Padrões de existência, Regime alimentar e movimento de preços numa sociedade em transição: Minas Gerais, 1750-1900 ANGELO ALVES CARRARA Doutor em História Social pela Universidade Federal Fluminense Professor do Departamento de História/Universidade Federal de Ouro Preto RESUMO Este artigo discute as permanências e as mudanças nos padrões de consumo alimentar em Ouro Preto na segunda metade do século XVIII, e em Juiz de Fora e São João del Rei nos fins do século XIX, com base nas pautas de gêneros disponíveis aos habitantes desses dois núcleos urbanos. Busca-se também discutir o movimento dos preços em ambos os períodos. Os marcos cronológicos querem-se justificados pelo que significam no contexto estadual: os meados do século XVIII marcam o apogeu da produção aurífera; os dez últimos anos do século XIX vêm definir-se os contornos da incipiente industrialização. Ouro Preto e Juiz de Fora, respectivamente, foram os dois núcleos urbanos mais representativos dos dois períodos. ABSTRACT This article aims at discussing what kept unchanging and what changes to the alimentary consumption patterns in Ouro Preto during the second half of eighteenth century and in Juiz de Fora during the last years of the nineteenth century. The sources for this study are the commodities lists available for inhabitants of both cities. It is intended also to check the price movement regarding to this period. VARIA HISTORIA, Belo Horizonte, nº 23, Jul/00, p.131-153 131 Palavras-chave padrão de vida; regime alimentar; preços Keywords living standard; alimentary regime; prices Este artigo visa a discutir as permanências e as mudanças nos padrões de consumo alimentar em Ouro Preto na segunda metade do século XVIII, e em Juiz de Fora e São João del Rei nos fins do século XIX, bem como as suas relações com os movimentos de preços. As fontes deste estudo são as pautas de gêneros disponíveis aos habitantes dos dois maiores núcleos urbanos mineiros nos períodos correspondentes. Antes de tudo, são fontes relativas a um meio urbano: cabe, por isto, abstermo-nos de inferir o ritmo em que essas alterações ocorreram no mundo rural. A aparente indigência das fontes relativas ao meio rural opor-se-ia às tentativas de resolução do problema. Contudo, veremos adiante que essa questão é solúvel. Tão somente exige procedimentos diferentes. De todo modo, as alterações mais significativas que o capitalismo teria o efeito de provocar sobre as estruturas dos modos de produção existentes em Minas no período seriam encenadas nas cidades. É nestas que se deve, portanto, buscar as transformações inaugurais. Os marcos cronológicos querem-se justificados pelo que significam no contexto estadual: os meados do século XVIII marcam o apogeu da produção aurífera; os dez últimos anos do século XIX vêm definir-se os contornos da incipiente industrialização. Ouro Preto e Juiz de Fora, respectivamente, foram os dois núcleos urbanos mais representativos dos dois períodos. Devo aqui de início concordar que a historiografia brasileira da alimentação é muito pobre, e que apenas no seio da História Econômica e em filões abertos pela Antropologia e pela História do Cotidiano ou da vida privada é que começa a surgir uma produção continuada e sistemática.1 Mais raros ainda são os estudos acerca das relações entre o regime alimentar e os sistemas econômicos nas sociedades rurais. Nesse sentido, o presente trabalho quer-se uma contribuição para esse campo de estudos. Nele também são apresentados os materiais que fundamentam a discussão aqui empreendida.2 1 2 MENESES, Ulpiano T. Bezerra & CARNEIRO, Henrique. A História da Alimentação: balizas historiográficas. Anais do Museu Paulista, 5, pp. 9-91, jan. 1997.p. 52. Segue-se com isto a orientação de Pierre Vilar segundo a qual o mais importante é tornar os dados acessíveis aos pesquisadores: VILAR, Pierre. Remarques sur l’histoire des prix. Annales (Economies, Sociétés, Civilisations), 1961, pp. 110-5. 132 1. Necessidades básicas, cultura material, padrões de existência Por necessidades básicas entende-se aqui o conjunto da cultura material e do padrão de consumo alimentar que determina e revela um dado padrão de existência. Essas necessidades básicas, por seu turno, são condicionadas pelo modo material de produção e pela classe social, isto é, pelo nível da renda ao qual um indivíduo pertence. Não se poderia a rigor falar que a sociedade tenha um determinado padrão de vida (eles são tantos quantas são as faixas de acesso ao conjunto da sua cultura material. Por sua vez, uma mesma sociedade pode compreender diversos modos de produção, cada um deles determinando a sua cultura material específica, apesar de o modo de produção dominante contagiar os demais e arrastá-los para o seu campo de cultura material. Por exemplo, as necessidades básicas no meio rural sob a lógica do modo camponês são diferentes das necessidades básicas no meio urbano sob a lógica capitalista. O êxodo rural neste caso representa a migração para uma lógica diferente. Em razão disto, o número de bens com os quais o camponês entra em contato é muitas vezes superior ao número dos bens que anteriormente constituíam sua cultura material. Estes passam, então, a informar a cultura material possível. No entanto, para determinado país, em determinado período, o âmbito médio dos meios de subsistência é dado.3 Apesar de o conjunto das necessidades básicas (ou as cestas básicas) possíveis ser condicionado pelo nível de renda do indivíduo, nada impede que a distância entre o possível e o desejado aumente paulatinamente em razão da desproporção entre o crescimento do número de mercadorias produzidas pelo sistema econômico e do nível de renda.4 A sociedade mineira em tela organizava-se até 1888 segundo as estruturas de dois modos de produção: o escravista colonial e o camponês. Estas estruturas diferentes determinaram padrões de existência igualmente diversos.5 3 4 5 Do mesmo modo em que as necessidades naturais mesmas, como alimentação, roupa, aquecimento, moradia etc., são diferentes de acordo com o clima e outras peculiaridades naturais de um país ... o âmbito das assim chamadas necessidades básicas, assim como o modo de sua satisfação, é ele mesmo um produto histórico e depende, por isso, grandemente do nível cultural de um país, entre outras coisas também essencialmente sob que condições, e, portanto, com que hábitos e aspirações de vida se constituiu a classe dos trabalhadores livres. Em antítese às outras mercadorias, a determinação do valor da força de trabalho contém, por conseguinte, um elemento histórico e moral (MARX, K. O Capital, cap. 4, 3). Pode-se propor a questão: quanto tempo o indivíduo suporta viver sem conseguir acessar esse conjunto de mercadorias desejadas? Escapa aos objetivos e ao escopo deste trabalho discutir o processo de “educação” (talvez melhor seria o dizer “resignação”) num determinado horizonte de necessidade básica. Contudo, podese aqui avançar a hipótese de que a manutenção durante um período, de uma dada renda educa/informa ao indivíduo o seu horizonte existencial, com o qual esboça minimamente seus projetos de vida, os seus sonhos de consumo possíveis de serem realizados. Nas palavras de Ernest Labrousse: desde la aparición de las clases una multitud de hombres se resigna, más o menos, a vivir “pobremente”, pero se resigna menos al empobrecimiento, absoluto o relativo (LABROUSSE, Ernest. Esquisse du mouvement des prix et des revenus en France au XVIII siècle. Paris: Dalloz, 1933. Trad. espanhola in: Id. Fluctuaciones económicas e historia social. Madrid: Tecnos, 1980, p. 349). Sobre o modelo de sociedade agrária aqui proposto cf. CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas Gerais. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997 (tese de doutoramento). 133 Quanto às estruturas camponesas de produção, seu objetivo primário é fornecer um padrão mínimo de sobrevivência para a família: os camponeses estão originalmente interessados na produção de valores de uso. Em virtude da difusão de certos instrumentos agrícolas e utensílios domésticos no período em questão, nenhuma unidade de produção camponesa podia ser auto-suficiente em tudo aquilo de que precisava. Todos os instrumentos de trabalho feitos de ferro, por exemplo, tinham de ser comprados. Esse padrão mínimo de sobrevivência exigia que uma parte extra — ou excedente — da produção fosse destinada à reprodução das condições de existência dos lavradores. A produção de um excedente agrícola deveria, pois, ser empregada no consumo de instrumentos que eventualmente devessem ser substituídos. Como as propriedades camponesas e escravistas dispunham do mesmo nível técnico no processo material de produção — isto é, enxadas, foices e machados — abria-se a possibilidade a alguns lavradores que possuíssem os meios de produção adequados, especialmente terras, para participarem em pequena escala da agricultura mercantil. Em Minas, as estruturas familiares de produção sobreviveram enquanto tiveram à sua disposição o principal recurso — terras nas áreas de fronteira. Em algumas regiões, como o vale do rio Doce, esta fronteira só se fechou em meados do século XX. O fechamento das fronteiras atuou como o principal elemento de destruição desse modo de produção.6 O pressuposto teórico assumido neste estudo exige de antemão, portanto, que se leve em conta a diferença entre lares escravistas e lares camponeses. Ora, as alterações na cultura material, especialmente dos lares escravistas, dependeram diretamente da disponibilidade de certos objetos que o capitalismo desembarcava nos portos brasileiros. Ao longo do século XIX, muitos lares escravistas de fato colocaram-se ao corrente dos bens de consumo europeus. Não obstante, a introdução de novos instrumentos de trabalho, principalmente agrícolas, em substituição às antiqüíssimas enxadas, foices e machados, fez-se de forma extremamente mais lenta. Devemos também indagar sobre a influência exercida pelas novas possibilidades de consumo de certos bens (manufaturados nacionais ou importados, principalmente) sobre o nível das demandas básicas da sociedade. É como se aqueles que se achavam em um nível de baixo poder de consumo sentissem fortemente a tentação de poder participar do “mun- 6 Sobre o lento processo de corrosão do modo camponês na zona da Mata central de Minas Gerais ao longo do século XIX, cf. CARRARA, Angelo A. Estruturas agrárias e capitalismo; contribuição para o estudo da ocupação do solo e da transformação do trabalho na zona da Mata mineira (séculos XVIII e XIX). Mariana: Edufop, 1999. 134 do das mercadorias”, de poder adquirir bens que representavam uma elevação das suas condições de existência.7 O próprio capitalismo elevava crescentemente o nível das assim chamadas necessidades básicas, ao colocar no mercado um número cada vez maior de mercadorias.8 Nas décadas finais do século XIX, a introdução de novos maquinismos ou a simples incorporação de novos métodos de manejo de culturas e criações possibilitariam o incremento da produção destinada ao mercado (externo ou interno). Porém, os limites das estruturas de produção camponesas, especialmente a disponibilidade restrita de novas terras para um número crescente de pessoas, conjugada com a pouca difusão desses procedimentos novos atuavam como os elementos fundamentais da desarticulação dessa forma de produção. As mesmas estruturas que durante mais de um século garantiram o crescimento da população e a expansão do modo parcelar, começavam a revelar agora seus limites. Contudo, antes da consolidação do movimento do êxodo rural, o que se verificou por conseqüência dessa lenta agonia dos processos arcaicos de produção foi uma grande mobilidade espacial da mão-de-obra, cuja invocação engrossava a jeremiada dos fazendeiros por falta de braços. Menos do que uma inflexão, há, nos anos vizinhos a 1900, uma conjuntura de transição mais ou menos longa, em que o modo de produzir de subsistência ia sendo inexoravelmente suplantado pelo capitalismo. Esta conjuntura deve ser buscada também nas curvas de variação de população rural e urbana. Esse movimento rural–urbano torna menos importante outro: o da estrutura fundiária, já que é um novo modo de produzir que se vai implantando.9 Finalmente, a par da expansão dos setores agrários mercantis, ocorriam a urbanização e a industrialização. Sobre isso, é necessário perguntar-se acerca do significado de ambos os processos. Nesse sentido, o Relatório de 1917 das Indústrias Fabris do Estado de Minas Gerais é fonte indispensável. Antes, porém, deve-se precaver quanto à indeterminação conceitual, quer dos presidentes de Câmaras, quer dos coletores estaduais, uns dizendo que não havia indústria fabril e os segundos afirmando que havia fabricantes de aguardente e açúcar em pequena escala. Como estabelecimentos fabris eram apresentados sapateiros e seleiros, nas cidades, e pequenos engenhos de açúcar e aguardente nas propriedades rurais. Ora, o que se depreende deste Relatório é que existia um conjunto de unidades produtivas, que deveriam ser classifi- 7 8 9 Dito de outra forma: em qualquer dia que comerdes dele [do fruto da árvore que está no meio do paraíso] se abrirão os vossos olhos, e sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal (Gênesis, 3, 5). Cf. nota 2. A concentração fundiária eventual é de outra natureza, posto que o conjunto das forças produtivas do trabalho, isto é, a base técnica sob a qual se funda, é essencialmente outro. 