INSTITUTO DE CIÊNCIA DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS JANAINA ESTEVES ROCHA AVALIACÃO COMPARATIVA DOS SISTEMAS DE BRÁQUETES AUTOLIGÁVEIS PASSIVO, ATIVO E INTERATIVO - UMA REVISÃO DE LITERATURA POÇOS DE CALDAS/MG 2014 JANAINA ESTEVES ROCHA AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS SISTEMAS DE BRÁQUETES AUTOLIGÁVEIS PASSIVO, ATIVO E INTERATIVO – UMA REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRAS NÚCLEO Poços de Caldas, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Ortodontia Orientador: Prof. MS Douglas Henrique F. Matos Co-orientador: Prof. Flávio Lúcio V. Figueiredo POÇOS DE CALDAS/MG 2014 JANAINA ESTEVES ROCHA AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS SISTEMAS DE BRÁQUETES AUTOLIGÁVEIS PASSIVO, ATIVO E INTERATIVO – UMA REVISÃO DE LITERATURA A banca examinadora abaixo assinada aprova a monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRAS NÚCLEO Poços de Caldas, como parte dos requisitos para obtendo título de Especialista em Ortodontia Aprovada em: Prof. Instituição: Assinatura: Prof. Instituição: Assinatura: Prof. Instituição: Assinatura: Dedico este trabalho a minha família, principalmente ao meu pai, José Roberto Rocha, que nos deixou durante esta caminhada, mas que permanece em nossos corações e mentes com seus ensinamentos. Saudades, pai... Agradeço a Deus, pela vida, saúde e humildade de perceber que o aprendizado é infinito e por ter me dado força para perseverar a cada dia. Agradeço a minha mãe Cleusa e minha irmã Talita pelo apoio e incentivo para concretizar mais esta etapa da minha vida. Agradeço aos professores: Dr. Rodrigo Generoso, MS Douglas H. F. Matos e principalmente ao prof. Flávio Lúcio Vilela Figueiredo pela dedicação em salvar o curso, pelos conhecimentos compartilhados e empenho. Agradeço aos meus colegas de especialização por me proporcionar excelentes momentos juntos. RESUMO O presente trabalho visa realizar uma revisão de literatura, abrangendo a evolução dos bráquetes autoligáveis, as diferenças entre os sistemas passivo, ativo e interativo e suas vantagens e desvantagens. Com base na literatura levantada constatou-se que os bráquetes autoligáveis, sejam eles passivos, ativos ou interativos, geram uma diminuição do atrito na movimentação dentária, graças ao clip/tampa que os transformam em tubos e permitem a exclusão das ligaduras metálicas ou elastoméricas. Essa redução do atrito é maior para os bráquetes passivos, enquanto os braquetes ativos oferecem um maior controle do torque, quando comparados entre si e com os braquetes convencionais. Portanto, a escolha do braquete a ser utilizado deve levar em consideração o diagnóstico, planejamento e mecânica necessária para resolução dos casos, isso sim, levam a uma maior eficiência do tratamento. Palavras-chaves: braquetes autoligáveis; passivos; ativos; interativos ROCHA, JANAINA ESTEVES. Avaliação comparativa dos sistemas autoligáveis passivo, ativo e interativo – uma revisão de literatura, 2014, 46p. Monografia - Especialização de Ortodontia – ICS FUNORTE/SOEBRAS, Poços de Caldas, MG. ABSTRACT The present study aims to conduct a literature review, covering the evolution of self-ligating brackets, the differences between the passive systems, active and interactive and their advantages and disadvantages. Based on the literature reviewed it was found that selfligating brackets, whether passive, active or interactive, generate a decrease in the friction tooth movement, thanks to the clip / cap that transform them into tubes and allow the exclusion of metal or elastomeric ligatures. This reduction of friction is greater for the brackets liabilities, while assets brackets offer greater control of torque, compared with each other and with conventional brackets. Therefore, the choice of the bracket to be used must consider the diagnosis, planning and mechanics required for resolution of cases, instead, lead to a more efficient treatment. Keywords: self-ligating brackets, liabilities, assets, interactive ROCHA, JANAINA ESTEVES. Comparative assessment of self-ligating passive, active and interactive - a literature review, 2014, 46p. Monograph - Specialization in Orthodontics - ICS FUNORTE/ SOEBRAS, Poços de Caldas, MG. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................. 09 LISTA DE TABELAS .................................................................................................................. 11 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12 2 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................................... 13 3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................... 14 3.1 Evolução dos bráquetes autoligáveis ............................................................................... 14 3.2 Classificação dos bráquetes autoligáveis ......................................................................... 28 3.3 Avaliação comparativa dos sistemas de bráquetes autoligáveis ..................................... 30 4 DISCUSSÃO .......................................................................................................................... 40 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 42 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 43 LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Bráquete de Boyd .............................................................................................. 14 Figura 02 – Bráquete de Ford ................................................................................................. 15 Figura 03 – Bráquete de Russel .............................................................................................. 