UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
ALÉXIA CECÍLIA ROVARIS
INTENSIDADE E RITMO EM AULAS DE RPM ENTRE PROFESSORES E ALUNOS
Palhoça
2013
ALÉXIA CECÍLIA ROVARIS
INTENSIDADE E RITMO EM AULAS DE RPM ENTRE PROFESSORES E ALUNOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Educação Física da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Educação Física.
Orientador: Profº Erasmo Paulo Miliorini Ouriques, Msc
Palhoça
2013
Dedico este trabalho aos meus pais e ao meu
irmão, por terem me ajudado a concluir mais
uma jornada, pelos esforços prestados, pelos
ensinamentos e pelos valores transmitidos
durante minha vida. Agradeço a Deus por me
conceder a oportunidade de lutar por um
futuro melhor e poder realizar um sonho.
AGRADECIMENTOS
Gostaria primeiramente de dizer que a realização deste trabalho e a finalização do
curso, foram pra mim, a realização de um sonho, e que para concluir estas etapas, várias
pessoas foram fundamentais neste processo.
Agradeço aos meus pais, Arleide e Donizete, pois eles são as pessoas mais
importantes da minha vida. Durante todo o processo de aprendizagem e ensino me deram todo
o apoio e carinho que foram essenciais para minha formação pessoal e profissional. Obrigada
Mãezinha e Paizinho por tudo o que os senhores representam pra mim. Amo muito vocês.
Ao meu irmão, por ser o meu melhor amigo e companheiro. Por todos os
momentos de conversas, risadas, descontrações que me ajudaram a “recuperar” as energias e
seguir em frente com toda dedicação e empenho.
A minha Vó materna, Cecília, a minha madrinha Adelaide, e ao meu Padrinho
Alceu, por todas as palavras de apoio, por todos os abraços e beijos e por todas as vezes que
me disseram “Está quase, estamos orgulhosos de você”. A Minha Vó paterna, Ida, aos meus
tios e tias e aos meus primos, por todo o apoio e por toda a paciência ao entenderem o motivo
de eu ficar muito tempo sem vê-los em Bom Retiro.
Aos meus amigos que me incentivaram durante todo o processo de execução do
trabalho. A Tamy, ao Junior e a Fabiana por estarem comigo o tempo todo me transmitindo
conhecimento com toda a paciência possível. Vocês foram extremamente importantes na
minha formação profissional. Obrigada por todas as brincadeiras e risadas a cada dia que
estamos juntos. Sem amigos não somos nada! Amo vocês!
A todos aqueles que de forma direta ou indireta participaram da coleta de dados,
por concederem seu tempo para realização do trabalho e por todas as palavras de carinho e
por toda a paciência. Obrigada de coração, Schély, Clarice, Elaine, Luciane, Simone, Heila,
Tarcísio, Fernanda, Adriana, Angelita, Delano, Rafael, Cleber, Camilla, Aline.
A todos os meus alunos da academia e da assessoria esportiva, por toda a
confiança e por todo o carinho prestado durante toda minha vida acadêmica. Muito obrigada!
A Academia Bio Fitt e aos administradores, Alexandre e Roberto, por concederem
o espaço para a coleta de dados e por auxiliarem na execução desta etapa.
Ao meu orientador e professor Erasmo Paulo Miliorini Ouriques, por ser um
excelente profissional e por me auxiliar durante toda minha caminhada na faculdade. Pela
paciência, aprendizado e companheirismo. Aprendi muito com o senhor. Tens um papel muito
importante na minha formação acadêmica. Quando crescer quero ser como você. Com todo o
respeito “Você é o cara”. Muito obrigada mesmo!
A Professora Maria Letícia e a toda a coordenação do curso de Educação Física da
Unisul, por toda a atenção, oportunidades e colaboração durante o curso.
A professora Elinai, por toda sua paciência e dedicação durante as aulas, que
foram essenciais para a construção do trabalho. Além disso, obrigada por ter aceitado compor
minha banca em conjunto com o professor Tiago e Erasmo.
Aos professores que contribuíram com sua ampla área de conhecimento para que
eu chegasse até aqui, formanda do curso de Educação Física da Unisul. Sem vocês nada disso
seria possível. Obrigada por tudo!
Jamais esqueceria de agradecer a Deus, pois Ele me concedeu a oportunidade de
estar realizando mais um sonho.
“O Sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo.
Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas
admiráveis”. (José de Alencar)
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo geral verificar se o ritmo em aulas de RPM de
professores e alunos mostram variação na intensidade do exercício. Dessa forma, foram
beneficiados além dos participantes, treinadores de diversas modalidades e professores do
RPM, visto que terão embasamento teórico ao explicar a influencia da intensidade e do ritmo
do RPM enquanto objetivo de treino de cada aluno. Este estudo caracteriza-se como pesquisa
descritiva de cunho quantitativo. Quanto aos procedimentos técnicos, o estudo tem
característica empírica descritiva. Participaram da pesquisa 6 praticantes do RPM do gênero
feminino, sendo 4 alunas (A1 a A4) e 2 professoras (P1 e P2), entre 20 e 40 anos da academia
Bio Fitt, no munícipio de Palhoça, Santa Catarina, que assinaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Para realização deste estudo foram utilizados a bicicleta
estacionária do tipo Tomahawk serie S e o relógio polar do tipo RS 300X tm. Para análise dos
dados foi utilizada a estatística descritiva. De acordo com as variáveis obtidas foi utilizada
frequência cardíaca média) apresentada através de gráficos e tabelas. Durante a aula pôde-se
observar que as professoras não apresentaram discrepâncias consideráveis em percentuais de
frequência cardíaca de treino e, por isso, mantém a intensidade proposta pela aula. Em alguns
momentos, como no track 5, por exemplo, a intensidade ultrapassou os limites atingidos por
P2. Já as alunas apresentaram valores divergentes de frequência cardíaca de treino entre si.
Quando comparadas as professoras, as alunas apresentaram valores distintos de frequência
cardíaca. No track 5, “A2” e “A3”, ficaram acima dos 90% de valor de frequência cardíaca de
treinamento, enquanto “A1” e “A4” apresentaram valores abaixo de 90% no mesmo track.
Deste modo, observa-se que em mesmo ritmo de RPM a intensidade varia entre o aluno e
professor. Sendo assim, todos os objetivos traçados neste estudo foram alcançados, sugerindo
a utilização de frequencímetro como controle de treinamento, visto que, nessa modalidade, há
situações de esforço considerável que variam entre 65% e 92%, além de um acompanhamento
de um profissional de educação física durante as aulas.
Palavras-chave: RPM; ritmo. Intensidade. frequência cardíaca de treino.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Direção e intensidade das forças exercidas sobre os pedais quando da aplicação da
correta mecânica da pedalada ................................................................................................... 19
Figura 2- Movimentação natural do pé (a), comparada à técnica de “ankling” (b), técnica que
tem a função de aumentar o torque .......................................................................................... 19
Figura 3- Posição correta da pedala.......................................................................................... 21
Figura 4- Planilha de intensidade pela FC oferecida pela body systems ................................. 25
Figura 5- Estrutura e características da aula de RPM .............................................................. 25
Figura 6- Bicicleta estacionária do tipo Tomahawk serie S .................................................... 29
Figura 7- Relógio polar do tipo RS 300X tm ......................................................................... 30
Gráfico 1- Intensidade (%FC TREINO) que professores de RPM atingem em um determinado
ritmo ........................................................................................................................................ 33
Gráfico 2- Intensidade (%FC TREINO) que alunos de RPM atingem em um determinado
ritmo ........................................................................................................................................ 34
Gráfico 3- Intensidade atingida por professores e alunos para um mesmo ritmo no RPM ..... 35
Figura 9- Planilha de intensidade pela FC oferecida pela body systems ................................. 37
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ................................................... 10
1.2 OBJETIVOS GERAL ...................................................................................................... 12
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 12
1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 12
2 REVISÃO LITERATURA ............................................................................................... 15
2.1 HISTÓRICO DO RPM....................................................................................................... 15
2.2 FORMAS DE PEDALADA ............................................................................................... 18
2.3 INTENSIDADE DA PEDALADA BASEADA NA FREQUENCIA CARDÍACA ........ 21
3 MÉTODO ........................................................................................................................... 28
3.1 TIPO DE PESQUISA ....................................................................................................... 28
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA ............................................................................................. 28
3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ................................................................................. 29
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................................ 30
3.5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................. 32
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................... 33
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ..................................................................................... 39
REFERENCIAS .................................................................................................................... 41
ANEXOS ................................................................................................................................. 44
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA
As grandes transformações mundiais das últimas décadas provocaram mudanças
sociais e na saúde, individual e coletiva, jamais imaginadas. O perfil dos problemas de saúde
atuais faz com que a promoção de estilos de vida saudáveis (e ativos fisicamente) seja
valorizada e colocada como uma das prioridades em saúde pública no planeta (NAHAS;
GARCIA, 2010, p. 2).
