Universidade Federal de São Paulo
Escola Paulista de Medicina
Departamento de Pediatria
Disciplina de Gastroenterologia
Alimentos
Transgênicos
Maisa de Lima
Nutricionista Especializanda
Alimentos transgênicos
Introdução
Biotecnologia
conjunto de técnicas de manipulação de seres vivos ou
parte destes para fins econômicos.
A técnica de transferência e modificação genética direta, conhecida como
engenharia genética ou tecnologia do DNA recombinante, mais a genômica,
ficaram conhecidas como “biotecnologia moderna”, em contraposição à
“biotecnologia tradicional ou clássica”, que inclui as técnicas tradicionais, que
manipulam seres vivos sem manipulação genética direta.
O surgimento da biotecnologia moderna
novo estágio para a agricultura que
reserva um papel de destaque à genética molecular. Os avanços no campo da
genética vegetal têm como efeito reduzir a dependência excessiva da agricultura
das inovações mecânicas e químicas, que foram os pilares da revolução verde.
Aumento da produtividade
Biotecnologia moderna
Redução dos custos de produção
Produção de alimentos com melhor qualidade
Desenvolvimento de práticas menos agressivas
ao meio ambiente
Silveira, José Maria Ferreira Jardim da et al. Biotecnologia e agricultura da ciência e tecnologia aos impactos da inovação. São Paulo Perspec. 2005; 19 (2).
Alimentos transgênicos
Nos últimos 200 anos, as experiências de Mendel com as ervilhas marcaram o
início dos estudos de genética na alimentação e nutrição. Desde então, os
estudos genéticos relativos a alimentos resultaram em enormes avanços na
produção dos alimentos utilizados pelos animais e pelo ser humano.
O fato é que as pesquisas sobre alimentação e nutrição, objetivando maior
segurança alimentar e nutricional, continuam buscando não só garantir uma
alimentação saudável para um número maior de pessoas, mas, sobretudo,
garantir a todos uma alimentação nutricionalmente adequada.
A produção de alimentos em quantidade e qualidade suficientes para
alimentar essa crescente população tem sido um constante desafio que requer
aumento de produtividade, proteção ambiental e redução no uso de
agrotóxicos.
A disponibilidade de novos alimentos geneticamente modificados abre
perspectiva de maior produção de alimentos com a necessária preservação do
meio ambiente. O que era feito pelos melhoristas agrícolas, que transferiam
milhares de genes e iam eliminando os indesejáveis em muitos anos de
trabalho, agora pode ser feito em um período de tempo relativamente curto.
Lajolo, Franco Maria; Nutti, Marília Regini. Transgênicos: bases cientificas da sua segurança. SBAN, 2003
O que são alimentos transgênicos ?
Alimentos transgênicos
Definição
São alimentos cujo material genético (ADN/ARN) tenha
sido modificado por qualquer técnica de engenharia
genética.
ANVISA. Instrução Normativa nº 1, de 1º abril de 2004. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=10523. Acesso em: 02/11/2009
Alimentos transgênicos
Tecnologia do DNA recombinante
construção genética que envolve o
gene de interesse e elementos
reguladores da expressão gênica.
Exemplo:
características desejadas a um produto
agrícola
introdução de novos genes ou o aumento ou
redução na expressão de genes preexistentes
resistência a insetos
tolerância a herbicidas
produção de um nutriente
reduzida a expressão de um gene
produtor de uma proteína alergênica
pela introdução de um gene novo
arroz
tomate
genes preexistentes
removidos ou bloqueados
Passa a manter a firmeza por mais tempo
mesmo maduro
TADA, Y. et al. Reduction of 14-16 kDa allergenic proteins in transgenic rice plants by antisenge gene. FEBS Letters, v. 391, p.341-345, 1996.
Lajolo, Franco Maria; Nutti, Marília Regini. Transgênicos: bases cientificas da sua segurança. SBAN, 2003.
Alimentos transgênicos
Soja transgênica
gene de uma enzima de outro organismo, uma bactéria,
e que provoca uma alteração molecular correspondente
a um aminoácido
gene modificado
CP4EPSPS
transferir mais de um gene
resistente ao herbicida
DNA
arroz
dourado
resistência ao glifosato por
expressar uma enzima mais
resistente e muito próxima
estruturalmente da original.
receber genes de uma flor e de uma bactéria e
passa a produzir B-caroteno (provitamina A)
POTRYKUS, I. Golden ride and beyond. Plant Physiology, v. 125, p. 1157-1161, 2001.
PADGETTE, S. R. et al. New weed control opportunities: development of soybeans with a roundup Roundup Ready gene. In: DUKE, S. O. (Ed.). Herbicide resistant crops:
agricultural, environmental, economic, regulatory and technical aspects. Boca Raton: CRC Press, 1996. p. 53-84.
Alimentos transgênicos
Lajolo, Franco Maria; Nutti, Marília Regini. Transgênicos: bases cientificas da sua segurança. SBAN, 2003.
Alimentos transgênicos
Vantagens
Entre as principais características almejadas encontram-se:




