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18/06/14
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Saindo da corda bamba
Apesar do baixo crescimento do mercado imobiliário, bancos apostam em
financiamentos específicos para construtoras de pequeno e médio porte
Araújo, da Pilão Engenharia: “Não temos caixa para comprar terrenos, por isso temos de prestar serviços para
terceiros” ( foto: Kelsen Fernandes)
A vida anda difícil para o empresário carioca Luiz Alberto de Araújo, dono da Pilão Engenharia. Fundada há 27
anos em São Paulo, a construtora faturou R$ 40 milhões no ano passado e tem vários projetos em andamento
na capital paulista, construindo escolas e reformando universidades. Araújo ainda luta para obter crédito. “Não
temos caixa para comprar terrenos e construir projetos próprios, por isso temos de prestar serviços para
terceiros”, diz ele. Há muitos empresários nessa situação.
A escassez do crédito é algo comum a outras 1.300 pequenas e médias construtoras em todo o Brasil, que,
juntas, faturam até R$ 4 bilhões por ano. Os problemas de Araújo vão ficar mais fáceis de solucionar. O
crescimento dos empréstimos imobiliários para pessoas físicas perdeu velocidade, por isso os bancos
escolheram as construtoras de pequeno e médio porte para expandir a carteira de crédito. “Elas estão
mais profissionais e reduziram sua informalidade, o que as torna menos arriscadas na hora de emprestar”, diz
Gilberto Abreu, diretor do Santander.
O banco espanhol já emprestou R$ 1,8 bilhão para pequenas construtoras, cobrando em média 1% ao mês. O
avanço dos bancos é bem-vindo para empresários como Araújo, que, no ano passado, financiou R$ 4 milhões
para cumprir seus contratos e não gostou do resultado. “Os juros são elevados, isso se os bancos concordam
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com as garantias que oferecemos”, diz o empresário, que também preside a Associação Paulista das Pequenas
e Médias Empresas de Construção (ApeMec). Até agora, o sistema tem privilegiado empresas mais
estruturadas, caso da incorporadora You,Inc, do empresário paulista Eduardo Muszkat.
Com R$ 500 milhões em imóveis vendidos em 2013, indicador conhecido como Valor Geral de Venda (VGV), 20
projetos em construção e a expectativa de fechar o ano com um crescimento de 60% nas receitas, o empresário
diz não ter dificuldades para obter financiamento. “Temos um histórico positivo e isso ajuda na hora da tomada
de crédito”, diz Muszkat. Segundo Osvaldo Roberto Nieto, sócio-fundador empresa de auditoria e consultoria
Baker Tilly Brasil, parceira da DINHEIRO na elaboração do anuário AS MELHORES DO MIDDLE MARKET, os
bancos se interessam em emprestar para as construtoras de médio porte pensando no longo prazo.
“Na medida em que essas empresas crescerem, elas vão manter a parceria com o banco que as ajudou.” O
principal entrave é a falta de estrutura das construtoras para fornecer garantias. Nieto recomenda que essas
empresas façam duas coisas: auditar suas demonstrações financeiras e organizar seu fluxo de caixa, para
provar ao banco a capacidade de organização financeira. Segundo Nieto, é possível fazer isso sem investir altas
quantias. “Muitas construtoras são lideradas por engenheiros, profissionais capazes de lidar com números e
organizar o caixa”, diz ele. O Santander não é o único banco a apostar nesse mercado.
A Caixa, líder nesses empréstimos, concedeu R$ 9,5 bilhões em créditos a construtoras que faturam até R$ 50
milhões por ano e continua apostando no segmento, apesar da desaceleração geral do mercado de
financiamentos. “Esse tipo de crédito deve crescer nos próximos meses, seguindo o mercado de construção
civil”, diz Teotônio Costa Rezende, diretor-executivo de habitação da Caixa. Já o Banco do Brasil, que
emprestou R$ 6,6 bilhões para pequenas e médias construtoras, desde 2012, reduziu o faturamento mínimo
exigido de R$ 25 milhões para R$ 10 milhões por ano. O foco é crescer nos empréstimos para empresas que
faturam até R$ 50 milhões por ano.
O segmento atrai até mesmo quem não tem experiência no crédito imobiliário, caso do Grupo Rodobens,
tradicional financiador de automóveis, com uma carteira de crédito total de R$ 1,3 bilhão. Segundo Eduardo
Rocha, presidente do grupo, a carteira do Rodobens para a construção civil está em R$ 145 milhões e a
previsão é de que ela chegue a R$ 200 milhões até o fim do ano. Segundo ele, atualmente os créditos para
veículos representam 90% do volume total emprestado pelo Rodobens e o objetivo é que, em três anos, os
empréstimos para a construção civil cheguem a R$ 500 milhões. “Os dois tipos de crédito dividirão em fatias
iguais o financiamento total”, diz
Rocha.
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