Padrões de existência,
Regime alimentar e
movimento de preços numa
sociedade em transição:
Minas Gerais, 1750-1900
ANGELO ALVES CARRARA
Doutor em História Social pela Universidade Federal Fluminense
Professor do Departamento de História/Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO Este artigo discute as permanências e as mudanças nos padrões de consumo alimentar em Ouro Preto na segunda metade do século XVIII, e em Juiz de Fora e São João del Rei nos fins do século XIX,
com base nas pautas de gêneros disponíveis aos habitantes desses dois
núcleos urbanos. Busca-se também discutir o movimento dos preços
em ambos os períodos. Os marcos cronológicos querem-se justificados
pelo que significam no contexto estadual: os meados do século XVIII
marcam o apogeu da produção aurífera; os dez últimos anos do século
XIX vêm definir-se os contornos da incipiente industrialização. Ouro Preto e Juiz de Fora, respectivamente, foram os dois núcleos urbanos mais
representativos dos dois períodos.
ABSTRACT This article aims at discussing what kept unchanging and
what changes to the alimentary consumption patterns in Ouro Preto during the second half of eighteenth century and in Juiz de Fora during the
last years of the nineteenth century. The sources for this study are the
commodities lists available for inhabitants of both cities. It is intended
also to check the price movement regarding to this period.
VARIA HISTORIA, Belo Horizonte, nº 23, Jul/00, p.131-153
131
Palavras-chave padrão de vida; regime alimentar; preços
Keywords living standard; alimentary regime; prices
Este artigo visa a discutir as permanências e as mudanças nos padrões de consumo alimentar em Ouro Preto na segunda metade do século XVIII, e em Juiz de Fora e São João del Rei nos fins do século XIX,
bem como as suas relações com os movimentos de preços. As fontes
deste estudo são as pautas de gêneros disponíveis aos habitantes dos
dois maiores núcleos urbanos mineiros nos períodos correspondentes.
Antes de tudo, são fontes relativas a um meio urbano: cabe, por isto,
abstermo-nos de inferir o ritmo em que essas alterações ocorreram no
mundo rural. A aparente indigência das fontes relativas ao meio rural
opor-se-ia às tentativas de resolução do problema. Contudo, veremos
adiante que essa questão é solúvel. Tão somente exige procedimentos
diferentes. De todo modo, as alterações mais significativas que o capitalismo teria o efeito de provocar sobre as estruturas dos modos de produção existentes em Minas no período seriam encenadas nas cidades. É
nestas que se deve, portanto, buscar as transformações inaugurais.
Os marcos cronológicos querem-se justificados pelo que significam
no contexto estadual: os meados do século XVIII marcam o apogeu da
produção aurífera; os dez últimos anos do século XIX vêm definir-se os
contornos da incipiente industrialização. Ouro Preto e Juiz de Fora, respectivamente, foram os dois núcleos urbanos mais representativos dos
dois períodos.
Devo aqui de início concordar que a historiografia brasileira da alimentação é muito pobre, e que apenas no seio da História Econômica e
em filões abertos pela Antropologia e pela História do Cotidiano ou da
vida privada é que começa a surgir uma produção continuada e sistemática.1 Mais raros ainda são os estudos acerca das relações entre o
regime alimentar e os sistemas econômicos nas sociedades rurais. Nesse sentido, o presente trabalho quer-se uma contribuição para esse campo
de estudos. Nele também são apresentados os materiais que fundamentam a discussão aqui empreendida.2
1
2
MENESES, Ulpiano T. Bezerra & CARNEIRO, Henrique. A História da Alimentação: balizas historiográficas.
Anais do Museu Paulista, 5, pp. 9-91, jan. 1997.p. 52.
Segue-se com isto a orientação de Pierre Vilar segundo a qual o mais importante é tornar os dados acessíveis
aos pesquisadores: VILAR, Pierre. Remarques sur l’histoire des prix. Annales (Economies, Sociétés, Civilisations), 1961, pp. 110-5.
132
1. Necessidades básicas, cultura material, padrões de existência
Por necessidades básicas entende-se aqui o conjunto da cultura material e do padrão de consumo alimentar que determina e revela um dado
padrão de existência. Essas necessidades básicas, por seu turno, são
condicionadas pelo modo material de produção e pela classe social, isto
é, pelo nível da renda ao qual um indivíduo pertence. Não se poderia a
rigor falar que a sociedade tenha um determinado padrão de vida (eles
são tantos quantas são as faixas de acesso ao conjunto da sua cultura
material. Por sua vez, uma mesma sociedade pode compreender diversos modos de produção, cada um deles determinando a sua cultura material específica, apesar de o modo de produção dominante contagiar os
demais e arrastá-los para o seu campo de cultura material. Por exemplo,
as necessidades básicas no meio rural sob a lógica do modo camponês
são diferentes das necessidades básicas no meio urbano sob a lógica
capitalista. O êxodo rural neste caso representa a migração para uma
lógica diferente. Em razão disto, o número de bens com os quais o camponês entra em contato é muitas vezes superior ao número dos bens que
anteriormente constituíam sua cultura material. Estes passam, então, a
informar a cultura material possível. No entanto, para determinado país,
em determinado período, o âmbito médio dos meios de subsistência é
dado.3 Apesar de o conjunto das necessidades básicas (ou as cestas
básicas) possíveis ser condicionado pelo nível de renda do indivíduo, nada
impede que a distância entre o possível e o desejado aumente paulatinamente em razão da desproporção entre o crescimento do número de mercadorias produzidas pelo sistema econômico e do nível de renda.4
A sociedade mineira em tela organizava-se até 1888 segundo as
estruturas de dois modos de produção: o escravista colonial e o camponês. Estas estruturas diferentes determinaram padrões de existência igualmente diversos.5
3
4
5
Do mesmo modo em que as necessidades naturais mesmas, como alimentação, roupa, aquecimento, moradia etc., são diferentes de acordo com o clima e outras peculiaridades naturais de um país ... o âmbito das
assim chamadas necessidades básicas, assim como o modo de sua satisfação, é ele mesmo um produto
histórico e depende, por isso, grandemente do nível cultural de um país, entre outras coisas também essencialmente sob que condições, e, portanto, com que hábitos e aspirações de vida se constituiu a classe dos
trabalhadores livres. Em antítese às outras mercadorias, a determinação do valor da força de trabalho contém, por conseguinte, um elemento histórico e moral (MARX, K. O Capital, cap. 4, 3).
Pode-se propor a questão: quanto tempo o indivíduo suporta viver sem conseguir acessar esse conjunto de
mercadorias desejadas? Escapa aos objetivos e ao escopo deste trabalho discutir o processo de “educação”
(talvez melhor seria o dizer “resignação”) num determinado horizonte de necessidade básica. Contudo, podese aqui avançar a hipótese de que a manutenção durante um período, de uma dada renda educa/informa ao
indivíduo o seu horizonte existencial, com o qual esboça minimamente seus projetos de vida, os seus sonhos
de consumo possíveis de serem realizados. Nas palavras de Ernest Labrousse: desde la aparición de las
clases una multitud de hombres se resigna, más o menos, a vivir “pobremente”, pero se resigna menos al
empobrecimiento, absoluto o relativo (LABROUSSE, Ernest. Esquisse du mouvement des prix et des revenus
en France au XVIII siècle. Paris: Dalloz, 1933. Trad. espanhola in: Id. Fluctuaciones económicas e historia
social. Madrid: Tecnos, 1980, p. 349).
Sobre o modelo de sociedade agrária aqui proposto cf. CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na
Capitania de Minas Gerais. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997 (tese de doutoramento).