aumento do rendimento com melhoria da produtividade e da
resistência às pragas, às doenças e às condições ambientais adversas;
a melhoria das características agronômicas, permitindo uma melhor
adaptação às exigências da mecanização;
o aperfeiçoamento da qualidade;
a maior adaptabilidade às condições climáticas desfavoráveis e a
domesticação de novas espécies, conferindo-lhes utilidade e
rentabilidade para o ser humano;
LACADENA, Juan Ramón. Plantas y alimentos transgénicos. Madrid: Departamento de Genética, Facultad de Biología, Universidad Complutense. 1998.
Alimentos transgênicos
A liberação dos transgênicos no Brasil, vem provocando intensa
polêmica
riscos à saúde e ao meio ambiente.
Envolve: cientistas, agricultores, ambientalistas e representantes do
governo
'segurança alimentar'
O conceito surgiu na Europa do século XX
guerra e catástrofe
Percurso histórico
soberania e segurança nacional
1ª Guerra
que evidenciou o poder de dominação que poderia representar o
controle do fornecimento de alimentos.
MARINHO, Carmem Luiza Cabral. Discurso polissêmico sobre plantas transgênicas no Brasil: estado da arte. Tese (Doutorado) - Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz, Rio de
Janeiro. 2003.
MALUF, Renato. Segurança alimentar e nutricional. Petrópolis: Vozes. 2007.
Alimentos transgênicos
Estados Unidos e França (1986)
geneticamente modificados
Primeiros experimentos com cultivos
A primeira variedade comercializada
“tomate FlavrSavr”
Calgene (1994)
Entre 1987 e 2000
11.000 ensaios de campo
tolerância a herbicidas
resistência a insetos
qualidade do produto
resistência a vírus
45 países
81 cultivos GM
milho, tomate, soja,
canola, batata e algodão
Culturas GM : 1996 (Estados Unidos) - soja Roundup Ready®
BORÉM, A.; SANTOS, F.R. Biotecnologia Simplificada. Viçosa: Ed. UFV, 2001.
Silveira, José Maria Ferreira Jardim da et al. Biotecnologia e agricultura da ciência e tecnologia aos impactos da inovação. São Paulo Perspec. 2005; 19 (2).
Alimentos transgênicos
Batista, Rita e Oliveira, Maria Margarida. Facts and fiction of genetically engineered food. Trends Biotechnol 2009; 27(5): 277-86.
Alimentos transgênicos
Segurança Alimentar
Critérios
Equivalência
Substancial
(ES)
Princípio de
Precaução
(PP)
Definição
Autoridades
regulatórias globais
Estados Unidos
O organismo geneticamente modificado (OGM), sendo similar
Canadá
a
sua
contraparte
convencional,
é
considerado
Argentina
substancialmente equivalente, inexistindo, portanto, razões para
considerá-lo perigoso.
Surgiu como uma ferramenta a ser utilizada quando for
impossível efetuar a avaliação científica do risco, servindo para
impedir ações que União
possam Européia
causar danos ambientais.
Preconiza essencialmenteBrasil
que, em caso de ameaça de redução
ou perda de diversidade biológica, a simples falta de plena
certeza científica não deve ser usada para postergar medidas
que evitem ou minimizem essa ameaça.
FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Joint FAO/WHO Expert Consultation on Foods Derived from Biotechnology. Topic 1: The concept of substantial equivalence,
its historical development and current use. Nick Tomlinson, Food Standards Agency. United Kingdom. 2000.
MILLSTONE, Erik; BRUNNER Eric; MAYER, Sue. Beyond 'substantial equivalence'. Nature, v.401, p.525-526. 1999. PARLAMENTO EUROPEU. Diretiva 2001/18/CE de 12 de março de
2001, relativa à libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados. Jornal Oficial, n.L106, p.1-39. 17 abr. 2001.
Alimentos transgênicos
Segurança Alimentar
Para muitos autores, o PP se adequa perfeitamente aos OGMs e,
portanto, deveria ter sido empregada desde os primórdios da
tecnologia.
A equivalência substancial se contrapõe ao princípio da
precaução, pois enquanto a primeira evita a identificação de
riscos e não leva em conta as incertezas científicas, o segundo
preconiza essencialmente o contrário.
Camara, Maria Clara Coelho et al. Transgênicos: avaliação da possível (in)segurança alimentar através da produção científica. Hist. cienc. saude-Manguinhos 2009; 16 (3).
2001, relativa à libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados. Jornal Oficial, n.L106, p.1-39. 17 abr.2001.
Alimentos transgênicos
Segurança
No Brasil, Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio (regulamentada lei
11.105 desde março de 2005) é responsável por avaliar, caso a caso, os possíveis riscos
oferecidos pelos transgênicos cuja liberação vem sendo requerida, para fins experimentais
ou comerciais.
CTNBio foi criada no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, é uma instância
colegiada multidisciplinar, com a finalidade de prestar apoio técnico consultivo e de
assessoramento ao governo federal na formulação, atualização e implementação da Política
Nacional de Biossegurança relativa a OGM, bem como no estabelecimento de normas
técnicas de segurança e pareceres técnicos conclusivos referentes à proteção da saúde
humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a
construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo,
armazenamento, liberação e descarte de OGM e derivados. A CTNBio já publicou 20
instruções normativas referentes aos diversos temas de sua competência, sendo considerada
um instrumento privilegiado para estudos de avaliação dos alimentos transgênicos quanto à
sua segurança para o consumo.
A instrução normativa 20, de 11 de dezembro de 2001, dispõe sobre as normas para
avaliação da segurança alimentar de plantas geneticamente modificadas ou de suas partes.
Camara, Maria Clara Coelho et al. Transgênicos: avaliação da possível (in)segurança alimentar através da produção científica. Hist. cienc. saude-Manguinhos 2009; 16 (3). 2001, relativa à libertação deliberada no ambiente
de organismos geneticamente modificados. Jornal Oficial, n.L106, p.1-39. 17 abr.2001.
Lajolo, Franco Maria; Nutti, Marília Regini. Transgênicos: bases cientificas da sua segurança. SBAN, 2003.
Alimentos transgênicos
Segurança
Os Ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento são os órgãos
responsáveis pelo controle da qualidade de toda a cadeia alimentar.
A Codex Alimentarius Commission, da Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO) adotou, em 2003, uma lista de princípios para a
análise dos riscos oriundos da aplicação da técnica de transgenia. Além disso, descreve,
também, uma metodologia para conduzir as avaliações da segurança alimentar desses
produtos. Os princípios de avaliação requerem a investigação de:


efeitos diretos para a saúde (toxicidade);
tendência a provocar reações alérgicas (alergenicidade);

componentes específicos que promovem propriedades nutricionais ou tóxicas;

estabilidade do gene inserido;

efeitos nutricionais associados com a modificação genética específica;

qualquer efeito não intencional que pode resultar da inserção genética.
Camara, Maria Clara Coelho et al. Transgênicos: avaliação da possível (in)segurança alimentar através da produção científica. Hist. cienc. saude-Manguinhos 2009; 16 (3).
WHO World Health Organization. Modern food biotechnology, human health and development: an evidence-based study. 2005.
Alimentos transgênicos
Quanto ao mercado da venda de sementes transgênicas são monopolizadas
pelas cinco maiores empresas de agroquímicos do mundo : Syngenta, Bayer
CropScience, Monsanto, DuPont e Dow. Sendo a Monsanto a empresa que
vende mais sementes GM.
Durante o período de nove anos, a área global cultivada com organismos GM
cresceu 47 vezes, de 1,7 milhões de hectares em 1996 para 81,0 milhões em
2004. Oito países foram responsáveis pela maior parte da área total do cultivo
GM em 2004: EUA (59%), Argentina (20%), Canadá (6%), Brasil (6%), China
(5%), Paraguai (2%), Índia (1%) e África do Sul (1%).
Nos dados mais recentes, em 2007, 23 países são oficialmente autorizados
para cultivos de transgênicos: Estados Unidos, Argentina, Brasil, Canadá,
Índia, China, Paraguai, África do Sul, Uruguai, Filipinas, Austrália, Espanha,
México, Colômbia, Chile, França, Honduras, República Checa, Portugal,
Alemanha, Eslováquia, Romênia e Polônia.
JAMES, C. Global Status of Commercialized Transgenic Crops: 2005. Ithaca: ISAAA, 2005.
Herring, Ronald J. Opposition to transgenic technologies: ideology, interests and collective action frames. Nat Ver genet 2008; 9(6): 458-63
Alimentos transgênicos
O cultivo de transgênico é ainda dominado por duas características que
reduzem os custos para os agricultores :
- resistência a insetos
- tolerância herbicida.
Os principais cultivos são ainda soja, algodão, milho e canola.
Borlaug, N. E. Challenges facing Crop Scientists in the 21st Century. American Society of Agronomy Annual Meeting November 3–5, 2007 New Orleans, Louisiana. ASC meetings [online],
<https://www.acsmeetings.org/ shared/files/borlaug-2007.pdf>(2007). 17.
Conway, G. The Doubly Green Revolution: Food for Allin the Twenty-First Century (Cornell Univ. Press, Ithaca,New York,1999).
Alimentos transgênicos
Culturas
Melhoramentos
Arroz
Tolerancia salinidade e escassez de água
Resistencia a pragas
Melhoria nutricional (aumento no teor de ferro)
Trigo
Aumento na produção e adaptação
Resistencia a pragas
Milho
Aumento na produção e adaptação
Resistencia a pragas
Sorgo
Tolerância escassez de água
Resistente a herbicidas e dotado de propriedades que auxiliam na
prevenção de doenças cardiovasculares
Aumento no teor de óleo
Algodão
Resistencia a pragas
Aumento na produção e na qualidade da fibra e teor de óleo
Batata
Mais resistente a pragas e as variedades climáticas
Cana de açúcar
Maturidade precoce
Feijão
Resistente ao mosaico dourado, principal vírus que ataca a plantação
Melão
Maior durabilidade
Mamão
Resistente mancha anelar, doença que afeta a fruta, reduzindo a sua
produtividade
Tomate
Com sabor e cor mais acentuado, além de maior durabilidade
SHARMA, H.C. et al. Applications of biotechnology for crop improvement: prospects and constraints. Plant Science, v. 163, p. 381-395, 2002.
Lajolo, Franco Maria; Nutti, Marília Regini. Transgênicos: bases cientificas da sua segurança. SBAN, 2003.
Alimentos transgênicos
Detecção e Quantificação
O cumprimento da legislação que regulamenta a comercialização de alimentos e
ingredientes contendo organismos geneticamente modificados (OGMs) é totalmente
dependente da sensibilidade e confiabilidade dos métodos de detecção e quantificação de
OGMs.
O conhecimento da estrutura básica de um OGM é importante para compreender o
princípio de alguns métodos utilizados na detecção destes organismos. Um típico inserto
de um OGM é composto por três elementos:
-
o promotor, que regula a leitura do gene (transcrição)
o gene de interesse, que determina a característica desejável
o elemento terminador, responsável pelo término da transcrição
Além destas, outras seqüências exógenas de DNA, responsáveis principalmente pela
regulação e estabilização do gene inserido, podem estar eventualmente presentes. A
combinação de todos estes elementos caracteriza um evento, ou seja, a construção gênica
característica de um OGM.
Conceição, Fabricio Rochedo. Detecção e quantificação de organismos geneticamente modificados em alimentos e ingredientes alimentares. Cienc. Rural 2006; 36: (1).
CONCEIÇÃO, F.R. et al. Detecção de organismos geneticamente modificados. In: BINSFELD, P.C. Biossegurança em biotecnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. p.145-169.
Alimentos transgênicos
Detecção e Quantificação
A análise de rotina de produtos alimentícios contendo OGMs compreende três
etapas:
1- detecção;
2- identificação do OGM presente na amostra, para determinar se este é autorizado;
3- quantificação do OGM no produto, para checar a necessidade de rotulagem ou
não, conforme a legislação.
- Detecção baseada na presença de proteína

