re s o u q u a l q u e r o u tro
o b j et o q u e s e c h o -
q ue e ve n t u a l me n t e c o n s
ze
tra a r e d e el ét r i c a.
ua
a
C
o/
58
g
ul
iv
D
ã
aç
g
ta
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
Cataguazes - Leopoldina
por dezenas de quilôme-
tro de Operação da Distri-
à equipe de manutenção
tros, com chuva e durante
buição (COD), que informa
onde ocorreu o proble-
a noite. Em alguns casos,
ma. “Nos pontos em que
o contato de consumido-
“Com o sistema,
o sistema já foi instalado,
res no call center da em-
KRXYHUHGXomRGH
houve redução de cerca de
presa auxilia a identifi-
30% no tempo de resta-
cação”, explica Sebastião
cerca de 30%
Soares,
no tempo de
coordenador
da
Divisão de Engenharia da
Cataguazes.
restabelecimento
de energia”
passa a ser feita no Cen-
O equipamento possui sensores de campos
elétrico e magnético. Em
caso de variações devi-
A partir da instalação
do detector, a localização
belecimento”, diz Soares.
6HEDVWLmR6RDUHV
FRRUGHQDGRUGD'LYLVmRGH
Engenharia da Cataguazes
do a faltas, são enviados
dados por ondas de rádio sobre a situação da
rede no ponto em que o
detector está instalado,
se há falta de energia no
.
local ou se os valores dos
campos estão acima ou
Divulgação/Cataguazes
abaixo dos esperados.
Protótipos instalados
em campo para testes
Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina
7tWXORGRSURMHWR6LVWHPDSDUDUHGXomRGRWHPSRGHLQWHUUXSomRDWUDYpVGDLGHQWL¿FDomRHORFDOL]DomRSRQWXDOGHIDOWDHPUHGH
de distribuição com monitoramento em tempo real e comunicação full-duplex com a central de controle da concessionária.
Ciclo:2001/2002
Investimento: R$ 864.555,20
Entidade executora: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
59
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
CPFL Energia
Segurança e Agilidade
Elevadores da CPFL melhoram a qualidade
do trabalho de seus eletricistas
A CPFL criou uma plataforma de elevação com técnicas
robóticas e de automação que
O que é Robótica?
proporciona maior segurança
e agilidade ao trabalho de eletricistas que operam em redes
de distribuição. O sistema é
acionado remotamente e deve
substituir a escada, poupando
cerca de 1.500 profissionais de
esforços repetitivos.
A empresa já testou com
sucesso o primeiro protótipo. Os
ensaios preliminares foram feitos
dentro da própria CPFL e tiveram
a participação efetiva dos eletricistas, que apresentaram propostas para melhorar o desempenho
do equipamento. “Além da elevação, eles sugeriram que o sistema
fosse giratório e oferecesse a possibilidade de inclinação”, afirma
Ronaldo Roncolatto, gerente da
Divisão de Engenharia de Manutenção e coordenador do projeto.
60
Robótica é uma área multidisciplinar que
busca o desenvolvimento e a integração
de técnicas e algoritmos para a criação
e utilização de robôs em sistemas automáticos. Por meio desses sistemas, os
mecanismos controlam seu próprio funcionamento, quase sem interferência do
homem. Envolve conhecimentos em engenharia mecânica, engenharia elétrica e
LQWHOLJrQFLD DUWL¿FLDO HQWUH RXWUDV iUHDV
A robótica é muito útil para possibilitar a
execução de atividades em lugares onde a
presença humana se torna difícil, arriscada
ou até mesmo impossível. Nesses casos,
os dispositivos permitem a realização dessas atividades sem desconforto para o homem ou risco à vida. Atualmente, há robôs
que prestam serviços em diversas atividades, como as de desarmar bombas, fazer
SHVTXLVDVFLHQWt¿FDVHDWXDUHPHPSUHVDV
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
CPFL Energia
As sugestões foram in-
ceptividade entre os eletri-
tão executando tarefas que
corporadas e a empresa está
cistas foi muito boa”, garan-
não têm relação com suas
desenvolvendo um segun-
te Roncolatto. “Quando eles
atividades. Eles percebem
do modelo, que deve ficar
tiram a escada do veículo, a
que o sistema vai facilitar o
pronto em dezembro. “A re-
erguem e a posicionam, es-
trabalho deles”, explica.
%HQHItFLRV GD DXWRPDomR
Divulgação/CPFL
.
Unidade móvel
para automação
A automação possibilita grandes ganhos
de produtividade no trabalho, uniformiza
a produção e elimina perdas. Também
UHGX]VLJQL¿FDWLYDPHQWHRVWHPSRVPRUtos, já que a máquina pode funcionar
durante um período bastante superior
ao que o ser humano pode suportar.
3HUPLWHDLQGDÀH[LELOLGDGHQRSURFHVVR
de produção conforme as tendências do
mercado, o que evita estoques de produtos invendáveis. Essas características evitam escassez ou desperdício e
proporcionam melhor qualidade de vida
Divulgação/CPFL
e de produção, aliada a um menor esforço. A automação possibilita redirecionar
as habilidades humanas para atividades
de maior valor agregado e que demandam o que somente o homem pode fazer.
Manutenção
com o equipamento
CPFL Energia - Companhia Paulista de Força e Luz
Título: Robótica aplicada à melhoria de processos de linha de frente
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$ 1.307.200,00 (total do projeto em três anos)
Entidade executora: USP
Patente: em fase de elaboração de requisição
61
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
CTEEP
Eficiência em busca
da modicidade tarifária
por Sidnei Martini
Durante muito tempo, o conceito de Pes-
tados se materializarem, é fundamental que a alta ad-
quisa e Desenvolvimento esteve reduzido à ótica
ministração das empresas do setor elétrico capitaneie
de uma atividade de experimentação descompro-
o processo, envolvendo-se intensamente no assunto,
missada e mantida pelo entusiasmo de alguns
assim como se envolve com os demais temas que di-
profissionais, que viviam em busca de recursos
zem respeito à perenidade e ao futuro da empresa.
para implementar soluções idealizadas, sob seus
respectivos pontos de vista.
É preciso que a inovação tecnológica permeie
todos os níveis do setor elétrico brasileiro com a im-
Ao ser concebido o “Novo Modelo do Setor
portância devida, reconhecendo-se que há um for-
Elétrico”, a P&D foi incluída como forma de bus-
tíssimo valor estratégico em desenvolvermos nossas
car a eficiência nesse novo ambiente, privilegian-
próprias soluções, adaptadas ao nosso sistema, às
do a otimização e a produtividade como insumos
nossas empresas, aos nossos profissionais. Não há
na busca da modicidade tarifária, transferindo ao
país que tenha se desenvolvido e ganho respeito in-
consumidor final o menor preço e a máxima satis-
ternacional sem ter elaborado um sério e competen-
fação. Se esse assunto foi novo para as concessio-
te programa de P&D nas áreas em que se destacou.
nárias de energia elétrica, ele foi igualmente novo
para a ANEEL. Mesmo para as entidades universi-
Com a transparência cada vez maior de to-
tárias e de pesquisa, foi caracterizada uma nova
dos os processos no setor, os resultados dos in-
situação, pois passaram a interagir mais intensa-
vestimentos em P&D serão cada vez mais exigidos,
mente com as concessionárias de energia elétrica.
pois representam investimentos feitos em nome
do cidadão comum, que consome energia elétrica
Todo esse novo contexto de pesquisa e os esfor-
e deseja ver esses investimentos frutificarem em
ços decorrentes só terão sentido se os resultados obti-
seu benefício. Como tal, somente resultados inova-
dos efetivamente contribuírem para o fortalecimento
dores que maximizem valor e sejam geradores de
empresarial, nos aspectos administrativo, financeiro e
transformações para a sociedade poderão justificar
técnico, produzindo resultados práticos. Para os resul-
a importância e a efetividade dos ciclos de P&D.
62
Sidnei Martini é presidente da CTEEP
.
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
CTEEP
Inspeção robotizada
Autômato checa linhas de transmissão e corrige problemas
Um robô que se deslo-
ção desse processo, o que
integridade física e mecâni-
ca ao longo do cabo guarda
resulta em menores custos
ca, seus defeitos e indica a
é a nova aposta da CTEEP
e riscos aos técnicos.
necessidade de manutenção
para inspeção em linhas
emergencial ou programa-
de transmissão e correção
O robô é capaz de fa-
da. Dotado de um sistema
de eventuais problemas. O
zer uma inspeção detalha-
de transposição de torres
projeto segue uma tendên-
da em cabo guarda com ou
que lhe confere autonomia,
cia mundial de automatiza-
sem fibra ótica, verifica sua
o equipamento também reDivulgação/CTEEP
63
Robô em linha de transmissão
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
CTEEP
Divulgação/CTEEP
aliza a inspeção visual dos
cabos condutores, espaçadores, isoladores, vegetação
sob a linha (incluindo assoreamento na base) e instalação ou retirada de esferas
de sinalização aérea, sem
necessidade de desligamento da linha de transmissão.
As imagens captadas
são transmitidas via rádio a
uma base de operações em
Aparelho examina cabo
solo, onde um operador avalia os cabos em um monitor
O robô faz uma
de notebook. O computador é
LQVSHomRGHWDOKDGD
responsável pela recepção de
dados e envio de comandos
ao autômato.
• Inspeção e instalação
de três esferas de sinalização
aérea em Bertioga, no tre-
no cabo guarda,
cho da linha de transmissão
YHUL¿FDVXD
Santo Ângelo/Bertioga sobre
a rodovia Guarujá/Bertioga.
Na seqüência do desenvolvimento do projeto, no ciclo de 2002/2003, o aparelho
ganhou ainda a capacidade
integridade física e
mecânica e indica
a necessidade de
de fazer reparos e emendas
PDQXWHQomR
em cabos danificados e um
emergencial ou
sistema
automático
• Inspeção no trecho da
linha de transmissão BauruEmbu Guaçu, em oito vãos para
detecção de problemas no cabo
guarda, a pedido da Pirelli.
para
programada
identificação de falhas.
• Inspeção em esfera
.
de sinalização aérea na linha
O
equipamento
está
na regional de Bauru (SP) e
tem sido utilizado em várias
de transmissão São José dos
operações. Entre elas:
Campos/Taubaté.
CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista
Título do projeto: Sistema de serviços em linhas de transmissão (SSL) / Manutenção robotizada de cabos guarda
Ciclo: 2001-2002 / 2002-2003
Investimento: R$ 199.700,00 / R$ 298.800,00
Entidade executora: EPUSP – Escola Politécnica da USP
Patente: requerida
64
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
CTEEP
Ferramentas mais leves
facilitam trabalho
Equipamento agiliza troca de isoladores
e ferragens em linhas de transmissão e evita
esforços excessivos dos funcionários
Trocar
isoladores
e
mento hidráulico bem mais
e minibomba hidráulicos
ferragens em linhas de
leve que as talhas e ca-
pesa 12kg. O sistema evita
transmissão
tornou
tracas atuais. Enquanto as
esforços repetitivos e pos-
mais fácil para os eletri-
ferramentas existentes têm
sui blindagem para cam-
cistas da CTEEP. A empresa
em torno de 30kg, o mode-
pos eletromagnéticos, com
desenvolveu um equipa-
lo composto por cilindros
carcaça em alumínio e aço.
se
Divulgação/CTEEP
Cilindros e minibomba hidráulica
65
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
CTEEP
Segundo Olga Maffei,
O
protótipo
conta
outro para controle de en-
coordenadora do programa
ainda com um cilindro
chimento. O equipamento
de P&D da CTEEP, não há ca-
dotado
foi testado em Belo Hori-
de
um
sistema
sos de acidentes ou doenças
zonte, Ribeirão Preto (SP)
por esforços repetitivos que
O sistema, composto
e no Bairro do Limão, em
tenham levado os eletricis-
por cilindros e
São Paulo. “Os resultados
tas da empresa a pedirem
afastamento. “A motivação
do projeto foi melhorar a
qualidade de vida dos trabalhadores, pois o equipamento de manutenção
utilizado
hoje
é
muito
minibomba
hidráulicos, pesa
apenas 12 kg.
