APNÉIA NÃO É PROLONGADA PELO
REFLUXO GASTROESOFÁGICO NAS
CRIANÇAS PREMATURAS
(APNEA IS NOT PROLONGED BY ACID GASTROESOPHAGEAL
REFLUX IN PRETERM INFANTS)
Di Fiore JM, Arko M,
Whitehouse M, Kimball A,
Martin RJ.
Pediatrics2005;116:1059-63
Resumido por: Juliana Queiroz/R3 em
Neonatologia do HRAS/SES/DF
Introdução
 Refluxo
Gastroesofágico (RGE) e
apnéia
comum em prematuros
 Estudos prévios
sugerem relação
entre apnéia e RGE em RNPT e RNT
 Estudos recentes não apóiam esta
relação
Introdução
 Medicações
anti-refluxo para
tratamento de apnéia são amplamente
usados
 Estudos mostram : até 19% dos casos
de apnéia podem ocorrer junto com
RGE
 Não está claro se pausas respiratórias
curtas podem ser prolongadas com
RGE
Objetivos
 Examinar
a relação temporal entre
apnéia e RGE em um grande grupo de
prematuros
 Estabelecer o efeito do RGE na
duração da apnéia
Métodos
 Revisão
de 12 horas de monitorização
cardirrespiratória a beira do leito no
período noturno
 População estudada: 119 prematuros
do Rainbow Babies & Children Hospital,
Cleveland, Ohio
 Registrados entre 1998 e 2002
Métodos
 Incluídos:
RNPT < 1500g e IG +/- 28 +/2 semanas
 Todos que foram referidos a esta
monitorização tinham suspeita clínica
de RGE com ou sem persistência de
apnéia, bradicardia e/ou desaturação
Métodos
Métodos
 Excluídos:
RN com anomalias
congênitas maiores
 Oxigênio suplementar, medicações antirefluxo e uso de xantinas foram notados
 Usados doses padronizadas de
aminofilina e cafeína
Métodos
 Crianças
em uso drogas anti-refluxo
mas que apresentavam RGE foram
incluídas
 Todas as crianças estavam recebendo
dieta plena
 Posição corporal variou
 Houve aprovação do comitê de ética e
consentimento informado
Métodos
O
estudo cardiorrespiratório consistiu
em:
 Medida da respiração via pletismografia
 Saturação de oxigênio
 Forma da onda de pulso
 Freqüência cardíaca
 Ph esofágico
Métodos
 Episódios
de apnéia foram registrados
quando o padrão respiratório podia ser
distinguido de artefatos motores
 Apnéia foi definida como parada da
respiração maior ou igual a 10 e 15
segundos
 Duração da pausa respiratória foi
registrada
Métodos
 Componentes
central e obstrutivo para
cada evento foi registrado com a menor
Freqüência cardíaca e Saturação
 O componente obstrutivo foi definido
como ocorrência de movimentos
assincrônicos de caixa torácica e
abdome
Métodos
 Apnéia
foi dividida em central,
obstrutiva e mista
 Episódios de bradpnéia não foram
quantificados
 Valores de saturação influenciados por
artefatos motores foram retirados da
análise de dados
Métodos
 Desaturação
e bradicardia também
foram notados
 Registrados qualquer episódio de
refluxo (pH < 4 por 5 segundos)
 Na presença de refluxo foi registrado
episódios de apnéia 30 segundos antes
do RGE, durante e até 30 seg. após o
RGE.
