JOSÉ LUIZ CINTRA JUNQUEIRA AVALIAÇÃO COMPARATIVA ENTRE AS TELERRADIOGRAFIAS CEFALOMÉTRICAS LATERAIS CONVENCIONAL, DIGITAL E GERADAS POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR AQUISIÇÃO VOLUMÉTRICA - CONE BEAM ARAÇATUBA 2007 JOSÉ LUIZ CINTRA JUNQUEIRA AVALIAÇÃO COMPARATIVA ENTRE AS TELERRADIOGRAFIAS CEFALOMÉTRICAS LATERAIS CONVENCIONAL, DIGITAL E GERADAS POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR AQUISIÇÃO VOLUMÉTRICA - CONE BEAM Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor. Orientador: Prof. Dr. Francisco Bertoz ARAÇATUBA 2007 J445a Junqueira, José Luiz Cintra. Análise comparativa entre as telerradiografias cefalométricas laterais convencional, digital e geradas por tomografia computadorizada por aquisição volumétrica – Cone Beam / José Luiz Cintra Junqueira. -- Araçatuba: [s.n.], 2007. 106f.: il Tese (Doutorado). - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia, Araçatuba, 2007. Orientador: Prof. Dr. Francisco Bertoz 1. Radiografia. 2. Tomografia computadorizada por raios x. 3. Circunferência craniana. 4. Ortodontia. Black D4 CDD 617.601 AGRADECIMENTOS A Deus por permitir o desenvolvimento científico e acadêmico da classe odontológica, na qual me incluo. A Unesp, ao diretor da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Prof. Dr. Paulo Roberto Botacin, aos professores da disciplina de Ortodontia, e todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a execução deste trabalho. Aos pacientes que participaram deste trabalho, que culminará com seus tratamentos ortodônticos possibilitando uma futura avaliação longitudinal deste estudo. Aos funcionários, coordenadores, diretores e pró-reitores da Faculdade de Odontologia e Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic. A equipe de professores de Diagnóstico da São Leopoldo Mandic na figura do professor Luiz Roberto Coutinho Manhães Júnior Ao meu orientador, Prof. Dr. Francisco Bertoz pelo estímulo e conhecimentos que tornaram possível este trabalho. DEDICATÓRIA Ao meu pai José Rocha Junqueira, in memorian, por ter sido um exemplo de retidão e caráter, no qual sempre procurei me espelhar, tendo sido sempre a minha referência na vida pessoal e profissional. À minha mãe Elza Cintra Junqueira pelo carinho, amor e dedicação que em toda sua vida fez questão de emprestar ao espírito de família e especialmente à minha formação. À Maria Angélica da Silva Andrade, pelo carinho e amizade na vida. Ao Dr. João Junqueira Jr., in memorian, pelo estímulo à minha carreira e amizade de toda uma vida, bem como seus filhos, esposa e netos. A Sra. Maria do Carmo Moreira Passos, ao Dr. José Odorico de Oliveira Passos, a Dra. Fabiana Passos Succi, a Srta. Tatiana Moreira Passos, à Juliana Passos Figueiredo, João Passos Succi, Felipe Passos Succi, Guilherme Succi, ao Dr. Ângelo Figueiredo, pelo sentido de paz, família e convivência cristã. A Sra. Susana Moreira Passos por tudo já conquistado e principalmente pelo que ainda virá. À minha querida esposa Dra. Jussara Moreira Passos Cintra Junqueira pela parceria incondicional nos caminhos que a vida oferece, pelo amor, dedicação e principalmente pela aceitação de tudo que nos é ensinado, transformando enganos em experiências e expectativas em esperanças, sabendo sempre transformar em sorrisos, abraços e carinho todos os momentos já vividos na certeza dos muitos que viveremos juntos. A meu querido filho “Zequinha”, José Luiz Cintra Junqueira Filho, razão da minha vida. Por me fazer entender cada dia mais, que a jornada e o destino podem ser mais saborosos e importantes do que o porto. Por me fazer feliz todos os dias, todos os momentos. Por ser especial, iluminado e saber viver feliz, marcando todos que o cercam com a mais pura felicidade. A Frei São Leopoldo Mandic, por ter sido um exemplo em vida fazendo da conciliação um caminho para se amar ao próximo respeitando as diferenças e estimulando as semelhanças humanas. JUNQUEIRA, J. L. C. Análise comparativa entre as telerradiografias cefalométricas laterais convencional, digital e geradas por tomografia computadorizada por aquisição volumétrica – Cone Beam. 2007. 106f. Tese (Doutorado em Ortodontia) – Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista. Araçatuba. RESUMO O objetivo nesta pesquisa foi analisar os resultados obtidos comparativamente entre as telerradiografias cefalométricas laterais convencional, digital e as geradas pela tomografia computadorizada por aquisição volumétrica Cone Beam (CBTC). Foram realizadas distintamente as três tomadas radiográficas em 35 pacientes que estavam compreendidos na faixa etária de 12 a 14 anos. Foram utilizados dois programas específicos para a realização das análises cefalométricas de Rickets, McNamara e Jarabak, sendo utilizadas medidas lineares e angulares dos traçados. Apenas no traçado de Jarabak, foram utilizadas duas medidas lineares, para todas as outras, foi usada somente uma mensuração. Quatro tipos de exames radiográficos associados aos programas de análise cefalométrica foram utilizados. Por considerar o melhor resultado nos valores obtidos, a variável de referência foi a aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal, sendo comparado com os outros métodos. Verificou-se que os resultados obtidos pelas medidas angulares apresentaram menor variabilidade, enquanto as medidas lineares somente no traçado cefalométrico de McNamara obteve-se similaridade das variáveis. Observou-se que as técnicas radiográficas cefalométricas laterais convencionais apresentaram as maiores discrepâncias em relação à variável de referência. As análises cefalométricas realizadas pelo mesmo programa obtiveram os melhores resultados. Concluiu-se que para a obtenção de análises cefalométricas mais fidedignas deve-se utilizar um mesmo programa de avaliação e a tecnologia digital, principalmente a aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e a telerradiografia cefalométrica lateral digital. Palavras-chave: Radiografia. Tomografia Circunferência craniana. Ortodontia. computadorizada por raios x. JUNQUEIRA, J.L.C. Comparative analysis between digital and conventional lateral cephalometric teleradiographies and the ones generated by Cone Beam volume computerized tomography. 2007. 106f. Thesis (PhD in Orthodontics) – Araçatuba Dental School, São Paulo State University, Araçatuba, 2007. ABSTRACT The aim of this research was to analyze the results obtained comparatively among digital and conventional lateral cephalometric teleradiographies and the ones generated by Cone Beam volume computerized tomography (CBCT). Three distinct radiographies were performed in 35 patients in a 12 to 14 year-old group. Two specific programs were used to perform the cephalometric analysis according to Ricketts, McNamara and Jarabak, using linear and angular measurements of tracings. Two linear measurements were used just for Jarabak’s tracing, for all the others only one measurement was used. Four types of radiographic exams associated to the cephalometric analysis program were used. For considering the best result in the obtained values, the variable of reference was the volume acquisition (CBCT) being compared to the other methods. It was verified that the results obtained by angular measurements presented less variability, while the linear measurements only in McNamara’s cephalometric tracing presented similarity of variables. It was observed that the conventional lateral cephalometric radiography techniques presented bigger discrepancies in relation to the variable of reference. The cephalometric analysis performed by the same evaluation program had the best results. It was concluded that in order to obtain more reliable cephalometric analysis, one should use the same evaluation program and digital technology, particularly the volume acquisition (CBCT) in octagonal norm and digital lateral cephalometric teleradiography. Keywords: Radiography. Tomography X-Ray computed. Cephalometry. Orthodontics. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Telerradiografia cefalométrica lateral convencional digitalizada com a sobreposição do traçado cefalométrico. 55 Figura 2 – Telerradiografia cefalométrica lateral digital com a sobreposição do traçado cefalométrico. 55 Figura 3 – Tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a sobreposição do traçado cefalométrico. 56 Figura 4 – Tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em perspectiva com a sobreposição do traçado cefalométrico. 56 Quadro 1 – Representação e correspondências das medidas lineares utilizadas em cada traçado cefalométrico pelos programas Cef-X e Dolphin. 57 Quadro 2 – Representação e correspondência das medidas angulares utilizadas em cada traçado cefalométrico pelos programas Cef-X e Dolphin 57 Figura 5 – Representação gráfica da correlação positiva entre a convexidade obtida pela análise de rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com os da telerradiografia cefalométrica digital, ambos avaliados pelo Dolphin. 61 Figura 6 – Representação gráfica da correlação entre a conxevidade obtida pela análise de rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com os da telerradiografia cefalométrica convencional digitalizada avaliada pelo Cef-X. 62 Figura 7 – Representação gráfica da correlação entre a convexidade obtida pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com os da telerradiografia cefalométrica convencional digitalizada, ambos avaliados pelo Dolphin. 63 Figura 8 – Representação gráfica da correlação entre a convexidade obtida pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 63 Figura 9 – Representação gráfica da correlação entre o plano facial obtido pela análise de mcnamara da aquisição volumétrica cbtc e m norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 64 Figura 10 – Representação gráfica da correlação positiva entre o plano facial obtidos pela análise de Mcnamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. 65 Figura 11 – Representação gráfica da correlação positiva entre o plano facial da análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. 66 Figura 12 – Representação gráfica da correlação positiva entre o plano facial obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 67 Figura 13 – Representação gráfica da correlação entre a altura facial anterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 68 Figura 14 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial anterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. 69 Figura 15 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial anterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. 70 Figura 16 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial anterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 71 Figura 17 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial posterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 72 Figura 18 – Representação gráfica da correlação entre a altura facial posterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica cbtc em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. 73 Figura 19 – Representação gráfica da correlação entre a altura facial posterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. 74 Figura 20 – Representação gráfica da correlação entre a altura facial posterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 75 Figura 21 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo facial obtido pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 76 Figura 22 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo facial obtido pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. 77 Figura 23 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo facial obtido pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. 78 Figura 23 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo facial obtido pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 78 Figura 24 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo mandibular (FMA) obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin Com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 80 Figura 25 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo mandibular (FMA) obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. 80 Figura 26 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo mandibular obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. 81 Figura 27 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo mandibular obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 82 Figura 28 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo goníaco obtido pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 83 Figura 29 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo goníaco obtido pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. 84 Figura 30 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo goníaco obtido pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. 85 Figura 31 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo goníaco obtido pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 85 SUMARIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13 2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................16 2.1 Telerradiografias cefalométricas laterais convencional e digital .................16 2.2 Radiografias digitais .........................................................................................25 2.3 Aquisição volumétrica CBTC ...........................................................................34 2.4 Cefalometria 3D .................................................................................................41 3 PROPOSIÇÃO .......................................................................................................50 4 MATERIAL E MÉTODO.........................................................................................51 4.1 Material...............................................................................................................51 4.1.1 Amostra...........................................................................................................51 4.2 Métodos..............................................................................................................52 4.2.1 Radiografias....................................................................................................52 4.2.1.1 Telerradiografia cefalométrica lateral convencional ......................................52 4.2.1.2 Telerradiografia Cefalométrica Lateral Digital ...............................................52 4.2.1.3 Tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC....................53 4.2.2 Análises cefalométricas.................................................................................54 4.2.3 Tratamento estatístico ...................................................................................58 5 RESULTADOS.......................................................................................................60 5.1 Análise das medidas lineares ..........................................................................60 5.1.1 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de Rickets para Convexidade (A-NPo)...........................................60 5.1.2 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de McNamara para o plano facial (N-PerpPo)................................64 5.1.3 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalomé-trico de Jarabak para as alturas faciais anterior (N-Me) e posterior (S-Go) .............................................................................................67 5.1.3.1 Avaliação da comparação entre os valores da altura facial anterior, representado pelo plano N-Me......................................................................67 5.1.3.2 Avaliação da comparação entre os valores da altura facial posterior, representado pelo plano S-Go ......................................................................71 5.2 Análise das medidas angulares .......................................................................75 5.2.1 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de Rickets para o ângulo facial ............................................76 5.2.2 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de McNamara para o ângulo mandibular (FMA) .................79 5.2.3 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de Jarabak para o ângulo goníaco (ArGoMe) .....................82 6 DISCUSSÃO ..........................................................................................................86 7 CONCLUSÃO ........................................................................................................95 ANEXO A – Certificado do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de São Leopoldo Mandic – SLM ................................105 ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ...............................106 13 1 INTRODUÇÃO Tanto a Ortodontia quanto a Ortopedia facial têm sofrido transformações conforme novas tecnologias são apresentadas ao universo odontológico. Desde o reconhecimento da cefalometria como método válido de auxílio diagnóstico para a Ortodontia e as primeiras pesquisas realizadas por Broadbent1 (1931 apud HAJEER et al., 2004) na tentativa de se provar a importância deste método e na padronização da técnica cefalométrica lateral, a busca por melhorar a qualidade e performance do planejamento, tratamento e prognóstico ortodôntico tem sido enfática. Atualmente, sabe-se que a obtenção de telerradiografias laterais cefalométricas para análises com finalidade ortodôntica podem ser dividas em três principais meios: convencional que pode ser digitalizados; digital direta e as tomográficas por aquisição volumétrica. Primeiramente, destaca-se as radiografias convencionais nas quais se utilizam filmes radiográficos e as análises cefalométricas são realizadas no próprio exame radiográfico com auxílio de um papel semitransparente ou uma folha de plástico transparente. Para estes casos, pode-se ressaltar a importância das telerradiografias cefalométricas lateral e frontal. De posse destas mesmas radiografias, há a possibilidade de digitalização dos exames e a realização de todo traçado por meio de programas computadorizados específicos para tal. Num segundo momento, em se tratando das radiografias digitais, pode-se enaltecer a qualidade do mundo digital uma vez que além de reduzirem a dose de 1 BROADBENT, B.H. A new X-ray technique and its application to orthodontia. Angle Orthod., Appleton, v. 1, n. 2, p. 45-73, Apr. 1931. 