Publicação Mensal do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais – Sindipetro/MG - Edição nº 05 – 06 de julho de 2011 Dia 07: Vamos atrasar duas horas na entrada do expediente Petroleiros de Minas aprovam estado de greve e paralisações em prol da PLR Os petroleiros de Minas Gerais, assim como grande parte dos trabalhadores do Sistema Petrobrás, aprovaram por unanimidade o estado de greve e o calendário de paralisações indicados pela FUP. A mobilização tem como proposta pressionar a Petrobrás a avançar nas negociações da PLR, condicionar a empresa a não repetir o pagamento do bônus aos cargos comissionados conforme ocorrera em 2010 e exigir um posicionamento em relação às PLRs futuras. Na Regap e na Termelétrica Aureliano Chaves, as assembleias ocorreram entre os dias 29/06 a 04 de julho. Já na Usina Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros, as assembleias aconteceram nos dias 03 e 04 de julho. Segundo o calendário proposto pela FUP, as paralisações acontecerão da seguinte forma: dia 06/07 no E&P, dia 07/07 nas refinarias e dia 08/07 nos terminais, termoelétricas, biodiesel e unidades administrativas. No sábado, dia 09, haverá uma nova reunião do Conselho Deliberativo da FUP para avaliar o quadro nacional e definir os próximos encaminhamentos. Assim, o Sindipetro/MG convoca todos os trabalhadores a abraçarem esta causa. Dia 07, quinta-feira, desça do ônibus. Vamos atrasar duas horas a entrada do expediente em todos os horários. Reivindique um direito que é de todos. Vamos mobilizar para avançar! 06/07 – Dia Nacional de Mobilização A pauta definida pela CUT nacional aponta três grandes eixos: trabalho e sindicalismo (ganhos reais e cláusulas sociais nas campanhas salariais do 2º semestre; redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário; liberdade e autonomia sindical; fim do Imposto Sindical; combate às práticas antissindicais; fim do Fator Previdenciário; e combate à precarização e à terceirização); alimentação (reforma agrária, PEC do Trabalho Escravo; luta contra os agrotóxicos; e contra o modelo agrário atual) e educação (aprovação do Plano Nacional de Educação em 2011; valorização dos profissionais; e educação no campo). Em Belo Horizonte, o ato acontecerá às 14h, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Não deixe de conferir a cobertura do XXV Congresso Estadual dos Petroleiros de Minas Gerais, a denúncia sobre o transporte de Divinópolis e a situação da comida da Regap. Boa Leitura! 2 Privatização: um mal que volta a assombrar O fantasma da privatização volta a rondar as estatais. Desta vez, os aeroportos são a mira. Recentemente a presidenta Dilma Rousseff anunciou a decisão de licitar para a iniciativa privada os aeroportos de Cumbica, Viracopos (SP) e Brasília (DF) já no início de 2012. Também devem ser incluídos o Galeão (RJ) e Confins (MG). Isso significa que a Infraero passará a ter direito a 49% da participação nos aeroportos, ou seja, o capital privado assumirá o controle. Os trabalhadores do setor aéreo são contrários a medida. Em documento formalizaram um plano de lutas que defende ações para barrar a iniciativa de privatização dos aeroportos e o aumento do capital estrangeiro. Sabemos que uma das consequências mais preocupantes é a precarização das condições de trabalho. Situação que abre brechas para o excesso de terceirizações, sobrecarga de trabalho, assédio moral e a busca do lucro a qualquer custo. No passado, a Petrobrás também passou por experiência parecida. Mas, a resistência dos petroleiros não permitiu que o fato se consumasse. Nas ruas, mostramos o nosso repúdio à medida autoritária e truculenta que acabaria com uma das empresas mais importante do país. Ganhamos. Pois na luta, conseguimos impedir a entrega