15 Figura 04 – Bráquete de Edgelok............................................................................................ 16 Figura 05 – Bráquete Speed .................................................................................................. 17 Figura 06 – Bráquete Mobil Lock ........................................................................................... 17 Figura 07 – Bráquete Activa ................................................................................................... 18 Figura 08 – Bráquete Time ..................................................................................................... 18 Figura 09 – Bráquete Damon SL ............................................................................................. 19 Figura 10 – Bráquete Twin Lock ............................................................................................. 19 Figura 11 – Bráquete In-Ovation ............................................................................................ 20 Figura 12 – Bráquete Oyster .................................................................................................. 20 Figura 13 – Bráquete Damon 2, 3 e 3Mx ............................................................................... 21 Figura 14 – Bráquete Damon 2 .............................................................................................. 21 Figura 15 – Bráquete Damon 3 .............................................................................................. 22 Figura 16 – Bráquete Damon 3Mx ......................................................................................... 22 Figura 17 – Bráquete SmartClip ............................................................................................. 23 Figura 18 – Bráquetes BioQuick e BioPassive ........................................................................ 23 Figura 19 – Bráquete Quicklear ............................................................................................ 23 Figura 20 – Bráquete Carriere LX ......................................................................................... 24 Figura 21 – Bráquete In-Ovation C ........................................................................................ 24 Figura 22 – Bráquete Damon Q ............................................................................................. 25 Figura 23 – Bráquete Clarity SL ............................................................................................. 25 Figura 24 – Bráquete Easyclip ............................................................................................... 26 Figura 25 – Bráquete Roth SLI ............................................................................................... 26 Figura 26 – Bráquete Evolution SLT 3D ................................................................................. 27 Figura 27 – Bráquete In-Ovation L ........................................................................................ 27 Figura 28 – Tipos de bráquetes autoligáveis ........................................................................ 28 LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Principais bráquetes autoligáveis disponíveis no mercado .............................. 29 12 1 INTRODUÇÃO Os bráquetes autoligáveis foram idealizados por Stolzemberg na década de 30, mas só se popularizaram após os anos 80, onde inúmeros modelos de autoligados foram desenvolvidos e apresentados por quase todas as empresas produtoras de materiais ortodônticos. Todos os bráquetes autoligáveis apresentam uma quarta parede móvel utilizada para converter a canaleta em tubo, dispensando as ligaduras metálicas ou elásticas. Quando essa parede desliza pelas aletas do bráquete sem exercer pressão sobre fio ortodôntico, são considerados passivos. Já quando o clip/tampa invade uma parte da canaleta e pressiona o fio são chamados ativos. Há ainda um terceiro tipo de bráquete autoligável, chamado interativo, que se comporta como o passivo e como o ativo, dependendo do calibre do fio utilizado. O grande diferencial propagado pela literatura é que os bráquetes autoligáveis, sejam eles ativos ou passivos, reduzem o atrito na movimentação ortodôntica quando comparados aos bráquetes convencionais. Os bráquetes autoligáveis passivos geram menos atrito durante a movimentação dentária, quando comparados ao ativo e ao convencional, sendo os bráquetes de escolha para fechamentos de espaços, diastemas. Contudo quando se precisa de um melhor controle de torque, durante a mecânica ortodôntica o mais indicado é utilizar um sistema de bráquete ativo. 13 2 PROPOSIÇÃO O propósito do presente estudo foi realizar uma revisão de literatura, expondo a evolução dos bráquetes autoligáveis, comparando seus diferentes tipos, indicações, vantagens e desvantagens durante a mecânica ortodôntica. 