14 radiação sobre o paciente, são exames ecologicamente corretos já que não utilizam o processamento radiográfico e possibilitam agilizar tanto a aquisição da imagem, por se tratar de métodos diretos, quanto às avaliações radiográficas. De acordo com Gijbels et al. (2001), a tecnologia digital radiográfica apresenta uma imagem com maior qualidade para todas as variações de exposição se comparado com o filme convencional. Enquadra-se neste tipo de exames todos aqueles convencionais que são executados por meio de sensores digitais. Por fim, como meio mais avançado de imagem radiográfica e que cria uma nova era a partir de seu desenvolvimento destacam-se as tomografias computadorizadas por aquisição volumétrica. De forma simplificada, pode-se afirmar que, praticamente, existem dois tipos de tomografias computadorizadas principais, a “fan-beam” (FBTC) – médica – e a “cone-beam” (CBTC) – odontológica. As grandes vantagens das CBTC em relação às FBTC recaem sobre a nitidez e detalhes das imagens, na baixa dose de radiação utilizada, na aquisição da imagem tomográfica numa simples rotação e no custo do exame (WINTER et al., 2005). Acredita-se que com o aprimoramento das ferramentas deste tipo de exame, cada vez mais terá sido agregado à prática ortodôntica principalmente no que tange às avaliações e reconstruções em terceira dimensão (3D). Conforme Hajeer et al. (2004) destacaram, desde o começo da década de 80, os estudos já vinham sendo desenvolvidos na imagem 3D e que atualmente, já se tornaram uma realidade. A aplicação da imagem 3D na Ortodontia inclui o planejamento pré e pós-tratamento, relações faciais e dento-esqueletais estéticas e as simulações do resultado ortodôntico em tecido tegumentar e ósseo, além de diagnósticos mais precisos à respeito do equilíbrio latero-lateral e crânio-facial do paciente, principalmente quando, em desenvolvimento, concomitantemente a um tratamento ortodôntico. 15 Com relação aos traçados cefalométricos, é possível afirmar que, apesar das práticas serem consideradas as mesmas, assim como os pontos anatômicos e craniométricos utilizados, existem algumas variações do resultado obtido em decorrência do exame radiográfico usado. Sabe-se que o modo tradicional de confecções destas análises, por meio de radiografias convencionais, é válido principalmente associado à digitalização da imagem e análise computadorizada, mas não se pode ficar aquém dos novos meios de análise como é o caso dos traçados cefalométricos em radiografias digitais e 3D que não sofrem nenhum tipo de alteração no processo de digitalização. Nas radiografias que se utilizam duas dimensões, é possível avaliar dois eixos Cartesianos que são o horizontal e o vertical. Já no sistema 3D de imagem, consiste na avaliação, além dos dois planos citados anteriormente, como no plano antero-posterior, ou seja, de profundidade. Desta forma, acaba-se tendo uma análise de praticamente todas as orientações o que pode mudar radicalmente os conceitos baseados nas analogias estabelecidas a partir de cefalogramas antigos determinados a sua época pelos meios de tomadas radiográficas existentes. Dada a importância dos novos meios de aquisição de imagem radiográfica e novas possibilidades de se executar os traçados cefalométricos, será abordado nesta pesquisa uma comparação entre as telerradiografias cefalométricas laterais convencional, digital e as geradas por aquisição volumétrica CBTC. Como salientou brilhantemente Christensen (2007), esta é a hora da revolução e inovação na Odontologia: mudar paradigmas em benefício do ser humano. 16 2 REVISÃO DA LITERATURA A telerradiografia lateral para a obtenção de um estudo adequado do crânio e da face teve um marco, em 1924, com o trabalho publicado na França pelo Prof. Carrea, da Faculdade de Medicina de Buenos Aires, que usado e melhorado por Broadbent, o qual a partir de 1928, com suporte financeiro da Bolton Fundation, estabelece regras e introduz o uso de um cefalostato. Além de estabelecer parâmetros de distância foco-filme de 1,52 m, entrada do raio central pelo meato acústico externo direto e colocação do filme padronizadamente do lado esquerdo do paciente com o mesmo respeitando o plano de Frankfurt paralelo ao plano horizontal com os dentes em oclusão (PEREIRA et al., 1998). Para facilitar o entendimento, preferiu-se abordar os assuntos separadamente em tópicos apesar de todos estarem relativamente relacionados entre si e principalmente a Ortodontia. 2.1 Telerradiografias cefalométricas laterais convencional e digital Prawat et al. (1995) concederam a introdução de uma nova alternativa de observar os pontos craniométricos para análise cefalométrica padrão. Compararam a validade e reprodutibilidade dos valores cefalométricos gerados pela análise da imagem digital (Digigraph) com as obtidas pelo método padrão convencional de 43 medidas cefalométricas. Mais da maioria das medidas apresentou uma correlação significante entre os dois métodos. Concluíram que o resultado obtido pela análise 17 da imagem digital foi variável, enquanto os dados obtidos radiograficamente foram reprodutíveis. Forsyth et al. (1996) compararam a qualidade do diagnóstico entre as telerradiografias cefalométricas laterais convencional e digital. Erros associados com as medidas lineares e angulares foram menores na tecnologia digital, sendo verificado um erro sistemático que causa uma diferença estatisticamente significante entre os métodos radiográficos. Destacaram que os erros que ocorreram nas medidas estiveram ligados à magnificação o qual representa um fator clínico significante. Concluíram que a telerradiografia cefalométrica lateral digital possibilita uma qualidade de diagnóstico melhor que o método convencional. Hall e Bollen (1997) descreveram que com o desenvolvimento do Digigraph, um método não-radiográfico cefalométrico que utiliza ondas sonoras e logaritmos matemáticos, não se expõe os pacientes à radiação. Compararam os valores obtidos nos traçados cefalométricos confeccionados pela técnica Digigraph de trinta medidas conhecidas e verificaram a repetibilidade e reprodutibilidade tanto da técnica convencional quanto da nova. Verificaram que oito das trinta medidas apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre as médias. Concluíram que a nova técnica apresenta medidas com boa repetibilidade e reprodutibilidade. Goldreich et al. (1998) discutiram sobre os principais erros em cefalometria. Destacaram que o erro é uma constante nos dados advindos dos traçados cefalométricos, apesar de considerá-lo impossível de se evitar totalmente. Porém existem cuidados que se iniciam desde a realização da telerradiografia cefalométrica lateral até as mensurações, diminuindo o erro do método cefalométrico. Salientaram que o erro total de uma mensuração e o efeito combinado da projeção do objeto no 18 filme, mudanças dimensionais do filme, identificação e leitura dos pontos cefalométricos e das técnicas incorretas de mensuração. Concluíram que alguns erros são inerentes ao equipamento e outros são cometidos pelo operador, profissional ou clínico interpretando a radiografia. A cefalometria deve ser utilizada no auxílio do diagnóstico e comparação ortodôntico, mas não exclusivamente para obtenção de valores de uma forma precisa. Papika et al. (1999) desenvolveram uma nova técnica para a visualização das alterações após mudança na posição do pré-molar. Três seqüências de radiografias de uma série de exames padronizados de controle foram digitalizados e registrados, a primeira radiografia da série, por meio da subtração de imagem. As radiografias digitalizadas foram transformadas em imagens monocromáticas. Depois da correção para o contraste no grau de cinza, as três radiografias foram sobrepostas. Todos os detalhes comuns a todos os exames foram marcados em preto e branco enquanto aqueles detalhes diferentes apareceram coloridos. Os códigos coloridos ofereceram a possibilidade de identificar todas as alterações nas radiografias da mudança dentária durante um tempo pré-estabelecido, por exemplo, como crescimento, aposição e reabsorção óssea e progressão ou regressão de processos patológicos. Tsang e Cooke (1999) destacaram que o sistema de trabalho Dolphin introduziu à Odontologia o sistema não-radiográfico chamado de Digigraph que pode ser uma alternativa para a radiografia cefalométrica. Comparam a validade e reprodutibilidade das medidas cefalométricas obtidas por este programa com as radiografias cefalométricas laterais convencionais. Para a análise computadorizada, foram digitalizadas duas vezes cada imagem dos crânios, em duas ocasiões. Uma medida linear e 15 angulares foram obtidas pelos dois métodos e assim, encontrada a comparação entre eles. As mensurações cefalométricas demonstraram diferenças 19 significantes entre os dois métodos. A reprodução das medidas pelo Digigraph foi menores do que as obtidas nas radiografias convencionais. Verificaram que o erro do método do Digigraph esteve em torno de 7 a 70%, enquanto dos traçados radiográficos convencionais esteve abaixo de 2%. Concluíram que as medidas obtidas pelo Digigraph devem ser interpretadas com cautela. Chen et al. (2000) verificaram a identificação dos pontos cefalométricos em radiografias cefalométricas laterais digitais comparados com os obtidos nas radiografias convencionais. Dez radiografias cefalométricas laterais foram selecionadas aleatoriamente, sendo identificados 19 pontos em ambos os tipos de exames. Observaram que tanto nas radiografias cefalométricas quanto nos pontos cefalométricos houve variação influenciada pelo método aplicado. Obtiveram que os pontos cefalométricos Me, Gn, ANS (ponto da espinha nasal anterior), PNS (ponto da espinha nasal posterior) e LIA (ponto do ápice do incisivo inferior) tiveram diferença estatisticamente significante no componente horizontal enquanto os pontos Po, Or e Gn no componente vertical. Concluíram que apenas quatro dos 19 pontos apresentaram diferença estatística entre os avaliadores. Hagemann et al. (2000) compararam a reprodutibilidade dos pontos craniométricos nos exames cefalométricos laterais realizados de modo convencional e digital. Foram utilizados cem exames radiográficos de cada, selecionados aleatoriamente. As radiografias digitais foram obtidas por meio do uso de sensores de placa de fósforo em chassis convencionais. Os traçados cefalométricos se deram por dois ortodontistas, sendo utilizados 21 pontos de referência com intervalo de uma semana. Os traçados foram sobrepostos e a distância entre eles avaliada. Verificaram que a reprodutibilidade dos pontos cefalométricos foi significantemente 20 maior nas imagens digitais, além da redução da exposição em 23,7 % como outra vantagem. Santos (2000) afirmou que as observações mais comuns verificadas na radiografia cefalométrica lateral é a direção de crescimento, distorções da superfície anterior maxilar, rotações dentárias e dentes supranumerários, sendo muitas vezes difícil a visualização destas estruturas. Salientou que a cefalometria computadorizada é uma grande evolução no campo da informática, permitindo ao ortodontista, ao ortopedista e ao cirurgião buco-maxilo-facial dispor de dados necessários para análise cefalométrica do paciente. Obteve que o ponto A foi visualizado em 64% dos casos e que não houve diferença estatisticamente significante entre os tempos de execução da cefalometria computadorizada. Doll et al. (2001) informaram que a análise cefalométrica das telerradiografias cefalométricas laterais permite um estado importante no diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico. Determinaram o grau de quanto os procedimentos podem ser copiados com exatidão e validade no campo ortodôntico. Cinqüenta voluntários foram examinados por meio da radiografia cefalométrica lateral e realizados traçados cefalométricos manuais. Foi utilizado o programa Digigraph para avaliação da evolução deste sistema. Boa exatidão foi notada em média nas medidas cefalométricas, porém em 26 valores esteve um pouco abaixo disso. A validade deste método esteve abaixo em comparação com o método manual. Concluíram que a cefalometria sem a exposição de radiação x pode representar um progresso decisivo no diagnóstico ortodôntico. Contudo, vários são os desenvolvimentos para se criar uma cefalometria específica que deliberadamente dispensa os fatores que são difíceis de marcar neste procedimento. 21 Gijbels et al. (2001) realizaram uma comparação da eficiência clínicas das radiografias cefalométricas convencionais e digitais. Foram utilizados três cadáveres humanos em nove diferentes tempos de exposição. Verificaram que esta comparação foi altamente subjetiva, mas a radiografia digital apresentou a melhor qualidade de imagem para todas as exposições. Concluíram que variações relativamente pequenas nas exposições não diferem subjetivamente a qualidade de diagnóstico nas radiografias cefalométricas laterais digitais. Obtiveram as menores doses efetivas com uma alta quilovoltagem e uma baixa miliamperagem. Chen et al. (2004) compararam a identificação de pontos cefalométricos obtidos em radiografias cefalométricas laterais convencional e digital por meio de placa de fósforo. Foram usadas dez cefalogramas digitais por 19 pontos cefalométricos. Verificaram que para cada ponto cefalométrico houve diferenciação nos componentes horizontal e vertical, sendo estatisticamente significante entre a radiografia cefalométrica lateral convencional e digital. Foi notado apenas um erro na análise entre os dois exames para todos os pontos cefalométricos. Concluíram que a radiografia cefalométrica lateral digital pode ser melhor na identificação dos pontos cefalométricos, exceto para a orientação vertical do ponto Go. Smith et al. (2004) investigaram as diferenças existentes entre os programas utilizados no planejamento de cirurgia ortognática. Foram avaliados cinco programas distintos. Para a imagem inicial e manipulada, Dentofacial Planner PLus foi o programa com melhores resultados no que tange a simulação e o tempo . Já os programas Quick Ceph e Dolphin devem ser melhorados. A facilidade de uso, performance, custo, compatibilidade e outros fatores como a imagem e as ferramentas tiveram importantes considerações. Concluíram que os dois programas que obtiveram as piores relações deverão sofrer alterações. 