da nossa Petrobrás aos cofres privados. Sentimos na pele essas ameaças e não queremos que ela se repita aos nossos companheiros. Somos solidários a causa dos aeronautas, aeroviários e aeroportuários. XXV Congresso Estadual dos Petroleiros de Minas Gerais ASSÉDIO MORAL A palestra sobre assédio moral proferida pela advogada Drª Amanda Azeredo acalorou as discussões no primeiro dia do congresso. De forma clara e objetiva, a advogada pontuou as características que determinam este tipo de agressão, que, segundo a mesma, não é reconhecida pela legislação brasileira. Caracterizado como uma violência sutil e silenciosa, o assédio moral é um fenômeno essencialmente do ambiente de trabalho que visa atingir a parte psicológica do trabalhador. “Mas, um ato isolado não determina assédio moral”, destaca a advogada Drª Amanda Azeredo. Segundo a advogada, o assédio moral é comprovado quando há intensidade grave da violência psicológica, quando é prolongado no tempo e quando há intencionalidade do agressor. “São atitudes que individualmente parecem inofensivas, mas que em conjunto e ao longo do tempo, tornam-se humilhantes. Ou seja, são pequenos atos prolongados no tempo capaz de desestabilizar psicologicamente ao ponto de a vítima perder o sentido. O objetivo da perseguição é provocar a saída voluntária do trabalhador”. Qualquer pessoa pode ser vítima, independentemente do sexo, idade ou posição hierárquica. Geralmente são os profissionais que se destacam no ambiente de trabalho. Azeredo explica que a maior parte do assédio moral acontece de forma vertical, isto é, o trabalhador torna-se vítima do seu superior. Mas isto não é regra, já que o assédio pode ocorrer entre os próprios colegas de trabalho, e também, do subordinado ao seu superior. O comportamento do agressor é visto como perverso narcisista, isto é, ele se vê como melhor do que os outros. Além de danar o psíquico do trabalhador, o assédio moral pode culminar em consequências fisiológicas, como insônia, gastrite, depressão, aumento ou perda de peso, entre outras doenças. Segundo a advogada, a indenização de assédio moral é mais alta, porque é uma conduta considerada mais grave em relação a outros tipos de agressões. No Brasil, não há uma legislação específica sobre o tema e nem regras para identificá-lo, o que dificulta a comprovação jurídica deste tipo de agressão. “Existe um projeto de lei que está a 10 anos em tramitação, mas ainda não uma há uma legislação que regulamente a agressão”. De acordo com Azeredo, o assédio moral ainda é pouco estudado tanto pela psicologia quanto pelo jurídico. Faltam obras, estudos, estatísticas sobre o tema. “As pessoas têm medo de falar, e isto dificulta o aprofundamento do estudo”. O conhecimento dos empregados sobre o tema, o diálogo interno, as comissões especializadas e a capacitação do RH são medidas fundamentais para agir preventivamente, defende Azeredo. O primeiro dia do congresso tivemos a palestra sobre assédio moral proferida pela advogada Drª Amanda Azeredo (no detalhe) Diretoria Colegiada: Aluízio, Almeida, Barroso, Cristiano, Daniel, Diogo, Edison, Eduardo, Faria, Francisco Chaltein, Gildo, Giordane, Joaquim, Josef, Leonardo,Leopoldino, Letícia, Luiz Carlos, Orlando, Oswalmir, Paulo Valamiel, Ruy, Salvador, Serjão, Thiago, Zé Maria e Valdemar - Jornalista: Luana Braga - MG 0015206 JP Av. Barbacena, 242 - Bairro Barro Preto - Belo Horizonte/MG - CEP: 30.190-130 - Tel.: (31) 2515-5555 - Fax (31) 2535-3535. - Home page: www.sindipetromg.org.br - E mail: [email protected] 3 XXV Congresso Estadual dos Petroleiros de Minas Gerais PETROS Na quinta-feira, 30, o diretor de Seguridade da Petros, Maurício França Rubem, abriu o congresso com uma explanação geral dos resultados de 2010 da previdência. Fez