UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O IMPACTO DA EDUCAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR NO
DESENVOLVIMENTO SÓCIO-ECONÔMICO DO BRASIL.
POR: REINALDO LUIZ DANTAS DA SILVA
ORIENTADOR:
Prof. Ms Edla Trocoli
Rio de Janeiro, RJ
MARÇO / 2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O IMPACTO DA EDUCAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR NO DESENVOLVIMENTO
SÓCIO-ECONÔMICO DO BRASIL.
Apresentação de monografia a Universidade
Candido Mendes como condição prévia para
a conclusão do Curso de Pós-Graduação
“Lato Sensu” em Docência do Ensino
Superior.
Por: Reinaldo Luiz Dantas da Silva
Rio de Janeiro, RJ
MARÇO / 2011
3
AGRADECIMENTOS
A Deus. Que tem escrito diariamente um capítulo
da minha vida com ações maiores do que pedi não
do que sonhei. Ele é a bússola da minha vida. Meu
amor maior.
A minha mãe por ser referencial e sem dúvida a
propulsão que me trouxe até aqui. Ser mestre é
compartilhar
com
palavras
e
ações
e
sua
determinação em se tornar professora aos 50
anos, realizando um sonho de criança, mostra-me
que somos sem limites. Mas necessitamos fazer a
nossa parte. Divido a minha parte com você em
mais uma etapa. Vamos fazer pedagogia juntos?
A Vanessa por ser instrumento e canal de amor
para minha vida e certamente proporcionar-me o
maior momento que já vivi: ser pai.
Ao Isaac e Luccas por serem a maior surpresa que
eu poderia receber. Eu não sabia que minha vida
seria mudada tão drasticamente por duas jóias tão
preciosas que todos os meus bens não podem
comprar, nem mesmo a minha vida. Meu Bènis!
Aos meus colegas de classe Ana Paula, Francisco,
Jaqueline, Keila e Rita. Vocês foram demais! Que
cultura. Quanto aprendizado bom. È isso que
levamos da vida. Não nos percamos.
Aos professores do IAVM pela doação, em
especial a Adriana Mograbi, Marta Relvas, Dayse e
Gustavo.
4
DEDICATÓRIA
Dedico
essa
monografia
aos
professores de Nível Superior que em
meio
a
tantas
dificuldades
na
educação do Brasil, cumprem seu
papel em formar e informar pessoas.
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RESUMO
Este trabalho começa relatando a definição de educação de diversos autores
e resumidamente explicitando o histórico da Educação no Brasil a partir de 1968
relatando o contexto histórico da época. Certamente, após a reforma universitária de
1968, ainda que com muitas idas e vindas, ou seja, ora avançando ora retrocedendo
foi de fundamental importância esse movimento para chegarmos ao nosso momento
atual. Há questionamentos que poderíamos estar à frente, mas a política da
educação no Brasil nos impede muitas vezes por ter como foco principal apenas
números e não a formação de educandos. Com isso, desmotivamos a classe mais
importante: os docentes. E sendo assim, desmotivamos os discentes a crerem que é
possível mudar em meio a tanto descrédito no Ensino brasileiro.
No capitulo I, definiremos a Educação e seu papel na sociedade. Certamente,
um passaporte que poucos têm acesso. Mas não deveria ser assim.
No capitulo II, será contextualizado o Ensino superior e seu impacto no
desenvolvimento sócio-econômico do Brasil.
No capitulo III, será citado à perspectiva de educadores consagrados sobre a
educação no Brasil.
Boa apreciação.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho foi a de pesquisa bibliográfica e de
campo, indicada por Marco Antonio Larosa e Fernando Arduini Ayres - Como
produzir uma monografia.
Foram utilizados livros desde a reforma universitária, até os dias atuais.
Assim como sites da internet e legislação do país vigente ou não mais em vigência,
tais como: MEC, INEP, CF, LDB, Decretos e Portarias.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................08
I – Educação: importante instrumentos para a sociedade......................10
II – O Ensino superior e seu impacto no desenvolvimento no
Brasil.............................................................................................................19
III – Perspectivas para educação no Brasil...............................................26
CONCLUSÃO...............................................................................................31
ÍNDICE.........................................................................................................33
ANEXOS.......................................................................................................35
BIBLIOGRAFIA............................................................................................38
FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................39
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INTRODUÇÃO
"Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes."
Paulo Freire
Uma jovem recém formada no curso e Medicina na Faculdade Federal do
Ceará foi questionada se aceitaria um emprego no interior do estado, a 150 km da
capital. O Plantão seria 12/24hs e o salário líquido R$ 10.000,00. Para muitos o
salário dos sonhos. Ela foi enfática e disse: Não. Pois preciso e quero me
especializar em neurocirurgia ou cardiologia. E trabalhando no interior eu só terei
uma opção, fazer “ambulanciaterapia”. Pois como o recurso é zero, temos que
ficar transferindo o paciente de ambulância de um local para o outro tentando
resolver
problemas,
como
um
simples
hemograma.
Não
tenho
recursos
EDUCACIONAIS no interior, prefiro fazer residência em São Paulo..
O relato acima é verídico e foi veiculado no Bom dia Brasil da TV GLOBO, em
28/03/2011. Num país onde não há prioridades em seus serviços públicos, como
aplicar o conteúdo aprendido em anos de dedicação? È provado que dinheiro não é
tudo. Depois se questiona a evasão dos formandos para outros países.
O projeto a seguir é baseado na educação. Foca o desenvolvimento de uma
nação, com consolidações de empresas como Vale S.A, Petrobras, Offshore (em
Macaé), Odebrecht, Thissenkrupp, MMX, SHV. Empresas que estão no Brasil e
que possuem conexões com o mundo. Necessitando de uma Educação de
qualidade. De Nível superior (Graduação, Pós graduação) para manter o seu
negócio sustentável. Trazendo desenvolvimento econômico-social para o Brasil.
É relatada a Lei que rege educação no país e é perceptível que como toda lei
humana ela possui brechas que emperra muitas vezes o bom funcionamento.