133
Quanto às estruturas camponesas de produção, seu objetivo primário é fornecer um padrão mínimo de sobrevivência para a família: os
camponeses estão originalmente interessados na produção de valores
de uso. Em virtude da difusão de certos instrumentos agrícolas e utensílios domésticos no período em questão, nenhuma unidade de produção
camponesa podia ser auto-suficiente em tudo aquilo de que precisava.
Todos os instrumentos de trabalho feitos de ferro, por exemplo, tinham
de ser comprados.
Esse padrão mínimo de sobrevivência exigia que uma parte extra —
ou excedente — da produção fosse destinada à reprodução das condições de existência dos lavradores. A produção de um excedente agrícola deveria, pois, ser empregada no consumo de instrumentos que eventualmente devessem ser substituídos.
Como as propriedades camponesas e escravistas dispunham do
mesmo nível técnico no processo material de produção — isto é, enxadas, foices e machados — abria-se a possibilidade a alguns lavradores
que possuíssem os meios de produção adequados, especialmente terras, para participarem em pequena escala da agricultura mercantil. Em
Minas, as estruturas familiares de produção sobreviveram enquanto tiveram à sua disposição o principal recurso — terras nas áreas de fronteira.
Em algumas regiões, como o vale do rio Doce, esta fronteira só se fechou em meados do século XX. O fechamento das fronteiras atuou como
o principal elemento de destruição desse modo de produção.6
O pressuposto teórico assumido neste estudo exige de antemão,
portanto, que se leve em conta a diferença entre lares escravistas e lares
camponeses. Ora, as alterações na cultura material, especialmente dos
lares escravistas, dependeram diretamente da disponibilidade de certos objetos que o capitalismo desembarcava nos portos brasileiros. Ao
longo do século XIX, muitos lares escravistas de fato colocaram-se ao
corrente dos bens de consumo europeus. Não obstante, a introdução de
novos instrumentos de trabalho, principalmente agrícolas, em substituição às antiqüíssimas enxadas, foices e machados, fez-se de forma extremamente mais lenta.
Devemos também indagar sobre a influência exercida pelas novas
possibilidades de consumo de certos bens (manufaturados nacionais ou
importados, principalmente) sobre o nível das demandas básicas da sociedade. É como se aqueles que se achavam em um nível de baixo poder
de consumo sentissem fortemente a tentação de poder participar do “mun-
6
Sobre o lento processo de corrosão do modo camponês na zona da Mata central de Minas Gerais ao longo do
século XIX, cf. CARRARA, Angelo A. Estruturas agrárias e capitalismo; contribuição para o estudo da ocupação do solo e da transformação do trabalho na zona da Mata mineira (séculos XVIII e XIX). Mariana: Edufop,
1999.
134
do das mercadorias”, de poder adquirir bens que representavam uma
elevação das suas condições de existência.7 O próprio capitalismo elevava crescentemente o nível das assim chamadas necessidades básicas,
ao colocar no mercado um número cada vez maior de mercadorias.8
Nas décadas finais do século XIX, a introdução de novos maquinismos ou a simples incorporação de novos métodos de manejo de culturas e criações possibilitariam o incremento da produção destinada ao
mercado (externo ou interno). Porém, os limites das estruturas de produção camponesas, especialmente a disponibilidade restrita de novas terras para um número crescente de pessoas, conjugada com a pouca
difusão desses procedimentos novos atuavam como os elementos fundamentais da desarticulação dessa forma de produção. As mesmas estruturas que durante mais de um século garantiram o crescimento da
população e a expansão do modo parcelar, começavam a revelar agora
seus limites. Contudo, antes da consolidação do movimento do êxodo
rural, o que se verificou por conseqüência dessa lenta agonia dos processos arcaicos de produção foi uma grande mobilidade espacial da
mão-de-obra, cuja invocação engrossava a jeremiada dos fazendeiros
por falta de braços.
Menos do que uma inflexão, há, nos anos vizinhos a 1900, uma conjuntura de transição mais ou menos longa, em que o modo de produzir
de subsistência ia sendo inexoravelmente suplantado pelo capitalismo.
Esta conjuntura deve ser buscada também nas curvas de variação de
população rural e urbana. Esse movimento rural–urbano torna menos
importante outro: o da estrutura fundiária, já que é um novo modo de
produzir que se vai implantando.9
Finalmente, a par da expansão dos setores agrários mercantis, ocorriam a urbanização e a industrialização. Sobre isso, é necessário perguntar-se acerca do significado de ambos os processos. Nesse sentido,
o Relatório de 1917 das Indústrias Fabris do Estado de Minas Gerais é
fonte indispensável. Antes, porém, deve-se precaver quanto à indeterminação conceitual, quer dos presidentes de Câmaras, quer dos coletores estaduais, uns dizendo que não havia indústria fabril e os segundos
afirmando que havia fabricantes de aguardente e açúcar em pequena
escala. Como estabelecimentos fabris eram apresentados sapateiros e
seleiros, nas cidades, e pequenos engenhos de açúcar e aguardente
nas propriedades rurais. Ora, o que se depreende deste Relatório é que
existia um conjunto de unidades produtivas, que deveriam ser classifi-
7
8
9
Dito de outra forma: em qualquer dia que comerdes dele [do fruto da árvore que está no meio do paraíso] se
abrirão os vossos olhos, e sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal (Gênesis, 3, 5).
Cf. nota 2.
A concentração fundiária eventual é de outra natureza, posto que o conjunto das forças produtivas do trabalho, isto é, a base técnica sob a qual se funda, é essencialmente outro.
135
cadas como 1) estabelecimentos produtores de bens de consumo em
geral, cuja máxima concentração e variedade estava na razão direta do
tamanho da população urbana e da população rural participante da agricultura e da pecuária mercantis (e, por isso mesmo, o maior número e a
maior variedade de fábricas de bens de consumo concentram-se em
Juiz de Fora); 2) oficinas de utensílios agrários: selarias, arreios, ferraduras, carroças; 3) máquinas e equipamentos introduzidos nas etapas finais da produção agrária, tornados disponíveis a um número crescente
de lavradores participantes da agricultura e da pecuária mercantil. Devese realçar que não são ‘fábricas’ no sentido estrito do termo, mas muito
especialmente máquinas de beneficiar arroz e café e desnatadeiras convertidas em ‘laticínios’ (em sua maioria fábricas de manteiga); e, por fim,
4) empresas de serviços urbanos: oficinas das estradas de ferro, bondes, iluminação elétrica, além das oficinas mecânicas e tipografias.
A absoluta falta de rigor quanto à classificação do que fosse verdadeiramente uma ‘indústria’ (‘pequenos e grandes industriais’) turvava para
o autor o lugar ocupado pelos diversos ‘estabelecimentos fabris’ em estruturas econômicas variadas que seu relatório mencionava: manufaturas com métodos de produção mais ou menos antiquados, ... ofícios à
moda antiga, e, finalmente, até esparsas indústrias assim chamadas
domiciliares ... há muito caíram sob a exploração capitalista tanto quanto
a fábrica. A legislação foi obrigada ... a declarar arbitrariamente qualquer casa na qual se trabalhe como sendo uma fábrica (factory).10
Contudo, e talvez o que deva ser mais importante, não se deve exagerar o lugar ocupado pelo processo de industrialização. Apesar de simultâneos, dever-se-ia cuidar mais da ‘urbanização’. A comparação entre as cifras relativas à população urbana total e à mão-de-obra industrial nessa época tende a conferir alguma consistência a essa afirmação.