uma breve apresentação das principais questões do Acordo de Obrigações Recíprocas – AOR e discutiu com os participantes cada item. Além disso, o diretor comentou a proposta da repactuação e fez um balanço de suas perspectivas futuras para os contribuintes, que inclui a revisão do critério de cálculo das pensões, eliminação do limite de idade do grupo 78/79, reabertura do BPO com inscrição no PP-2; gestão sindical para permitir transferência da reserva de poupança do PPSP para o PP-2 e o ingresso da Ibiritermo no Plano Petros 2. Ao final da apresentação, foi aberto um espaço para perguntas onde os congressistas puderam esclarecer suas dúvidas sobre a previdência. Além do diretor da Petros, a palestra contou com a participação da atuária Mariana Custódio, que assim como França, esclareceu questionamentos e destacou o processo da repactuação, que segundo a mesma, foi benéfica tanto para os participantes da Petros quanto para o plano. PAUTA DE REIVINDICAÇÕES E ELEIÇÃO DOS DELEGADOS No último dia, 01 de julho, os participantes discutiram as cláusulas econômicas e sociais do ACT 2011/2013 que serão apresentadas no congresso nacional. Foram aprovadas moções de apoio, com destaque para a continuidade do projeto de alfabetização de jovens e adultos Mova-Brasil. Além disso, foram eleitos os 16 delegados - seis da ativa – Rafael Geraldo de Queiroz Sousa, Antônio Clarette, Claudinei Márcio Figueiredo, José Cardoso de Oliveira, Fabrício Vieira Lopes e Maria Edna Vieira, quatro aposentados -José Nonato Rolim, Fernando Lúcio de Oliveira, Wyller Ataides Minardi, Hélio Damião de Barros e seis diretores - Diogo Calvo, Sérgio Ricardo, Eduardo Guilherme, Orlando Carlos, José Maria da Silva, Giordane Caixeta - que irão representar os petroleiros de Minas no XV CONFUP. Dentre os itens que serão levados ao congresso nacional em Manaus estão o reajuste de 100% pelo ICV-DIEESE, aumento real de 10%, reposição de perdas causadas por planos econômicos passadas, unificação das tabelas do pequeno risco ao grande risco da AMS. Veja no site do Sindipetro/MG a íntegra da proposta. Companheiros de Divinópolis sem transporte. Isso é uma vergonha! Volta e meia publicamos atitudes e decisões que infligem à vida dos trabalhadores. Mas o sucateamento das condições mínimas de trabalho é algo deplorável. Desde o dia 01 de julho, os companheiros de Divinópolis foram penalizados com o corte do ônibus. Onde já se viu, tiraram o meio de transporte expondo os trabalhadores a acidentes. É um desrespeito os próprios empregados terem que dirigir, sendo que há profissionais para isso. Não bastassem os companheiros de Divinópolis, os de Pará de Minas também foram prejudicados com a decisão. Com a mudança, a cidade se tornou o ponto inicial do ônibus, sendo assim, os trabalhadores são obrigados a saírem de casa mais cedo. Ou seja, às 05h30, sendo que antes eram atendidos por táxi, cujo custo é inferior ao deslocamento do ônibus entre Pará de Minas e Itaúna. Os companheiros de Divinópolis passaram a se dirigir a Regap por conta própria. O trabalho da refinaria é penoso e torna perigoso dirigir após a jornada de trabalho. O atual gerente parece se divertir com o incômodo, desconforto e aborrecimento que gera aos usuários ao tomar atitudes descabidas como essa. Com tal decisão, ele mostra sua eficiência em promover a insatisfação dos petroleiros de Divinópolis, Itaúna e Pará de Minas. Se a redução do custo impera, ele pode ficar satisfeito com sua meta batida, mas será a um alto custo, já que vidas não têm preço. O Sindipetro/MG repudia atitudes vergonhosas como essa e está disposto a lutar pela volta do transporte. Cobramos da gerência uma solução imediata. 