Nahas (2010, p. 21) afirma que a saúde é um dos atributos mais preciosos dos
indivíduos. Mesmo assim, a maioria das pessoas só pensa em manter ou melhorar a saúde
quando esta se sentindo ameaçada mais seriamente e os sintomas de doenças são evidentes.
As tendências de transição nutricional ocorridas neste século direcionam para uma
dieta mais ocidentalizada, a qual, aliada à diminuição progressiva da atividade física,
converge para o aumento no número de casos de obesidade em todo o mundo. Isso representa
aumento na morbidade e na mortalidade associadas à obesidade, já que esta é fator de risco
para várias doenças como diabetes tipo II, hipertensão, doenças cardiovasculares e cálculo na
vesícula biliar. A obesidade se apresenta não apenas como problema científico e de saúde
pública, porém como grande indústria que envolve o desenvolvimento de fármacos, de
alimentos modificados e estratégias governamentais estimulando a prática regular de
atividade física e a orientação alimentar a fim de promover melhores hábitos. Assim, o
conhecimento das causas e estratégias preventivas da obesidade é o objeto de estudo de
pesquisadores de diferentes centros (FRANCISCHI et al, 2000, p.19).
O exercício físico é importante independente da faixa etária e suas limitações que
podem comprometer o desenvolvimento da atividade, alguns exemplos disso que podem ser
considerados são a velocidade, flexibilidade, agilidade, resistência e as limitações que não
podem ser consideradas é quando se trata da inteligência, força, vontade entre outras. Além de
ser uma forma preventiva, traz benefício ao cotidiano das pessoas sendo fundamental para
portares de doenças crônicas como é o caso da obesidade (NETO; 2008, p.3).
O autor ainda afirma que nos dias de hoje, a evolução tecnológica e a falta de
tempo que as pessoas são acometidas se tenha uma qualidade de vida inadequada, associada a
uma saúde precária, afetando a alimentação, tornando-a escassa e irregular para manter nosso
11
organismo saudável. Também em função de curto tempo disponível em muitos casos,
impedidos de praticar exercícios físicos regulares, esses fatores interligados a pouca
informação da sociedade, em vários podem acarretar o sobrepeso e a obesidade de crianças e
adultos.
Segundo Oehlschlaeger et al (2004, p.157) a prática regular de atividade física
apresenta uma relação inversa com risco de doenças crônico- degenerativas e tem um efeito
positivo na qualidade de vida e em outras variáveis psicológicas. Países desenvolvidos, por
meio de instituições e organizações, têm concentrado seus esforços na área da saúde pública e
na prevenção de várias doenças como as coronarianas e hipertensão. Para tanto, tem sido dada
ênfase à redução do sedentarismo, mediante planos de adoção de atividade física regular para
melhoria da saúde individual e coletiva.
A indústria de Fitness vem procurando criar alternativas mais motivadoras como
bicicletas
ergométricas
com
vídeo-game,
rotex,
transports,
escalers,
steppers,
remoergômetros, entre outros, buscando diminuir a rotatividade nas academias de ginásticas,
aumentando assim a aderência dos alunos aos programas de condicionamento físico (MELLO
et al, 2003, p.31)
O ciclismo indoor surgiu como nova alternativa de atividade aeróbica dentro das
academias, através de um programa de treinamento contínuo ou intervalado, visando a
manutenção e melhoria do sistema cardiovascular (MELLO, 2003, p.31).
O Raw Power in Motion (RPM-Roda Bruta em Movimento) é uma aula de
ciclismo indoor onde os participantes (alunos) pedalam em bicicletas estacionárias buscando
um melhor condicionamento físico através de posições diversas, simulando um passeio ou
viagem, pedalando em pé, sentado, ou em alta velocidade(ZWARG, 2003, p. 7).
A frequência cardíaca (FC) tem sido utilizada como uma das principais variáveis
fisiológicas relacionadas à prescrição e controle do exercício físico. Suas respostas e
adaptações são objeto de investigação científica, da mais simples à mais sofisticada, sendo
inclusive apontada, como a mais destacada informação extraída de um teste de exercício
cardiopulmonar máximo.
O conhecimento da resposta da FC nas diversas situações de exercício torna-se
essencial para a correta prescrição e posterior controle das cargas de treinamento aeróbio,
assim como a identificação dos métodos e modelos de treinamento de força que resultam em
menor sobrecarga cardíaca. Deve-se observar a FC na condição de repouso e no transiente
inicial do exercício. Da mesma forma, a compreensão dos resultados de um teste de exercício
12
máximo quanto às respostas cronotrópicas tanto ao longo da duração do teste como nos
instantes após sua realização, oferecem subsídios para a orientação do aluno/atleta/paciente
para a prática dos exercícios de forma segura e eficiente (ALMEIDA, 2007, p. 197).
Dessa forma surge a questão: O ritmo em aulas de RPM de professores e alunos
mostram variação na intensidade do exercício?
1.2 OBJETIVO GERAL
x
Verificar se o ritmo em aulas de RPM de professores e alunos mostram variação na
intensidade do exercício.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
x
Verificar qual a intensidade (%FC TREINO) que professores de RPM atingem em um
determinado ritmo.
x
Verificar qual a intensidade (%FC TREINO) que alunos de RPM atingem em um
determinado ritmo.
x
Comparar a intensidade atingida por professores e alunos para um mesmo ritmo no
RPM.
1.4 JUSTIFICATIVA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde, em 1940, como “um
estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual, e não somente a ausência de
doenças ou enfermidades”(OMS; 2013). O que a OMS anunciou há mais de 60 anos foi que
as doenças eram desequilíbrios em estágio avançado, eram manifestações desesperadas de
problemas de saúde anteriores aos sintomas que a medicina tratava. A partir daí, as ciências
da saúde passariam a tratar o homem, não a doença (SABA, 2008 p. 30).
O conceito de promoção da saúde, segundo Nahas (2010, p. 17), compreende
ações individuais e comunitárias, além de ações e compromisso das instituições e dos
governos na busca de uma vida mais saudável para todos e para cada um. Mais do que curar
ou prevenir doenças, o foco da promoção da saúde é a qualidade de vida, no seu sentido mais
13
holístico, determinado por fatores socioambientais (condições de vida) e fatores pessoais
(estilo de vida).
Nesse contexto, várias modalidades surgiram com o intuito de promover saúde
para a população. Consequentemente nos últimos tempos houve um crescimento na indústria
do Fitness, visto que, há uma procura significativa pela população.
O RPM é um programa de ciclismo indoor pré-coreografado que faz parte do
Body Training Systems, desenvolvido pelo instituto neozelandês Les Mills. A aula, com
duração média de 45 minutos, exige uma grande demanda do sistema aeróbico (LES MILLS,
2013).
Observa-se que há estudos que falam do RPM de modo geral, isto é, seja
relacionando aos benefícios, lesões ou modificações fisiológicas. O Indoor Cycle (IC) que, a
seguir ao STEP se vem assumindo como a modalidade com maior perspectiva de êxito.
Todavia, tal como as restantes “aulas de grupo”, o IC não possui grande vocação para
responder às exigências, capacidades e necessidades dos diferentes praticantes, sendo a
intensidade de esforço, habitualmente, determinada pelo professor em função do ritmo
musical (bpm) “imposto” e não relativamente às capacidades e objetivos dos praticantes. Para,
além disso, a intensidade do esforço, quando avaliada, tem sido comparada com equações
universais, que foram estimadas em testes laboratoriais ou por metanálise, isto é, fora do
contexto real da modalidade. Curiosamente a fórmula apresentada pela instituição de
referência 4, no que se refere à prescrição de exercício cardiovascular é: FCmax = 220-idade.