2. À mesa como convém (ou com o que se tem): regimes alimentares
2.1. Ouro Preto (1752-1778)
Noutro lugar11 , tratei dos movimentos dos preços em Minas Gerais
durante o século XVIII, de maneira geral, e em Ouro Preto, entre 1750 e
1778, de maneira particular. Cuido aqui de extrair outras lições do conteúdo das pautas da almotaçaria de Ouro Preto para a segunda metade
do século XVIII.
10 MARX, K. O Capital. cap. 8, 7. Até 1915, o único setor rigorosamente industrial na Mata era o têxtil (em Juiz de
Fora havia ainda uma fábrica de ladrilhos). A Mata detinha um terço da produção industrial anual de Minas
Gerais e da mão-de-obra.
11 CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas Gerais (1674-1807). Rio de Janeiro:
UFRJ, 1997.
136
A pauta completa da almotaçaria inclui seis dezenas de produtos,
entre reinóis, coloniais e regionais. Os gêneros reinóis compreendiam
aguardente do reino, vinho tinto, vinho branco, azeite doce, vinagre, azeitonas de Elvas, azeitonas miúdas, vinho verde, bacalhau, peixe seco do
reino, peixe de barril do reino, badejo de barril, robalo seco e de barril,
sardinhas do reino, arenque defumado, presunto, farinha de trigo, biscoito, aletria, manteiga, queijo de Flandres, passas, figos, ameixas, cevada pilada, amêndoas com casca, amêndoas sem casca cobertas, arenque defumado, paios, lingüiças, chouriço, peras secas, castanhas piladas, sal do reino, grão de bico, nozes. Os gêneros coloniais incluíam
peixe seco do Rio de Janeiro, toucinho das minas de São Paulo, açúcar
do Rio de Janeiro, camarões; ovas de tainha, marmelada de São Paulo,
fumo de São Paulo.
Por fim, entre os produtos regionais figuravam peixe seco do sertão,
peixe frito, peixe pescado recente, lombo de porco, manteiga de porco,
banha de porco, toucinho, açúcar da terra, marmelada, manteiga de
vaca da terra, aguardente da terra, aguardente de cabeça, aguardente
fraca, melado, azeite de mamona, mel de pau, lombinho, entrecosto,
mocotó, queijos da comarca pequenos e grandes, queijos da Comarca
do Rio das Mortes pequenos e grandes, queijos da terra, rapaduras,
ovos, bananas de São Tomé e da terra, laranjas, fumos do Chopotó e do
campo, fumo de Baependi (Maypendi), farinha de milho, farinha de mandioca, milho, arroz, feijão preto, feijão miúdo, feijão fradinho, amendoim
com e sem casca, congonha, leite, pão, garapa, alhos, cebolas.
Obviamente, a pauta por si só não nos informa sobre quais seriam
os padrões de consumo alimentar dos diversos estratos da sociedade
das regiões mineradoras. A solução para este problema, contudo, pode
ser buscada em alguns procedimentos. Um primeiro deles é derivado
da identificação da relação interna dos preços de cada gênero. Assim, a
pauta de preços nos informa que o preço de uma libra de bacalhau
correspondia ao preço de três libras de lombo de porco, e que pelo valor
de um litro de aguardente vínica do reino comprava-se até dez litros de
aguardente de cana da terra. Estas mesmas relações podem ser respigadas nos livros de contabilidade do Seminário de Mariana, entre 1792
e 1801: o preço de uma carga de bacalhau equivalia ao gasto durante
dois meses e meio com farinha de milho.12
Um segundo procedimento consiste na identificação das relações
internas dos itens que compõem a estrutura dos gastos — e, conseqüentemente, do consumo de alimentos por algumas instituições. Na
12 Além dos gêneros de consumo quotidiano (milho, feijão e carne de porco), o Seminário fazia gastos ainda
com sal do Reino, vinho, bacalhau, açúcar, mamona, aves, peixe seco, aguardente do reino, vinagre, queijos,
café, etc. ARQUIVO ECLESIÁSTICO DE MARIANA, Livro de Contas do Seminário [1780-1802], fls. 103-47.
137
Real Administração dos Diamantes, por exemplo, o milho e o feijão respondiam por mais de 60% de todo o seu custo, em 1778, e chega a 72%
em 1784.13
Uma diferença importante quanto à estrutura dos gastos da Administração Diamantina e do Seminário de Mariana, por exemplo, repousa
exatamente nas diferenças sociais entre os consumidores: enquanto na
primeira instituição os alimentos são fornecidos a escravos, na segunda
eles abastecem a mesa dos membros do primeiro estado numa sociedade senhorial. Por último, os inventários de proprietários rurais da Capitania bastariam para corroborar a estrutura de consumo da maioria de
seus habitantes. Milho e feijão eram os gêneros cujas roças ou cujos
estoques de sobejo e quase exclusivamente eram registrados. Eram essas
as duas culturas que mais interessavam ao maior número de pessoas:
aos lavradores, na avença de seus dízimos e nos contratos de venda,
aos garimpeiros que não os podiam cultivar, aos arrematadores de dízimo, ao Governo, que os comprava para o sustento de suas tropas.
Pode-se, sem dúvida, questionar a validade desses métodos tendose em vista a variação de preços que eventualmente modificaria a estrutura dos gastos: a elevação dos preços de um determinado gênero de
consumo corrente obrigaria a população a consumir sucedâneos mais
baratos. Porém, não é isso o que ocorre, porque o que está em questão
é o consumo daqueles que já constituíam os gêneros mais acessíveis. A
elevação de seus preços ocasiona na realidade crises de abastecimento e de consumo. O gasto e o consumo, no quadro econômico e social
colonial, não era realizado em função do preço. Para a população de
Minas, cujo regime alimentar não permitia alterações importantes, a amplitude das variações influiu profundamente na vida das pessoas que
não tinham alternativas à mão: a amplitude dos movimentos do custo de
vida se eleva à medida que baixa o nível de vida.14
2.2. Juiz de Fora, 1892-1900
Conhecida a pauta da almotaçaria de Ouro Preto, é inevitável a sua
comparação com as tabelas de preços correntes em retalho de um século e meio depois válidas para Juiz de Fora, mandadas publicar pelo
Armazém de Molhados e Mantimentos de Cristóvão de Andrade (rua
Direita, 26). Estas tabelas de preços atuavam como parâmetro para a
13 Os gastos da Real Extração dos Diamantes, entre 1778 e 1784, eram feitos com fumo, milho, feijão, farinha de
mandioca, arroz, carne bovina, rapaduras, sal, cachaça, azeite de mamona, carne-seca, toucinho, açúcar,
manteiga, bacalhau, vinho, vinagre, azeite e aguardente do reino ( Arquivo Nacional, Coleção Casa dos Contos de Ouro Preto, 3521).
14 Sobre isso, cf. LABROUSSE, Ernest. Esquisse du mouvement des prix et des revenus en France au XVIII
siècle. Paris: Dalloz, 1933. (Trad. espanhola: Fluctuaciones económicas e historia social. Madrid: Tecnos,
1980, p. 175). Para o quadro em Minas, cf. CARRARA, Angelo A. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas
Gerais. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997 (tese de doutorado).
138
formação dos preços dos gêneros regionais.15 Nos quadros apresentados em anexo, as datas correspondem à revisão ou à renovação das
pautas de preços; cada nova pauta anula a anterior.16
A extensa relação de gêneros em anexo não nos deve confundir
quanto ao seu alcance social. Estamos diante de uma sociedade em
que, ainda, a hierarquia social se manifestava em primeiro lugar pela
qualidade dos alimentos.17 Por maior que fosse a variedade de gêneros
importados, para as classes baixas continuava a valer uma pauta restrita a meia dúzia de produtos.