Bioensaios: para tolerância a herbicida é um método simples e prático no qual as
sementes alvo são colocadas em meio de germinação contendo uma solução diluída
de herbicida.
As principais limitações: o longo tempo para obtenção do resultado
(aproximadamente uma semana) e a utilização restrita à OGMs resistentes à
herbicidas. Bioensaios são utilizados atualmente por companhias exportadoras de
sementes e grãos.
PETIT, L. et al. Screening of genetically modified organisms and specific detection of Bt176 maize in flours and starches by PCR-enzyme linked immunosorbent assay. European Food
Research and Technology, v.217, p.83-89, 2003.
MARIOTTI, E. et al. Surface plasmon resonance biosensor for genetically modified organisms detection. Analytica Chemical Acta, v.453, p.165-172, 2002.
TORRES, A.C. et al. Bioassay for detection of transgenic soybean seeds tolerant to glyphosate. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.38, p.1053-1057, 2003.
Alimentos transgênicos
Detecção e Quantificação

Imunoensaios
São ideais para a detecção qualitativa e quantitativa de proteínas em misturas
complexas. Baseado na típica concentração de proteína transgênica em tecidos vegetais
(> 10µg g-1 de tecido), o limite de detecção de um imunoensaio é de
aproximadamente 1%. A detecção de OGMs, através de imunoensaios, nem sempre é
possível. Isto ocorre quando o nível de expressão da proteína transgênica nas partes
das plantas que são utilizadas na produção de alimentos é muito baixo.
Principais imunoensaios utilizados na detecção e quantificação
de alimentos contendo OGMs
ensaio
imunoenzimático
(ELISA)
imunoensaio de fluxo lateral
(IFL)
Western blot
STAVE, J.W. Detection of new or modified proteins in novel foods derived from GMO – future needs. Food Control, v.10, p.361-374, 1999.
STAVE, J.W. Protein immunoassay methods for detection of biotech crops: Applications, limitations and practical considerations. Journal of AOAC International, v.85, p.780-786, 2002.
AHMED, F.E. Application of molecular biology to biomedicine and toxicology. Journal of Environmental and Science Health, v.11, p.1-51, 1995.
Alimentos transgênicos
Detecção e Quantificação
Detecção baseada na presença de DNA
-