Tal fórmula é, no mínimo controversa, atendendo a que tem um erro muito elevado e não tem
em consideração o tipo de exercício, quando se sabe que as estimativas deste género são
específicas do modo de exercício e da população onde foram desenvolvidas (PEREIRA;
GARGANTA, 2007, p. 82).
Nesse sentido,
(Mcardle; Katch; Katch, 2008, p. 492), afirmam que um método
alternativo e igualmente efetivo de estabelecer o limiar do treinamento, denominado método
de Karnoven, exige que os indivíduos se exercitem com uma frequência cardíaca igual a 60%
da diferença entre o valor máximo. Com o método de Karnoven, pode-se calcular assim a
frequência cardíaca de treinamento:
FClimiar = FCrepouso + 0,60 (FCmáx – FCrepouso)
Desse modo, o presente estudo vem comparar a intensidade e o ritmo nas aulas de
RPM entre alunos e professores. Dessa forma, serão beneficiados além dos participantes,
14
treinadores de diversas modalidades e professores do RPM, visto que terão embasamento
teórico ao explicar a influencia da intensidade e do ritmo do RPM enquanto objetivo de treino
de cada aluno. Por consequência, a profissão passa a ser mais valorizada e fidelizada, visto
que a frequência de treino será utilizada para avaliar os resultados, com isso o estudo levará
em conta tanto a sobrecarga que o RPM proporciona durante o treino quanto a individualidade
biológica de cada aluno.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 HISTÓRICO DO RPM
Desde os tempos mais remotos, o homem buscou meios para facilitar sua
permanência e transporte no planeta. Dentre muitas invenções que buscaram facilitar seu
deslocamento, a bicicleta a cada dia apresenta inúmeras vantagens sobre os outros meios de
transportes e, como estes, evoluiu e adaptou-se a novas realidades (SILVA; OLIVEIRA,
2002, p.8).
Dentro do processo evolutivo da bicicleta, um dos maiores destaques foi a
possibilidade de seu uso para avaliação orgânica e funcional, como também para treinamento
específico da modalidade de ciclismo feito em recinto fechado indoor. Assim, surgiu a
bicicleta ergométrica, também conhecida como, bicicleta estacionária, e, consequentemente o
ciclismo indoor (SILVA; OLIVEIRA, 2002, p.8).
Novas modalidades de atividade física vêm ganhando popularidade nos últimos
anos, pois recentemente inúmeras pessoas vêm buscando alternativas para adquirir
condicionamento físico. Programas de exercício físico em bicicleta estacionária conhecidos
como ciclismo indoor (CI), que simulam situações de ciclismo de rua, cada vez mais ganham
espaços em academias e clubes esportivos, visando o desenvolvimento do condicionamento
muscular e cardiorrespiratório (DIAZ-RIOS et al, 2008, p. 119). Esta modalidade é realizada
em ambientes fechados de forma coletiva e coreografada ao ritmo de músicas. Uma aula
padronizada de ciclismo indoor é dividida em fases com as intensidades de esforço variando
em função da resistência ou da velocidade empregadas sobre orientações de um instrutor
(BARRY et al, 2000, p.3). Os programas mais conhecidos são o RPM eo SPINNING.
Entre os exercícios cardiovasculares, programas de exercício em bicicleta
estacionária, conhecidos como ciclismo indoor (CI), vêm ganhando popularidade nos últimos
anos na indústria do fitness. Esse programa pode ser oferecido em clubes esportivos,
academias e centros de atividade física e é considerado como um meio alternativo de
treinamento físico que simula situações de ciclismo de rua, sobre orientações de um instrutor,
visando o desenvolvimento do condicionamento muscular e cardiorrespiratório. Desde sua
criação, o CI passou por uma ampla proliferação de programas tais como RPM®,
SPINNING®, Trebispin®, Cycle Reebok®, Schwinn® Cycling e TopRide.
16
O ciclismo indoor surgiu como nova alternativa de atividade aeróbica dentro
das academias, através de um programa de treinamento contínuo ou intervalado, visando a
manutenção e melhoria do sistema cardiovascular (MELLO, 2003, p.31).
O Indoor Cycle ou ciclismo indoor, surgiu no final da década de 80 como uma
nova alternativa de atividade cardiovascular dentro dos ginásios e tem aumentado
significativamente a adesão por parte dos participantes, o que evidencia a sua crescente
popularidade. Contudo, devido á grande intensidade de esforço que a modalidade exige, esta
apresenta algumas limitações no que respeita ao controle da intensidade de exercitação dos
participantes (LEITE, 2006, p.17).
No Brasil, a modalidade chegou de maneira informal em meados de 1997. No ano
de 2000, o Johnny G. Spinning chegou ao Brasil de maneira formal e respaldada por seu
criador, a partir de cursos de certificação (SILVA, 2008. P. 26).
Ciclismo indoor é uma atividade ministrada por um profissional de Educação
Física, para um grupo de indivíduos que variam em idade, sexo e aptidão física, em bicicleta
estacionária, com variação de treinamento de resistência aeróbia e anaeróbia, acompanhada ou
não, de um ritmo musical (DESCHAMPS; DOMINGUES, 2005, p.28).
O RPM - Raw Power in Motion (Roda Bruta em Movimento) é uma aula de
ciclismo indoor onde os participantes (alunos) pedalam em bicicletas estacionárias buscando
um melhor condicionamento físico através de posições diversas, simulando um passeio ou
viagem, pedalando em pé, sentado, ou em alta velocidade(ZWARG, 2003, p. 7).
O RPM (Raw Power in Motion) é um programa de ciclismo indoor précoreografado que faz parte do Body Training Systems, desenvolvido pelo instituto
neozelandês Les Mills. A aula, com duração média de 45 minutos, exige uma grande demanda
do sistema aeróbico (LES MILLS, 2013).
De acordo com Mello et al (2003, p.7), a transferência do ciclismo de rua para as
academias traduz não só maior segurança, como também a possibilidade de se ter uma
atividade orientada, que otimize o treinamento, sob os aspectos de tempo e de resultado. O
Ciclismo Indoor (CI) tornou-se uma atividade indispensável nas academias pelos seus
benefícios relacionados à aptidão cardiorrespiratória, a redução da gordura corporal e a
minimização de riscos de doenças cardiovasculares.
De acordo com a Body Systems (2013), o RPM é um treinamento cruzado
interessante e para aqueles que fazem uma atividade física mais moderada é um ótimo
treinamento cardiovascular. Para quem não é habituado a prática de atividades aeróbicas, o
17
programa é uma opção mais amistosa de iniciação ao exercício em grupo com música. Para
iniciantes e para aqueles com um histórico de lesões ligadas ao alto impacto, a natureza isenta
de impacto do ciclismo faz do RPM uma opção muito atrativa.
A Less Mills (2013), fazendo referencia ao RPM, define como principais
benefícios o seu caráter altamente motivador e intenso, sem barreiras de coordenação, com
movimentos sem impacto, que intervém fortemente na degradação de gorduras, ótimo
exercício de tonificação muscular e de treino cardiovascular e de resistência muscular
extremamente eficiente.
Segundo Macieira (2009, p.50), são descritos benefícios do RPM tais como:
queima de calorias, libertação “stress”, resultados mensuráveis, energia de grupo, melhoria do
condicionamento cardiorrespiratório, desafio, focado pela música e entrada fácil nas aulas de
grupo. O autor afirma que normalmente os riscos de lesões subjacentes aos praticantes da
modalidade em causa, são resultantes do mau ajustamento da bicicleta pelos alunos ou da
adoção de posturas incorretas, levando a possíveis lesões principalmente ao nível do joelho e
da lombar.
De acordo com a Les Mills(2013),uma aula de RPM chega a consumir cerca de
700 Kcal. É um dado não científico, mas pelo estado dos alunos é possível notar que há uma
perda hídrica bastante grande.
Zwarg (2003, p. 4), cita ainda a desidratação como um ponto negativo na aulas de
RPM. Ele afirma que a quantidade de água eliminada pelo suor depende da intensidade da
atividade física. A defesa mais eficaz e mais lógica contra o superaquecimento corporal é
através da hidratação onde procura-se um equilíbrio entre a perda e o ganho de água. Por isso,
ambientes quentes são particularmente estressantes quanto à manutenção da temperatura.