Temos que evoluir. Levando em consideração a chegada da família real, a
implantação da Universidade do Brasil, hoje conhecida como Universidade Federal
do Rio de Janeiro, vemos que isso foi uma abertura para a Educação de Nível
Superior. A partir da criação da Universidade, vários estados anos após construíram
as suas. O ensino era uma questão federal, e hoje foi segregado também nas
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esferas Municipal e Estadual. Costumo ouvir um ditado que diz que um cachorro não
pode ter dois donos, pois ele poderá morrer de fome. Ou seja, um dono pode pensar
que o outro já alimentou o animal. Na Educação não é diferente penso que uma
visão unilateral e direta teria mais efeito.
Veremos a porta de entrada para as Universidades e o que o governo oferece
para os menos favorecidos.
Em tempo, perceberemos que nos dias atuais a educação de nível superior é
passaporte para sobrevivência social, e ainda pode-se dizer que não para todos.
Com dados estatísticos será mostrado a dura e triste realidade de um País
que embora grande territorialmente , tem muito que crescer intelectualmente.
Dentro desses contextos, como o Brasil é impactado no seu desenvolvimento
sócio econômico através da Educação de nível superior?
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CAPÍTULO I
1. Educação: importante instrumentos para a sociedade
Falar em educação é mergulhar introspectivamente no próprio eu. È entender
racionalmente a importância dessa palavra no nosso dia a dia. è interpelar as
maiores autoridades por ela. Pois a educação sofre diariamente em estado de coma.
Aguardando ser despertada com uma nova perspectiva Nacional. Entendamos um
pouco o que é Educação na visão de alguns dos principais pensadores a respeito. E
possamos refletir qual é o nosso papel nessa história.
1.1 Definição de Educação
"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina".
Cora Coralina
Etimologicamente, a palavra educação significa, mais ou menos, o mesmo que a
palavra criação. Educar, do latim educere, “é quase criar, é como tirar do nada é,
pelo menos, despertar do sono e da letargia as faculdades adormecidas, é dar a
vida, o movimento e a ação a uma existência ainda imperfeita” (Mons. Dupanloup)
“Educar é fazer que alguém se desentranhe de si mesmo; é fazer duma criança
um homem um cristão, dum cristão um santo, eleito” (Mons. Pichenot).
"A educação é a arte de cultivar, exercitar, desenvolver, fortificar e polir todas
as faculdades físicas, intelectuais, morais e religiosas, que constituem na criança a
natureza e a dignidade humana; dar a estas faculdades uma perfeita integridade;
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elevá-las à plenitude da sua força e da sua ação. E, deste modo, formar o homem,
prepará-lo a bem servir a pátria nos diversos cargos sociais, que um dia seja
chamado a desempenhar através da jornada da vida; e assim, num alto
pensamento, conquistar a vida eterna, enobrecendo a vida presente. Eis a obra e o
fim da educação." (Mons. Dupanloup)
“Instrui o menino no caminho em que deve andar,e, até quando envelhecer,
não se desviará dele”. (PV 22:6)
“A educação é uma devolução dos conteúdos coletados na sociedade, que
depois de sistematizados e organizados, são devolvidos ao indivíduo na busca de
uma construção de consciências críticas frente ao mundo.A educação traz consigo
um coeficiente muito grande de Esperança. Ela pode mudar muito a realidade,
dependendo de como a aplicamos e da maneira como a concebemos. Educar é
transformar.” (Paulo Freire)
Quando falamos de Educação estamos tratando de:
1º - Relacionamentos, Desenvolvimento humano. Tratamos de dignidade. De cultura
de alicerces coerentes para formação de uma nova sociedade. Em suas faculdades
gerais e as suas qualidades individuais, tal qual o exigem a sociedade e a religião. O
Bom senso deve prevalecer no que diz respeito a ensino.
2º - Devemos salientar que quem ensina aprende. E quem cessa em ensinar,
certamente cessa em aprender. Gilbert, num escrínio de pensamentos delicados e
luminosos, escreveu: “Ao educardes uma criança, pensai na sua velhice”.
Mas não é tudo. O pensamento de Joubert deve ser completado, tomando esta
forma: “Ao educardes uma criança, pensai na sua eternidade”.
"Ó jovens mães, na hora bendita em que vós tendes no regaço o entezinho adorado,
e em cuja fronte desenhais sonhos fagueiros, pensai bem que não é tão somente
um precioso objeto que adornais com esmero; fitai os seus olhos; neles lereis
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deveres mais austeros. Está escrito que a maternidade é um sacerdócio, um
apostolado divino de que Deus vos revestiu; que é preciso fazer da criança,
primeiro, um homem e, depois, um eleito do Céu; que, se assim o não fizerdes,
melhor seria nunca terdes um filho. Este dever é tão imperioso que São Paulo não
hesita em afirmar que a mãe que o esquece é inferior a uma pagã." (Mons. Rosier)
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e
Cultura apóia o desenvolvimento geral da criança através de uma Educação
Integral.
Esta Educação centra-se nos fundamentais Pilares do Conhecimento.
Educação Integral – educação de alguém como um todo de acordo com os
4 Pilares da Educação, tendo em conta os níveis:
•
Afectivo-emocional
•
Cognitivo – aquisição de conhecimentos;
•
Ético-moral
o
Moral - regras e normas que caracterizam uma sociedade
o
Ética – ciência que regulamenta a moral; estabelecimento de uma
reflexão com o objetivo de distinguir o bem e o mal, marcado pelo
principio da liberdade.
•
Psicomotora
De modo a contribuirmos para o desenvolvimento da personalidade da criança.
1.2 LDB – Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional
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A LDB é a primeira lei educacional do Brasil. Seus artigos regem a educação
brasileira em todos os níveis: fundamental, médio e superior. Sua concepção foi
morosa e muitos a consideram desatualizada diante de tantos avanços no mundo. O
Brasil sempre foi influenciado por várias escolas no mundo. Seja pelos americanos,
europeus. A eterna desavença entre governo e povo, devia deixar claro as
responsabilidades de cada um para a educação. Somente, no Código Civil
Brasileiro, no artigo 384, havia uma indicação semelhante, quando dizia que
“compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores, 1 – Dirigir-lhes a criação e
a educação”. O Estatuto da Criança e do Adolescente, também indiretamente,
confirma essa conceituação.