14 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Evolução dos bráquetes autoligáveis Os bráquetes autoligáveis começaram a ser desenvolvidos nos anos de 1930, por Stolzemberg, no entanto, as dificuldades em sua fabricação e as frequentes avarias impediram que se tornassem comercialmente viáveis. (Baek, 2010) O pensamento da época era facilitar a inserção dos fios e diminuir o tempo de trabalho, pois os acessórios eram, então, soldados às fitas metálicas e amarrados um a um. Essa vantagem foi logo superada pela introdução no mercado das ligaduras elásticas, mais práticas e de mais rápida inserção. (Maltagliati, 2007) Exemplo de bráquetes autoligáveis desenvolvidos na década de 30: Bráquete de Boyd (1933), sendo um bráquete do tipo passivo, possui um a parede rígida externa em forma de “U”, que se move de cima para baixo. Este modelo nunca obteve ampla aceitação clínica. (Baek, 2010) Figura 1: Bráquete de Boyd Fonte: Baek 2010 15 Bráquete de Ford (1933), bráquete do tipo passivo, possui um anel circular rotativo para criar uma parede rígida externa, também não obteve muita aceitação clínica. (Baek, et. al., 2010) Figura 2: Bráquete de Ford Fonte: Baek, 2010 Bráquete de Russel (1935), bráquete com um sistema de parafuso horizontal com rosca que fixava o arco, permitindo graduar sua pressão sobre o mesmo, mas em função do alto custo e fragilidade das peças, não se popularizou. (Berger, 1994) Figura 3: Bráquete de Russel Fonte: www.cursosgapo.com.br 16 Apenas no início dos anos 70, os bráquetes autoligáveis começaram a ganhar aceitação comercial com o Bráquete Edgelok, idealizado por Wildman e patenteado pela Ormco, em 1972. Este bráquete era moldado em liga de cromo, que possui uma dureza superior à do aço inoxidável (Berger, 1994). Apresentava uma tampa por vestibular para fechar a canaleta do bráquete em um tubo de quatro paredes, sendo um sistema considerado passivo. (Baek, 2010) Figura 4: Bráquete Edgelok Fonte: Baek, 2010 Na década de 80, surgiu o Bráquete Speed (Strite Industrias Ltda, Canadá), idealizado por Hadson. É do tipo ativo, possui um grampo inicialmente de aço inoxidável, hoje é de níquel-titânio (superelástico), formando uma parede externa. Este foi o primeiro bráquete autoligável a obter ampla aceitação clínica. (Berger, 1994; Baek, 2010) 17 Figura 5: Braquete Speed Fonte: Baek, 2010 O Braquete Mobil Lock (Forestadent, Alemanha), também surgiu na década de 80. É um braquete passivo, possui um componente circular metálico que pode ser girado para criar uma parede rígida externa. Após obter aceitação clínica limitada, foi praticamente abandonado pelo fabricante. (Baek, 2010) Figura 6: Braquete Mobil Lock Fonte: Baek, 2010 18 O Braquete Activa (A Company Orthodontics, EUA), surgiu em 1986, como um bráquete passivo, de forma cilíndrica. Possui um componente circular metálico rotativo que pode criar uma parede rígida externa, além de encaixe vertical auxiliar. No entanto, a comercialização desses bráquetes foi descontinuada devido à facilidade com que os pacientes abriam sua tampa. (Closs, 2005; Baek, 2010) Figura 7: Braquete Activa Fonte: Baek, 2010 O Bráquete Time (Adenta, Alemanha), surgiu em 1995. É um braquete ativo, semelhante ao Speed na aparência e no sistema de ativação. Possui um grampo metálico arqueado quepode ser girado dentro do encaixe para formar uma parede rígida. (Araújo; 2008) Figura 8: Bráquete Time Fonte: Baek, 2010 19 O Bráquete Damon SL (Ormco), surgiu em 1996 como um bráquete passivo, sendo um protótipo do bráquete Damon 2 e 3. (Baek, 2010) Figura 9: Braquete Damon SL Fonte: Baek, 2010 O Braquete TwinLock (A Company Orthodontics, EUA); apareceu em 1998. É um bráquete passivo, semelhante ao Edgewise geminado, com tampa deslizante, plana, no sentido oclusal. (Closs, 2005) Figura 10: Braquete TwinLock Fonte: www.cursospos.com.br O Braquete In-Ovation R (GAC), foi lançado em 2000, possui um grampo Elgiloy que forma uma parede externa flexível, também possui aletas para ligaduras como outros bráquetes convencionais. Durante o alinhamento e nivelamento, utilizando-se fios redondos e de menor calibre, os bráquetes são considerados passivos, pois a tampa está distante do 20 fio dentro da canaleta. À medida que se aumenta o calibre do arco e se passe fios retangulares, o contato do fio com a tampa o torna ativo. (Castro, 2009) Figura 11: Braquete In-Ovation Fonte: Baek, 2010 O Bráquete Oyster(GAC), apareceu no início do século XXI como o primeiro bráquete autoligável estético. Feito em fibra de vidro reforçada com um polímero, dando transparência ao bráquete. A tampa fecha sobre a canaleta no sentido cervico-oclusal, funcionando de forma ativa. Esta tampa pode ser removida e o bráquete passa a funcionar como um sistema tradicional. (Castro, 2009) Figura 12: Braquete Oyster Fonte: www.cursospos.com.br O Bráquete Damon 2 (Ormco), surgiu em 2000, são de metal. Já o Bráquete Damon 3 é uma combinação de bráquete de resina com encaixe metálico. Esses bráquetes possuem uma parede rígida com uma tampa de metal retangular achatada que se movimenta de 21 baixo para cima e são autoligáveis do tipo passivo. Possuem também aletas para ligadura como os bráquetes convencionais. O Bráquete Damon 3 MX tem um encaixe auxiliar para o gancho gota removível, sendo todo de metal. (Baek, 2010) Figura 13: Bráquetes Damon 2, 3 e 3Mx Fonte: Baek, 2010 Figura 14: Bráquetes Damon 2 Fonte: Baek, 2010 22 Figura 15: Bráquetes Damon 3 Fonte: Baek, 2010 Figura 16: Bráquetes Damon 3Mx Fonte: Baek, 2010 O Bráquete SmartClip (Unitek, 2005) é um bráquete autoligável de metal que segue conceitos da biomecânica de deslizamento do aparelho ortodôntico MBT Versátil. Possui grampos de Niti nos lados mesial e distal do bráquete e aletas para ligaduras. É um bráquete passivo. (Trevisi, 2008) 23 Figura 17: Bráquetes Smart Clip Fonte: Baek, 2010 Neste período a Forestadent (Alemanha), apresentou o bráquete autoligável ativo chamado Quick; sendo que o sistema permanece passivo até os fios 0,018x0,018 ou 0,016x0,022, tornando-se mais ativo uma vez que o arco vá além dessas dimensões e totalmente ativo nos arcos 0,018x0,025 (slot 018) ou 0,022x0,025 (slot 022). São encontrados na prescrição Roth e MBT. Mais recentemente a Forestadent apresentou os bráquetes Quicklear e BioQuick. O Quicklear em sua segunda geração consiste de um bráquete de cerâmica com clipe de metal (Cromo-cobalto) e disponível de segundo prémolar superior direito a esquerdo e de canino á canino inferior. Os bráquetes BioQuick apresentam-se nos sitemas ativo (Active BioQuick) e passivo (BioPassive), sendo que neste último o slot foi alargado proporcionando mais folga para o arco.