4 Comida da Regap... a história continua! O Sindicato continua recebendo várias reclamações com relação à qualidade, sabor, preparo e tempero da comida servida aos trabalhadores da refinaria. Fizemos diversas denúncias. Conversamos com os responsáveis tanto da Regap, quanto da empreiteira que cuida da alimentação, mas parece que nada mudou. O documento chamado ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PARA TRABALHADORES Matriz de Requisitos Técnicos para Especificação em Contratos de Alimentação traz uma lista enorme dos alimentos que devem e não devem fazer parte da rotina alimentar dos trabalhadores do Sistema Petrobrás e sua forma de preparo. Segundo este documento, o cardápio considerado saudável é uma orientação do que deve ser servido, que deixa em aberto a possibilidade de flexibilizar o menu. Mas isso não ocorre na Regap. A falta de opção, de flexibilidade, tem levado os trabalhadores a rejeitar o cardápio oferecido, aumentando cada vez mais o nível de reclamações. Daí voltamos ao questionamento inicial, não basta ser saudável, é preciso ser prazerosa! Comida boa está atrelada ao preparo, ao cuidado com aquilo que se serve. O próprio documento traz opções que inclui feijoada, dobradinha, estrogonofe, com incidência mensal de no máximo quatro vezes. Veja tabela abaixo: O mesmo ocorre com as sobremesas, que segundo a tabela, pode oferecer sorvete, tortas, pavês, também com incidência mensal de quatro vezes. Veja abaixo. Assim, não há necessidade de a comida servida ser repetitiva e sem sabor, já que a Petrobrás abre a possibilidade do cardápio ser mais variado e ao gosto da comunidade que trabalha na refinaria. Afinal, o documento diz para adequar o cardápio ao gosto de cada região do Brasil. Mas, infelizmente, isso não vem acontecendo por aqui. É bom lembrar, que o cardápio servido é definido pela direção da Regap. Pelo que vemos a especificação do cardápio poderia ser mais flexível e com uma variedade maior, dando mais opções aos trabalhadores. Além disso, as queixas com relação ao tempero da comida dependem do preparo dos alimentos, que é de responsabilidade da empreiteira que administra o refeitório. Cabe a ela melhorar o sabor dos alimentos e a refinaria fiscalizar, pois uma comida bem temperada dá outro sabor a qualquer prato. Enfim, não custa nada à refinaria fazer uma mudança radical na alimentação, já que o próprio documento da Petrobrás abre espaço para que isso ocorra. Vamos mais uma vez procurar a gerência da Regap para tentar negociar as mudanças que a categoria exige. Se essas negociações não avançarem, vamos convocar os petroleiros e petroleiras a se mobilizarem em prol da nossa alimentação. Contribuição da Base “Hoje vou me dar o direito de ficar de mau humor. Não porque seja segundafeira e o frio faz até as juntas doerem. Não porque meu time não ganhou no final de semana. Eis o motivo: Após passar a manhã cumprindo minhas tarefas de trabalho, percebo um incômodo no abdômen, um sinal ...era fome. Planejo a entrada no refeitório às 12:40 pois não aprecio muito ficar em filas enormes, dá pra esperar. Me dirijo então para o “restaurante” da REGAP. Surpresa !!! Além de filas nos cochos, tinha coxa de frango, não sei se é cozida, frita ou escaldada, mas é sem sabor. Tinha também a opção de carne de terceira com nervos e dura, arroz integral na raspa e pra aproveitar o friozinho tinha também caldo de feijão. Até quando vamos aceitar essa falta de atenção com as pessoas ? Qualquer buteco serve um caol (carne, arroz, ovo e linguiça) melhor que essa empresa que atende a REGAP. Qualquer R$10,00 come-se melhor que no refeitório da REGAP. A opção de soja em substituição à proteína que era algo de bom na empresa anterior, foi retirada do cardápio diário por algum gênio de crachá verde e caneta escrita fina. Chega desta ração !!!”