Claro que a intenção de um projeto global não se concretizou. A LDB acabou
disciplinando educação escolar e não elaborou nada específico para a educação
política, moral, social, para o transito, etc. Mas não foi excluída, por que no artigo 2o
da LDB busca ser fiel ao artigo 205 da Constituição, declarando que os fins da
educação e m geral são “o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Segundo Carneiro (1997, pág.28 - LDB fácil) sob o ponto de vista denotativo,
bases são fundamentos, vigas de sustentação, elementos estruturantes de um
corpo. Diretrizes denotam o conceito de alinhamento e, no caso, de normas de
procedimento. Aplicados os conceitos à norma educativa, inferem-se que as bases
remetem à função substantiva da educação organizada. Compõem-se, portanto, de
princípios estruturas axiológicas, dimensões teológicas e contorno de direitos. A este
conjunto, podemos chamar de funções substantivas. As diretrizes, por outro lado,
invocam a dimensão adjetiva da educação organizada. Encorpam-se, por
conseguinte, em modalidades de organização, ordenamentos de oferta, sistemas de
conferência de resultados e procedimentos para a articulação inter e intrassistemas.
As bases detêm um conteúdo de concepção política, as diretrizes, um conteúdo de
formulação operativa.
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei 4.024, de
20/12/61, teve uma gestação lassa e penosa. Entre a chegada do texto à Câmara
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Federal, outubro de 1948, e o inicio dos debates sobre o texto, maio de 1957,
decorreram oito anos e meio. Daí, até a aprovação, em 20 de dezembro de 1961,
mais quatro anos e sete meses! Ou seja, entre o encaminhamento, as discussões e
a aprovação do texto, passaram-se treze anos. O texto original foi sucedido pelo
substitutivo Lacerda e este, em decorrência de um grande esforço na busca de uma
posição conciliatória, pelo substitutivo da Câmara. O eixo das discussões era o da
defesa da presença da iniciativa privada nas atividades de ensino. A pressão das
escolas particulares terminou por transformar o debate partidário em um debate de
fundo fortemente ideológico, galvanizado pela competente oratória de Carlos
Lacerda, que como, ninguém, conhecia o poder da palavra.
O texto aprovado em 1961 oferecia, pela primeira vez na história da educação
brasileira, um arcabouço onde se podiam divisar, com relativa clareza, as diretrizes
e bases da educação nacional. Os grandes eixos falavam: i) Dos Fins da Educação;
ii) Do Direito à Educação; iii) Da Liberdade de Ensino; iv) Da Administração do
Ensino; v) Dos Sistemas de Ensino; vi) Da Educação de Grau Primário;vii) Da
Assistência Social Escolar ; viii) Dos Recursos para a Educação.
Como se pode inferir, definia-se, afinal, um lineamento estruturado para a
educação do país.
A Lei 4.024/61 conseguiu flexibilizar a estrutura do ensino, possibilitando o
acesso ao ensino superior, independentemente do tipo de curso que o aluno tivesse
feito anteriormente. Por outro lado, a flexibilização se dava, também, e nível de
migração interna do aluno que, através do mecanismo de aproveitamento de
estudos, poderia, a partir de então, migrar de um ramo para outro de ensino, sem ter
de recomeçar como se nada houvera antes.
A nossa segunda Lei de Diretrizes e Bases, a Lei 5.692/71, oficialmente
denominada a Lei da Reforma do Ensino de 1º e 2º graus, teve, também, um
processo gestatório lento, embora impermeável a debates e à participação da
sociedade civil, em função do contexto em que foi gestada: período de governo
discricionário com as liberdades civis estranguladas. O processo foi, portanto,
atípico. O quadro de asfixia política empurrava as universidades para uma situação
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de confrontação com o poder estabelecido. Assim, a reforma da educação
começava pelo Ensino Superior. Ou seja, a reforma universitária se antecipava à
reforma dos demais níveis de ensino.Nascia, desta forma, a Lei 5.540 em 1968 e,
somente três anos mais tarde, editava-se a Lei 5.692/71, voltada, especificamente,
para os níveis de ensinos anteriores ao ensino superior. Deste modo, surgiam duas
legislações sucedâneas à Lei 4.024/61, a nossa primeira LDB.
1.3 Reforma universitária de 1968
A Lei 5.540/68, que tratava do ensino de 3º grau, introduziu diversas
modificações na LDB de 1961. Em tempo recorde, o Grupo d Trabalho da Reforma
Universitária (GTRU), formado por pessoas especialmente designadas pelo
presidente general Costa e Silva, definiu as diretrizes da reforma. O projeto
baseava-se nos estudos do Relatório Atcon (Rudolph Atcon, teórico norteamericano) e do Relatório Meira Matos (coronel da Escola Superior de Guerra). O
Congresso não ofereceu dificuldades para aprová-lo dificuldades para aprová-lo:
depois das cassações de mandatos, intimidações, não se podia esboçar nenhum
tipo de oposição ao governo autoritário.
A reforma extinguiu a cátedra (cargo de professor universitário, titular em
determinada disciplina), unificou o vestibular e aglutinou as faculdades em
universidades para a melhor concentração de recursos materiais e humanos, tendo
em vista maior eficácia e produtividade. Instituiu também o curso básico nas
faculdades para suprir as deficiências do 2º grau e, no ciclo profissional, estabeleceu
cursos de curta e longa duração. Desenvolveu ainda um programa de pósgraduação.
A reestruturação completa da administração visava a racionalizar e
modernizar o modelo, com integração de cursos, áreas e disciplinas. Uma nova
composição curricular permitia a matrícula por disciplina, instituindo-se o sistema de
créditos. A nomeação de reitores e diretores de unidade dispensava a exigência de
pessoas ligadas ao corpo docente universitário, bastando possuir “alto tirocínio da
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vida pública ou empresarial”. Como convém a uma reforma em que o viés
tecnocrático se sobrepõe ao pedagógico.
