ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INSTITUIÇÕES DE PESQUISA TECNOLÓGICA (ABIPTI) MOVIMENTO BRASIL COMPETITIVO (MBC) PROGRAMA DE SENSIBILIZAÇÃO EM GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA PARA EMPRESÁRIOS Prof. Arthur Oscar Guimarães EMENTA Módulo 1 - Conceitos gerais em ciência, tecnologia e inovação Conceitos, definições e tipologias de ciência, pesquisa e desenvolvimento experimental, tecnologia, inovação tecnológica, gestão tecnológica, gestão ambiental em Ciência e tecnologia – lógicas e dinâmicas e seu potencial de impacto na competitividade das empresas Tecnologia e inovação, atores, perfis e papéis - centro de pesquisa tecnológica, universidades e empresas Estratégias para o acesso x desenvolvimento de tecnologias P&D; Contratação Aquisição - acordos de transferência de tecnologia – propriedade intelectual. Conceitos básicos "A inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o processopelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente". Drucker (1987) Ciência, técnica, tecnologia, tecnologia implícita e explícita, trajetória tecnológica (pesquisa básica, pesquisa aplicada, desenvolvimento experimental), internalização de tecnologia, aprendizagem tecnológica, transferência e difusão tecnológica, destruição criadora, janelas de oportunidade, qualidade (TQC, TQM, CIP, kaizen, just-in-time, benchmarking, downsizing, customization), invento, inovação tecnológica (radical e incremental); processo de inovação (science-push e market-pull); competitividade (sistêmica ou autêntica e espúria); desenvolvimento sustentável (vínculos com uma política tecnológico-industrial). A ciência é uma atividade dirigida à aquisição de novos conhecimentos sobre a natureza, a sociedade e o pensamento, que inclui todas as condições e elementos necessários para isso: os cientistas, com seus conhecimentos e capacidades, qualificação e experiência; a divisão e a cooperação no trabalho científico; as instituições científicas, com seus conhecimentos; os métodos do trabalho de pesquisa científica, o aparato conceitual e de categorias e o sistema de informação científica, assim como toda a soma dos conhecimentos existentes, que constituem a premissa, o meio ou o resultado da produção científica. “A ciência é um corpo de conhecimentos sobre os fenômenos naturais, obtidos por meio do uso sistemático de métodos objetivos”. SÁENZ e GARCIA CAPOTE (2002) Técnica Como técnica entende-se um conjunto de regras práticas para fazer coisas determinadas, envolvendo a habilidade do executor e transmitidas de forma verbal ou escrita. As regras práticas, as habilidades e a transmissão dos conhecimentos incluídos na definição de técnica representam capacidades humanas importantes que estão associadas à interpretação e reinterpretação da natureza e das coisas. FIGURA 1 - MODELO LINEAR DE INOVAÇÃO PESQUIS A BÁSICA PESQUISA APLICADA Institutos de Pesquisa PESQUISA PESQUISA Laboratórios BÁSICA APLICADA (Oferta de tecnologia) (Demanda de tecnologia) DENVOLVIMENT O EXPERIMENTAL DENVOLVIMENT O EXPERIMENTAL PRODUÇÃO PRODUÇÃO COMERCIALIZAÇÃO Empresas COMERCIALIZAÇÃO • Inovação tecnológica Inovação tecnológica de produto ou processo compreende a introdução de produtos ou processos tecnologicamente novos e melhorias significativas em produtos e processos existentes. Considera-se que uma inovação tecnológica de produto ou processo tenha sido implementada se tiver sido introduzida no mercado (inovação de produto) ou utilizada no processo de produção (inovação de processo). As inovações tecnológicas de produto ou processo envolvem uma série de atividades científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais. A firma inovadora é aquela que introduziu produtos ou processos tecnologicamente novos ou significativamente melhorados num período de referência. Manual de Oslo (OCDE 1996) Observação fundamental “Inovar não é simplesmente inventar. São vários os inventos que não têm relevância social. Inovar implica em dar destino econômico para uma nova idéia, que pode ser ou não, resultado de um invento genuíno. Ou seja, inovar é realizar na vida econômica uma nova combinação de fatores de produção para produzir um novo produto ou para aplicar um novo processo de produção, sempre visando transacionar produtos no mercado. Nesses termos, a invenção somente assume maior relevância econômica quando se transforma em inovação.” Velmulm (2001) Pesquisa e Desenvolvimento P&D é o conjunto de atividades inovadoras que compreende o trabalho criativo, empreendido de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o acervo de conhecimentos e o uso destes conhecimentos para desenvolver inovações tecnológicas. Engloba o desenho, a construção e o teste de protótipos e de instalações-piloto bem como o desenvolvimento de software, quando este resulta em avanço tecnológico ou científico. Internalização de tecnologia Processo de absorção tecnológica por intermédio da aquisição de tecnologia (implícita e explícita) e do desenvolvimento endógeno de tecnologia, na empresa e conseqüentemente no País. Aquisição processo de internalização se vincula à atividade de P&D, cabendo considerar as seguintes alternativas: A aquisição externa de Pesquisa e Desenvolvimento se dá com a contratação de serviços de empresas ou instituições tecnológicas que realizam para a empresa as atividades descritas na categoria das ‘Atividades Internas de P&D’ (intra-muros). A aquisição de máquinas e equipamentos (hardware), especificamente utilizados na implementação de produtos e/ou processos novos ou tecnologicamente aperfeiçoados. A aquisição de outros conhecimentos externos - aquisição externa de tecnologia na forma de acordos de transferência originados da compra de licença de direitos de exploração de patentes e uso de marcas, know-how, software e outros tipos de conhecimentos técnico-científicos de terceiros, para que a empresa desenvolva ou implemente inovações. • Projeto industrial (e outras preparações técnicas para a produção e distribuição): trata-se de um conjunto de procedimentos e preparações técnicas necessário para efetivar a implementação de inovações de produto ou processo. Inclui novas especificações técnicas, características operacionais, métodos, padrões de trabalho e software requeridos para a implementação das inovações. • Treinamento revela-se na capacitação da força de trabalho, sendo explicitado no desenvolvimento e na implantação de inovações (produtos/processos). • Competitividade “... é apenas uma contrapartida dos níveis de produtividade vigentes na economia, cuja alteração resulta basicamente dos esforços domésticos, e depende muito pouco do que estiver ocorrendo no resto do mundo.” “Competitividade internacional consiste na capacidade adquirida pelos agentes econômicos para acompanhar o ritmo do progresso técnico e utilizar eficientemente o acervo de conhecimentos disponível pela sociedade contemporânea.” José Tavares de Araújo Jr., 1996 RELAÇÃO ENTRE PATENTES E ARTIGOS CIENTÍFICOS PAÍS Patentes concedidas Pelo USPTO - % Total mundial (A) Artigos científicos Publicados - % do Total mundial (B) (A) / (B) Japão 22,5 8,2 2,74 Coréia do Sul 0,42# 0,16* 2,63 EUA 53,7 35,8 1,50 Alemanha 7,5 6,3 1,19 Suíça 1,42# 1,19* 1,19 França 3,1 5,1 0,61 Suécia 0,87# 1,68* 0,52 Holanda 1,07# 2,1 0,51 Canada 2,24# 4,5 0,50 Itália 1,42# 3,0 0,47 Reino Unido 2,5 8,7 0,29 México 0,05# 0,19* 0,26 África do Sul 0,12# 0,5 0,24 Brasil 0,06# 0,4* 0,15 Espanha 0,16# 1,9 0,08 Argentina 0,02# 0,33* 0,06 Índia 0,93# 2,1* 0,01 PORCENTAGEM DA FORÇA DE TRABALHO ATIVA EM P&D, PARA PAÍSES SELECIONADOS Fonte: Human Resources for Science and Technology: The European Region, NFS 96-316, Special Report (Arlington, Va, 1996). Human Resources for Science and Technology: The Asian Region, NFS 96-303, Special Report (Washington, DC, 1993). (Brito cruz, 2000) BIBLIOGRAFIA GUIMARÃES, A.O. “Inovação tecnológica, mudança técnica e globalização – Conceitos Básicos”. In Dimensão Econômica da Inovação; ABIPTI/SEBRAE/CNPq; Brasília: 1997; 147 p. (pp. 2354). ROCHA, Ivan. “Síntese dos conceitos básicos introduzidos”. In Ciência, Tecnologia e Inovação: Conceitos Básicos. ABIPTI / SEBRAE / CNPq; Brasília: 1996; 156 p. (pp. 119 -143). SÁENZ, Tirso W. E GARCÍA CAPOTE, Emílio. “Ciência, Inovação e Gestão Tecnológica”. Brasília: CNI/IEL/SENAI/ ABIPTI, 2002; 136 p. (Capítulos 3 e 4 – pp. 47-68 e 69-101). DOLCE, Júlio. CONCEITOS BÁSICOS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. ESG – DACTEC. Rio de Janeiro (RJ); 12 de abril de 2000; baseado na palestra proferida pelo Eng. Carlos Syllus, em 1995 na ESG (http://www.esg.br/dactec/palestras/cbct00/ct00.html) PINTO, Carlos Syllus Martins. CONCEITOS BÁSICOS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. (http://www.esg.br/dactec/leitura/cbct.html).