135 cadas como 1) estabelecimentos produtores de bens de consumo em geral, cuja máxima concentração e variedade estava na razão direta do tamanho da população urbana e da população rural participante da agricultura e da pecuária mercantis (e, por isso mesmo, o maior número e a maior variedade de fábricas de bens de consumo concentram-se em Juiz de Fora); 2) oficinas de utensílios agrários: selarias, arreios, ferraduras, carroças; 3) máquinas e equipamentos introduzidos nas etapas finais da produção agrária, tornados disponíveis a um número crescente de lavradores participantes da agricultura e da pecuária mercantil. Devese realçar que não são ‘fábricas’ no sentido estrito do termo, mas muito especialmente máquinas de beneficiar arroz e café e desnatadeiras convertidas em ‘laticínios’ (em sua maioria fábricas de manteiga); e, por fim, 4) empresas de serviços urbanos: oficinas das estradas de ferro, bondes, iluminação elétrica, além das oficinas mecânicas e tipografias. A absoluta falta de rigor quanto à classificação do que fosse verdadeiramente uma ‘indústria’ (‘pequenos e grandes industriais’) turvava para o autor o lugar ocupado pelos diversos ‘estabelecimentos fabris’ em estruturas econômicas variadas que seu relatório mencionava: manufaturas com métodos de produção mais ou menos antiquados, ... ofícios à moda antiga, e, finalmente, até esparsas indústrias assim chamadas domiciliares ... há muito caíram sob a exploração capitalista tanto quanto a fábrica. A legislação foi obrigada ... a declarar arbitrariamente qualquer casa na qual se trabalhe como sendo uma fábrica (factory).10 Contudo, e talvez o que deva ser mais importante, não se deve exagerar o lugar ocupado pelo processo de industrialização. Apesar de simultâneos, dever-se-ia cuidar mais da ‘urbanização’. A comparação entre as cifras relativas à população urbana total e à mão-de-obra industrial nessa época tende a conferir alguma consistência a essa afirmação. 2. À mesa como convém (ou com o que se tem): regimes alimentares 2.1. Ouro Preto (1752-1778) Noutro lugar11 , tratei dos movimentos dos preços em Minas Gerais durante o século XVIII, de maneira geral, e em Ouro Preto, entre 1750 e 1778, de maneira particular. Cuido aqui de extrair outras lições do conteúdo das pautas da almotaçaria de Ouro Preto para a segunda metade do século XVIII. 10 MARX, K. O Capital. cap. 8, 7. Até 1915, o único setor rigorosamente industrial na Mata era o têxtil (em Juiz de Fora havia ainda uma fábrica de ladrilhos). A Mata detinha um terço da produção industrial anual de Minas Gerais e da mão-de-obra. 11 CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas Gerais (1674-1807). Rio de Janeiro: UFRJ, 1997. 136 A pauta completa da almotaçaria inclui seis dezenas de produtos, entre reinóis, coloniais e regionais. Os gêneros reinóis compreendiam aguardente do reino, vinho tinto, vinho branco, azeite doce, vinagre, azeitonas de Elvas, azeitonas miúdas, vinho verde, bacalhau, peixe seco do reino, peixe de barril do reino, badejo de barril, robalo seco e de barril, sardinhas do reino, arenque defumado, presunto, farinha de trigo, biscoito, aletria, manteiga, queijo de Flandres, passas, figos, ameixas, cevada pilada, amêndoas com casca, amêndoas sem casca cobertas, arenque defumado, paios, lingüiças, chouriço, peras secas, castanhas piladas, sal do reino, grão de bico, nozes. Os gêneros coloniais incluíam peixe seco do Rio de Janeiro, toucinho das minas de São Paulo, açúcar do Rio de Janeiro, camarões; ovas de tainha, marmelada de São Paulo, fumo de São Paulo. Por fim, entre os produtos regionais figuravam peixe seco do sertão, peixe frito, peixe pescado recente, lombo de porco, manteiga de porco, banha de porco, toucinho, açúcar da terra, marmelada, manteiga de vaca da terra, aguardente da terra, aguardente de cabeça, aguardente fraca, melado, azeite de mamona, mel de pau, lombinho, entrecosto, mocotó, queijos da comarca pequenos e grandes, queijos da Comarca do Rio das Mortes pequenos e grandes, queijos da terra, rapaduras, ovos, bananas de São Tomé e da terra, laranjas, fumos do Chopotó e do campo, fumo de Baependi (Maypendi), farinha de milho, farinha de mandioca, milho, arroz, feijão preto, feijão miúdo, feijão fradinho, amendoim com e sem casca, congonha, leite, pão, garapa, alhos, cebolas. Obviamente, a pauta por si só não nos informa sobre quais seriam os padrões de consumo alimentar dos diversos estratos da sociedade das regiões mineradoras. A solução para este problema, contudo, pode ser buscada em alguns procedimentos. Um primeiro deles é derivado da identificação da relação interna dos preços de cada gênero. Assim, a pauta de preços nos informa que o preço de uma libra de bacalhau correspondia ao preço de três libras de lombo de porco, e que pelo valor de um litro de aguardente vínica do reino comprava-se até dez litros de aguardente de cana da terra. Estas mesmas relações podem ser respigadas nos livros de contabilidade do Seminário de Mariana, entre 1792 e 1801: o preço de uma carga de bacalhau equivalia ao gasto durante dois meses e meio com farinha de milho.12 Um segundo procedimento consiste na identificação das relações internas dos itens que compõem a estrutura dos gastos — e, conseqüentemente, do consumo de alimentos por algumas instituições. Na 12 Além dos gêneros de consumo quotidiano (milho, feijão e carne de porco), o Seminário fazia gastos ainda com sal do Reino, vinho, bacalhau, açúcar, mamona, aves, peixe seco, aguardente do reino, vinagre, queijos, café, etc. ARQUIVO ECLESIÁSTICO DE MARIANA, Livro de Contas do Seminário [1780-1802], fls. 103-47. 137 Real Administração dos Diamantes, por exemplo, o milho e o feijão respondiam por mais de 60% de todo o seu custo, em 1778, e chega a 72% em 1784.13 Uma diferença importante quanto à estrutura dos gastos da Administração Diamantina e do Seminário de Mariana, por exemplo, repousa exatamente nas diferenças sociais entre os consumidores: enquanto na primeira instituição os alimentos são fornecidos a escravos, na segunda eles abastecem a mesa dos membros do primeiro estado numa sociedade senhorial. Por último, os inventários de proprietários rurais da Capitania bastariam para corroborar a estrutura de consumo da maioria de seus habitantes. Milho e feijão eram os gêneros cujas roças ou cujos estoques de sobejo e quase exclusivamente eram registrados. Eram essas as duas culturas que mais interessavam ao maior número de pessoas: aos lavradores, na avença de seus dízimos e nos contratos de venda, aos garimpeiros que não os podiam cultivar, aos arrematadores de dízimo, ao Governo, que os comprava para o sustento de suas tropas. Pode-se, sem dúvida, questionar a validade desses métodos tendose em vista a variação de preços que eventualmente modificaria a estrutura dos gastos: a elevação dos preços de um determinado gênero de consumo corrente obrigaria a população a consumir sucedâneos mais baratos. Porém, não é isso o que ocorre, porque o que está em questão é o consumo daqueles que já constituíam os gêneros mais acessíveis. A elevação de seus preços ocasiona na realidade crises de abastecimento e de consumo. O gasto e o consumo, no quadro econômico e social colonial, não era realizado em função do preço. Para a população de Minas, cujo regime alimentar não permitia alterações importantes, a amplitude das variações influiu profundamente na vida das pessoas que não tinham alternativas à mão: a amplitude dos movimentos do custo de vida se eleva à medida que baixa o nível de vida.14 2.2. Juiz de Fora, 1892-1900 Conhecida a pauta da almotaçaria de Ouro Preto, é inevitável a sua comparação com as tabelas de preços correntes em retalho de um século e meio depois válidas para Juiz de Fora, mandadas publicar pelo Armazém de Molhados e Mantimentos de Cristóvão de Andrade (rua Direita, 26). Estas tabelas de preços atuavam como parâmetro para a 13 Os gastos da Real Extração dos Diamantes, entre 1778 e 1784, eram feitos com fumo, milho, feijão, farinha de mandioca, arroz, carne bovina, rapaduras, sal, cachaça, azeite de mamona, carne-seca, toucinho, açúcar, manteiga, bacalhau, vinho, vinagre, azeite e aguardente do reino ( Arquivo Nacional, Coleção Casa dos Contos de Ouro Preto, 3521). 