UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Curso de Física APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS E EXPERIMENTOS QUE VALIDARAM AS TEORIAS DA RELATIVIDADE. Autor: Alex Sandro Castro Farias Orientador: Prof. Dr. Armando de Mendonça Maroja BRASÍLIA ALEX SANDRO CASTRO FARIAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS E EXPERIMENTOS QUE VALIDARAM AS TEORIAS DA RELATIVIDADE. Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Católica de Brasília para obtenção do Grau de Licenciado em Física. Orientador: Prof. Dr. Armando de Mendonça Maroja Brasília Junho de 2008 RESUMO O presente trabalho discutirá um tema muito atual no ensino de física moderna, a teoria da relatividade, destacando aplicações tecnológicas e experimentos que foram cruciais para validação da relatividade. Primeiro analisamos a precessão do periélio de Mercúrio cujo período medido experimentalmente é maior que o previsto pela mecânica clássica. Comprovamos esta discrepância através de uma simulação considerando correções relativísticas na lei da gravitação universal. Analisamos também o funcionamento do GPS, Global Positioning System, que exige ao mesmo tempo conhecimentos da relatividade restrita em relação a sincronização dos relógios e também da relatividade geral em relação à influência do campo gravitacional da Terra. Destacamos ainda um experimento muito importante na corroboração da relatividade geral, o desvio na trajetória da luz das estrelas próximas ao Sol, validação por imagens feitas pela expedição inglesa chefiada por Eddington durante um eclipse solar total observado na cidade cearense de Sobral no Brasil em 1919, quebrando assim um paradigma Newtoniano da propagação da luz em linha reta. Palavras chaves: relatividade restrita, relatividade geral, Mercúrio, eclipse. 2 Introdução Albert Einstein criou duas teorias da relatividade. A primeira, publicada em 1905, denominada teoria da relatividade especial, ou teoria da relatividade restrita, trata da invariância das leis físicas sob uma transformação entre referencias inerciais. Sua estrutura matemática é simples e pode ser denominada com a matemática estudada nos primeiros anos de universidade. Seus postulados físicos levam a resultados a primeira vista estranhos, mas que aceitamos como verdadeiros porque obedecem a uma lógica implacável e são verificados por um número imenso de experiências. A segunda a teoria da relatividade geral, publicada em 1916 – generaliza os resultados da primeira para referenciais acelerados e incorpora a gravitação. (GAZZINELLI, 2005). Existem muitos dispositivos que tem seu funcionamento diretamente relacionado à relatividade, vamos discutir primeiramente o GPS (Global Positioning System). Este sistema é baseado em satélites que são utilizados para determinar as coordenadas de um ponto na superfície de Terra. A velocidade dos satélites na órbita a 20.000.000m de altura é da ordem de 388,8888m/s. Mesmo esta velocidade sendo pequena quando comparada a da luz que vale 2,997. 925 x 108m/s, com o passar dos dias os efeitos da relatividade restrita são poupáveis. Por outro lado, a órbita a 20.000.00m de altura gera erros na medida de tempo devido a variação do campo gravitacional em relação à superfície da Terra, caracterizando um efeito da relatividade geral. Apresentaremos também experimentos que concretizaram a teoria da relatividade. O primeiro experimento a ser apresentado neste trabalho será o da relatividade geral, que teve sua primeira comprovação experimental através de medidas da dinâmica do movimento do planeta Mercúrio. Para demonstrá-lo, será realizada uma simulação utilizando a lei da gravitação universal corrigida pela relatividade restrita que comprovam a diferença de 43 arcos segundos por século da precessão do periélio de Mercúrio, até então não explicado pela gravitação Newtoniana. Também apresentamos os resultados das medidas da variação da posição aparente das estrelas devido ao campo gravitacional do Sol, realizadas em 1919 na cidade de Sobral no Ceará durante o eclipse total do Sol, pela missão cientifica organizada pela Royal Society de Londres. Partindo das idéias apresentadas nos parágrafos anteriores, o principal objetivo deste trabalho será fazer uma pesquisa qualitativa, de maneira que primeiro momento será desenvolvimento de uma simulação utilizando o programa Maple, para calcular a discrepância o 43 arco segundos por século na precessão do periélio de Mercúrio. Dando seqüência discutiremos uma aplicação tecnológica, o GPS. Por fim o desvio da 3 luz devido a influencia do campo gravitacional, onde trataremos o eclipse observado em Sobral em 1919. 