Vale lembrar que a definitiva implantação da pós-graduação, com cursos de
mestrado e doutorado, recebeu significativo apoio a partir da década de 1970, por
fundamentar a concepção de desenvolvimento nos governos militares. Apesar desse
propósito inicial, esses cursos expandiram-se, garantindo o desenvolvimento da
pesquisa e melhorando a qualificação dos professores universitários. Aliás, na
década seguinte os professores se organizaram em entidades representativas de
âmbito nacional, retomando a discussão sobre o papel da universidade, sobretudo
no período do início de redemocratização do país.
Enquanto durou a ditadura, porém, o controle externo de várias decisões –
como a seleção e a nomeação de pessoal – provocou a perda da autonomia da
universidade. A divisão em departamentos fragmentou a antiga unidade, instaurando
um processo de burocratização nunca visto. Da mesma forma, se até então os
alunos se reuniam em classes compondo uma turma, os sistema de matrícula por
disciplina desfez grupos relativamente estáveis. Essa técnica de romper interação
entre pessoas e grupos parece ter a intenção de atenuar a crescente politização dos
estudantes.
1.4 1996: A Nova e atual LDB
Com a aprovação da Constituição Federal de 1988, restava elaborar a lei
complementar para tratar das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Se
lembrarmos que a LDB anterior levara treze anos para ser aprovada (1948-1961),
oferecendo no final um texto já envelhecido, havia motivo de preocupação a respeito
da sua regulamentação, o que ocorreu em dezembro de 1996, com a publicação da
Lei nº 9.394.
O primeiro projeto de LDB resultou de amplo debate, não só na Câmara, mas
também foi ouvida a sociedade civil, sobretudo no Fórum Nacional em Defesa da
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Escola Pública, composto de várias entidades sindicais, científicas, estudantis e de
segmentos organizados da educação. O projeto original exigiu do relator Jorge Hage
– que deu nome ao substitutivo – um trabalho importante de finalização porque, pela
primeira vez,uma lei não resultaria de exclusiva iniciativa do Executivo, e sim do
debate democrático da comunidade educacional.
Porém, com o apoio do governo e do ministro da Educação, o senador Darcy
Ribeiro propôs outro projeto, que começou a ser discutido paralelamente e terminou
por ser aprovado em 1996. Os defensores deste último consideravam que o
substitutivo anteriormente apresentando, entre outros defeitos, era muito detalhista –
tinha 172 artigos – e corporativista (interessado em defender determinados setores).
Em contraposição, o projeto aprovado foi criticado por ser vago demais, omisso em
pontos fundamentais e autoritário, não só por não ter sido precedido por debates,
mas por privilegiar o Poder Executivo, dispensando as funções deliberativas de um
Conselho Nacional composto por representantes do governo e da sociedade.
Enfim, essa lei foi a lei possível de ser aprovada, sobretudo e se
considerarmos o aspecto conservador que ainda persiste nos quadros de nosso
Legislativo. Segundo o professor Dermeval Saviani, “embora [a lei] não tenha
incorporado dispositivos que claramente apontassem na direção da necessária
transformação da deficiente estrutura educacional brasileira, ela, de si, não impede
que isso venha a ocorrer”. E completa: “A abertura de perspectivas para a efetivação
dessa possibilidade depende da nossa capacidade de forjar uma coesa vontade
política capaz de transpor os limites que marcam a conjuntura presente. Enquanto
prevalecer na política educacional a orientação de caráter neoliberal, a estratégia da
resistência ativa será a nossa arma de luta. Com ela nos empenharemos em
construir uma nova relação hegemônica que viabilize as transformações
indispensáveis para adequar a educação às necessidades e aspirações da
população brasileira”.
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CAPÍTULO II
2. O Ensino superior e seu impacto no desenvolvimento no
Brasil.
O desenvolvimento de qualquer Nação é impactado pela Educação. Assim foi
com os países após a segunda Guerra Mundial. E com o Brasil não foi diferente.
Diante do chicote da ditadura militar que perdurou durante anos, fomos paralisados
no tempo quanto ao progresso. Cumprir o lema tão impactante da nossa bandeira
‘’Ordem e Progresso’’ é desafiador a todo e qualquer responsável por esta Nação.
Ao sermos libertados pelas amarras do passado e darmos o segundo grito de
independência surge a Nova República e com ela os presidentes de forma
democrática e certamente a abertura dos portos para o exterior. Ao tempo que
mandamos informações para o mundo somos alimentados também com o mundo
externo. Grandes empresas se instalam no país e as perspectivas de um Brasil
melhor são iminentes. Sem dúvida a história desse país nos últimos 20 anos
preenche uma estante de livros da Biblioteca Nacional.
2.1 Democratização – a chave libertadora
“O pensamento é a calma profunda dos planos remotos do infinito, onde o
homem não tem outra companhia senão a de Deus. Pensar é orar.”
Joaquim Nabuco
Democratizar foi preciso. Era necessário nos livrar do julgo da ditadura que
em tantos nos fez retroceder.
Em 1985, terminou o governo militar e teve início a então chamada Nova
República, ainda que pela eleição indireta de Tancredo Neves. Com a sua morte
trágica – acontecimento que provocou comoção popular – o vice José Sarney
tornou-se o primeiro presidente civil desde 1964.
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Era pesada, no entanto, a herança da ditadura. A crise política e econômica
desafiava soluções, devido à inflação, à enorme dívida externa – sob o controle do
Fundo Monetário Internacional (FMI) - , ao arrocho salarial e à crescente
pauperização da classe média. Vários planos de estabilização econômica tentaram
– sem sucesso – mudar a moeda e congelar preços. Cresceu a pobreza, e
aumentou a violência no campo e nas cidades.
Após inúmeras dificuldades na fase de elaboração, em 1988 foi promulgada
nova Constituição, O choque entre forças conservadoras foi sentido em diversos
momentos, sobretudo quanto a questões sociais e à reforma agrária. Os tímidos
avanços alcançados achavam-se muito aquém das esperanças nela depositadas
pelos setores mais progressistas.