14 Sobre isso, cf. LABROUSSE, Ernest. Esquisse du mouvement des prix et des revenus en France au XVIII siècle. Paris: Dalloz, 1933. (Trad. espanhola: Fluctuaciones económicas e historia social. Madrid: Tecnos, 1980, p. 175). Para o quadro em Minas, cf. CARRARA, Angelo A. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas Gerais. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997 (tese de doutorado). 138 formação dos preços dos gêneros regionais.15 Nos quadros apresentados em anexo, as datas correspondem à revisão ou à renovação das pautas de preços; cada nova pauta anula a anterior.16 A extensa relação de gêneros em anexo não nos deve confundir quanto ao seu alcance social. Estamos diante de uma sociedade em que, ainda, a hierarquia social se manifestava em primeiro lugar pela qualidade dos alimentos.17 Por maior que fosse a variedade de gêneros importados, para as classes baixas continuava a valer uma pauta restrita a meia dúzia de produtos. Nesse sentido, pode ser observada uma resistência do padrão de consumo alimentar em Juiz de Fora dos fins do século XIX comparado com o de Ouro Preto de um século e meio antes. A relação gêneros da pauta permite inferir que a qualidade de meio urbano mais importante 15 As tabelas foram apresentadas diariamente nos jornais juizforanos O Pharol e Jornal do Comércio. Em anexo é apresentada a tabela de preços completa, publicada a partir de 26 de julho de 1895 (mais de 350 itens — entre 23 de janeiro e 7 de fevereiro de 1893, a lista era constituída de apenas 43 itens). Devem ser conferidas as outras pautas, especialmente a da Casa Brandi (rua Direita, 53B), de 9 de agosto de 1895. A publicação da sua pauta provocou, na semana seguinte, redução dos preços da Casa de Cristóvão de Andrade. Brandi repetiu a pauta com menos gêneros e com quase os mesmos preços. Em 22 de agosto a Casa Brandi advertia: a população de Juiz de Fora quer conhecer os preços correntes da Casa Brandi? É fácil. Guie-se pela tabela publicada neste jornal por um nosso colega, cujos preços sustentamos, sendo que alguns vendemos mais em conta. Em 2 de outubro de 1895 eram apresentados também os preços correntes do Armazém de Augusto Nazaré. Em 13 de julho de 1895, os preços correntes semanais das Casas de Félix Antônio da Rocha, Morro da Gratidão, Mariano Procópio, num total de 60 itens, foram igualmente dados a lume. De 15 a 20 de outubro de 1892, também o Armazém Central, situado na rua da Imperatriz esquina da do Comércio, fazia publicar um total de 29 itens de artigos diversos. Também na mesma época foram publicadas no Minas Gerais pautas válidas para o mercado de Antônio Dias, em Ouro Preto, entre 23 de abril e 19 de novembro de 1892, e para São João del Rei, entre 30 de abril de 1892 e 17 de outubro de 1894. A primeira lista constituía-se de milho, feijão, arroz, farinha de mandioca, farinha de milho, rapadura e frangos, aguardente, toucinho e café. A pauta de São João del Rei é apresentada em anexo. No mesmo período fora publicada uma lista alternativa com os seguintes gêneros: farinha de milho e de mandioca de segunda, açúcar claro, café bom e de segunda, fumo regular e ordinário, sola de cá e do sertão, amendoim, manteiga, vinho mineiro, açúcar branco e redondo, vinagre, sal e algodão. A Pauta de gêneros até 1894 válida para Juiz de Fora era a seguinte: açúcar branco cristalizado, açúcar mascavinho claro, açúcar mascavo bom, açúcar refinado de primeira, aguardente, álcool claro 36 graus, aletria de primeira qualidade, alhos grandes novos, alpista, ameixas superiores, araruta nova superior, arroz iguape 2a, arroz iguape novo, arroz inglês superior, azeite Plagnol, azeitonas de Elvas, azeitonas pretas novas, bacalhau especial de caixão, bacalhau novo [de barrica/tina], banha americana, banha de Porto Alegre refinada, batatas francesas 1a, Beneditino, biscoitos estrangeiros, Bordeaux, Cacao, Café especial em grão, cangica nova, carne especial e de primeira qualidade, carne-seca boa, castanhas, cebolas novas grandes de Lisboa, cerveja Einbeck, cerveja Pá, chocolate superior, cocos da Bahia novos, Cognac estrangeiro fine Champagne diversas marcas em garrafas de litro, Curaçao, esteiras superiores, farinha de mandioca fina, farinha de mandioca regular, farinha de milho superior, farinha de trigo, farinha láctea Nestlé, fino de barril, fósforos estrangeiros superiores/Lúcifer, fósforos Jönköpings, fósforos nacionais superiores, fubá de milho superior, H. Macedo, lasanha amarela de primeira qualidade, leite condensado, licores (Anisette Guillot, lingüiça superior, Macarrão Amarelo de primeira qualidade, Madeira, Maduro fino, manteiga de Magny, manteiga superior Gouland, manteiga superior nacional, Marasquino), massa branca miúda sortida superior, massa de tomate superior/de primeira qualidade, mate superior novo, milho superior, Moscatel, ostras superiores, palitos lixados, Pepperment, petits-pois superiores, Porto Andersen D. Luís, Porto Andersen três coroas, Porto Duque de Bragrança, queijo de Minas, queijos flamengos, querosene brilhante, sabão Oleyna de primeira qualidade, sabão virgem de primeira qualidade, sabão virgem do Rio de primeira qualidade, sal claro grosso, Sanguinal especial, segunda e terceira qualidade, toucinho mineiro, Uva Bastarda, vassoura para lavar casa, vassoura piaçava , vassouras americanas de dois e três fios, verde especial, vinagre [tinto] superior, vinhos (Colares, virgem superior Macieira). 16 Em 25 de agosto de 1895: deixamos de publicar hoje os nossos preços correntes por falta de tempo, para fazermos a revisão nos preços de alguns gêneros que sofreram baixa. 17 DUBY, Georges. L’économie rurale et la vie des campagnes dans l’occident médiéval. Paris: Aubier Éditions Montaigne, 1962. 139 de Minas permitia que Juiz de Fora mantivesse casas comerciais cujos estoques possibilitavam à porção socialmente abastada acessar produtos importados de toda ordem. Exatamente como ocorria na Ouro Preto setecentista. Este mesmo quadro não se verificava em São João del Rei na mesma época, ou mesmo em Ouro Preto. Contudo, na pauta de Juiz de Fora há novidades, das quais a mais importante para a maior parte da população é a posição consolidada do arroz como gênero definitivamente incluído no regime alimentar dos extratos sociais mais baixos. Ainda demoraria algum tempo para que alimentos atualmente de uso corrente, como o macarrão, participassem das cestas básicas da população de mais baixa renda: o do tipo branco ou goela de pato, por exemplo, mais barato, custava cerca de dez vezes mais do que a mesma quantidade de fubá, ou cinco vezes a mesma quantidade de arroz. 