1. Relatividade Restrita A teoria da relatividade restrita ou especial foi publicada em 1905 por Albert Einstein. Antes dessa data, o movimento de corpos em relação a referencias inerciais era determinado pelas transformações de Galileu (ALONSO, 1972). Sendo o estado de movimento de um corpo (movimento ou repouso) determinado a partir da primeira de Lei de Newton que define o referencial inercial. Por outro lado, Hendrik Lorentz comprovou que as equações de Maxwell, que tratavam do eletromagnetismo, não se comportavam de acordo com as transformações da mecânica clássica (TIPLER, 2001), quando mudava o referencial (por exemplo, quando o mesmo problema físico era visto por dois observadores, que estão se movimentando uniformemente em um em ralação ao outro). O nome restrita ou espacial tem sua origem, ai pois trata apenas de sistemas onde não se leva em conta a existência de campos gravitacionais, referenciais não inerciais. Einstein buscou motivação para elaborar a relatividade restrita a partir das leis de Newton, que adotam o espaço e o tempo como sendo os mesmos para diferentes observadores de um mesmo fenômeno físico. Bem antes da relatividade restrita, Lorentz adotou a teoria do éter, onde existiria certa redução física de um corpo (contração de Lorentz) e um aumento ou contração do tempo (dilatação do tempo), sendo assim, surge a idéia que o tempo e o espaço deixariam de ser absolutos e passariam a ser relativos. Logo a hipótese proposta por Lorentz em relação ao éter, sugeria que todos os corpos estariam imersos em um fluido imaginário, mas não duraram por muito tempo, experimentos como o de Michelson-Morley e da aberração das estrelas de James Bradley (TIPLER, 2001), apresentaram fortes argumentos contra a idéia do éter. Essa foi uma teoria de contradição de Lorentz, pois, dessa forma voltava-se para física Newtoniana, quando as velocidades eram muito menores que c, cairiam novamente na mecânica clássica. Partindo das hipóteses apresentadas no parágrafo acima Einstein usou as transformações de Lorentz, para descrever perfeitamente os resultados experimentais. Assim, Einstein derivou as equações das duas hipóteses: a constatação de que a velocidade da luz é constante e de que todas as leis físicas sejam iguais em todos os referencias inerciais para diferentes observadores; daí veio o titulo original de teoria dos invariantes. Posteriormente, Max Planck sugeriu o termo relatividade, para dar ênfase à relatividade entre observadores movendo-se entre si. 4 Em 1905, Einstein publicou um artigo sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento. Nesse artigo ele foi audacioso em dizer que o éter não existia, pois o movimento absoluto é impossível de ser detectado. Sendo assim, levando em consideração a proposta de Einstein em relação ao éter nada impedia supor que a Terra estaria em repouso, de forma que a velocidade da luz será a mesma em todas as direções. Com isso ele criou dois postulados de forma bem simples: o primeiro diz que o movimento absoluto não pode ser detectado; e o segundo fala que a velocidade da luz é independente do movimento da fonte, ao contrario do que se pensava na época. Desta maneira o Einstein enunciou seus dois postulados como (TIPLER, 2006): 1° Postulado: o movimento uniformemente absoluto não pode ser detectado. 2° Postulado: a velocidade da luz é constante e independente da fonte. c = 2,997. 925 x 108m/s no vácuo. Os postulados foram um divisor de águas em relação ao intervalo de tempo e de distancia. Portanto, esses postulados usam coordenadas x, y, z e o tempo quando visto de um referencial R, e as coordenadas x’, y’ e z’, quando visto do mesmo evento do referencial R’, que se move com velocidade constante v em relação a R no eixo x. usando-se um exemplo, para explicar essa situação de R em relação a R’, podem observar que (EINSTEIN, 1999). Considerando-se os dois referencias discutidos no parágrafo anterior: Carlos que se encontra na origem do referencial R, e emite um pulso de luz com um laser no tempo t = 0. Mais afastado da fonte no referencial R, Paulo que se entra no referencial R vê uma onda esférica de raio ct se movendo da origem de R para o encontro de Paulo. Já a Ana que está em R’ também vê uma onda esférica se propagando a partir da origem R’ com raio ct’, pois seu tempo t’ ≠ t, pode-se ver essa situação através da figura (01) abaixo (Gazzinelli, 2005). Figura 01: um pulso de luz esférico é emitido da origem dos referencias inerciais R e R’ no instante t = t’ = 0. 5 Considerando-se que na origem de R e R’ tem o mesmo tempo t = t’ = 0, chegase à seguinte transformação de Galileu: x2 + y2 + z2 = r2 Também podemos escrever: x2 + y2 + z2 = c2t2 (01) De modo bem semelhante, o observador notará a luz percorreu a mesma distância decorrido o tempo t’, mas também com velocidade c. Portanto escreve-se r’= ct’, ou x’2 +y’2 +z’2 = c2t’2 (02) Vamos, em seguida, obter uma transformação que relacione as equações (01) e (02). que y’ = y e z’ = z. Como para o observador O, OO’ = vt, deve-se ter x = vt para x’ = 0(ponto O’). Isso sugere a relação x’ = γ (x - vt), sendo γ uma constante a ser determinada que depende do valor da velocidade. Podemos também admitir que t’ = a(t bx), onde a e b são constantes a serem determinadas (para transformação de Galileu γ = a e b = 0 ). Fazendo todas essas substituições na equação (02), temos: γ 2(x2 – 2vxt + v2t2) + y2+ z2 = c2a2(t2 – 2bxt + b2x2), Ou (γ 2 –b2a2c2)x2 – 2( γ 2v – ba2c2)xt + y2 + z2 = (a2 – γ 2v2/c2)c2t2 Esse resultado deve ser idêntico a equação (01). Portanto: γ 2 –b2a2c2 =1 , γ 2v – ba2c2 = 0 , a2 – γ 2v2/c2 =1. Resolvendo esse sistema de equações, temos: 1 γ = a =1 1− v2 e b = v / c2 (03) c2 A nova transformação, compatível com invariância da velocidade da luz, é então: x' = γ ( x − vt ) = x − vt 1− v2 , (04) c2 y’ = y 6 z’ = z, 2 t’ = γ (t - bx ) = t − vx / c . 