Fernando Collor, o primeiro presidente civil eleito pelo voto popular, governou
apenas por dois anos (1990-1992). Entre ineficazes medidas econômicas de
impacto, foi denunciado em escândalos de corrupção. A intensa mobilização popular
culminou com o seu impeachment.
A distribuição de renda continuava a ser um sonho dourado. Nos dois anos
seguintes em que o vice-presidente Itamar Franco substituiu Collor e nos oito anos
do governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) a tendência neoliberal teve
continuidade. FHC conseguiria do Congresso a aprovação do dispositivo de
reeleição.
Esse
período
foi
marcado
por
medidas
econômicas
para
a
internacionalização da economia, tais como a venda de empresas estatais e a
criação de incentivos para atrair investimentos de capital estrangeiro. Apesar disso,
aumentaram o desemprego e o endividamento externo do país.
Em 2003, assumiu a presidência Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos
fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Em três eleições anteriores, Lula
havia tentado eleger-se, mas sofreu forte oposição devido à sua origem operária e
ao fato de grande parte dos militantes do seu partido ter pertencido a movimentos de
esquerda, inclusive à guerrilha, durante o período da ditadura. No entanto, ao
contrário das expectativas de muitos, no plano econômico foi de certo modo mantido
o programa do governo anterior, e continuaram altas as taxas de juros e elevados os
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índices de desemprego. Quatro anos depois Lula é reeleito, em primeiro turno. E
com todos os problemas que achavam que ele iria resolver, damos um grande
avanço na Educação. Tendo influencia da UNESCO diretamente, o país teve que
sacudir suas bases para avançarmos. O ENEM recebe forças e seus apoios
conseqüentemente, Sisu e PROUNI.
2.2 Um passaporte chamado Enem – Exame Nacional do Ensino
Médio.
De forma a dar mais opções ao jovem do país é colocado a disposição um
exame não obrigatório, pois diversas universidades não aceitam o ENEM como
passaporte completo, condicionam a 1ª etapa ou simplesmente rejeitam.
O Enem está consolidado como o grande exame da educação brasileira,
sendo suas notas utilizadas como critério para ingresso em universidades (por meio
do SISU, com aumento a cada ano do número de instituições participantes e das
vagas disponíveis) e também como fator determinante para obtenção das bolsas do
Prouni.
Tudo leva a crer que nos próximos anos o Enem deverá se tornar ainda mais
importante, substituindo completamente o vestibular tradicional e servindo com único
fator determinante para escolha dos alunos que ingressarão em cada universidade e
faculdade séria do Brasil – inclusive com adesão em massa das instituições
particulares tradicionais. O resultado do Enem já é utilizado também para a criação
do ranking das melhores e piores escolas do Brasil e esses dados poderão mostrar
com clareza quais são os estados, as cidades e as escolas que mais precisam de
atenção e investimentos.
Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio busca avaliar o
desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica, estando aptos à
participação no exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino
médio em anos anteriores.
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O exame é composto por testes em quatro áreas de conhecimento:
linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo redação): ciências humanas;
ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. Cada
grupo de testes é composto por 45 itens de múltipla escolha, aplicados em dois dias.
A redação deve ser estruturada a partir de um tema de ordem social, científica,
cultural ou política na forma de texto denominada de dissertativo-argumentativo.
2.2.1 SISU
O SISU é o Sistema de Seleção Unificada. Informatizado e gerado pelo MEC
no qual as instituições públicas de educação superior participantes selecionam
novos estudantes, exclusivamente pela nota obtida no Exame Nacional de Ensino
Médio (Enem) Os interessados devem se candidatar, exclusivamente, pelo site do
Sistema de Seleção Unificada (SISU).
No SISU, o estudante poderá se inscrever em até dois cursos, elegendo sua
primeira opção. Durante o período de inscrição (não definido), o candidato pode
alterar suas escolhas se perceber que tem mais chances de passar em alguma
outra instituição ou curso diferente do que escolheu inicialmente. Ou seja, pode
modificar sua opção quantas vezes quiser. É importante ressaltar que o Sisu
considera a última inscrição concluída. Ao final das inscrições, haverá três
chamadas subseqüentes. Quem for aprovado para sua primeira opção é
automaticamente retirado do sistema. Já o estudante que for selecionado para sua
segunda opção ou não atingir a nota mínima para nenhum dos cursos escolhidos
poderá permanecer em uma lista de espera. Ao final das três chamadas, caso ainda
existam vagas disponíveis, as instituições convocarão os candidatos a partir da lista
de espera gerada pelo sistema.
As Universidades Federais possuem autonomia e podem optar entre quatro
diferentes modalidades de utilização dos resultados do exame.
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2.2.2 PROUNI
O PROUNI tem como objetivo conceder bolsas de estudo integrais e parciais
em cursos de graduação em Faculdades e Universidades particulares, de educação
superior. É Dirigido aos estudantes do ensino médio de rede pública ou de rede
particular na condição de bolsistas integrais. Bolsa integral: para estudantes que
possuam renda familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. Bolsa
parcial de 50%: para estudantes que possuam renda familiar, por pessoa, de até
três salários mínimos. É importante ressaltar que os resultados do ENEM são
considerados a base para a classificação do ProUni.
2.2.3 FIES
Programa criado pelo governo de financiamento estudantil destina-se a
financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem
condições de arcar com os custos de sua formação.
Alunos que estejam regularmente matriculados em instituições não gratuitas
que sejam cadastradas no Fies e possuam avaliação positiva nos processos
conduzidos pelo MEC podem participar.
O Fies concede financiamento também aos estudantes selecionados pelo
ProUni, regularmente matriculados em cursos de graduação, para recebimento da
bolsa parcial de 50%. O Fies pode ser utilizado por esses estudantes para
pagamento de 25% do valor da mensalidade. Os bolsistas parciais do ProUni não
participam dos processos seletivos regulares do Fies, sendo designados períodos
específicos para concessão do financiamento.