22 Cohen (2005) afirmou que com a introdução da tecnologia digital, muitos profissionais têm radiografias realizadas de um mesmo pacientes com magnificação diferente, já que cada uma foi realizada em aparelhos e cefalostatos distintos. Determinou a magnificação de cada um dos exames e como é possível modificar a telerradiografia cefalométrica lateral digital para entrar nos padrões da técnica convencional. Concluiu que para se realizar este enquadramento, deve-se reduzir a telerradiografia cefalométrica lateral em 3,2%. Power et al. (2005) examinaram e compararam a reprodutibilidade e exatidão na digitalização de radiografias usando o programa Dolphin com a técnica manual tradicional. Sessenta radiografias cefalométricas laterais foram avaliadas por dois métodos: manual e indireto utilizando o programa computadorizado. Cada técnica foi significantemente exata para o intervalo de confiança e para segmentos distintos. Verificaram que a técnica computadorizada apresentou medidas maiores em torno de 4% , sendo, clinicamente, significante esta diferença. Concluíram que o programa de imagem Dolphin deve ser revisto já que apresentou resultados significantes clinicamente e necessita compensar a magnificação da radiografia quando se utiliza medidas lineares. Barreto et al. (2006) desenvolveram um método computadorizado, criado a partir da impressão de uma tabela de análise crânio-facial e uma análise do espaço total da dentição com índice de Tweed, para ajudar no diagnóstico ortodôntico. A análise foi transportada do formato manual para o digital. Os resultados foram obtidos imediatamente após visualização das análises computadorizada. Destacaram que esta inovação tecnológica pode ser um instrumento de ajuda ao ortodontista em favor da exatidão das análises dento-maxilo-faciais, além de uma segurança maior ao paciente na orientação da conduta, ensinamentos e pesquisa. 23 Bruntz et al. (2006) avaliaram a distorção associada com a digitalização da telerradiografia cefalométrica lateral e calcularam a exatidão desta com o exame convencional. Trinta radiografias cefalométricas de pré e pós tratamentos foram selecionadas e criados três grupos: original, digitalizada e cópia. Foram realizadas 23 medidas cefalométricas e três sobreposições para avaliar a distorção, medir a exatidão e comparar os resultados de cada técnica. Observaram que a distorção entre o grupo original e o digitalizado apresentou 0,8 mm no valor vertical e 0,4 mm no horizontal. Já o grupo cópia apresentou 1,1 mm de distorção vertical e 0,4 mm horizontal em relação ao original. Nas comparações entre o grupo original, os digitalizados e as cópias foram verificadas diferenças estatisticamente significante para alguns planos. Não foi verificado diferença estatisticamente significante entre a imagem original e a cópia e entre a sobreposição da radiografia original com a digitalizada. Concluíram que há uma pequena discrepância horizontal e vertical entre os modos, mas considerados insignificantes clinicamente, ou seja, as radiografias digitalizadas podem ser utilizadas na pratica ortodôntica. Gliddon et al. (2006) compararam a exatidão de quatro métodos de sobreposição dos traçados cefalométricos. Foram utilizadas oito radiografias cefalométricas laterais. As radiografias foram digitalizadas e os pontos de referências usados foram ANS (ponto da espinha nasal anterior), A, B e Pogônio, sendo criado oito traçados padrões. A variação entre os métodos ficou representada pela variabilidade da sobreposição. Foi verificado diferença estatisticamente significante nas medidas de quatro métodos após a sobreposição. Obtiveram que ocorreu uma diferença estatisticamente significante na magnificação da sobreposição entre dois examinadores, sendo influenciado pela experiência do avaliador. A variabilidade entre as direções horizontal e vertical não alcançou valores 24 significantes. Concluíram que o método que era executado basicamente pelo computador foi o que apresentou maiores vantagens. Gonçalves et al. (2006) avaliaram os valores de varias medidas cefalométricas obtidas em três clínicas de Radiologia diferentes. Foram utilizadas trinta radiografias cefalométricas laterais em diferentes posições de cabeça. Os valores foram comparados com as medidas obtidas pelo traçado manual, considerado como grupo controle. Apresentaram diferenças estatisticamente significante em apenas quatro medidas cefalométricas de 14 estudadas. Concluíram que a maioria dos valores médios cefalométricos não apresentou diferença estatisticamente significante, sendo verificado uma grande variabilidade quando comparado todos os valores obtidos. Esta variação ocorreu em decorrência da interpretação das medidas cefalométricas. Sugeriram que quando o profissional recebesse a documentação, refizesse as análises cefalométricas e comparasse os resultados obtidos. Isik et al. (2006) determinaram a diferença entre a posição dentária e a esquelética de pacientes portadores de maloclusão Classe II divisão 1 e Classe II divisão 2. A amostra foi composta por 46 pacientes com o primeiro tipo de maloclusão e 44 com o segundo tipo respectivamente. As radiografias foram digitalizadas e processadas utilizando o programa Dolphin. A única diferença estatisticamente significante observada foi na distância inter-canino inferior. Notaram que os resultados cefalométricos revelaram que o ângulo SNB foi responsável pela diferença esquelética sagital entre os dois grupos. Santoro et al. (2006) avaliaram a exatidão das medidas cefalométricas obtidas em traçado digital comparado com o convencional. Realizaram as radiografias de 25 forma em que o filme radiográfico convencional e o sensor da placa de fósforo estivessem colocados no mesmo chassi e expostos simultaneamente. Foram utilizados 47 pacientes que já haviam terminado o tratamento ortodôntico, sendo identificado nove pontos cefalométricos e calculados 13 medidas. Encontraram uma boa variabilidade nas mensurações das radiografias digitais e diferença entre os dois métodos para o ângulo SNA, ângulo ANB, linhas S-Go/N-Me, ângulo internos entre os incisivos centrais superiores e inferiores U1/L1, linha que passa pelo ápice do incisivo inferior e o ângulo gonio/gnatio L1-GoGn. Para a distância linear entre NANS/ANS-Me foram verificados diferenças estatisticamente significante. Concluíram que ambos os métodos apresentam resultados clínicos semelhantes, porém a eficiência do software da radiografia cefalométrica digital possibilita ser uma boa ferramenta de rotina no diagnóstico. Sayinsu et al. (2007) compararam o método clássico de traçado com o método computadorizado. Os erros intra e inter-examinadores para os dois tipos de traçado foram investigados. Trinta radiografias cefalométricas laterais foram digitalizadas e analisadas por dois operadores no programa Dolphin. Verificaram que todas as relações foram positivas e próximas ao índice de correlação de 0,90. A avaliação inter-examinadores mostrou um coeficiente de correlação maior que 0,75. Concluíram que o uso de programas computadorizados para análise cefalométricas não aumenta o erro nas medidas se comparado com o método tradicional. 2.2 Radiografias digitais Borden et al. (1994) avaliaram um sistema radiográfico digital a eficiência em detectar variação da densidade de um objeto de teste em alumínio. Este trabalho 26 revelou o tamanho da latitude do sistema digital que não apresentou diferença no diagnóstico quando usado ou não filtro de raios-x. A exatidão das imagens foi de 89% com o uso do filtro enquanto que sem utilizá-lo, chegou a 90%. Concluíram que o sistema digital apresenta uma latitude boa que permite a detecção de pequenas alterações na densidade sob as bandas ortodônticas. Reichl et al. (1996) investigaram os sistemas radiográficos digitais com o filme convencional sensibilidade E na detecção de cáries proximais em esmalte com e sem o uso de filtro de raios-x. Vinte dentes extraídos foram divididos em cinco grupos e analisados. Verificaram que um dos sistemas digitais foi melhor para todos os meios de diagnóstico de cárie do que os outros meios. A adição do filtro não apresentou diferença estatisticamente significante na detecção de caries. Os sensores de carga acoplada (CCD) não apresentaram vantagens em relação ao filme convencional no que tange a detecção da densidade do esmalte. Concluíram que os sistemas radiográficos digitais são promissores na detecção de várias alterações causada por bandas ortodônticas. Reukers et al. (1998) avaliaram a exatidão, in vivo e in vitro, da reconstrução por base de dados matemáticos de duas radiografias que foram realizadas na mesma posição geométrica para mensurar a reabsorção apical durante o tratamento ortodôntico. Verificaram que a diferença do intervalo de confiança para o padrão ouro foi pequena. Concluíram que a prevalência da reabsorção radicular corresponde com a literatura, sendo a reconstrução digital um método válido para diferentes ângulos de projeção e positivo no monitoramento do movimento ortodôntico por meio de radiografias seriadas. Roberts-Harry e Carmichael (1998) descreveram o princípio da radiografia 27 multidirecional. Radiografia panorâmica convencional ou imagens magnificadas da dentição podem ser produzidas. Na Ortodontia, a aplicação da tomografia espiral recai na obtenção de cortes seccionais que podem ajudar na avaliação do paciente. Leão e Porter (1999) determinaram a aceitação do paciente e do profissional quanto ao diagnóstico à distância. Imagens digitais de cada paciente com lesão em mucosa bucal foram capturadas e enviadas pela internet para um local distante para a realização do diagnóstico. A maioria dos pacientes esteve de acordo com a estocagem das imagens além de mostrar grande satisfação em poder visualizar sua própria boca por outro meio e acreditam que o procedimento foi útil para o entendimento do seu problema. Concluíram que o diagnóstico à distância apresenta como uma prosperidade favorável. Martins et al. (2000) verificaram a capacidade de detecção da manipulação de imagens radiográficas periapicais digitais. Foram selecionadas dez imagens radiográficas digitais, sendo que somente cinco sofreram modificações. Encontraram que as manipulações não são passíveis de serem detectadas o que conferem a nova tecnologia a necessidade de normatização em relação ao seu valor legal. Menin (2000) afirmou que a Odontologia tem-se preocupado com os efeitos deletérios da radiação e desta forma, filmes mais sensíveis e aparelhos mais sofisticados são fabricados com o intuito de reduzir esses efeitos. Destacou que com a entrada da tecnologia dos sistemas digitais, a redução da dose de radiação foi em torno de 70%. Avaliou a reparação óssea, comparando o sistema de radiográfica digital com o convencional. Pinto e Rúbia (2000) salientaram que o desenvolvimento e aplicação de novos recursos e tecnologias decorrentes da associação dos princípios básicos 28 como os da informática, sistemas direto, semi-direto e indireto de radiografias digitais são revistos pelos profissionais para que se tenha uma maior acurácia no diagnóstico. Cavalcanti e Vannier (2001) demonstraram que o 3D é um importante método na localização e na determinação da extensão de tumores maxilo-faciais, sendo considerado a área, medidas volumétricas e lineares. Destacaram que estas imagens 3D são consideradas importantes para a análise da destruição óssea e do envolvimento de tecidos moles para o planejamento e acompanhamento do tratamento. Concluíram que é importante avaliar os tumores desta região pela reconstrução 3D. Morais et al. (2001) estudaram quantitativamente e qualitativamente as variações radiológicas da articulação temporomandibular (ATM) por meio de tomografia computadorizada, com reconstrução multiplanar e reconstrução 3D. Foram analisados 22 indivíduos através das medidas anatômicas da cabeça da mandíbula em diferentes eixos ortogonais. Não apresentaram diferenças estatísticas entre as medidas das diferentes direções e eixos ortogonais. Concluíram que as vistas coronal e sagital oblíqua são as preferenciais na visualização das alterações estruturais multiplanares e as vistas sagital e coronal, na 3D. Muratore et al. (2001) obtiveram a sobreposição e reprodução de radiografias intrabucais digitais com o uso de posicionador individual de resina. Destacaram que a vantagem de se utilizar o sistema radiográfico digital recai na validade em converter técnicas radiográficas convencionais em digitais. O uso de posicionadores para a técnica do paralelismo possibilita uma menor distorção da imagem, sendo obtido a mesma imagem pelo método digital. 29 Quesada et al. (2001) discorreram sobre o entendimento básico de como funciona a tomografia computadorizada além de salientar suas indicações principalmente como exame complementar clínico. Silva e Cavalcanti (2001) destacaram que a tomografia computadorizada é o maior avanço dentre as técnicas por imagens aplicadas ao complexo maxilo-facial. Salientaram ainda que com a introdução da reconstrução em 3D, utilizando a computação gráfica, facilitou o diagnóstico, o planejamento e o acompanhamento do tratamento das neoplasias maxilo-facial. Demonstraram que a utilização da 3D é importante para o diagnóstico e para o planejamento do tratamento. Brennan (2002) explorou os princípios básicos da radiografia digital. Destacou que existem dois tipos principais de sensores disponíveis. Um deles é baseado no dispositivo de carga acoplada (CCD) e o outro consiste em placas de fósforo. As vantagens e desvantagens foram enumeradas principalmente no uso particular em Ortodontia. Cavalcanti (2002) comparou a tomografia computadorizada por meio de cortes axiais em segunda dimensão com a radiografia panorâmica no que se refere as medidas lineares, tendo como parâmetro a reconstrução em 3D. Foram avaliados 19 pacientes com diversas lesões. Verificou que a radiografia panorâmica apresentou maiores diferenças do que a tomografia computadorizada. Concluiu que a tomografia computadorizada foi mais acurada, pois teve uma correlação positiva na comparação com a 3D e mais precisa do que a radiografia panorâmica. Gil et al. (2002) avaliaram quantitativamente e comparativamente determinadas anomalias craniofaciais com a utilização de imagens em 3D obtidas a partir da tomografia computadorizada. A amostra foi constituída de 12 indivíduos 30 com plagiocefalia, sendo que foram submetidos à tomografia computadorizada e as imagens transferidas para uma estação de trabalho que possibilitou criar as imagens 3D. Para as mensurações, foram utilizadas seis medidas craniométricas convencionais. Obtiveram que em três medidas foram encontradas diferenças estatisticamente significantes. Concluíram que a partir das imagens em 3D, foi possível avaliar e diferenciar quantitativamente os pacientes com assimetrias craniofaciais. Komolpis e Johnson (2002) destacaram que para estabelecer o diagnóstico e a lista de problemas de um paciente devem-se utilizar os modelos, radiografias panorâmicas e cefalométricas laterais, fotografias extrabucal e intrabucal. Uma base de dados virtual pode ser utilizada como dados digitais que proporciona aos diversos profissionais terem acesso aos exames. Estes dados virtuais poderiam ser utilizados nos estudos do curso de Ortodontia. Foram divididos em dois grupos no qual, o primeiro, realizou a avaliação de dois casos virtualmente e o segundo grupo estudou de forma tradicional com acesso aos filmes e modelos. Não foi verificado diferença estatisticamente significante nas médias entre os dois grupos estudados. Concluíram que a base de dados virtual é um meio efetivo de ensino prático do diagnóstico ortodôntico assim como o método tradicional. Sumida et al. (2002) avaliaram a opinião de radiologistas quanto a utilização das retenções dentárias na região anterior da maxila. Foram visualizados 36 elementos retidos por meio da reconstrução multiplanar. Os resultados mostraram que houve uma grande concentração das avaliações entre boa e ótima visualização, sendo que a reconstrução multiplanar apresentou índices de ser melhor na visualização das variáveis, exceto na avaliação do canal nasopalatino. Concluíram que existe a possibilidade da utilização da tomografia computadorizada como 31 recurso de diagnóstico importante para a avaliação de dentes retidos na região anterior da maxila. Carmos et al. (2003) descreveram o uso da tomografia computadorizada como uma opção de exame não convencional para o planejamento pré-cirúrgico dos implantes dentários intra-ósseos. Verificaram que, a partir dos 30 exames avaliados, a tomografia computadorizada possibilita obter precisão quanto a densidade óssea e a localização das estruturas anatômicas nobres. Castilho et al. (2003) destacaram que o uso das imagens digitais em Odontologia data da década de 80, sendo a redução da dose de radiação, eliminação do processamento radiográfico, visualização instantânea da imagem e a possibilidade de manipulação um instrumento muito útil na Radiologia Odontológica. Contrariamente, salientaram que o alto custo do equipamento, espaço de armazenagem das imagens, o volume, a rigidez e a área de abrangência dos sensores ainda são pontos negativos que deverão ser supridos com o avanço da tecnologia pelos fabricantes. Kawauchi (2003) comparou as medidas lineares