2 1− v c2 (05) Esse conjunto de relações são chamados de transformação de Lorentz por ter sido o físico holandês Hendrik Lorentz o primeiro a obtê-las, por volta de 1890, em conexão com o problema do campo eletromagnético de uma carga em movimento (ALONSO, 1972). 2. Relatividade Geral A teoria da relatividade geral busca uma unificação das Leis da Física, e a principal característica da mesma é a generalização da teoria da gravitação de Newton. Essa nova hipótese considera as idéias da relatividade espacial em relação ao espaço e tempo, e sugere a generalização da relatividade dos referenciais com movimento uniforme e também com movimentos acelerados. Desta forma, houve um grande impacto na idéia de espaço e tempo. Para a Física, essa idéia foi um marco no século XX, em que Einstein apresentou as Leis da Física de forma quadridimensional, onde o tempo foi adicionado às três dimensões que já conhecemos. Umas das idéias mais significativas da relatividade restrita foi o papel da gravitação, que foi chamado de princípio da relatividade, que tem como principal objetivo a equiparação de todas as leis físicas para um mesmo referencial inercial. A base para a teoria da relatividade geral foi o princípio da equivalência, que iguala a massa inercial com a massa gravitacional. Isso pode ser entendido nas próprias palavras de seu autor Einstein: Nós iremos, portanto, assumir a equivalência física entre um campo gravitacional e a correspondência aceleração de um sistema de referencial. Esta hipótese estende o principio da relatividade espacial para sistemas de referencia uniformemente acelerados (RELATIVIDADE RESTRITA, 2008). Através dessa hipótese, deduz-se a seguinte situação: se uma pessoa está dentro de um elevador subindo com uma grande velocidade, ela não terá noção se o que está sentindo em relação a seus pés é devido a um campo gravitacional, ou se é devido à aceleração do elevador. Igualmente, isso aconteceria se a mesma pessoa estivesse em uma caixa numa órbita qualquer ou em queda livre. Mesmo assim, através de 7 observações não teria como afirmar se estaria em órbita. Pode-se ter uma noção com auxílio da figura (02) abaixo: Figura 02: Uma caixa tem movimento de queda livre no campo gravitacional da terra e pode ser considerado um referencial inercial no referencial das estrelas. Retirado (GAZZINELLI, 2005). Com isso, pode-se afirmar através do principal pilar da teoria da relatividade geral, o seguinte postulado escrito por Einstein: “Um campo gravitacional precisamente homogêneo é totalmente equivalente a um referencial uniformemente acelerado” (TIPLER, 2006). Uma confirmação desse postulado através de experimentos é o desvio de um feixe de luz, devido a um campo gravitacional. Se houvesse, portanto, uma ausência de campo gravitacional, não ocorreria esse desvio e a luz seguiria sempre em linha reta com velocidade c. Pode-se ter uma noção desse desvio através da figura (03) abaixo: Figura 03: A deflexão do raio de luz de uma gravitacional estrela do pelo sol. campo Retirado (GAZZINELLI, 2005). 8 A relatividade geral também explica o fenômeno que ocorre no período de precessão do periélio de Mercúrio, que tem um aumento de 43 arcos segundos na sua precessão por século devido a efeitos relativísticos devido a intensidade do campo gravitacional do Sol ser grande na região da órbita de Mercúrio. A falta de explicação desse fenômeno persistiu por vários anos, até que Einstein esclareceu minuciosamente este fenômeno, que imediatamente lhe deu grande prestigio entre os cientistas da época, colaborando para validação experimental da teoria da relatividade geral. Outro exemplo que pode até ser apresentado no ensino médio é o caso do elevador de Einstein é de longe o de montagem mais simples. Ele consiste em um simples copo com dois orifícios no interior do qual coloca-se água. Segurando-se o mesmo, a água derrama como mostra a figura 04. Entretanto, soltando-se o copo, ele cai sem que um único pingo saia do seu interior, até que o seguremos novamente em plena queda. Só, então, a água torna a derramar do copinho. A explicação é a mesma em um brinquedo ilustrativo do Princípio da equivalência, Einstein contava que a origem dessa sua idéia havia-lhe ocorrido, quando ainda trabalhando no Registro de Patentes em Berna, em 1907, ele assistira, da janela do seu escritório, à queda de um pintor do alto de um andaime. Durante o pequeno intervalo daquela queda, ele pensou sobre qual seria a sensação vivenciada pelo pintor e passou a refletir sobre qual seria a diferença entre uma queda livre e uma simples ausência de aceleração. Ele concluiu que não havia nenhuma diferença entre esses dois fenômenos. O princípio da equivalência é, portanto uma generalização desta conceituação. (MEDEIROS, MEDEIROS, 2005). . Figura 04: Elevador com água. Retirado (MEDEIROS, MEDEIROS, 2005). 