2.3 Novas empresas, novas oportunidades: Educação faz diferença
Em que pese às circunstâncias, é bem verdade que não devemos e não
temos tempo de reclamar ou parar no tempo esperando a ampulheta do nosso
destino orientar o nosso caminho. O capitalismo é voraz. As oportunidades não nos
23
dão certeza de florescerem todos os dias. È perceptível que com a chegada da
Nova República os Portos Comerciais se abriram. O Brasil foi visto não como um
lugar a ser explorado e ir embora e sim um lugar para permanência. Fincar estacas.
Explorar sim, mas em seu próprio território. As grande estatais foram privatizadas no
governo FHC, E dentre essas está uma empresa a qual será objeto deste trabalho:
Vale S.A.
2.3.1 Vale S.A.
A história da Vale é marcada pela capacidade de transformação. Não só de
minério, mas a transformação de perguntas em respostas, de adversidades em
resultados, de problemas em desafios.
A empresa que hoje conhecemos como Vale foi criada pelo governo brasileiro
em 1942. Em 1997, tornou-se uma companhia privada apostando na diversificação
de seu portfólio de produtos. Hoje, é uma empresa global, com sede no Brasil e
mais de 115 mil pessoas, entre empregados próprios e terceiros, trabalhando nos
cinco continentes.
Essa jornada de seis décadas foi marcada por desafios, conquistas e
mudanças. Especialistas e os números confirmam que certamente a última década
até o momento, sem dúvida é a melhor da companhia. Sob a batuta de Roger
Agnelli no ano de 2010 o lucro foi o maior da história de uma mineradora e o recorde
da empresa. Diversificada nos produtos e em países, com um nicho tão específico
no mercado como manter, reter, atualizar profissionais nesta empresa. Como a Vale
sendo uma multinacional, com sede no Brasil e diversificada nos 5
continentes, consegue
lidar com a questão da
educação para
seu
desenvolvimento como empresa, sabendo da sua importância para o país? Se
o Brasil não investisse na Educação de nível superior será que teríamos
chegado até aqui?
24
Quem nos responde é Anderson Castro e Catarina Moura, funcionários do RH
da Companhia. Responsáveis pela gestão e recrutamento e seleção das pessoas.
No Brasil temos excedente de gente com nível superior, enquanto a maioria
das vagas pede o nível técnico e neste nível temos carência, na Vale em funções
específicas,
como
Engenheiro
Ferroviário,
que
para
atender
as
nossas
necessidades somos obrigados a oferecer uma especialização pois não temos este
tipo de formação para no nível superior. Investimos em desenvolvimento dos nossos
empregados, participando financeiramente (reembolso) educacional para cursos de
nível superior, justamente por acreditar que a evolução dos seus processos se dá a
partir do desenvolvimento da mão-de-obra. Ofertamos também, para empregados e
comunidade, programas de formação profissional, especialização em Engenharia
Portuária, Ferroviária e de Minas para garantir a sustentabilidade do nosso negócio.
Acredito que o investimento em educação foi, em todos os níveis, importante
para avançarmos, mas ainda precisamos de muito mais.
O investimento em educação superior resultou numa geração de estudantes
universitários muito motivados e crentes num futuro melhor, isso é muito positivo.
Porém temos uma lacuna enorme em relação à formação técnica e de nível
fundamental.
Não é sustentável investir em educação superior senão tivermos bases
consistentes no nível fundamental e médio
Castro finaliza: no nosso caso a proporção de Brasileiros e muito maior que a
de estrangeiros, o que temos feito é o envio de profissionais brasileiros para as
operações da companhia fora do Brasil para estabelecer a nossa cultura e os
nossos sistemas de gestão.
Certamente sem o apoio e direcionamento da própria empresa não seria
possível destacar a Vale no cenário atual no mundo.
25
Acredito que muitas empresas assumem a mesma postura da Vale. Em
contato com o RH da Thyssenkrupp, recebi a informação que a mão de obra
utilizada para a construção da maior siderúrgica do Atlântico - CSA em Santa Cruz
foi a sua maioria internacional. Principalmente engenharia. Hoje o negócio roda com
mão de obra em sua maior parte Nacional. Há uma necessidade de disseminar a
sua cultura em novos países.
26
CAPÍTULO III
3. Perspectivas para educação no Brasil
Muitas são as vertentes para o avanço da educação no Brasil. Não existe
fórmula mágica e sim uma palavra mágica: comprometimento. De que adianta
termos lei se a mesma é passível de duplo-sentido, dando brechas para não
cumprirmo-la? Não podemos nos conformar com essa situação e devemos expor a
indignação com sugestão para as autoridades. Devemos ter um olhar presente no
futuro, pois do jeito atual o futuro pode ser pior do que o atual momento.
3.1 A Educação superior e o impacto da tecnologia
“O controle das emoções é fator essencial para o desenvolvimento da
inteligência do indivíduo.”
Daniel Goleman
Segundo Niskier, tudo será possível – e em curto espaço de tempo – se
mantiver o atual empenho das autoridades e se professores e especialistas, numa
escola renovada e com os equipamentos necessários, estiverem formados e
dispostos, com uma remuneração mais compatível, a vencer um desafio nada
quixotesco. Assim poderá prevalecer, para o bem do País, o que vimos chamando
de novo humanismo tecnológico, base fundamental do que o Banco Mundial
denominou de perspectivas extremamente favoráveis para o Brasil: chegaríamos ao
ano de 2020 atrás apenas dos Estados Unidos, Alemanha e China ou Indonésia,
portanto nos ombreando, em termos de progresso, com as maiores nações do
mundo.
27
Para o filósofo judeu alemão Walter Benjamin, que viveu a dicotomia entre
“destruição” e “experiência”, no inicio do século, “o impacto da tecnologia sobre a
sociedade é basicamente o nascimento de uma nova barbárie”.