obtidas em radiografias convencionais com as imagens digitais indiretas avaliadas durante as diferentes fases do tratamento endodôntico, bem como avaliar as ferramentas disponíveis no programa. Foram utilizadas 160 radiografias de dentes unirradiculares que foram divididos em quatro fases mais evidentes: odontometria – fase 1; prova de cone – fase 2; comprobatória – fase 3 e obturação final – fase 4. Obteve que houve uma diminuição estatisticamente significante das medidas obtidas pelo método digital em relação ao convencional e diferença entre a fase 1 e a fase 4 do tratamento endodôntico. Concluiu que a imagem digitalizada proporcionou medidas lineares 32 menores do que as realizadas pelo método convencional, sendo que ainda não está ainda determinado se essa redução corresponde a uma maior acurácia do sistema. Perrella et al. (2003) avaliaram a precisão e acurácia de medidas lineares da região de seio maxilar realizadas em filmes tomográficos, por meio da reconstrução 3D. Foram utilizados 17 exames de pacientes. Obtiveram que a porcentagem de erro intra-examinadores foi pequena em ambos os casos, com ou sem lesão, variando de 1,14% a 1,82%. Concluíram que a tomografia computadorizada proporciona precisão e acurácia adequadas para análise dos seios maxilares. Santos et al. (2003) analisaram os métodos visuais, radiográficos convencional, digital e outros possíveis de detecção de cáries em superfície oclusal, estabelecendo o adequado plano de tratamento, cabendo ao profissional considerar a presença, extensão e risco ou atividade do processo carioso. Mupparapu e Arora (2004) destacaram que a transição do filme radiográfico para o sistema digital tem acontecido rapidamente em todos os campos como o da Ortodontia, Cirurgia, Endodontia, Periodontia e outras especialidades em que a aquisição da imagem se faz de forma digital, sendo armazenado no próprio prontuário do paciente. Com a introdução do sistema “wireless” nos dispositivo de carga acoplada (CCD), a radiografia digital direta teve um avanço considerável. Forneceram informações padrões e as mudanças da tecnologia “wireless” que a possibilita na implementação dos consultórios contemporâneos. O protocolo de rede segura que protege os dados do paciente e a eficiência de armazenagem foram enumeradas. Comandulli et al. (2005) avaliaram a correlação entre a altura óssea medida em radiografias panorâmicas e tomografias computadorizadas na análise pré- 33 operatória de implantes osseointegrados. Foram utilizados cinqüenta sítios na região do forame mentual. Verificaram que há uma concordância moderada, sendo que as diferenças entre a radiografia panorâmica e a tomografia computadorizada foram estatisticamente significantes. Concluíram que a utilização de uma margem de segurança de 2 mm na radiografia panorâmica para a compensação da magnificação da imagem se faz necessário. Girondi (2005) destacou que o desenvolvimento tecnológico busca fatores que possibilitam uma menor dose de exposição, maior agilidade no atendimento e maior auxílio na realização do diagnóstico final, sendo a calibração prévia das medidas a ferramenta dos sistemas digitais. Avaliou estas ferramentas em três sistemas de radiografias digitais diretos e indiretos, utilizando vinte dentes humanos secos. Verificou que existe diferença significante entre os sistemas e entre as médias das medidas obtidas. Concluiu que apenas um dos sistemas digitais apresentou diferença significante quando comparados com o valor de referência. Wenzel e Gotfredsen (2005) investigaram a visualização dos exames extrabucais pelos clínicos num sistema digital de imagens. As imagens foram realizadas de forma digital e deixadas em um sistema de comunicação interna da Instituição. Foram disponibilizadas no sistema durante três meses para que os profissionais fizessem a visualização e o arquivamento. Verificaram que 2/3 de todas as imagens foram solicitadas pela disciplina de Ortodontia enquanto 22% das radiografias não foram visualizadas. As radiografias panorâmicas constituíram a maioria dos exames não visualizados, sendo 26% das imagens abertas apenas uma vez, 15% duas vezes e 41% visualizadas três ou mais vezes. Concluíram que as imagens digitais oferecem uma nova possibilidade de comparação entre a radiografia digital e convencional. 34 Paredes et al. (2006) salientaram que a tecnologia digital tem entrado dia após dia como procedimento importante em todas as atividades clínicas. Destacaram que os ortodontistas estão aumentando o uso da tecnologia digital em seus exames. Discorreram sobre as vantagens e desvantagens do uso de fotografia e radiografia digital assim como os últimos lançamentos na área. 2.3 Aquisição volumétrica CBTC Rhodes et al. (1999) destacaram que a tomografia computadorizada, usando a geometria do CBTC é uma tecnologia que produz imagens verdadeiras 3D de pequenas amostras das estruturas. Foram utilizados dez dentes que foram submetidos ao exame tomográfico na resolução máxima. Cada raiz foi examinada novamente por tomografia computadorizada para se comparar as imagens pré e pós-instrumentação. Obtiveram, pelas imagens 3D, a reconstrução dos sistemas de canais dos dentes. Concluíram que a tomografia computadorizada demonstrou uma exatidão na prática endodôntica. Aboudara et al. (2003) salientaram que o crescimento facial e o estudo do espaço aéreo tem sido objeto de controvérsia entre os ortodontistas. Investigaram as diferenças entre a radiografia cefalométrica lateral e as imagens 3D do espaço aéreo. Foram utilizados 11 adolescentes normais com idade variando entre sete e 16 anos. Verificaram que houve uma maior variabilidade da aquisição volumétrica CBTC do que a técnica convencional. Silva (2003) demonstrou a sensibilidade e a especificidade da tomografia computadorizada para o diagnóstico de fraturas crânio-faciais, utilizando 35 reconstruções multiplanares e 3D. A amostra foi constituída por 25 pacientes. Não foram verificados diferenças estatisticamente significante entre os métodos avaliados. Os valores com maior sensibilidade e especificidade foram quando se associou as reconstruções multiplanar e 3D. Concluiu que empregando a tomografia computadorizada e a associação das técnicas foi possível promover a melhor interpretação radiográfica das fraturas, com refinamento da qualidade das reconstruções bem como rapidez na interpretação das imagens. Lascala (2003) avaliou a confiabilidade de medidas lineares obtidas em imagens de CBTC. Foram utilizadas 13 medidas em oito crânios secos entre estruturas anatômicas internas e externas com paquímetro que foram consideradas como o padrão ouro. Por meio dos cortes axiais e de reconstruções sagitais e coronais foram realizadas as medidas e comparadas com o padrão ouro. Obteve que as medidas reais foram sempre maiores que as tomográficas, sendo que essas diferenças só foram significantes para medidas entre estruturas internas localizadas na base do crânio. Concluiu que apesar das imagens subestimarem as distâncias reais entre estruturas canianas, o CBTC pode ser indicado para avaliações lineares, de maneira segura para medidas em crânios, exceto entre estruturas da base do crânio. Sukovic (2003) salientou que o CBTC tem grande potencial em reduzir o tamanho e o custo dos tomógrafos. Destacou que quando se aplica as ferramentas específicas do programa, o CBTC se torna uma solução completa para o diagnostico específico e dados cirúrgico assim como no planejamento de implantes. Vannier (2003) explorou as qualidades das tomografias computadorizadas no que tange a tecnologia da reconstrução 3D. Destacou que a CBTC demanda um 36 menor custo do exame pelo paciente em relação ao FBTC, o que se torna uma clara diferença entre eles. Salientou que cada componente de um ou outro sistema difere no valor final, sendo que CBTC apresenta um menor custo. Concluiu que a diferença de custo entre o CBTC e a FBTC foi estatisticamente significante. Hatcher e Aboudara (2004) afirmou que a exatidão das imagens na região crânio-facial é crítica para o desenvolvimento do diagnóstico ortodôntico e plano de tratamento. A nova geração de tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC promove a possibilidade da visualização 3D da maxila e mandíbula com relativa alta resolução e baixa dose de radiação no paciente. Cho et al. (2005) destacaram que a calibração geométrica envolve a estimação de parâmetros que descrevem os sistemas geométricos e é essencial para uma reconstrução com exatidão. Desenvolveram um algoritmo analítico e um correspondente “phantom” para calibração dos parâmetros geométricos no CBTC. Este “phantom” consiste de 24 bolinhas metálicas de geometria conhecida. Foram distribuídas em vários ângulos e em dois planos separados. Analisaram a sensibilidade e a exatidão desta calibração algoritmo. Obtiveram que as medidas experimentais em laboratório demonstraram a sensibilidade na detecção de pequenas alterações na imagem geométrica nas direções transversal, vertical e longitudinal. Concluíram que usando este sistema de calibração geométrica, foi demonstrada uma melhora na qualidade das imagens na reconstrução tomográfica. Hilgers et al. (2005) definiram a projeção reformatada multiplanar do CBTC e compararam a exatidão das medidas lineares da articulação temporomandibular por esta técnica em relação a radiografia cefalométrica convencional e na própria peça anatômica. Dimensões lineares entre 11 sítios anatômicos foram medidas em 25 37 crânios secos. Foram realizadas as CBTC e as radiografias cefalométricas digitais, usando placas de fósforo, em três diferentes planos ortogonais. Todas as medidas do CBTC foram exatas enquanto a maioria das medidas nas normas ortogonais foi variada significantemente. As análises das medidas avaliadas entre os examinadores foram altamente compatíveis com a estrutura anatômica. Concluíram que as imagens obtidas pela aquisição volumétrica CBTC foram exatas e precisas paras as medidas lineares. Holberg et al. (2005) afirmaram que CBTC tem sido cada vez mais utilizado e admirado pelos ortodontistas no que se refere às tomografias computadorizadas. Investigaram a qualidade e exatidão das estruturas dentárias pela imagem do CBTC e compararam-no com a imagem obtida por outro tipo de tomógrafo computadorizado. Foram examinados 417 dentes e suas estruturas circunvizinhas pelos dois métodos. Obtiveram que os artefatos metálicos raramente aparecem no CBTC apesar da qualidade de imagem da estrutura dentária e óssea circunvizinha ser considerada melhor no tomógrafo computadorizado médico. Concluíram que o tomógrafo computadorizado representa o padrão ouro na inspeção das raízes dentárias e do osso adjacente. Winter et al. (2005) descreveram os benefícios e as aplicações dentárias da imagem 3D obtida pela tecnologia CBTC. Destacaram que quando se compara as tomografias médicas com as odontológicas, é verificado que os CBTC apresentam uma maior exatidão, menor dose de radiação, captura da maxila e mandíbula em uma simples rotação do aparelho e o custo reduzido ao paciente, sendo mais vantajoso os tomógrafos odontológicos do que os tomógrafos médicos. Domingos (2006) avaliou a tomografia computadorizada por meio de cortes 38 multiplanar e 3D como meio auxiliar na elaboração do diagnóstico e no planejamento cirúrgico do processo coronóide. Foram utilizados 152 pacientes que apresentavam sintomas de disfunção temporomandibular, sendo selecionados vinte casos que apresentavam esta anomalia. Observou que as imagens multiplanares eram mais esclarecedoras que as 3D, entretanto, considerou imprescindível a utilização de ambas as imagens para o estudo. King et al. (2006) determinaram a relação existente entre a profundidade óssea vertical e o crescimento dos pacientes. Foram utilizados exames de aquisição volumétrica CBTC de 183 pacientes ortodônticos. Profundidades ósseas foram mensuradas em nove posições unilaterais no plano mediano palatino. Obtiveram que as médias das medidas dos pacientes masculinos foram maiores em seis dos nove sítios de mensuração do que as do feminino. Concluíram que devido a larga variação da espessura óssea, a CBTC tem prioridade para o planejamento do uso de implantes na região estudada. Paiano et al. (2006) salientaram que com o advento da tomografia computadorizada, se tornou possível a visualização tridimensional que favorece o diagnóstico e tratamento mais preciso em virtude da localização exata da lesão, além da análise da proximidade com as estruturas anatômicas vitais relacionadas. Relatou que a tomografia computadorizada é um método válido para auxiliar no diagnóstico e tratamento de uma lesão. Sakabe et al. (2006) documentaram os procedimentos de diagnóstico e tratamento de uma paciente de oito anos de idade que apresenta sinais e sintomas de distúrbios temporomandibular. Salientaram que a avaliação da anormalidade óssea da articulação temporomandibular, usando a aquisição volumétrica CBTC, 39 provê considerações valiosas. A imagem 3D mostrou uma erosão e aplainamento do côndilo. Concluíram que as anormalidades ósseas foram claramente identificadas pela imagem 3D. Saddy (2006) comparou os modelos de prototipagem originados a partir dos dados obtidos em exames de tomografia computadorizada médica e odontológica. Foi utilizada uma mandíbula seca e depois reconstruída por prototipagem. Verificou que os modelos de prototipagem rápida obtidos a partir das tomografias computadorizadas médicas foram mais precisos do que as odontológicas. Scarfe et al. (2006) destacaram a capacidade do CBTC em adquirir imagens com resolução sub-milimétrica o que propicia uma qualidade alta de diagnóstico. Salientaram ainda o baixo tempo de escaneamento usado (10-70 segundos) e a reduzida dose de radiação que chega a ser 15 vezes menor que na FBTC. Acreditam que com esta tecnologia é possível obter imagens em 3D da região maxilo-facial com mínima distorção que sejam de grande valia na prática clínica dentária. Cha et al. (2007) avaliaram a localização, natureza e ocorrência de achados radiográficos nas estruturas maxilo-faciais utilizando a aquisição volumétrica CBTC e procuraram associar estes achados com os sintomas dos pacientes ortodônticos. Para tal foram utilizadas 500 tomografias. No grupo ortodôntico, a maior incidência foi no espaço aéreo com 21,4%, sendo o espessamento de mucosa, pólipos e cistos de retenção as maiores correlações com os sinais e sintomas clínicos. Concluíram que para o diagnóstico clínico, os dados devem ser interpretados com a historia clinica completa e que deva ocorrer uma comunicação entre os profissionais para a compreensão e avaliação das possíveis doenças. 40 Howerton e Mora (2007) afirmaram que o CBTC é a nova tecnologia que provê imagens 3D do complexo oral e maxilo-facial, além de utilizar uma baixa dose de radiação e uma possível avaliação anatômica juntamente com as imagens 2D. Concluíram que a imagem 3D será mais prevalente, melhorará o diagnóstico, plano de tratamento e as experiências cirúrgicas poderão ser arquivadas. Kim et al. (2007) ilustraram este estudo com o novo sistema de guias cirúrgicos que utiliza a tecnologia por aquisição volumétrica CBTC para a confecção de modelos dentários. O CBTC foi utilizado para aquisição de cortes finíssimos virtuais da porção posterior da maxila. Obtiveram que o guia cirúrgico foi posicionado clinicamente e permitiu uma exata posição dos mini-implantes. Concluíram que a imagem CBTC permitiu o uso notável de baixa dose de radiação e finos cortes comparados com os obtidos pela FBTC. Shi et al. (2007) apresentaram uma reconstrução 3D das vértebras cervicais por meio da aquisição volumétrica CBTC. Dados de três indivíduos, com idades diferentes, sem problemas na região cervical, foram identificados de uma grande amostragem. As ferramentas de visualização foram usadas para demonstrar a topografia superficial das vértebras cervicais de C1 a C3. Obtiveram sucesso na segmentação das vértebras cervicais, sendo robusto e eficiente. Concluíram que é possível analisar a idade biológica dos pacientes ortodônticos pela espinha cervical. Small (2007) salientou que o CBTC apresentou um grande impacto na Odontologia recentemente, sendo desenvolvido seu uso nas diversas especialidades como Ortodontia, Endodontia, Cirurgia, Periodontia e Dentística. Destacou que este sistema de aquisição volumétrica CBTC apresenta vários benefícios, mas ainda é muito caro. 41 2.4 Cefalometria 3D Fuhrmann et al. (1996) avaliaram 15 pacientes com severas deformidades dento-maxilo-faciais por meio da cefalometria 3D e dos modelos de reconstrução cirúrgica em 3D. Após a definição dos pontos de medidas, distâncias, ângulos da face e dos ossos foram realizados as análises cefalométricas 3D no próprio computador. Desta forma, foi permitido o acesso quantitativo da assimetria óssea. Concluíram que a seqüência de tratamento clínico integrado ao modelo cirúrgico e cefalometria 3D, nestes pacientes com deformidades dento-maxilo-faciais, permitiu uma alta precisão no diagnóstico e planejamento do tratamento. Kragskov et al. (1997) compararam a confiança dos pontos anatômicos cefalométricos em radiografias cefalométricas laterais convencionais e as tomografias computadorizadas 3D. Destacaram que as cefalométricas convencionais são exames inexpressivos porém, um método bem estabelecido na avaliação das deformidades dento-faciais. Tanto a 2D quanto a 3D das tomografias computadorizadas vieram a propor um alívio nas desvantagens da técnica convencional. Nove crânios humanos macerados foram radiografados e obtidos cefalogramas padrões lateral e frontal. Foi realizado a reconstrução 3D e os pontos cefalométricos foram marcados conforme os coordenadas x, y e z. Obtiveram que as medidas do cefalograma lateral foram mais confiáveis do que na tomografia computadorizada 3D. Houve variação entre os observadores menor que 1 mm para a maioria dos pontos no exame convencional, enquanto 2 mm para o 3D. Concluíram que não houve evidências de que a tomografia em 3D apresente maior confiança do que os exames cefalométricos convencionais, apenas seja mais indicada para avaliação de severas assimetrias crânio-faciais. 