9 Um fato que marcou a ciência e serve de base para equipamentos de localização de alta tecnologia, foi uma previsão feita por Einstein, que observou uma variação entre os intervalos de tempo e na freqüência da luz, ao se aproximar de um campo gravitacional. A energia potencial gravitacional entre duas massas M e m afastada por r é: Ug = − GMm r (06) onde G é a constante gravitação universal, e as massas separadas de uma distância infinita corresponde a energia potencial é nula. A energia por unidade de massa, próxima a uma massa M define o potencial gravitacional φ ; φ=− GM r (07) Seguindo o princípio da relatividade geral, relógios são mais lentos nas regiões de menor potencial gravitacional, devido à aproximação da massa, sendo assim cada vez menor. Analisando-se dois eventos, em que ∆t1 é o primeiro intervalo de tempo entre dois eventos medidos por um relógio que se encontra numa região de alto potencial gravitacional Ф1, e outro relógio mede ∆t2, para o mesmo evento, de maneira que o potencial gravitacional é Ф2, desta maneira pode-se prever a existência de uma relativa diferença entre os tempos, que será de aproximadamente (TIPLER, 2001): ∆t 2 − ∆t 1 ∆t = 1 c2 (φ 2 − φ1 ) (08) Como o desvio é muito pequeno qualquer um dos intervalos de tempo pode ser utilizado para dividir o lado esquerdo da equação (TIPLER, 2006). A partir disso concluise que o relógio que se encontra na região de baixo potencial gravitacional será, mais lento em relação ao relógio que está na região de potencial gravitacional mais alto. Desta forma, podemos igualar o relógio a um átomo, que também tem uma freqüência de vibração. Assim, os átomos que se encontram próximos ao Sol, têm alto potencial gravitacional, dando assim uma variação em relação aos encontrados na Terra. Consequentemente, originado um desvio para freqüências menores, elevando seus comprimentos de ondas, esses são determinados como desvio gravitacional para o vermelho, na analise espectral da radiação emitida pelas estrelas. 3. Sistema de Posicionamento Global-GPS. O Sistema de Posicionamento Global, conhecido por GPS (Global Positioning 10 System) ou NAVSTAR-GPS (Navigation Satellite with Time And Ranging), é um sistema de radio-navegação desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América (DoD-Department Of Defense), visando ser o principal sistema de navegação do Exército americano. Em razão da alta exatidão proporcionada pelo sistema e do alto grau de desenvolvimento da tecnologia envolvida nos receptores GPS, uma grande comunidade usuária emergiu nas mais variadas aplicações civis (navegação, posicionamento geodésico e topográfico, etc.). O GPS é um sistema de abrangência global, tal como o nome sugere. A concepção do sistema permite que um usuário, em qualquer local da superfície terrestre, tenha a sua disposição, no mínimo, quatro satélites que podem ser rastreados. Este número de satélites permite o posicionamento em tempo real, conforme será visto adiante. Para os usuários da área de Geodesia, uma característica muito importante da tecnologia GPS, em relação aos métodos de levantamento convencionais, é a não necessidade de intervisibilidade entre as estações. Além disto, o GPS pode ser usado sob quaisquer condições climáticas. A idéia básica do princípio de navegação consiste da medida das chamadas pseudo-distâncias entre o usuário e quatro satélites. Conhecendo as coordenadas dos satélites num sistema de referência apropriado, é possível calcular as coordenadas da antena do usuário com respeito ao mesmo sistema de referência dos satélites. Do ponto de vista geométrico, somente três medidas de pseudo-distâncias seriam suficientes. A quarta medida é necessária devido a não sincronização dos relógios dos satélites com o do usuário. 3.1 Uso da Relatividade na correção de erros no GPS Os efeitos da relatividade no GPS não são restritos somente aos satélites (órbitas e relógios), mas também a propagação do sinal e aos relógios dos receptores. O relógio do satélite varia devido à relatividade geral e especial. Os relógios nas estações de monitoramento e de bordo estão situados em locais com potenciais gravitacionais diferentes, além de mover-se com velocidades diferentes. Isto provoca uma aparente alteração na freqüência dos relógios de bordo com relação aos terrestres. Os efeitos são compensados pela redução da freqüência nominal dos relógios dos satélites em 4,55 x 10-3 Hz, antes do lançamento. Para ilustrar o efeito da relatividade no GPS, vamos calcular esse do erro. Utilizaremos como motivação o texto da revista (Philip Yam – Scientific Americam Brasil, outubro de 2004). 