3. Regimes alimentares e movimentos de preços Nesta seção procurarei apresentar os resultados da pesquisa relativa ao movimento dos preços em Ouro Preto na segunda metade do século XVIII, e em Juiz de Fora na última década do século XIX.18 As linhas que compõem o gráfico 1, representativo das flutuações dos preços dos gêneros reinóis e regionais almotaçados para Ouro Preto entre 1752 e 1778 expressam a soma de uma cesta de produtos tomados como mais significativos. A cesta dos gêneros reinóis é composta de vinho tinto e branco, vinagre, aguardente do reino, azeite, peixe de barril e seco (inclusive bacalhau), chouriço, paios grandes, presunto, unto, aletria, farinha de trigo, passas, figos, ameixas, sal e castanhas. A cesta de gêneros regionais, por seu turno, compõe-se de açúcar da terra, melado, cachaça, azeite de mamona, fumo do Chopotó, bananas, entrecosto, lombinho e lombo. O gráfico 1 permite perceber com bastante nitidez que os preços no período encontram-se em queda. Em verdade, o movimento dos preços dos gêneros de consumo quotidiano (especialmente milho, farinha de mandioca e toucinho), estabilizara-se um pouco antes da primeira metade do século XVIII, e só sofreria alteração substantiva a partir de 1808, quando ocorreu a maior mudança financeira para a Capitania de Minas Gerais: a entrada em vigor do alvará que proibiu a circulação de ouro em pó como moeda. A partir de então, com a perda do lastro secular, os preços perderam a regularidade das décadas anteriores. 18 Um estudo detalhado sobre o movimento de preços na Capitania de Minas Gerais, entre 1716 e 1807 é apresentado em CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas Gerais. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997. 140 Gráfico 1 Variação dos preços de gêneros reinóis e regionais em Ouro Preto (1752-1778) 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 Reinóis Regionais 1 000 0 Esta estabilidade a um nível baixo dos preços dos gêneros agrícolas e pecuários na Capitania de Minas, ao contrário da idéia até agora vogante da inflação na qual a Capitania estava imersa. O movimento de preços da Capitania mostra que desde muito cedo a atividade agrícola e pecuária foi capaz de atingir um nível de rendimento que permitiu a estabilização dos preços dos gêneros destinados ao abastecimento. A estabilidade dos preços mostra ainda que não é necessário aplicar qualquer cálculo suplementar nas cifras dos dízimos, posto que os principais gêneros mantiveram-se com preços estáveis em toda a segunda metade do século XVIII. Por outro lado, a estabilidade dos preços agrícolas no último terço do XVIII associada à redução do volume de ouro em pó circulante implicava dificuldades para a população que continuou nas vilas e arraiais, porque a escassez de moeda acabava provocando um encarecimento relativo dos gêneros, e a essas dificuldades uma boa parte da população respondeu com a emigração para as áreas de fronteira. Bem diversa é a flutuação dos preços dos gêneros que compunham a cesta de gêneros de primeira necessidade válida para Juiz de Fora um século e meio depois. Diversa porque o meio monetário não usufrui mais da estabilidade conferida pelo ouro. A moeda sujeitava-se então a flutuações externas, especialmente da libra esterlina. Ao longo do Setecentos, a conjugação da disponibilidade interna de ouro e de gêneros comandou o movimento de preços das mercadorias. Nesses anos finais do Oitocentos o valor dos gêneros passa a depender das flutuações da taxa de câmbio (quadro 1 e gráfico 2). 141 Quadro 1 Flutuação dos preços dos gêneros em Juiz de Fora — 1892-1900 ano I II III IV V 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 20$040 20$834 23$923 24$272 26$667 31$847 33$670 32$573 100,00 103,96 119,37 121,11 133,06 158,91 168,01 162,53 13$200 13$580 17$040 12$630 14$530 16$240 16$220 14$720 100,00 102,87 129,09 95,68 110,07 123,03 122,87 111,51 0,65 0,65 0,71 0,52 0,54 0,50 0,48 0,45 1900 25$641 127,94 14$880 112,72 0,58 I. taxa de câmbio: mil-réis/£; II. Variação da taxa de câmbio; III. Valor da cesta de gêneros; IV. Variação do valor da cesta de gêneros; V. Valor da cesta de gêneros em £. 35.00 £0.80 30.00 £0.70 £0.60 25.00 £0.50 20.00 £0.40 15.00 £0.30 10.00 £0.20 taxa de câmbio valor dos gêneros valor dos gêneros em libras esterlinas 5.00 valor em libras esterlinas valor em mil-réis Gráfico 2 Variação dos preços em Juiz de Fora — 1892-1900 £0.10 0.00 £0.00 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 1900 período Não obstante, é importante notar que a flutuação de preços dos gêneros nacionais — logo, de primeira necessidade, mostrava-se relativamente despregada das flutuações da moeda frente à libra esterlina. Estaria este dado a sugerir o desenvolvimento de um setor voltado para o abastecimento interno capaz de se manter independentemente de sobressaltos externos? A ampliação do alcance cronológico das pesquisas a respeito do abastecimento interno poderiam não apenas responder a esta indagação, como também oferecer uma melhor compreensão a respeito desse longo processo de transformação das estruturas coloniais no Brasil. 142 Anexos Movimento dos Preços em São João del Rei (1892-1893) abr. jun. 30 feijão 8 9 ago set. out. nov. dez. jan. fev. mar. ago. out. jan. mai. 14 23 6 9 17 14 18 13 10 1 24 21 out. 17 7.6 7.5 8 12 12 10 12 14.5 7 8.5 11 13.5 9.5 15 arroz 14 17 16 16 15 12 13 13 13 14 19 18 19 19 polvilho 7.3 7.3 8.5 8.5 8.5 8.5 8.5 8.5 9 9 10 11 12 14 15 milho 2.9 3.5 4 4.4 4.6 4.5 5 5 4.8 6.5 7 6 7 6.5 6.5 fubá 2.8 3.4 3.5 4 4 4.5 4 4 4.6 6.5 5.5 6 6.5 7 6 farinha/milho farinha/mandioca 4.4 4.2 6 8 8.5 7 7.2 7.6 8 9 11 10 13 13 8 4 4.8 4.8 4 4 4 4 4 4 4 4 4 6 6 6 toucinho 22 10.5 11 12.6 12 12 9.5 10.5 10 12 12 17 16 18 32 batata 6 6 6 6 6 6 8 4 4 4 4 8 8 8 6 fumo bom 15 12 12 12 12 12 12.07 12 12 12.4 12.4 12.4 35 35.4 35.4 café superior 14 14.5 16.5 17 17 16 16 16 16 18 17 19 18.5 20 16 café ordinário 13 10 12 16 16 14 14 14 14 16 16 18 17 18.5 13 sal 7 5 5 5 5 4 3.8 4 3.5 3.5 3.3 3.2 3 3 4.5 vinagre 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 6 aguardente 8.5 8.5 8.5 8.5 8.5 8.5 8.5 8.5 8.5 8.5 14 10 16 16 12 açúcar branco 9 9.5 12 12 12 12 9 10 9 9 10 9 10 10 10 “ redondo 9 11 11 11 11 8 8 8 8 9 8 8.5 8.5 9 8 “ mascavinho 8 9 7.5 8.5 8.5 7.5 7.5 7.5 7.5 8.5 6 7.5 7.5 8 7.5 “ mascavo 7.5 7.5 7 7 7 6 6 6 6 6 5.5 6 6 7 6.5 rapadura 12 12 12 10 10 10 10 10 10 10 10 12 18 18 13 galinhas 0.9 0.8 0.8 0.9 1 1 1 1 1 1 1.2 1.5 1.2 2 1.2 frangos 0.9 0.5 0.5 0.6 0.6 0.8 0.6 0.8 0.8 0.8 0.8 0.8 0.8 1.2 0.9 queijos 1.1 1.1 1.2 1.5 1.5 1 1 1 1 1 1.3 1.5 1.1 1.5 1.5 Somatório 171.3 175.1 180 185.4 185.7 170.8 175.6 168.9 173.7 189.2 194 202.9 248.1 273.6 228.5 Fonte: MINAS GERAIS, 1892-1894. Outra pauta: farinha de milho e de mandioca de segunda; açúcar claro; café bom e de segunda; fumo regular e ordinário; sola de cá e do sertão; amendoim; manteiga; vinho mineiro (décimo); açúcar branco e redondo; vinagre; sal; algodão. 