Os eletricistas da regional
de São Paulo (Limão) gostaram tanto que ele não
saiu mais de lá”, diz Olga.
O convencional
A CTEEP está realizando
chega a 30kg
um estudo da quantida-
grande e pesado”, explica.
Além do peso menor, a
foram muito animadores.
.
de de aparelhos necesde válvulas de segurança
sários para as regionais
contra retorno de óleo, e
de Cabreúva e Bauru.
minibomba tem blindagem
eletromagnética. As existentes no mercado são feitas de
plástico, o que inviabiliza o
uso em regiões de campo eletromagnético elevado, como
no caso de linhas de transmissão e subestações. A ação
do campo também pode danificar equipamentos eletrônicos. Por isso o acionamento da minibomba é manual.
Divulgação/CTEEP
Acionamento do cilindro por minibomba hidráulica
CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista
Título do projeto: Desenvolvimento de ferramentas de acionamento hidráulico para troca de isoladores e ferragens em linhas de transmissão.
Ciclo: 2001/2002
Investimento: R$ 70.000,00
Entidades executoras: CTEEP, Guimmy Industrial Ltda e Ritz do Brasil
Patente: requerida
66
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
Celpe
Alta tensão
Pesquisa aponta grande incidência de acidentes por choque
elétrico em Pernambuco e leva à elaboração
de campanha de conscientização
elpe
ação/C
Divulg
A cada três dias ocor-
A conces-
re um acidente fatal en-
sionária
volvendo choque elétrico
tificou as áreas
em Pernambuco, segundo
mais afetadas e
relatórios da Secretaria
propôs
de Saúde do Estado (SES-
preventivas
PE). Esses números alar-
to às comunidades,
maram as autoridades e
sobretudo as mais
motivaram uma pesquisa
carentes. Utilizou como
da Celpe sobre impactos
amostra a região metro-
do uso indevido da rede
politana do Recife, consi-
de distribuição de energia
derada a mais suscetível a
pela população.
incidentes com eletricidade.
iden-
medidas
jun-
Divulgação/Celpe
67
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
Celpe
Divulgação/Celpe
Foram realizados mapeamentos
dos
acidentes
ocorridos nas redes de
distribuição e nas residências. As principais causas
identificadas foram: negligência, imprudência ou
imperícia do acidentado,
falhas na rede, desconhecimento dos perigos da
eletricidade e falhas pro-
7 em Paulista, o que repre-
pesquisa que alertou para o
vocadas por terceiros. As
senta 68% dos acidentes na
índice de uma ocorrência fatal a cada três dias no estado.
localidades mais afetadas
foram Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Recife.
Os dados foram fornecidos pela SES-PE. Os casos
levantados ocorreram entre
1996 e 2001. Do total de 94
A cada três dias
Os acidentes ocorrem
ocorre um acidente
com mais freqüência entre
fatal envolvendo
pessoas na faixa de 0 a 30
choque elétrico em
Pernambuco
anos. As crianças de 0 a 10
anos respondem por 21%
e são as mais atingidas. “A
renda familiar do grupo
analisados, 47 aconteceram
na cidade do Recife, 10 em
Região Metropolitana do
mais afetado varia de 1 a
Jaboatão dos Guararapes e
Recife no período. Foi essa
5 salários mínimos, o que
Divulgação/Celpe
68
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
Celpe
pode justificar a má con-
panha para educar a po-
reuniões e palestras na
servação das instalações
pulação sobre os perigos
comunidade, escolas e
elétricas e dos eletrodo-
da rede de distribuição e
empresas. A distribuido-
mésticos encontrados nas
os cuidados no uso dos
ra também treinou fun-
residências” diz Adriana
aparelhos eletrônicos e
cionários
Brasileiro,
instalações elétricas do-
as
miciliares. A l é m d e d i v u l -
os riscos no manuseio
gar local e nacionalmen-
e contato com os equi-
te os dados do estudo, a
pamentos da rede, espe-
quisa foram utilizados na
Celpe
cialmente aqueles próxi-
elaboração de uma cam-
l h a s e c a r t a z e s, r e a l i z o u
coordenadora
de P&D da Celpe.
Os resultados da pes-
distribuiu
carti-
para
alertar
comunidades
sobre
mos às subestações.
.
Divulgação/Celpe
Celpe - Companhia Energética de Pernanbuco
Título: Estudo das externalidades na atividade de distribuição de energia elétrica, relacionadas aos acidentes com terceiros (público em geral), na Região Metropolitana do Recife
Ciclo: 2001/2002
Entidade Executora: Universidade Federal de Pernambuco
Investimento: R$ 124.359,09
69
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
Copel
Barragem segura
Metodologia da Copel usa auscultação geodésica
para monitorar estruturas
A Copel investiu na auscul-
nitorados interna e externamente
“A análise global fornece
tação geodésica para fortalecer a
à barragem como uma estrutura
subsídios sobre o comportamento
segurança na Usina Hidrelétrica de
única, ao contrário da instrumen-
da estrutura e permite aos técni-
Salto Caxias, no Paraná, e auxiliar
tação tradicional com pêndulos e
cos a adoção de procedimentos
a construção de uma metodolo-
extensômetros, que mede deslo-
para minimizar as conseqüências
gia de controle e manutenção das
camentos horizontais e verticais
de um possível deslocamento”,
barragens das usinas da empresa.
em relação a pontos de referência
explica Marcos Soares, geren-
A vantagem principal da ausculta-
instalados em profundidade na es-
te do projeto. O monitoramento
ção é permitir a análise de deslo-
trutura da barragem, possibilitan-
geodésico verifica a variação das
camentos de todos os pontos mo-
do apenas uma checagem relativa.
coordenadas de um conjunto
Divulgação/Copel
Salto Caxias, com localização dos pontos de medição
70
Revista P&D - Projetos de Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho
Copel
de pontos em um tempo defini-
Na Copel foi implantada uma
A Usina de Salto Ca-
do apontando se houve desvio.
rede de monitoramento a jusante
xias está localizada entre os
do reservatório, formada por seis
municípios de Capitão Leôni-
O uso da auscultação geo-
pilares de concreto embutidos nas
das Marques e Nova Prata do
désica é comum na engenharia
rochas que compõem a barragem.
Iguaçu, no Paraná. Com 1.240
civil e na cartografia. Ela é com-
A rede realiza o monitoramento
megawatts de potência insta-
posta de um conjunto de técnicas
externo do muro que forma a es-
lada, é a terceira maior central
que identifica níveis de altitude,
trutura e também do seu interior. A
geradora operada pela Copel.
medições do terreno na hori-
empresa equipou a barragem com
A barragem tem 1.100 me-
zontal e valores de gravidade em
os instrumentos necessários para
tros de comprimento e altura
diferentes pontos. Com o uso do
fazer as medições (medidores trior-
média de 67 metros. Algumas
GPS (Global Positioning System),
togonais, pêndulos, psicômetros,
das tecnologias aperfeiçoa-
obtém via satélite o posiciona-
clinômetros e anereóide) e realizar
das no projeto também estão
mento exato de um determina-
o monitoramento com regularida-
sendo utilizadas na constru-
do ponto na estrutura. Assim, é
de, comparando as medidas regis-
ção da Usina Hidrelétrica de
possível verificar e acompanhar
tradas entre uma inspeção e outra.
Fundão, no rio Jordão (PR).
deslocamentos e deformações
.
nas obras de construção civil.
Dados de 2002 do Ministério da Integração Nacional
indicam que as barragens são
obras de elevado potencial de
risco devido à possibilidade de
eventual colapso, o que provocaria danos catastróficos para
a estrutura da construção, ao
meio ambiente e à vida humana.
Divulgação/Copel
Medição na barragem
Glossário
Clinômetro: Também chamado Inclinômetro, ou Nível Angular, é um aparelho usado para medir o ângulo entre um plano inclinado e o plano horizontal
ou entre uma linha inclinada e o plano horizontal.
Medidores Triortogonais: UHDOL]DDPHGLomRGRVWUrVFRPSRQHQWHVGLIHUHQFLDLVGREORFRDEHUWXUDHIHFKDPHQWRGHMXQWDUHFDOTXHGLIHUHQFLDO
entre blocos e deslizamento horizontal entre blocos.
Psicômetros e Aneróides:LQVWUXPHQWRVXWLOL]DGRVSDUDPHGLUWHPSHUDWXUDHSUHVVmR
3rQGXORmede deslocamentos horizontais.
Copel - Companhia Paranaense de Energia
Título: Integração da auscultação geodésica com a instrumentação de controle e segurança da barragem de Salto Caxias
Ciclo: 2002/2003, 2003/2004, 2004/2005
Investimento: R$ 624.319,34
71
Entidade Executora: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC
projetos
projetos
tecnológicos
tecnológicos
s
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
CEB
Periscópio eletrônico
Aparelho inspeciona linhas aéreas e
subterrâneas da rede de distribuição
Divulgação/CEB
A CEB desenvolveu um
periscópio eletrônico para
verificar as instalações de cabos aéreos e subterrâneos de
alta e média tensão, de forma
remota e segura. “O equipamento facilita o trabalho de
inspeção, aumenta a segurança física do operador e a
produtividade da equipe”, diz
Edival Demétrio, gerente do
projeto. Em razão da particularidade da demanda, foram
construídos
dois
modelos,
um destinado às inspeções
de redes aéreas e outro para
as de linhas subterrâneas.
O periscópio para inspeções aéreas é composto por
dois conjuntos: o de captura
de imagem e o de visualização. O primeiro é formado
pelas partes eletrônicas e
mecânicas, responsáveis pela
captação e tratamento da
imagem e sua transmissão.
Conjunto de captura de imagem
74
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
CEB
Divulgação/CEB
É montado na extremidade de um bastão (haste) telescópico, construído
com material isolante, com
nível de isolação que permite a segurança de manuseio junto a redes de 13,8
kV, e comandado por um
sistema de controle remoto.
Já o conjunto de visualização, constituído pelo
monitor e interface para
controlar a câmera, disponibiliza a imagem para os técnicos. O monitor é alojado
sobre o tórax do operador.
Para o modelo de inspeção das instalações subterrâneas, identificou-se a
necessidade
de
empregar
uma câmera com mais recursos
e,
principalmente,
iluminação artificial auxiliar.