11 “... Atualmente, a maior parte dos aparelhos receptores GPS comprados em lojas pode detectar sua posição com precisão de cerca de 15 metros. Precisão de menos de 30 metros, observa o físico NeilAshby, da Universidade do Colorado, em Boulder, certamente significa que o receptor GPS incorpora a teoria da relatividade. "Se não se levasse a relatividade em conta, então os relógios usados lá não estariam sintonizados com os relógios aqui embaixo", comenta Clifford M. Will, físico da Universidade de Washington. Segundo a teoria da relatividade, relógios atômicos no espaço, movendo-se a 14 mil km por hora, como os do GPS, atrasam cerca de 7 microssegundos por dia em relação aos estacionários, calcula Will. A gravidade, no entanto, exerce efeito relativista maior sobre o andamento do tempo. A uma média de 20 mil km de altura, os satélites GPS experimentam um quarto da atração gravitacional que teriam no solo. Como resultado, os relógios a bordo rodam mais depressa em cerca de 45 microssegundos por dia. Portanto, é preciso levar em conta um desvio geral de 38 microssegundos no GPS. "Se não houvesse uma compensação de freqüência nos satélites, seria acumulado um erro de 11 km/dia", explica Ashby. (Na realidade, os efeitos são mais complicados, porque os satélites seguem órbita excêntrica, viajando mais perto da Terra em certas ocasiões e mais distante em outras)...” Vamos justificar os atrasos apresentados no texto, através do cálculo feito no programa Maple que se entra no anexo 01, onde foram utilizadas as equações 05 e 09 para comprovar os valores: 7 microssegundos devido ao movimento na velocidade de 388,8888m/s e de 45 microssegundos devido à variação do campo gravitacional com a altura de 20.000.00m. 4. Precessão do periélio de Mercúrio Segundo a mecânica Newtoniana e a lei da gravitação de Newton, um planeta isolado que gira em torno de um Sol descreverá uma elipse ao redor deste (ou, mais precisamente, ao redor do centro de gravidade comum do Sol e do planeta). O Sol encontra-se em um dos focos da órbita elíptica, de modo que no decorrer de um ano planetário a distância entre o Sol e o planeta cresce de um valor mínimo (periélio) até um valor máximo (afélio), para depois voltar a decrescer novamente até o mínimo (periélio). A relatividade geral prediz uma lei de força com uma pequena correção da ordem de 1/r4, assim a força gravitacional tem a forma: FG ≈ GMs m M α 1 + r2 r2 (10) Onde Ms é a massa do Sol e mM é a massa de Mercúrio. α = 1,1 x 10-8 UA2 é uma constante que pode ser expressa em termos da massa do Sol, velocidade da luz, da excentricidade da órbita e outros parâmetros similares (Goldstein, apud Giordano, 1997, p. 94). Este efeito relativístico é mais apreciável para o planeta de Mercúrio, pois é o mais próximo do Sol. Nesta situação a órbita ainda é elíptica, mas a distância entre o Sol 12 e o planeta exibe variações periódicas que tem sua origem tanto na perturbação devido a outros planetas com efeito relativísticos conforma a figura abaixo (Giordano, 1997): Figura 05: As órbitas dos planetas são elipses, com o Sol em um dos focos. Retirado (TIPLER, 2001). O ângulo descrito pela linha Sol-planeta durante tal período (de um periélio, ou ponto da órbita mais próximo do Sol, a outro) será diferente de 3600. A órbita deixará de ser uma linha fechada. Ao longo do tempo, cobrirá uma porção anular do plano orbital (entre o círculo de distância mínima (periélio) e o círculo de distância máxima (afélio), do planeta ao Sol). O planeta Mercúrio tem um valor total de precessão do periélio de 8,85 minutos de arco por século, esse resultado é o valor previsto pela mecânica clássica levando em consideração as perturbações causadas pelos demais planetas do sistema solar. Mas através de experimentos foi encontrado um valor da precessão de 9,55 minutos de arco por século, ocorrendo uma discrepância de 0,7 minutos (43 segundos) de arco por século. Essa discrepância já pairava muito antes de Einstein, mais foi com a teoria da relatividade geral que ele conseguiu explicar em 1917 essa diferença de exatamente 43,1 segundos de arco por século, consistindo em uma das primeiras corroboração de sua teoria. Assim usaremos uma simulação para melhor demonstrar a discrepância observada no parágrafo anterior, utilizando como lei de força a equação 10. 13 4.1 Condições iniciais para que ocorra o movimento de precessão do periélio de mercúrio. Figura 06: Parâmetros necessários para o cálculo das condições iniciais requeridas para a simulação da órbita elíptica de Mercúrio.Retirado (GIORDANO, 1997). Na simulação da dinâmica do movimento do planeta de Mercúrio utilizaremos metodologia proposta Giordano (GIORDANO, 1997). O sistema de unidades mais adequado a analise é tal que as distâncias são medidas em U.A. (unidades astronômicas) e o tempo em anos terrestres. Na solução da equação de movimentos determinamos primeiro as condições iniciais, ou seja, os valores de onde v1 e r1 apresentados na figura 06. Os cálculos são apresentados no programa maple do Anexo 02 Figura 07: gráfico relativo aos máximos de precessão, obtidas com o software Data Studio. A figura 07 mostra a evolução no tempo do modulo do vetor posição r que localiza o planeta Mercúrio em relação ao Sol. 14 Na simulação não é possível colocar diretamente α = 1,11 x 10-8 UA2, adotamos assim um procedimento de extrapolação. Para 10 valores de α no intervalo de 0,0008 até 0,0016, determinamos o valor da derivação