42 Kusnoto et al. (1999) propuseram verificar a confiança das medidas lineares e angulares avaliadas pelo 3D de vários cefalogramas combinados entre o modo direto e por tomografia computadorizada. Foram utilizados vintes pontos prédeterminados, sendo criados 22 linhas e dez ângulos. Radiografias laterais, frontais e basilares foram realizadas dos crânios secos com e sem as vinte marcas radiopacas. A média de erro na mensuração linear e angular foi de 1,5 mm e 3,5 mm respectivamente. Concluíram que as medidas lineares, na direção transversa, foram obtidas com erros maiores do que nas medidas verticais, sendo que a projeção antero-posterior apresentou o menor erro. Quintero et al. (1999) revisaram sobre os métodos contemporâneos de imagens e as inovações que, no futuro, serão utilizadas para o planejamento e diagnóstico ortodôntico. Salientaram que a tomografia computadorizada pode ser considerada como a solução parcial das limitações das outras técnicas radiográficas, mas o custo, tempo de exposição e uma baixa representação dos tecidos moles podem ser fatores inaceitáveis para a rotina ortodôntica. Concluíram que a tecnologia digital está em desenvolvimento para ter uma eficiência nos modelos multidimensionais no intuito de integrar a forma e a função. Estes modelos podem ser interativos como dados de base conhecida e irá provê respostas clínicas a muitas indagações existentes. Estas vantagens na imagem serão na exatidão e eficiência no diagnóstico e planejamento ortodôntico, sendo importante para prática e pesquisa. Chidiac et al. (2002) compararam as mensurações de um crânio humano macerado com as imagens da radiografia cefalométrica lateral convencional e com a tomografia computadorizada. Treze crânios adultos foram selecionados, sendo realizados exames radiográficos cefalométricos lateral e frontal e tomográfico de 43 cada um. Medidas lineares foram realizadas nos três métodos, porém apenas na cefalométrica lateral e na tomografia é que foram feito as medidas angulares. Obtiveram que não houve diferença estatisticamente significante entre as médias dos valores angulares e que a maior correlação foi observada nas distâncias verticais medianas das tomografias e do crânio macerado. Já na projeção lateral das tomografias foi verificado que as medidas estavam menores que as do crânio. Concluíram que tanto a cefalométrica lateral convencional quanto a tomografia computadorizada apresentam um déficit nas relações angulares, sendo diferenciadas apenas na exatidão das medidas lineares. Considerando o fator econômico, as radiografias convencionais apresentam um ponto favorável ao seu uso. Rocha et al. (2003) propuseram avaliar a precisão das medidas lineares realizadas na 3D, utilizando a craniometria para fins de identificação individual na Odontologia Forense. Foram utilizadas cinco cabeças de cadáveres. Obtiveram que o erro padrão percentual esteve entre 0,85% e 3,09%. Concluíram que as medidas lineares obtidas nas estruturas ósseas e tegumentares forma consideradas precisas no 3D com alta qualidade e resolução. Adams et al. (2004) avaliaram e compararam a imagem 3D com a tradicional radiografia cefalométrica lateral em 2D na exatidão dos dados dos valores anatômicos definidos por medidas físicas. Foram utilizados nove crânios humanos macerados e 13 marcos anatômicos em ambos os métodos radiográficos. Verificaram que houve uma grande variabilidade entre o 2D e o padrão ouro, obtido pelas medidas diretas no crânio, em torno de ±15 mm, enquanto no método 3D apresentou-se mais preciso em relação ao padrão ouro com variação apenas de ± 3 44 mm. Observaram que quando uma distância é mensurada no crânio humano, apresenta-se de quatro a cinco vezes mais exata no método 3D do que no convencional 2D. Concluíram que é verificado um problema inerente a mensuração de uma distância 3D em imagem 2D. Cavalcanti et al. (2004) determinaram a precisão e a exatidão das medidas antropométricas usando a imagem 3D por um sistema computadorizado de aplicação clínica craniofacial e compararam os pontos craniométricos usando os protocolos ósseo e de tecido mole. Foram utilizados 13 cadáveres que foram examinados por meio de tomografia computadorizada. Os dados tomográficos foram transferidos para o computador de trabalho e criado o volume 3D por meio de ferramentas de computação gráfica. Os tecidos moles foram subsequentemente removidos da cabeça dos cadáveres e foram realizadas as medidas pelos marcos anatômicos. Não foi encontrada nenhuma diferença estatisticamente significante entre a imagem tomográfica e a medida física. A diferença entre as médias real e em 3D esteve abaixo de 0,83% para tecido ósseo e 1,78% para medidas em tecidos moles, sendo provado a grande exatidão das medidas 3D. Concluíram que o volume 3D pode ser usado para estudos antropométricos envolvendo aplicações craniofaciais. Hajeer et al. (2004) descreveram sobre todas as informações pertinentes à tecnologia 3D. Demonstraram os conceitos do uso deste tipo de imagem e como podem ser aplicados ao estudo da face. Destacaram que pode ser divididos em três tipos principais: cefalométrica 3D que não define o tecido mole do paciente; escaneamento por tomografia computadorizada 3D que é a mais popular e com maior aplicação médica; escaneamento por laser em 3D que provê o método menos invasivo ao paciente. Concluíram que os modelos 3D são ferramentas claras para a 45 demonstração das deformidades, assimetria e relações relativa entre diferentes componentes da face. Halazonetis (2005) discorreu sobre as vantagens em se utilizar a tecnologia 3D para o estudo da cefalometria. Destacou que reduções de custo e radiação foram pontos importantes para aceitação deste tipo de exame se comparado com a radiografia convencional. Salientou que a possibilidade de se trabalhar com tecidos duros e moles usando o próprio computador, é uma das grandes vantagens em tornar o planejamento interativo. Medidas cefalométricas podem ser usadas pela digitalização dos pontos nas coordenadas 3D. Concluiu que a ortodontia deva direcionar esta tecnologia como o futuro da cefalometria. Katsumata et al. (2005) desenvolveram, com auxílio da imagem 3D, uma avaliação que diagnostica pacientes com assimetria facial. Para tal, foram utilizados 16 pacientes de um estudo retrospectivo. Marcos anatômico modificados pelos pontos craniométricos ortodônticos foram definidos nas imagens 3D e o índice de assimetria de cada ponto foi calculado em milímetros. Obtiveram que a imagem tomográfica em 3D decorre de um método pratico de avaliação da morfologia da assimetria facial. Kau et al. (2005) afirmaram que os ortodontistas estão começando a apreciar as vantagens que a imagem 3D apresenta para auxílio no diagnóstico, plano de tratamento e explicação ao paciente. Focaram o trabalho em cima da tecnologia do feixe cônico, aquisição volumétrica CBTC, que utiliza radiação X e destacaram a importância da reprodução da imagem 3D. Nakajima et al. (2005) consideraram a tomografia computadorizada um método caro, que necessita de grande espaço e que usa uma grande dose de 46 radiação e por isso, não é um exame de rotina na Odontologia. O aparelho que trabalha com a tecnologia da tomografia computadorizada e tem sido desenvolvido, é conhecida como aquisição volumétrica CBTC. Demonstraram o uso deste exame no plano de tratamento e diagnóstico ortodôntico. Nos casos de impacção dentária, a tomografia computadorizada promove uma informação mais precisa do que as radiografias convencionais. Nos casos de desordens temporomandibular, a tomografia computadorizada fornece imagem clara e detalhada da posição condilar tanto no pré-tratamento quanto no pós-tratamento. Concluíram que as imagens por aquisição volumétricas CBTC implicam em informações úteis para o diagnóstico ortodôntico e plano de tratamento. Cevidanes et al. (2006) afirmaram que a imagem 3D pode promover informações importantes na clínica e pesquisa, principalmente quando se transfere a tradicional análise cefalométrica 2D para a nova técnica 3D, sendo necessário sua comparação. Destacaram que a aquisição volumétrica CBTC provê ferramentas de simulação que ajuda a ocupar uma laguna entre os tipos de imagens. As aquisições podem simular cortes panorâmicos e cefalométricos lateral e frontal que podem ser comparados com as já existentes. Salientaram que as imagens 3D na Ortodontia incluem o diagnóstico inicial e a sobreposição dos fatores de crescimento, mudanças durante o tratamento e a estabilização. As imagens 3D da aquisição volumétrica CBTC mostra a inclinação das raízes dentárias e o torque, posição de dentes impactados e supranumerários, espessura, morfologia de sítios ósseos para ancoragem de mini-implantes e locais de osteotomia no planejamento cirúrgico. Por fim, destacaram que a relação entre tecidos moles e o espaço aéreo pode ser avaliado pelo 3D. 47 Farman e Scarfe (2006) destacaram o potencial do CBTC em criar oportunidade da avaliação cefalométrica em 3D, analisando pontos anatômicos, o espaço aéreo como também a face do paciente. Descreveram três métodos que simulam os cefalogramas convencionais em 2D por meio das imagens e dados volumétrico do CBTC. Salientaram que se deve ter certa precaução no que tange o critério de seleção do exame e considerar a dose de radiação. Lagravère et al. (2006) propuseram padronizar pontos e planos na orientação da imagem 3D. CBTC foram obtidos de dez adolescentes e analisados em um software específico. Quatro pontos foram colocados em cada imagem. Obtiveram que o plano horizontal foi formado pelo meato acústico externo e ELSA (ponto médio entre ambas foraminas espinhosas) e o plano sagital-vertical pelo ELSA e o dorso médio do forame magno, sendo perpendiculares entre si. Concluíram que todos os pontos foram adequados quanto à padronização da orientação da imagem 3D. Macchi et al. (2006) salientaram que a obtenção das imagens exatas da região crânio-facial é crítica quando for realizar o desenvolvimento do diagnóstico ortodôntico e plano de tratamento. Descreveram um novo método de imagem que promove a visualização 3D da maxila e mandíbula e um modelo variável de acordo com o fator anatômico individual. Este método usa tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC que oferece imagens com maior resolução com relativa baixa da dose de exposição à radiação. Park et al. (2006) propuseram um novo tipo de análise cefalométrica usando a tomografia computadorizada 3D. Ressaltaram que as técnicas consideradas 2D são usadas para entender as estruturas 3D, ao passo que a primeira apresenta sérias limitações. Foram utilizados 16 pacientes masculinos e 14 feminino com faixa etária 48 de vinte anos. Para a realização das medidas, foi usado o programa “Vsurgery” (Cybermed). Os resultados foram comparados com a média normal dos coreanos e não foi encontrada nenhuma diferença estatisticamente significante. Concluíram que a tomografia computadorizada 3D pode prove informações que serão usadas no diagnostico e plano de tratamento ortodôntico. Swennen e Schutyser (2006) descreveram as vantagens e desvantagens da cefalometria 3D, sendo discutido todo potencial do CBTC neste tipo de análise. Salientaram que a tecnologia 3D tem ficado popular e aberto várias possibilidades no planejamento, tratamento e acompanhamento ortodôntico. Acreditam que esta tecnologia seja uma ponte de ligação entre a cefalometria convencional e as novas técnicas de imagem moderna que apresentam maior qualidade, exatidão e fidelidade aos dados 3D. Swennen et al. (2006) apresentaram um novo método de avaliação cefalométrica pela reconstrução 3D. Foram utilizados vinte pacientes com relação óssea em normalidade para verificar a exatidão deste novo método de análise. Quarenta e duas medidas ortogonais foram utilizadas para avaliação de cada paciente. Na avaliação intra-observador, a diferença apresentou-se menor que 1 mm para todos os tipos de medidas ortogonais e na inter-observador, apenas na medida transversal. Verificaram alta relação entre os observadoes. Concluíram que o novo método de avaliação por meio da 3D é eficaz e exato e é capaz de realizar análises em tecidos duros e moles. Kumar et al. (2007) compararam as mensurações realizadas em cortes laterais do CBTC, usando as projeções ortogonal e perspectiva, com as telerradiografia cefalométrica lateral convencional e com o crânio seco. Foram 49 radiografados e submetidos à tomografia computadorizada dez crânios macerados e os dados volumétricos foram exportados ao programa Dolphin 3D. As projeções ortogonais e laterais foram criadas a partir do modelo virtual 3D. Foram utilizados nove linhas e cinco ângulos para as mensurações pelo próprio programa, sendo realizados em tempos diferentes. A projeção perspectiva e a imagem convencional foram verificadas as magnificações. As medidas lineares e angulares foram avaliadas por meio da comparação de medidas repetitivas. As mensurações não diferiram entre as modalidades de imagem, com exceção para o comprimento mandibular. Nos casos das medidas medianas, o CBTC apresentou resultados significantemente melhor do que as imagens convencionais. Já a projeção ortogonal apresentou melhor exatidão nas medidas medianas do que a projeção perspectiva do CBTC e da cefalométrica convencional. Concluíram que o CBTC reproduz com precisão e exatidão similarmente a geometria cefalométrica, sendo a projeção ortogonal a que apresentou melhor eficiência do que os outros modos. Müller-Hartwich et al. (2007) discorreram sobre o novo sistema completamente digital que utiliza imagens 3D e técnicas computadorizadas para diagnóstico e plano de tratamento aplicados à Ortodontia. Os tratamentos podem ser simulados e avançados em diversas estratégias diferentes de tratamento o que permite o planejamento detalhado do tratamento. O uso desta tecnologia disponibiliza reprodutibilidade, eficiência e qualidade no tratamento ortodôntico. 50 3 PROPOSIÇÃO O objetivo desta pesquisa foi comparar por meio das telerradiografias cefalométricas laterais: convencional, digital e geradas por tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC, algumas medidas lineares e angulares, quanto a sua fidelidade, nas análises dos traçados cefalométricos de Rickets, McNamara e Jarabak. 51 4 MATERIAL E MÉTODO 4.1 Material 4.1.1 Amostra Após a aprovação, de acordo com o Certificado (Anexo A), pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic - SLM, sob o protocolo n° 05/160 – de acordo com a resolução 196/1996 do CNS – Ministérios da Saúde, realizou-se o levantamento da amostra. Foram selecionados 35 prontuários de forma aleatoria que fazem parte do acervo da Disciplina de Radiologia da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic – Campinas. A escolha desta amostra ocorreu sem distinção quanto ao gênero e etnia, mas que abrangesse a faixa etária que variasse dos 12 anos e zero mês aos 14 anos e 11 meses. Todos os prontuários são completos nos quais se pode verificar a presença das telerradiografias cefalométricas laterais convencional e digital e da tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC. Todas as radiografias e tomografias são de brasileiros, filhos de pais brasileiros, da região de Campinas, considerados saudáveis no momento em que os dados foram colhidos. Não fizeram parte desta amostragem os indivíduos que não realizaram as telerradiografias cefalométricas laterais convencional e digital e a tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC no mesmo intervalo de dez dias. Utilizou-se este fator de exclusão embasado nas datas registradas nos exames. Não houve diferenciação quanto ao tipo de maloclusão dentária, sendo que toda a amostra jamais recebera atenção clinica ortodôntica. 