143 Movimento de preços em Juiz de Fora (1892-1900) Gêneros de primeira necessidade 1 Arroz inglês 5 9 13 17 2.70 2.40 2.40 2.40 2.30 2.30 2.30 2.30 2.30 2.30 2.30 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.40 2.40 Farinha de mandioca 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 2.20 2.20 Feijão preto 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 Fubá 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 Toucinho 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 Sal 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 Açúcar mascavinho claro 0.62 0.62 0.62 0.48 0.48 0.48 0.48 0.48 0.48 0.50 0.50 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 Fósforos nacionais 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 Sabão 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 Σ 13,64 13,34 13,34 13,20 13,10 13,10 13,12 13,12 13,12 12,94 12,94 12,94 13,22 13,22 13,22 13,22 13,82 13,82 144 Movimento de preços em Juiz de Fora (1892-1900) - continuação 1894 mai jun ago set 16 14 29 27 out 28 3 13 1895 mai jun 10 10 1896 ago ago 15 26 10 10 29 nov jan abr 24 18 16 25 mai jun 5 3 21 28 2.30 2.30 2.40 2.70 2.70 2.70 2.70 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.10 2.10 2.40 2.60 2.70 2.70 2.70 2.70 2.80 2.40 4.50 4.50 4.20 4.60 4.60 4.60 4.60 4.80 4.80 4.80 4.50 4.50 3.80 3.50 3.20 3.20 3.50 3.50 3.50 2.20 2.20 2.20 2.40 2.40 2.40 2.40 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 2.40 3.90 3.50 3.50 3.50 2.60 2.60 2.60 3.20 3.20 3.20 3.20 2.20 2.00 2.30 2.50 2.40 4.60 3.80 3.80 3.50 3.50 3.50 3.20 1.40 1.40 1.40 1.50 1.50 1.60 1.60 1.90 1.90 1.90 2.00 2.20 1.20 1.10 1.10 1.30 1.30 1.40 1.40 1.50 1.50 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 2.00 1.20 1.10 1.10 1.30 1.30 1.40 1.40 1.40 1.40 1.20 2.40 2.20 2.20 2.00 1.60 1.20 1.36 1.40 1.50 1.60 1.60 1.60 1.40 1.30 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.40 1.30 1.40 1.25 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.30 1.30 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.90 1.80 1.80 1.20 1.20 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.86 0.86 0.70 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.76 0.62 0.56 0.64 0.76 0.76 0.76 0.76 0.70 0.68 0.76 0.76 0.64 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.72 0.58 0.50 0.52 0.60 0.70 0.72 0.72 0.72 0.64 0.64 0.32 0.36 0.40 0.48 0.44 0.44 0.44 0.44 0.44 0.44 0.44 0.30 0.30 0.30 0.32 0.40 0.40 0.40 0.40 0.32 0.56 0.56 0.56 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.40 0.40 0.40 0.44 0.44 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.32 0.28 0.24 0.30 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 1.40 1.40 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.80 1.50 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 0.84 0.84 0.72 0.80 0.80 0.80 0.80 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.88 0.88 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.80 1.80 1.40 1.40 1.80 1.10 1.20 1.20 1.20 1.00 1.10 1.10 1.10 1.10 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 1.20 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 3.50 3.50 3.50 3.50 3.50 3.20 3.00 3.00 3.40 3.40 3.00 0.32 0.32 0.32 0.30 0.30 0.30 0.30 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.34 0.36 0.36 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 2.50 2.50 2.50 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.30 2.30 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 0.90 0.90 0.80 0.80 0.90 0.88 0.90 1.00 1.00 1.00 1.00 0.90 1894 mai jun ago set 16 14 29 27 out 28 3 13 1895 mai jun 10 10 1896 ago ago 15 26 10 10 29 nov jan abr 24 18 16 25 mai jun 5 3 21 28 0.34 0.34 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.40 0.40 0.40 0.40 0.36 0.40 0.36 0.36 0.36 0.38 0.38 0.38 0.38 0.38 0.36 5.20 5.20 4.80 4.80 5.40 5.60 5.00 4.80 0.84 0.84 0.90 0.90 0.90 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.12 5.60 5.80 5.80 5.80 5.80 5.50 1.14 1.14 1.06 1.06 1.06 1.06 1.06 1.00 1.00 1.00 1.00 1.20 1.00 1.00 1.00 1.00 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.20 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.20 0.36 0.36 0.36 0.45 0.45 0.45 0.45 0.60 0.80 0.48 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 1.00 1.20 1.20 1.20 1.20 1.60 1.60 1.60 1.60 1.90 1.20 1.00 1.05 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.50 0.40 0.40 0.40 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 1.40 1.40 1.44 1.50 1.50 1.50 1.50 1.70 1.70 1.70 1.70 1.70 1.56 1.56 1.56 1.56 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 21 25 29 33 37 2.30 2.30 2.40 2.70 2.70 2.70 2.70 2.80 2.80 2.80 2.80 2.80 2.10 2.10 2.40 2.60 2.70 2.70 2.70 2.70 2.80 2.40 2.20 2.20 2.20 2.40 2.40 2.40 2.40 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 2.40 2.40 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.00 3.90 3.50 3.50 3.50 2.60 2.60 2.60 3.20 3.20 3.20 3.20 3.20 2.30 2.50 2.40 4.60 3.80 3.80 3.50 3.50 3.50 3.20 1.40 1.40 1.40 1.50 1.50 1.60 1.60 1.90 1.90 1.90 2.00 2.20 1.20 1.10 1.10 1.30 1.30 1.40 1.40 1.40 1.50 1.50 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 2.40 2.40 2.20 2.20 2.00 1.60 1.20 1.36 1.40 1.50 1.60 1.60 1.60 1.40 1.30 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.56 0.56 0.56 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.40 0.40 0.40 0.44 0.44 0.44 0.44 0.44 0.44 0.44 0.32 0.32 0.32 0.30 0.30 0.30 0.30 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.34 0.36 0.36 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 2.50 2.50 2.50 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 2.30 2.30 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 13,62 13,22 13,88 14,56 13,66 13,72 13,72 17,12 17,12 16,92 17,02 17,02 12,80 12,52 12,58 15,30 14,70 14,90 14,60 14,60 14,60 13,60 145 Movimento de preços em Juiz de Fora (1892-1900) - continuação 1897 1897 ago mar abr abr 11 30 5 7 2.60 22 23 1898 mai 28 7 jun ago 4 16 set out 19 nov dez 24 3.50 3.50 3.50 3.50 3.50 3.80 24 15 1899 1899 1900 fev 19 1 mai 9 abr jul 17 fev 22 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.30 3.60 4.40 4.40 4.40 4.40 4.40 4.40 4.40 4.40 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.80 4.20 4.50 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 2.20 2.20 2.20 2.20 2.50 2.50 4.00 4.40 4.40 4.90 5.80 5.80 5.70 4.50 4.50 4.00 4.00 4.00 4.00 2.00 2.40 1.50 1.30 1.40 1.40 1.30 1.50 1.30 1.30 1.30 1.30 4.50 4.50 4.50 4.50 1.70 1.70 1.90 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 0.90 1.40 1.50 1.30 1.40 1.40 1.30 1.50 1.30 1.50 1.50 1.50 1.70 1.50 1.50 1.60 1.60 1.80 1.80 1.80 1.80 1.25 1.50 1.50 1.50 1.50 1.60 1.50 1.40 1.40 1.70 1.70 0.90 1.40 1.40 1.50 1.60 1.50 