A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
Consiste na amplificação seletiva de seqüências específicas da molécula de DNA, é o
principal método utilizado na detecção e quantificação de alimentos contendo OGMs.
É um método sensível, específico, seguro, capaz de detectar uma ampla série de
eventos e de distinguir as variedades GM que apresentam diferentes construções
gênicas, porém expressam a mesma proteína.
As principais limitações da PCR são: dificuldade na construção dos iniciadores, uma
vez que a informação sobre a seqüência da modificação genética geralmente é
confidencial ; necessidade de pessoal treinado e equipamentos especiais; elevado custo;
necessidade de material de referência certificado, cuja disponibilidade geralmente é
limitada.
MAGIN, K. et al. Methods for detection of GMO grain in commerce. 2000.
BERTHEAU, Y. et al. Detection methods and performance criteria for genetically modified organisms. Journal of AOAC International, v.85, p.801-808, 2002.
GIOVANNINI, T.; CONCILLO, L. PCR detection of genetically modified organisms: a review. Starch, v.54, p.321-327, 2002.
YAMAGUCHI, H. et al. Two detection methods of genetically modified maize and the state of its import into Japan. Food Control, v.14, p.201-206, 2003.
HOLST-JENSEN, A. et al. PCR technology for screening and quantification of genetically modified organisms (GMOs). Analytical and Bioanalytical Chemistry, v.375, p.985-993, 2003.
Alimentos transgênicos
Detecção e Quantificação
Entre as principais técnicas de detecção qualitativa e de
rastreamento estão a PCR screening, a PCR nested e a PCR
multiplex.
Um aspecto crucial na análise de alimentos contendo OGMs é a
quantificação, pois dependendo da sua concentração final no
alimento, este será ou não rotulado como alimento contendo
produto geneticamente modificado. Para isso, foram
desenvolvidos métodos de quantificação como a PCR
quantitativa competitiva (PCR-QC) e a PCR em tempo real
(PCR-TR).
Conceição, Fabricio Rochedo. Detecção e quantificação de organismos geneticamente modificados em alimentos e ingredientes alimentares. Cienc. Rural 2006; 36: (1).
CONCEIÇÃO, F.R. et al. Detecção de organismos geneticamente modificados. In: BINSFELD, P.C. Biossegurança em biotecnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. p.145-169.
MIRAGLIA, M. et al. Detection and traceability of genetically modified organisms in the food production chain. Food Chemical Toxicology, v.42, p.1157-1180, 2004.
TRAPMANN, S.; EMONS, H. Reliable GMO analysis. Analytical and Bioanalytical Chemistry, v.381, p.72-74, 2005.
Alimentos transgênicos
Detecção e Quantificação
- Métodos alternativos de detecção e quantificação de OGMs




Diversos métodos vêm sendo desenvolvidos, destacando :
a cromatografia
a espectrometria de massa
os microarranjos de DNA (microchips)
a espectrometria no infravermelho próximo.
Atualmente, no Brasil, um crescente número de laboratórios de controle de
alimentos utiliza a técnica de PCR para a detecção e quantificação de OGMs.
OBEID, P.J. et al. Rapid analysis of genetically modified organisms by in-house developed capillary electrophoresis chip and laser-induced fluorescence system. Electrophoresis, v.25,
p.922-930, 2004.
MINUNNI, M. et al. Biosensors as new analytical tool for detection of genetically modified organisms (GMOs). Fresenius Journal of Analytical Chemistry, v.369, p.589-93, 2001.
CONCEIÇÃO, F.R. et al. Detecção de organismos geneticamente modificados. In: BINSFELD, P.C. Biossegurança em biotecnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. p.145-169.
Alimentos transgênicos
Para seus criadores, as sementes transgênicas (TG) incorporam
conhecimento científico e trazem a marca da ciência e da
economia política da “globalização”.
Há um intenso conflito entre defensores e críticos da tecnologia
transgênica. Grande parte da polêmica ocorre da falta de
informações completas e confiáveis sobre riscos, benefícios e
limitações dessa aplicação.
LACEY, Hugh. As sementes e o conhecimento que elas incorporam. São Paulo Perspec. 2000; 14(3).
LACEY, Hugh. A controvérsia sobre os transgênicos: questões científicas e éticas. Aparecida: Idéias & Letras, 2006.
Alimentos transgênicos
Análise crítica
Os críticos são de vários tipos:




Alguns rejeitam cabalmente ou mostram-se apreensivos diante da “intromissão
na natureza” exemplificada pelas sementes TG;
Outros exigem medidas de precaução para riscos ambientais e à saúde, da
inadequação dos procedimentos de avaliação de riscos, de questões de escolha
dos consumidores e rotulagem de produtos TG, de ameaças à biodiversidade,
perigos de controle do suprimento de alimentos pelas grandes empresas;
Alguns criticam o uso corrente de sementes TG por visar principalmente o lucro
empresarial, embora apóiem a pesquisa e desenvolvimento que tem por objetivo
ajudar os povos dos países empobrecidos, por exemplo, produzindo arroz mais
rico em vitamina;
Alguns pensam que os riscos envolvidos são motivo para que se abandone todo
o empreendimento;
PRÍNCIPE DE GALES (Príncipe Charles). "Seeds of disaster". The Ecologist, v.28, n.5, set./out. 1998, p.252-253. . RISLER, J. e MELLON, M. The ecological risks of engineered crops. Cambridge, MIT Press, 1996.
LAPPÉ, M. e BAILEY, B. Against the grain: biotechnology and the corporate takeover of your food. Monroe (Maine), Common Courage Press, 1998. . NUFFIELD COUNCIL ON BIOETHICS. Genetically modified crops: the social and ethical issues. London, The N
Foundation, 1999.. SERAGELDIN,
I. "Biotechnology and food security in the 21st century". Science, v.285, 16 de julho de 1999, p.387-389.
ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Rio Grande do Sul, Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998.
Alimentos transgênicos
Análise favorável
São poucas as concessões dos defensores.