O manuseio do operador é
Conjunto de visualização
limitado à entrada de poços
.
subterrâneos, por isso a câ-
por controle remoto) e mo-
(pan-tilt). As imagens po-
mera precisa do recurso de
vimentação na horizontal e
dem ser gravadas em forma-
zoom motorizado (acionado
vertical em baixa velocidade
to digital ou analógico.
CEB - Companhia Energética de Brasília
Título: Periscópio eletrônico para auxílio a inspeções de instalações elétricas subterrâneas e Aéreas
Ciclo: 2001/2002
Investimento: R$ 101.365,00
Entidades Executoras: CEB e Finatec
75
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
CTEEP
Contra a maresia
Excesso de corrosão de peças em instalações no litoral
leva CTEEP a desenvolver isolador antipoluição
O alto custo com a tro-
rodinâmica diferenciada que
mia de 30% a 50% nos gastos
ca de isoladores corroídos
dificulta o acúmulo de sal
com trocas nos trechos litorâ-
pela maresia levou a CTEEP
em sua superfície.
neos – considerando-se itens
a desenvolver um novo tipo
como manutenção, duplica-
de isolador antipoluição, de
Com os novos isoladores,
ção da vida útil do aparelho
perfil aberto e com uma ae-
a empresa estima uma econo-
e a espessura de zincagem.
Isolador antipoluição
GHSHU¿ODEHUWR
76
Divulgação/CTEEP
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
CTEEP
Pa r a s e t e r u m a i d é i a
da dimensão do proble-
dos novos padrões de
missão de 138 kV EMG-PER
cadeias
(Embu-Guaçu – Peruíbe),
de
isoladores.
ma, a CTEEP tem substi-
por um ano. Após os testes,
tuído, anualmente, cerca
Foram projetados nove
selecionou-se o mais apro-
de 7.000 isoladores de-
desenhos diferentes e três
priado, e dez protótipos
vido à corrosão precoce
nas linhas de transmissão do litoral. Isso resulta em custos elevados de
substituição e manutenção.
A corrosão decor-
dele ainda permanecem em
A CTEEP prevê
funcionamento na linha.
economia de 30%
O
e q u i p a m e n t o s,
que facilmente acumulam maresia em suas fer-
com trocas –
tem aplicação mundial,
uma vez que problemas
considerando-se
similares são observa-
PDQXWHQomR
dos em outros países.
ragens pela falta de ven-
GXSOLFDomRGDYLGD
tilação. A conseqüência
útil do aparelho
é uma durabilidade baix a , d e 8 a 10 a n o s . A e x pectativa é que os novos
A corrosão
e espessura
A
Pa r a o d e s e n v o l v i mento
do
foram
feitas
ocor-
na superfície do isolador,
os
inclusive nas partes me-
mais adequados. A empre-
tálicas. O s a l , a l i a d o à
sa confeccionou 30 pro-
névoa acumulada entre
foram
considerados
a saia e a campânula,
dispositivo,
análises
Sete mil isoladores
das vantagens do uso do
VmRVXEVWLWXtGRV
esmalte
corrosão
re pela deposição do sal
de zincagem
isoladores tenham vida
útil de 16 a 20 anos.
desen-
volvido nessa pesquisa
re do perfil inadequado
desses
isolador
a 50% em gastos
semicondutivo,
proporciona
uma
alta
corrente de fuga. Essa
corrente gera descargas
estudos de perfis exis-
pela empresa
na superfície da peça,
tentes e simulações de
todos os anos
que causam a formação
CFD (Análise Computa-
de ozônio. Este, combi-
cional de Fluidodinâmi-
GHYLGRjFRUURVmR
nado ao nitrogênio do
ca e de campo elétrico
precoce
a r, f o r m a o á c i d o n í t r i co, poluente que acele-
por elementos finitos),
além
de
nômica
eco-
tótipos de cada um e os
ra a corrosão. Quanto
definição
instalou na linha de trans-
mais forte a corrente de
análise
para
77
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
CTEEP
fuga,
mais
numerosas
e intensas são as desc a r g a s, q u e p o d e m a t é
mesmo desligar a linha.
Outros mecanismos
favorecem
como
a
a
corrosão,
qualidade
da
zincagem e a distribuição
do
Procedimentos para a
VHOHomR GH XP LVRODGRU
adequado
campo
elétri-
•
Determinar os níveis de poluição da região e especificar o
tipo mais apropriado
co proporcionada pelo
desenho do disco e das
ferragens. Nos últimos
anos a CTEEP utilizou
isoladores normais nas
linhas
de
transmissão
do litoral com resultados insatisfatórios. Eles
apresentaram início de
corrosão com 4 ou 5 anos
.
de uso em torres distan-
tes em até três quilômetros da praia.
•
Não basta o modelo ter um
bom desempenho e alto grau de
resistência à poluição. É necessária uma aerodinâmica adequada
para evitar o acúmulo de poluentes nas saias do isolador, para
permitir a formação de uma banda seca de grandes dimensões,
dificultando a ocorrência de descargas devido à corrente de fuga.
CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista
7tWXOR7'HVHQYROYLPHQWRGHQRYRLVRODGRUDQWLSROXLomRFRPSHU¿ODEHUWR
Ciclo: 2001/2002
Entidade Executora: CEPEL
Investimento: R$ 157.344,00
Patente: requerida
78
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
AES Eletropaulo
Como colher os
benefícios de P&D
por Cyro Vicente Boccuzzi
O setor elétrico nacional vem amadurecen-
A efetiva evolução tecnológica do setor elétri-
do os critérios para a formação dos Programas de
co brasileiro ocorrerá na medida em que as institui-
P&D das empresas, conforme a regulamentação
ções agirem de modo inovador, incentivando a im-
em vigor. Nos últimos seis anos, esses programas
plantação de novas tecnologias e seus resultados e
evoluíram para benefícios cada vez mais presen-
fomentando, por conseqüência, a indústria nacional.
tes e mais reconhecidos, algumas vezes extrapolando o âmbito do setor.
Assim, seguiremos desenvolvendo competências
que podem ser aplicadas em escala. Para viabilizar isso
As empresas do Grupo AES no Brasil (AES
num prazo menor, necessitamos flexibilizar a forma
Eletropaulo, AES Sul, AES Tietê e AES Uruguaiana)
de aplicação dos recursos para o P&D. A se conside-
possuem estruturas dedicadas à P&D para atuar
rar o atual nível tecnológico e o domínio da ciência,
desde a prospecção tecnológica até a implemen-
da tecnologia e do ciclo completo da inovação, ainda
tação dos resultados. No Brasil, o grupo já investiu
se espera que o governo brasileiro viabilize o efetivo
um montante próximo de R$ 80 milhões e a maior
desenvolvimento tecnológico do setor, principalmente
parte desses investimentos gerou resultados com
frente aos prognósticos de disponibilidade energética
enorme potencial e viabilidade de implantação
nos próximos anos. Para isso, deve-se reanalisar o mo-
– maioria já aplicada, mas em pequena escala.
delo atual dos Programas de P&D, para viabilizar a incorporação de tecnologias emergentes, já em uso em
O Brasil, infelizmente, ainda carece da capaci-
outros países, complementando-as por meio de fon-
dade de investimentos para viabilizar a implantação
tes de financiamento adequadamente estabelecidas.
adequada dos resultados obtidos nesses programas.
Os fundos setoriais podem e devem ser destinados
Os programas de P&D das empresas de energia
a investimentos intensivos de tecnologias desen-
elétrica devem buscar seguir um novo modelo estrutu-
volvidas dentro desses programas, estendendo seus
rado em que rápidas mudanças de ruptura tecnológi-
benefícios a todos os consumidores. Além disso, os
ca sejam possíveis, de forma que o setor elétrico possa
recursos dos Programas de P&D poderiam ser usa-
ser visto como um forte agente propulsor da econo-
dos na implementação dos projetos bem-sucedidos.
mia nacional, como já ocorre em outros países.
.
Cyro Vicente Boccuzzi é vice-presidente
técnico da AES Eletropaulo
79
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
AES Eletropaulo
Previsão do tempo
Sistema de informações meteorológicas auxilia
área de operação da Eletropaulo
Prevenir danos por des-
Ele foi adaptado para que as
Três módulos integrados
cargas atmosféricas, agilizar
informações
meteorológicas
compõem o sistema: previsão,
atendimentos e elaborar pla-
pudessem ser interpretadas
monitoramento e pós-monito-
nos de ação ou emergenciais
pelos técnicos de operação e
ramento. O primeiro é fornecido
de manutenção e reparo com
utilizadas no acionamento da
pelo Centro de Previsão do Tem-
mais rapidez são as vantagens
obtidas com o novo sistema de
monitoramento de fenômenos
meteorológicos
implantado
pela Eletropaulo. O método
consiste em fazer uma previsão
po e Clima (CPTEC) do Instituto
O processo permite
planejamento mais
preciso para
Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE). Já o monitoramento é
realizado a partir de imagens
integradas de chuvas e de descargas atmosféricas geradas por
do tempo em diversos locais
enfrentar condições
radares e programas de institu-
e enviá-la diariamente para
climáticas adversas,
tos especializados. A avaliação
1.700 funcionários da empresa, do presidente até eletricistas das turmas de campo.
O sistema permite prever
os cenários a serem enfrentados por determinada área
a partir da análise de infor-
é finalizada com a consolidação
assim como
de dados históricos para a efeti-
dimensionar melhor
vação de estudos de correlação
recursos humanos
e materiais a
serem utilizados
mações meteorológicas his-
e dimensionamento de recursos.
Em 2003, o sistema ganhou publicidade ao permitir a
antecipação do plano de manutenção da rede. Pelo moni-
tóricas e atuais. Desde a sua
logística necessária ao aten-
toramento foi detectada uma
implantação, o tempo médio
dimento. O método permite
extensa linha de descargas at-
de atendimento às ocorrên-
que as ações previamente
mosféricas sobre o Paraná. Um
cias caiu de 159 para 98 mi-
planejadas sejam efetivadas
alerta interno foi enviado, infor-
nutos, uma redução de 38,3%.
com mais chances de sucesso.
mando que em quatro horas a
80
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
AES Eletropaulo
Divulgação/Eletropaulo
área de concessão da Eletropaulo seria atingida por tempestade, acompanhada de fortes ventos e descargas atmosféricas.
A assessoria de imprensa da
empresa informou aos principais
meios de comunicação da provável ocorrência do evento e a estratégia para restabelecer o fornecimento de energia aos locais mais
atingidos. As operações de reparo foram realizadas em menos
tempo e minimizaram os impactos aos consumidores. O sucesso
levou a Eletropaulo a expandir a
atuação do sistema, que agora é
.
usado também para auxiliar na
análise de pedidos de ressarcimento por danos elétricos.
Divulgação/Eletropaulo
Imagem do Estado de SP
Mapa consolidado após processamento de dados
AES Eletropaulo - Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A.
