ESMORIZ
(BARRINHA) EM FOCO
21
Edição: Associação Ambiental e de Lazer de Esmoriz
Janeiro de 2012
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SERÁ UM SONHO DUMA NOITE DE VERÃO?
Todos, humanos racionais, e os menos racionais, têm sonhos. Sonhos, por vezes, sonhados mas, sem se concretizarem na realidade. Digo isto, porque na Nossa Barrinha de Esmoriz, este sonho anda há dezenas de anos
para se concretizar e lamentavelmente, derivado às células do cérebro humano, que infelizmente tudo prometem
nesta terra, e derivado ao Alzheimer promovido dessas mentalidades, fica sempre para trás este sonho! Disseram
mentes aprofundadas nas ciências deste Ambiente morto, que logo no mês de Janeiro do ano que vai entrar, iremos ver aquele sonho resolvido. Despoluição das águas, tratamento das margens, desassoreamento dos fundos
para retirarem as camadas de lamas há imensos anos acumuladas, enfim… Umas promessas que só em sonhos
mas, será que o sonho se vai tornar realidade?
Estamos muito próximos da data, oxalá que aquelas mentes que nos gerem não entrem novamente no esquecimento, na tal doença que por aí prolifera! Seria deveras ridículo e mais uma vez se iriam rir de nós que tudo
pagamos, pois esses que prometem são os tais manda-chuvas que por razões que nem nos passa pela cabeça
têm os bolsinhos cheios por via dos seus salários chorudos… Por ironia do destino, o povo espera, espera, e
torna a esperar. O Sol quando nasce é para todos, e se por ventura essa estrela tão brilhante que nos aquece e
nos fornece uma grande energia, por um só dia que fosse, deixasse de brilhar?! Para onde iria o nosso sonho?
Amigos que estais nessas cadeiras de mando, olhai por esta Barrinha que com o tempo assim a passar, vai desaparecer, vai solidificar. Aqueles peixes que aí abundavam também já emigraram, o ecossistema está ameaçado.
Ó mentes, tratai deste Sonho para que todos os Esmorizenses vos possam louvar por este belo feito… Será que
estarei cá para ver este sonho tornado realidade?! Oxalá que sim. Até logo e Feliz Ano de 2012.
Francisco Pinho
Florindo O. Pinto
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A Barrinha Morreu…
Olho languidamente várias e longas horas,
Admirando a paisagem das quiméricas auroras.
Revoadas de gaivotas voavam como folhas caindo,
E as pétalas das rosas à luz do sol iam sorrindo!
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Caem, caem, assim, uma e mais uma,
O tufão da distância não poupou nenhuma.
Barrinha ficou estéril, de cabelos desgrenhada,
Assim como a pia donzela ela foi desflorada!
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Agora o vento gélido, dispersa a flor da aurora,
Outro vento levou-as abraçadinhas, em feixes,
Ficaram tuas águas impiamente sem peixes!...
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Toda a humanidade é culpada, não só de agora,
Deixaram que o vento levasse a flor, o coração meu,
Emigram os pássaros, não voltam,
a Barrinha Morreu!...
Francisco Pinho
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Barrinha Rainha da Natureza…
Em dias de céu azul, da mesma cor do mar,
Nesta terra de vareiros, há arcanjos a noivar.
Ondas recortadas como rendas, doces de nata,
Beijinhos em banhos de espuma e luar de prata.
Flocos de espuma, vapores, águas onduladas,
Nuvens de penas brancas, gaivotas em revoadas.
Aqui andam no ar, perfumes de belas açucenas,
Madrigais dolentes de imensas e duras penas.
Minha alma se prende e sublime se extasia,
Douradas as cores desta tarde ao sol posto,
Parecem altares com imagens de belo rosto!...
Como montanhas, as ondas em harmonia,
Aguarelas de luz, de sonho e grande beleza,
Onde se reflecte a Barrinha Rainha da Natureza!...
Francisco Pinho
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BARRINHA, AQUELE LUGAR MÍTICO!
Quando era pequenino…
Poder-se-ia começar assim um escrito e ensaiar um regresso ao passado para recordar a Barrinha, aquele grande
lago para chegar ao qual era preciso passar grandes dunas.
A Barrinha era como um oásis de água no meio de areia ou de pequenos arbustos e erva, consoante se estava
mais perto ou mais afastado do mar. Era o delírio da pequenada, sempre receosa dos seus poços de lodo, mas
entusiasmada com a sua água límpida e parada, onde se podiam exercitar as primeiras braçadas da aprendizagem de nadar.
