Anais Semana de Geografia. Volume 1, Número 1. Ponta Grossa: UEPG, 2012. ISSN 2317-9759
METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA E O INTERESSE
DOS ALUNOS PELAS AULAS - UMA EXPERIÊNCIA NO COLÉGIO
ESTADUAL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA EM PONTA GROSSA-PR
OLIVEIRA, Susana Aparecida Fagundes de 1;
RODRIGUES, Lucélia de Fátima 1;
SANTOS, Junior Cesar Gonçalves dos 1;
PEDROSO, Rosângela Santana 2
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa ainda em desenvolvimento no Colégio
Estadual Nossa Senhora da Glória – EF e M, do município de Ponta Grossa – PR. O objetivo é
investigar o interesse de alunos para aprender Geografia por meio de diferentes metodologias
utilizadas pela professora regente de turma. Esta pesquisa é parte das ações desenvolvidas pelo
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência(PIBID)/Subprojeto de Geografia. Além
da pesquisa o subprojeto contempla propostas de ensino e extensão.
METODOLOGIA DA PESQUISA
Esta pesquisa tem abordagem qualitativa e a coleta de informações e de dados foram
realizadas entre os meses de abril e junho de 2012, por meio de observações diretas das aulas da
professora e de registros fotográficos e escritos dos procedimentos metodológicos utilizados por ela.
Durante as observações buscamos identificar diferentes linguagens e/ou metodologias utilizadas
pela professora e sua relação direta com o envolvimento dos alunos nas atividades propostas.
Realizamos registros escritos e fotográficos para que pudéssemos comparar a reação dos alunos
diante das ações. Em um segundo momento fizemos uma sondagem, na qual perguntamos aos
alunos quais metodologias lhe chamavam mais atenção e possibilitavam uma maior interação com o
conteúdo.
O INTERESSE DOS ALUNOS DIANTE DE DIFERENTES METODOLOGIAS
Durante os meses em que realizamos a coleta de informações e dados constatamos que
diferentes metodologias propiciaram diferentes reações nos alunos, com distinção entre o
envolvimento com o conteúdo. No período de observação direta identificamos as seguintes
metodologias de ensino aplicadas pela professora: exposição dialogada, aulas com vídeos,
trabalhos em grupos, atividades na sala de informática, aulas de campo, utilização de mapas, do
quadro de giz e do livro didático.
Na sondagem realizada com os alunos nosso objetivo foi reconhecer quais suas preferências
metodológicas (ver GRÁFICO 1). Há destaque para aulas com vídeo (30,90%), em segundo lugar a
opção é por trabalhos em grupo (25,50%), em terceiro por trabalhos de campo (18,20%) e em
quarto por aulas na sala de informática (12,7%). Entretanto, na observação direta verificamos que
nas aulas com vídeo os alunos ficaram dispersos, o que não ocorreu nas atividades de campo. Além
do campo, em nossa opinião, a preferência foi pelas aulas de informática. Mesma havendo
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Bolsista do PIBID/subprojeto de Geografia/ UEPG/CAPES
Bolsista do PIBID/subprojeto de Geografia/ UEPG/CAPES
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Professora supervisora bolsista do PIBID/subprojeto de Geografia/ UEPG/CAPES
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contradição entre observações e declaração dos alunos, houve diversidade metodológica,
favorecendo o desenvolvimento de diferentes habilidades e estimulando a criatividade do grupo.
GRÁFICO 1 – Metodologias que os alunos apontaram como preferidas
FONTE: sondagem realizada com os alunos/2012.
Ao consultarmos as Diretrizes Curriculares Estaduais de Geografia (DCEs) fica evidente que
para a construção de um sujeito crítico é necessário possibilitar a este indivíduo metodologias que
contribuam para a sua formação. O documento enfatiza que
Algumas práticas pedagógicas para a disciplina de Geografia [...] tornam-se
importantes instrumentos para compreensão do espaço geográfico, dos conceitos e
das relações socioespaciais nas diversas escalas geográficas (PARANÁ, 2008. p.
80).
Na opinião dos alunos do 9º ano D as aulas práticas de informática e de campo foram as
metodologias que mais estimularam a participação deles. As aulas de campo são extremamente
importantes para que o aluno desenvolva habilidades de observação e análise da paisagem. O
trabalho de campo é utilizado pela ciência geográfica como um método de investigação do espaço.
Ainda nas DCEs consta que “a aula de campo é um importante encaminhamento metodológico para
analisar a área em estudo (urbana ou rural), de modo que o aluno poderá diferenciar, por exemplo,
paisagem de espaço geográfico.” (PARANÁ, 2008, p. 80).
Também Lopes e Pontuschka destacam o valor dos estudos do meio, nos quais se incluem os
trabalhos de campo, ao afirmarem
O Estudo do Meio pode ser compreendido como um método de ensino
interdisciplinar que visa proporcionar para os alunos e professores contato direto
com uma determinada realidade, um meio qualquer, rural ou urbano, que se dedica
estudar. Esta atividade pedagógica se concretiza pela imersão orientada na
complexidade de um determinado espaço geográfico, do estabelecimento de um
diálogo inteligente com o mundo, com o intuito de verificar e de produzir novos
conhecimentos (LOPES; PONTUSCHKA, 2010, p. 9).