(Forestadent.com) Figura 18: Braquetes BioQuick e BioPassive Fonte: www.forestadent.com Figura 19: Braquete Quicklear Fonte: www. forestadent.com 24 E a Ortho Organizers (EUA), lançou o bráquete Carriere LX que segue o sistema passivo. Possui uma base microrretentiva e menos volumosa. Figura 20: Bráquete Carriere LX Fonte: www.orthoorganizers.com Em 2006, a GAC International, apresentou o bráquete autoligável estético In-Ovation C que se comporta como um sistema passivo, interativo e ativo, conforme a espessura do arco utilizado. Figura 21: Braquete In-Ovation C Fonte: www.drchensmiles.com A Ormco também lançou o bráquete autoligável passivo Damon Q, que apresenta suas dimensões menores, tanto no perfil, como no sentido ocluso-gengival, quando comparado a outros bráquetes autoligáveis. 25 Figura 22: Braquete Damon Q Fonte: www.simonorthodontics.com A Unitek, em 2008, apresentou o Clarity SL que são bráquetes autoligáveis cerâmicos, de aletas duplas e com estética dos bráquetes Clarity. Figura 23: Braquete Clarity SL Fonte: www.napabraces.com A Aditek, Brasil, lançou seu sistema de bráquete autoligável passivo chamado EasyClip que utiliza um clip deslizante de Niti. Seus bráquetes possuem aletas semelhantes aos convencionais e o clip pode ser removido, tornando-o um bráquete convencional. São encontrados na prescrição Damon e Roth. (Castro, 2009) 26 Figura 24: Bráquete EasyClip Fonte: www.neorto.com.br A Morelli, Brasil, apresentou seu bráquete autoligável interativo de metal com clip de Niti, na prescrição Roth, chamado SLI. Apresenta uma fase passiva, com liberdade de movimentos para arcos redondos e uma fase ativa para os arcos retangulares. (morelli.com.br) Figura 25: Bráquete Roth SLI Morelli Fonte: www.mastherdental.com.br A partir de 2001, foram criados os bráquetes autoligáveis para técnica lingual, como o Evolution (Adenta, USA) (Kairalla, 2011). Recentemente a Adenta lançou o Evolution SLTTM3D que é sistema interativo: passivo com fios menores que 0,016 e ativo com arcos maiores do que 0,016. 27 Figura 26: Bráquete Evolution SLT 3D Fonte: www.adentausa.com Os bráquetes In-Ovation L (GAC), também são autoligáveis interativos, com função passiva e ativa, dependendo do tipo de arco utilizado. (Kairalla, 2011) Figura 27: Bráquete In-Ovation L Fonte: www.gacorthomax.com.br 28 3.2 Classificação dos bráquetes autoligáveis A mais tradicional classificação dos bráquetes autoligáveis dividem esses acessórios em três tipos de acordo com o grau de pressão do sistema aplicado ao fio: . em ativos: quando o sistema pressiona o fio dentro da canaleta; . em passivos: quando o sistema permite liberdade do fio na canaleta; . e em interativos: quando os bráquetes autoligáveis exercem pressão em fios mais espessos, mas permite liberdade para fios menos calibrosos. (Sathler, 2011) Figura 28: Tipos de bráquetes autoligáveis Fonte: www.gacorthomax.com.br Outra classificação, divide os bráquetes autoligáveis em apenas dois grupos: . bráquetes autoligáveis com parede ativa (spring clip); . bráquetes autoligáveis com parede passiva (passive slide). (Rinchuse, 2007) 29 NOME MARCA COMERCIAL CARACTERÍSTICA metálico, ativo e passivo PRESCRIÇÃO BioQuick Forestadent Carriere LX OrthoOrganizers metálico, passivo Roth, MBT Carriere SLB ClassOne metálico, passivo Roth, MBT Clarity SL Unitek estético, passivo MBT Damon 2 Ormco metálico, passivo Low, Standard, High Roth, MBT Damon 3 Ormco estético, passivo Low, Standard, High Damon 3Mx Ormco metálico, passivo Low, Standard, High Damon Q Ormco metálico, passivo Low, Standard, High EasyClip Aditek metálico, passivo Roth, Damon Adenta metálico, interativo Técnica Lingual GAC estético, interativo Roth, Roncone, 7/3 In- Ovation L GAC metálico, interativo Técnica Lingual In-Ovation R GAC metálico, interativo Roth, Roncone, 7/3 Opal Ultradent estético, passivo Roth Oyster Gestenco estético, ativo Roth Praxis Glide Lancer metálico, passivo Roth, MBT Quick Forestadent metálico, interativo Roth, MBT Quicklear Forestadent estético, interativo Roth, MBT Synergy R RockyMontainOrthodontics metálico, passivo Roth SmartClip Unitek metálico, passivo MBT Speed Strite Industries metálico, ativo Hanson, Roth, MBT, Bioprogres. SLI Morelli metálico, interativo Roth Time Adenta metálico, ativo Standard Time 3 American Orthodontics metálico, interativo Roth, MBT Vision LP American Orthodontics metálico, interativo Tabela1: Principais bráquetes autoligáveis disponíveis no mercado Roth, MBT Evolution SLT 3D In-Ovation C 30 3.3 Avaliação comparativa dos bráquetes autoligáveis passivos, ativos e interativos Segundo Bretos (2004), entre os sistemas de bráquetes autoligáveis comercialmente disponíveis, a principal característica de todos eles é o mecanismo de abertura e fechamento do slot mais eficiente; esse mecanismo pode ser passivo ou ativo. No bráquete autoligável passivo, o objetivo é maximizar o uso de forças leves para permitir um suprimento vascular ininterrupto no ligamento periodontal. Essa condição melhora a movimentação dentária. Complementando; a resistência ao atrito é reduzida pelo deslizamento dos dentes ao longo das bordas ou cantos do arco retangular; oposto ao que acontece nos bráquetes autoligáveis ativos, onde o deslizamento ocorre sobre as superfícies planas dos arcos, induzido pela compressão do clipe. No sistema passivo o arco não mais se encontra em contato direto com o fundo do slot, principalmente nas fases iniciais do nivelamento, onde pode haver até 10 o de folga, mesmo que as giroversões não sejam totalmente corrigidas nessa fase. Nóbrega & Silva (2004), afirmam que os sistemas autoligáveis, principalmente aqueles que primam pela interatividade entre clipe e arco ortodôntico, não constituem meramente conjuntos de acessórios que economizam tempo de tratamento. Representam, sim, o que há de mais biológico em relação ao gerenciamento das forças friccionais reduzidas durante a fase inicial de tratamento, e ao mesmo tempo positivamente estas forças friccionais aumentam quando se necessita de mais interatividade entre fio ortodôntico e slot, como por exemplo, quando do uso de fios com geometria retangular. O uso concomitante de acessórios autoligáveis interativos, com ligas inteligentes e slot diferenciais, faz com que grande eficiência biomecânica seja alcançada de maneira mais simples e direta, promovendo excelente perfusão de oxigênio nos tecidos envolvidos com o movimento ortodôntico. 