Métodos
 Avaliadas
crianças que tiveram tanto
apnéia maior que 10 segundos que
ocorreram no período basal que
precedeu o RGE e se resolveu antes da
início do RGE como que iniciou no
período basal e continuaram durante o
refluxo
Métodos
 Usados
T
analise de variância –ANOVA
test
 P.<.05 foi significativo
Resultados

6255 episódios de RGE
53+/-41
episódios /12h de estudo
 Média de duração do RGE:2.25+/-1.97h em
12h de estudo
 Índice de RGE 17+/- 14% (mediana
13%)
 Tratamento com xantinas (n-26) não
apresentou efeito no índice de refluxo (p-.94)
Resultados
Relação temporal entre apnéia >15 segundos
e RGE
*23% - 1episódio de RGE associado com
apnéia (64 de 6255 ou 1%)
• Destes: 74% apnéia central; 21% mista e 5%
obstrutiva
• Não houve diferença na freqüência de apnéia
antes, durante e depois do RGE (p - .30)
• 81% das apnéia durante RGE: dentro dos 30
segundos de duração do RGE
Resultados
Resultados
 Relação
temporal entre apnéia>10 s e
RGE
 69.7% das crianças – 1 episódio de
RGE associado a apnéia > 10s.(532 de
6255 ou 8.5%)
 Destes: 86% central; 12% mista e 2%
obstrutiva
Resultados
Resultados
 Houve
uma queda significante na
freqüência de apnéia imediatamente
após o RGE (p-.01)
 Maior incidência de apnéia
mista/obstrutiva durante RGE do que
antes (p-.017)
Resultados
 Efeito
do RGE na duração da apnéia
 RGE iniciado durante apnéia não teve
efeito na duração da apnéia (p.17)
 RGE não teve efeito nem na SO2 mais
baixa, nem na FC durante a apnéia
(p.4)
Resultados
Discussão
 Os
dados neste estudo indicam que
NÃO há relação temporal entre RGE e
apnéia
 Estes resultados são apoiados em
estudos prévios em populações
menores (19 a 45 crianças)
Discussão
 Este
estudo foi baseado em dados de
119 crianças, mais de 6000 episódios
de RGE, e um subgrupo de 83 crianças
que apresentaram RGE associado a
apnéia
Discussão
 Isto
permite demonstrar, pela primeira
vez, que nas poucas ocasiões que o
RGE ocorre concomitantemente com a
apnéia, o RGE não prolonga a duração
da apnéia
Discussão
 Tem
sido demonstrado em pombos que
a estimulação laríngea induz apnéia
 Foi hipotetizado que o início do RGE
durante a apnéia estimularia o nervo
laringeo superior e os aferentes e
prolongaria a apnéia
Discussão
 Porém
foi visto que o RGE não
prolonga o duração da apnéia
 Provavelmente o bolus ácido detectado
pela monitorização do pH estava
presente apenas no esôfago terminal e
não alcançou a laringe ou faringe
Discussão
 74%
das apnéias foram centrais
 Houve alto índice de apnéia mista
/obstrutiva durante o RGE X antes do
refluxo
 Este dado esta de acordo com achados
prévios de Walsh et.al
Discussão
 Menon
et al notaram deglutição
frequente durante apneia prolongada,
após regurgitação em crianças
 É possível que a deglutição seja um
mecanismo de clareamento e pode ser
acompanhado de um período curto de
fechamento das VAS
Discussão
 Estudos
prévios demonstraram
resultados inconsistentes quanto a
incidência de apnéia central versus
mista/obstrutiva
 Houve queda na ocorrência da apnéia
no momento da resolução do RGE
Discussão
 Neste
estudo o RGE foi quantificado
usando monitorização do pH
 Os métodos atuais para medida do
refluxo inclui : monitorização do pH e
técnica da impedância intra-luminal
 Peter et al também demonstrou que
não há relação temporal entre RGE
(ácido ou não ácido) e apnéia
Discussão
 Não
está claro se o potencial de
discrepâncias na medida do RGE pode
está relacionada aos intervalos da dieta
 A posição corporal é outra variável que
pode afetar o RGE (não foi controlada
para este estudo)
Discussão
 As
xantinas tem sido relacionada a
diminuição da ocorrência de apnéia e
aumento na incidência do RGE.
 Uso das xantinas neste estudo não teve
efeito no índice de RGE nestes
pacientes
Discussão
 A média
de RGE foi de 13%
comparável com estudos prévios em
prematuros sintomáticos
Conclusão
 Foi
demonstrado que não há evidência
para qualquer relação temporal RGE
ácido e apnéia em prematuros
 Foi mostrado que em poucas ocasiões
em que houve RGE junto com apnéia, o
RGE não teve efeito na duração da
apnéia
Conclusão
 Estes
dados sugerem que na
população de prematuros em geral o
RGE:
 NÃO induz apnéia
 NÃO prolonga a duração da apnéia
 NÃO exarceba a apnéia relacionada a
queda de saturação e FC
Conclusão
 Então...
 Não
se pode apoiar o uso de
medicações anti-refluxo para apnéia da
prematuridade.
A SEGUIR, CONSULTE AQUI MESMO:
APNÉIA DA PREMATURIDADE
Consulte:
Autor (s): Nestor Vain
Apnéia neonatal-novos conceitos
Autor (s): Jacob V. Aranda
APNÉIA NEONATAL
Autor (s): Nilcéia P. Lessa/Paulo R.
Margotto
APNÉIA X REFLUXO
GASTROESOFÁGICO
Autor (s): Barrington KJ, et al
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Apnéia não é prolongada pelo refluxo gastroesofageano em