Ele preconizava, de forma premonitória, a existência de uma sociedade
tecnologizada, como a que temos hoje em dia. A experiência pode ser destruída
pela barbárie e é justamente nessa destruição que ela pode renascer. Se a
destruição é a possibilidade de renovação ou o renascimento de uma outra forma,
não deixa de existir o risco do aniquilamento quando se caminha para o processo de
ruptura, hoje uma realidade objetiva.
Vivemos tempos de mudança que, inevitavelmente, alcançaram o mundo
universitário
de
nosso
País.
Experiência,
reconstrução,
modernidade
são
expressões do cotidiano dos nossos pensadores de nível superior, que vivem a
perplexidade da busca dos caminhos que ensejarão um futuro melhor ao Brasil.
Precisamos de mais e melhores profissionais, já existindo o convencimento de que
devemos dobrar rapidamente as vagas no ensino superior, desde que preservada a
qualidade do ensino.
Da mesma forma, no enlace da graduação com a pesquisa e extensão,
elementos, indissociáveis, busca-se valorizar a produção científica institucionalizada,
característica que marca existência de uma universidade. Não pode existir
universidade, com esse nome, onde não se .desenvolva um trabalho expressivo, de
boa qualidade, em matéria de investigação científica e tecnológica, com mestres e
doutores devidamente preparados e em regime de tempo integral.
3.2 O amanhã começa hoje
È inquestionável o poder de superação e motivação do povo brasileiro. É! O
Brasil é um país abençoado de fato! Em meio a tantas intempéries na história, desde
a destruição cultural indígena com a chegada dos portugueses ao Brasil, fugidos do
seu país de origem por medo de Napoleão Bonaparte até os dias atuais com o bolsa
28
família. Os índio foram obrigados a se catequizarem com os jesuítas e hoje o povo é
incitado a procriar por conta de meros reais. Fato é que, o Brasil é o mesmo. Suas
proporções maiores. Seu impacto no mundo significativo. E seus atrativos um
diferencial para nações destruídas e populosas em todo mundo. Com a chegada da
família real, recebemos uma cultura deles e fomos nos formando com o que eles
trouxeram: escravos, estrangeiros ( comerciantes ), e isso mostra a miscigenação
atual. Homens abastados, onde quem tem muito quer mais, a desigualdade é
gritante. E é vista até os dias de hoje. Não é possível que com tanta evolução ainda
assim estejamos estagnados na era educacional mundial. È desconfortável ver
brasileiros capazes, sendo absorvidos e “patenteados” por outra nação. A guerra
política sem dúvida é a maior vilã desse caos. Desde a lentidão na aprovação da lei
das Diretrizes e Bases da Educação até sua possível atualização que nunca ocorre.
È difícil vermos campanhas incentivando professores e alunos. A LDB possui
brechas medonhas que devem ser reparadas. Estamos naufragando como nuuca
antes foi visto. Pessoas se formando sem qualificação, apenas com um diploma
reconhecido pelo MEC. Pessoas cheias de seqüelas fundamentais para um bom
desenvolvimento. Impossível não falar da nova revisão ortográfica da nossa língua.
Se difícil é o português antigo, imagine o atual. Querendo ou não, somos um povo
ainda em formação.
Não se pode afirmar que o Brasil tem muitas universidades. Se compararmos
nossa nação a países desenvolvidos, veremos que temos um número modesto. O
Japão tem 550 e a Alemanha conta com 450 universidades. O item que nos
angustia, no entanto, é o relativo à qualidade. Quantas das nossas instituições de
ensino superior, universidades ou não, poderão ser incluídas na relação das que
dispõem de uma garantida qualidade de ensino?
Quando examinamos a hipótese de criação de novas universidades, o ponto
solar a ser considerado é exatamente o da certeza de boas condições qualitativas,
além do indissociável aspecto de inovação. Mais uma entidade tradicional, somente
fornecedora de diplomas, para que?
A lei prevê, há muitos anos a existência de entidades de alto padrão.
29
A Constituição de 1988 diz.
Art. 206 - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (Alterado
pela EC-000.019-1998)
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei,
planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar
pública, nos termos de lei federal.
Impressiona-nos, mas está na lei. Vale o que está escrito. Os legisladores
sentiram a necessidade de romper o convencional e que podem ser oferecidas
outras e variáveis alternativas de produção de ensino. Desde 1988 até os dias atuais
o ensino brasileiro não atingiu o padrão de qualidade desejável e que, portanto, fezse necessário perseguí-lo. O Ministério de Educação dispõe de uma ferramenta
atual :O Mec-legis. Ele apresenta as normas sobre o Ensino Superior no Brasil.A
pesquisa no Mec-legis pode ser feita por: Tipo de Norma, Assunto, Ano, Palavrachave e Busca. Para cada tipo de pesquisa são listadas as respectivas normas da
Educação Superior. Isso não é o bastante. O slogam do MEC na atualidade é: “Para
educação melhorar, todos devem participar.” Não tiro a responsabilidade dos pais,
mas também não isento o governo em nada. Ambos são responsáveis pelo caos
elucubrado que a qualquer momento explodirá. Certamente será uma devastação
com efeitos catastróficos.
30
Não se trata de um luxo ou de um modismo. O Brasil precisa acordar para
essa realidade, se for seu objetivo disputar ombro a ombro com as nações ditas
industrializadas. De outra forma, seguiremos a reboque dos sete ou oito grandes,
sem qualquer chance de chegar perto.
3.3 Anísio Teixeira – Uma escola para todos
Anísio Teixeira foi um dos mais importantes incentivadores para educação do
nosso país. Prova disso é que o INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira, leva o seu nome. Ele propôs e executou medidas para
democratizar o ensino. Defendeu a experiência do aluno como base do aprendizado.
O próprio ato de aprender, dizia Anísio, durante muito tempo significou
simples memorização; depois seu sentido passou a incluir a compreensão e a
expressão do que fora ensinado; por último, envolveu algo mais: ganhar um modo
de agir. Só aprendemos quando assimilamos uma coisa de tal jeito que, chegado o
momento oportuno, sabemos agir de acordo com o aprendido. Ele foi o inventor da
escola pública no Brasil. E dizia sempre: filosofar é preciso.