31 Jakob (2004), salientou que os bráquetes autoligáveis interativos apresentam flexibilidade do clipe, fato que, além de minimizar os efeitos deletérios das forças pesadas, quando o clipe deflexiona e dissipa parte da força aplicada, auxilia o fio ortodôntico em alguns dos principais movimentos dentários, especialmente os de angulação, rotação e torque. Dessa maneira, a movimentação é obtida com maior eficiência, utilizando forças moderadas. Nos bráquetes autoligáveis passivos, os efeitos mencionados não são observados, uma vez que a cobertura rígida dos bráquetes, por não apresentar nenhuma flexibilidade, não oferece nenhum controle sobre os movimentos de rotação, angulação e torque, que fica a cargo exclusivamente dos fios ortodônticos. Trevisi, et. al. (2008), realizaram um estudo onde se mostrou as vantagens, desvantagens e indicações dos bráquetes autoligáveis, declararam também a sua predileção pela utilização do sistema de bráquetes SmartClip que incorpora a filosofia de tratamento MBT (versatilidade, bráquete de aletas duplas, de tamanho médio e prescrição de forças leves).O aparelho SmartClip permite a utilização de dois fios redondos possibilitando uma correção do alinhamento e do nivelamento com eficiência e mais rápido. Os autores também destacam que a principal diferença entre os modelos de bráquetes autoligáveis é a forma como travam o bráquete, como formam a quarta parede da canaleta que é vestibular. Alguns modelos fecham a canaleta invadindo parte dela em uma ranhura localizada em uma das paredes da mesma, tornando-a mais estreita e, com isso, participando mais da manutenção do fio dentro da canaleta, atuando passivamente nos fios mais finos e ativamente nos fios mais calibrosos. Outros fecham a canaleta com deslize das travas, transformando todos os bráquetes em tubos de molar, atuando passivamente tanto em fios finos quanto mais grossos. 32 Budd, et. al.(2008), realizaram um estudo comparativo, in vitro, das características de atrito de quatro sistemas de bráquetes autoligáveis: Damon 3 (passivo), Speed (ativo), InOvation R (ativo/passivo) e Time 2 (ativo). Cada bráquete foi testado nos seguintes arcos: aço inoxidável 0,016 X0,022; 0,019X0,025; 0,020 redondo e 0,021X0,021. Os autores constataram que o sistema de bráquete Damon 3 demonstrou a menor resistência de atrito ao deslizamento, enquanto o bráquete Speed apresentou a maior resistência. E que o tipo de clipe (passivo ou ativo) parece ser a principal variável responsável pela resistência ao atrito. Clipes que atuam passivamente produzem menos resistência ao atrito, no entanto, esta diminuição do atrito pode resultar em redução do controle de rotação e torque em comparação aos sistemas ativamente ligados. Araújo (2008), avaliou as inclinações dentárias obtidas no tratamento ortodôntico com bráquetes autoligáveis utilizando tomografia computadorizada. Para este estudo foi selecionada uma amostra clínica de dez pacientes com dentição permanente, todos os dentes presentes, com apinhamento superior ou igual a 4,0 mm, tratados sem extração. Foi utilizado bráquetes autoligáveis Damon 2 ORMCOTM na prescrição padrão e realizou-se medições das inclinações dos dentes anteriores de canino a canino, superior e inferior por meio de imagens tomográficas obtidas em dois tempos: antes do início do tratamento ortodôntico e após a inserção do último fio de nivelamento (0,019 X 0,025 de aço inoxidável) e observou-se que as inclinações dos dentes aumentaram, embora apresentassem valores de inclinação diferentes da prescrição, denotando a incapacidade do fio 0,019 X0,025 de aço inoxidável em reproduzir os torques indicados na prescrição padrão utilizada neste presente estudo. Badawi, et. al. (2008) realizaram um estudo no qual se mensurou as diferenças de torques expressos em quatro sistemas autoligáveis: dois ativos (In-Ovation, GAC, Bohemia, 33 NY e Speed, Strite Industries, Cambridge, Ontário, Canadá) e dois passivos (Damon 2, Ormco, Orange, Califórnia e SmartClip, Unitek, Monróvia, Califórnia), com arco de aço inoxidável 0,019 X 0,025. Constataram que a partir de uma torção de 7,5 o, em média, o torque passou a ser expresso para os sistemas autoligáveis ativos e com 15o de torção para os autoligáveis passivos. A expressão de torque foi maior para os bráquetes autoligáveis ativos até 35o de torção. A partir deste ponto houve um aumento linear no valor medido para o Damon 2, o SmartClip e o In-Ovation. O torque foi relativamente constante nos últimos 35 o de torção para o Speed. Portanto, concluíram que os sistemas autoligáveis ativos são mais eficazes na expressão do torque do que os sistemas autoligáveis passivos. Fansâ, et. al. (2009), avaliaram a eficácia dos sistemas autoligáveis no nivelamento de dentes com apinhamento. Utilizaram nove sistemas de bráquetes autoligáveis de vários fabricantes (Forestadent – Quick, Dentsply GAC - In-Ovation, Adenta - Time, Ormco - Damon 2 e Damon 3Mx, UP-dental – Opal M