Eles reconhecem riscos, naturalmente, mas sustentam que os riscos reais
podem ser administrados e regulamentados;
Alegam também não haver evidência científica concreta de que produtos TG
atualmente no mercado causem riscos maiores que os produtos da agricultura
convencional;
Confiantes nos resultados e promessas da ciência, e encorajados por seus
sucessos anteriores, eles não se deixam abalar por apelos para que se tenha
especial cautela no uso de produtos TG;
Replicam que o uso de sementes TG permite alta produtividade combinada
com uma atitude amigável em relação ao meio ambiente e insistem que é
necessário alimentar a humanidade;
Dessa perspectiva quaisquer riscos ocasionados pelo uso de sementes TG
desaparecem na insignificância em comparação com as conseqüências de sua
não utilização;
SPECTER, M. "The pharmageddon riddle". The New Yorker, 10/04/2000, p.58-71.
McGLOUGHLIN, M. "Ten reasons why biotechnology will be important to the developing world". AgBioForum, v.2, 2000
Alimentos transgênicos
Percepção pública
É importante considerar a percepção da população em relação
aos OGMs. Arnaiz (2004) analisou algumas pesquisas de opinião
sobre transgênicos e concluiu que, com o avanço do consumo
desses alimentos, ocorreu também um aumento da percepção
negativa dos indivíduos a respeito das novas aplicações
tecnológicas na alimentação. Afirma, ainda, sabermos pouco
sobre o que comemos, e que as incertezas da população a
respeito dos OGMs deriva do comportamento das instituições
responsáveis pela avaliação dos riscos desses alimentos.
ARNIZ, Mabel Gracia. Pensando sobre el riesgo alimentario y su aceptabilidad: el caso de los alimentos transgénicos. Revista de Nutrição 2004;17(2):125-49.
Alimentos transgênicos
Riscos
Uma série de riscos dos alimentos transgênicos para a saúde estão
sendo levantados e questionados, como o aumento das alergias,
resistência aos antibióticos, aumento das substâncias tóxicas e dos
resíduos nos alimentos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e associações médicas
americanas, entre outros, expressam preocupação de que se "os genes
resistentes a antibióticos" usados em alimentos GM se transferissem
para bactérias, poderiam resultar no aparecimento de superdoenças. Tal
fato motivou a Associação Médica Britânica a declarar uma moratória
para alimentos GM.
Suzi Barletto Cavalli. Segurança Alimentar: a abordagem dos alimentos transgênicos. Rev. Nutr. 2001; 14.
JEFFREY, M. Smith. Perigo dos alimentos manipulados geneticamente. In: Zanoni, Magda (Org.). Transgênicos, terapia genética, células-tronco: questões para a ciência e para a
sociedade. Brasília: Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. p.25-33. (NEAD Debate, 1). 2004.
Alimentos transgênicos
Riscos
Os riscos potenciais estão associados:




novo DNA introduzido
ao produto de expressão desse DNA (proteína)
a efeitos não-intencionais, decorrentes da introdução no genoma e
da expressão desse novo gene
eventuais mutações
Lajolo, Franco Maria; Nutti, Marília Regini. Transgênicos: bases cientificas da sua segurança. SBAN, 2003.
Alimentos transgênicos
Riscos
Principais riscos associados com transgênicos:

Saúde Humana:
Decorre do raciocínio de que as modificações genéticas efetuadas nas plantas as
levam a secretar substâncias ausentes ou incomuns nos alimentos convencionais.
Compostos inexistentes na cadeia alimentar, exatamente por serem estranhos aos
organismos que passarão a ingeri-los em conseqüência da transgenia, poderiam
desencadear processos alérgicos ou outras disfunções fisiológicas.