Nesse sentido, pode ser observada uma resistência do padrão de
consumo alimentar em Juiz de Fora dos fins do século XIX comparado
com o de Ouro Preto de um século e meio antes. A relação gêneros da
pauta permite inferir que a qualidade de meio urbano mais importante
15 As tabelas foram apresentadas diariamente nos jornais juizforanos O Pharol e Jornal do Comércio. Em
anexo é apresentada a tabela de preços completa, publicada a partir de 26 de julho de 1895 (mais de 350
itens — entre 23 de janeiro e 7 de fevereiro de 1893, a lista era constituída de apenas 43 itens). Devem ser
conferidas as outras pautas, especialmente a da Casa Brandi (rua Direita, 53B), de 9 de agosto de 1895. A
publicação da sua pauta provocou, na semana seguinte, redução dos preços da Casa de Cristóvão de
Andrade. Brandi repetiu a pauta com menos gêneros e com quase os mesmos preços. Em 22 de agosto a
Casa Brandi advertia: a população de Juiz de Fora quer conhecer os preços correntes da Casa Brandi? É
fácil. Guie-se pela tabela publicada neste jornal por um nosso colega, cujos preços sustentamos, sendo
que alguns vendemos mais em conta. Em 2 de outubro de 1895 eram apresentados também os preços
correntes do Armazém de Augusto Nazaré. Em 13 de julho de 1895, os preços correntes semanais das
Casas de Félix Antônio da Rocha, Morro da Gratidão, Mariano Procópio, num total de 60 itens, foram igualmente dados a lume. De 15 a 20 de outubro de 1892, também o Armazém Central, situado na rua da
Imperatriz esquina da do Comércio, fazia publicar um total de 29 itens de artigos diversos. Também na
mesma época foram publicadas no Minas Gerais pautas válidas para o mercado de Antônio Dias, em Ouro
Preto, entre 23 de abril e 19 de novembro de 1892, e para São João del Rei, entre 30 de abril de 1892 e 17
de outubro de 1894. A primeira lista constituía-se de milho, feijão, arroz, farinha de mandioca, farinha de
milho, rapadura e frangos, aguardente, toucinho e café. A pauta de São João del Rei é apresentada em
anexo. No mesmo período fora publicada uma lista alternativa com os seguintes gêneros: farinha de milho
e de mandioca de segunda, açúcar claro, café bom e de segunda, fumo regular e ordinário, sola de cá e do
sertão, amendoim, manteiga, vinho mineiro, açúcar branco e redondo, vinagre, sal e algodão. A Pauta de
gêneros até 1894 válida para Juiz de Fora era a seguinte: açúcar branco cristalizado, açúcar mascavinho
claro, açúcar mascavo bom, açúcar refinado de primeira, aguardente, álcool claro 36 graus, aletria de
primeira qualidade, alhos grandes novos, alpista, ameixas superiores, araruta nova superior, arroz iguape
2a, arroz iguape novo, arroz inglês superior, azeite Plagnol, azeitonas de Elvas, azeitonas pretas novas,
bacalhau especial de caixão, bacalhau novo [de barrica/tina], banha americana, banha de Porto Alegre
refinada, batatas francesas 1a, Beneditino, biscoitos estrangeiros, Bordeaux, Cacao, Café especial em
grão, cangica nova, carne especial e de primeira qualidade, carne-seca boa, castanhas, cebolas novas
grandes de Lisboa, cerveja Einbeck, cerveja Pá, chocolate superior, cocos da Bahia novos, Cognac estrangeiro fine Champagne diversas marcas em garrafas de litro, Curaçao, esteiras superiores, farinha de mandioca fina, farinha de mandioca regular, farinha de milho superior, farinha de trigo, farinha láctea Nestlé, fino
de barril, fósforos estrangeiros superiores/Lúcifer, fósforos Jönköpings, fósforos nacionais superiores, fubá
de milho superior, H. Macedo, lasanha amarela de primeira qualidade, leite condensado, licores (Anisette
Guillot, lingüiça superior, Macarrão Amarelo de primeira qualidade, Madeira, Maduro fino, manteiga de
Magny, manteiga superior Gouland, manteiga superior nacional, Marasquino), massa branca miúda sortida
superior, massa de tomate superior/de primeira qualidade, mate superior novo, milho superior, Moscatel,
ostras superiores, palitos lixados, Pepperment, petits-pois superiores, Porto Andersen D. Luís, Porto Andersen três coroas, Porto Duque de Bragrança, queijo de Minas, queijos flamengos, querosene brilhante, sabão Oleyna de primeira qualidade, sabão virgem de primeira qualidade, sabão virgem do Rio de primeira
qualidade, sal claro grosso, Sanguinal especial, segunda e terceira qualidade, toucinho mineiro, Uva Bastarda, vassoura para lavar casa, vassoura piaçava , vassouras americanas de dois e três fios, verde especial, vinagre [tinto] superior, vinhos (Colares, virgem superior Macieira).
16 Em 25 de agosto de 1895: deixamos de publicar hoje os nossos preços correntes por falta de tempo, para
fazermos a revisão nos preços de alguns gêneros que sofreram baixa.
17 DUBY, Georges. L’économie rurale et la vie des campagnes dans l’occident médiéval. Paris: Aubier Éditions
Montaigne, 1962.
139
de Minas permitia que Juiz de Fora mantivesse casas comerciais cujos
estoques possibilitavam à porção socialmente abastada acessar produtos importados de toda ordem. Exatamente como ocorria na Ouro Preto
setecentista. Este mesmo quadro não se verificava em São João del Rei
na mesma época, ou mesmo em Ouro Preto.
Contudo, na pauta de Juiz de Fora há novidades, das quais a mais
importante para a maior parte da população é a posição consolidada do
arroz como gênero definitivamente incluído no regime alimentar dos extratos sociais mais baixos. Ainda demoraria algum tempo para que alimentos atualmente de uso corrente, como o macarrão, participassem
das cestas básicas da população de mais baixa renda: o do tipo branco
ou goela de pato, por exemplo, mais barato, custava cerca de dez vezes
mais do que a mesma quantidade de fubá, ou cinco vezes a mesma
quantidade de arroz.
3. Regimes alimentares e movimentos de preços
Nesta seção procurarei apresentar os resultados da pesquisa relativa ao movimento dos preços em Ouro Preto na segunda metade do século XVIII, e em Juiz de Fora na última década do século XIX.18
As linhas que compõem o gráfico 1, representativo das flutuações
dos preços dos gêneros reinóis e regionais almotaçados para Ouro Preto entre 1752 e 1778 expressam a soma de uma cesta de produtos tomados como mais significativos. A cesta dos gêneros reinóis é composta
de vinho tinto e branco, vinagre, aguardente do reino, azeite, peixe de
barril e seco (inclusive bacalhau), chouriço, paios grandes, presunto,
unto, aletria, farinha de trigo, passas, figos, ameixas, sal e castanhas. A
cesta de gêneros regionais, por seu turno, compõe-se de açúcar da terra, melado, cachaça, azeite de mamona, fumo do Chopotó, bananas,
entrecosto, lombinho e lombo.
O gráfico 1 permite perceber com bastante nitidez que os preços no
período encontram-se em queda. Em verdade, o movimento dos preços
dos gêneros de consumo quotidiano (especialmente milho, farinha de
mandioca e toucinho), estabilizara-se um pouco antes da primeira metade do século XVIII, e só sofreria alteração substantiva a partir de 1808,
quando ocorreu a maior mudança financeira para a Capitania de Minas
Gerais: a entrada em vigor do alvará que proibiu a circulação de ouro em
pó como moeda. A partir de então, com a perda do lastro secular, os
preços perderam a regularidade das décadas anteriores.
