III SEMIC – Seminário de Iniciação Científica da UNIFENAS
18, 19 e 20 de outubro de 2004
DETERMINAÇÃO DE UM MODELO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA APLICADO A
INDUSTRIAS DE ALFENAS - MG
Pedro, Karin de Souza1; Crepaldi, Sílvio Aparecido2
As empresas vêm presenciando nos últimos anos um aumento crescente no grau de exigências do
mercado consumidor e também no nível de competitividade dos comércios interno e externo.
Devido a estes fatores, a única forma de sobrevivência para as mesmas é procurar atingir um melhor
desempenho global, especialmente no que se refere a variáveis como qualidade, velocidade de
produção, confiabilidade, custo e flexibilidade, procurando dessa forma obter uma vantagem
competitiva em relação aos concorrentes e conseqüentemente tornar-se atraente para os
consumidores (Slack, 1993). Torna-se, então, importante verificar em indústrias brasileiras, no caso
específico deste trabalho, localizadas na região do sul de Minas Gerais, informações a respeito do
modelo de gestão administrativo utilizado e determinar um modelo que melhor se adequaria as
mesmas averiguando assim, a maneira que as empresas vêm se adequando a esta nova realidade
competitiva. Os objetivos deste trabalho são: objetivos gerais: Determinar um modelo de gestão
administrativa aplicada a indústrias de Alfenas-MG e, especificamente: Apresentar referencial
teórico e conhecer os fatores explicitados de modelos de gestão administrativa; Encontrar a
fundamentação científica dentro da estrutura organizacional; Identificar as ferramentas, métodos e
metodologias de gestão administrativa; Construir um modelo coerente de gestão aplicado às
indústrias; Avaliar a metodologia proposta. A pesquisa realizada pode ser classificada como uma
pesquisa descritiva com estudos causais-comparativos, cuja finalidade é descobrir de que maneira e
por que ocorrem os fenômenos pesquisados. Num estudo causal-comparativo, o pesquisador parte
da observação do fenômeno que foi produzido, e procura achar, entre as várias causas possíveis, os
fatores que se relacionam com o fenômeno ou contribuem para determinar seu aparecimento.
(Salgado, 2002). De maneira geral, pode-se dizer que esta pesquisa se desenvolveu em cinco etapas:
formulação do problema e das hipóteses; identificação da população a ser pesquisada; instrumento
de coleta de dados; análise e interpretação dos dados; testes do modelo. Para atender às exigências
da primeira etapa do estudo, buscou-se realizar um levantamento junto a industriais da região de
Alfenas-MG. Efetuou-se uma avaliação quantitativa, a partir da aplicação de questionários
estruturados, que possibilitaram a caracterização do perfil tecnológico e de gestão das indústrias. Os
questionários foram aplicados por meio de entrevista direta ou de telefone, de acordo com a
disponibilidade do industrial. Para determinar um modelo de gestão aplicado a indústrias de
Alfenas-MG, o questionário foi aplicado em uma amostra que atingiu 50% (cinqüenta) dentre o
extrato de industriais fornecido pela Associação Comercial e Industrial desta mesma cidade. A
escolha foi aleatória. As pessoas estão perdendo a direção diante de um emaranhado de incertezas,
apenas reagindo às circunstâncias, em vez de fazer algo realmente criativo. Não há praticamente
nenhuma menção, por parte dos grandes criadores de empresas dos últimos cem anos, de “estratégia
competitiva”. Não que essas pessoas não tivessem estratégia; claro que tinham. Entretanto, não
elaboram suas estratégias tendo por base principalmente a reação a um cenário competitivo, em
resposta às condições e choques externos. (Collins, 2003). Os líderes que construíram grandes
empresas mostraram características criadoras (de dentro para fora), em vez de características
reativas (de fora para dentro). No longo prazo, as empresas morrem mais de indigestão do que de
fome. Se uma empresa se concentrar em fazer contribuições criativas que se situem na intersecção
de três círculos – o que a apaixona, o que ela faz melhor do que ninguém e o que mais impulsiona o
motor sustentável, rentável e econômico -, o crescimento certamente virá (Collins, 2003). A teoria
geral da administração (TGA) é o corpo do conhecimento a respeito das organizações e do processo
de administrá-las. Considerando os industriais de Alfenas-MG, observou-se que a grande maioria,
80% (oitenta), possui mais de dez anos de experiência na atividade industria, não havendo
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industriais com menos de um ano de experiência. Analisando os industriais em relação ao grau de
instrução, percebe-se que há aqueles que cursaram o segundo grau, representando 40% (quarenta)
da amostragem, mas há principalmente aqueles que possuem maior escolaridade, apresentando
curso superior. Os cursos superiores que mais se destacam são Administração, Ciências Contábeis e
Engenharia. Procurando saber qual a maior preocupação para o aumento da eficiência na industria,
os industriais em sua grande maioria, 70% (setenta) citaram procurar alcançar os objetivos com o
mínimo de dispêndio de recursos e esforço, em seguida foi citado procurar manter os funcionários
sempre motivados, e em terceiro e quarto lugar modificar os processos de operação e estruturar a
organização da melhor maneira. Nesse aspecto, o modelo de gestão nos demonstra que há uma
maior ênfase na estrutura organizacional, mostrando preocupação também com as pessoas inseridas
na organização. Ao avaliar a padronização dos processos, foi verificado que há uma grande
preocupação neste aspecto, sendo que 90% (noventa) dos industriais procuram padronizar os
processos a fim de permitir um maior controle das operações. Em 90% das industrias cada