Ambiente:
Se subdivide em três ramos: poluição genética, surgimento de superpragas e
danos a espécies circundantes.
Leite, Marcelo. Arautos da razão: a paralisia no debate sobre transgênicos e meio ambiente. Novos estud. – CEBRAP 2007; n.78
Alimentos transgênicos
Riscos - Alergia
A alergenicidade é um importante risco a ser analisado, considerando-se que
os alérgenos alimentares são proteínas que podem ser oriundas de genes
endógenos ou exógenos.
Uma árvore de decisões (roteiro analítico sistematizado) para a avaliação do
potencial de alergenicidade de novas proteínas em alimentos geneticamente
modificados foi desenvolvia em 1996 pelo Conselho Internacional de
Biotecnologia de Alimentos e pelo Instituto de Alergia e Imunologia do ILSIInternacional Life Sciences Institute.
Não se oficializou um procedimento fixo para a avaliação da alergenicidade,
ficando a árvore decisória como uma das formas possíveis de estratégia.
VENZKE, Janaina Guimarães. Segurança alimentar de milho geneticamente modificado contendo o gene cry Ab de Bacillus thuringiensis. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
2006..
ILSI. Allergenicity assessment for foods derived from genetically modified crops. Washington, DC, 2001. 17 p. (HESI Codex Comments, July 19, 2001).
FAO/WHO. Allergenicity of genetically modified foods: report of a Joint FAO/WHO Expert Consultation on Foods derived from biotechnology. Rome, 22-25 January 2001. Rome, 2001 b.
Lajolo, Franco Maria; Nutti, Marília Regini. Transgênicos: bases cientificas da sua segurança. SBAN, 2003.
Há alternativas ao uso dos transgênicos ?
Alimentos transgênicos
Alternativas
Para os porta-vozes das instituições científicas e agroindustriais
proeminentes não há alternativas de cultivo que possam
substituir as técnicas baseadas em transgênicos, e que possam
produzir, de forma satisfatória, maiores benefícios com relação a
produtividade, sustentabilidade e satisfação das necessidades
humanas.
Para eles, os transgênicos são necessários para produzir
alimentos em quantidades suficientes para alimentar e nutrir a
crescente população mundial ou ser inviáveis nas regiões do
mundo que sofrem com a fome crônica, intensificada ainda mais
pelas mudanças climáticas.
Lacey, Hugh. Há alternativas ao uso dos transgênicos? Novos estud. – CEBRAP 2007; 78.
Alimentos transgênicos
Alternativas
A agroecologia é, em particular, uma alternativa que se destaca. É uma forma
de agricultura fundamentada por resultados científicos derivados da utilização
de metodologias não enquadradas pela abordagem descontextualizada:
A agroecologia é considerada uma disciplina científica que transcende os limites da própria
ciência, ao pretender incorporar questões não tratadas pela ciência clássica (relações sociais
de produção, eqüidade, segurança alimentar, produção para auto consumo, qualidade de
vida, sustentabilidade).
A existência ou não de alternativa ao uso de transgênicos capaz de satisfazer a
demanda mundial por alimentos e nutrientes é uma questão que permanece
aberta à investigação científica. A importância dos transgênicos ainda não está
bem fundamentada no conhecimento científico disponível, em parte porque
as conquistas e o potencial da agroecologia não foram objeto de atenção
científica suficiente.
EMBRAPA (Grupo de trabalho em agroecologia). Marco referencial em agroecologia. Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2006, p. 42.
Lacey, Hugh. Há alternativas ao uso dos transgênicos? Novos estud. – CEBRAP 2007; 78.
Alimentos transgênicos
Rotulagem
A rotulagem é um mecanismo que possibilita ao consumidor decidir se aceita ou
não consumir alimentos cujas propriedades não são ainda suficientemente
conhecidas pela ciência. Além disso, é direito do consumidor ser informado de
maneira adequada sobre a qualidade, quantidade e composição dos alimentos que
pretende adquirir. A rotulagem permite, ainda, rastrear a origem do alimento, em
casos de eventuais problemas.
Na União Européia, desde 2004, o limite para não rotular um produto como
geneticamente modificado é de 0,9% de OGMs . No Brasil, o limite é de 1%,
determinado pelo Decreto 4.680 de 24 de abril de 2003, na Suíça 0,1% e na Rússia e
Japão 5%. Nos EUA, embora a recente legislação não exija a rotulagem, o governo
recomenda fazê-la voluntariamente, exigindo apenas que as empresas produtoras de
alimentos contendo OGMs notifiquem a FDA (órgão do governo americano
responsável pela fiscalização de drogas e alimentos) pelo menos 120 dias antes do
novo produto ser comercializado.
CE - REGULAMENTO (CE) n0 1830/2003 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. Relativo à rastreabilidade e rotulagem de organismos geneticamente modificados e à rastreabilidade dos géneros alimentícios e alimentos para
animais produzidos a partir de organismos geneticamente modificados e que altera a Diretiva 2001/18/CE. Jornal Oficial da União Européia. L 268/24, PT, 2003.
BRASIL. DOU - Diário Oficial da União. Publicado no dia 25.04.2003. Seção I, p.2.
TOZZINI, A.C. Detección de OGMs en la Cadena Agroalimentaria. In: ECHENIQUE, V. et al. Biotecnología y mejoramiento vegetal. Buenos Aires: INTA, 2004. p.409-424.
Camara, Maria Clara Coelho et al. Transgênicos: avaliação da possível (in)segurança alimentar através da produção científica. Hist. cienc. saude-Manguinhos 2009; 16 (3).
Alimentos transgênicos
Decreto n.4.680/03
Instrução Normativa Interministerial n. 1/04