A perda hídrica é um dos fatores que mais chama atenção dos praticantes de
exercícios físicos pela enorme quantidade de água perdida pela sudorese.
O autor realizou uma pesquisa em uma academia localizada no centro da cidade
de Campo Grande (MS), com o intuito de observar a pedra hídrica em praticantes do RPM.
Os resultados obtidos foram os seguintes: 42% (13 alunos) do total de 24 participantes
tiveram perda acima de 1 litro de suor e 58% dos praticantes (11 alunos), a grande maioria,
não perdeu quantidade de água menor que 1 litro.
18
2.2 FORMAS DE PEDALADA
Ao longo dos tempos, a cadência de pedalada no ciclismo vem sendo alvo de
diversos estudos os quais apresentam diferentes vertentes em seus objetivos e metodologias
aplicadas. Hoje, a grande discussão na literatura de ciclismo é em relação à cadência de
pedalada mais econômica e a preferida entre ciclistas. Há tempos estudos tentam bases
científicas para encontrar a cadência de pedalada ideal, na qual haja um menor gasto
energético e uma pedalada mais eficiente (DIAS; LIMA; NOVAES, 2007, p. 2).
Os autores citados anteriormente relatam que estudos mostraram que trabalhar
em diferentes cadências pode alterar a eficiência da pedalada. Assim sendo, algumas
pesquisas relataram, em estudos sobre a eficiência de pedalada, que as baixas cadências de
pedaladas (50 a 60 rpm) são mais econômicas e eficientes que as altas cadências de pedaladas
(>90 rpm).
No RPM, as cadências variam de 68 a 138 rpm, sendo a caracterização do tipo
de esforço, em função desta, é em tudo idêntico ao Indoor Cycling.
Esta cadência segue uma forma correta de pedalada. A princípio, todo ciclista
imagina estar pedalando de forma correta, mas muitas vezes isso não acontece. Na maioria
das vezes eles realizam o movimento do pedal como se fosse um “pistão”, com força
meramente vertical, de cima para baixo (BARBOSA, 2000 apud SILVA; OLIVEIRA, 2002, p
17). A forma correta de se pedalar é buscando um movimento contínuo e circular (Fig. 1)
durante todo ciclo da pedalada, com aplicação de força regular sobre os pedais (técnica de
“ankling”- Fig. 2), segundo (TOWN, 1988; BARBOSA, 2000 apud SILVA; OLIVEIRA,
2002, p.17). Este é apenas um dos parâmetros técnicos para se realizar uma boa pedalada. Se
o aluno estiver desconfortavelmente posicionado, nenhuma técnica será realmente eficaz.
Aqui se evidencia outro aspecto importante e, conseqüentemente, uma conduta, que seria a
verificação, por parte do professor, se o aluno está realizando o padrão de pedalada
comentado como o ideal.
19
Figura 1- Direção e intensidade das forças exercidas sobre os pedais quando da aplicação da
correta mecânica da pedalada.
Fonte: TOWN, 1988 apud SILVA; OLIVEIRA, 2002, p. 17.
Figura 2 - Movimentação natural do pé (a), comparada à técnica de “ankling” (b), técnica que
tem a função de aumentar o torque
Fonte: Town (1988 apud SILVA; OLIVEIRA, 2002, p.17).
Para que haja sucesso nas aulas de RPM, isto é para que a cadência seja mantida
durante as músicas, a bicicleta tem que estar ajustada corretamente para cada indivíduo.
A bicicleta é totalmente ajustável, permitindo um posicionamento correto e
confortável a qualquer pessoa, independente de estatura, comprimento dos membros
inferiores (MMII) e membros superiores (MMSS). Os ajustes são três: regulagem da altura do
guidom, da altura do selim e regulagem ântero-posterior do selim (SILVA; OLIVEIRA, 2002,
p. 4).
De acordo com Silva (2008, p. 37), os métodos e técnicas para ajuste da bicicleta
à morfologia do ciclista são baseados em estudos ergonômicos e biomecânicos, tal como, na
experiência prática de treinadores e atletas. Para o estudo ergonômico e realização dos ajustes
da bicicleta, as medidas necessárias se subdividem em dois grupos.
20
x
Medidas absolutas: determinam a forma e estrutura da bicicleta, são elas:
comprimento e diâmetro dos diferentes tubos, alturas e ângulos de inclinação
dos tubos, dentre outras.
x
Medidas relativas: determinam as relações geométricas do ciclista (pontos de
apoio), são elas: altura do selim, recuo do selim, avanço do guidom, altura do
guidom, tamanho do guidom, dentre outras.
Nas medidas de ciclismo indoor, são consideradas os seguintes ajustes:
x
Altura do selim: medida da extremidade superior da base de fixação do selim
até o ápice da barra vertical que o sustenta;
x
Recuo ‘antero-posterior’ do selim: medida realizada em paralelo ao solo, da
parte final da base de fixação do selim, anteriormente até a maior barra
vertical;
x
Desnível do selim para o guidom: desnível entre selim e canote do guidom,
correspondendo à diferença entre os dois;
x
Altura do guidom: medida da extremidade superior do guidom até o ápice da
barra vertical que o sustenta.
Quanto à morfologia do ciclista, as medições antropométricas compõem as
bases para uma descrição geométrica e ajustamento da bicicleta. Neste sentido, para o
ciclismo estacionário as principais medidas seriam:
x
Estatura: critério útil, contudo, ineficiente enquanto ánalise morfológica
analisada isoladamente;
x
Altura da sínfise púbica: medida mais importante, obtida por meio da
medição da altura entre o solo e a extremidade inferior da sínfise púbica,
estando o individuo de pé, descalço e encostado em parede plana.
21
Figura 3 - Posição correta da pedala
Fonte: Google (2013).
2.3 INTENSIDADE DA PEDALADA BASEADA NA FREQUENCIA CARDÍACA
Segundo Almeida (2007, p. 197), toda forma de movimento corporal produz
modificações no organismo. Estas modificações podem apresentar caráter temporário ou
duradouro, ou seja, os assim chamados efeitos agudos ou crônicos do exercício físico,
22
respectivamente. Não importa o tipo de exercício, se de fortalecimento muscular,
flexibilidade, agilidade ou aeróbio, o organismo sempre responde fisiologicamente ao
estímulo.
O autor ainda afirma que a prescrição do exercício físico tem sido relacionada a
diversos objetivos, tais como, estética corporal, rendimento esportivo, qualificação
profissional (para militares, por exemplo), aptidão física geral, redução dos riscos de
morbimortalidade e ainda para a reabilitação física e metabólica. Neste sentido, a freqüência
cardíaca (FC) tem sido utilizada como uma das principais variáveis fisiológicas relacionadas à
prescrição e controle do exercício físico. Suas respostas e adaptações são objeto de
investigação científica, da mais simples à mais sofisticada, sendo inclusive apontada, como a
mais destacada informação extraída de um teste de exercício cardiopulmonar máximo.
O conhecimento da resposta da FC nas diversas situações de exercício torna-se
essencial para a correta prescrição e posterior controle das cargas de treinamento aeróbio,
assim como a identificação dos métodos e modelos de treinamento de força que resultam em
menor sobrecarga cardíaca. Deve-se observar a FC na condição de repouso e no transiente
inicial do exercício. Da mesma forma, a compreensão dos resultados de um teste de exercício
máximo quanto às respostas cronotrópicas tanto ao longo da duração do teste como nos
instantes após sua realização, oferecem subsídios para a orientação do aluno/atleta/paciente
para a prática dos exercícios de forma segura e eficiente (ALMEIDA, 2007, p. 197).
A FC de repouso pode variar entre os 60-80 batimentos por minuto (bpm).
Todavia, em indivíduos sedentários, os valores podem ultrapassar os 100 bpm. Com o treino,
a tendência da FC de repouso é baixar, podendo encontrar-se atletas de elite com frequências
que oscilam entre 28-40 bpm (BATISTA, 2010, p.43).
Quando inicia-se um exercício, a FC sofre um incremento proporcional ao
aumento de intensidade até um ponto de esgotamento. Conforme se aproxima desse ponto, a
FC começa a nivelar-se indicando a aproximação de um valor máximo.