e Opal Z, Strite – Speed) todos com slot 0,022. Um sistema de bráquete convencional (Dentaurum) foi utilizado para fins de referência. Foram usados os seguintes arcos para o nivelamento: aço multitrançado Ormco Tripleflex 0,44 mm redondo, quatro arcos de níquel-titânio de diferentes diâmetros (Forestadent BioStarter 0,30 mm redondo, BioStarter 0,40 mm redondo, Titanol Low Force 0,40 X 0,40 mm e Titanol Low Force 0,40 X 0,56 mm. Observou-se que ambos sistemas (convencional e autoligável) apresentaram um comportamento semelhante, com dissolução de 80% do apinhamento corrigido. O deslocamento vestibular foi corrigido com todos os sistemas de bráquetes em 100%. A influência do material do fio e o seu diâmetro se tornou evidente em relação às forças expressas na fase de nivelamento, sendo que a influência desses fatores é claramente maior do que o método de ligação. Os autores concluíram que a seleção do sistema de bráquete tem influência insignificante sobre a eficácia do nivelamento. Embora os bráquetes 34 autoligáveis sejam mais fáceis para o ortodontista manipulá-los e ofereçam mais conforto aos pacientes, eles não são superiores aos convencionais em termos das características biomecânicas. Krishnan, et. al.(2009), realizaram um estudo comparativo das forças de atrito nos sistemas autoligáveis ativos e passivos e no sistema de bráquetes convencional com várias ligas de arco (aço inoxidável, níquel-titânio e beta-titânio) e todos os bráquetes tinham slot 0,022 e foram utilizados fios com diâmetro de 0,019X0,025. Constataram que as forças de atrito estático e cinético foram menores tanto para o sistema autoligável passivo e ativo do que para o sistema convencional. Foram observados valores maiores para os arcos de betatitânio e diferenças significativas entre níquel-titânio e aço inoxidável. Nos sistemas autoligáveis passivos e ativos os fios de aço inoxidável não produziram uma diferença significativa, mas as diferenças foram significativas com níquel-titânio e beta-titânio. Então, concluíram que quando os fios de níquel-titânio e beta-titânio são usados para movimentação dentária guiada, os bráquetes autoligáveis passivos podem minimizar a resistência ao atrito. Pandis, et. al. (2010), executaram um estudo controlado randomizado comparativo da eficiência dos sistemas autoligáveis ativos e passivos em resolver apinhamento anterosuperior em adolescentes. Foi comparado o tempo necessário para completar o alinhamento dos dentes anteriores (canino a canino) de 70 pacientes, randomizados em dois grupos: o primeiro recebeu aparelhagem fixa autoligável Damon MX (Ormco, Glendora, Califórnia) e o segundo grupo recebeu os bráquetes autoligáveis In-Ovation R (GAC, Central Islip, NY). Não foi encontrada diferença no alívio do apinhamento entre os dois sistemas de bráquetes. Apinhamentos mais severos exigiram um aumento no tempo de dissolução. Os 35 autores concluíram que o uso de sistemas autoligáveis passivo e ativo não parece afetar a duração do tratamento para aliviar o apinhamento dentário inicial. Stefanos, et. al. (2010), avaliaram a resistência ao atrito entre os bráquetes autoligáveis ativos (In-Ovation C (GAC, Boemia, NY) e Speed (Strite Industries, Cambridge, Ontário, Canadá) e passivos: SmartClip (Unitek, Monrávia, Califórnia) e Synergy R (Rocky Mountain Othodontics, Denver, Colombia) e Damon 3MX (Ormco, Orange, Califórnia), todos com slot 0,022. O bráquete Damon 3MX obteve a menor média de força de atrito estático. A maior média de força de atrito foi mostrada pelo bráquete Speed. Os outros bráquetes foram classificados da seguinte forma, do maior para o menor: In-Ovation C, SmartClip e Synergy R. As médias da força de atrito foram todas estatisticamente diferentes. As classificações das forças de atrito cinético da combinação clipe/arco foi o mesmo descrito para as forças de atrito estático. Todas as combinações de bráquete/arco mostraram diferentes forças de atrito cinético, exceto o SmartClip e In-Ovation C, que não foram significativamente diferentes um do outro. Concluíram, portanto que os bráquetes passivos têm menor resistência ao atrito estático e cinético do que os bráquetes ativos com fios de aço inoxidável 0,019X0,025. Pacheco, et. al. (2011), compararam a força de atrito gerado por quatro tipos de bráquetes autoligáveis (Time, Damon 2, In-Ovation R e SmartClip) com um grupo de bráquetes convencionais (Dynalock) associados a ligaduras elásticas tradicionais (DispensAStix), que serviu como grupo controle. Foi utilizado fios de aço inoxidável com secção transversal 0,018 e 0,017X0,025. Os resultados demonstraram baixo níveis de atrito nos quatro bráquetes autoligáveis associados ao fio 0,018. Entretanto, os resultados observados quando os bráquetes autoligáveis foram testados com fios 0,017X0,025 mostraram alta resistência ao deslizamento nos grupos de bráquetes autoligáveis ativos. 36 Ferrari, et. al. (2011), avaliaram a fricção entre fios ortodônticos retangulares (aço inoxidável e de níquel-titânio, 0,017X0,025; 0,019X0,025 e 0,021X0,025) e bráquetes autoligáveis: Damon 3 (Ormco), SmartClip (3M Unitek) e In-Ovation (GAC) e pelos bráquetes convencionais Victory (3M Unitek) com módulos elásticos e amarrilhos metálicos. Foi avaliado também se existe diferença em fricção entre fios de aço inoxidável e de níqueltitânio. A partir dos resultados obtidos, concluíram haver redução significativa da fricção utilizando osbráquetes autoligáveis Damon 3 e SmartClip quando comparados ao bráquete autoligável In-Ovation e ao bráquete convencional com amarrilho e com módulo elástico. Não houve diferença significativa nos valores do atrito entre as diferentes secções de fio nem entre as duas ligas metálicas estudadas. Oliver, et. al.