Asma e pequenas vias aéreas:
Preciso me preocupar?
CURSO NACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM PNEUMOLOGIA
SÃO PAULO, 2011
J. ALBERTO NEDER
Prof. Titular Livre Docente
Chefe da Disciplina de Pneumologia
UNIFESP-EPM
Árvore Brônquica
Indo da traquéia ao alvéolo....
PVA
< 2 mm, semi-membranoso,
sem cartilagem
O quê sustenta a PVA ?
Resistência ao fluxo de ar
em humanos
Ou seja, a somatória de
milhões de tubinhos
é muito maior do que
a traquéia !
As pequenas vias aéreas
caracterizam-se por:
A) Pequeno diâmetro individual e elevada
resistência global ao fluxo
B) Estrutura cartilaginosa, estabilidade em
baixos volumes pulmonares
C) Baixa resistência e dependência da tração
alveolar radial
D) Estabilidade independentemente do volume
e diâmetro > 2 cm
As pequenas vias aéreas
caracterizam-se por:
A) Pequeno diâmetro individual e elevada
resistência global ao fluxo
B) Estrutura cartilaginosa, estabilidade em
baixos volumes pulmonares
C) Baixa resistência e dependência da tração
alveolar radial
D) Estabilidade independentemente do volume
e diâmetro > 2 cm
Asma – Definição: 2002
Há evidências que tanto a inflamação
aguda quanto a crônica estão
irregularmente distribuídas nas vias aéreas,
incluindo as pequenas vias aéreas (menos
de 2 mm de diâmetro), e no parênquima.
Esta distribuição disseminada da
inflamação está associada com implicações
para a liberação de medicações inaladas
para áreas apropriadas do pulmão.
Avaliação das pequenas
vias aéreas
Pequenas vias aéreas
Podemos avaliar especificamente as
pequenas vias aéreas?
Testes de função pulmonar
Imagem
Oscilometria de impulso
Óxido nítrico no ar exalado
Porquê o VEF1 NÃO reflete bem
a função das PVA ?
NO FLOW
EXP
PIP
Ou seja, a mesma força que
impulsiona o ar do alvéolo
na expiração forçada, limita
sua eliminação nas médias
e grandes vias aéreas
FORCED EXP
Correlações fisiológicas
da inflamação do pulmão
distal na asma
Correlação
Spearman
p
VEF1 vs mastócitos
-0,07
0,9
VEF1 vs linfócitos
0,39
0,3
Sutherland et al. JACI 2004
FEF 25-75%
Mede melhor a função das PVA
do que o VEF1
De ser sempre expresso em relação
a CVF
MAS É MUITO VARIÁVEL !!
Outros parâmetros:
FEF 25-75%
Correlação
Dados conflitantes
Níveis de FEF25–75% são
influenciados por alterações
de volume pulmonar e
obstrução das grandes vias
Spearman
p
Eosinófilos vs
FEF25-75
- 0,25
0,5
Macrófagos vs
FEF25-75
0
1,0
Neutrófilos vs
FEF25-75
- 0,16
0,7
Linfócitos vs
FEF25-75
- 0,19
0,6
aéreas
Sutherland et al. JACI 2004
Aprisionamento de ar e pequenas
vias aéreas
Em paciente com aumento do VR e diminuição da CV, a causa
mais provável é doença das pequenas vias aéreas
Imagem (TCAR)
Testes de Função Pulmonar
NORMAL
Inspiração
APRISIONAMENTO DE
AR
CVF
CVF
VR
VR
Expiração
Contoli et al. Allergy 2010
CVF x CVL
CVF  CV lenta
Em indivíduos sem obstrução  deve se < 0,20L
CVF < CV em paciente com DVO
- Compressão dinâmica de VV aéreas, com
alçaponamento de ar na manobra de CVF
OU SEJA, AS PVA SE FECHAM MAIS FACILMENTE QUANDO
ASSOPRAMOS COM FORÇA !
Outros parâmetros: VR
Eosinófilos no pulmão distal se
correlacionam com o volume
de gás torácico
Lavado de N2
Respiração Única
Closing volume (CV)
Closing
capacity (CC)
Slope of phase III (DN2)
Avaliação das pequenas
vias aéreas pelo lavado de N2SB
Inclinação da Fase III do N2 exalado (resp 100% O2)
DROGA A
DROGA B
INCLINAÇÃO MAIOR =
PIOR DISTRIBUIÇÃO DA VENTILAÇÃO
PELAS PVA
(J Allergy Clin Immunol 2006;118:340-6.)
VOLUME DE FECHAMENTO
Após 4 semanas
Após 12 semanas
0,2
∆ Vol (I)
0,1
0,0
-0,1
*
# p<0.08 vs. basal
CC: capacidade de fechamento
-0,2
-0,3
DROGA A
.