A aptidão cardiorrespiratória é o que determina a intensidade de esforço que os
sistemas cardíaco e respiratório suportam. Ela é individual e depende de fatores genéticos e do
nível de atividade física que o indíviduo está acostumado a praticar. A frequência cardíaca
máxima está diretamente associada à aptidão cardiorrespiratória. Expressa o número máximo
de vezes que o coração é capaz de bater por minuto (SABA, 2008, p. 110).
A capacidade aeróbica melhora se a intensidade do exercício mantém regularmente
a frequência cardíaca entre 55% e 70% do máximo. Durante o exercício realizado com as
23
pernas, como ciclismo, caminhada ou corrida, esse aumento na frequência cardíaca é igual a
aproximadamente 40 a 55% do VO2 máx; para homens e mulheres em idade universitária, a
frequência cardíaca do treinamento varia de 120 a 140 b/min (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2008, p. 492).
Muito tem se discutido sobre as formas diretas e indiretas de avaliar o esforço
físico de cada indivíduo. Pois, o controle da intensidade propicia a realização de um exercício
seguro e ajustado aos objetivos de cada praticante, visando benefícios, em médio e longo
prazo, com menor risco de lesões e sobrecargas. Entretanto, nota-se uma grande dificuldade
para adequar os percentuais de freqüência cardíaca e entender como utilizar a Percepção
Subjetiva de Esforço (PSE) (FERNANDES, 2008, p. 4).
Atividades que exigem menos de 60% da FCtreino proporcionará um predomínio
aeróbico; e mais de 90% proporcionará um predomínio anaeróbico alático. Nessas
intensidades os depósitos de glicogênio não sofrem uma depleção significativa. Em termos
práticos, isto significa que não há predomínio do sistema anaeróbico lático nestas intensidades
(DANTAS, 1986, p.110).
Seguindo este conceito, o ciclismo indoor é um exercício aeróbico no qual se
utiliza grandes grupamentos musculares dos membros inferiores, carente de impacto
osteoarticular e de elevado gasto calórico, o que o torna interessante para se gerar uma
estratégia não farmacológica. É aplicável a todas as faixas etárias e a diferentes níveis de
condicionamento (VALLE, et al. 2009, p.1).
Recentemente, estudos vêm caracterizando o ciclismo indoor como uma atividade
física de alta intensidade, de alto gasto calórico e de grande impacto na função cardiovascular
Os estudos utilizados encontraram que o ciclismo indoor impõe em alguns
momentos da aula, grande solicitação cardiorrespiratória além de uma grande exigência do
metabolismo anaeróbio.
Sabe-se que em exercícios realizados em intensidade relativa ao limiar anaeróbico
individual ocorre um equilíbrio na concentração glicêmica (SCHNABEL et al, 1982, p. 163).
Por outro lado, em exercícios com intensidades crescentes observa-se um aumento na
glicemia, bem como a glicemia apresenta aumento em intensidades acima do limiar anaeróbio
(SIMÕES et al, 1999, p. 34).
Em aulas de ciclismo indoor, a queda da FC durante a recuperação ativa do
esforço pode não ser tão evidente. Isto se justifica pelo fato da presença da adrenalina e
noradrenalina na corrente sanguínea, exercendo forte influência sobre o ritmo cardíaco. Como
24
muitas vezes os métodos de treinamento de ciclismo indoor são baseados no estilo conhecido
como fartlek, o qual não determina uma única relação temporal entre os estímulos fortes e
fracos, é possível que a resposta da FC não represente a intensidade real de esforço durante a
pedalada (ALMEIDA, 2007, p.198).
Nesse sentido, (Mcardle; Katch; Katch; 2008 p. 492), afirmam que um método
alternativo e igualmente efetivo de estabelecer o limiar do treinamento, denominado método
de Karnoven, exige que os indivíduos se exercitem com uma frequência cardíaca igual a 60%
da diferença entre o valor máximo. Com o método de Karnoven, pode-se calcular assim a
frequência cardíaca de treinamento:
FClimiar = FCrepouso + % (FCmáx – FCrepouso)
Nessa modalidade, há situações de esforço considerável que variam entre 65% e
92% da frequência cardíaca máxima (FCmáx) com alternância ou não de intervalos de
recuperação ativa (treinamento intervalado). O monitoramento cardíaco para o controle de
intensidade do exercício é acompanhado por um profissional de educação física ou um
instrutor, que por sua vez, prescreve as zonas alvo de treinamento tendo como base a equação
220 – idade, seguindo as recomendações do Programa Johnny G. Spinning (GOMES et al,
2004, p. 2).
Segundo a Body systems, no RPM o participante trabalha entre 60% e 90% da
freqüência cardíaca máxima (%FCM), de acordo com as prescrições do American College of
Sports Medicine (ACSM) para o treinamento de aptidão física e controle ponderal. A Body
Systems disponibiliza às academias o gráfico de intensidade por trecho que orienta o
praticante nas zonas de treinamento, usando a Percepção de Intensidade (PI) ou o Percentual
da Freqüência Cardíaca Máxima (%FCM). Quem usar frequencímetro poderá assim monitorar
o seu treinamento pelo aparelho. Além disso, o professor credenciado RPM recebe as
planilhas de treinamento com as intensidades específicas em cada parte de cada trecho,
traduzidas em PI e %FCM. Em seguida tem-se o exemplo da planilha oferecida pela body
systems para diagnosticar a intensidade da aula:
25
Figura 4 - Planilha de intensidade pela FC oferecida pela body systems
FC% Máx
90%
90%
80%
80%
90%
80%
90%
80%
70%
70%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Fonte: Body systems (2013).
Utilizando a planilha anterior o professor consegue manter a intensidade conforme
a solicitado na música. Tem-se a seguir a estrutura e as características da aula de RPM.
Figura 5 - Estrutura e características da aula de RPM
TRACK8
6'54"recuperaçãosentado
TRACK7
7'01alternandoentresentadoeempé
TRACK6
6'21"sentadoemposiçãodecorrida
TRACK5
6'30"alternandoentresentadoeempé
TRACK4
4'55"sentadoemposiçãodecorrida
TRACK3
6'23"alternandoentresentadoeempé
TRACK2
5'33"sentadoemposiçãodecorrida
TRACK1
5'01"aquecimentosentado
Fonte: Body systems (2013).
Apesar de ser considerada uma variável frequentemente utilizada como parâmetro
de avaliação da capacidade de realizar a atividade física, na sua utilização, os resultados
obtidos devem ser analisados os princípios de treinamento envolvidos.
26
Dentre eles, os princípios da individualidade biológica e da sobrecarga têm
influencia direta no treinamento do RPM.
De acordo com Tubino, “chama-se individualidade biológica o fenômeno que
explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz que com que não
existam pessoas iguais entre si.” (TUBINO, 1984, p. 100 apud LUSSAC, 2008, p.3). Cada
ser humano possui uma estrutura e formação física e psíquica própria, neste sentido, o
treinamento individual tem melhores resultados, pois obedeceriam as características e
necessidades do indivíduo. Grupos homogêneos também facilitam o treinamento desportivo.
Cabe ao treinador verificar as potencialidades, necessidades e fraquezas de seu atleta para o
treinamento ter um real desenvolvimento. Há vários meios para isso, além da experiência do
treinador, que conta muito, os testes específicos são primordiais.
Segundo Dantas: “O indivíduo deverá ser sempre considerado como a junção do
genótipo e do fenótipo, dando origem ao somatório das especificidades que o caracterizarão.”
(DANTAS, 1986), “deve-se entender o genótipo como a carga genética transmitida à pessoa e
que determinará preponderantemente diversos fatores” e, “os potenciais são determinados
geneticamente, e que as capacidades ou habilidades expressas são decorrentes do fenótipo.”
Para este autor, o campeão seria aquele que nasceu com um “dom da natureza” e que,
aproveitando totalmente esse dom, o desenvolve através de um perfeito treinamento. Segundo
Saba (2008, p. 116) o desenvolvimento de qualquer aptidão física (muscular, aeróbia, etc) só é
possível a partir de estímulos necessariamente mais fortes do que aqueles a que se está
acostumado. O treinamento de uma capacidade física se dá pelo aumento progressivo do
esforço a ela relacionado. Esse aumento é chamado de sobrecarga.
