TRIBUNA LIBERAL QUARTA-FEIRA | 19 DE JUNHO | 2013 BONS TEMPOS HISTÓRIA EM CONTA GOTAS - 13 JOSÉ MARIA MATOSINHO CIDADÃO CAMPINEIRO J osé Maria Matosinho foi um dos personagens mais importantes de Sumaré. Aqui exerceu as funções de Oficial Maior do Cartório de Registro Civil. Casou-se com a filha do fazendeiro Manoel de Vasconcellos, com quem teve dois filhos. Foi o primeiro presidente do Clube Recreativo Sumaré, entre outras coisas importantes de nossa cidade. Mostrando uma vocação incomum para a política, elegeu-se vereador no município de Campinas, representando o distrito de Sumaré. No legislativo campineiro destacou-se pela honestidade, combatividade e oratória incomum. Acabou conquistando amigos e admiradores entre a população campineira. Os próprios adversários políticos o respeitavam. No ano de 1960 o vereador campineiro Luiz Raphael Lot propôs, e o plenário acatou, a outorga do título de Cidadão Campineiro ao ilustre cidadão de Sumaré. Na sua justificativa, o vereador consignou estas palavras no requerimento: “Elemento combativo, possuidor de grande cultura e exímio financista, José Maria Matosinho sempre se destacou nos debates travados em plenário, principalmente nas ocasiões em que eram discutidas as propostas orçamentárias do Município”. Na condição de relator da Comissão de Justiça e Redação, o vereador Feres Salim emitiu parecer favorável à propositura de Lot, emitindo este juízo sobre o homenageado: “Durante oito anos consecutivos José Maria Matosinho representou o povo de Campinas e em particular o do Distrito e hoje Município de Sumaré, sempre tendo uma atuação das mais brilhantes, sendo alvo de admiração de todos os seus pares, indistintamente das cores partidárias a que pertencia”. Com isso, o sumareense José Maria Matosinho recebeu o título de Cidadão Campineiro. A PRIMEIRA LEI DO MUNICÍPIO DE SUMARÉ Sumaré começou sua vida independente no ano de 1955. A pri- FOTOS: ASSOCIAÇÃO PRÓ-MEMÓRIA/SUMARÉ José Miranda José Maria Matosinho meira Lei foi promulgada no dia 24 de março desse ano, dispondo sobre a cobrança do Imposto de Licença Sobre Veículos. O artigo primeiro estabelecia que o imposto recaísse sobre todos os veículos – de tração animal ou outra. Quem assinou essa lei foi o Prefeito eleito, Padre José Giordano. Na Câmara Municipal, recebeu a assinatura de José Pereira, Presidente, de Osmar Miranda, primeiro secretário e Alceu Rohwedder, segundo secretário. PRIMEIROS FUNCIONÁRIOS DA PREFEITURA A Portaria número um da Prefeitura, assinada no dia 3 de janeiro de 1955, contratava “a título precário, por absoluta necessidade dos serviços”, seis pessoas para trabalharem como funcionários municipais: - José Miranda, como Secretário; - Alceu Rohwedder, como Contador; - Erotides Pereira de Camargo, como Tesoureiro; - Alfredo Dias Porto Jr., como Lançador; - Antonio Celso Formaggio, como Fiscal e - Antonio Enes, como Escriturário. Foram os primeiros funcionários da Prefeitura Municipal de Sumaré. Antonio Enes e Alceu Rohwedder ainda vivem. FIBRAMATEX No ano de 1982 o Tribunal de Justiça de São Paulo deu ganho de causa à Prefeitura Municipal de Nova Odessa numa pendência judicial contra a Prefeitura Municipal de Sumaré. Uma indústria, chamada Fibramatex, instalou-se numa área doada pela Prefeitura de Sumaré, no ano de 1971. Ali edificou um prédio e passou a produzir material de cimento amianto. Descobriu-se, mais tarde, que o terreno doado fazia parte do município de Nova Odessa. Desse dia em diante todo o ICMS recolhido pela empresa passou a ser do município vizinho. E Sumaré perdeu uma indústria. PRIMEIRO APARELHO DE TELEVISÃO Ludovico Scrocca era alfaiate. Ludovico Scrocca Tinha seu negócio e moradia na rua 7 de Setembro, na metade da terceira quadra, para quem sobe. Foi ele quem comprou o primeiro aparelho de televisão na cidade, na década de 1950. Foi tão grande a novidade que colocou o televisor na porta do seu estabelecimento, à noite, para que a população visse a programação exibida – no caso, da antiga TV Tupi. Esse apare- lho ainda existe e está conservado e guardado pelo historiador Ulisses Pedroni. Ludovico freqüentava com a esposa e as duas filhas os principais eventos sociais da cidade. Em 1932 participou do movimento MMDC, que combateu a ditadura de Getúlio Vargas. ALAERTE MENUZZO e ULISSES PEDRONI ASSOCIAÇÃO PRÓ-MEMÓRIA DE SUMARÉ Temos um acervo de aproximadamente 200.000 documentos e 40.000 fotos. Se tiver interesse em preservar as fotos de sua família ou publicá-las, dirija-se ao Centro de Memória. Estudantes, professores, pesquisadores e população em geral são sempre bem-vindos. A Associação Pró-Memória é uma entidade particular, sem fins lucrativos. Se você quiser ajudá-la a se manter ou ampliar suas atividades, torne-se um sócio. Custa R$ 20,00 por mês. Por conta disso, você recebe um DVD com todo material publicado no mês pela imprensa local e um filme original de Sumaré. Endereços: Praça da República 102 – Centro –E-mail [email protected] - Fones: 3803.3016 / 3883.8829 | 09 FOLCLORE SUMAREENSE Marca Mais Essa Lindolfo Tanner foi um personagem folclórico de Sumaré. Descendente de imigrantes norte-americanos, morou e trabalhou por vários anos na zona rural, como a maioria das pessoas de sua numerosa família. Com mais idade mudou-se para a cidade, numa casa da rua José Maria Miranda. Todos o conheciam e o chamavam pelo apelido de Dorfá. Gostava de conversar, de contar causos. As pessoas gostavam de ouvi-lo, porque além de certa ilustração, suas falas tinham um sabor cômico, folclórico, muito apreciado pelos interlocutores. Gostava de tomar uma “birita”. Freqüentava bares próximos de sua casa, onde encontrava os costumeiros amigos, com quem compartilhava os aperitivos e os bate-papos. Tinha, como os demais, uma “conta de caderneta” com o dono do bar. Essa conta obedecia a um ritual. Chegava no bar e pedia um aperitivo. Depois, pedia para o dono somar sua dívida. Em seguida, saia para conversar com os amigos. Entretia-se na conversa, contando e ouvindo causos. Na seqüência, voltava-se para o dono e perguntava: - Somou minha conta? O dono mostrava o valor. Em seguida, Dorfá pedia mais um aperitivo. Com o copo na mão, completava: - Esse é o total? Então marca mais essa... Esse era o ritual do Dorfá. Soma e marca, soma e marca. Mas no final, sempre pagava o que devia. Depois disso recomeçava tudo de novo – somando e marcando mais uma... ALAERTE MENUZZO RÁDIO WEB PRÓ-MEMÓRIA DE SUMARÉ 24 horas de música sem parar. Músicas originais e de época. Vale a pena ouvir. E curtir.