(2011), compararam a resistência ao deslizamento de seis diferentes bráquetes autoligáveis: Speed, In-Ovation C, Carrière SLB, Clarity SL, SmartClip e Vision LP. Cada bráquete foi testado com três tipos de fio de aço inoxidável: 0,017X0,022; 0,017X0,025 e 0,019X0,025. Os quatro bráquetes autoligáveis passivos (Carrière SLB, Clarity SL, SmartClip, Vision LP) apresentaram resistência ao atrito significativamente menores que o Speed (Ativo) e o In-ovation C (interativo). O Speed consistentemente demostrou maior resistência ao deslizamento. Os autores concluíram que o modo de ligação parece ser a principal variável na determinação do comportamento do atrito dos bráquetes submetidos à mecânica de deslizamento. Os bráquetes autoligáveis passivos demonstraram resistência à fricção significativamente inferior ao deslizamento. No que diz respeito aos bráquetes autoligáveis, a profundidade (espessura vestíbulolingual) do fio teve uma influência mais significativa que a sua altura. Cattaneo, et. al.(2011), avaliaram as alterações transversais dento-alveolares maxilares em pacientes tratados com aparelho autoligável passivo e ativo em um ensaio clínico 37 randomizado utilizando tomografias, exames e modelos digitais. Os pacientes foram tratados com aparelhagem fixa autoligável passiva (Damon 3MX) e ativa (In-Ovation R). A expansão transversal do arco superior foi alcançada por vestibularização dos dentes em todos os casos. Não houve diferença estatisticamente significativa na inclinação vestibulolingual na região de pré-molares e pós-tratamento ortodôntico. A área de osso bucal para o segundo pré-molar diminuiu, em média 20% no Damon e 14% no In-Ovation. Apenas alguns pacientes apresentaram alargamento do processo alveolar. A remodelação óssea vestibular não pode ser confirmada, devido à ampla variação individual de cada paciente quanto à inclinação dos dentes e oclusão, influenciando no resultado final do tratamento ortodôntico. Buzzoni, et. al.(2012), avaliaram a fricção apresentada por bráquetes de aço inoxidável com sistema passivo com tampa sob angulação de 0 o e 2,5o e compararam o comportamento desse grupo sob angulação nula com o de um grupo de bráquetes autoligáveis com sistema ativo de tampa resiliente. Foi utilizado bráquetes passivos Damon SL II, bráquetes convencionais Gemini com ligaduras elásticas e bráquetes autoligáveis ativo Time 2. Concluíram que as médias de fricção encontradas confirmaram que o sistema de bráquete Damon SL II é mais eficiente no controle de atrito do que o sistema de tampa ativa sob angulação de 0o. Quando submetidos à angulação de 2,5o, a fricção aumentou significativamente, porém mantendo-se ainda muito inferior aos patamares evidenciados no grupo de bráquetes convencionais. Glick, et. al.(2012), compararam diferentes tipos de sistemas de bráquetes com seus diferentes sistemas de ligações, quanto à eficiência no controle do movimento de terceira ordem, o torque. Foram analisados quatro grupos: ligação passiva – Damon 3Mx; ligação interativa – In Ovation R e ligação elástica e metálica – com bráquete convencional: Ovation. 38 Foi utilizado uma sequência de fios 0,017X0,022, 0,018x0,022 E 0,19x0,025 e medido a evolução do movimento de torque em graus. Com o fio017X0,025 o grupo ligação passiva apresentou 0% de correção, o grupo ligação interativa 76,82%, o grupo ligação metálica, o grupo ligação metálica 86,36% e grupo ligação elástica 51,36% de correção de torque. Com o fio 0,018X0,025, o grupo ligação passiva passou a apresentar 1,11% de correção, o grupo ligação interativa 92,73%, o grupo ligação metálica mostrou 95,45% e o grupo ligação elástica 71,82% de correção do torque. Posicionando o fio 0,019X0,025, o grupo ligação passiva apresentou 30,56% de correção, o grupo ligação interativa 100%, ligação metálica 100% e o grupo ligação elástica 85,45% de correção de torque. Finalmente, fixando o fio 0,021X0,025, o grupo ligação passiva resultou em 63,33% de correção, ligação interativa 100%, ligação metálica 100% e o grupo ligação elástica 95,45% de correção de torque. Conclui-se que os grupos ligação interativa e metálica apresentaram as maiores porcentagens de correção de torque atingindo a totalidade da prescrição incorporada ao bráquete com o fio 0,019X0,025. Os grupos ligação passiva e ligação elástica apresentaram porcentagens de correção de torque aquém da prescrição, mesmo com o fio 0,021X0,025. Benetti, et. al.(2012), compararam a eficiência e o desempenho de diferentes bráquetes frente ao movimento de rotação. O método utilizou bráquetes convencionais Ovation (GAC, Bohemia, NY, USA) ligados por amarrilhos metálicos e por ligante elastomérico, bráquetes autoligáveis passivos Damon 2 (Ormco, Orange, CA, USA) e bráquetes autoligáveis interativos In-Ovation R (GAC, Bohemia, NY, USA). A simulação da correção de rotação dentária foi realizada com o fio 0,016 de níquel-titânio e na sequência com o fio 0,018 de níquel-titânio. Os resultados demonstraram maior controle e eficiência na correção da rotação através dos bráquetes autoligáveis em comparação com os convencionais. Entre os autoligáveis, o resultado foi melhor com o sistema interativo, sendo que nos bráquetes 39 convencionais com ligante elastomérico obteve-se a menor correção angular, considerando o mesmo espaço de tempo. Os acessórios autoligáveis mostraram a grande vantagem de um sistema de baixo atrito e com excelente gerenciamento no controle do movimento. Montasse, et. al.