Saba (2008, p.116), afirma que a sobrecarga adequada a um exercício físico é
aquela que causa um gasto considerável de energia e provoca mudanças funcionais no corpo.
E cada sobrecarga utilizada no programa de treinamento tem “data de validade”, ou seja, após
certo período ela deixa de promover progressos na aptidão física, sendo necessário modificar
novamente o estímulo. Abaixo do suficiente, o esforço não traz efeito positivo ao treinamento
e pode até reduzir a capacidade funcional do organismo. No entanto, a constância na
sobrecarga pode ser suficiente para a manutenção da saúde. Pode-se aumentar a sobrecarga de
um treinamento alterando um ou mais destes quatro fatores: a intensidade, o volume, o tipo de
exercício e a frequência de treino.
O quê o professor ou o treinador deve ter é o bom senso ao definir a sobrecarga
que vai trabalhar com o seu aluno ou atleta, observando todos os outros Princípios do
27
Treinamento Esportivo, sempre respeitando as necessidades e anseios do atleta e,
principalmente, os limites éticos do treinamento (LUSSAC, 2008, p.5).
28
3 MÉTODOS
3.1 TIPO DE PESQUISA
Quanto à natureza este estudo se caracteriza como uma pesquisa aplicada.
Segundo Thomas e Nelson (2002, p.2), a pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para
aplicação prática e dirigidos a solução de problemas específicos, os resultados devem ser
usados imediatamente na solução de problemas que ocorrem na realidade.
Remete a
problemas imediatos, ao utilizar ambientes da vida real, a utilizar sujeitos humanos e a ter
controle limitado sobre o ambiente da pesquisa, mas dá resultados que são de valor imediato
aos profissionais do movimento.
Quanto à abordagem do problema a pesquisa é classificada como quantitativa,
visto que objetiva analisar o ritmo e intensidade das aulas de RPM entre alunos e professores,
utilizando como parâmetro a FC treino. Os resultados serão analisados através da construção
de gráficos e tabelas.
Quanto aos objetivos o estudo caracteriza-se como descritivo. Santos (2007),
afirma que os estudos descritivos procuram especificar as propriedades, as características e os
perfis importantes de pessoas, grupos, comunidades ou qualquer outro fenômeno que se
submeta à análise.
Quanto aos procedimentos técnicos, o estudo tem característica empírica
descritiva, visto que, observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem
manipulá-los.
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA
Participaram da pesquisa 6 praticantes do RPM do gênero feminino, sendo 4
alunas e 2 professoras, entre 20 e 40 anos da academia Bio Fitt, no munícipio de Palhoça,
Santa Catarina, que assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As alunas
praticavam a aula de RPM aproximadamente 6 meses. Já as professoras ministram as aulas
por volta de 4 anos.
29
Os sujeitos foram selecionados de maneira intencional e por conveniência, visto
que apresentaram características que se objetiva analisar e facilidade de acesso ao pesquisador
por ser a academia que ele trabalha.
3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
Para realização deste estudo foram utilizados os seguintes instrumentos: bicicleta
estacionária do tipo Tomahawk serie S; relógio polar do tipo RS 300X tm. Estes instrumentos
serão descritos detalhadamente a seguir.
Figura 6 - Bicicleta estacionária do tipo Tomahawk serie S
Fonte: Google (2013).
A Bicicleta estacionária do tipo Tomahawk serie S, possui sistema de bloqueio de
pop-pin para o banco; ajuste do guidão (para cima e para baixo, para frente e para trás); pedais
de combinação para uso com sapatos de ciclismo.
30
Figura 7 - Relógio polar do tipo RS 300X tm
Fonte: Google (2013).
Zona alvo automática baseada na idade; frequência cardíaca máxima e média de
exercício e em cada volta; zona alvo manual; mede sua capacidade aeróbica em repouso por
cinco minutos; calcula as quilocalorias gastas no treino; cinto com transmissor codificado
impedindo interferência na transmissão dos dados; determina os limites da frequência
cardíaca para o treino; divide o treinamento em 5 zonas na base de sua frequência cardíaca
máxima; carga de treinamento.
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Inicialmente o projeto foi submetido e aprovado pelo Cep sobre o numero
18445213.0.0000.5369.
Para a coleta de dados, o pesquisador chegou com antecedência para organizar as
bicicletas em uma distância entre 5 e 10 metros para evitar interferência nos sensores e, dessa
31
forma, ocorrer alteração na frequência cardíaca coletada. Os sujeitos da pesquisa chegaram
com antecedência para que houvesse ajuste dos frequencímetros. Durante a aula, cada sujeito
da pesquisa teve um monitor do seu lado para que as frequências cardíacas fossem anotadas
em momentos determinados pela professora até o fim da aula.
O RPM é executado em bicicletas estacionárias que maximizam a experiência
indoor. Disponível com rodas fixas ou livres, as bicicletas do RPM vêm com guidão, bancos e
pedais ajustáveis para maximizar o conforto. Adequando-se a homens e mulheres, o RPM é o
treinamento livre. O próprio ajuste da carga permite o controle da intensidade e manutenção
do ritmo.
A aula de RPM dura cerca de 45 minutos e é composta por sete músicas préestabelecidas pela Body Systems, que mudam de três em três meses:
Música 1 - Aquecimento. O aluno simula um passeio na bicicleta para aumentar a FC;
Música 2 - Algumas subidas para aumentar a intensidade, atingindo a zona de 80% da
FCmax. Prepara para a próxima música
Música 3 - Simula uma subida de montanha, com 90% da FC máx.
Música 4 - Treina velocidade com algumas subidas. Tem por objetivo a recuperação que
antecede o próximo treino de montanha;
Música 5 - Música com subidas e descidas, com 90% da FC máx;
Música 6 - Pedaladas que estabilizam a velocidade. Sem subidas. Objetiva recuperação.
Música 7 - É o pico da aula, com uma subida intensa, com 90% da FC máx.
Música 8 - Música para estabilizar a freqüência cardíaca.
32
3.5 ANÁLISE DOS DADOS
Para análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva através da frequência
relativa.
As variáveis obtidas foram apresentadas através de gráficos e tabelas.
Ao término da análise e tabulação dos dados, o material será incinerado.
33
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Foi analisada a intensidade atingida por professores em um mesmo ritmo, durante
uma aula de RPM. A figura 6 mostra a intensidade atingida pelos professores.
Gráfico 1: Intensidade (%FC TREINO) que professores de RPM atingem em um determinado
ritmo.
120
100
80
60
40
20
0
P1
P2
%FC
%FC
%FC
%FC
%FC
%FC
%FC
%FC
TREINO TREINO TREINO TREINO TREINO TREINO TREINO TREINO
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
T8
P1
71
88
88,3
89,7
93,3
88,9
93,3
65,7
P2
71,1
85,5
93,9
86,3
102
93,7
92,5
67,2
Fonte: elaborada pelos autores, 2013.
Observa-se que os professores, durante uma aula de RPM, mantém a
intensidade proposta pela aula durante o treinamento. Não foram encontradas discrepâncias
consideráveis entre os percentuais de frequência cardíaca de treino durante as músicas
oferecidas na aula. Todavia, cabe ressaltar que “P2” em Track 5 (T5) obteve valor percentual
da Frequencia Cardíaca (FC) superior a sua máxima calculada, exigindo um esforço
demasiado do seu organismo. Levando em consideração o número de aula que um professor
pode ministrar por dia, esse valor de FC atingido pode se tornar preocupante em longo prazo.
Também foi verificada a intensidade atingida pelos alunos durante a aula. Os
resultados estão descritos na figura 7.
34
Gráfico 2: Intensidade (%FC TREINO) que alunos de RPM atingem em um determinado
ritmo
100
90
80
70
60
50
40
A1
30
A2
20
A3
10
0
%FC
%FC
%FC
%FC
%FC
%FC
%FC
%FC
TREINO TREINO TREINO TREINO TREINO TREINO TREINO TREINO
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
T8
A1
59
71
73,6
74,6
85
81,9
73,2
60
A2
84
92
89,5
90
92,2
93,05
82,6
56,7
A3
82,2
91,8
92,3
89,7
92,1
91,2
93,3
73,9
A4
63,2
82,03
80
74,2
81,6
73,7
74
55
A4
Fonte: elaborada pelos autores, 2013.