Mais tarde aconteceu a abertura de uma rua paralela à orla costeira, desde a então conhecida Estrada do Mar
até à Barrinha. Foi um feito levado a cabo por um movimento cívico e de desenvolvimento, tipicamente esmorizense, denominado Malta Cigana, o qual produziu milagres na época, dos quais o exemplo maior ou mais
visível é o actual Barra Mar’s.
Deve-se a essa Malta Cigana – grupo de jovens empreendedores de alto gabarito – a projecção da Barrinha e de
Esmoriz, dado o atraso em que nos encontrávamos na época.
A Barrinha passou a ser, então, um polo de grande atracção e de manifestações ímpares, onde existiam primeiro pequenos barcos a remo e depois barcos a remo e gaivotas, que eram um tipo de barcos sem remo, mas
com pedais e que faziam a alegria todos quantos aí se deliciavam em digressões curtas pelas respectivas águas
calmas e agradáveis.
Era aos Domingos que a Barrinha ficava mais atraente e ruidosamente alegre com um colorido muito agradável
que os barcos e as muitas pessoas lhe emprestavam quando cruzavam suas águas que se tornavam ondulantes
com os movimentos de tantos barcos. O local constituía uma autêntica romaria, onde novos e menos novos confraternizavam e faziam lanches inesquecíveis à beira das águas.
As viagens de barco desde as escadas do Barra’s até à estação do caminhos de ferro eram um desafio a quem
gostava de apreciar as belezas que abundavam à volta do lago, quer no tocante à vegetação, quer quanto a visão
e cantar proporcionadas pelas variadas espécies de aves que procuravam a zona húmida para nidificar.
Para além de tais passeios lúdicos, muitas outras viagens eram realizadas até à estação dos caminhos de ferro,
ora para fazer regatas caseiras, ora para levar e trazer amigos ou familiares à estação, que preferiam ir e vir de
barco em vez de outro qualquer meio de transporte.
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Quando o Verão apertava, Julho/meados de Agosto, aos Domingos, o mar e a Barrinha disputavam a preferência
de jovens e adultos, quanto ao prazer de gozar a frescura da proximidade da água. Por isso é que poucos faziam
opções à partida, salvo os que continuavam a preferir a Praia Velha, cujo extenso areal proporcionava momentos
de grande prazer e permitia jogos de futebol na areia molhada depois da baixa-mar. Mas os que procuravam a
Barrinha nunca esqueciam ou deixavam de ir ao mar, antes pelo contrário. Banhavam-se ou molhavam-se na
Barrinha e iam fazer outro tanto ao mar e vice-versa. Era o prazer duplo que as duas belezas proporcionavam.
Os tempos foram passando e a Barrinha de hoje não é mais que um pequeno reflexo daquilo que foi. O que
chamamos civilização – essa evolução da sociedade – nem sempre se traduz em coisas boas para o homem e
para a natureza. Por vezes tanto o homem, como a sociedade tem evoluções negativas, como mostra o exemplo
da Barrinha.
De local paradisíaco de vivência, pesca e caça e de sítio excelente para a nidificação e propagação de espécies, passou a um lago de águas impróprias para a maior parte de tais actividades, depois de ter passado por um
charco propiciador de doenças e repelente para várias espécies.
O homem, esse animal insaciável, que dificilmente convive com a natureza de que faz parte, na sua vontade
voraz de ter, não olha a meios para atingir os seus fins. Por isso, estraga, danifica e mata coisas essenciais,
levando ao desequilíbrio natural em que deveria viver.
A Barrinha é, actualmente, um produto daquele pretenso progresso e constitui mais uma semi-perda para Esmoriz, Portugal e a Humanidade, como aconteceu com muitas outras coisas boas. Contudo, a degradação do
ambiente e a extinção das espécies, aliados às alterações do clima que se tem vindo a verificar, parece ter alertado a consciência das pessoas, que estão agora em permanente S.O.S. no intuito de travar tais malefícios.
É por isso que devemos ter esperança de que um qualquer dia, aquela Barrinha linda e tranquilizante, volte
porque há avanços que jamais têm retorno, como é o caso do desaparecimento definitivo das espécies. E isso
está a fazer o homem temer pela sua própria sobrevivência enquanto espécie.
Todos, mas todos mesmo, temos de ter bem presente que a Terra foi-nos legada pelos nossos antepassados com
a incumbência sagrada de a preservarmos e a transmitir aos nossos filhos nas condições em que a recebemos. E
a Barrinha é um parte desse planeta azul em que gostamos de viver.
M.Pinto (Dez. 2010)
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