Portaria MJ n. 2658/03
Na rotulagem de alimentos e ingredientes alimentares destinados
ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam
produzidos a partir de organismos geneticamente modificados,
com presença acima do limite de um por cento do produto:
"(nome do produto) transgênico", "contém (nome do ingrediente ou
ingredientes) transgênico(s)" ou "produto produzido a partir de
(nome do produto) transgênico".
Obrigatoriedade de constar o símbolo no painel principal
ANVISA. Instrução Normativa nº 1, de 1º abril de 2004. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=10523. Acesso em: 02/11/2009.
Alimentos transgênicos
Decreto n.4.680/03
Instrução Normativa Interministerial n. 1/04
Portaria MJ n. 2658/03
Deverá ser informado, no rótulo (alimento ou ingrediente préembalado) e expositor (alimentos e ingredientes alimentares a
granel), o nome científico da espécie doadora do gene
responsável pela modificação expressa do OGM, sendo
facultativo o acréscimo do nome comum quando inequívoco. A
informação dos alimentos ou ingrediente pré-embalado deverá
ser feita da seguinte forma:
a)
b)
após o(s) nome(s) do(s) ingredientes(s);
no painel principal ou nos demais painéis quando produto de
ingrediente único;
ANVISA. Instrução Normativa nº 1, de 1º abril de 2004. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=10523. Acesso em: 02/11/2009.
Alimentos transgênicos
Decreto n.4.680/03
Instrução Normativa Interministerial n. 1/04
Os alimentos e ingredientes alimentares que não contenham
nem sejam produzidos a partir de OGM é facultada a
declaração no rótulo da expressão:
"Livre de transgênicos "
a)
b)
Deve haver um alimento similar no mercado
Comprovar a ausência de transgênico no produto ou
ingrediente alimentar (documento de certificação
reconhecido por órgão competente)
ANVISA. Instrução Normativa nº 1, de 1º abril de 2004. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=10523. Acesso em: 02/11/2009.
Alimentos transgênicos
A comprovação documental da presença ou ausência de OGM,
mediante documentos fiscais que acompanham o alimento ou
ingrediente alimentar em todas as etapas da cadeia produtiva,
deverá atender a requisitos e procedimentos estabelecidos pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela
ANVISA, no âmbito de suas competências.
ANVISA. Instrução Normativa nº 1, de 1º abril de 2004. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=10523. Acesso em: 02/11/2009.
Alimentos transgênicos
Lei nº 10.688, 13 junho de 2003
Os rótulos dos alimentos e ingredientes alimentares que contenham
ou tenham sido produzidos a partir da soja comercializada deverão
apresentar a seguinte expressão:
"pode conter soja transgênica "
ou
" pode conter ingrediente produzido a partir de soja transgênica"
ANVISA. Instrução Normativa nº 1, de 1º abril de 2004. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=10523. Acesso em: 02/11/2009.
Alimentos transgênicos
Conclusão
A primeira observação sobre este assunto é que a falta de
estudos experimentais independentes sobre a segurança ou
perigo de alimentos geneticamente modificados na saúde
humana é evidente. Várias revisões de literatura concluem que a
investigação científica disponível a fim de consumir alimentos
transgênicos sem medo são insuficientes.
Pryme IF, Lembcke R. In vivo studies on possible health consequences of genetically modified food and feed--with particular regard to ingredients consisting of genetically modified
plant materials. Nutr Health. 2003;17(1):1-8.
Domingo Roig JL, Gómez Arnáiz M.. Riesgos sobre la salud de los alimentos modificados genéticamente: una revisión bibliográfica. Rev Esp Salud Pública 2002; 74: 225-61.
Spendeler, Liliane. Organismos modoficados geneticamente: uma nueva ameaza para la seguridad alimentaria. Rev. Esp. Salud Publica 2005; 79 (2).
Alimentos transgênicos
Conclusão
Alimentos geneticamente modificados passam quase
despercebidas, mas entram em nossa dieta diária. Não existe
atualmente a possibilidade de estabelecer uma relação causa e
efeito entre a taxa de consumo que fazemos dos transgênicos e
da emergência de novas doenças, como alergias. A absoluta falta
de certeza científica sobre a segurança dos alimentos
geneticamente modificados em contradição com a falta de
mecanismos para detectar problemas em potencial e,
especialmente, com a velocidade com que estes novos alimentos
foram introduzidos na cadeia alimentar.
Spendeler, Liliane. Organismos modoficados geneticamente: uma nueva ameaza para la seguridad alimentaria. Rev. Esp. Salud Publica 2005; 79 (2).
Alimentos transgênicos
Conclusão
Não se pode dizer que as culturas geneticamente modificadas
irão contribuir para uma distribuição mais justa dos recursos
entre todos os seres humanos, a redução das desigualdades entre
países ricos e pobres, para resolver o problema da fome no
mundo .
Spendeler, Liliane. Organismos modoficados geneticamente: uma nueva ameaza para la seguridad alimentaria. Rev. Esp. Salud Publica 2005; 79 (2).
Alimentos transgênicos
Para finalizar, como o tema é polêmico, os
alimentos geneticamente modificados merecem
toda nossa atenção e curiosidade para que, com o
tempo, possamos nos posicionar frente a esta
evolução da ciência.
Hilzeth de Luna Freire Pessoa et al. Alimentos transgênicos: uma visão atual. Rev. Bras. Nutr. Clín. 2001; 16 (3):121-124.
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