52 Não houve divisão por gênero nem por etnia, pois estes fatores são independentes do tipo de análise e comparação utilizada nesta metodologia. 4.2 Métodos Todas as tomadas radiográficas foram realizadas na mesma clínica de Radiologia e por um mesmo profissional experiente para que se evitassem erros pertinentes à execução da técnica. 4.2.1 Radiografias 4.2.1.1 Telerradiografia cefalométrica lateral convencional Foram realizadas as telerradiografias cefalométricas laterais convencionais no aparelho Orthoralix® 9200 (Gendex, Desntply, Milano - Itália) com 72kV e 6 mA com variação de 0,6 a 0,8 segundo no tempo de exposição dependendo do gênero, etnia, estatura e peso do paciente. Não foi utilizado grade anti-difusora em nenhum exame. Após, todas as radiografias foram digitalizadas para serem inseridas no programa Cef X® (CDT, Cuiabá - Brasil) e Dolphin (Dolphin, EUA) para serem realizados os traçados cefalométricos. 4.2.1.2 Telerradiografia cefalométrica lateral digital Após a realização da telerradiografia cefalométrica lateral convencional, o paciente foi submetido à telerradiografia cefalométrica lateral digital no aparelho Orthopantomograph OP 100 D® (Instrumentarium - GE, Finlândia) com 85 kV e 12 53 mA com tempo de exposição constante de 8 segundos. Vale explicar que os fatores utilizados para realização desta radiografia foram maiores do que os utilizados para a tomada radiográfica com filme convencional porque o sistema digital usa o princípio de escaneamento, sendo chamado de escanografia. O sensor digital de carga acoplada (CCD) fica posicionado no local onde se coloca o chassi, sendo que este sensor acompanha o movimento do cabeçote de um lado ao outro sincronicamente, o que representa, para o paciente, menor quantidade de radiação recebida em função da dinâmica da operação. Estas radiografias foram salvas na linguagem DICOM (DIGITAL IMAGE OF COMUNICATION IN MEDICINE) e inseridas no programa Dolphin Imaging 3D® (Dolphin, EUA) para serem analisadas cefalometricamente. 4.2.1.3 Tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC Por fim, por meio do aparelho Newtom 3G® (QRVerona, Itália), foram realizadas as tomografias computadorizadas por aquisições volumétricas CBTC de forma padronizada proporcionalidade e e seguindo analogias todos às os critérios telerradiografias para que cefalométricas houvesse laterais convencionais quando da orientação do posicionamento da cabeça do paciente. Os exames foram salvos na extensão DICOM 3.0 com matriz de 512 x 512. Subseqüente a isso, as tomografias foram enviadas ao programa Dolphin Imaging 3D® (Dolphin, EUA) para as análises cefalométricas em normas ortogonal e em perspectiva. Segundo Halazonetis (2005), a norma ortogonal, também chamada de projeção paralela, é aquela em que se mantém o tamanho dos objetos independentemente da distância, devido a sua formação por linhas paralelas. Já a 54 perspectiva, produz imagens similares às obtidas pelos olhos humanos ou em fotografia, sendo considerada uma imagem mais natural. Desta maneira, vale elucidar que a norma ortogonal é mais fidedigna por ser mais precisa e obedecer a disposição geométrica natural de um objeto. 4.2.2 Análises cefalométricas Para a avaliação comparativa entre os tipos de traçados cefalométricos obtidos pelas maneiras distintas, foram realizados três análises cefalométricas diferentes por meio dos programas Cef-X® (CDT, Cuiabá - Brasil) e Dolphin Image® 10.1 (Dolphin, EUA), a saber: análise cefalométrica de Rickets; análise cefalométrica de McNamara e análise cefalométrica de Jarabak. Todas as análises foram realizadas por três profissionais especializados experientes em traçados cefalométricos, sendo avaliadas três vezes cada, apesar de Goldreich et al. (1998) terem destacados que os erros são maiores entre os observadores do que no mesmo observador. Porém, como a preferência foi testar comparativamente as análises cefalométricas, utilizou-se todas as alternativas possíveis de avaliação. 55 Figura 1 – Telerradiografia cefalométrica lateral convencional digitalizada com a sobreposição do traçado cefalométrico. Figura 2 – Telerradiografia cefalométrica lateral digital com a sobreposição do traçado cefalométrico. 56 Figura 3 – Tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a sobreposição do traçado cefalométrico. Figura 4 – Tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em perspectiva com a sobreposição do traçado cefalométrico. 57 Para realizar a comparação entre os cinco métodos radiográficos telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X (CDT, Cuiabá - Brasil) e as obtidas pelo Dolphin (Dolphin, EUA) foram as telerradiografias cefalométricas laterais convencional e digital, tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva – foram utilizados uma medida linear e uma angular dos traçados cefalométricos de Rickets e McNamara, sendo que o de Jarabak foram usados duas medidas lineares e uma angular. As medidas lineares e angulares podem ser verificadas segundo os quadros 1 e 2. TRAÇADOS CEFALOMETRICOS MEDIDAS LINEARES CEF-X Convexidade do Ponto "A" N-PerpPog N-Me S-Go RICKETS McNAMARA JARABAK DOLPHIN Convexity (A-NPo) Mand. Skeletal (Pg-NaPerp) Anterior Face Height (Na-Me) Posterior Face Height (S-Go) Quadro 1 – Representação e correspondências das medidas lineares utilizadas em cada traçado cefalométrico pelos programas Cef-X e Dolphin. TRAÇADOS CEFALOMETRICOS RICKETS McNAMARA JARABAK MEDIDAS ANGULARES CEF-X Cone Facial Ângulo Mandibular (Po-Or)(Go-Me) Ângulo Goníaco (Ar-GoC)Me DOLPHIN Facial Angle (FH-NPo) FMA (MP-FH) Gonial/Jaw Angle (ArGoMe) Quadro 2 – Representação e correspondência das medidas angulares utilizadas em cada traçado cefalométrico pelos programas Cef-X e Dolphin 58 4.2.3 Tratamento estatístico A base do tratamento estatístico persistiu na diferenciação dos traçados cefalométricos pelos cinco métodos. Tomando por base a ortogonal, analisaram-se os resultados obtidos pela perspectiva, pela digital, pela convencional Dolphin e pela convencional Cef-X. Desta forma, procurou-se avaliar separadamente cada análise cefalométrica dos 35 prontuários pelos cinco métodos radiográficos, sendo dividido em três grandes grupos – Rickets, McNamara e Jarabak. Para a avaliação e a comparação dos valores obtidos linearmente e angularmente, de todas as análises cefalométricas, foram utilizados os testes estatísticos paramétricos uma vez que os dados analisados eram mensuráveis. Desta forma, pode-se realizar a diferenciação entre os tipos de traçados cefalométricos e meios radiográficos utilizados por meio dos dados obtidos pelo p-valor e valores do coeficiente de regressão. Primeiramente, realizou-se o agrupamento dos valores das análises cefalométricas conforme as medidas lineares e angulares adotadas de cada análise. Após, aplicou-se a Estatística de Regressão Linear, com intervalo de confiança de 5%, para todos os valores das análises cefalométricas para se verificar a correlação dos valores entre os tipos de métodos radiográficos. Com o resultado obtido, para confirmar a correlação, realizou-se o Teste F com o mesmo intervalo de confiança. Utilizou-se este teste estatístico já que os dados estimados são relacionados entre si e por se tratarem das mesmas medidas avaliadas por cinco métodos radiográficos. Para que se obtenha o que é convencionado chamar de plano ideal, que parte do ponto zero tanto da coordenada quanto da abscissa numa inclinação de 45°, com base no Teste F, altera-se a inclinação da reta e o ponto de intersecção entre os eixos para se verificar a correlação. Procurou-se observar com estes testes se os valores obtidos foram representativos e homogêneos. Vale ressaltar que quanto 59 menor o valor de F, ou seja, mais próximo de 1, mais similares são os valores obtidos e caso estiverem com o p-valor maior que 0,05, os dados são considerados estatisticamente similares. 60 5 RESULTADOS Para o melhor entendimento e simplificação dos resultados obtidos, a descrição dos dados estatísticos foi realizada segundo a divisão entre as medidas lineares e, posteriormente, as medidas angulares, sendo que foi seguida a ordem segundo as análises cefalométricas de Rickets (1.1 e 2.1), McNamara (1.2 e 2.2) e Jarabak (1.3, 1.4 e 2.3). De acordo com os valores obtidos, todas as comparações foram realizadas partindo do método da tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal como variável de referência, uma vez que os dados deste foram mais representativos e apresentaram pouca variação. Desta forma, realizaram-se correlações lineares dos dados estatísticos para a verificação da heterogenia dos valores das análises cefalométricas. Vale relembrar que, primeiramente, realizou-se a Estatística de Regressão para verificar a correlação entre os valores e depois se aplicou o Teste Estatístico F para avaliar se são significativos e relacionados entre si. 5.1 Análise das medidas lineares 5.1.1 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de Rickets para Convexidade (A-NPo) Em se tratando da análise por meio de valores paramétricos, pela correlação linear e o Teste F, com intervalo de significância de 5%, pode-se verificar que 61 apenas na correlação entre os valores obtidos pelo método radiográfico da tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica digital, ambos avaliados pelo Dolphin, apresentou similaridade nos valores obtidos com p = 0,095 e F = 2,54. Pode-se verificar que o valor correspondente do coeficiente de determinação, denominado R2, foi alto (R2 = 0,91) com índice muito próximo a um o que representa uma boa correlação. É possível confirmar este resultado pela representação gráfica da figura 5. Ortogonal Dolphin 10 y = 0,8978x + 0,1277 R2 = 0,9103 5 0 -5 0 5 10 -5 Rx Digital Dolphin Figura 5 – Representação gráfica da correlação positiva entre a convexidade obtida pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com os da telerradiografia cefalométrica digital, ambos avaliados pelo Dolphin. Já para as outras três comparações, entre a variável de referência com as telerradiografias cefalométricas convencional avaliada pelo Cef-X (p = 0,00 e F = 161,819) e Dolphin (p = 0,00 e F = 20,793) e tomografia computadorizada por 62 aquisição volumétrica CBTC em perspectiva (p = 0,00 e F = 16,799), foram verificados que os resultados não se apresentaram similares, ou seja, houve uma diferença estatisticamente significante entre eles. Vale ressaltar que os valores dos coeficientes estiveram altos, porém quando se associou o outro teste estatístico foi possível observar as diferenças entre os métodos. Mesmo assim, fica evidente afirmar que os valores obtidos na telerradiografia cefalométrica lateral convencional estiveram mais distantes, sendo notório a diferenciação das avaliações realizadas nos dois programas, Cef-X e Dolphin. Pelas representações gráficas das figuras 6, 7 e 8 respectivamente para cada método, fica evidente tal afirmação. 15 y = 0,6659x - 1,6486 R2 = 0,8034 Ortogonal Dolphin 10 5 0 -5 0 5 10 15 -5 CEF Figura 6 – Representação gráfica da correlação entre a conxevidade obtida pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com os da telerradiografia cefalométrica convencional digitalizada avaliada pelo Cef-X. 63 15 y = 0,6873x + 0,2968 R2 = 0,826 Ortogonal Dolphin 10 5 0 -5 0 5 10 15 -5 Rx Convencional Dolphin Figura 7 – Representação gráfica da correlação entre a convexidade obtida pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com os da telerradiografia cefalométrica convencional digitalizada, ambos avaliados pelo Dolphin. 10 y = 0,7847x + 0,2851 R2 = 0,926 Ortogonal Dolphin 5 0 -10 -5 0 5 10 -5 -10 Perspective Dolphin Figura 8 – Representação gráfica da correlação entre a convexidade obtida pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 64 5.1.2 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de McNamara para o plano facial (N-PerpPo) Da mesma forma em que foram realizadas as avaliações para as medidas lineares de Rickets encontradas nos diversos métodos radiográficos, realizou-se, no mesmo protocolo dos testes estatísticos, a avaliação das medidas lineares da análise cefalométrica de McNamara. Considerando os valores obtidos pelo p-valor e no valor de F, pode-se verificar que a única análise em que houve diferença estatisticamente significante em relação à comparação da variável de referência foi na telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. Verificou-se que, em decorrência do valor p = 0,00, F = 13,26 e coeficiente de correlação relativamente baixo, pode-se observar que os dados não se apresentaram similarmente. De acordo com a representação gráfica da figura 9, é possível verificar esta diferença. 10 Ortogonal Dolphin y = 0,7356x + 1,5479 R2 = 0,6298 5 0 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 -5 -10 -15 -20 -25 CEF Figura 9 – Representação gráfica da correlação entre o plano facial obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 65 Em contrapartida, pode-se verificar uma correlação positiva entre os valores obtidos pelas análises nas quais foi utilizado o programa Dolphin. Desta forma, fica lúcido evidenciar que os dados foram similares nos três casos de comparação. Na telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Dolphin, encontrouse p = 0,35, o que representa um valor acima do coeficiente de significância, com F = 1,20 que é representativo já que está muito próximo do valor 1. Segundo a representação gráfica da figura 10, fica ilustrativo observar a semelhança da reta de regressão com a inclinação de 45° do plano ideal. 10 y = 0,8296x - 1,2692 R2 = 0,5711 Ortogonal Dolphin 5 0 -20 -15 -10 -5 0 5 10 -5 -10 -15 -20 Rx Convencional Dolphin Figura 10 – Representação gráfica da correlação positiva entre o plano facial obtidos pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. Para a avaliação da telerradiografia cefalométrica lateral digital avaliado pelo Dolphin foi observado uma correlação linear positiva na qual se pode verificar o p = 0,87 e F = 0,13, porém, pela representação gráfica da figura 11, é possível observar 66 um coeficiente de determinação (R2) considerado não muito expressivo já que alguns pontos estiveram um pouco dispersos. 10 y = 0,9634x + 0,1482 R2 = 0,6959 Ortogonal Dolphin 5 0 -20 -15 -10 -5 0 5 10 -5 -10 -15 -20 Rx Digital Dolphin Figura 11 – Representação gráfica da correlação positiva entre o plano facial da análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. Por fim, na comparação entre os dois tipos de normas – ortogonal e perspectiva - da aquisição volumétrica CBTC, pode-se verificar uma correlação linear positiva ao se considerar os valores p = 0,39 e F = 0,95. Em decorrência da forte correlação (R2 = 0,95) associada aos dados obtidos, pode-se afirmar que esta comparação foi a mais representativa nesta análise cefalométrica. Por meio da representação gráfica da figura 12 é possível confirmar este resultado. 67 10 y = 0,9701x + 0,3156 R2 = 0,9223 Ortogonal Dolphin 5 0 -20 -15 -10 -5 0 5 10 -5 -10 -15 -20 Perspective Dolphin Figura 12 – Representação gráfica da correlação positiva entre o plano facial obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 5.1.3 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de Jarabak para as alturas faciais anterior (N-Me) e posterior (S-Go) De forma a descrever os resultados mais claramente, preferiu-se separar as duas medidas lineares utilizada na análise de Jarabak em dois itens por se tratar de medidas distintas. Primeiramente foi abordada a altura facial anterior (N-Me) e, por conseguinte, foram descritos os resultados da altura facial posterior (S-Go) para todos os métodos radiográficos. 5.1.3.1 Avaliação da comparação entre os valores da altura facial anterior, representado pelo plano N-Me Em decorrência dos valores estatísticos e das representações gráficas foram possíveis verificar que para todas as comparações com a variável de referência, 68 independente do método radiográfico utilizado, houve uma diferença estatisticamente significante, não representando valores similares. Na primeira comparação, entre a aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliada pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X, obteve-se o valor de p = 0,00 e F = 117,09, apesar de apresentar valor considerado razoável no coeficiente de determinação conforme representação gráfica da figura 13. 