18 Um estudo detalhado sobre o movimento de preços na Capitania de Minas Gerais, entre 1716 e 1807 é
apresentado em CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas Gerais. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.
140
Gráfico 1
Variação dos preços de gêneros reinóis e
regionais em Ouro Preto (1752-1778)
9000
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
Reinóis
Regionais
1 000
0
Esta estabilidade a um nível baixo dos preços dos gêneros agrícolas
e pecuários na Capitania de Minas, ao contrário da idéia até agora vogante da inflação na qual a Capitania estava imersa. O movimento de
preços da Capitania mostra que desde muito cedo a atividade agrícola e
pecuária foi capaz de atingir um nível de rendimento que permitiu a estabilização dos preços dos gêneros destinados ao abastecimento. A estabilidade dos preços mostra ainda que não é necessário aplicar qualquer
cálculo suplementar nas cifras dos dízimos, posto que os principais gêneros mantiveram-se com preços estáveis em toda a segunda metade
do século XVIII.
Por outro lado, a estabilidade dos preços agrícolas no último terço
do XVIII associada à redução do volume de ouro em pó circulante implicava dificuldades para a população que continuou nas vilas e arraiais,
porque a escassez de moeda acabava provocando um encarecimento
relativo dos gêneros, e a essas dificuldades uma boa parte da população respondeu com a emigração para as áreas de fronteira.
Bem diversa é a flutuação dos preços dos gêneros que compunham
a cesta de gêneros de primeira necessidade válida para Juiz de Fora um
século e meio depois. Diversa porque o meio monetário não usufrui mais
da estabilidade conferida pelo ouro. A moeda sujeitava-se então a flutuações externas, especialmente da libra esterlina. Ao longo do Setecentos, a conjugação da disponibilidade interna de ouro e de gêneros comandou o movimento de preços das mercadorias. Nesses anos finais do
Oitocentos o valor dos gêneros passa a depender das flutuações da
taxa de câmbio (quadro 1 e gráfico 2).
141
Quadro 1
Flutuação dos preços dos gêneros em Juiz de Fora — 1892-1900
ano
I
II
III
IV
V
1892
1893
1894
1895
1896
1897
1898
1899
20$040
20$834
23$923
24$272
26$667
31$847
33$670
32$573
100,00
103,96
119,37
121,11
133,06
158,91
168,01
162,53
13$200
13$580
17$040
12$630
14$530
16$240
16$220
14$720
100,00
102,87
129,09
95,68
110,07
123,03
122,87
111,51
0,65
0,65
0,71
0,52
0,54
0,50
0,48
0,45
1900
25$641
127,94
14$880
112,72
0,58
I. taxa de câmbio: mil-réis/£; II. Variação da taxa de câmbio; III. Valor da cesta de gêneros; IV. Variação do valor da cesta de gêneros; V. Valor da cesta de gêneros em £.
35.00
£0.80
30.00
£0.70
£0.60
25.00
£0.50
20.00
£0.40
15.00
£0.30
10.00
£0.20
taxa de câmbio
valor dos gêneros
valor dos gêneros em libras esterlinas
5.00
valor em libras esterlinas
valor em mil-réis
Gráfico 2
Variação dos preços em Juiz de Fora — 1892-1900
£0.10
0.00
£0.00
1892
1893
1894
1895
1896
1897
1898
1899
1900
período
Não obstante, é importante notar que a flutuação de preços dos gêneros nacionais — logo, de primeira necessidade, mostrava-se relativamente despregada das flutuações da moeda frente à libra esterlina. Estaria este dado a sugerir o desenvolvimento de um setor voltado para o
abastecimento interno capaz de se manter independentemente de sobressaltos externos? A ampliação do alcance cronológico das pesquisas a respeito do abastecimento interno poderiam não apenas responder a esta indagação, como também oferecer uma melhor compreensão
a respeito desse longo processo de transformação das estruturas coloniais no Brasil.
142
Anexos
Movimento dos Preços em São João del Rei (1892-1893)
abr.
jun.
30
feijão
8
9
ago
set.
out.
nov.
dez.
jan.
fev.
mar.
ago.
out.
jan.
mai.
14
23
6
9
17
14
18
13
10
1
24
21
out.
17
7.6
7.5
8
12
12
10
12
14.5
7
8.5
11
13.5
9.5
15
arroz
14
17
16
16
15
12
13
13
13
14
19
18
19
19
polvilho
7.3
7.3
8.5
8.5
8.5
8.5
8.5
8.5
9
9
10
11
12
14
15
milho
2.9
3.5
4
4.4
4.6
4.5
5
5
4.8
6.5
7
6
7
6.5
6.5
fubá
2.8
3.4
3.5
4
4
4.5
4
4
4.6
6.5
5.5
6
6.5
7
6
farinha/milho
farinha/mandioca
4.4
4.2
6
8
8.5
7
7.2
7.6
8
9
11
10
13
13
8
4
4.8
4.8
4
4
4
4
4
4
4
4
4
6
6
6
toucinho
22
10.5
11
12.6
12
12
9.5
10.5
10
12
12
17
16
18
32
batata
6
6
6
6
6
6
8
4
4
4
4
8
8
8
6
fumo bom
15
12
12
12
12
12
12.07
12
12
12.4
12.4
12.4
35
35.4
35.4
café superior
14
14.5
16.5
17
17
16
16
16
16
18
17
19
18.5
20
16
café ordinário
13
10
12
16
16
14
14
14
14
16
16
18
17
18.5
13
sal
7
5
5
5
5
4
3.8
4
3.5
3.5
3.3
3.2
3
3
4.5
vinagre
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
6
aguardente
8.5
8.5
8.5
8.5
8.5
8.5
8.5
8.5
8.5
8.5
14
10
16
16
12
açúcar branco
9
9.5
12
12
12
12
9
10
9
9
10
9
10
10
10
“ redondo
9
11
11
11
11
8
8
8
8
9
8
8.5
8.5
9
8
“ mascavinho
8
9
7.5
8.5
8.5
7.5
7.5
7.5
7.5
8.5
6
7.5
7.5
8
7.5
“ mascavo
7.5
7.5
7
7
7
6
6
6
6
6
5.5
6
6
7
6.5
rapadura
12
12
12
10
10
10
10
10
10
10
10
12
18
18
13
galinhas
0.9
0.8
0.8
0.9
1
1
1
1
1
1
1.2
1.5
1.2
2
1.2
frangos
0.9
0.5
0.5
0.6
0.6
0.8
0.6
0.8
0.8
0.8
0.8
0.8
0.8
1.2
0.9
queijos
1.1
1.1
1.2
1.5
1.5
1
1
1
1
1
1.3
1.5
1.1
1.5
1.5
Somatório
171.3 175.1 180 185.4 185.7 170.8 175.6 168.9 173.7 189.2 194 202.9 248.1 273.6 228.5
Fonte: MINAS GERAIS, 1892-1894. Outra pauta: farinha de milho e de mandioca de segunda; açúcar claro; café bom e de segunda; fumo regular e ordinário; sola de cá e do sertão; amendoim;
manteiga; vinho mineiro (décimo); açúcar branco e redondo; vinagre; sal; algodão.