Título: Sistema de informações meteorológicas para apoio a engenharia e operação da distribuição
Ciclo: 1998-1999
Investimento: R$ 455.654,44
Entidades executoras: USP-Poli, CPTEC/INPE, SIMEPAR, IAG-USP, UNESP – IpMET
81
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Ampla
Robô subaquático
Protótipo da Ampla realiza inspeção em túneis
adutores e evita esvaziamentos
A Ampla produziu um
apresentou resultados satisfa-
e identificar outros danos. A
veículo de operação remota
tórios. Ele grava imagens que
utilização desse robô elimina
(ROV) para inspeção em túneis
permitem detectar alterações
a necessidade de esvaziamen-
de adução em águas turvas.
nas estruturas das paredes
to dos túneis para executar
O aparelho foi testado na hi-
(fissuras, rachaduras), verificar
a operação, antes extrema-
drelétrica de Macabu (RJ) e
o acúmulo de detritos no leito
mente perigosa e demorada.
Divulgação/Ampla
82
Protótipo em teste no reservatório da usina
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Ampla
Divulgação/Ampla
Pelos métodos tradicionais,
a inspeção é feita de duas maneiras: com utilização de mergulhadores ou convencionalmente,
após a retirada da água. O esvaziamento deve ser cuidadosamente controlado para evitar
que pressões externas causem
desmoronamentos e coloquem a
vida dos inspetores em risco.
O ROV desenvolvido também soluciona o problema da
O robô soluciona problema de má visibilidade em rios
má visibilidade em rios, causada pela grande quantidade
O ROV grava
A comunicação é feita por meio de
de partículas em suspensão,
imagens que
modem hidroacústico ou qualquer
outro transmissor de dados. No caso
que aumenta ainda mais em
época de cheias. O robô pos-
permitem detectar
de veículos que inspecionam túneis
sui duas câmeras, uma em co-
alterações nas
adutores em hidrelétricas, o deslo-
res e outra em preto e branco.
A primeira executa movimentos verticais e laterais e a segunda permite enxergar melhor em ambientes escuros.
camento é horizontal e ocorre por
estruturas das
longas distâncias. Como o modem
SDUHGHVYHUL¿FDUR
não funciona nesses locais, o cabo
acúmulo de detritos
Tem quatro propulsores para
QROHLWRHLGHQWL¿FDU
deslocamento, um sistema
outros danos
de navegação e orientação
é indispensável e deve apresentar
peso e comprimento adequados
para que o robô possa arrastá-lo.
O túnel de adução da hidre-
com controle automático e
A maioria dos ROVs existen-
létrica de Macabu tem 5 km de
outro de iluminação base-
tes no mercado opera em mar aber-
extensão e só havia sido inspecio-
ado em leds (diodos emis-
to, movimenta-se verticalmente e
nado anteriormente por mergu-
sores de luz) de alto brilho.
pode dispensar a utilização de cabos.
lhadores ou com esvaziamento.
.
Ampla - Ampla Energia e Serviços S.A.
Título do projeto: Desenvolvimento de tecnologia para inspeção de túnel de adução utilizando robôs subaquáticos de operação remota.
Ciclo: 2003/2004
Investimento: R$ 373.000
Entidade executora: COPPETEC – Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos.
83
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Eteo
Manutenção preventiva
Programa monitora qualidade de disjuntores
das subestações de transmissão
A ETEO investiu em um
equipamento, independente-
lidade. Os dados são emiti-
sistema de monitoramento
mente do nível de tensão, tipo
dos por cabos de fibra ótica
de equipamentos de su-
de acionamento ou funciona-
até uma central computadorizada na própria subestação
bestações de transmissão,
mais especificamente de
disjuntores e seccionadoras. A intenção foi reduzir
2VGDGRVVmRHPLWLGRV
para uma central e
e avaliados por um técnico.
O monitoramento em
os custos com manuten-
avaliados por um
tempo real do disjuntor
ção e aumentar a vida útil
técnico, que decide
pode prover continuamen-
desses componentes.
O sistema pode ser facilmente implantado em qualquer
entre recolocar o
te informações sobre o estado de funcionamento da
GLVMXQWRUHPRSHUDomR
peça. A partir desses dados,
ou repará-lo
é possível planejar melhor
a manutenção e diminuir
Divulgação/ETEO
gastos, além de aumentar a
confiabilidade e disponibilidade do disjuntor.
“Com informações disponíveis on-line ou em tempo real, os operadores têm
mais segurança ao tomar
decisão de restabelecimento após uma interrupção.
Ou mesmo ao agendar manutenção preventiva para
prevenir uma falha”, explica
Tela de monitoramento da seccionadora
84
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Eteo
Luís Antônio Solis, gerente
do projeto. A
Os custos diminuíram
sistema convencional, a
informa-
a partir da implementação
equipe
ç ão o b t i d a t a mb é m p o d e
do monitoramento. An-
trabalha em horários de
s e r u s a d a em e s t u d o s d e
tes, as inspeções implica-
pouca demanda, em ma-
c o n f i a b i l i d ad e d o s eq u i -
vam em gastos com res-
drugadas, feriados e fins
p a men t o s e n a d ef i n i ç ão
tituição de peças e perda
de semana, o que aumen-
d e p o l í t i c a s d e ma n u t en -
de receita com a parada
ta os custos de mão-de-
ç ão d a s u b e s t aç ã o .
dos equipamentos. “Pelo
obra”, diz o gerente.
de
manutenção
.
Divulgação/ETEO
Tela de monitoramento do disjuntor
Eteo - Empresa de Transmissão de Energia do Oeste Ltda.
Título: Desenvolvimento de um sistema de monitoramento de equipamentos de subestações de transmissão (disjuntor e seccionadora).
Ciclo: 2001/2002/2003
Investimento: R$ 577.250,55
Entidade Executora: Grupo de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GAGTD) da Escola politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
85
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Cemat
Sem choques
Dispositivos melhoram qualidade da energia
em redes de distribuição rural
Melhorar a qualidade
da energia recebida pelos
equipamentos de rede e
ção de corrente no neutro
aos
do transformador da subes-
aparelhos
elétricos.
consumidores rurais foi a
tação é excessiva, pessoas
motivação da Cemat para o
Essas correntes resul-
podem sofrer choques elé-
ciclo 2002/2003 de P&D. A
tam da distorção da forma
tricos em duas situações:
empresa desenvolveu dis-
de onda da corrente oriun-
ao tocarem na parte metá-
positivos e equipamentos
de eliminação e inibição
lica da caixa do medidor de
O transformador
da circulação de harmôni-
descalças em solo molha-
cos em redes de distribui-
GHGLVWULEXLomR
ção rural, operadas pelo
da Cemat reduz
sistema monofásico com
retorno pela terra (MRT).
Por ser mais econômico,
o MRT foi adotado pelo
programa Luz para Todos.
energia ou ao caminharem
as perdas de
energia
nele próprio
e na rede
A grande quantidade
do ao redor da subestação.
O
fenômeno
atinge
mais a rede rural porque
os transformadores monofásicos, amplamente utilizados nesse meio, necessitam do retorno de corrente
pela terra, ao contrário dos
de transformadores liga-
da dos equipamentos elé-
transformadores trifásicos
dos à rede de distribui-
tricos ou eletrônicos, da-
utilizados na rede de dis-
ção é um dos responsáveis
nificando o transformador
tribuição urbana.
pela
correntes
(sobrecarga) e os disposi-
distorcidas e harmônicas,
tivos de proteção (relés) do
O transformador de dis-
que
sistema. Quando a circula-
tribuição desenvolvido pela
86
ação
causam
de
danos
aos
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Cemat
Cemat diminui a geração das
expandir a rede, reconduto-
etapa de substituição paula-
correntes harmônicas no sis-
rá-las e ampliar a geração.
tina dos transformadores e
tema e traz benefícios como a
estabelecer que a instalação
redução das perdas de energia
Segundo o gerente de
dos novos aparelhos seja
no próprio transformador e na
projeto Milton de Souza
feita como projeto especial
rede. Isso reduz a necessida-
Ochiuto, ”a empresa pode, a
para prevenção de proble-
de de construir novas linhas,
partir de agora, iniciar uma
mas com harmônicos”.
.
Divulgação/Cemat
Protótipo de transformador MRT especial pra inibição de correntes harmônicas para a terra
Cemat - Centrais Elétricas Matogrossenses S.A.
Título: Protótipo de transformador MRT especial pra inibição de correntes harmônicas para a terra
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$ 159.360,19
Entidades executoras: UFU/UFMT/CEMAT
87
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Cemat
Tensão Regulada
Cemat desenvolve compensador estático de baixo custo
A Cemat investiu no de-
trolar a potência reativa e
energia elétrica. O objetivo é
senvolvimento de um com-
outros fatores que interferem
melhorar o controle das ten-
pensador estático para con-
na operação dos sistemas de
sões nos sistemas de 138kV
Divulgação/Cemat
Reator à núcleo saturado de 34,5 kV e 0,8 MVAr projetado e construído
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Cemat
e 34,5kV e aumentar a capa-
verifica a necessidade de
entre outros aspectos, o
cidade de transporte das li-
estabilizar a tensão, di-
sistema elétrico brasilei-
nhas que funcionam nesses
ferentemente dos outros,
ro possui muitas linhas
níveis de tensão. A vantagem
do Compensador Estático
tipo Reator à Núcleo Satu-
de
O compensador
transmissão
longas,
em decorrência de sua
vasta
extensão
territo-
rado (CERNS) em relação aos
estático é simples e
rial. A concentração do
demais é a sua viabilidade
tem funcionamento
consumo de energia em
de aplicação, aliada a bom
desempenho e baixo custo.
regiões
inteligente, pois
só trabalha
O equipamento reduz
ou mantém a tensão do
TXDQGRYHUL¿FD
barramento pela absorção
a necessidade de
ou injeção de reativos. É
construído com materiais
HVWDELOL]DUDWHQVmR
rígidos e fixos e é menos
a
específicas
geração
e
majoritaria-
mente hidrelétrica também contribuem para a
existência desse quadro.
Um exemplo de CERNS,
operando no nível de tensão de 13kV, foi implemen-
oneroso porque não em-
que consomem potência o
tado com sucesso na Petro-
prega tiristores ou qual-
tempo todo”, diz Marcílio
brás em Macau (RN) para
quer sistema de controle
Lucas, gerente do projeto.
controlar a geração eóli-
que necessite de câmara
ca de 1,6 MW, numa área
de resfriamento e manu-
As dificuldades para
em que há conexão com a
tenção permanente. “As
regular a tensão nas bar-
Companhia Energética do
principais características
ras de consumo são gran-
Rio Grande do Norte (CO-
desse compensador são a
des. Em algumas situa-
SERN). A Cemat continua a
sua simplicidade e o fun-
ções, ela pode alcançar
pesquisa e está avaliando
cionamento
valores muito elevados.
a atuação do aparelho em
Isso
vários níveis de tensão.
inteligente.
Ele só trabalha quando
acontece
porque,
.
Glossário
Cemat - Centrais Elétricas Matogrossenses S.A.