-0,4
DROGA B.
-0,5
1. Paggiaro et al. Expert Rev. Resp. Med. 2008
2. Papi et al Allergy 2007
Medida da resistência das vias aéreas
pela Técnica da Oscilação Forçada (FOT)
FOT utiliza sinais externos de
pressão aplicada e os seus
resultados de fluxos para determinar
parâmetros de mecânica pulmonar.
FOT minimiza demandas e requer apenas
cooperação passiva dos pacientes
FOT pode complementar ou mesmo
substituir a espirometria para
pacientes que tem dificuldade para
realizar uma espirometria.
Medida do NO exalado online
Analisador de
Quimiluminescência
Bomba
Gerador de
ozônio
Tubo de
teflon
Bocal
Fotomultiplicador
Registro dos resultados
Resistência ~5cm H20
NO + O3  NO2 + O2
NO2  NO2 +
Testes Funcionais x Nível de Obstrução
VEF1 / CVF
SGaw
R Alta Freq
RL
2 mm
RP
VEF1 ou CVF
VR
R Baixa Freq
Volume de fechamento
Qual dos seguintes CONJUNTOS de alterações
funcionais seria mais esperado num paciente com
extenso comprometimento das pequenas vias aéreas
Qual dos seguintes CONJUNTOS de alterações
funcionais seria mais esperado num paciente com
extenso comprometimento das pequenas vias aéreas
PVA Normal x Asma
A progressão da inflamação
das PVA na asma
Inflamação das PVA
na Asma
Am J Respir Crit Care Med 154 (1996), pp. 1505–1510
INFLAMAÇÃO NAS PEQUENAS VIAS AÉREAS
IMPACTOS SOBRE OS SINTOMAS DA ASMA
+
Concentração de óxido nítrico (NO)
alveolar, em pacientes asmáticos com
ou
sem
sintomas
noturnos e
comparação com voluntários normais.
Concentração Alveolar de NO ppb
2,5
*
#
2
1,5
1
0,5
0
ASMA (Sintomas
Noturnos)
Ref. Lehtimaki et al. Eur Respir J 2002
ASMA (Sem
sintomas noturnos)
CONTROLE
O PROCESSO INFLAMATÓRIO. NA ASMA, ACOMETE
TANTO AS GRANDES COM AS PEQUENAS VIAS AÉREAS
TCélulas
cells and
eosinophilsaumentam
increasednas
in pequenas
small airways
T e eosinófilos
vias aéreas
Cytokines
increased in
airways
Citocinas aumentam
nassmall
pequenas
vias aéreas
400
Presença células/mm2
350
Vias aéreas < 2 mm Pi
300
250
200
150
100
50
0
Presença células IL-5mRNA/mm2
160
140
> 2 mm
< 2 mm
120
100
80
60
40
20
0
Células T
Eosinófilos
Asmáticos
Mastócitos
Controle
Ref. Tulic & Hamid, CHEST 2003; 123:348S–355S
Asma
Controle
Vias aéreas < 2 mm Pi
Asma
Controle
Vias aéreas > 2 mm Pi
Inflamação das PVA
na Asma
Hamid, Y. Song, T.C. Kotsimbos, E. Minshall, T.R. Bai and R.G. Hegele et al.,
Inflammation of small airways in asthma, J Allergy Clin Immunol 100 (1997), pp. 44–51
Inflamação das PVA
na Asma
Taha RA, Minshall EM, Miotto D, et al. Eotaxin and monocyte chemotactic
protein-4 mRNA expression in small airways of asthmatic and nonasthmatic individuals. J Allergy Clin Immunol 1999;103:479
Contrastando as PVA na
Asma e na DPOC
ASMA
DPOC
PVA na ASMA
• nonononononono
NA PRÁTICA, QUANDO SUSPEITO
DE MAIOR ACOMETIMENTO DAS PVA ??
“Pistas” clínicas
Controle parcial apesar de tratamento otimizado
Sintomas noturnos particularmente intensos
“Pistas” funcionais
Asmático com distúrbio “inespecífico”
Grande diferença CVF-CV
Asmático que recruta volume (ganha CVF) com BD
“Pistas” estruturais
Aprisionamento expiratório exuberante
Hiperinsuflação desproporcional ao esperado pelo VEF1
Qual dos seguintes pacientes teria maior
probabilidade de apresentar extenso
comprometimento das pequenas vias aéreas ?
Qual dos seguintes pacientes teria maior
probabilidade de apresentar extenso
comprometimento das pequenas vias aéreas ?
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Asma e pequenas vias aéreas