Pôde-se constatar que durante um mesmo ritmo de RPM, os alunos apresentaram
valores divergentes de percentuais de frequência cardíaca de treino durante a aula.
Deve-se analisar que “A2” e “A3” em track 5, ficaram acima dos 90% de valor de
frequência cardíaca de treinamento, enquanto “A1” e “A4” apresentaram valores abaixo de
90% no mesmo track. Levando em consideração a frequência de aulas que os alunos fazem
por semana, esse valor de FC atingido, principalmente por “A2” e “A3”, pode se tornar
preocupante em longo prazo.
Averiguou-se no gráfico 3 a intensidade atingida por professores e alunos para um
mesmo ritmo no RPM.
35
Gráfico 3: Intensidade atingida por professores e alunos para um mesmo ritmo no RPM
120
100
80
60
P1
40
P2
20
0
A1
%FC
TREINO
T1
%FC
TREINO
T2
%FC
TREINO
T3
%FC
TREINO
T4
%FC
TREINO
T5
%FC
TREINO
T6
%FC
TREINO
T7
%FC
TREINO
T8
A2
P1
71
88
88,3
89,7
93,3
88,9
93,3
65,7
A4
P2
71,1
85,5
93,9
86,3
102
93,7
92,5
67,2
A1
59
71
73,6
74,6
85
81,9
73,2
60
A2
84
92
89,5
90
92,2
93,05
82,6
56,7
A3
82,2
91,8
92,3
89,7
92,1
91,2
93,3
73,9
A4
63,2
82,03
80
74,2
81,6
73,7
74
55
A3
Fonte: elaborada pelos autores, 2013.
Professores e alunos apresentaram valores distintos de percentuais de frequência
cardíaca de treinamento durante um mesmo ritmo de RPM. Pôde-se analisar que alguns
alunos mostraram diferenças em comparação aos professores. Apesar dos valores apontarem
modificações, todos os sujeitos da pesquisa entraram em steady state (zona de equilíbrio de
frequência cardíaca).
Atualmente o ciclismo indoor é considerado como uma modalidade de atividade
física muito popular sendo praticada tanto por homens quanto mulheres. Durante uma aula
padronizada, os praticantes são orientados a aumentar ou diminuir sua carga e/ou sua rotação
por minuto de acordo com a fase da aula, atingindo assim diferentes intensidades de exercício
durante uma sessão de ciclismo indoor, provocando ajustes fisiológicos determinados pela
intensidade e duração (FAVARO e VIDOTTI, 2010, p.560).
Observou-se no gráfico 3 que os professores e alguns alunos mantiveram a
frequência cardíaca de treino na faixa de 90% ou mais. Desse modo, pode-se verificar que o
metabolismo anaeróbico e o sistema cardiorrespiratório são exigidos em vários momentos da
aula, acima dos valores recomendados pela ACMS (60% a 80%). Devem-se levar em
consideração que professores ministram várias aulas de ciclismo indoor semanais e, portanto,
36
a sobrecarga no sistema cardiovascular, articular e muscular é bastante elevada, podendo
gerar posteriormente lesões nestes sistemas. Considerando que a frequência cardíaca pode ser
utilizada como um parâmetro hemodinâmico de controle de treinamento, os dados revelados
na pesquisa reforçam a utilização deste instrumento como controle da intensidade do
exercício.
Nessa modalidade, há situações de esforço considerável que variam entre 65% e
92% da frequência cardíaca máxima (FCmáx) com alternância ou não de intervalos de
recuperação ativa (treinamento intervalado). O monitoramento cardíaco para o controle de
intensidade do exercício é acompanhado por um profissional de educação física ou um
instrutor, que por sua vez, prescreve as zonas alvo de treinamento tendo como base a equação
220 – idade, seguindo as recomendações do Programa Johnny G. Spinning (GOMES et al,
2004, p. 2).
Segundo a Body systems, no RPM o participante trabalha entre 60% e 90% da
freqüência cardíaca máxima (%FCM), de acordo com as prescrições do American College of
Sports Medicine (ACSM) para o treinamento de aptidão física e controle ponderal. A Body
Systems disponibiliza às academias o gráfico de intensidade por trecho que orienta o
praticante nas zonas de treinamento, usando a Percepção de Intensidade (PI) ou o Percentual
da Freqüência Cardíaca Máxima (%FCM). Quem usar frequencímetro poderá assim monitorar
o seu treinamento pelo aparelho. Além disso, o professor credenciado RPM recebe as
planilhas de treinamento com as intensidades específicas em cada parte de cada trecho,
traduzidas em PI e %FCM. Em seguida tem-se o exemplo da planilha oferecida pela body
systems para diagnosticar a intensidade da aula:
37
Figura 8: Planilha de intensidade pela FC oferecida pela body systems
FC% Máx
90%
90%
80%
80%
90%
80%
90%
80%
70%
70%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Fonte: www.bodysystems.net, 2013.
Uma sessão de RPM simula o ciclismo outdoor. Desse modo, os praticantes foram
orientados a saírem da posição sentada e assumirem a posição de pedalada em pé. O track 5
(T5), simulava uma forte subida de montanha e, por isso, apresentou divergências nos
percentuais de frequência cardíaca de treino entre alunos e professores. Por esta razão,
recomenda-se que indivíduos iniciantes não sejam incluídos em aulas com estas
características.
Os estudos utilizados afirmam que o ciclismo indoor impõe em alguns momentos
da aula, grande solicitação cardiorrespiratória além de uma grande exigência do metabolismo
anaeróbio com valores de frequência cardíaca (FC) variando de moderadas a elevadas
atingindo intensidades acima das recomendações do ACMS.
Acredita-se que a alta solicitação do sistema cardiovascular seja um
comportamento padrão quando comparado aos estudos citados. Deve-se levar em
consideração que há dificuldade em fazer comparações com demais pesquisas, visto que,
muitas variáveis estão envolvidas, sujeitos com aptidões físicas diferentes, metodologias
diferentes, entre outras variáveis, gerando dificuldades na sua generalização. De acordo com
Tubino, “chama-se individualidade biológica o fenômeno que explica a variabilidade entre
38
elementos da mesma espécie, o que faz que com que não existam pessoas iguais entre si.”
(TUBINO, 1984, p. 100 apud LUSSAC, 2008, p.3).
Favaro e Vidotti (2010, p.14), afirmam que este tipo de atividade física pode ser
uma forte aliada para promover melhorias no condicionamento físico em indivíduos saudáveis
e não sedentários, desde que sejam respeitados os critérios de segurança, monitoramento das
intensidades e boa preparação dos instrutores.
39
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Os resultados indicam que durante um mesmo ritmo de RPM, a intensidade varia
das professoras para as alunas.
Deve-se levar em consideração que a body systems prescreve uma planilha que
determina a intensidade da aula. Esta planilha, por sua vez, utiliza a frequência cardíaca
máxima como padrão hemodinâmico para manutenção da intensidade. O estudo levou em
consideração a frequência cardíaca de treinamento (Reserva da frequência cardíaca), com o
intuito de respeitar a individualidade biológica dos sujeitos e buscar tornar uma pesquisa
fidedigna. As professoras quando comparadas, não apresentaram discrepâncias relevantes em
percentuais de frequência cardíaca. Portanto, mantiveram uma faixa de intensidade
semelhante.
Foi analisada também a intensidade que as alunas atingiram durante a aula de
RPM. Diferente das professoras, quando comparadas, as alunas apresentaram variações de
intensidade relevantes. Através do calculo de frequência cardíaca de treinamento e levando
em consideração a individualidade biológica de cada uma delas, consegue-se destacar que o
condicionamento físico sofre variação de uma aluna para outra. Como a aula exige da “carga
da bicicleta” para determinar a intensidade, outro fator importante a ser levado em
consideração é que além da resistência cardiorrespiratória, a resistência muscular e a força são
muito utilizadas neste tipo de exercício.
Outro objetivo proposto pelo trabalho, era comparar a intensidade atingida por
professoras e alunas. Levando-se em consideração apenas os valores de frequência cardíaca
de treinamento atingida por todas as participantes da pesquisa, os resultados afirmam que
algumas alunas, isto é, “A2” e “A3” mantiveram a mesma intensidade das professoras. Porém,
a carga da bicicleta deve ser levada em consideração, visto que, por percepção subjetiva
durante a aula, nenhuma das alunas conseguiu manter as cargas propostas pelas professoras.
