Expansão do Universo - Lei de Hubble e BottleNebula em oficina de conhecimento: Relato
de experiências no PIBID Física – UFMT
J.B. da Silva, L.G. Duarte, E.A.A. Selau e K.V.P. Brito
Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso
A utilização de experimentos como recurso didático é uma estratégia amplamente
utilizada por professores para promover a fixação dos conceitos apresentados previamente nas
aulas teóricas dos cursos voltados para as ciências exatas. No entanto, comumente, estes
experimentos têm caráter apenas expositivo e, ainda que auxiliem no processo ensinoaprendizagem, não estimulam, no aluno, a hábito do questionamento e da investigação dos
fenômenos sob observação além do caráter interdisciplinar.
O PIBID - Física da UFMT com o intuito de avaliar o papel do experimento como
instrumento protagonista no processo de estudo da física básica desenvolveu na Escola Liceu
Cuiabano, oficinas de conhecimento de diversos conhecimentos científicos atuais. Este trabalho
vem expor a oficina de Expansão do Universo - Lei de Hubble e Bottle Nebula (Nebulosas de
garrafas).
As oficinas foram desenvolvidas com a parceria entre professores e alunos do Instituto
de Física da UFMT e dos professores de física da Escola Liceu Cuiabano no segundo semestre
do ano de 2014 juntamente aos alunos do ensino médio da escola cujo objeto central era a
exposição de conteúdos por meio de experimentos. Adotou-se como pano de fundo, a
construção de universos feitos com balões de dois metros e construções de nebulosas em
garrafas.
Estas escolhas se basearam em seis características: no caráter lúdico da expansão do
universo no enchimento do balão, na interdisciplinaridade vinculada à arte na construção das
nebulosas como artefato de conhecimento e decoração, no fato de que o estudo da Expansão do
Universo implica no conhecimento das premissas do Big Bang e da Lei de Hubble, na busca do
exercício de vivenciar as questões básicas da astronomia como a observação relacionando-as
aos eventos no dia a dia, na oportunidade de investigar temas de maior complexidade como a
formação das estrelas e das nebulosas além do baixo custo do material, tornando-o acessível
para a reprodução, quer seja, nas escolas que não possuem estrutura de laboratório ou pelos
próprios estudantes.
Em linhas gerais, as oficinas aconteceram em uma etapa única: uma aula expositiva
apoiada em ilustrações, simulações e amostragens de resultados científicos, a construção do
Universo com balões de dois metros e a construção das nebulosas em garrafas.
Para avaliar a eficácia da proposta, os alunos receberam um pequeno caderno para
anotações que continha anexado o que denominamos por acompanhamento científico, composto
por cinco questões de múltipla escolha associadas a conceitos físicos fundamentais para a
compreensão da Expansão do Universo, Lei de Hubble e das formações de nebulosas e estrelas.
Neste acompanhamento, cada aluno respondeu o mesmo conjunto de questões no início da
oficina e no final. Desta maneira, tornou-se possível, não só determinar quais as principais
lacunas oriundas dos cursos de ensino médio, mas, também, acompanhar dia a dia o processo de
evolução de aprendizado e de fixação de conteúdo à medida que os conceitos eram apresentados
por meio dos experimentos.
Com base na análise dos cadernos e das respostas contidas no acompanhamento
científico, pôde-se verificar uma indicação de correlação direta entre o crescimento no
percentual de acertos nas questões que versam sobre conteúdos amplamente demonstrados por
experimentos. Por outro lado, constata-se o baixo rendimento nas questões que envolvem
conceitos que não foram demonstrados por atividades experimentais, mas expostos da maneira
tradicional. Este último grupo de conceitos, pode ser visto como um grupo de controle que nos
permite, efetivamente, avaliar a eficiência da utilização de experimentos como meio didático
para a apresentação e, posterior, fixação de conteúdo. É importante destacar que esta análise foi
feita a partir de várias aplicações desta mesma oficina, ou seja, os dados são a soma das
aplicações em diferentes grupos de alunos, todos do ensino médio.
Com o intuito de confirmar estes resultados, novas etapas serão executadas, não só
vinculadas a este tema, mas envolvendo outros temas e ampliando o espectro de alunos
atendidos. No entanto, mesmo uma análise preliminar, permite concluir que há inúmeros
benefícios para o aluno envolvido com o processo de aprendizagem por meio de atividades
experimentais. Dentre elas, pode-se destacar, claramente, que a demonstração do fenômeno
instiga a curiosidade e a busca pela observação, consequentemente, aguça a busca pelas
respostas, deixando o aluno mais receptível à teoria que o explica.
Download

Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso