A Gestão de Recursos Humanos Alinhada à Gestão De Projetos
Aureliano Fagundes de O. Filho
O termo indivíduo (Ferreira, 1986), quando substantivo, refere-se a “pessoa humana, considerada quanto
às suas características particulares, físicas e psíquicas”. Uma organização é composta de pessoas que
trazem para seu interior suas necessidades, interesses, sonhos, potencialidades e limitações. Quando
usado como adjetivo, indivíduo é sinônimo de indiviso, de algo que pode ser dividido. E esse significado
parece estar definitivamente incorporado às políticas e ações contemporâneas de gestão de pessoas. Este
artigo refere-se à importância das pessoas no sucesso de um projeto. Como a área de Gestão de Pessoas
pode fazer a “diferença” na Gestão de Projetos.
Palavras Chaves: Gestão de Recursos Humanos, Gestão de Projetos, Pessoas, Motivação.
Introdução A transformação é uma das características mais marcantes do ambiente empresarial no Brasil e
no mundo. As mudanças organizacionais, no ambiente empresarial e na sociedade são profundas e
ocorrem em ritmo cada vez mais acelerado. Um dos impactos mais expressivos dessas mudanças no
ambiente é, por parte das organizações, o aumento do nível de qualificação e de conhecimentos exigido
dos profissionais, com implicações diretas na gestão de pessoas e nos modelos utilizados em sua
administração. Toda e qualquer organização depende, em maior ou menos grau, do desempenho humano
para o sucesso. Estabelecer os conceitos básicos do tema, e atentar para os principais desafios da gestão
de pessoas, previamente ao estabelecimento de discussão de sua importância para a Gestão de Projetos é,
portanto, uma tarefa útil a ser cumprida neste artigo.
Gestão de Pessoas Entende-se modelo de gestão de pessoas a maneira pela qual uma empresa se organiza
para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho. Para isso, a empresa se estrutura
definindo princípios, estratégias, políticas e práticas ou processos de gestão. Através desses mecanismos, a
empresa implementa diretrizes e orienta os estilos de atuação dos gestores em sua relação com aqueles
que nela trabalham. A importância que o comportamento humano vem assumindo no âmbito dos negócios
fez com que a preocupação com sua gestão ganhasse espaço cada vez maior na teoria organizacional. É
nesse contexto que surge o conceito de modelo de gestão de pessoas. Quando esse conceito é
estrategicamente orientado, sua missão prioritária consiste em identificar padrões de comportamento
coerentes com o negócio da organização. A partir de então, obtê-los, mantê-los, modificá-los e associá-los
aos demais fatores organizacionais será o objetivo principal. Já a estratégia organizacional refere-se ao
comportamento global e integrado da empresa em relação ao ambiente que a circunda. Quase sempre,
estratégia significa mudança organizada. Toda organização precisa ter um padrão de comportamento
sistêmico em relação ao mundo de negócios que a circunda e onde opera. Essa estratégia juntamente com
a Gestão de Pessoas, torna a empresa com maior potencialidade para trabalhar através da Gestão de
Projetos. Vale lembrar que projeto se refere a algo definido, planejado o qual consiste num conjunto de
atividades inter-relacionadas e coordenadas, para se chegar a um objetivo específico e que se trabalha
com variáveis de tempo e custos. A gestão de pessoas possui um grande desafio ao se trabalhar alinhada a
um Projeto, pois ela possui a responsabilidade de fazer com que no projeto tenha as pessoas certas, e
também fazer com que essas pessoas executem e façam do projeto um sucesso.
Otimização da Gestão de Projetos alinhada à Gestão Estratégica de Pessoas Passamos em um momento
histórico em que a competição é um fator presente nas organizações e isso se reflete na concorrência por
profissionais que agreguem condições determinantes no diferencial de qualidade da empresa e dos
projetos. Agregar, Desenvolver e reter o capital humano, o individuo tornaram-se ações chaves para a
sobrevivência de uma empresa e o sucesso de um projeto. Diversas são as áreas que a Gestão de Pessoas
pode atuar a fim de se tornar válida ao projeto. Podemos citar alguns como: (a) Recrutamento e seleção;
(b) Treinamento; (c) Desenvolvimento; (d) Remuneração; (e) Relação com o empregado; (f) Higiene,
Segurança e Qualidade de Vida. Essas devem ser pensadas a partir do escopo do projeto, pois requerem
tempo e dinheiro para serem realizadas com qualidade. Dessa maneira, o escopo do projeto permitirá
dizer qual será a atuação da área de Gestão de Pessoas em relação àqueles que compõem o projeto. Qual
será o foco de trabalho e as medidas que se podem tomar a fim de que o capital humano seja valorizado e
conseqüentemente atue de forma a agregar cada vez mais valor ao projeto, tornando-o exemplo a demais.