(2013), investigaram as diferenças na perda de força durante a retração de caninos com os sistemas de bráquetes convencionais com ligaduras em aço inoxidável, bráquetes autoligáveis passivo e ativo. Bráquetes convencionais: Victory Series e MiniTaurus; bráquetes autoligáveis passivos: SmartClip e Time 3; e bráquete autoligável ativo: Speed e um bráquete convencional de baixo atrito: Synergy. Estes bráquetes foram combinados com fios retangulares 0,019X0,025 de aço inoxidável, níquel-titânio e beta IIItitânio (liga de titânio-molibdênio). A perda de força foi menor para o Victory Series e SmartClip em combinação com o arco de aço inoxidável e maior para o Speed e Mini-Taurus em combinação com o arco níquel-titânio. Não houve padrão consistente de perda de força quando se compara bráquetes convencionais e autoligáveis passivo e ativo. 40 4 DISCUSSÃO Para o ortodontista, a utilização de aparelhos autoligáveis é extremamente benéfica na clínica diária devido à biomecânica do tratamento ortodôntico causar baixo nível de força, proporcionarem melhor desempenho de biomecânica de deslizamento, causar melhor gerenciamento no procedimento clínico, uma diminuição do tempo de tratamento ortodôntico, com tratamento ortodôntico diferenciado, uma diminuição no tempo de cadeira do paciente, melhor saúde periodontal e proporcionam bons resultados de finalização (Macedo, 2008; Sampaio, 2009). Já Sathler (2011), afirma que os bráquetes autoligáveis não permitem o desenvolvimento de planos de tratamentos mais rápidos ou mais excelentes do que os bráquetes convencionais. São somente mais uma opção de acessórios, sendo que sua escolha deve ser baseada na habilidade e na experiência de cada profissional, e não na promessa de obter resultados melhores e mais eficientes. A principal característica dos bráquetes autoligáveis ressaltada e apontada como vantagem recai sobre o fato de que ao dispensar a necessidade de ligadura, eliminam o contato do material de amarração com o fio e possibilitam a redução do atrito durante o alinhamento e nivelamento e também no momento de fechamento dos espaços (Maltagliati, 2010). Essa redução no atrito durante a movimentação ortodôntica se apresenta de forma diferente entre os sistemas autoligáveis passivos e ativos, sendo menor nos bráquetes passivos. Já os acessórios ativos geram menos atrito que os bráquetes convencionais com amarrilhos metálicos e ligaduras elásticas, nessa ordem (Harradine, 2003; Bretos, 2004; Krishnan, 2009; Stefanos, 2010; Pacheco, 2011; Oliver, 2011; Buzzoni, 2012). Vários trabalhos de pesquisa avaliaram os diversos tipos de bráquetes autoligáveis existentes no mercado e constataram que os sistemas autoligáveis passivo, embora 41 desenvolvam menos atrito na movimentação dentária, oferecem menos controle de torque. Sendo que os bráquetes autoligáveis ativos e interativos respondem melhor neste requisito, expressando mais precisamente os torques prescritos nas diversas técnicas (Araújo, 2008; Badawi, 2008; Budd, 2008; Glick, 2012). Fansâ (2009), observou em seu estudo que a influência do material do fio e o diâmetro do mesmo em relação às forças expressas na fase de nivelamento é claramente maior do que o método de ligação (passivo ou ativo) e que a seleção do sistema de bráquetes têm importância insignificante sobre a eficácia do nivelamento, sendo que os bráquetes autoligáveis não são superiores aos convencionais em termos de características biomecânicas. Também Brauchli (2012), afirmou que a influência da ligadura ou de clipes ativos ou passivos nos aparelhos autoligáveis é mínima, e que as dimensões do slot são muito mais importantes para transmissão do torque. Com relação às alterações transversais dento-alveolares maxilares, Cattaneo (2011), afirma que em pacientes tratados com aparelhagem autoligável passiva e ativa, a remodelação óssea vestibular não pode ser confirmada, devido à ampla variação individual de cada paciente quanto à inclinação dos dentes e má-oclusão. Apesar de os bráquetes autoligáveis serem exaltados por apresentar baixo atrito e haver diversas opiniões acerca de qual é o melhor modelo a ser adotado, a escolha entre um ou outro bráquete deve levar em consideração vários aspectos: desde a facilidade de obtenção do produto, seu preço, qualidade de fabricação e vantagens clínicas de cada um, adaptada ao caso clínico selecionado para o tratamento (Maltagliati, 2010). 42 5 CONCLUSÃO Com base nos resultados da maioria dos estudos expostos, pode-se considerar que os bráquetes autoligáveis: - reduzem o tempo de cadeira do paciente; - produzem menos atrito durante a movimentação ortodôntica, quando comparados aos bráquetes convencionais; - os bráquetes autoligáveis passivos geram menos atrito que os bráquetes autoligáveis ativos; - os bráquetes ativos apresentam um melhor controle de torque que os bráquetes autoligáveis passivos; - quanto à sua eficiência, há uma grande discussão a respeito e os estudos são inconsistentes. Portanto, deve-se ter em mente que os bráquetes autoligáveis passivos, ativos ou interativos são mais uma ferramenta, uma opção a ser avaliada, com critério e bom senso pelos profissionais, para executar o tratamento ortodôntico. 43 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, C. C. M; MALTAGLIATI, L. A. Avaliação das inclinações dentárias obtidas no tratamento ortodôntico com bráquetes autoligados utilizando tomografia computadorizada. Ortodontia SPO, 41: 412; 2008 BADAWI, H.M. et.al. Torque expression of self ligating brackets. Am.J. Orthod. Dentofacial Orthop., 133 (5): 721-8; may. 2008 BAEK, S. H. et. al. Princípios básicos, biomecânica e aplicação clínica do sistema Damon e dos mini-implantes ortodônticos – Novas tendências na Ortodontia, São Paulo. Quitessence. 1017; 2010 BENETTI, J. J. et. al. Influência do modelo do bráquete no movimento ortodôntico de rotação: estudo comparativo. Ortho Sci.Orthod.sci.pract., 5 (17): 28-35; 2012 BERGER, J. L. 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