1.40 1.40 1.70 1.70 0.90 1.40 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.40 1.60 1.20 0.16 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.14 0.14 0.14 0.14 0.14 0.18 0.18 0.24 0.68 0.66 0.66 0.66 0.66 0.66 0.66 0.66 0.66 0.74 0.74 0.74 0.70 0.70 0.70 0.70 0.74 0.70 0.70 0.94 0.86 0.64 0.62 0.62 0.62 0.62 0.62 0.62 0.62 0.62 0.68 0.68 0.70 0.64 0.64 0.64 0.64 0.68 0.68 0.68 0.86 0.76 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.32 0.36 0.36 0.36 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.50 0.46 0.44 0.40 0.40 0.40 0.40 0.44 0.44 0.44 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.54 0.54 0.26 0.28 0.28 0.28 0.28 0.26 0.28 0.26 0.26 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.46 0.46 0.58 1.40 1.20 1.20 1.20 1.10 1.40 1.10 1.40 1.40 1.20 1.20 1.20 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.10 1.10 0.80 0.80 0.80 1.00 0.90 0.80 0.90 0.80 0.80 0.90 0.90 0.90 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 0.80 0.90 1.80 1.80 1.90 1.90 1.90 1.90 1.90 1.80 1.80 1.80 1.80 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 2.50 2.40 1.20 1.20 1.60 1.60 1.60 1.10 2.60 2.60 3.50 0.40 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.40 0.40 0.40 0.40 0.60 2.20 1.80 2.20 2.20 2.20 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 1897 1897 ago mar abr abr 11 30 5 7 22 23 0.36 0.54 0.54 0.54 0.54 5.50 1898 mai 28 7 jun ago 4 0.54 16 set out 19 nov dez 24 24 15 19 1 mai 9 abr 17 jul fev 22 0.60 0.60 0.60 0.56 0.56 0.64 0.64 0.64 0.64 0.64 0.64 0.40 0.58 5.60 5.60 6.00 6.00 6.00 6.00 6.00 6.00 6.20 6.20 6.20 6.20 6.20 1.12 1.40 1.40 1.40 1.40 1.12 1.12 1.12 1.18 1.18 1.18 1.20 1.20 1.20 1.20 1.00 1.20 1.20 1.20 1899 1899 1900 fev 1.30 1.30 0.90 1.50 1.50 1.00 1.50 1.50 1.50 1.00 1.50 1.00 1.00 1.40 1.40 1.40 1.40 1.40 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 1.36 1.36 0.54 0.54 0.54 0.54 0.54 0.44 0.44 0.44 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.45 0.45 0.45 0.45 0.50 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.35 1.40 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.64 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.66 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.60 1.86 45 49 53 57 61 2.60 2.60 2.60 2.60 3.50 3.50 3.50 3.50 3.50 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.80 3.30 3.60 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 2.00 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 2.20 2.20 2.20 2.20 2.50 2.50 4.00 4.40 4.40 4.40 4.50 4.50 4.50 4.50 4.40 4.90 4.90 5.80 5.80 5.70 4.50 4.50 4.00 4.00 4.00 4.00 2.00 2.40 1.50 1.30 1.40 1.40 1.30 1.50 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.30 1.70 1.70 1.90 1.50 1.50 1.50 1.50 1.50 0.90 1.40 1.30 1.50 1.50 1.60 1.60 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.80 1.40 1.50 1.60 1.50 1.40 1.40 1.70 1.70 0.90 1.40 0.16 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.10 0.14 0.14 0.14 0.14 0.14 0.18 0.18 0.24 0.44 0.40 0.40 0.40 0.40 0.44 0.44 0.44 0.44 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.50 0.54 0.54 0.54 0.40 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.40 0.40 0.40 0.40 0.60 2.20 1.80 1.80 1.80 1.80 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 2.20 14,60 14,46 14,56 14,66 15,56 16,40 16,20 16,20 16,10 16,76 16,76 17,66 17,66 17,66 16,80 16,30 16,10 16,14 16,44 16,52 12,92 14,88 146 Pauta de gêneros publicada a partir de 26 de julho de 1895 Gêneros Alimentícios milho novo superior fubá de milho superior arroz inglês de primeira arroz d’Iguape especial arroz d’Iguape bom arroz do Japão especial arroz italiano farinha de milho Amorim farinha de milho imitação Amorim farinha de milho superior farinha de milho regular farinha de mandioca Suruí legítima farinha de mandioca Porto Alegre de primeira farinha de mandioca Porto Alegre fina farinha de mandioca Porto Alegre redonda farinha de trigo farinha láctea Nestlé farinha de arroz farinha de batatas, féculas farinha de tapioca farinha de araruta farinha de maisena inglesa farinha de maisena Gilberto feijão preto de Porto Alegre superior feijão branco estrangeiro superior feijão vermelho estrangeiro miúdo sup. ervilhas partidas especialidade ervilhas tortas especialidade ervilhas comuns superiores cangica branca do rio da Prata superior polvilho especial para biscoitos presuntos ingleses Bacon presuntos ingleses Bacon a varejo presuntos especiais presuntos especiais preparados a varejo paios portugueses especiais a varejo lingüiças em salmoura especiais línguas defumadas especiais carne de porco especial em salmoura carne de porco especial em sal carne de vaca especial em salmoura carne-seca especial carne-seca de primeira banha nacional Alves banha nacional superior outras marcas toucinho nacional de primeira toucinho americano em salmoura toucinho americano defumado batatas de Lisboa superiores açúcar refinado especial primeira açúcar refinado especial de terceira açúcar grosso branco Pernambuco açúcar grosso mascavinho claro açúcar grosso mascavo bom quantidade 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros 10 litros kg lata pacote pacote pacote kg pacote pacote 10 litros 10 litros 10 litros kg l l l 10 litros £ kg £ kg kg unidade unidade kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg preço 1$2 1$2 2$3 4 3$6 4$6 4$4 5$4 4$5 3 2 4$2 3$4 2$4 2 0$4 1$8 0$84 0$64 1$6 0$7 0$6 0$7 2$3 3$5 2$8 1$2 0$36 0$2 0$4 4$5 1$6 3$8 1$95 7 7 1$7 1$6 1$5 1$4 0$6 1 0$88 1$5 1$44 1$6 1$7 1$7 0$44 0$66 0$62 1$5 0$4 0$3 147 café grão especialidade café grão bom café brasileiro em pó de primeira café brasileiro em pó de segunda rapaduras especiais cebolas grandes superiores alhos grandes novos (50) manteiga francesa de Magny manteiga francesa Société manteiga Morton especialidade manteiga nacional superior de Santa Catarina leite condensado “Moça” extrato de carne de Lübeck cacau van Honten’s cacau de leite chocolate estrangeiro “Marquis” chocolate estrangeiro “Menier” chocolate nacional imitação “Marquis” chocolate nacional imitação “Menier” chocolate nacional Bhering chocolate nacional Bhering chocolate nacional do Pará bacalhau do Porto de primeira bacalhau da Noruega de primeira bacalhau de tina regular bacalhau sem espinha especialidade camarões grandes especiais Massas para sopa macarronette italiano macarrão ou lasanha amarelos especiais macarrão branco ou goela de pato vermicelli, macarrogini, zitta aletria amarela ochiune, rodela, argola, argolinha, semente, estrelinha, pevide, rodinha amarela, lentilha [amarelos] rodela, ochiune, argola, argolinha, semente, lentinha, estrelinha, rodinha, ave maria, tubetini [brancos] sopa juliana seca Conservas (em latas ou vidros) azeitonas d’Elvas em latas azeitonas de Morton em vinagre, vidros grandes azeitonas pretas em latas azeitonas pretas espanholas de barril oatmeal grosso ou médio perdizes com trufas Philippe Canaut (latas grandes) paté de foie gras corned beef de 2£ carne picada roast beef de 2£ línguas