As figuras abaixo mostram duas atividades realizadas pela professora supervisora do PIBID
a partir da atividade de campo. Observamos um real interesse dos alunos ao desenvolvê-las. No
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trabalho cartográfico, desmembramento do campo, eles puderam demonstrar um pouco do
conhecimento adquirido durante as atividades (aulas e campo).
FIGURA 1 – Atividade individual em sala de aula.
FONTE: coleta de campo/2012.
FIGURA 2 – Atividade prática no entorno do Colégio.
FONTE: coleta de campo/2012.
Além dessas metodologias, constatamos que o uso do quadro de giz, bem como do livro
didático foram as práticas menos estimulantes para o grupo. Talvez isso se de pela constância com
que esses recursos e materiais são utilizados no dia a dia de sala de aula.
Sobre a importância do uso do livro didático vale ressaltar que há diferentes maneiras de
utilizá-lo, com o propósito de promover o interesse do aluno pelo conteúdo. Como demonstram
Castellar e Vilhena (2010, p. 139):
A possibilidade de trabalhar o livro didático relacionando-o com a vida cotidiana é
essencial. Um dos problemas recorrentes nas aulas é a ineficácia da utilização do
livro, na medida em que apenas se memoriza o que está escrito e não se analisam
os dados e as informações presentes nos textos didáticos, não criando também
outras possibilidades de ampliar o conhecimento escolar.
O professor pode usar de sua criatividade e autonomia para ampliar as informações contida
no livro didático. Levar o aluno a relacionar sua vida ao conteúdo trabalhado em sala de aula. É
importante que haja essa conexão com realidade e não apenas que o aluno memorize o que está
contido no livro didático, somente a partir destas conexões se efetivará o processo de ensinoaprendizagem.
Sobre a diversidade metodológica no trabalho do professor, Lopes afirma:
[…] mais do que conhecer diferentes métodos e técnicas de ensino, importa ter
presente que o professor criativo, que tem espírito transformador, procura sempre
inovar sua didática, e, um dos caminhos para esta inovação, seria a dinamização
das atividades que são realizadas em sala de aula. Uma das possibilidades para que
isto ocorra seria a diversificação das técnicas de ensino ou até introduzindo
inovações nas técnicas já amplamente conhecidas e empregadas (LOPES, 1991, p.
35).
Também o uso das tecnologias está cada vez mais presente em nosso cotidiano. É papel do
professor estar sempre reformulando suas práticas, e esta pode ser uma importante ferramenta a ser
utilizada dentro da sala de aula. Contudo, não podemos esquecer que só com o uso das tecnologias
teremos a resolução dos problemas que afetam a educação. Muitos empecilhos surgem, dificultando
a utilização dos meios tecnológicos no processo de ensino, mas o professor deve procurar soluções
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que levem à utilização de meios que despertem maior interesse do aluno em aprender. Essa questão
está em evidência no Projeto Pedagógico do Colégio (2011), que defende a diversidade
metodológica no trabalho em sala de aula. Há que se destacar que em todas as salas de aula do
Colégio existe uma TV-multimídia, favorecendo o trabalho com vídeos e imagens. Segundo Calado
(2012, p. 18):
[…] o educador não pode ver a tecnologia como o único recurso para o
desenvolvimento de uma boa aula. Até porque os recursos metodológicos podem
variar. Podem ir desde o quadro-de-giz (eventualmente em algumas escolas estão
sendo substituídos por projeção em Power point) ao trabalho em equipes virtuais,
do recorte de revistas e do conhecimento exclusivamente através do livro didático.
Dentre outros recursos, incluem-se à criatividade dos alunos, que é de suma
importância.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Em nossa pesquisa constatamos que a professora da turma utilizou grande diversidade
metodológica, favorecendo a participação dos alunos nas atividades e promovendo o interesse dos
mesmos pelo conteúdo. Também os alunos afirmam gostar dessa diversidade, pois indicam como
preferidas as mesmas metodologias que a professora utiliza. O uso do quadro de giz e do livro
didático foi uma constante durante as aulas, entretanto observamos que houve aprendizado, pois a
professora estimulava constantemente a participação dos alunos.
REFERÊNCIAS
CALADO, F. M. O ensino de Geografia e o uso dos recursos didáticos e tecnológicos.
Geosaberes, Fortaleza, v. 3, n. 5, p.12-20, jan. / jun. 2012.
CASTELLAR, Sônia, VILHENA, Jerusa. Ensino de Geografia. São Paulo: Cengage Learning,
2010.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Geografia do Estado. Curitiba:SEED, 2008.
LOPES, Claudivan Sanches, PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Estudo do Meio: fundamentos e
estratégias. Maringá : Eduem, 2010. - (Coleção Fundamentum; 56).
LOPES, A O Aula expositiva: superando o tradicional. In: VEIGA, I. P. A Técnicas de ensino: por
que não? Campinas: Papirus, 1991.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Colégio Estadual Nossa Senhora da Glória – Ponta Grossa
/ PR, 2011.
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