140 135 y = 0,8133x + 14,365 R2 = 0,7676 Ortogonal Dolphin 130 125 120 115 110 105 100 100 105 110 115 120 125 130 135 140 CEF Figura 13 – Representação gráfica da correlação entre a altura facial anterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. Para a comparação da variável referência com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Dolphin, os resultados estatísticos não estiveram diferentes dos obtidos pela avaliação no Cef-X. Pode-se verificar que o valor de p = 0,00 e F = 59,20 apresentaram-se muito distante de serem considerados similares, 69 além de ser verificado baixa correlação conforme coeficiente de determinação. Segundo a representação gráfica da figura 14 fica evidente a disparidade das duas variáveis. 145 y = 0,5728x + 44,275 R2 = 0,5832 Ortogonal Dolphin 135 125 115 105 95 95 105 115 125 135 145 Rx Convencional Dolphin Figura 14 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial anterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. Considerando a comparação feita entre a variável de referência com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, sendo ambos avaliados pelo Dolphin, foi demonstrado que, de todos os valores obtidos pelos outros tipos de métodos radiográficos, este foi o que se apresentou o melhor resultado dentre os priores obtidos, apesar de haver uma diferenciação entre as variáveis. Não foi verificada uma similaridade nas amostras uma vez que o p = 0,00 e F = 7,59, além de ser observado um baixo coeficiente de correlação conforme representação gráfica da figura 15. 70 Ortogonal Dolphin 130 y = 0,8346x + 21,434 R2 = 0,5324 120 110 100 100 110 120 130 Rx Digital Dolphin Figura 15 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial anterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. Como finalização deste item, a correlação entre as duas normas, ortogonal e perspectiva, da aquisição volumétrica CBTC avaliados pelo Dolphin apresentou as maiores diferenças estatísticas se considerar que p = 0,00 e F = 163,09, apesar do coeficiente de determinação estar relativamente razoável com R2 = 0,75. Pela representação gráfica da figura 16, pode-se observar que apesar dos valores apresentarem próximo entre si, estão agrupados bem abaixo do plano inclinado a 45° que representa a correlação ideal. 71 140 y = 0,766x + 18,397 R2 = 0,7527 Ortogonal Dolphin 130 120 110 100 100 110 120 130 140 Perspective Dolphin FIGURA 16 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial anterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 5.1.3.2 Avaliação da comparação entre os valores da altura facial posterior, representado pelo plano S-Go Como finalização das medidas lineares, foram abordadas os valores da altura facial posterior dos pacientes, pela análise cefalométrica de Jarabak, e avaliados estatisticamente conforme o protocolo utilizado para as medidas anteriores. De acordo com os resultados obtidos, por esta medida linear, todas as comparações apresentaram-se diferentes estatisticamente, ou seja, ao se considerar somente a altura facial posterior, todos os métodos radiográficos não se apresentam similares entre as variáveis. Considerando a comparação da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliada pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral 72 convencional avaliada pelo Cef-X, conforme figura 17, pode-se verificar a disparidade entre as duas avaliações Foi observado que as amostras se distinguiam pelo p = 0,00 e F = 75,99, apesar de apresentarem um coeficiente de correlação razoavelmente bom, porém abaixo do plano ideal de 45°. 90 Ortogonal Dolphin 85 y = 0,7715x + 10,934 R2 = 0,7071 80 75 70 65 60 55 55 60 65 70 75 80 85 90 CEF Figura 17 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial posterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. Foram verificados os mesmos resultados obtidos com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Dolphin assim como para o Cef-X, porém notou-se uma pequena diferença nos valores de F = 64,84 e no coeficiente de determinação R2 = 0,67, sendo que o p-valor manteve-se nulo. De acordo com a figura 18, é possível verificar que os pontos de intersecção de uma análise com a outra aparecem dispersos e abaixo do plano ideal o que denota uma média correlação. 73 90 Ortogonal Dolphin 85 y = 0,8287x + 6,4341 R2 = 0,6749 80 75 70 65 60 55 55 60 65 70 75 80 85 90 Rx Convencional Dolphin Figura 18 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial posterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. Para a telerradiografia cefalométrica lateral digital, foi verificada uma desigualdade entre as variáveis, apesar de ter se notado os melhores valores dentre os piores obtidos, com p = 0,01 e F = 5,00. No entanto, a correlação entre as duas amostras foi baixa, como confirmado pela representação gráfica da figura 19, o que não justificou os índices encontrados no teste estatístico F, uma vez que a marcação dos pontos foi muito dispersa. 74 85 Ortogonal Dolphin 80 y = 0,8293x + 13,67 R2 = 0,5074 75 70 65 60 55 50 50 55 60 65 70 75 80 85 Rx Digital Dolphin Figura 19 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial posterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. Por fim, de posse da análise comparativa entre as normas ortogonal e perspectiva da aquisição volumétrica CBTC, avaliadas pelo Dolphin, pode-se afirmar que houve uma diferença significante entre eles. Ao observar a representação gráfica da figura 20, é possível verificar que a correlação linear apresentou um resultado razoavelmente favorável, porém valores do teste F (p =0,00 e F = 136,21) desfavorável na similaridade das variáveis. 75 90 Ortogonal Dolphin 85 y = 0,6572x + 18,71 R2 = 0,745 80 75 70 65 60 55 55 60 65 70 75 80 85 90 Perspective Dolphin Figura 20 - Representação gráfica da correlação entre a altura facial posterior obtida pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 5.2 Análise das medidas angulares No intuito de simplificar, novamente será realizado a exposição dos resultados em tópicos isolados conforme as análises cefalométricas de Rickets, McNamara e Jarabak para as medidas lineares. Para as medidas angulares foram utilizados os mesmos testes estatísticos, com intervalo de confiança de 5%, já que se tratava de análises comparativas entre os mesmos métodos radiográficos. Vale ressaltar, mais uma vez, que a variável de referência das avaliações foi o exame por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin. 76 5.2.1 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de Rickets para o ângulo facial. De acordo com os resultados obtidos, pode-se verificar que somente para uma comparação não foi observado variáveis similares. Pode-se afirmar conforme os valores obtidos na comparação entre a aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliado pelo Cef-X e pela representação gráfica da figura 21 que esta foi apenas a análise discrepante. Obteve-se que p = 0,00 e F = 551,00 com coeficiente de correlação extremamente baixo (R2 = 0,14), sendo verificado que a regressão linear esteve totalmente atípica em relação ao plano ideal. 95 Ortogonal Dolphin 90 85 80 75 70 65 y = 0,2717x + 69,715 R2 = 0,1424 60 55 55 60 65 70 75 80 85 90 95 CEF Figura 21 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo facial obtido pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 77 Já para as outras três comparações, ou seja, da variável de referência com as telerradiografias cefalométricas laterais convencional (p = 0,44 e F = 0,84) e digital (p = 0,73 e F = 0,30) e a aquisição volumétrica CBTC em perspectiva (p = 0,24 e F= 1,50), todos avaliados pelo Dolphin, o resultado foi favorável. Verificou-se que para todos os casos, obteve-se que não houve diferença estatisticamente significante entre as amostras, sendo consideradas variáveis similares. De acordo com as representações gráficas subseqüentes, é possível verificar que todas as regressões lineares estiveram muito semelhantes ao plano ideal, com uma amostragem bastante homogênea. Ortogonal Dolphin 95 y = 0,889x + 9,3534 R2 = 0,5558 90 85 80 80 85 90 95 Rx Convencional Dolphin Figura 22 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo facial obtido pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. 78 95 Ortogonal Dolphin y = 0,9463x + 4,9491 R2 = 0,7133 90 85 80 80 85 90 95 Rx Digital Dolphin Figura 23 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo facial obtido pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. Ortogonal Dolphin 95 y = 1,0201x - 1,5486 R2 = 0,9549 90 85 80 80 85 90 95 Perspective Dolphin Figura 23 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo facial obtido pela análise de Rickets da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 79 5.2.2 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de McNamara para o ângulo mandibular (FMA) Na avaliação das medidas do ângulo mandibular, pode-se perceber que nos casos em que se utilizou a tecnologia digital para a aquisição da imagem radiográfica, obteve-se que as variáveis foram similares, ou seja, não houve diferenciação entre elas. No entanto, para as comparações entre a aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliada pelo Dolphin com as telerradiografias cefalométricas laterais convencionais avaliadas pelo Cef-X (p = 0,00 e F = 7,76) e Dolphin (p = 0,04 e F = 3,51), foi verificado diferença estatisticamente significante entre as amostras. Deve ser lembrado que os valores estatísticos obtidos na radiografia convencional avaliada pelo Dolphin estiveram muito próximos da similaridade, denotando uma interpretação favorável a sempre se utilizar o mesmo programa para a realização das análises cefalométricas. Considerando as representações gráficas das figuras 24 e 25, pode-se observar a distribuição dos dados dos exames convencionais. 80 40 y = 0,8364x + 3,3818 R2 = 0,8326 Ortogonal Dolphin 35 30 25 20 15 10 10 15 20 25 30 35 40 CEF Figura 24 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo mandibular (FMA) obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 40 y = 0,8449x + 4,9874 R2 = 0,7866 Ortogonal Dolphin 35 30 25 20 15 10 10 15 20 25 30 35 40 Rx Convencional Dolphin Figura 25 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo mandibular (FMA) obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. 81 Por outro lado, os exames radiográficos que utilizaram a tecnologia digital apresentaram os resultados melhores. Ao verificar os dados estatísticos, é possível observar que para a telerradiografia cefalométrica lateral digital avaliado pelo Dolphin obteve p = 0,89 e F = 0,11 com um alto coeficiente de correlação como pode ser verificado pela figura 26. 40 Ortogonal Dolphin 35 y = 0,98x + 0,7019 R2 = 0,8477 30 25 20 15 10 10 15 20 25 30 35 40 Rx Digital Dolphin Figura 26 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo mandibular obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. Já para a comparação entre as duas diferentes normas das tomografias computadorizadas, pode-se notar uma alta correlação linear com seu plano de regressão praticamente sobreposto ao plano ideal. Foi observado que, para este caso, p = 0,27 e F = 1,33 conforme demonstrado na representação gráfica da figura 27. É pertinente salientar que a correlação entre as duas amostras foi razoavelmente 82 alta com boa similaridade entre as variáveis, ou seja, para se realizar uma análise do ângulo mandibular pode-se utilizar tanto a norma ortogonal quanto a perspectiva. 40 y = 1,0987x - 2,2065 R2 = 0,8528 Ortogonal Dolphin 35 30 25 20 15 10 10 15 20 25 30 35 40 Perspective Dolphin FIGURA 27 - Representação gráfica da correlação positiva entre o ângulo mandibular obtido pela análise de McNamara da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 5.2.3 Avaliação da comparação entre os valores obtidos pelo traçado cefalométrico de Jarabak para o ângulo goníaco (ArGoMe). De todas as análises cefalométricas, para as medidas angulares, a única em que apresentou um resultado unânime foi a de Jarabak. Pela distribuição das variáveis, em todos os tipos de exame radiográfico, sendo convencionais ou digitais e mesmo avaliados pelo Cef-X ou Dolphin, o resultado estatístico foi desfavorável quanto a similaridade entre as amostras. 83 Pode-se notar que para as telerradiografias cefalométricas laterais convencionais, avaliadas pelo Cef-X e pelo Dolphin, os valores demonstraram diferenças estatisticamente significante em relação à variável de referência. No primeiro caso, verificou-se que p = 0,00 e F = 28,21 com um coeficiente de correlação razoavelmente bom como se pode notar na figura 28. Já para o segundo caso, o p-valor também foi nulo (p = 0,00) com variação do F = 11,66, sendo observado uma correlação razoavelmente boa, conforme seu coeficiente de determinação (R2), segundo o gráfico da figura 29. 140 Ortogonal Dolphin 135 y = 0,7478x + 33,681 R2 = 0,7572 130 125 120 115 110 105 105 110 115 120 125 130 135 140 CEF Figura 28 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo goníaco obtido pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliado pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X. 84 140 y = 0,7012x + 38,324 R2 = 0,7217 Ortogonal Dolphin 135 130 125 120 115 110 110 115 120 125 130 135 140 Rx Convencional Dolphin Figura 29 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo goníaco obtido pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional, ambos avaliados pelo Dolphin. No que tange os exames digitais, telerradiografia cefalométrica lateral e a aquisição volumétrica CBTC em perspectiva, as variáveis, ângulos goníacos, não se apresentaram similares aos obtidos pela aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal, apesar de todos serem avaliados pelo programa Dolphin. Nos casos das laterais, o valor do teste estatístico foi com p = 0,00 e F = 10,01 com a correlação relativamente boa em relação a amostra de referência conforme figura 30. Na comparação entre as normas da aquisição volumétrica CBTC, notou-se que este ângulo não ofereceu valores favoráveis a similaridade uma vez que o p = 0,01 e F = 5,24, sendo considerados os melhores valores desta série, porém a correlação foi apenas mediana. De acordo com a representação gráfica da figura 31, pode-se confirmar esta afirmação. 85 140 Ortogonal Dolphin 135 y = 0,7207x + 35,585 R2 = 0,7621 130 125 120 115 110 105 105 110 115 120 125 130 135 140 Rx Digital Dolphin Figura 30 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo goníaco obtido pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin. 135 y = 0,7188x + 34,433 R2 = 0,6589 Ortogonal Dolphin 130 125 120 115 110 110 115 120 125 130 135 Perspective Dolphin Figura 31 - Representação gráfica da correlação entre o ângulo goníaco obtido pela análise de Jarabak da aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e perspectiva, sendo ambos avaliados pelo Dolphin. 86 6 DISCUSSÃO A evolução tecnológica na Odontologia tem oferecido ilimitadas ferramentas possíveis de uso para o correto diagnóstico, planejamento, tratamento e acompanhamento dos pacientes. Com o advento dos sistemas digitais e da aquisição volumétrica CBTC, o leque de análises e estudos abre-se de forma irreversível, ou seja, uma vez no mundo digital, para sempre digital. Como afirmou Christensen (2007), está na hora da revolução e inovação da Odontologia. Nas diversas especialidades odontológicas já se encontra o uso específico da tecnologia digital segundo Small (2007). Assim como destacaram Adams et al. (2004) o cefalograma padrão usado pela Ortodontia nas análises dos tecidos ósseos, dentários e moles é baseado na visão 2D a partir de um objeto 3D, ao passo que com as radiografias digitais e com a aquisição volumétrica CBTC, a avaliação cefalométrica já se torna dinâmica na sua execução e possível na reconstrução 3D. A radiografia cefalométrica convencional é um método estabelecido, levando em conta as décadas em que os planejamentos ortodônticos foram realizados com esta técnica. Porém deve-se destacar que os novos meios de planejamento ortodôntico tendem a restaurar, a partir de uma releitura científica dos cefalogramas, dos pontos cefalométricos até então utilizados em 2D e de uma nova compreensão dos marcos antropométricos, uma nova prática mais realista e segura para o diagnóstico ortodôntico em função do uso da telerradiografia cefalométrica digital, segundo trabalho de Santos (2000) que afirma ser a cefalometria computadorizada uma evolução e acrescenta rapidez e eficiência ao planejamento. 