do ângulo de precessão no tempo, ou seja, dθ dt . Figura 08: Gráfico dos valores de θ em Função do Tempo para α = 0,0008, obtidas com o software Data Studio. A figura 08 ilustra a variação de ângulo de precessão no tempo, determinados a partir da figura 07. Neste calculamos o tempo correspondente aos máximos da distância do Sol-Mercúrio tmax, definindo assim os desvios angulares no afélio simplesmente por: y(tmax ) (Utilizamos os 10 primeiros máximos) θ = arctg x (tmax ) (11) Onde x(tmax) e y(tmax) representam as coordenadas do planeta Mercúrio em relação ao Sol, considerando como referencial no tempo tmax. A inclinação deste gráfico, dθ dt = 8,63 arco segundo por século informa precisamente a varias do ângulo de precessão no tempo para α = 0,0008 U.A2. Figura 09: Gráfico de dθ/dt em função de Alfa, obtidas com o software Data Studio. 15 A figura 08 ilustra para 10 valores de α entre 0,0016 e 0,0008 esta variação. A inclinação da reta tem valor de aproximadamente 11.200 ± 48 unidade. Extrapolando para α = 1,1 x 10-8, chegamos a 11.200 graus/ano x 1,1 x 10-8 = 0,00012320 ou 1232 x 10-7 graus/ano ± 5,28 x 10-7, multiplicando o mesmo por 3600 = 44,3 ± 0,02 arcseg/século, resultado bem próximo ao esperado de 43,1 arcseg/século. 5. Desvio da luz estrelar devido ao campo gravitacional solar Em meados de 1908 e início de 1909, Einstein chegou a duas conclusões muito importantes no campo da física sobre sua nova teoria. A primeira foi observar que os relógios funcionavam mais lentos nas proximidades do campo gravitacional mais forte, a segunda era a curva feita pela luz devido a um campo gravitacional. Foi daí que surgiu a hipótese do experimento que comprovaria o desvio da luz, que partiria do conceito como a propagação da luz em linha reta e o de reflexão e refração. Para ter sucesso no experimento era necessário um campo gravitacional muito intenso. O objetivo do experimento era calcular o desvio da luz através de fotografias tiradas de estrelas onde seria usado o Sol como “corpo teste”, onde seriam duas fotografias, uma antes da passagem do Sol e a outra sem a presença do Sol. Em seguida seriam comparadas as imagens em relação à borda do Sol. Para comprovar o efeito, deveria existir um pequeno desvio da estrela em direção ao Sol, ao observar o antes e o depois. Teoricamente, parecia ser uma idéia simples, mas o primeiro obstáculo foi a intensa luminosidade do Sol que não permitia ver as estrelas. A alternativa para sanar esse obstáculo, era fazer a experiência quando houvesse um eclipse total do Sol. 5.1 Sobral e o eclipse de 1919 Na pratica Einstein não tinha possibilidade de realizar a parte experimental para corroboração da relatividade geral. Erwin Freundlich astrônomo do observatório de Berlim foi o primeiro a ajudá-lo. A primeira tentativa foi um fracasso, pois, as fotografias usadas no experimento não foram tiradas com o propósito de comprovarem a existência do desvio da luz. Com isso seria necessário observar um eclipse total do Sol para efetuar a coleta de dados. A oportunidade ocorreu em 1912 onde foi escolhido como ponto de observação no Brasil, mais precisamente sul de Minas Gerais, essa seria a primeira tentativa de coleta de dados feita por Freundlich, que por falta de sorte não se consumou, devido a forte chuva que ocorreu no momento de eclipse (AUGUSTO, 2005). Esse contra tempo não desanimou os cientistas da época, logo em seguida Henrique Morize, começou a elaborar um relatório e logo em seguida enviou para várias autoridades do ramo de astronomia 16 descrevendo as boas condições tanto climáticas da cidade de Sobral, no Ceará, quanto a duração do eclipse. O relatório de Morize foi acolhido, por exemplo, pelo Joint Permanent Eclipse Committee, órgão oficial da Royal Astronomical Society para eclipses. Na época, o astrônomo real era Dyson, o mesmo que redigiu a carta de agradecimentos mencionada no início deste trabalho. Eddington era o secretário geral dessa mesma associação. Além disso, ele era catedrático de astronomia na Universidade de Cambridge. Atualmente, sabe-se que foi Eddington o principal responsável pela decisão dos ingleses organizarem e enviarem duas expedições diferentes (uma para Sobral e outra para a Ilha de Príncipe, então uma possessão colonial portuguesa na costa ocidental da África) com o único objetivo de comprovar as idéias de um cientista, ainda que apenas formalmente, oriundo de um país inimigo. Não se deve esquecer que a decisão inglesa foi tomada pouco tempo antes do fim da Primeira Guerra Mundial (AUGUSTO, 2005). 