Apesar deste não ser o objetivo do estudo, deve-se levar em consideração que as
professoras e algumas alunas mantiveram uma frequência cardíaca acima dos valores
propostos pela ACMS (60% a 90%) e, por isso, a sobrecarga osteoarticular e cardiovascular é
considerável. Quando a aula é praticada muitas vezes por semana, o cuidado com a
intensidade nas aulas não pode ser desconsiderado. Além disso, a aula deve ser evitada por
iniciantes e sempre ministrada por profissionais de educação física.
40
Sugere-se outras pesquisas na mesma área com um número maior de sujeitos na
pesquisa, tendo como intuito comparar os estudos já existentes. Além disso, uma pesquisa
interessante seria comparar a frequência cardíaca máxima atingida pelos participantes da
pesquisa com a planilha de intensidade prescrita pela body systems e com isso, observar se os
sujeitos mantém a intensidade proposta pela aula.
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REFERENCIAS
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UNIVERSIDADEDOSULDESANTACATARINA
COMITÊDEÉTICAEMPESQUISAͲCEPUNISUL
[email protected],(48)3279.1036
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESLCARECIDO (TCLE)
Você está sendo convidado (a) para participar, como vo1untário (a), em uma
pesquisa que tem como título “Intensidade e ritmo em aulas de RPM entre professores e
alunos”. O estudo tem como objetivo geral verificar se o ritmo em aulas de RPM de
professores e alunos mostram variação na intensidade do exercício. O tema surge em
decorrência da experiência vivida nesta área. Dessa forma, serão beneficiados além dos
participantes, treinadores de diversas modalidades e professores do RPM, visto que terão
embasamento teórico ao explicar a influencia da intensidade e do ritmo do RPM enquanto
objetivo de treino de cada aluno. Por consequência, a profissão passa a ser mais valorizada e
fidelizada, visto que a frequência de treino será utilizada para avaliar os resultados, com isso o
estudo levará em conta tanto a sobrecarga que o RPM proporciona durante o treino quanto à
individualidade biológica de cada aluno.
Participarão da pesquisa 6 praticantes do RPM do gênero feminino, sendo 4
alunas e 2 professoras, entre 20 e 40 anos da academia Bio Fitt, no munícipio de Palhoça,
Santa Catarina. Os participantes irão utilizar um frequencímetro com o intuito de verificar a
Frequencia Cardiaca durante o treino e consequentemente analisar a intensidade do exercício.
A aula de RPM dura cerca de 45 minutos e é composta por sete músicas pré-estabelecidas
pela Body Systems.
Você não é obrigado (a) a participar da pesquisa e poderá desistir de participar do
estudo a qualquer momento (antes, durante ou depois de já ter aceitado participar), sem ser
prejudicado (a) por isso. A partir dessa pesquisa, como benefício, você terá acesso aos
resultados obtidos e poderá utilizá-lo, através do auxilio do pesquisador, para melhora do seu
desempenho. Não são previstos desconfortos durante a pesquisa. Mas, caso você se sinta
desconfortável durante a aula, é importante que diga isso ao (à) pesquisador (a) para que ele
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(ela) possa auxiliá-lo (a).
Você poderá quando quiser pedir informações sobre a pesquisa ao (à) pesquisador
(a). Esse pedido pode ser feito pessoalmente, antes ou durante a aula, ou depois dela, por
telefone, a partir dos contatos do pesquisador que constam no final deste documento. Todos
os seus dados de identificação serão mantidos em sigilo e a sua identidade não será revelada
em momento algum. Em caso de necessidade, serão adotados códigos de identificação ou
nomes fictícios. Dessa forma, os dados que você fornecer serão mantidos em sigilo e, quando
utilizados em eventos e artigos científicos, assim corno em campanhas de prevenção, a sua
identidade será sempre preservada.
Lembramos que sua participação é voluntária, o que significa que você não poderá
ser pago, de nenhuma maneira, por participar desta pesquisa.
Eu, _______________________________, abaixo assinado, concordo em participar desse
estudo
como
sujeito.
Fui
informado
(a)
e
esclarecido
(a)
pelo
pesquisador
________________________ sobre o tema e o objetivo da pesquisa, assim como a maneira
como ela será feita e os benefícios e os possíveis riscos decorrentes de minha participação.
Recebi a garantia de que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto
me traga qualquer prejuízo.
Nome por extenso:
_______________________________________________
RG:
_______________________________________________
Local e Data:
_______________________________________________
Assinatura:
_______________________________________________
46
Pesquisador Responsável: Erasmo Paulo Miliorini Ouriques
Telefone para contato: (48) 9632-5213
Outros Pesquisadores: Aléxia Cecília Rovaris
Telefone para contato: (48) 8400-3740
UNIVERSIDADE DO SUL DE
SANTA CATARINA - UNISUL
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa: INTENSIDADE E RITMO EM AULAS DE RPM ENTRE PROFESSORES E ALUNOS
Pesquisador: Erasmo Paulo Miliorini Ouriques
Área Temática:
Versão: 1
CAAE: 18445213.0.0000.5369
Instituição Proponente: Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 338.729
Data da Relatoria: 11/07/2013
Apresentação do Projeto:
O presente estudo tem como tema a intensidade e ritmo em aulas de RPM entre professores e alunos. O
tema surge em decorrência da experiência vivida nesta área. Tem como objetivo geral verificar se o ritmo
em aulas de RPM de professores e alunos mostram variação na intensidade do exercício. Dessa forma,
serão beneficiados além dos participantes, treinadores de diversas modalidades e professores do RPM,
visto que terão embasamento teórico ao explicar a influencia da intensidade e do ritmo do RPM enquanto
objetivo de treino de cada aluno. Este estudo caracteriza-se como pesquisa descritiva de cunho quantitativo.
Quanto aos procedimentos técnicos, o estudo tem característica empírica do tipo pré experimental.
Participarão da pesquisa 6 praticantes do RPM do gênero feminino, sendo 4 alunas e 2 professoras, entre
20 e 45 anos da academia Bio Fitt, no munícipio de Palhoça, Santa Catarina, que assinarão um termo de
consentimento livre e esclarecido. Para realização deste estudo serão utilizados a bicicleta estacionária do
tipo Tomahawk serie S e o relógio polar do tipo RS 300X tm. Para análise dos dados será utilizada a
estatística descritiva. De acordo com as variáveis obtidas serão utilizados os seguintes parâmetros:
frequência média e devio padrão (dp) apresentados através de gráficos e tabelas.
Objetivo da Pesquisa:
Objetivo Primário: Verificar se o ritmo em aulas de RPM de professores e alunos mostram variação
Endereço: Avenida Pedra branca,25
Bairro: Cid.Universitária Pedra Branca
CEP: 88.132-000
UF: SC
Município: PALHOCA
Telefone: (48)3279-1036
Fax: (48)3279-1094
E-mail: [email protected]
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UNIVERSIDADE DO SUL DE
SANTA CATARINA - UNISUL
Continuação do Parecer: 338.729
na intensidade do exercício.
Objetivo Secundário: Verificar qual a intensidade ( FC TREINO) que professores de RPM atingem em um
determinado ritmo Verificar qual a intensidade ( FC TREINO) que alunos de RPM atingem em um
determinado ritmo.
Comparar a intensidade atingida por professores e alunos para um mesmo ritmo no
RPM.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Riscos mínimos para os sujeitos envolvidos.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Pesquisa dentro dos preceitos éticos.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Corrigir TCLE. Incluir espaço para assinatura do pesquisador responsável.
Recomendações:
Incluir no TCLE espaço para assinatura do pesquisador responsável.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Corrigir TCLE. Incluir espaço para assinatura do pesquisador responsável.
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
Considerações Finais a critério do CEP:
PALHOCA, 22 de ulho de 2013
Assinador por:
Josiane Somariva Prophiro
(Coordenador)
Endereço: Avenida Pedra branca,25
Bairro: Cid.Universitária Pedra Branca
CEP: 88.132-000
UF: SC
Município: PALHOCA
Telefone: (48)3279-1036
Fax: (48)3279-1094
E-mail: [email protected]
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