Título: CERNS- Compensador Estático tipo Reator à Nucleo Saturado
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$ 229.519,72
Entidades executoras: UFU/UFMT/CEMAT
Barramento: condutor usado em
subestações de energia elétrica a
SDUWLUGRTXDOVHUDPL¿FDPOLQKDVGH
WUDQVPLVVmR
Tiristores: tipo de componente eletrônico semicondutor, usado como
UHWL¿FDGRUGHFRUUHQWHHOpWULFD
89
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Celpa
Rede monitorada
Instrumento da Celpa tem baixo custo
e auxilia no diagnóstico de falhas
Um novo instrumen-
ciamento de acordo com
grande. Em alguns pontos,
to deve auxiliar a Celpa a
uma
pre-
só é possível chegar de
monitorar a qualidade de
viamente configurada (a
balsa. A lei ambiental não
programação
tensão na rede de distri-
permite
cortar
árvores.
buição de energia elétrica
O aparelho
São peculiaridades regio-
do Pará. Os testes com o
será útil no
nais que afetam a distri-
protótipo foram concluí-
buição, mas com esse novo
dos com êxito e a empresa
planejamento e
instrumento será possível
agora avaliará a eficiên-
RSHUDomRGDUHGH
conhecer efetivamente a
cia de 200 unidades em
qualidade da energia for-
campo. O aparelho tem
cada meia hora, por exem-
um sistema de baixo cus-
plo). O técnico também
to, pode ser acionado de
pode discar para o apa-
qualquer local via modem,
relho a qualquer momen-
celular ou outro meio de
to e coletar informações.
necida”, explica.
Os indicadores
de qualidade
telecomunicação. Será útil
no diagnóstico de falhas
Segundo o coordena-
A maior preocupação
e na construção de esta-
dor do Programa de Pes-
com a qualidade do forne-
tísticas para o planeja-
quisa, Desenvolvimento e
cimento de energia também
mento e operação da rede.
Eficiência
da
se deve à utilização, pelos
Celpa, Armando Tupiassu,
consumidores, de apare-
os problemas com forne-
lhos cada vez mais sensí-
sui uma memória de mas-
cimento
eletricidade
veis a variações de tensão.
sa para armazenar dados.
no Pará são consideráveis.
A ANEEL estabelece indica-
Os registros são enviados
“A extensão territorial de
dores para medir o desem-
para um centro de geren-
nossa área de cobertura é
penho das concessionárias
O instrumento pos-
90
Energética
de
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Celpa
quanto à continuidade da
ríodo, geralmente mensal.
Consumidora); FIC (Freqü-
prestação do serviço, de-
Já o FEC mostra a freqüên-
ência de Interrupção por
nominados DEC (Duração
cia média de interrupção na
Unidade
Equivalente de Interrupção
unidade consumidora.
DMIC (Duração Máxima de
por Unidade Consumidora)
Consumidora)
Interrupção
por
e
Unidade
e FEC (Freqüência Equiva-
Em 2000, a ANEEL im-
Consumidora). Este passou
lente de Interrupção por
plantou mais três índices
a ser controlado em 2003
Unidade Consumidora).
destinados a avaliar a qua-
e tem o objetivo de impe-
lidade do serviço oferecido
dir que a concessionária
O DEC indica o tempo
diretamente ao consumi-
deixe o consumidor sem
médio que um consumidor
dor. São eles: DIC (Duração
energia elétrica por um
fica sem luz durante um pe-
de Interrupção por Unidade
período muito longo.
.
Divulgação/Celpa
Tela inicial do software desenvolvido
Celpa - Centrais Elétricas do Pará
Título: Instrumento para monitoração e análise de condições operativas
Ciclo: 1999/2000
Investimento: R$ 153.060,00
Entidade executora: UFPA
Patente: requerida
91
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Coelba
Degradação vigiada
Sensores monitoram desgaste de isoladores
e evitam descargas parciais
A Coelba realizou um es-
avisam quando o limiar de
pamento não necessita de
tudo para determinar o modo de
corrente foi atingido, in-
bateria (a própria corrente
falha e o mecanismo de degradação de isoladores poliméricos
de fuga aciona o dispositi-
6mRWUrVWLSRVGH
utilizados na rede de distribui-
vo, quando o limiar é ultrapassado), nem de sistemas
ção. A pesquisa demonstrou a
sensores, que
de transmissão de infor-
limitação da aplicação desses
avisam quando
mação. A Coelba introduziu
equipamentos e apontou a necessidade de mudanças na área
de manutenção da empresa.
Para isso, foram desenvolvidos
sensores remotos que monitoram e avaliam a degradação.
o limiar de corrente
os sensores em sua operação há um ano e meio.
foi atingido e há
a necessidade de
troca do isolador
Causas da degradação
A exposição ao sol inicia
a degradação dos isoladores
Os três tipos de senso-
dicando a necessidade de
com a perda de material pelo
res projetados pela empresa
troca do isolador. O equi-
fenômeno de “gizamento” - a
Divulgação/Coelba
Protótipos dos sensores
92
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Coelba
Divulgação/Coelba
superfície fica com aspecto de pó de giz, próprio da
ação dos raios solares. A
deterioração aumenta com
a umidade, pois os fungos aceleram o desgaste.
O estudo da Coelba em
sua área de concessão revelou degradações acentuadas
na região do sertão baiano,
onde os dias quentes alternam-se com noites frias e
úmidas. Isso causa a deposição de bolhas de água na
superfície dos isoladores e
provoca descargas parciais.
Esse tipo de descarga interfere nas transmissões de rádio e TV e pode causar desligamento da instalação se o
desgaste estiver acentuado.
Em levantamento da em-
Protótipo 2 instalado no isolador
Segundo
o
gerente
poluição severa o tempo é
presa para casos específicos,
do projeto, Nilton Góis, “o
mais curto e deve ser de-
constatou-se que isoladores
tempo de uso é um fator
terminado a cada caso. Não
afetados pela poluição gerada
importante a ser conside-
se deve nunca generalizar.
numa fábrica de adubos devem
rado. Em zonas de sertão,
Por isso a importância de
ser trocados em um período
peças com 10 a 13 anos
um equipamento que sina-
de dois anos. Já os afetados
de atividade já devem ser
lize quando a degradação
pela maresia, a cada seis anos.
substituídas. Em locais de
se torna preocupante”.
.
Coelba - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
7tWXOR6HQVRUSDUDYHUL¿FDomRGDGHJUDGDomRHPLVRODGRUHVSROLPpULFRVGHOLQKDVGHWUDQVPLVVmR
Ciclo: 2001/2002
Investimento: R$ 622.546,54
Entidade Executora: Fundação CPqD – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações
Patente: requerida
93
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Cemig
Condutor mais eficiente
Fios em forma de trapézio reduzem espaços vazios
no cabo e elevam capacidade de condução
Para otimizar a trans-
vestiu em um modelo de
Os fios do cabo têm a for-
missão e reduzir as perdas
condutor compacto com
ma de pequenos trapézios,
de energia, a Cemig in-
geometria
enquanto os condutores
diferenciada.
Divulgação/Cemig
3HU¿OGRVFRQGXWRUHVGHVHQYROYLGRV
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Cemig
tradicionais
normalmen-
permanecendo com o mes-
os níveis de radiointerfe-
te são constituídos por
mo diâmetro”, explica Edino
rência serão necessários.
fios redondos. A mudança
Giudice, gerente do projeto.
aumenta a capacidade de
A intenção é desen-
condução da corrente elé-
Os ensaios feitos em
trica porque reduz os espa-
laboratório também apon-
mais polida e uma es-
ços vazios gerados pela es-
taram uma diminuição na
trutura mais leve, o que
trutura convencional, que
podem chegar a 25% da
A nova geometria
zado em uma liga termorque
suporta
superfície
com o vento e favoreceria
O condutor foi utili-
uma
tornaria menor o atrito
sessão reta do cabo.
resistente,
volver
o
dimensionamento
contribui para
das torres das linhas de
DUHGXomRGDV
transmissão. Já a redu-
perdas técnicas
níveis elevados de calor.
ção nos níveis de radiointerferência
possibilita
diminuir as faixas de se-
O produto tradicional era
resistência elétrica do con-
gurança das linhas, princi-
capaz
em
dutor entre 16% e 19%,
palmente em áreas próxi-
temperatura de até 100ºC;
variando conforme a tem-
mas aos centros urbanos.
já o compacto opera em
peratura a que estivesse
torno de 150ºC em regime
submetido. A resistência
A empresa preten-
contínuo, mas pode tole-
menor contribui para re-
de começar os testes em
rar até 180ºC sem perdas
duzir
técnicas.
campo no próximo ano
adicionais para o siste-
Entretanto, ajustes para
em uma linha de trans-
ma. “Praticamente dobramos
melhorar a superfície ex-
missão trifásica de 25
a capacidade de condução
terna do cabo e reduzir
km de extensão.
de
trabalhar
perdas
.
Cemig - Cemig Geração e Transmissão S.A.
Título: Desenvolvimento de condutores compactos homogêneos para aplicação em linhas de distribuição e linhas de
transmissão, objetivando redução de perdas elétricas
Ciclo: 1999/ 2000
Investimento: R$ 516.740,00
Entidades Executoras: Parceria: Furukawa Industrial S.A. Produtos Elétricos; Departamento de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
95
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Cemig
Silício mais puro
Cemig investe na purificação da substância, usada na produção
de células solares e na indústria microeletrônica
Baixar custos e dominar
vados, que possuem cotação ele-
a importar o produto tratado. A
uma tecnologia ainda inédita
vada no mercado internacional e
matéria-prima é exportada por
no Brasil motivaram a Cemig a
são usados em larga escala tam-
apenas US$ 1 o quilo e adquirida
investir na purificação do silício
bém na indústria microeletrônica.
por um custo pelo menos cem ve-
para uso no desenvolvimento de
zes maior. “Dependendo da forma
um protótipo de célula solar fo-
Minas Gerais é o maior ex-
em que esse silício esteja, o preço
tovoltaica, que gera eletricidade
portador do Brasil de silício me-
pode ser bastante alto. As lâminas
a partir da luz do sol. O método
talúrgico, mais impuro. Como o
para indústria de semicondutores,
possibilita diminuir as importa-
país não tem domínio da tecno-
por exemplo, chegam a custar
ções da substância e seus deri-
logia de purificação, é obrigado
US$ 1.200”, explica José Roberto
Divulgação/Cemig
O silício em
três estágios:
o disco menor é
o de maior pureza.
A lâmina quadrada é a mais impura
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Cemig
Branco, coordenador do projeto
Células Solares
pela Fundação Centro Tecno-
O projeto contempla também a instalação de indústrias
Muito utilizado na con-
competitivas internacionalmen-
fecção de semicondutores, o si-
te. E contribui para aumentar o
Embora seja abundante na
lício purificado é o componente
acesso à eletricidade em regiões
natureza (presente em grande
básico da célula solar, unidade
distantes da rede convencional.
quantidade na areia da praia, por
fundamental do gerador foto-
Inesgotável, a energia solar é
exemplo), atualmente só existem
voltaico. A Cemig pretende pro-
apontada como uma das alter-
quatro fabricantes mundiais do
duzir anualmente 400 kg do
nativas energéticas mais pro-
silício com alto grau de pureza.
silício com alto grau de pureza,
missoras para este milênio, jun-
Isso se deve principalmente à so-
assim como fabricar o gerador.
tamente com o hidrogênio.
lógico de Minas Gerais (Cetec).
fisticação da tecnologia utilizada
.
para purificá-lo. “Além de uma
combinação de vários processos
célula solar
químicos, há fatores ambientais
e outros aspectos, como a periculosidade e a corrosibilidade do
reagente, que interferem no resultado final e tornam o método
mais complexo”, explica Branco.