Ao observar que um projeto nem sempre possui grande quantidade de tempo para ser executado, e assim,
não permite muitas ações da área de Gestão de Pessoas, pode-se citar uma ação de contribuição para o
Projeto. Qual seria? A utilização da “Motivação” como ferramenta para otimização do projeto. A seguir
maiores explanações.
Motivação ferramenta importante na Gestão de Projetos. O Papa João Paulo II, em sua carta encíclica
Laborem Exercens, dizia que o trabalho é um bem do homem “é um bem da sua humanidade” porque,
mediante o trabalho, o homem não somente transforma a natureza, mas também se realiza e até, num
certo sentido, torna-se mais homem. A motivação tem sido um dos temas mais estudados em gestão de
pessoas, e mesmo assim, permanece um dos aspectos mais preocupantes do cotidiano das organizações.
São inúmeras as opções para motivar os empregados, há muitos investimentos em novos e retumbantes
programas motivacionais. No sentido mais amplo, “motivação corresponde a uma modificação do
organismo que o faz mover-se, até que se reduza essa modificação” (Piéron, 1964). Motivação é definida
como um impulso à ação. É também traduzida como necessidade ou tendência e originada basicamente no
interior do individuo. “Para compreender a motivação humana, o primeiro passo é o conhecimento do que
a provoca e a dinamiza. A motivação existe dentro das pessoas e se dinamiza com as necessidades
humanas. Todas as pessoas têm suas necessidades próprias, que podem ser chamadas de desejos,
aspirações, objetivos individuais ou motivos. As necessidades humanas ou motivos são forças internas que
impulsionam e influenciam cada pessoa determinando seus pensamentos e direcionando o seu
comportamento diante das diversas situações da vida” (CHIAVENATO, 2006). A motivação funciona de
maneira cíclica e repetitiva. O ciclo motivacional é composto de fases que se alteram e se repetem. O
organismo humano tende a um equilíbrio dinâmico. Esse equilíbrio rompe quando surge uma necessidade.
E é através desse conhecimento que a área de gestão de pessoas deve focar seu trabalho, a fim de permitir
e fazer com que o individuo, o empregado que participa daquele projeto sinta-se com vontade, desejo de
realizá-lo da melhor maneira possível.
Considerações Finais A história da administração de recursos humanos revela que, mais que a adoção de
políticas ou instrumentos padronizados, o que caracteriza uma nova fase é a internalização e a
operacionalização de um novo conceito. Um novo modelo se caracteriza por uma nova lógica que dá
coerência e direcionamento para as práticas de gestão. A Gestão de Pessoas procura agregar determinado
valor ao projeto. Para sua permanência é preciso avaliar seu desempenho, sua necessidade e seu
compromisso perante o projeto. Lidar com processos motivacionais das pessoas nas organizações e em
projetos é tarefa por demais complexa, ainda que necessária. A motivação tem sido vista como uma saída
para melhorar o desempenho profissional no que diz respeito à produtividade quanto à saúde
organizacional e à satisfação dos trabalhadores. Concluindo, a motivação e também as demais áreas de
Gestão de Pessoas que podem contribuir para um projeto, pois, são processos no qual as pessoas são
peças chaves. O gestor deve saber como conduzir cada pessoa de sua equipe a fim de fazer com que os
pontos fortes desses sobressaiam de maneira tão positiva que permita cada vez mais que as pessoas façam
o melhor e o mais eficaz projeto.
Bibliografia CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Campus 2004. FISCHER, Rosa Maria. “Pondo os pingos nos is” sobre as
relações do trabalho e políticas de administração de recursos humanos. In: FLEURY, M. T. L. e Fischer, R. M.
Processos e Relações do Trabalho no Brasil: movimento sindical, comissão de fábrica, gestão e
participação, o modelo japonês de organização da produção no Brasil (CCQ e Kanban). São Paulo. Atlas,
1985. KERZNER, Harold. Gestão de Projetos - As Melhores Práticas 2ª Edição. BOOKMAN. 2006. ULRICH,
Dave. Os campeões de Recursos Humanos. 6ª Ed. São Paulo: Futura, 1998. PROCHONW, Schaffer, 1999
apud ONU, 1984 PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia do Conjunto de Conhecimentos em
Gerenciamento de Projetos. PMBOK® Guide. Newtown Square, Pennsylvania, USA, 2004.
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