5.2 O dia que virou noite Sobral viveu em 29 de maio de 1919 um de seus mais peculiares dias. No início daquela manhã, a população foi às ruas. Os sobralenses misturaram-se a vizinhos de outras localidades para conferir o anunciado fenômeno que tomava conta dos céus. Para uns, o "fim do mundo". Para outros, "um milagre". Os mais esclarecidos sabiam que se tratava de um eclipse total do Sol. Os sobralenses espantaram-se com os visitantes estrangeiros, que utilizavam toda a sua parafernália de equipamentos, instalados em plena praça, na frente da Igreja do Patrocínio. Os cientistas estavam extremamente ansiosos pois o dia amanhecera nublado. Mas as nuvens, que pareciam tentar esconder o eclipse, logo se afastaram. No ápice do fenômeno, às oito horas e 56 segundos, o dia escureceu. Confusos, os galos cantaram como se fosse noite. Nos rostos da população, a estampa do medo. Ouvia-se a cacofonia de vozes assustadas, murmurando preces tão desesperadas que nem sempre podiam ser compreendidas. As orações misturavamse ao estalar de pernas na correria em direção à proteção da Igreja. No entanto, as faces dos cientistas expressavam sorrisos admirados e satisfeitos. A visão da coroa solar, por si só, já os deslumbrava. E as estrelas, sempre ofuscadas pelo Sol, puderam ser vistas e fotografadas. O eclipse durou cinco minutos e 28 segundos. O dia clareou. Os galos se calaram. A Teoria da Relatividade estava 17 corroboradada. Existia uma nova teoria do Universo (O ECLIPSE DE 1919, 2008). Os desvios relativos que eram esperados nas fotografias do eclipse total do Sol em relação às fotografias de comparação chegavam apenas a alguns centésimos de milímetro. As exigências impostas à precisão das fotografias e à medição das mesmas não eram, portanto, pequenas (EINSTEIN, 1999). Os resultados das medidas validaram a teoria da relatividade geral de uma maneira plenamente satisfatória. As componentes retangulares dos desvios observados e calculados das estrelas (em segundos de arco) estão contidas na seguinte tabela (Einstein, 2001): Tabela 01: Resultado das medidas em segundos de arco feitas em Sobral (Brasil) e em Ilha do Príncipe (África). Retirado (EINSTEIN, 1999). As medidas apresentadas na tabela 01, são dos ângulos que relaciona à posição real das estrelas e a posição aparente de cada uma conforme é ilustrado pela figura 03. Os valores da coordenada 1ª, são referente a cidade cearense de Sobral, já os valores da 2ª coordenada apresentam o resultado obtidos na ilha do Príncipe. 18 6. Conclusão Tendo em vista tudo que foi exposto até agora, fica clara a influencia da teoria da relatividade tanto a restrita quanto a geral, em nossas vidas, já para a ciência foi marco importante, principalmente no caso do GPS, que só tem essa precisão de 15m devido as correções relativísticas. O GPS apresentou uma diferença considerável em relação o cálculo esperado pela mecânica clássica, pois, sem a correção relativística os erros nos relógios gerariam uma diferença em relação à posição calculada em comparação à posição real. Uma característica importante do GPS é a utilização das duas teorias, tanto da restrita em relação aos relógios atômicos, quando da geral que apresenta a influencia do campo gravitacional, que atrapalha no seu funcionamento, conhecimentos estes que são de suma importância para o excelente desempenho do GPS. Um importante aprendizado foi a verificação que computadores e calculadoras científicas estão sujeitos a erros de precisão. Na simulação da precessão do periélio de Mercúrio o uso do Sistema Internacional de Unidades não é adequado, números muito grandes levam o programa a não convergência para os resultados esperados. Assim modificamos o programa conforme sugerido por Giordano, para o sistema de unidades com distancias em unidades astronômicas (U.A) e o tempo em anos terrestres. O mesmo ocorreu no cálculo dos atrasos do GPS, foi necessário o uso do MAPLE com precisão dupla, não sendo possível realizar os cálculos em calculadora científica padrão devido as correções serem muito pequenas. Em 1919 a cidade de Sobral (Brasil) entrou para historia da física com o eclipse total do Sol, em que a expedição inglesa colheu imagens do fenômeno solar, ajudando Einstein a consolidar de vez o artigo apresentado em 1916 sobre a relatividade geral. Isto viria a completar a gravitação Newtoniana, que descrevia a trajetória da luz sempre em linha reta, não considerando o efeito do campo gravitacional. 19 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALONSO, Marcelo; FINN, EDWARD J. Física: um curso universitário. São Paulo: Edgard Blücher, 1972. 1v. AUGUSTO, A. P. V.. Eclipse de 1919. Física na Escola, V.6, n.1, 2005. CASTRO , I. M. 1905 Um Ano Miraculoso. Física na Escola, V.6, n.1, 2005. EINSTEIN, Albert; PEREIRA, Carlos Almeida (Trad.). A teoria da relatividade especial e geral. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999. GAZZINELLI, Ramayana. Teoria da relatividade especial. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. GIORDANO, Nicholas J. Computacional physics. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1997. LESCHE, Bernhard. Teoria da relatividade. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2005. MEDEIROS, A, S. Entrevista com Einstein. Física na Escola, V.6, n.1, 2005. MEDEIROS, A. E MEDEIROS, C. F. Einstein, a física dos brinquedos e o Princípio da equivalência. Cad. Brás. Ens. Fís., v. 22, n. 3: p. 299-315, dez. 2005 O eclipse de 1919. Disponível em: <http://www.terra.com.br/fisicanet/fisicamoderna/relatividade/eclipse_de_1919_em_sobra l.html>, Acesso em 16/04/2008. Relatividade Geral Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_Geral_da_Relatividade> Acesso em 17/02/2008. Relatividade Restrita. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Relatividade_restrita>, Acesso em 18/02/2008. TIPLER, Paul Allen. Física: para cientistas e engenheiros. 5. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2006. 3 v. TIPLER, Paul Allen; LLEWELLYN, Ralph A.; BIASI, Ronaldo Sérgio de (Trad.). Física moderna. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, c2001. TIPLER, Paul Allen; MACEDO, Horácio (Trad.). Física: para cientistas e engenheiros. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, c2000. 1 v. 20 Anexo 01: Abaixo apresentaremos os cálculos que comprovem os atrasos: restart; Digits:=20; ( é necessário o uso de precisão dupla, não dá para realizar este cálculo diretamente em uma calculadora científica ). c:=2.99792458e8;(velocidade da luz no vácuo). v:=14000/3.6; (velocidade do satélite). Gama:=1/sqrt(1-(v)^2/(c)^2); (cálculo do γ ). Digits := 20 c := 0.299792458 109 v := 3888.8888888888888889 Gama := 1.0000000000841355752 t1:=86400; t1 := 86400 t2:=t1*Gama; Calculando a dilatação do tempo (09) ∆t = γ∆t p t2 := 86400.000007259259260 Delta(t):=(t2-t1); ∆( t ) := 0.7259259260 10-5 Assim comprovamos os 7microsegundos Cálculo para encontrar o erro de 45microsegundos devido ao campo gravitacional, usando a equação 08: Mt:=5.98e24; (massa da Terra). Mt := 0.598 1025 G:=6.673e-11; (constante gravitação universal). G := 0.6673 10-10 Rt:=6.37e6; (raio da Terra). Rt := 0.637 107 r:=2e4*1000; (altura do satélite em relação a superfície da Terra). r := 0.2000 108 variação(tempo):=(1/(3e8^2)*((G*Mt/Rt)-(G*Mt/(Rt+r)))); variação( tempo ) := 0.5279104183703566118610-9 O Resultado acima é para apenas um segundo, logo abaixo veremos o resultado para um dia: dia:=(variação(tempo)*86400); 21 dia := 0.000045611460147198811265 O resultado para um dia completo será de 45,61µ segundos, como era esperado. 22 Anexo 02: Programa que calcula a dinâmica do movimento de Mercúrio em volta do Sol utilizando a equação 10. O procedure maximor determina os valores máximos do modulo do vetor r posição r (t) que localiza o planeta Mercúrio em relação ao Sol. maximor:=proc(ano,ft1,ft2,pre,limite) local i,t1,t2,v1,v2,tm: t1:=ano*ft1:t2:=ano*ft2: for i from 1 to limite do tm:=(t1+t2)/2: v1:=1/2/(rhs(solucao(t1)[2])^2+rhs(solucao(t1)[4])^2)^(1/2)*(2*rhs (solucao(t1)[2])*rhs(solucao(t1)[3])+2*rhs(solucao(t1)[4])*rhs(sol ucao(t1)[5])); v2:=1/2/(rhs(solucao(tm)[2])^2+rhs(solucao(tm)[4])^2)^(1/2)*(2*rhs (solucao(tm)[2])*rhs(solucao(tm)[3])+2*rhs(solucao(tm)[4])*rhs(sol ucao(tm)[5])); if((v1*v2) 0.0) then t1:=tm else t2:=tm fi: if (abs(t1-t2) < pre) then break fi: od: if(i=limite +1) then print("estorou limite") fi: tm; end: Inicio do programa principal: Constantes: α = 0,0008; UA:=1.5e11: (unidade astronômica) ano:=87.97*86400.0:(ano de mercúrio em segundos) anoT:=365.25*86400.0: (ano da Terra em segundos) a:=0.39: (semi-eixo maior da órbita de Mercúrio em U.A) e:=0.206: :(excentricidade da órbita de Mercúrio) b:=a*(sqrt(1-e^2)): (semi-eixo menor da órbita de Mercúrio em U.A) r1:=a+e*a; (posição inicial do movimento) r2:=sqrt(b^2+(e*a)^2): v2:=(r1*v1)/b: Ms:=1.99e30: (Massa do Sol em kg) Mm:=3.30200e23: (Massa de Mercúrio em kg) G:=6.67e-11: (Constante gravitação universal) k:=4*evalf(Pi)^2: (G x MS no sistema de unidades tal que a distância em U.A e o tempo em anos terrestre ) Determinação do valor da velocidade inicial v1 eq := -k/r1+1/2*v1^2+((k)/r2)-(1/2*v2^2): v1aux:=solve(eq,v1): v1:=v1aux[2]; 23 Equação do movimento no sistema de unidades escolhido. ODE:=diff(xx(t),t$2)= k*xx(t)/((xx(t)^2+yy(t)^2+zz(t)^2)^(3/2))*(1+alpha/(xx(t)^2+yy(t)^ 2+zz(t)^2)), diff(yy(t),t$2)= k*yy(t)/((xx(t)^2+yy(t)^2+zz(t)^2)^(3/2))*(1+alpha/(xx(t)^2+yy(t)^ 2+zz(t)^2)),diff(zz(t),t$2)= k*zz(t)/((xx(t)^2+yy(t)^2+zz(t)^2)^(3/2))*(1+alpha/(xx(t)^2+yy(t)^ 2+zz(t)^2)): Valores inicias. initvals:= xx(0)=r1, D(xx)(0)=0.0,yy(0)= 0.0, D(yy)(0)=v1,zz(0)= 0.0, D(zz)(0)=0.0: funcs:={xx(t),yy(t),zz(t)}: Solução Numérica solucao:= dsolve({ODE,initvals},funcs,type=numeric, output=procedurelist): with(plots): Valores iniciais no ponto 1 da figura 06 r1 := 0.47034 v1 := 8.163645942 Gráfico relativo aos máximos de precessão, obtidas com o software Data Studio. odeplot(solucao,[[t,(xx(t)^2+yy(t)^2+zz(t)^2)^(1/2)]],0..0.9,numpo ints=200); print("alfa = ",alpha); for i from 1 to 10 do tempomax:=maximor(ano/anoT,i-0.1,i+0.1,0.000001,450); Determinação do ângulo em radianos e o tempo em anos para α = 0,0008. 24 angulomax:=180*(evalf(argument(rhs(solucao(tempomax)[2])+rhs(soluc ao(tempomax)[4])*I)))/evalf(Pi); dd:=abs(angulomax): print(tempomax,dd); od: "alfa = ", 0.0008 Tempo (anos da Terra) e o angulo do desvio da órbita ( ∆θ figura 05), em graus. 0.2428281210, 2.096710121 0.4856540370, 4.192177338 0.7284799526, 6.288556882 0.9713043990, 8.384370233 1.214127375, 10.47960541 1.456950351, 12.57575113 1.699773325, 14.67280064 1.942593363, 16.76782196 2.185414867, 18.86519435 2.428233435, 20.96053367 Dados que alimentam o gráfico da figura 08. 25