A purificação é feita a partir da produção e refino do clorosilano. Uma rota química estratégica é traçada para “arrastar” o
silício e “barrar” as impurezas. O
método é antigo e efetivo. A longo prazo, com o crescimento da
demanda, deve ser consolidado
para produção em pequena escala.
Divulgação/Cemig
Cemig - Cemig Geração e Transmissão S.A.
Título: Desenvolvimento de tecnologia para a produção e processamento de silício na fabricação de células solares de baixo custo
Ciclo: 1999/2000
Investimento: R$ 1.728.125,60
Entidade executora: Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC)
97
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Light
Leitura protegida
Divulgação/Light
Instrumento da Light reduz pontos de fácil
acesso no medidor e dificulta violação
Tornar as instalações mais
de Pesquisa e Desenvolvimento
mais susce-
ágeis e dificultar fraudes são as
da Light, José Tenório Barreto.
tível à ação
promessas do medidor eletrônico
de vândalos
para faturamento projetado pela
O conjunto é composto
Light. O instrumento não utiliza
por um medidor eletrônico e três
por falhas na
bornes de corrente, pontos que
transformadores
instalação.
facilitam intervenções fraudu-
montados dentro de um mesmo
lentas. “Com a implementação
invólucro, que serão utilizados em
O equipamento já ganhou
da tecnologia, a empresa pre-
substituição aos sistemas de me-
formato industrial e está em fase
tende reduzir pontos vulneráveis
dições indiretas de até 800A. No
de homologação pelo Inmetro.
no sistema de medição de clien-
modelo convencional, os transfor-
Após essa etapa, sua implantação
tes atendidos em média tensão,
madores de corrente, o circuito se-
será submetida à aprovação da
como padarias, hotéis e pequenos
cundário de medição e os terminais
ANEEL. Se admitido, será adotado
estabelecimentos
comerciais”,
eram alocados em caixa separada
pela Light para os consumidores
explica o gerente do programa
e de simples acesso. Isso o deixava
atendidos em média tensão.
de
corrente,
e a defeitos
.
presa está otimista quanto aos benefícios
A prova da fraude
do produto. “Queremos chegar a um lacre
Está em fase de testes um lacre equi-
TXHDRVHUIUDXGDGRGHL[HXPDHYLGrQFLD
SDGR FRP VHQVRU TXtPLFR SDUD GHWHFomR
impossível de ser eliminada e impossibilite
GH IUDXGH 8PD HYHQWXDO YLRODomR SURYRFD
VXDUHXWLOL]DomR´
XPDUHDomRTXtPLFDTXHDOWHUDDFRUHRHV
tado físico do equipamento, permitindo sua
LGHQWL¿FDomRSRULQVSHo}HVYLVXDLV
“Quando o selo é violado, uma ampola interna se rompe e libera um produto quíPLFRTXHGDQL¿FDHPXGDDFRUGRODFUHGH
Título: Desenvolver um novo lacre para medidores,
equipado com um sensor químico que permita detectar visualmente a sua violação.
Ciclo iniciado: 2002/2003
Investimento: R$ 385.000,00
Entidade executora: UFRJ
Patente: não requerida
Divulgação/Light
IRUPD LUUHYHUVtYHO´ H[SOLFD %DUUHWR$ HP
98
Light Serviços de Eletricidade S.A.
Título: Medidor para medição de altas
correntes em baixa tensão até 800A
Ciclo: 1999/2000
Investimento: R$ 100.000,00
Entidade executora: CEPEL
Patente: requerida
Glossário
Bornes de correntes ou terminais
VmRGLVSRVLWLYRVTXHID]HPSDUWHGR
medidor convencional, destinados a
conectá-lo ao circuito de energia elétrica a ser medido.
Selo aberto: partes integrantes
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Tractebel
A importância de P&D
para a Tractebel
por Manoel Arlindo Zaroni Torres
A Tractebel Energia, maior produtor privado
idéias e soluções inovadoras. Soluciona problemas
de energia elétrica do país, conta com 5.968 MW
pontuais, otimiza processos, desenvolve novos pro-
de capacidade instalada. É uma empresa do gru-
dutos e serviços e garante a continuidade do ne-
po Suez e atua em 120 países nas áreas de ener-
gócio da Tractebel Energia no mercado brasileiro.
gia elétrica, gás, tratamento de águas e resíduos.
O grupo é um grande incentivador da inovação
Os três projetos publicados nesta edição da
tecnológica e anualmente convoca todos os em-
revista P&D da ANEEL são exemplos claros dos
pregados a participarem de um grande prêmio,
objetivos do Programa de Pesquisa e Desenvolvi-
chamado “SUEZ Innovation Trophy”, em que são
mento da Tractebel Energia:
escolhidos os melhores e mais inovadores projetos
e soluções implementadas nas empresas do grupo.
- Cumprir a legislação vigente e Resoluções
da ANEEL para o P&D.
- Capacitar e desenvolver competências para
No último “Suez Innovation Trophy”, realizado
a pesquisa e inovação tecnológica nos centros de
em Paris, a Tractebel Energia participou com cinco
pesquisa e universidades das regiões onde a Trac-
projetos. Dois foram premiados. Esse reconhecimen-
tebel Energia está presente.
to demonstra o comprometimento da empresa com
- Desenvolver tecnologias inovadoras que agre-
o desenvolvimento tecnológico e coerência com os
guem valor ao produto e serviços da Tractebel Energia.
seus objetivos empresariais para o ano de 2006 -
- Aplicar e difundir no mercado os resultados
que inclui desenvolver um programa de inovação
dos projetos de P&D.
tecnológica na área geração de energia elétrica.
Esses projetos também dão uma amostra do
.
Assim, o Programa Anual de Pesquisa e De-
grande montante de recursos e da atenção que
senvolvimento da ANEEL passa a ser uma ferra-
o programa dedica ao meio ambiente, que cana-
menta importante no desenvolvimento de projetos,
liza 70% dos recursos disponíveis.
Manoel Arlindo Zaroni Torres é presidente
da Tractebel Energia
99
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Tractebel
Vida longa às turbinas
Técnica de soldagem combate erosão por cavitação
Para melhorar a quali-
Labsolda da Universidade Fe-
forme os testes realizados na
dade da manutenção de suas
deral de Santa Catarina (UFSC).
Usina de Salto Santiago (PR), o
turbinas hidráulicas e torná-
A tecnologia pode ser aplicada
intervalo entre as manutenções
la menos onerosa, a Tractebel
a qualquer turbina e tem como
subiu de quatro para seis anos,
investiu em um novo processo
principal vantagem o aumento
elevando a disponibilidade das
de soldagem desenvolvido pelo
da vida útil das máquinas. Con-
máquinas em cerca de 4 %.
Divulgação/Tractebel
Soldagem Plasma com Alimentação Automática de Arame na Usina Hidrelétrica de Salto Santiago
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Tractebel
Divulgação/Tractebel
O desgaste de turbinas hidráulicas é causa
freqüente de perda de faturamento das usinas hidrelétricas. O fenômeno,
chamado erosão por cavitação, é provocado pela
passagem de água pelas
pás e gera a necessidade
de manutenção constante.
O projeto contemplou
o desenvolvimento de equipamentos e softwares que
controlam a adição de material durante a soldagem
das turbinas por meio de
pulsação térmica, integrada ao processo MIG/MAG.
Região soldada com arame ao cobalto: pelo sistema do
Labsolda (A); por sistema convencional (B)
Esse procedimento permite
soldar aços de baixa liga,
aços inoxidáveis e alumí-
Engenheiro da Tracte-
e para a conservação das
nio, em espessuras a par-
bel, Fernando Ribas afir-
turbinas. “Antes só po-
tir de 0,5 mm, em todas as
ma que a tecnologia foi
díamos realizar paradas
grandes para a manuten-
posições. Possui alta taxa
de deposição e grande ver-
O desgaste de
ção. Ficávamos de 30 a
satilidade quanto ao tipo
turbinas hidráulicas
40 dias com as máquinas
inativas. Com o novo pro-
de material e espessuras
aplicáveis. O equipamento
é causa freqüente
cesso, em seis dias pode-
também comanda os ciclos
de perda de
mos fazer reparos parciais
térmicos da soldagem e
pode acionar valores diferentes da corrente para sa-
faturamento das
usinas hidrelétricas
nas turbinas mais desgastadas. Esse ganho de
tempo representa menos
soldagens, menor agres-
tisfazer uma fase de inicialização do cordão de solda
essencial para a redução
são e mais longevidade
e
do tempo de manutenção
para
outra
de
finalização.
os
equipamentos”.
101
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Tractebel
Os bons resultados obtidos com o projeto incentivaram a continuação da pesquisa. As equipes do Labsolda
da UFSC e dos laboratórios
de robótica e de metrologia
da universidade estão trabalhando no projeto e cons-
Prêmios conquistados pelo projeto
2º Prêmio Finep de InoYDomR7HFQROyJLFD&RQferido pela Finep, revista
([SUHVVmRH6LHPHQV
em 1999
³9HQFHQGRD(URVmR
das Turbinas”
0HQomR+RQURVDQR3Urmio Mercosul de Ciência
e Tecnologia em 2005
“Sistema e processo
de soldagem - vencendo
D HURVmR GDV WXUELQDV KLdráulicas de grande porte”
7URIpX ([SUHVVmR GH ([celência Tecnológica Conferido pelo Finep e Revista
([SUHVVmRHP
“Soldagem Plasma com
$OLPHQWDomR$XWRPiWLFD
de Arame”
Soldadores entre as pás de
uma turbina hidráulica
trução de um sistema robotizado para a recuperação por
soldagem das partes erodidas das turbinas hidráulicas.
Mais informações sobre a
.
pesquisa podem ser encontradas no endereço eletrônico www.roboturb.ufsc.br.
'H¿FLrQFLDVGR
método antigo
especiais de aço inoxidável, chegando às
vezes a uma tonelada. Além dos custos
com material, o método é muito dispendioso, uma vez que a operação envolve a reti-
Anteriormente, a Tractebel utilizava a técnica de soldagem por eletrodos revestidos de
rada total de água do setor, construção de
andaimes e contratação de pessoal.
aço inoxidável ou de cobalto. Pelo processo, anexa-se material às pás para devolver-
$ QHFHVVLGDGH GH WUHLQDPHQWR HVSHFt¿FR
lhes o formato original, enchendo buracos
para o soldador, a exigência de cuidados
e reconstituindo contornos. O método apre-
especiais com alguns tipos de eletrodos,
senta baixa produtividade no que se refere
que podem ser afetados pela umidade, e o
à taxa de deposição de material e ao tempo
grande volume de gases e fumos prejudi-
de ocupação do soldador. Em geral, são
ciais à saúde gerados durante o processo
necessárias grandes quantidades de ligas
são outras desvantagens.
Tractebel - Tractebel Energia S.A.