empregado recebe ordens de apenas um superior previamente definido. A maior parte dos
industriais acreditam que os interesses gerais da empresa devem sobrepor aos interesses particulares
das pessoas inseridas na organização. Todas essas questões enfatizam a grande preocupação na
estrutura organizacional, nas tarefas e nos processos desenvolvidos. Segundo Chiavenato (2000), a
tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas através das pessoas. Seja nas indústrias, no
comércio, nas organizações de serviços públicos, nos hospitais, nas universidades, nas instituições
militares ou em qualquer outra forma de empreendimento humano, a eficácia com que as pessoas
trabalham em conjunto para conseguir objetivos comuns depende principalmente da capacidade
daqueles que exercem função administrativa. O avanço tecnológico e o desenvolvimento do
conhecimento humano, por si apenas, não produzem efeito se a qualidade da administração efetuada
sobre os grupos organizados de pessoas não permitir uma aplicação efetiva desses recursos
humanos. As variáveis que têm relação direta ou indireta com os modelos de gestão: Ambiente: o
termo ambiente engloba os fenômenos externos que afetam a vida e desenvolvimento das
organizações, tais como condições tecnológicas, a legislação, a situação política, as condições
econômicas, as condições demográficas da população (número de pessoas atendidas, sexo, idade,
raça, etc.), ecologia social (outras organizações), fatores físicos (clima, geografia, etc.), capacidade
ambiental (disponibilidade de recursos e condições culturais. Estratégia: o comportamento
estratégico das empresas é tido como o processo de interação das empresas com o seu ambiente –
adaptação constante ao ambiente, ou mercado. Estrutura: Enquanto a estratégia determina o rumo
da organização, seu ritmo e padrões de crescimento, a estrutura dá suporte a essa dimensão e,
mediante de ações sistêmicas, funcionais e/ou interfuncionais que chamamos de processo,
operacionaliza esse esforço na direção estratégica. Pessoas: Os novos). Tempos, fortemente
influenciados pela globalização da economia mundial, pedem novas técnicas de gestão do ativo
humano das organizações. Pedem processos integrados e fundamentos nas competências e
habilidades pessoais e profissionais. Pedem empreendedores individuais, em vez de simples
colaboradores e cumpridores de normas e procedimentos. Pedem a ação do cliente interno, como
protagonista do negócio. A moderna área de gestão do ativo humano das organizações deixa de ser
apenas cumpridora da burocracia legal e passa a desempenhar atividades que agregam valor
mensurável ao negócio. Portanto, dentro desse enfoque moderno de gestão, as empresas devem,
sem perda de tempo, redimensionar seu mais importante ativo: o humano. O objetivo continua
sendo aumentar a produtividade, mas a ênfase está na idéia de que o desempenho das pessoas
depende da qualidade das relações entre a administração e os trabalhadores. Política e Cultura
Organizacional: ao se falar sobre organização, é importante destacar que esta possui uma dinâmica
interna, a qual pode ser analisada em termos do contexto da cultura organizacional, clima e
identidade organizacional. Estes conceitos caracterizam a atmosfera e atributos de uma organização
em termos de como ela lida com seus membros, metas e objetivos além do ambiente de trabalho.
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Processos e tarefas: processo é entendido como um conjunto de recursos e atividades interrelacionadas que transformam insumos em produtos, sendo que esta transformação deve agregar
valor na percepção dos clientes do processo e exige um certo conjunto de recursos. Tecnologia: a
tecnologia é uma variável independente que influencia as características organizacionais, podendo
estar ou não incorporada a bens físicos. Para projetar e implantar com sucesso mudanças em larga
escala, o primeiro passo é entender plenamente a dinâmica e o desempenho da empresa. De acordo
com os objetivos propostos neste trabalho, procurou-se determinar um modelo de gestão aplicado a
indústrias localizadas na região de Alfenas – Minas Gerais e construir um modelo coerente de
gestão aplicado às mesmas. Pode-se perceber que, de uma forma geral, há uma ênfase muito grande
nas Tarefas e na Estrutura organizacional. Além de uma estrutura muito fechada, hierarquizada e
burocrática, as indústrias permanecem com a utilização de um modelo taylorista-fordista, que
contratam apenas os braços e as pernas dos profissionais, acreditando que ainda são instrumentos
passivos, sem poder de iniciativa e concebem a organização como uma estrutura de órgãos e cargos.
Um modelo de gestão para os novos tempos deve considerar a variável humana como o ponto
crítico neste contexto. A gestão, como salienta Drucker (1998), trata de seres humanos, sua tarefa é
tornar pessoas capazes de desempenho em conjunto, tornar suas forças efetivas e suas fraquezas
irrelevantes. É para isso que existe uma organização. Pois nas empresas – em todo programa de
expansão, de melhoria da qualidade, de incremento da produtividade, de focalização no cliente, de
competitividade, etc. – sempre são as pessoas que fazem a diferença. Para que as organizações
possam gerir e sobreviver neste contexto é necessário considerar um conjunto mais amplo de
variáveis para fazer em face de novos patamares de flexibilidade e competitividade demandadas
neste novo cenário.
Palavras chaves: 1) Gestão Administrativa, 2) Estratégia, 3) Empreendedorismo.
1
2
Acadêmica do Curso de Administração.
Orientador, Professor da Faculdade de Administração.
Fonte Financiadora: PIBIC/CNPq - PROBIC/UNIFENAS.
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