TERCEIRA GERAÇÃO ROMANTICA
Poesia de fundo social, defensora da
República e do Abolicionismo. Além disso,
os versos desse período estão voltados
para os pobres, marginalizados e negros
escravos.
 As décadas de 1860 e 1870 representam
para a poesia brasileira um período de
transição (realismo/realidade social).
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A terceira geração romantica também é
chamada de condoreira, fazendo referencia ao
condor: Esta ave, assim como a águia, o falcão
e o albatroz, tornou-se símbolo da terceira
geração do romantismo. Assim como essas aves,
de voos altos e, portanto, horizontes largos, os
poetas do período acreditavam ter eles também
possuíam a capacidade de enxergar mais longe
e tomaram para si a missão de transmitir o que
viam ao povo, para que este também se
conscientizasse de seus ideais de liberdade,
justiça e igualdade.
Características das obras
A Terceira Geração Romântica tem como principais características:
Crítica social do século XIX
Erotismo
Pecado
Liberdade
Abolicionismo
Realidade social
Negação do amor platônico
Uso das figuras de linguagem: comparação, metáfora, antíteses,
hipérboles, etc
Libertação do egocentrismo: ao discutir os problemas sociais, o poeta
deixa de se importar somente com ele e passa a se preocupar com
todos ao seu redor
Memórias de um sargento de
milícias(1854-1855)
Manuel Antônio de Almeida
Diretor da Tipografia
Nacional.
Escreveu apenas um
livro.
Morreu num naufrágio
nas costas
fluminenses.
A fórmula romântica:
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Retrato da alta burguesia;
Personagens idealizadas;
Sentimentalismo exacerbado;
Linguagem educada, polida;
Maniqueísmo: bem(herói) X mal(vilão)
Estereótipos: figuras sem profundidade
psicológica, cristalizadas, símbolos de uma
classe;
Final feliz.
Quebra da fórmula romântica:
 Retrato
da baixa burguesia;
 Personagens sem idealização;
 Situações ridículas, engraçadas;
 Humor, gozação;
 Narrador levemente irônico;
 Linguagem simples e giriesca;
 Relativização do Maniqueísmo.
Elementos de contato com o
Romantismo:
A trama é simples,
inocente, sem
complexidade;
 Há um casal que
passa por vários
revezes até ficar
junto;
 Há final feliz,
desfecho preferido
dos românticos
brasileiros.

Classificações do livro:
Romance carnavalesco:
promove a quebra de
um estilo consagrado,
fugindo de seus
preceitos.
Romance picaresco: um
personagem vadio e
safado passa por
várias aventuras.
Classificação de Leonardinho Pataca:
(segundo o professor Antônio
Cândido)
Malandro: o típico
enrolador e safado
brasileiro, cheio de
peraltices, artes,
diabruras,
brincadeiras.
Narrador:
Terceira pessoa
onisciente;
 Brincalhão, bemhumorado;
 Conversa com o
leitor;
 Faz digressões:
comentários à
margem da narrativa.

Espaço:
Rio de Janeiro
Tempo: “Era no tempo do rei Dom
João VI”
Início do século XIX
Costumbrismo: retrato dos costumes
de uma época
Personagens (estereótipos):
 Leonardinho
Pataca
 Luisinha (sobrinha de Dona Maria)
 Vidinha (mulata debochada, segunda
namorada de Leonardinho)
 Leonardo Pataca (pai)
 Maria da Hortaliça (mãe)
 Padrinho barbeiro
 Madrinha parteira
Vizinha (eternamente chata)
Dona Maria (adorava demandas judiciais)
José Manuel (gaiato oportunista)
Mestre de cerimônias (padre safado)
Cigana (amante do padre e de Leonardo)
Sacristão da Sé (amigo de Leonardinho)
Major Vidigal (incansável perseguidor de
Leonardinho): representa a “ordem
desordenada” do Império
Toma-largura (funcionário da Ucharia)
Chico-Juca (arruaceiro)

Críticas subliminares:
 Sugestão
do caos social do Brasil à época
da família real;
 Sugestão do espírito corrupto que
perpassava as várias camadas do poder;
 Retrato bem-humorado da devassidão do
clero;
 No reino da desordem (Quinto dos
infernos), os malandros proliferam.
ATENÇÃO:
TAIS CRÍTICAS SÃO INDIRETAS,
SUBLIMINARES, SUB-REPTÍCIAS,
PASSANDO QUASE QUE DESPERCEBIDAS
PARA O LEITOR DA ÉPOCA.
O LIVRO ADQUIRE UMA CAPA DE
ESPETÁCULO CIRCENSE, BRINCALHÃO,
CÔMICO, FINGINDO NÃO SER UMA
CRÍTICA SÉRIA.
CONCLUSÃO:
TAL LIVRO NÃO PODE SER CHAMADO DE
PRÉ-REALISTA, POIS NÃO POSSUI A
FORMA DE UM ROMANCE REALISTA, NEM
TAMPOUCO POSSUI A FILOSOFIA
DETERMINISTA QUE O EMBASA.
TRATA-SE DE UM ROMANCE ROMÂNTICO
EXCÊNTRICO, CARNAVALESCO,
BURLESCO.
FINAL ABSOLUTAMENTE
ROMÂNTICO:
Leonardinho acaba por ficar rico, belo e
idealizado, ao lado de sua amada.
ENREDO
A narrativa, que se apresenta como uma sucessão de
aventuras do jovem Leonardo, tem início antes mesmo
de seu nascimento, relatando o primeiro contato entre
seus pais, Maria da Hortaliça e Leonardo Pataca, no
navio que os traz de Portugal para o Brasil. Ambos
trocam “uma pisadela” e um “beliscão” como sinais de
interesse mútuo e passam a namorar. Maria da Hortaliça
abandona o marido e retorna para a terra natal. Pataca,
por sua vez, recusa-se a criar o filho, deixando-o com o
padrinho, o Barbeiro, que passa a dedicar ao menino
cuidados de pai.
Pataca se envolve com uma cigana, que também o
abandona. Para tentar recuperá-la, recorre à feitiçaria,
prática proibida na época. Flagrado pelo Major Vidigal,
conhecido e temido representante da lei, vai para a
prisão, sendo solto em seguida.
Enquanto isso, seu filho Leonardo, pouco afeito aos
estudos, convence o padrinho a permitir que ele
frequente a Igreja na condição de coroinha. O Barbeiro
vê ali uma oportunidade para dar um futuro ao
afilhado. No entanto, Leonardo continua aprontando
das suas e acaba expulso. Conhece o amor na figura
de Luisinha, uma rica herdeira, mas sua aproximação é
interrompida pela ação do interesseiro José Manuel,
que conquista e casa com a moça.
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memorias-de-um-sargento-de-milicias (1843200)