87 Atualmente, a repreensão que existia quanto às tecnologias digitais como sistemas radiográficos digitais e as tomografias computadorizadas estão diminuindo uma vez que com o desenvolvimento destes tipos de exames e com o aparato mais específico à Odontologia, há a possibilidade de reduzir a dose de exposição do paciente além de melhorar consideravelmente a imagem radiográfica e tomográfica. Vale ressalva ainda, o grande interesse da classe odontológica em preservar o meio ambiente uma vez que os métodos digitais não utilizam químicos de processamento nem filmes radiográficos. Segundo Kragskov et al. (1997), a análise cefalométrica realizada pela forma convencional é um método inexpressivo, porém bem estabelecido na avaliação das deformidades dento-faciais, sendo uma das justificativas de se procurar as novas tecnologias digitais, apesar de Halazonetis (2005) afirmar que a projeção em norma ortogonal da aquisição volumétrica CBTC seja o melhor exame para avaliação da assimetria mandibular. Um fator a ser destacado, segundo Goldreich et al. (1998) é o fato de um erro inerente de projeção à técnica cefalométrica lateral convencional já que o filme fica a 1,52 m da fonte de radiação, causando um aumento na imagem. O erro de magnificação é um problema inerente em cefalometria em se tratando das técnicas convencionais, ao passo que com o advento da aquisição volumétrica CBTC, que utiliza proporções reais (1:1), este problema poderá ser sanado. Muitos são os trabalhos que destacam os melhores resultados na reprodução de uma análise (HAGEMANN et al, 2000), na menor alteração dos fatores (GIJBELS et al., 2001), na exatidão da aquisição das imagens da maxila e mandíbula em uma única rotação (WINTER et al., 2005) e nas mensurações (SANTORO et al., 2006) obtidas pelas técnicas digitais. É unânime, entre os pesquisadores (HAGEMANN et al., 2000; HAJEER et al., 2004; HATCHER; ABOUDARA, 2004; WINTER et al., 88 2005; MACCHI et al., 2006; HOWERTON; MORA, 2007; KIM et al., 2007), que a redução da dose de radiação necessária para a realização das técnicas digitais é um ponto fundamental na escolha desta nova tendência na Odontologia. Sabe-se que as técnicas radiográficas consideradas convencionais, mas realizadas de forma digital têm uma redução da radiação em torno de 25 vezes menor do que a utilizada para a sensibilização de filmes radiográficos. Nos casos das tomografias computadorizadas, é notória esta diferença principalmente quando se exalta as qualidades da tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC. Enquanto a resolução da imagem é maior em detrimento da especificidade deste tipo de tomografia às áreas específicas da Odontologia, a dose de radiação, como destacaram Winter et al. (2005) e Scarfe et al. (2006), chega a ser 15 vezes menor em relação as tomografias médicas. Sukovic (2003) e Vannier (2003) destacaram ainda que o custo da tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC é menor em relação às tomografias médicas o que a torna de grande valia no planejamento do tratamento. Com relação a aquisição volumétrica CBTC, uma das grandes vantagens desta técnica é a possibilidade da reconstrução multiplanar e do estudo em 3D. Muitos são os trabalhos que relacionam este tipo de imagem com os outros métodos na comparação da fidelidade do exame. Sukovic (2003), Park et al. (2006) e Swennen e Schutyser (2006) destacaram que por meio deste tipo de reconstrução 3D é possível melhorar o planejamento do tratamento, diagnóstico e acompanhamento ortodôntico. Cavalcanti et al. (2004) destacaram que o uso da tecnologia 3D possibilita uma visão no exame sem diferenciação com o aspecto normal, podendo ser utilizado para a realização de medidas antropométricas. 89 A cefalometria realizada de forma convencional é usada pela Ortodontia e possibilita acesso às relações de tecidos ósseos, dentários e mole, sendo baseado na avaliação dos exames em duas dimensões de um objeto 3D segundo Adams et al. (2004) afirmaram brilhantemente. Quintero et al. (1999) acrescentaram ainda que a tomografia computadorizada é o futuro da Ortodontia. Diferentemente, Kragskov et al. (1997) salientaram que as reconstruções 3D são eficazes apenas na avaliação da assimetria facial, enquanto as análises cefalométricas convencionais são melhores do que aquelas realizadas pela aquisição volumétrica CBTC caso se considere os pontos craniométricos. Observando os aspectos específicos dos traçados cefalométricos, Chidiac et al. (2002) destacaram que não há diferenciação entre as análises realizadas pelo método convencional e os digitais para os ângulos cefalométricos, apesar das medidas lineares serem melhores identificadas e fieis na aquisição volumétrica CBTC o que está totalmente correlato com os resultados obtidos nesta pesquisa. No entanto, Chen et al. (2004) salientaram que o uso da telerradiografia cefalométrica lateral digital favorece a marcação dos pontos antropométricos. Conforme os resultados obtidos, pode-se verificar que as medidas lineares sofreram maiores variações entre os métodos radiográficos, enquanto que as medidas angulares apresentaram-se similares. Para a realização da comparação entre os tipos de radiografias para se verificar qual método foi o melhor, utilizou-se dois programas de cefalometrias, CefX® e Dolphin®, e quatro tipos de avaliação radiográfica - telerradiografia cefalométrica lateral convencional, telerradiografia cefalométrica lateral digital, tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal e em perspectiva. Vale ressaltar que o primeiro programa de análises cefalométrica foi utilizado apenas para as radiografias cefalométricas laterais convencionais, sendo 90 que o programa Dolphin® serviu para avaliar todos os exames, inclusive o que foi analisado pelo Cef-X®. Em detrimento disto, obtiveram-se cinco tipos de métodos para se analisar, sendo quatro no programa Dolphin e apenas um no Cef-X. A variável de referência utilizada foi a aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal uma vez que este tipo de reconstrução representa o resultado mais fidedigno do paciente, conforme concordados por Halazonetis (2005) e Kumar et al. (2007). Para realizar as comparações dos dados, foram utilizados três análises cefalométricas – Rickets, McNamara e Jarabak – o que difere dos seguintes autores Hilgers et al. (2005), Adams et al. (2006), Bruntz et al. (2006) e Santoro et al. (2006) que preferiram utilizar pontos craniométricos e medidas entre eles do que análises cefalométricas padrões. Enquanto estes autores utilizaram segmentos conhecidos, independentes de traçados padronizados, preferiu-se usar, nessa pesquisa, medidas lineares e angulares de cada traçado cefalométrico, ao invés de ficar restritos a alguns pontos anatômicos. Goldreich et al. (1998) destacaram que um maior cuidado no traçado e mensurações é importante, porém a experiência do profissional que irá realizar o traçado cefalométrico parece não assegurar a reprodutibilidade das medidas. Portanto, quanto menores forem as variáveis – profissional, equipamento de raios-X, filme e traçado cefalométrico – melhores serão os resultados da confiabilidade das medidas cefalométricas e antropométricas. As medidas lineares utilizadas nessa pesquisa foram a convexidade do ponto “A”, o plano mandibular esquelético e a altura facial anterior e posterior. Já para as medidas angulares, os dados usados foram o ângulo facial, ângulo mandibular e o ângulo goníaco. Estas medidas foram extraídas das análises cefalométricas de Rickets, McNamara e Jarabak respectivamente. Pode-se notar que apenas para a última análise fez-se a escolha de duas medidas lineares e uma angular o que 91 diferiu das escolhas dos outros traçados. Os planos e ângulos escolhidos estavam de acordo com os trabalhos de Nakajima et al. (2005), Bruntz et al. (2006) e Santoro et al. (2006), sendo diferentes dos de Chen et al. (2000), Adams et al. (2004), Hilgers et al. (2005), Gliddon et al. (2006) e Lagravère et al. (2006) que utilizaram apenas pontos craniométricos como meio de comparação. Para as medidas lineares, pode-se notar que para a análise de Rickets houve apenas similaridade na comparação entre a tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal, variável de referência, com a telerradiografia cefalométrica lateral digital, ambos avaliados pelo Dolphin, por considerar que no meio digital é possível de se obter certas correções. Este dado contradiz o que Sayinsu et al. relataram em 2007 que não havia diferenciação entre a telerradiografia cefalométrica lateral digital e a convencional. Estranhamente, foi verificado diferença estatisticamente significante entre as normas da aquisição volumétrica CBTC, principalmente por se tratarem de ser o mesmo exame com apenas alteração na inclinação do plano de interpretação da reconstrução. Já para a comparação da variável de referência com a telerradiografias cefalométricas laterais convencional e digital, avaliadas pelo Cef-X e Dolphin, já era esperado que ocorresse a diferenciação estatística entre as amostras como de fato aconteceu. Desta forma, fica claro demonstrar que mesmo ocorrendo uma preocupação com a padronização na confecção dos traçados cefalométricos, é esperado que se tenha uma diferenciação entre eles, porém que não represente significância estatística que possa determinar comprometimento na aplicação clínica desde que respeitadas a aplicação inicial e final do mesmo método. No que se refere ao traçado cefalométrico de McNamara, as medidas lineares obtidas pelos exames radiográficos avaliados pelo Dolphin apresentaram 92 similaridade com a variável de referência. Enquanto que a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X não foi correlata com a aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliada pelo Dolphin. Considerando o resultado obtido, vale destacar que a variação das medidas ocorreu apenas quando se teve avaliação por programas distintos. Desta forma, é passível de afirmar que todo traçado cefalométrico, principalmente, quando se faz o acompanhamento e evolução do paciente, deve sempre ser realizado pelo mesmo profissional e utilizando o mesmo programa de imagem para que não tenha variações pertinentes a cada um dos softwares (GOLDREICH et al., 1998). Considerando as medidas lineares do traçado cefalométrico de Jarabak, vale lembrar que foram utilizadas duas medidas, a altura facial anterior e posterior, o que diferiu dos outros traçados selecionados nesta pesquisa. Os resultados estatísticos da altura facial anterior mostraram que não houve similaridade para nenhuma das amostras em relação à variável de referência. Caso considere este resultado para a realização de outras pesquisas, indica-se a não utilização desta medida linear já que demonstrou muita variabilidade em decorrência dos métodos radiográficos e programas de análise cefalométrica utilizados. Já para a altura facial posterior, foi verificado o mesmo resultado encontrado na altura facial anterior, ou seja, não houve nenhuma semelhança entre as comparações realizadas. Mais uma vez destaca-se que o uso destas medidas lineares do traçado cefalométrico de Jarabak para se realizar qualquer tipo de comparação, não é indicado devido a alta variabilidade encontrada. Prefere-se orientar a escolher outras medidas que oscilem menos e possam oferecer alguma informação pertinente ao modo em que foram mensuradas. 93 Em se tratando das medidas angulares, pode-se verificar na análise cefalométrica de Rickets que apenas na comparação entre a aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal avaliada pelo Dolphin com a telerradiografia cefalométrica lateral convencional avaliada pelo Cef-X houve diferenciação entre as amostras. Nos outros casos em que se compararam os exames radiográficos avaliados pelo Dolphin com a variável de referência foi notada uma similaridade na amostra. Com isso, é válido afirmar que realizar as análises cefalométricas utilizando apenas um programa se faz importante para reduzir as diferenças entre os métodos radiográficos assim como destacaram Prawat et al. (1995) e Hall e Bollen (1997). Destaca-se ainda que estes resultados obtidos estavam correlatos com os encontrados na análise cefalométrica de McNamara para as medidas lineares. Na análise cefalométrica de McNamara, por meio da medida angular utilizada, pode-se observar a influência da tecnologia digital na obtenção dos melhores resultados. Foi notado que quando se compararam a variável de referência com as telerradiografias cefalométricas laterais convencionais avaliadas pelo Cef-X e Dolphin houve uma diferenciação entre as amostras o que diferiu das técnicas digitais, aquisição volumétrica CBTC em perspectiva e telerradiografia cefalométrica lateral digital. Desta forma, fica seguro aceitar tais medidas quaisquer sejam os métodos usados para obtê-las. Já para a medida angular da análise cefalométrica de Jarabak, verificou-se que nenhuma das comparações apresentou similaridade com a variável de referência, independente do método radiográfico utilizado. Até mesmo os métodos avaliados pelo mesmo programa, como no caso do Dolphin, apresentaram diferença estatisticamente significante com a aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal. Por este motivo, fica descartado o uso desta análise cefalométrica uma 94 vez que apresentou grande variabilidade tanto nas medidas lineares quanto nas angulares para todos os tipos de métodos radiográficos estudados. Torna-se importante rever os conceitos aplicados ao traçado de Jarabak principalmente ao se considerar que, nos métodos radiográficos digitais e tomográficos, os resultados estiveram aquém das outras análises cefalométricas, não apresentando uma avaliação segura no acompanhamento radiográfico quando se pretende realizar um avanço tecnológico. Em detrimento dos resultados obtidos, fica evidente destacar que com a tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal, existe a possibilidade de se obter análises mais fidedignas ao paciente já que não se trabalha com nenhuma alteração, nem distorção e nem ampliação. As imagens tomográficas oferecem informações pertinentes a todos os métodos de análise cefalométrica, principalmente o que tange o diagnóstico e planejamento ortodôntico. Destaca-se que avaliações e estudos ainda deverão acontecer, especialmente quando se utiliza a tecnologia da aquisição volumétrica CBTC para o estudo das assimetrias ósseas ou dentárias, uma vez que é possível segmentar o paciente em lados distintos, direito e esquerdo, e realizar análises específicas para cada um dos lados. Vale ainda salientar que a CBTC ainda amplia os campos no que tange as análises frontais nas quais se podem avaliar todas as estruturas que se limitam à distância entre o osso zigomático direito e o esquerdo como Adams et al. (2004) realizaram, além dos possíveis estudos axiais. 95 7 CONCLUSÃO Dentre os parâmetros utilizados nesta pesquisa, na comparação entre os tipos de avaliações cefalométricas, pode-se concluir que: a) o exame radiográfico mais adequado para se obter a fidelidade desejada na proposição foi a tomografia computadorizada por aquisição volumétrica CBTC em norma ortogonal, embora a telerradiografia cefalométrica lateral digital tenha se apresentado correlata com a variável de referência para a maioria das comparações; b) para as medidas lineares, a telerradiografia cefalométrica lateral digital e todos os exames digitais apresentaram similaridade com a variável de referência nos traçados cefalométricos de Rickets e McNamara respectivamente. Para a análise de Jarabak, foi verificado variação para todos os métodos de avaliação; c) para as medidas angulares, tanto para a análise cefalométrica de Rickets quanto para a de McNamara foi verificado variação nas avaliações pelas telerradiografias cefalométricas laterais convencionais, indicando mais confiança nas tomadas radiográficas digitais. Enquanto que para Jarabak, nenhum dos ângulos das avaliações apresentaram-se similares à variável de referência; as mensurações resultantes de pontos cefalométricos que representam a média de pontos tomados do lado direito e esquerdo, além daquelas em que mais um outro ponto obtido pode ser acrescentado à medição, tornam-se difíceis de ser avaliadas em duas dimensões quando o 96 estudo que se pretende realmente é a analise de três dimensões da face o que só é possível nas tomadas por aquisição volumétrica CBTC ou suas correlatas digitais, daí as discrepâncias encontradas. d) as medidas angulares apresentaram a menor variabilidade em relação à variável de referência; e) dentre os traçados cefalométricos analisados, Jarabak foi o que apresentou variabilidade maior em relação aos dados obtidos pela variável de referência, ao passo que as análises de Rickets e McNamara estiveram mais correlatas; f) a utilização do mesmo programa de avaliação bem como do mesmo operador favorece positivamente os resultados. 97 REFERÊNCIAS ABOUDARA, C. 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