A HISTÓRIA DO MOJITO
70 ml rum branco
30 ml suco de limão ou lima
3 galhinhos de hortelã
2 colheres de açucar
Club soda ou água com gás
Macerar as folhas de hortelã juntamente com o suco de limão e o açúcar. Colocar gelo
quebrado, o rum e completar com o club soda. Decorar com galho de hortelã e limão.
7.0 cl white Rum
3.0 cl fresh lemon or lime juice
3 sprigs of Mint
2 teaspoons Sugar
Soda Water
Muddle mint sprigs with sugar and lemon juice. Add rum and top with soda water. Garnish
with sprig of mint leaves and lemon slice. Serve with straw
O VELHO... E O BAR!
Quase 40 anos depois de sua morte o famoso escritor norte americano Ernest Hemingway, autor
de inúmeros livros de sucesso entre os quais o velho e o mar, mostram-se mais do que nunca
presente no mundo das letras, cultura, arte e gastronomia.
Conhecido como tendo sido um grande machista e passado por quatro casamentos...
Sobrevivido a duas grandes guerras mundiais, tendo entre elas a guerra civil espanhola durante a
qual foi correspondente voluntário, onde se enfileirou nas trincheiras republicanas, sua vida e
sua morte foram sempre foi envolta em histórias, aventuras, amor e desilusões, e estes
ingredientes por si só já formam um grande e épico romance contemporâneo.
Não bastasse tudo isso, Hemingway adorava as boas coisas da vida, jamais dispensando uma
bebida, além de possuir um grande espírito aventureiro. Ele participava de todos os tipos de
esportes radicais que existiam em sua época como boxe, touradas, pescarias marítimas e os
grandes safáris nas savanas africanas.
Hemingway foi também o autor norte americano que talvez mais tenha despertado interesse de
Hollywood. Seus textos de frases curtas e a transparência psicológica criada em todos os
seus personagens, encantavam os grandes diretores de cinema, e o sucesso literário de seus
livros criavam os argumentos necessários para convencer qualquer que fosse o produtor a
transformá-los em grandes sucessos do cinema.
Desta forma muitas versões de seus livros povoaram as telas de cinema e transformaram-se em
sucesso de critica e público. Entre elas: adeus as armas, que foi filmado três vezes e o velho e o
mar que acabou ganhando duas versões, assim como o conto os assassinos.
Os elencos eram sempre compostos por uma constelação de estrelas tão grande como o céu de
cuba, quando Hemingway deixava seus bares prediletos com umas e outras a mais na cabeça na
ilha caribenha... atores como Gary Cooper e Ingrid Bergman em por quem os sinos dobram, rock
Hudson em adeus as armas, Spencer Tracy e Anthony Quinn que interpretaram o velho Santiago,
respectivamente nas duas versões do velho e o mar, Ava Garner e Gregory Peck em as neves do
Kilimanjaro ajudaram a eternizar estas obras literárias nas telas dos cinemas. Além de suas obras
fascinarem atores e diretores, pois todos tinham certeza do sucesso que fariam, estes filmes
foram responsáveis por inúmeros romances surgidos em Hollywood, sendo o mais famoso deles
o que aconteceu entre Hamphey Bogart e Lauren Baccal durante as gravações de ter ou não ter,
quando tiveram uma louca e tórrida paixão.
Mas, a obra que sem dúvida mais marcou a carreira de Hemingway, foi o velho e o mar, quando
seu personagem principal do quase monólogo, o velho pescador Santiago, passa quase todo o
texto tentando convencer a si mesmo que ainda é capaz de enfrentar a imensidão do mar e
capturar aquele enorme peixe, lutando com todas as suas forças, contra tubarões famintos que
tentam tirar-lhe seu maior troféu. A precisão contida em seus monólogos neste livro deu-lhe
dois dos mais cobiçados prêmios literários do mundo, o Nobel de literatura e o prêmio pulitzer.
Isto tornou Hemingway um imortal literário de corpo, espírito e biografia. Essa imortalidade
criada através da lenda Hemingway, acabou eternizando alguns de seus maiores prazeres, entre
estes algumas de suas extravagâncias etílicas ocorridas nos dos bares mais famosos do mundo.
Ele nos brindou com algumas pérolas que retratam isto com perfeição, como por exemplo, uma
tirada sobre o velho e bom dry Martini e suas controvérsias de como seria a melhor maneira em
prepará-lo. Hemingway costumava dizer o seguinte: se por acaso você se perder na imensidão
das savanas africanas durante um safári, bastará começar a preparar um dry Martini e com toda
a certeza, em menos de cinco minutos aparecerá alguém para dar um palpite de como deve ser a
melhor maneira de prepará-lo.