Muitos anos se passaram e a filosofia foi-se, muitos voltaram às fábulas.
Anísio questionava-se e certamente perpetuou seu pensamentos, e nos faz
refletir ainda hoje: Como preparar o professor para essa tarefa hercúlea da escola
de hoje, ocupada por tantos alunos que não se contentam em aprender apenas as
técnicas e conhecimentos mais simples mas também as últimas conquistas da
ciência e da cultura? O que fazer quando eles exigem informações até mesmo sobre
tendências indefinidas e problemas sem solução? Para responder a tantas
questões, os educadores do mundo todo precisarão de novos elementos de cultura,
de estudos e de recursos, propôs o pensador, que na prática instalou novos cursos
para professores. Só assim, dizia, os mestres tentarão renovar a humanidade para
"a grande aventura de democracia que ainda não foi tentada".
31
CONCLUSÃO
“Nós nos transformamos naquilo que praticamos com freqüência.
A perfeição, portanto, não é um ato isolado. É um hábito.”
Aristóteles
Concluindo este trabalho pode-se dizer que grandes empresas se
consolidaram no Brasil por perceber que há um potencial muito grande de
desenvolvimento na Nação. Mas o custo-benefício de estar aqui é muito benéfico
para as empresas. Não temos padrão de excelência nos serviços públicos e o
mínimo que essas empresas possam oferecer (benefícios, encarreiramento, etc.)
tornam-se atrativos essenciais para os jovens. Principalmente pela possibilidade de
ir morar no Exterior.
Vivemos uma fase de novas profissões e de rearranjo das mais antigas. O
próprio alunado, na sua clara evasão universitária, demonstra assim a sua reação a
mesmice, exigindo cursos atualizados, com vínculos com o cambiante mercado de
trabalho, e de olhos voltados para o fascinante mundo da sociedade da informação.
Quem poderia imaginar cursos de robótica, engenharia Portuária, Gastronomia,
Mecatrônica, há 15 ou 20 anos?
È bem verdade que avançamos muito nos últimos 10 anos, mas não o
suficiente para nos tornarmos educacionalmente sustentáveis. A política Nacional
impacta diretamente na Educação e cada um tenta se impor frente ao governo do
anterior. Isso prejudica o todo, pois a descontinuidade é incontrolável nas mudanças
das cadeiras a cada eleição. È como uma grande mata incendiada: atacamos os
principais focos e esquecemos os focos menores. Por esquecer os focos tidos como
não tão importantes, comprometemos o crescimento da mata no futuro. Ou seja, é
necessário expor números para o mundo, para a UNESCO. Em contrapartida
estamos falidos no que diz respeito ao Ensino Fundamental. Esse é o nosso foco
menor, literalmente. Como podemos pensar em futuro, sem agir no presente. Como
pensar no todo sem atacar novas frentes ou recrutar mão-de-obra qualificada e
32
motivada para agir em locais não tidos como importantes? Olhamos para os grandes
centros urbanos. Mas temos que medir todo o território Nacional e criar uma
educação unificada para todas as regiões do país. Enquanto aguardamos o jogo do
“empurra empurra”, ou a” a culpa é minha a culpa é sua” jovens crescem alienados,
com baixa qualidade educacional, comprometendo o futuro da Nação. Como dizia
Monteiro Lobato: um País se faz com homens e livros. E se pensamos em sermos
desenvolvidos, devemos priorizar educação da base ao topo. Educar é desenvolver.
Educar é fazer acontecer.
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATORIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMARIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPITULO I 10
Educação: importante instrumentos para a sociedade
1.1 Definições de Educação 10
1.2 LDB – Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional 12
1.3 Reforma universitária de 1968 14
1.4 1996: A Nova e atual LDB 16
CAPITULO II 18
O Ensino superior e seu impacto no desenvolvimento no Brasil
2.1 Democratização – a chave libertadora 18
2.2 Um passaporte chamado Enem – Exame Nacional do Ensino Médio 20
2.2.1 SISU 21
2.2.2 PROUNI 22
2.2.3 FIES 22
2.3 Novas empresas, novas oportunidades: Educação faz diferença 22
2.3.1 Vale S.A 23
CAPITULO III 26
Perspectivas para educação no Brasil
3.1 A Educação superior e o impacto da tecnologia 26
3.2 O amanhã começa hoje 27
3.3 Anísio Teixeira – Uma escola para todos 30
CONCLUSAO 31
ÍNDICE
ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III
BIBLIOGRAFIA
,
ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III
BIBLIOGRAFIA
•
ARANHA, Maria Lucia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia
Geral e Brasil. Ed. Moderna, 2008.
•
CARNEIRO, Moaci Alves, LDB fácil, 17ª Edição. Ed Vozes, 2010.
•
CORRIGIDA, Almeida Revista e. Bíblia de Estudo Pentecostal. Ed. CPAD,
1995.
•
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o dicionário da língua
portuguesa. Ed. Positivo, 2008.
•
GOLEMAN, Daniel, Ph.D. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que
define o que é ser inteligente. Ed Objetiva, 2001.
•
NABUCO, Joaquim. Pensamentos Soltos. Ed. Expressão e Cultura, 2001.
•
NISKIER, Arnaldo. A Educação na virada do século. Ed. Expressão e Cultura,
2001.
•
OLIVA, Oswaldo Muniz. Brasil: o amanhã começa hoje. Ed. Expressão e
Cultura, 2003.
•
RIVIÈRE, Enrique Pichon. Teoria do Vínculo. Ed. Martins Fontes, 2007.
Referencias Virtuais:
•
www.inep.gov.br
•
www.mec.gov.br
•
www.planalto.gov.br
•
www.paulofreire.org
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
TITULO DA MONOGRAFIA: O IMPACTO DA EDUCAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR
NO DESENVOLVIMENTO SÓCIO-ECONÔMICO DO BRASIL.
DATA DA ENTREGA: 28 DE MARÇO DE 2011.
Avaliado
por:_______________________________________Grau:__________________
Rio de Janeiro, _______de_________________de 2011.
____________________________________________________________
Coordenador do Curso
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