americanas línguas Payssandu tomates americanos de 2£ carneiro com ervilha lebre com ervilha borrego com ervilha peru com ervilha paio com ervilha coelho com ervilha 148 kg kg kg kg unidade réstia réstia kg kg kg kg lata pacote lata lata £ £ £ £ caixa. lata lata kg kg kg kg kg 1$5 2$6 1$44 0$24 1$4 1$2 5 4$4 4$9 3$2 1$2 2$8 2$2 2 5$6 4$6 1$3 1$3 2$4 0$84 3 1$1 1$1 0$8 1$3 4$5 pacote kg kg kg kg 1$3 1$5 0$88 0$9 1$6 kg 1$4 kg pacote 1$1 0$8 1$1 3$2 0$9 6$8 3$5 11$5 3$8 4$8 2$2 4$2 6$8 3$8 2$2 2$3 2$5 2$5 2$6 2$4 2$7 cabrito com ervilha perdizes de Lisboa com ervilhas backing ponder molho inglês Perrin cebolinha C. & B., vidros grandes couve-flor alcaparras francesas, vidros grandes pimenta de Morton pimenta Comery conserva de Bathy pequena conserva de Morton grande conserva de repolho pepinos franceses L. Frères camarões americanos em saquinhos salmon americano pimenta Pepperet sardinha em molho tomate, em azeite ou em manteiga Philippe Canaut (½ lata) sardinha em molho de pimenta Ph. Can. (¼ lata) sardinha de segunda em azeite em latas grandes sardinha de segunda em azeite em latas pequenas petits pois de Penaud petits pois de Nantes Merun petits pois portugueses salame italiano sopa juliana Philippe Canaut sopas inglesas macedônia L. Frères feijoada completa mortadela inglesa de Bathy, vidro tomates catchup, vidros grandes tomates catchup, vidros pequenos Peixes de Santa Catarina (em lata) anxovas, garopa, tainha, pescadinha, cavalo Queijos reino Hastings suíço especial parmesão chester Minas Vinhos engarrafados Macedo W Macedo Uva Bastarda Macedo Duque de Bragança Macedo Castel Farme Macedo Lágrimas Macedo Moscatel Macedo Essência Niersteiner, marca acreditada Zeltinger, flor escolhida Rudesheimer Berg especial Gersenheimer, Iniciativa Feliz J. W. Burmester sobremesa J. W. Burmester Duque J. W. Burmester Moscatel Andressen D. Luís Andressen 3 Coroas Alexandre D. Luís 2$3 3$2 1$6 2$6 3 3 1$9 1$4 1$4 3$3 5$5 3$4 2 2$2 2$4 0$5 kg 2$6 1$5 1$2 0$44 2$2 1 0$9 8$5 2$2 2$5 2 3 1$5 3$3 2$4 1 unidade kg kg 8$5 5$2 5$5 5 - garrafa 3 3$3 3$6 4$8 7 7 14 4$2 3$8 4$8 4$5 3$5 4 3$8 3$5 1$8 3 149 Madeira table Madeira ex-table Madeira dessert Rocha Leão, clarete especial Adriano Villar de Allen, particular A. de S. Nogueira, Reserva E. Ellery, caju especial Porto Lacre, especialidade Porto Oriente Moscatel do Douro Maduro P.R.R. Lisboa Quinta da Sobreira, virgem tinto virgem Figueira Águas Banco Sanguinal, Bento J. Pereira Collares J. G. S. Collares viúva J. Gomes Bastardinho maduro especialidade Bordeaux St. Stephle Bordeaux St. Julien Bordeaux St. Emillion Bordeaux St. Emillion P. J. Tenet Bordeaux Chaubertin de Guichard Bordeaux Nuits de Guichard Bordeaux Pommard de Guichard Chianti, garrafa de 1l Chianti, garrafa de ½ l Constantin tinto, ½ garrafa Vinhos em barris (medidos por garrafa) tinto de Lisboa Porto branco Sanguinal superior Colares superior bastardinho maduro fino virgem Quinta do Sobreira Figueira Águas tinto virgem Champagnes Viúva Clicquot Salvador (½) Portuguesa especialidade Gran Moscato Licores Kümmel russo Kümmel Gilka Anisado del Moño Anisette de Guillot Cacau Chartreuse amarelo Curaçao de Guillot Pepperment de Guillot Creme de Moka Creme de cacau Creme de chocolate higiênico marasquino Cognacs 150 5$8 6$4 6$9 2$4 3$8 3$8 2$5 3 3 1$6 2$2 1$5 1$2 1 1$1 1$2 1$5 1$8 1$8 2$2 2$5 3 4 10 6$5 7 3$4 1$96 4 1$2 1$3 0$9 1$2 1$5 0$9 0$8 0$7 garrafa 13 4$2 12 8$4 garrara 6$8 5$8 5$8 8 7$8 13 8 8 4 4 4 4 6 garrara Cambará Paul Larcher Marie Brizard fine Champagne Jonzac fine Champagne Courvoisier fine Champagne Hennery fine Champagne viúva Jordein fine Champagne Hennessy fine Champagne C. Duthiloy-Delloy fine Champagne Moscatel 1 estrela, português Moscatel 2 estrelas, português Moscatel 3 estrelas, português Especialidades diversas aguardente de cana gim Old Tom Whisky Number Whisky Solera Whisky Scotch Laranjinha importação de A. N. & C. Fernet branca genebra em botija rum da Jamaica Orange bitter anizado, importação de A. N. & C. lime juice Milk Ponche (½) Amer Picon Aperital vinagre branco aromatizado vinagre tinto de Lisboa vinagre tinto de Lisboa de segunda vermouth Fratalle Gancia vermouth Fratalle Cora vermouth Fratalle N. P., francês btter Boonekamp água Seltz estrangeira Cervejas (entregue o casco no ato da venda, abatia-se 200 réis no preço) Babilônia Blau Bavária Pá Guindes Kremer especial Kremer, Poço Rico ou José Weiss brancas Kremer, Poço Rico ou José Weiss duplas Kremer, Poço Rico ou José Weiss pretas Chás pérola legítimo Hysson fino preto especial Hysson regular mate empacotado marca Ildefonso mate avulso em folha mate avulso em pó Essências especiais para doces vanila, cinamon, ginger, orange, pepperment, lemon, almond e cochineal Artigos diversos polvilho Hermann para goma polvilho Hoffmans para goma rapé Paulo Cordeiro 3$4 5 8$5 7 7$5 6 7 8 10 6 6$5 7 garrafa 0$36 3$2 6$5 4 5$2 1$5 4$8 3 6$5 4$5 3$5 4$5 3$5 4$5 5$5 2$5 0$56 0$4 2$8 3 3$4 1$8 1 garrafa 1$4 1$4 2 1 0$66 0$8 0$8 kg kg kg lata kg kg kg 15$8 10 9$5 2$2 2$5 1$2 1$5 vidro 2 caixa caixa ½ pote 0$5 0$5 1$1 151 rapé Areia Preta palitos lixados Marquesinhos canela em rama flor de anil em pedra lamparinas bria de folha canela em pó latas grandes canela em pó inglesa graxa francesa para calçados noz moscada novas pimenta pura em pó em latas sementes de hortaliça novas tijolos para arear sapólios legítimos potassa amêndoas novas avelãs nozes amendoim cocos da Bahia grandes cocos da Bahia menores erva doce garrafões de 5¼ óleo de linhaça alvaiade de zinco alvaiade de chumbo sacos de linho com alça para compras, grandes Vassouras americanas dois fios americanas três fios americanas quatro fios especiais três fios especiais quatro fios vassoura de cabelo com cabeça estrangeira grande vassoura de cabelo sem cabeça estrangeira grande de piaçava estrangeira para lavar casa, grande de piaçava grande para varrer Biscoitos Champagne americanos especiais para chá em latas grandes de chocolate especiais em latas ingleses primeiras marcas ingleses comuns nacionais diversas marcas Velas Clichy Apolo grandes parafina grandes de cores nacionais grandes nacionais pequenas Inflamáveis álcool claro de 36g aguarrás querosene fósforos estrangeiros especiais fósforos estrangeiros Jönköpings fósforos nacionais Cruzeiro formicida Guanabara sulfureto Carbono 152 ½ pote maço kg pacote caixa lata lata litro kg papel kg kg kg kg 10 litros kg arroba barrica kg 1$1 0$3 3$2 1$5 0$4 1$5 1$4 0$16 0$26 2$8 0$26 0$48 1$7 1$6 1 1$4 0$32 0$28 2$4 1$3 16$5 44 0$9 1$8 1$04 1$23 1$3 1$34 1$5 4$8 3$6 2$2 1$1 lata lata pacote 4$8 5$5 4$5 4$5 3$36 1$3 1$6 1$1 0$86 0$56 litro kg litro pacote lata lata 1$3 1$4 0$34 0$5 0$6 0$4 Azeites Playgnol Lisboa Alexandre Herculano Dendê especial Lisboa Doce em latas Lubrificante para máquina Sabão glicerina, sabonetes virgem especial, grandes Oleína da Companhia Luz Stearic Oleína da Companhia Luz Stearic litro garrafa lata (l) litro lata 3$9 5 2 5 1$2 16 unidade pau pau caixa 1$2 1$46 0$1 2$4 153