Mas nenhuma outra bebida encantava tanto o velho “papa” como o rum. Hemingway que
morou em cuba durante muitos anos, acabou por render-se a este inebriante destilado feito de
cana-de-açúcar. Foi por lá também e graças as dois bares e dois cocktails internacionais
famosíssimos e que ele muito ajudou na popularização, criando mais uma de suas mais célebres
pérolas e que ecoam quase que como um poema, na qual demonstra todo este amor pelo país e
pela bebida: “mis mojitos en la bodeguita, mis daiquiris en la floridita”... dizia amigos mais
próximos que isto não era apenas uma paixão, mas quase uma devoção, pois ele costumava
consumir estes dois cocktails em dúzias como se estivesse diante de um afrodisíaco prato de
ostras frescas e maravilhosas colhidas no pacifico.
O rum que foi a bebida de marinheiros e piratas e que deu a volta ao mundo através de navios
em batalhas, descobrimentos e conquistas, e que era consumido como se fosse água uma vez
que se acreditava que tomando rum ao invés da água durante as longas viagens, poderia livrarse do terrível mal do escorbuto que dizimava tripulações inteiras causando-lhes a morte, e que
mais tarde foi diagnosticado como sendo devido à falta de vitamina c no organismo e não devido
à falta de água potável que causava outros males terríveis e até a morte, mas não este... Esta
mesma bebida e esta mesma crença da cura do escorbuto através do rum levaram a marinha
real inglesa a liberar uma dose diária a todos os seus marinheiros para prevenir o mal.
determinação esta que somente acabaria no século xx, na década 70, centenas de anos após a
descoberta da cura da doença, através da ingestão da vitamina c obtida com uma dieta mais
balanceada e rica em frutas e verduras, além de complexos vitamínicos, já totalmente
incorporados ao dia a dia dos marinheiros.
Outro detalhe interessante sobre o rum é ter sido a primeira bebida destilada consumida em
grande escala no velho oeste americano, ao contrário do que vemos nos velhos filmes de
cowboys, onde homens exauridos depois de longas jornadas e com muita poeira na garganta
bradavam por uma garrafa de whisky para os bartenders nos saloons.
Um pouco mais de estórias de bebidas... e misturas. Vou começar pelo nosso daiquiri... existindo
várias versões sobre a sua origem... mas, eu como sempre gosto de magia e poesia contida
nessas criações, além de muitas aventuras. A minha versão preferida é aquela que diz sobre
soldados cubanos que combatiam os colonizadores espanhóis no final do século xix. Eles
carregavam amarrados em suas cinturas um pequeno odre de couro contendo uma mistura de
rum branco e suco de limão. Diziam ser uma poção mágica e também um poderoso elixir que
lhes dava coragem e valentia para os duros combates.
Depois dos espanhóis, foi à vez dos soldados americanos enfrentarem estes valentes guerreiros
munidos de suas poções mágicas ao invadirem cuba, entrando pela praia de daiquiri. Estes novos
invasores logo também criaram gosto por este elixir, mas dando um toque especial a bebida
acrescentando gelo picado para aliviar o escaldante calor da região e o batizaram com o
sugestivo nome da própria praia onde haviam desembarcado e combatido tão valentes
opositores: Daiquiri.
O famoso restaurante e bar La Floridita (calle monserrate, 557 esquina com o bispo) que ficou
conhecido como o templo mundial do daiquiri (suco de limão, rum carta branca, açúcar e gelo
frappé). Hemingway tornou-o famoso no mundo todo, tendo recebido como uma justa
homenagem até um busto de bronze, além do último banco do balcão bar estar com uma
corrente separando-o dos demais, pois dizem era ali que costumava sentarem-se nos finais de
tarde para tomar seus daiquiris. Outro nome não menos famoso no La floridita foi seu bartender
Constantino Ribalagua, a quem seu principal cliente, Hemingway creditava a perfeição na
preparação deste cocktail.
O mojito e sua origem
O outro endereço imortalizado por Hemingway em cuba devido ao seu famoso cocktail mojito é
o bar La Bodeguita Del Médio (empedrado no. 207).
Na estória da origem deste cocktail segundo o próprio Hemingway gostava de contar, teria
surgido das mãos do aventureiro e almirante inglês sir Francis Drake, que teria misturado folhas
de hortelã maceradas com rum, criando uma infusão com a finalidade de ajudar no combate aos
problemas respiratórios como asma e também nos males estomacais que atingiam seus
marinheiros. Dizem que as doenças não foram curadas, mas que o número de doentes
aumentou muito somente para ganhar uma dose extra de rum, mesmo que ela viesse batizada
com as folhas de hortelã maceradas.
Daí para se transformar em um cocktail popular bastou à criatividade de algum bartender,
entrando em ação com seu incrível poder criativo e de transformação, acrescentando-lhe o suco
de limão, gelo e a água com gás, transformando-o em uma bebida muito refrescante e excelente
ajuda para enfrentar o causticante sol do caribe.
E como dizia Hemingway em outra de suas célebres e poéticas frases que deixou como legado
para todos nós, amantes da boa bebida e da boa conversa: “faça sempre lúcido o que você disse
que faria bêbado. isso o ensinará a manter sua boca fechada.”
CHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
EEEEEEEEEEEEEEEEERS!
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