143
Movimento de preços em Juiz de Fora (1892-1900)
Gêneros de primeira necessidade
1
Arroz inglês
5
9
13
17
2.70 2.40 2.40 2.40 2.30 2.30 2.30 2.30 2.30 2.30 2.30 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.40 2.40
Farinha de mandioca
1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 2.20 2.20
Feijão preto
3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20
Fubá
1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50
Toucinho
1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90
Sal
0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10
Açúcar mascavinho claro
0.62 0.62 0.62 0.48 0.48 0.48 0.48 0.48 0.48 0.50 0.50 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60
Fósforos nacionais
0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32
Sabão
2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60
Σ
13,64 13,34 13,34 13,20 13,10 13,10 13,12 13,12 13,12 12,94 12,94 12,94 13,22 13,22 13,22 13,22 13,82 13,82
144
Movimento de preços em Juiz de Fora (1892-1900) - continuação
1894
mai
jun
ago
set
16
14
29
27
out
28
3
13
1895
mai
jun
10
10
1896
ago ago
15
26
10
10
29
nov
jan
abr
24
18
16
25
mai
jun
5
3
21
28
2.30 2.30 2.40 2.70 2.70 2.70 2.70 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.10 2.10 2.40 2.60 2.70 2.70 2.70 2.70 2.80 2.40
4.50 4.50 4.20 4.60 4.60 4.60 4.60 4.80 4.80 4.80 4.50 4.50 3.80 3.50 3.20 3.20 3.50 3.50 3.50
2.20 2.20 2.20 2.40 2.40 2.40 2.40 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 2.40
3.90 3.50 3.50 3.50 2.60 2.60 2.60 3.20 3.20 3.20 3.20
2.20
2.00
2.30 2.50 2.40 4.60 3.80 3.80 3.50 3.50 3.50 3.20
1.40 1.40 1.40 1.50 1.50 1.60 1.60 1.90 1.90 1.90 2.00 2.20 1.20 1.10 1.10 1.30 1.30 1.40
1.40 1.50 1.50
1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 2.00 1.20 1.10 1.10 1.30 1.30 1.40 1.40 1.40 1.40 1.20
2.40
2.20 2.20 2.00 1.60 1.20 1.36 1.40 1.50 1.60 1.60 1.60 1.40 1.30
1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.40 1.30 1.40 1.25 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20
1.30 1.30
1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.90
1.80 1.80 1.20 1.20
0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16
0.86 0.86 0.70 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.62
0.56 0.64 0.76 0.76 0.76 0.76 0.70 0.68
0.76 0.76 0.64 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.58 0.50 0.52 0.60 0.70 0.72 0.72 0.72 0.64 0.64
0.32 0.36 0.40 0.48 0.44 0.44 0.44 0.44 0.44 0.44 0.44 0.30 0.30 0.30 0.32 0.40 0.40 0.40
0.40 0.32
0.56 0.56 0.56 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.40 0.40 0.40 0.44
0.44
0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.32 0.28 0.24 0.30 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32
1.40 1.40 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30
1.80
1.50 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40
0.84 0.84 0.72 0.80 0.80 0.80 0.80 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.88 0.88 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80
1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.80 1.80
1.40 1.40 1.80
1.10 1.20
1.20 1.20 1.00 1.10 1.10 1.10 1.10 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 1.20 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10
3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.50 3.50 3.50 3.50 3.50 3.20 3.00 3.00
3.40 3.40
3.00
0.32 0.32 0.32 0.30 0.30 0.30 0.30 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.34 0.36 0.36 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40
2.50 2.50 2.50 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.30 2.30 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20
0.90 0.90 0.80 0.80 0.90 0.88 0.90 1.00 1.00 1.00 1.00 0.90
1894
mai
jun
ago
set
16
14
29
27
out
28
3
13
1895
mai
jun
10
10
1896
ago ago
15
26
10
10
29
nov
jan
abr
24
18
16
25
mai
jun
5
3
21
28
0.34 0.34 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.40 0.40 0.40 0.40 0.36 0.40 0.36 0.36 0.36 0.38 0.38 0.38 0.38 0.38 0.36
5.20 5.20 4.80 4.80 5.40 5.60
5.00 4.80
0.84 0.84 0.90 0.90 0.90 1.00 1.00
1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.12
5.60
5.80 5.80 5.80 5.80 5.50
1.14 1.14 1.06 1.06 1.06 1.06 1.06 1.00 1.00 1.00 1.00 1.20 1.00 1.00 1.00 1.00 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20
1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.20
0.36 0.36 0.36 0.45 0.45 0.45 0.45
0.60 0.80 0.48 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45
1.00 1.20 1.20 1.20 1.20 1.60 1.60 1.60 1.60 1.90 1.20 1.00 1.05
0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40
0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90
0.50 0.40 0.40 0.40 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50
1.40 1.40 1.44 1.50 1.50 1.50 1.50 1.70 1.70 1.70 1.70 1.70 1.56 1.56 1.56 1.56 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66
21
25
29
33
37
2.30 2.30 2.40 2.70 2.70 2.70 2.70 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.10 2.10 2.40 2.60 2.70 2.70 2.70 2.70 2.80 2.40
2.20 2.20 2.20 2.40 2.40 2.40 2.40 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 2.40 2.40 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.00
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0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16
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0.32 0.32 0.32 0.30 0.30 0.30 0.30 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.34 0.36 0.36 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40
2.50 2.50 2.50 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.30 2.30 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20
13,62 13,22 13,88 14,56 13,66 13,72 13,72 17,12 17,12 16,92 17,02 17,02 12,80 12,52 12,58 15,30 14,70 14,90 14,60 14,60 14,60 13,60
145
Movimento de preços em Juiz de Fora (1892-1900) - continuação
1897
1897
ago mar abr
abr
11
30
5
7
2.60
22
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28
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4
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set
out
19
nov dez
24
3.50 3.50 3.50 3.50 3.50 3.80
24
15
1899 1899 1900
fev
19
1
mai
9
abr
jul
17
fev
22
3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.30 3.60
4.40 4.40 4.40 4.40 4.40 4.40 4.40 4.40 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80
4.20 4.50
2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 2.20 2.20 2.20 2.20 2.50 2.50
4.00 4.40 4.40
4.90
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1.70
1.50 1.50 1.60 1.60 1.80 1.80 1.80 1.80
1.25
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1.60 1.50 1.40 1.40 1.70 1.70 0.90 1.40
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1.50 1.50 1.50
1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50
1.40 1.60
1.20
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0.86 0.76
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1.40 1.20 1.20 1.20 1.10 1.40 1.10 1.40 1.40 1.20 1.20 1.20 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.10 1.10
0.80 0.80 0.80 1.00 0.90 0.80 0.90 0.80 0.80 0.90 0.90 0.90 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 0.80 0.90
1.80 1.80
1.90 1.90 1.90 1.90 1.90 1.80 1.80 1.80 1.80
1.50 1.50 1.50 1.50 1.50
3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 2.50
2.40
1.20 1.20
1.60 1.60 1.60
1.10
2.60 2.60
3.50
0.40 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.40 0.40 0.40 0.40 0.60
2.20 1.80
2.20
2.20 2.20
0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90
1897
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23
0.36 0.54 0.54 0.54 0.54
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0.54
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fev
22
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6.20 6.20 6.20 6.20 6.20
1.12 1.40 1.40 1.40 1.40 1.12
1.12 1.12 1.18 1.18 1.18 1.20 1.20 1.20
1.20 1.00
1.20 1.20
1.20
1899 1899 1900
fev
1.30 1.30 0.90 1.50
1.50 1.00 1.50 1.50 1.50 1.00 1.50 1.00 1.00 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.36 1.36
0.54 0.54 0.54 0.54
0.54
0.44 0.44 0.44 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.45 0.45 0.45 0.45 0.50
0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.40
0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.64
1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.86
45
49
53
57
61
2.60 2.60 2.60 2.60 3.50 3.50 3.50 3.50 3.50 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.30 3.60
2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 2.20 2.20 2.20 2.20 2.50 2.50
4.00 4.40 4.40 4.40 4.50 4.50 4.50 4.50 4.40 4.90 4.90 5.80 5.80 5.70 4.50 4.50 4.00 4.00 4.00 4.00 2.00 2.40
1.50 1.30 1.40 1.40 1.30 1.50 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.70 1.70 1.90 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 0.90 1.40
1.30 1.50 1.50 1.60 1.60 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.40 1.50 1.60 1.50 1.40 1.40 1.70 1.70 0.90 1.40
0.16 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.14 0.14 0.14 0.14 0.14 0.18 0.18 0.24
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0.40 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.40 0.40 0.40 0.40 0.60
2.20 1.80 1.80 1.80 1.80 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20
14,60 14,46 14,56 14,66 15,56 16,40 16,20 16,20 16,10 16,76 16,76 17,66 17,66 17,66 16,80 16,30 16,10 16,14 16,44 16,52 12,92 14,88
146
Pauta de gêneros publicada a partir de 26 de julho de 1895
Gêneros Alimentícios
milho novo superior
fubá de milho superior
arroz inglês de primeira
arroz d’Iguape especial
arroz d’Iguape bom
arroz do Japão especial
arroz italiano
farinha de milho Amorim
farinha de milho imitação Amorim
farinha de milho superior
farinha de milho regular
farinha de mandioca Suruí legítima
farinha de mandioca Porto Alegre de primeira
farinha de mandioca Porto Alegre fina
farinha de mandioca Porto Alegre redonda
farinha de trigo
farinha láctea Nestlé
farinha de arroz
farinha de batatas, féculas
farinha de tapioca
farinha de araruta
farinha de maisena inglesa
farinha de maisena Gilberto
feijão preto de Porto Alegre superior
feijão branco estrangeiro superior
feijão vermelho estrangeiro miúdo sup.