Título: Desenvolvimento dos processos TIG/Plasma alimentados automaticamente para aplicação manual em reparos de
cavitação em turbinas hidráulicas
Ciclo: 07/2000 a 10/2002
Investimento: R$ 96.995,00
Entidades Executoras: LABSOLDA/UFSC e Tractebel Energia
Patente: requerida
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
AES Sul
Programa inteligente
Software gera planos de manobra e auxilia no planejamento
da operação do sistema de distribuição
Para atender ocorrências
ma da maneira menos impac-
O Interplan evita so-
na rede de distribuição com
tante para os usuários, reduzin-
brecarga na rede – o que
mais agilidade, a AES criou um
do ao máximo o tempo e a área
acontece,
sistema chamado Interplan. Ele
sem energia. A cada decisão o
quando se desenergiza um
identifica os pontos onde estão
mapa da rede é reconfigurado e
ponto carregando demais
os defeitos e permite obter um
atualizado, o que permite a ela-
outro. Torna a tomada de
plano de manobra (conjunto de
boração do grupo de medidas
decisão mais eficiente e
ações) para solucionar o proble-
mais adequado a cada situação.
rápida. Propicia também
por
exemplo
Divulgação/AES Sul
Simulação de cenários com resultados das distribuições de tempos de atendimento
103
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
AES Sul
mais segurança para os
operadores e eletricistas. É
Benefícios do Interplan
um recurso especialmente
útil em situações de difícil
• Disponibiliza um plano de manobras para a
previsibilidade, como tem-
UHFRQ¿JXUDomRGRVLVWHPD
pestades e ventanias. Via
‡5HVWULQJHDRPtQLPRDiUHDDVHUGHVHQHUJL]DGD
satélite, o sistema permite
• Restabelece o suprimento de energia para
visualizar o posicionamen-
os consumidores a jusante o mais rapidamente
to da equipe no momento.
Está sendo usado com sucesso no Centro de Opera-
SRVVtYHO
‡6LPXODDPDQREUDDXWRPDWLFDPHQWH
• Possibilita estudos elétricos em tempo real, com
LQIRUPDo}HVGHWHQVmRFRUUHQWHHÀX[RGHSRWrQFLD
ção de Distribuição (COD)
• Gera mais subsídios para as decisões do opera-
da AES Sul, em Porto Alegre.
GRUHGRSURJUDPDGRU
‡5HGX]RWHPSRGHWRPDGDGHGHFLVmR
Antes, o procedimento não
era feito de modo computadorizado. A manobra era realizada e
‡)OH[LELOL]DDRSHUDomRGRVLVWHPD
‡3HUPLWHDYLVXDOL]DomRGDVHTXLSHVQDWHODRTXH
agiliza o despacho delas.
o mapa impresso da rede muitas
Divulgação/AES Sul
/RFDOL]DomRJHRJUi¿FDGDVRFRUUrQFLDV
104
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
AES Sul
vezes não era atualizado, o que
o processo passou a ser instan-
Em dias de chuva ou vento forte,
prejudicava o controle. Isso gera-
tâneo. São exemplos de mano-
a média sobe para três. No últi-
va situações equivocadas, como a
bra: desligar ou abrir uma chave,
mo vendaval, foram feitas 21 em
de um técnico ir a campo pensan-
isolar uma subestação, redistri-
uma hora”, relata Guilherme Iop,
do que uma chave de secciona-
buir a carga de um alimentador.
coordenador técnico do COD.
O sistema também incor-
Algumas atividades ain-
pora as reclamações dos clientes
da são executadas pelo siste-
Em média, o tempo de le-
que sinalizam os circuitos onde
ma antigo, mas a intenção da
vantamento das informações
há mais ocorrências. As mano-
empresa é criar maneiras de
para preparar uma manobra era
bras são executadas diariamente.
concentrar as operações em
de 20 minutos. Com o software,
“É feita pelo menos uma por dia.
uma única ferramenta.
mento estivesse fechada, quando
na realidade ela estava aberta.
.
Divulgação/AES Sul
Operação do sistema de distribuição. A tela mostra a localização da equipe, das ocorrências
e a inserção do ponto de defeito na rede
AES Sul - Distribuidora Gaúcha de Energia S.A.
Título: Planejamento da operação e logística de atendimento
Ciclo: 2002/2003
Investimento: R$ 482.442,40
Entidades Executoras: USP, Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP), Pargo Tecnologia da Informação
Ltda, Imagem Sensoriamento Remoto S/C Ltda
105
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Eletronorte
Regenerador ótico
Eletronorte desenvolve sistema de transmissão
de sinais mais barato e de maior alcance
Transmitir sinais em redes
também evita deslocamentos de
uma rota com extensão maior
de longa distância pela metade do
equipes de manutenção e loca-
que 200 km. Utiliza amplifi-
custo foi a principal vantagem ob-
ção ou compra de terrenos para
cadores, bombeados remota-
tida pelo regenerador ótico passi-
instalação de estações repetidoras.
mente por meio de cabos de
vo para sistemas de telecomunica-
fibra ótica. Esses amplifica-
ções desenvolvido pela Eletronorte.
O sistema tem alcance de
dores possuem apenas com-
Nos locais em que for implantado,
até 500 km sem necessidade
ponentes passivos e são colo-
o investimento e o custo de ope-
de repetição de sinais, diferen-
cados em bandejas nas caixas
ração podem cair de R$ 3 milhões
temente dos tradicionais, que
de emenda óticas, posiciona-
para R$ 1,4 milhão. O modelo
não suportam transmissão em
das nas torres de transmissão.
Divulgação/Eletronorte
Sub-bastidor instalado em subestação de Porto Velho
106
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Eletronorte
A Eletronorte é uma em-
de sinais de telecomunicações
de outros agentes externos que
presa geradora e transmissora
ao longo de suas linhas. “Hoje,
encarecem o processo. O siste-
que atua nos Estados do Acre,
para ter energia em lugares
ma atual não precisa de nada
Amapá, Amazonas, Maranhão,
disso, pois tem bombeamen-
Mato Grosso, Pará, Rondônia,
O sistema tem
to remoto”, explica o gerente
Roraima e Tocantins, o que cor-
alcance de até 500
de negócios de telecomunica-
responde a 58% do território
ções, Domingos Sávio dos Reis.
nacional. Possui redes de longa
km sem repetir sinais.
distância situadas em locais de
2VWUDGLFLRQDLVQmR
difícil acesso e por isso necessita
reduzir cada vez mais a quantidade de estações repetidoras
suportam uma
WUDQVPLVVmRHP
uma rota com
Sinais óticos
Os sinais óticos trafeJDPVREUH¿EUDVHWrP
diversas origens, pois
são multiplexados nas
duas extremidades da
O gerente afirma que ainda
não há nada semelhante no mercado e a solução adotada deverá
tornar a empresa mais competitiva.
Foram feitos testes nos laboratórios
do Centro de Pesquisa e Desen-
H[WHQVmRPDLRU
volvimento em Telecomunicações
que 200 km.
(CPqD) durante oito meses e depois
em Porto Velho e Abunã (RO). “Le-
.
afastados, é preciso repetidora
vamos o equipamento a funcio-
convencional com um sistema
nar em seu limite extremo. Temos
de refrigeração apropriado e uso
um protótipo confiável”, diz.
linha de transmissão.
Podem ser dados corporativos ou do sistema
operativo,
telecoman-
do, teleproteção e telefonia. Eles tornam possível a operação de um
sistema elétrico extenso
como o da Eletronorte.
Divulgação/Eletronorte
&DL[DGHHPHQGDyWLFDFRPDPSOL¿FDGRUUHPRWRLQVWDODda na torre de transmissão
Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.
Título: Desenvolvimento de sistema de regeneração ótica passiva para aplicação em sistemas de telecomunicação
Ciclo: 2001/2002
Investimento: R$ 637.040,00
Entidade Executora: Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações – CPqD
Patente: em fase de requisição
107
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Cataguazes - Leopoldina
De olho na energia
Equipamento da Cataguazes realiza monitoramento
em circuitos de média tensão
Para subsidiar os estu-
res da tensão de fornecimen-
dos de conformidade do for-
to de energia e do fluxo de
necimento de energia e os de
corrente elétrica, bem como
A partir desse trabalho é
planejamento e expansão da
de outras informações. Portá-
possível direcionar ações de me-
rede, a Cataguazes investiu em
e já está em fase de testes.
lhoria do fornecimento, para
um aparelho que faz medições
O aparelho tem
garantir o atendimento de ín-
do nível de tensão e do fluxo
mobilidade, fácil
dices mínimos de qualidade. O
de corrente no ponto monitorado, em circuitos de média
DGDSWDomRH
sistema servirá também como
ferramenta para aferição de es-
tensão (de 2,3kV a 34,5kV).
FRQ¿DELOLGDGH
tratégias de planejamento, que
O equipamento poderá su-
características
indicarão correções de rumos
prir uma lacuna na atividade
de monitoramento de linhas
ausentes na maioria
energizadas, por apresentar
dos produtos
mobilidade, fácil adaptação
disponíveis no
e confiabilidade, caracterís-
mercado
ticas ausentes nos produtos disponíveis no mercado.
til, pode ser instalado em diferentes pontos. É composto
O monitoramento con-
de um sensor por fase e um
siste na obtenção, por um
registrador, que faz a leitura
determinado período (minu-
dos sinais enviados. Suporta
tos, horas ou dias), dos valo-
qualquer condição climática
Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina
Título: Sistema de análise e registro de grandezas elétricas em linhas
e redes monofásicas e trifásicas de distribuição até 25KV.
Ciclo: 2002-2003
Investimento: R$302.563,02
Entidade Executora: PUC-RS
.
de processos e a necessidade de
aquisição de equipamentos.
Divulgação/Cataguazes
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
CEEE
Células mais econômicas
Técnica com sais fundidos reduz gastos de produção
A CEEE testou a viabilidade
A eletrólise da água para pro-
“O projeto se encaixa-
do uso de sais na forma fundida em
dução de hidrogênio gasta energia
va no nosso programa de in-
temperaturas baixas, como eletró-
muitas vezes gerada a partir da
centivo a fontes renováveis e
lito suporte no desenvolvimento de
queima de combustíveis fósseis (ter-
sabíamos que a universidade
células a combustível. Os resulta-
melétricas), o que torna o método
[UFRGS] tinha uma pesquisa
dos permitiram o emprego de um
de produção caro e poluente. Esse é
muito boa na área de quími-
meio reacional para a produção de
um dos argumentos utilizados pelos
ca. Os resultados foram po-
hidrogênio (combustível da célula)
críticos da célula convencional. Eles
sitivos”, explica o gerente do
a partir de um sistema que opera
consideram o custo de geração do
projeto na CEEE, João Félix. A
em baixas temperaturas e com alto
combustível muito alto, e isso im-
tecnologia já despertou o inte-
rendimento. A maior vantagem é
pacta a eficiência final do sistema.
resse de empresas do setor.
a redução dos gastos com ener-
.
Divulgação/CEEE
gia durante a eletrólise da água.
Os testes com sais de amônio, de fosfônio, de imidazólio e
correlatos, fundidos a partir da
temperatura ambiente até 80ºC e
pressão ambiente, apresentaram
de 14% a 67,7% de eficiência.
O produto final, caracterizado
como de alta pureza, teve o custo
de R$ 1,92 por m³ e exigiu apenas 4,82 kWh para sua obtenção.
Sistema de avaliação da performance da célula a combustível
CEEE - Companhia Estadual de Energia Elétrica
Título: Células de combustível utilizando como
eletrólito sais fundidos à temperatura ambiente
Ciclo: 2001/2002
Investimento: R$ 225.578,16
Entidade Executora: Instituto de Química - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Patente: requerida
Glossário
Eletrólito: condutor de eletricidade, sólido ou líquido, no qual o
transporte de carga se realiza por meio de íons.
Eletrólise: processo que separa os elementos químicos de um
composto com uso da eletricidade. A palavra eletrólise é originária
GRVUDGLFDLVHOHWURHOHWULFLGDGHHOLVLVGHFRPSRVLomR
109
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Light
Linhas em dia
Aparelho detecta pontos de desgaste em cabos
de transmissão e previne acidentes
Um sistema de detec-
lutions. O método consiste
preventiva das linhas para
ção de corrosão de cabos
no uso de um equipamen-
evitar
condutores (SDC) em linhas
to que desliza pelo cabo e
sários, cortes de forneci-
de transmissão está em de-
detecta pontos de desgas-
mento e risco de acidentes
senvolvimento pela Light e
te. O objetivo do projeto é
para comunidades vizinhas
pelo CPqD Telecom & IT So-
aprimorar a manutenção
às redes de distribuição.
gastos
desneces-
Divulgação/Light
110
Protótipo em teste no CPqD em Campinas
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Light
O primeiro ciclo do projeto
avaliar o desgaste de um cabo,
de balões ou curtos-circuitos
durou um ano e meio, período
o tempo de vida útil dele, pois
de longa duração. Nesses ca-
em que foram desenvolvidos o
só fazemos inspeções visuais.
sos, o atendimento é imediato.
modelo do aparelho e o siste-
O sistema de identificação vem
ma de detecção. Também foram
para nos dar uma base confiável
Além do Brasil, apenas
feitos testes de laboratório no
de informações”, afirma Araújo.
Japão e Coréia do Sul utilizam
CPqD, ensaios no bairro de Rio
o mesmo método de detecção.
Comprido (RJ) e em uma linha
Atualmente, o tempo mé-
De acordo com Cláudia Aoki,
de transmissão sob condições
dio de manutenção preventiva
pesquisadora do CPqD e co-
reais de operação. A análise
varia em função da região. Em
ordenadora do projeto, o sis-
apontou a necessidade de va-
locais urbanos, com bastante
tema nacional tem qualidade
lidar os resultados do produto
em uma amostragem maior. Por
isso, haverá um segundo ciclo,
a ser concluído em dois anos.
Após os testes de campo, o
superior aos que já existem no
Além do Brasil,
DSHQDV-DSmRH
mercado. “O modelo que desenvolvemos é mais leve e compacto, tem maior sensibilidade
Coréia do Sul
eletrônica e autonomia, pois
utilizam o SDC.
opera mais tempo sem neces-
SDC estará pronto para ser utili-
sidade de troca ou recarga da
zado em todos os cabos da em-
O equipamento
presa. “Daremos preferência às
brasileiro é
bateria”, afirma a pesquisadora.
travessias e rodovias com grande circulação de veículos e pes-
mais leve e opera
soas e a linhas antigas. A Light
mais tempo sem
tem linhas com mais de 70 anos
de uso”, ressalta José Benedito
Araújo, engenheiro da empresa.
necessidade de
recarga da bateria
Corrosão
A maior parte dos cabos utilizados em linhas de
transmissão e distribuição de
energia elétrica possui fios de
O episódio que motivou a
movimentação e número de
alumínio por fora e de aço por
realização do projeto foi a queda
consumidores elevados, as ins-
dentro. Por isso, são chamados
de um cabo condutor, por motivo
peções são mensais. Já em áreas
de cabos de alumínio com alma
de corrosão, no município de Três
mais afastadas, podem ser até
de aço (CAA). Os fios de aço
Rios, na região serrana do Rio de
anuais. A manutenção correti-
dão sustentabilidade ao cabo e
Janeiro. “Não sabíamos se trocá-
va é proporcional ao dano no
são revestidos com zinco, que
vamos todos os cabos do ramal
cabo, que pode ser causado por
funciona como uma camada
ou se o problema era em um pon-
linhas de pipa com cerol, projé-
protetora. No caso da Light,
to específico. Hoje, não há como
teis de arma de fogo, cangalhas
todos têm essa estrutura física.
111
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Light
A corrosão acontece porque os cabos ficam expostos à
chuva, neblina ou umidade do
Como funciona
ar e a poluentes atmosféricos,
em geral gases como nitrogênio e cloro ou elementos não
metálicos como o enxofre. A
interação entre esses poluentes, a água e o metal produz
mecanismos
eletroquímicos
que ativam o processo de corrosão. “O contato do alumínio
com o aço acelera o desgaste
do cabo. Daí a importância do
zinco, que tem a função de ser
O SDC é formado por um equipamento com sensores eletrônicos que percorre o cabo e
mede a integridade da camada de zinco em volta dos fios
de aço. As medidas são enviadas por rádio em tempo real a
um computador portátil que as
processa e armazena.
um revestimento de sacrifício
e corrói em uma velocidade
menor. Essas duas propriedades do zinco conferem ao CAA
maior resistência”, explica Aoki.
Outras áreas que demandam
atenção são as juntas, emendas e
dobras, vulneráveis à corrosão por
estarem mais expostas ao acúmulo
.
de poluentes, estagnação de água e
formação de pares galvânicos (jus-
O sistema previne o rompimento inesperado de um CAA e preserva o aspecto físico da linha,
pois evita o corte e envio de
cabos para análise em laboratório, procedimento necessário
no método tradicional de checagem de corrosão.
taposição de metais diferentes).
Light Serviços de Eletricidade S.A.
Título: Sistema de Detecção de Corrosão (SDC) em cabos de alumínio em linhas de transmissão
Ciclo: 2003/2004
Investimento: R$ 322.048,00
Entidade Executora: CPqD Telecom & IT Solutions
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Eletronorte
Redução de harmônicos
Dispositivo otimiza desempenho de
equipamentos de transmissão
A Eletronorte desenvol-
mentos de transmissão e a
valores de tensão e freqüên-
veu um sistema de medição
qualidade da energia forne-
cia fora da faixa normal, e já
de distorções harmônicas em
cida. O modelo foi incorpora-
está instalado em aproxima-
alta tensão para melhorar o
do ao Alerta QE, instrumento
damente 20% dos aplicativos
desempenho de seus equipa-
que registra em tempo real
em operação nas regionais.
Divulgação/Eletronorte
Placa de condicionamento do sistema
113
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Eletronorte
As distorções harmô-
citores, impedir que motores
transformadores e diminuir a
nicas podem causar vários
atinjam a sua potência máxi-
sua capacidade de operação,
prejuízos ao setor elétrico.
ma, danificar componentes
além de afetar o isolamen-
Entre eles, queimar fusíveis
de disjuntores, aumentar as
to de circuitos. Isso aconte-
e reduzir a vida útil de capa-
perdas no ferro e no cobre de
ce porque essas distorções
2TXHVmRGLVWRUo}HV
harmônicas
Tecnicamente, uma harmônica é a componente de uma onda periódica cuja freqüência é um múltiplo da freqüência fundamental - no caso da energia elétrica, de 60 Hz .
Harmônicas são um fenômeno contínuo, e não devem ser confundidas com
outros que duram apenas alguns ciclos,
como transientes, perturbações elétricas, picos de sobretensão e subtensão. Essas perturbações no sistema
podem ser eliminadas com a aplicação
GH ¿OWURV GH OLQKD TXH UHGX]HP RX HOLminam correntes e tensões harmônicas.
As causas
As harmônicas são geradas por cargas
não-lineares provenientes de aparelhos como televisão, microcomputadores e lâmpadas fluorescentes compactas. Outros equipamentos causadores
dessas distorções são: inversores de
freqüência, variadores de velocidade,
acionamentos tiristorizados, acionamentos em corrente contínua ou alternada, retificadores, conversores eletrônicos de potência, fornos de indução e
a arco e máquinas de solda a arco.
114
Como podem ser eliminadas
1RUPDOPHQWHDVROXomRPDLVFRQ¿iYHOH
DFHVVtYHO p IHLWD FRP R XVR GH ¿OWUR GH
harmônicas, que é essencialmente um
capacitor combinado em série com um
reator. Funciona como uma espécie de
³DUPDGLOKD´ 3RU H[HPSOR XP ¿OWUR VLQtonizado para a quinta harmônica vai eliminar da corrente todas as perturbações
com freqüência de 300Hz.
O princípio de funcionamento
do Alerta QE
A amostra do sinal de tensão aplicado à
entrada do instrumento é tratada digitalmente e armazenada em um microcomputador. Um programa de monitoração
e cálculo determina os parâmetros de
avaliação da qualidade de energia elétrica. Sempre que ocorrem variações da
tensão ou freqüência na rede elétrica,
em valores que excedam a faixa normal
GH¿QLGDSHORXVXiULRRSURJUDPDHPLWLrá um sinal sonoro de alerta e registrará o evento quando o sinal não voltar à
normalidade em um determinado tempo.
O sistema de medição de distorções
harmônicas aprimora o funcionamento
do Alerta QE e o controle da qualidade do fornecimento de energia elétrica.
Revista P&D - Projetos Tecnológicos
Eletronorte
acarretam o aquecimento da
os valores medidos. Também
esse instrumento, pode-
rede, geram interferências,
foram
transfor-
mos conhecer melhor as
ruídos e sobretensões.
madores de potencial e um
harmônicas, o que é fun-
processo ótico para separar a
damental para a escolha
Para realizar a medição
tensão das distorções, o que
dos filtros adequados para
com eficiência, a empresa teve
torna a leitura mais precisa.
mitigá-las”, afirma Nober-
utilizados
de modificar o condicionador
to Bramatti, Gerente de
.
de sinais de modo a não co-
Além de medir, o sis-
P&D do Centro de Tecno-
locar outras harmônicas na
tema analisa as caracterís-
logia da Eletronorte e co-
rede e dessa forma alterar
ticas das distorções. “Com
ordenador do projeto.
Divulgação/Eletronorte
Protótipo do módulo de medição
Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.
Título: Desenvolvimento do protótipo de um instrumento virtual para análise on-line de perturbações harmônicas em
sistemas de potência
Ciclo: 2000/2001
Investimento: R$ 189.100,00
Entidades Executoras: NESC – Núcleo de Engenharia em Supervisão e Controle de Sistemas de Energia e UFPA / LACEN
– Laboratório Central da Eletronorte
Patente: em fase de requisição
115
Panorama de P&D no setor elétrico
Os gráficos a seguir trazem um breve panorama da
Pesquisa e Desenvolvimento no
setor elétrico. Os resultados de
P&D apontam para uma excelente perspectiva de sucesso:
cerca de 60% possibilitaram
grande avanço tecnológico ao
setor. No total de projetos desenvolvidos, 13% geraram patentes, e há elevado potencial
de substituição de importação
para muitos componentes e
sistemas necessários ao crescimento do setor.
Os dados deixam claro
que a ANEEL e as empresas de
energia estão atuando intensamente para o desenvolvimento
científico e tecnológico do
país e do setor. Além disso, o
programa de P&D gera ganhos
sociais como empregos, distribuição de renda, capacitação
e crescimento do potencial de
inovação tecnológica nacional.
Por fim, o estímulo à interação entre mundo acadêmico
e empresarial traz eviden-
.
tes ganhos para a educação
como um todo e para a competitividade das empresas.
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revista P&D da ANEEL