ervilhas partidas especialidade
ervilhas tortas especialidade
ervilhas comuns superiores
cangica branca do rio da Prata superior
polvilho especial para biscoitos
presuntos ingleses Bacon
presuntos ingleses Bacon a varejo
presuntos especiais
presuntos especiais preparados a varejo
paios portugueses especiais a varejo
lingüiças em salmoura especiais
línguas defumadas especiais
carne de porco especial em salmoura
carne de porco especial em sal
carne de vaca especial em salmoura
carne-seca especial
carne-seca de primeira
banha nacional Alves
banha nacional superior outras marcas
toucinho nacional de primeira
toucinho americano em salmoura
toucinho americano defumado
batatas de Lisboa superiores
açúcar refinado especial primeira
açúcar refinado especial de terceira
açúcar grosso branco Pernambuco
açúcar grosso mascavinho claro
açúcar grosso mascavo bom
quantidade
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
10 litros
kg
lata
pacote
pacote
pacote
kg
pacote
pacote
10 litros
10 litros
10 litros
kg
l
l
l
10 litros
£
kg
£
kg
kg
unidade
unidade
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
kg
preço
1$2
1$2
2$3
4
3$6
4$6
4$4
5$4
4$5
3
2
4$2
3$4
2$4
2
0$4
1$8
0$84
0$64
1$6
0$7
0$6
0$7
2$3
3$5
2$8
1$2
0$36
0$2
0$4
4$5
1$6
3$8
1$95
7
7
1$7
1$6
1$5
1$4
0$6
1
0$88
1$5
1$44
1$6
1$7
1$7
0$44
0$66
0$62
1$5
0$4
0$3
147
café grão especialidade
café grão bom
café brasileiro em pó de primeira
café brasileiro em pó de segunda
rapaduras especiais
cebolas grandes superiores
alhos grandes novos (50)
manteiga francesa de Magny
manteiga francesa Société
manteiga Morton especialidade
manteiga nacional superior de Santa Catarina
leite condensado “Moça”
extrato de carne de Lübeck
cacau van Honten’s
cacau de leite
chocolate estrangeiro “Marquis”
chocolate estrangeiro “Menier”
chocolate nacional imitação “Marquis”
chocolate nacional imitação “Menier”
chocolate nacional Bhering
chocolate nacional Bhering
chocolate nacional do Pará
bacalhau do Porto de primeira
bacalhau da Noruega de primeira
bacalhau de tina regular
bacalhau sem espinha especialidade
camarões grandes especiais
Massas para sopa
macarronette italiano
macarrão ou lasanha amarelos especiais
macarrão branco ou goela de pato
vermicelli, macarrogini, zitta
aletria amarela
ochiune, rodela, argola, argolinha, semente, estrelinha,
pevide, rodinha amarela, lentilha [amarelos]
rodela, ochiune, argola, argolinha, semente, lentinha,
estrelinha, rodinha, ave maria, tubetini [brancos]
sopa juliana seca
Conservas (em latas ou vidros)
azeitonas d’Elvas em latas
azeitonas de Morton em vinagre, vidros grandes
azeitonas pretas em latas
azeitonas pretas espanholas de barril
oatmeal grosso ou médio
perdizes com trufas Philippe Canaut (latas grandes)
paté de foie gras
corned beef de 2£
carne picada
roast beef de 2£
línguas americanas
línguas Payssandu
tomates americanos de 2£
carneiro com ervilha
lebre com ervilha
borrego com ervilha
peru com ervilha
paio com ervilha
coelho com ervilha
148
kg
kg
kg
kg
unidade
réstia
réstia
kg
kg
kg
kg
lata
pacote
lata
lata
£
£
£
£
caixa.
lata
lata
kg
kg
kg
kg
kg
1$5
2$6
1$44
0$24
1$4
1$2
5
4$4
4$9
3$2
1$2
2$8
2$2
2
5$6
4$6
1$3
1$3
2$4
0$84
3
1$1
1$1
0$8
1$3
4$5
pacote
kg
kg
kg
kg
1$3
1$5
0$88
0$9
1$6
kg
1$4
kg
pacote
1$1
0$8
1$1
3$2
0$9
6$8
3$5
11$5
3$8
4$8
2$2
4$2
6$8
3$8
2$2
2$3
2$5
2$5
2$6
2$4
2$7
cabrito com ervilha
perdizes de Lisboa com ervilhas
backing ponder
molho inglês Perrin
cebolinha C. & B., vidros grandes
couve-flor
alcaparras francesas, vidros grandes
pimenta de Morton
pimenta Comery
conserva de Bathy pequena
conserva de Morton grande
conserva de repolho
pepinos franceses L. Frères
camarões americanos em saquinhos
salmon americano
pimenta Pepperet
sardinha em molho tomate, em azeite ou em manteiga
Philippe Canaut (½ lata)
sardinha em molho de pimenta Ph. Can. (¼ lata)
sardinha de segunda em azeite em latas grandes
sardinha de segunda em azeite em latas pequenas
petits pois de Penaud
petits pois de Nantes Merun
petits pois portugueses
salame italiano
sopa juliana Philippe Canaut
sopas inglesas
macedônia L. Frères
feijoada completa
mortadela inglesa de Bathy, vidro
tomates catchup, vidros grandes
tomates catchup, vidros pequenos
Peixes de Santa Catarina (em lata)
anxovas, garopa, tainha, pescadinha, cavalo
Queijos
reino Hastings
suíço especial
parmesão
chester
Minas
Vinhos engarrafados
Macedo W
Macedo Uva Bastarda
Macedo Duque de Bragança
Macedo Castel Farme
Macedo Lágrimas
Macedo Moscatel
Macedo Essência
Niersteiner, marca acreditada
Zeltinger, flor escolhida
Rudesheimer Berg especial
Gersenheimer, Iniciativa Feliz
J. W. Burmester sobremesa
J. W. Burmester Duque
J. W. Burmester Moscatel
Andressen D. Luís
Andressen 3 Coroas
Alexandre D. Luís
2$3
3$2
1$6
2$6
3
3
1$9
1$4
1$4
3$3
5$5
3$4
2
2$2
2$4
0$5
kg
2$6
1$5
1$2
0$44
2$2
1
0$9
8$5
2$2
2$5
2
3
1$5
3$3
2$4
1
unidade
kg
kg
8$5
5$2
5$5
5
-
garrafa
3
3$3
3$6
4$8
7
7
14
4$2
3$8
4$8
4$5
3$5
4
3$8
3$5
1$8
3
149
Madeira table
Madeira ex-table
Madeira dessert
Rocha Leão, clarete especial
Adriano
Villar de Allen, particular
A. de S. Nogueira, Reserva
E. Ellery, caju especial
Porto Lacre, especialidade
Porto Oriente
Moscatel do Douro
Maduro P.R.R. Lisboa
Quinta da Sobreira, virgem
tinto virgem
Figueira Águas
Banco Sanguinal, Bento J. Pereira
Collares J. G. S.
Collares viúva J. Gomes
Bastardinho maduro especialidade
Bordeaux St. Stephle
Bordeaux St. Julien
Bordeaux St. Emillion
Bordeaux St. Emillion P. J. Tenet
Bordeaux Chaubertin de Guichard
Bordeaux Nuits de Guichard
Bordeaux Pommard de Guichard
Chianti, garrafa de 1l
Chianti, garrafa de ½ l
Constantin tinto, ½ garrafa
Vinhos em barris (medidos por garrafa)
tinto de Lisboa
Porto
branco Sanguinal superior
Colares superior
bastardinho maduro fino
virgem Quinta do Sobreira
Figueira Águas
tinto virgem
Champagnes
Viúva Clicquot
Salvador (½)
Portuguesa especialidade
Gran Moscato
Licores
Kümmel russo
Kümmel Gilka
Anisado del Moño
Anisette de Guillot
Cacau
Chartreuse amarelo
Curaçao de Guillot
Pepperment de Guillot
Creme de Moka
Creme de cacau
Creme de chocolate
higiênico
marasquino
Cognacs
150
5$8
6$4
6$9
2$4
3$8
3$8
2$5
3
3
1$6
2$2
1$5
1$2
1
1$1
1$2
1$5
1$8
1$8
2$2
2$5
3
4
10
6$5
7
3$4
1$96
4
1$2
1$3
0$9
1$2
1$5
0$9
0$8
0$7
garrafa
13
4$2
12
8$4
garrara
6$8
5$8
5$8
8
7$8
13
8
8
4
4
4
4
6
garrara
Cambará
Paul Larcher
Marie Brizard fine Champagne
Jonzac fine Champagne
Courvoisier fine Champagne
Hennery fine Champagne
viúva Jordein fine Champagne
Hennessy fine Champagne
C. Duthiloy-Delloy fine Champagne
Moscatel 1 estrela, português
Moscatel 2 estrelas, português
Moscatel 3 estrelas, português
Especialidades diversas
aguardente de cana
gim Old Tom
Whisky Number
Whisky Solera
Whisky Scotch
Laranjinha importação de A. N. & C.
Fernet branca
genebra em botija
rum da Jamaica
Orange bitter
anizado, importação de A. N. & C.
lime juice
Milk Ponche (½)
Amer Picon
Aperital
vinagre branco aromatizado
vinagre tinto de Lisboa
vinagre tinto de Lisboa de segunda
vermouth Fratalle Gancia
vermouth Fratalle Cora
vermouth Fratalle N. P., francês
btter Boonekamp
água Seltz estrangeira
Cervejas (entregue o casco no ato da venda, abatia-se 200 réis no preço)
Babilônia Blau Bavária
Pá
Guindes
Kremer especial
Kremer, Poço Rico ou José Weiss brancas
Kremer, Poço Rico ou José Weiss duplas
Kremer, Poço Rico ou José Weiss pretas
Chás
pérola legítimo
Hysson fino
preto especial
Hysson regular
mate empacotado marca Ildefonso
mate avulso em folha
mate avulso em pó
Essências especiais para doces
vanila, cinamon, ginger, orange, pepperment, lemon, almond e cochineal
Artigos diversos
polvilho Hermann para goma
polvilho Hoffmans para goma
rapé Paulo Cordeiro
3$4
5
8$5
7
7$5
6
7
8
10
6
6$5
7
garrafa
0$36
3$2
6$5
4
5$2
1$5
4$8
3
6$5
4$5
3$5
4$5
3$5
4$5
5$5
2$5
0$56
0$4
2$8
3
3$4
1$8
1
garrafa
1$4
1$4
2
1
0$66
0$8
0$8
kg
kg
kg
lata
kg
kg
kg
15$8
10
9$5
2$2
2$5
1$2
1$5
vidro
2
caixa
caixa
½ pote
0$5
0$5
1$1
151
rapé Areia Preta
palitos lixados Marquesinhos
canela em rama
flor de anil em pedra
lamparinas bria de folha
canela em pó latas grandes
canela em pó inglesa
graxa francesa para calçados
noz moscada novas
pimenta pura em pó em latas
sementes de hortaliça novas
tijolos para arear
sapólios legítimos
potassa
amêndoas novas
avelãs
nozes
amendoim
cocos da Bahia grandes
cocos da Bahia menores
erva doce
garrafões de 5¼
óleo de linhaça
alvaiade de zinco
alvaiade de chumbo
sacos de linho com alça para compras, grandes
Vassouras
americanas dois fios
americanas três fios
americanas quatro fios
especiais três fios
especiais quatro fios
vassoura de cabelo com cabeça estrangeira grande
vassoura de cabelo sem cabeça estrangeira grande
de piaçava estrangeira para lavar casa, grande
de piaçava grande para varrer
Biscoitos
Champagne
americanos especiais para chá em latas grandes
de chocolate especiais em latas
ingleses primeiras marcas
ingleses comuns
nacionais diversas marcas
Velas
Clichy
Apolo grandes
parafina grandes de cores
nacionais grandes
nacionais pequenas
Inflamáveis
álcool claro de 36g
aguarrás
querosene
fósforos estrangeiros especiais
fósforos estrangeiros Jönköpings
fósforos nacionais Cruzeiro
formicida Guanabara
sulfureto Carbono
152
½ pote
maço
kg
pacote
caixa
lata
lata
litro
kg
papel
kg
kg
kg
kg
10 litros
kg
arroba
barrica
kg
1$1
0$3
3$2
1$5
0$4
1$5
1$4
0$16
0$26
2$8
0$26
0$48
1$7
1$6
1
1$4
0$32
0$28
2$4
1$3
16$5
44
0$9
1$8
1$04
1$23
1$3
1$34
1$5
4$8
3$6
2$2
1$1
lata
lata
pacote
4$8
5$5
4$5
4$5
3$36
1$3
1$6
1$1
0$86
0$56
litro
kg
litro
pacote
lata
lata
1$3
1$4
0$34
0$5
0$6
0$4
Azeites
Playgnol
Lisboa Alexandre Herculano
Dendê especial
Lisboa
Doce em latas
Lubrificante para máquina
Sabão
glicerina, sabonetes
virgem especial, grandes
Oleína da Companhia Luz Stearic
Oleína da Companhia Luz Stearic
litro
garrafa
lata (l)
litro
lata
3$9
5
2
5
1$2
16
unidade
pau
pau
caixa
1$2
1$46
0$1
2$4
153
Download

Minas Gerais, 1750-1900